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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ TCC COMPLETO 1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DANIELE PIRES GONÇALVES
MICHEL RODRIGUES
RICARDO FERMIANO NASCIMENTO
A ENGENHARIA CIVIL CONTRIBUINDO PARA A ACESSIBILIDADE EM CALÇADAS E PASSEIOS URBANOS NA CIDADE DE SÃO PEDRO DA ALDEIA.
DANIELE PIRES GONÇALVES
MICHEL RODRIGUES
RICARDO FERMIANO NASCIMENTO
A ENGENHARIA CIVIL CONTRIBUINDO PARA A ACESSIBILIDADE EM CALÇADAS E PASSEIOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DA ALDEIA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estácio de Sá como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Civil, sob a orientação do Professor André Prado.
DANIELE PIRES GONÇALVES
MICHEL
RICARDO FERMIANO NASCIMENTO
A ENGENHARIA CIVIL CONTRIBUINDO PARA A ACESSIBILIDADE EM CALÇADAS E PASSEIOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DA ALDEIA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estácio de Sá como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Civil, sob a orientação do Professor André Prado.
Aprovada em ____ de ___________________ de ________.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Professor André Prado – Orientador
 Universidade Estácio de Sá
______________________________________________________________
 Prof. Diego Mureb Quesada - Coordenador
 Universidade Estácio de Sá
______________________________________________________________
Paulo Nogueira – Professor convidado
Universidade Estácio de Sá
 DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que contribuíram direta ou indiretamente em minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada, em especialmente: A Deus, a quem devo minha vida. A minha família que sempre me apoiou nos estudos e nas escolhas tomadas. Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade para me auxiliar em vários momentos. 
 EPÍGRAFE 
 Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível (Charles Chaplin). 
RESUMO
 
Tendo nas calçadas e passeios públicos a função de permitir a utilização de pessoas para o trânsito com segurança e com possibilidade de deslocamento, este estudo aborda o contexto da engenharia civil quanto às adaptações que são necessárias em ambientes já construídos tornando‐os acessíveis a todos. O objetivo é apresentar algumas evidências em calçadas e passeios públicos de ambientes construídos que inibem a livre movimentação com autonomia e segurança, inibindo consequentemente, o direito à cidadania
Palavras chaves: Acessibilidade, cidadania, passeios urbanos
ABSTRACT
Having sidewalks and promenades the function of allowing people to use transit safely and with the possibility of displacement, this study addresses the context of civil engineering and the adjustments that are needed in environments ever built making them accessible to all. The goal is to present some evidence on sidewalks and promenades of built environments that inhibit free movement with autonomy and security, inhibiting consequently the right to citizenship.
Keywords: Accessibility, Citizenship, Urban rides.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO...............................................................................................9
2.JUSTIFICATIVA ..........................................................................................10
3. OBJETIVOS ...............................................................................................11
3.1 GERAL ......................................................................................................11
3.2 ESPECÍFICOS...........................................................................................12
4. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................14
5. DESENVOLVIMENTO TEORICO...............................................................15
5.1. Normas constitucionais e infraconstitucionais sobre as condições de acessibilidade arquitetônica ...........................................................................16
5.2. Acessibilidade na mobilidade urbana ......................................................18
6. SINALIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL NO PISO.................................................32
6.1. Geral..........................................................................................................32
6.2. Dimensionamento do piso tátil de alerta .................................................... 32
6.3. Dimensionamento dos relevos táteis de alerta instalados diretamente no piso ..................................................................................................................33
6.4 Dimensionamento do piso tátil direcional....................................................35
6.5 Dimensionamento dos relevos táteis direcionais instalados diretamente no piso................................................................................................................... 36
6.6. Contraste de luminância.............................................................................37
7. SINALIZAÇÃO TÁTIL DE ALERTA NO PISO............................................ 39
7.1 Degraus, escadas e rampas........................................................................40
7.2 Travessia de pedestres................................................................................43
8. SINALIZAÇÃO TATIL DIRECIONAL NO PISO............................................46
8.1. Mudanças de direção..................................................................................48
8.2. Sinalização tátil nas calçadas.....................................................................51
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................59
10. CONCLUSÃO..............................................................................................60
11. REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS..............................................................61
12. ANEXOS......................................................................................................63
1. INTRODUÇÃO
Ao consultarmos o dicionário, verificamos o significado da palavra acessibilidade (do latim accessibilitate) que são o que caracterizam a qualidade de acessível e de facilidade na aproximação, no trato ou obtenção de algo.
Com essa explicação, a palavra acessibilidade tem um significado bem ampla, a ponto de não ser usados apenas as pessoas com deficiência, mas sim a todas as pessoas que não se enquadram nesse conjunto de seres humanos.
Todavia, ela tem maior peso para atendimento às pessoas com deficiência, que segundo o artigo 1º da Convenção sobre os Direitos humanos da Pessoa com Deficiência (2006), “são aquelas que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual, ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”.
	Já no plano normativo brasileiro, o significado de acessibilidade está grafada na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro do ano 200, cujo artigo 2º, I, a enuncia o seguintes termos:
... possibilidade e condição de alcance para a utilização, com segurança e autonomia, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoas portadora de deficiência e com mobilidade reduzida.
Segundo a norma ABNT NBR 9050:2004 (Associação Brasileira de Normas Técnicas – Norma Brasileira de Regulamentação), acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance,percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. 
Esses resumos iniciais são essenciais, pois a acessibilidade é um assunto social que vem sendo cada vez mais relevante e presente no dia a dia na sociedade. Isso ocorre diante o fato de que, em grande maioria, as cidades brasileiras, ainda não estão preparadas para proporcionar que as pessoas com deficiência possam acessar, permanecer e utilizar as opções de espaços, das edificações, passeis urbanos, serviços de uso públicos e coletivos, com segurança, autonomia, independência e comodidade. E para piorar esse quadro, vem a existência a barreira cultural, exteriorizada pela nossa sociedade através da demonstração de indiferenças, de atitudes estigmatizastes, de estereótipos que consideram esses seres humanos incapazes de atender com êxito aos objetivos de desenvolvimento econômico e social do pais.
Além do preconceito social rotulado a pessoa com deficiência como incapaz, imprestável ao invés de considera-la com limitação, desvantagem, diferença ou restrição permanente ou transitória, o que a impede de interagir-se com o meio ou de usá-lo de modo satisfatório, vem também a realidade presente nas cidades da falta de acessibilidade, como por exemplo, banheiros não adaptados nas escolas, estabelecimentos comerciais, universidades , prédios de uso coletivo ou público, calçadas sem rebaixamentos, falta de rampas, ou rampas sem corrimões e muito inclinadas, transporte coletivo inacessível, portas estreitas, 
Enquanto essa situação for um fato no nosso dia a dia, as pessoas com deficiências terão dificuldades para exercerem plenamente sua cidadania, e consequentemente continuarão excluídos da sociedade. Princípios basilares constitucionalmente garantidos como dignidade da pessoa humana, igualdade, liberdade de locomoção e inclusão social permanecerão sendo desrespeitados. São algumas dessas constituições: Art1º, inciso III da constituição federal de 1988 (CF/88) que coloca a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Em adição, o artigo 3º, inciso I, III, IV, estabelece como objetivo a constituição de uma sociedade livre, justa e solidaria por meio da redução das desigualdades sociais e da promoção do bem de todos, sem qualquer tipo de descriminação.
Nesse sentido, o art. 23, incisos II e V, da CF/88 estabelece ser competência da União, junto com estados, Distrito Federal e municípios, cuidar da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência, assim como proporcionar a essa parcela da população, em igualdade de condições, “os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação” (BRASIL, 2015). Em complemento, o art. 230 estabelece ainda o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade e defendendo sua dignidade e bem-estar.
Com isso, a acessibilidade arquitetônica é um direito básico das pessoas com deficiência, onde possibilita aquelas pessoas condições reais de movimentação corporal e deslocamento espacial. Ela tem o objetivo de permitir que tenham mais autonomia e mobilidade cada vez mais para número maior de pessoas, uma vez que ela contribui para melhorar, transformar e criar uma realidade social mais receptiva às pessoas com deficiência, mas também, em grande medida para toda a sociedade. 
2. JUSTIFICATIVA
A falta de acessibilidade em calçadas e passeios públicos já foi considerada como apenas uma barreira ou obstáculo à livre movimentação e deslocamento do indivíduo, assim como foi pensada em termos de indivíduos com deficiência ou em estado provisório de limitações físicas, idosos e gestantes, para se tornar objeto de estudos em diferentes áreas como a engenharia civil, a arquitetura até alcançar os aspectos legislativos, com chamada ao direito do cidadão e sobre a constitucionalidade deste direito, momento em que são buscadas ideias e soluções que admitam intervenções no espaço público a fim de prover o acesso a todos. 
Na engenharia civil e na arquitetura as discussões se dão em torno de adaptação de ambientes já construídos de modo a torná‐los acessíveis a todos. 
 Fatos assim implicaram na necessidade de inclusão de disciplinas relacionadas ao projeto arquitetônico e ao desenho urbano com conteúdo concernentes à acessibilidade como parte as matérias dos cursos de graduação dos profissionais responsáveis pela construção do espaço habitado (CORRÊA et al., 2004).
Tendo compromisso com a sociedade estaremos apresentando em nosso trabalho um tema que é de grande importância para todos. Mesmo sendo um assunto de grande importância não é dada a devida atenção a qual se merece. Todos estamos suscetíveis a passar em algum período de nossas vidas por alguma situação em que a falta de acessibilidade nos cause algum tipo transtorno. Então aqui estaremos apresentando situações em que a falta de acessibilidade causa prejuízos na vida das pessoas. Estaremos usando como exemplo em nosso trabalho locais de passeios público, como praças e calçadas de uma cidade da região dos lagos no Rio de Janeiro, lugares esses em que a falta de acessibilidade é nitidamente visível.
3. OBJETIVO GERAL
Tendo nas calçadas e passeios públicos a função de permitir a utilização de pessoas para o trânsito com segurança e com possibilidade de deslocamento, este estudo aborda o contexto da engenharia civil quanto às adaptações que são necessárias em ambientes já construídos tornando‐os acessíveis a todos. Analisar as condições de acessibilidade assim como o cumprimento de normas e sua utilização de forma adequada quanto aos passeios públicos, vias e nos edifícios públicos na cidade de São Pedro da Aldeia – RJ. O objetivo é apresentar algumas evidências em calçadas e passeios públicos de ambientes construídos que inibem a livre movimentação com autonomia e segurança, inibindo consequentemente, o direito à cidadania.
3.1 Objetivos específicos
A proposta deste estudo, enquanto investiga o contexto da engenharia civil e a responsabilidade disposta na Norma Brasileira 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 9050, 2004), na promoção da acessibilidade no ambiente construído, é apresentar algumas evidências em calçadas e passeios públicos de ambientes construídos que inibem a livre movimentação com autonomia e segurança, inibindo, consequentemente o direito à cidadania. A delimitação, portanto, de modo específico é quanto às calçadas e aos passeios públicos.
Pesquisar, junto a Prefeitura, documentos, leis e planos diretores a respeito de acessibilidade. Coletar dados sobre acessibilidade nas calçadas, vias e edifícios de uso público no Município de São Pedro da Aldeia – Rj. Realizar entrevistas com portadores de necessidades especiais (PNE's). Propor metodologias de conscientização da população geral sobre os problemas e soluções sobre acessibilidade. Propor, sugestões de melhorias, readequação ou implantação de acessibilidade para os ambientes analisados.
4. MATERIAIS E METODOS 
Os métodos e dados utilizados na pesquisa foram, pesquisa de campo, com estudos sobre evidências em calçadas e passeios urbanos ou públicos que podem ser consideradas barreiras à acessibilidade, na cidade de São Pedro da Aldeia (Região dos Lagos), localizada no estado do Rio de Janeiro
5. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Observando os centros urbanos, principalmente as calçadas e passeios urbanos, constatamos algumas situações de desrespeito ás condições de acessibilidade nesses locais como por exemplos, falta de rampas de acesso a cadeirantes segundo as normas técnicas e outras especificações determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, calçadassem rebaixamentos e sem sinalizações (piso tátil), banheiros públicos e coletivos sem adaptações necessárias, falta de manutenção de calçadas, portas e corredores de locais públicos e coletivos estreitos, ausência de telefone público adaptado a altura compatível com usuários de cadeira de rodas, ausência de vaga de estacionamento exclusivo para pessoas com deficiência física (como por exemplos em farmácias, supermercados, escolas, entre outros), ausência de plataforma ou elevadores em ônibus, entre outras estruturas que ainda são poucas disponibilizadas em favor das pessoas com deficiência.
Outras barreiras arquitetônicas urbanísticas que incluem nesse meio são, bueiros sem tampa ou grades de proteção, grelhas quebradas, ruas com estrutura asfáltica quebrada, calçadas deterioradas e rampas demasiadamente inclinadas, além de instalações inadequadas (como exemplo caixa de correio no meio da calçada) que obriga o deficiente a acabar optando a rua sem nenhuma proteção ou ainda se depara com rampas com declividade acentuada.
Essas barreiras causam uma grande situação de desconforto a essas pessoas. Elas representam grande empecilhos à circulação livre de pessoas com limitações físicas, além de constituírem fatores que causam as pessoas com deficiência um elevado grau de dependência social, além das situações constrangedoras a que são expostas constantemente.
Um número elevado de municípios não apresenta Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, um órgão municipal com a finalidade especial para tratar dos interesses das pessoas com deficiência, bem como a falta de vontade política por parte do executivo municipal no sentido de viabilizar politicas publicas destinadas a atender especificamente esse grupo de pessoas, certamente estão entre os fatores que compõem o elevado problema enfrentados pelo pessoas com deficiência nesses municípios.
Casos acima mostram a elevada dificuldade enfrentadas diariamente pelas pessoas com deficiência, principalmente aqueles que possuem alguma limitação físico-orgânica ao transitarem pelos espaços urbanos dos municípios brasileiros, compostos por inúmeros ambientes. Contexto estrutural como esse não é nem um pouco receptivo às pessoas com deficiência, por isso, diariamente, elas tem que contar com a ajuda de outras pessoas, o que não deixa de ser constrangedor, ferindo-lhes, de certo modo, a dignidade das pessoas
5.1. Normas constitucionais e infraconstitucionais sobre as condições de acessibilidade arquitetônica
		O direito a condições de acessibilidade arquitetônica para as pessoas com deficiência física certamente são resultados de um processo histórico social.
		A primeira legislação brasileira a tratar do direito à acessibilidade foi a Emenda Constitucional nº 12, de 1978, que em seu artigo único, inciso IV, determinava que “estaria assegurado aos deficientes a melhoria de sua condição social e econômica mediante a possibilidade de acesso a edifícios e logradouros públicos”.
Em nível da nossa Constituição Federal de 1988 podemos encontrar implícito e explicitamente o direito de acessibilidade. O primeiro caso (implicitamente) ocorre quando se elege como fundamentos da República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, incisos I e III); e, como objetivos fundamentais, se busca construir uma sociedade livre, justa e solidária e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, incisos I e IV); ou ainda, quando dispõe no art. 5º, caput, que todos são iguais perante a lei. O segundo caso (explicitamente) encontra-se previsto legalmente nos artigos 227, § 2º e o 244 da CF. 
A Lei Federal 7.853/89, “dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providenciais”. 
		Também, a Lei Federal de nº 10.098/2000 (conhecida como Lei de Acessibilidade) estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e comunicação, observando os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
O Decreto nº 3.298/1999, “que regulamenta a Lei nº 7.853/89, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências”. O Decreto nº 5.296/2004, “regulamenta as Leis nos 10.048/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência”. 
A Lei nº 7.405/85, torna obrigatória a colocação, de forma visível, do “Símbolo Nacional de Acesso” em todos os locais e serviços que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas com deficiência; a Lei nº 10.048/2000; a Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) e a Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso). 
		A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência ou Convenção de Guatemala (1999), em seu o artigo III, item 1, alíneas b e c, aborda mais diretamente o tema da acessibilidade. Essa Convenção foi ratificada pelo Brasil pelo Decreto presidencial nº 3.956 de 8/10/2001
Cumpre lembrar também que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), já aprovada pelo Congresso Nacional, por meio do Decreto legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição Federal, ou seja, com quorum qualificado que lhes dá o status de Emenda Constitucional, pois " Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais ", conforme estabelece o artigo 5º, § 3º da CF. A referida Convenção foi ratificada pelo Brasil por meio do Decreto presidencial nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Os artigos 9 (Acessibilidade), 19 (Vida independente e inclusão na comunidade) e o 20 (Mobilidade pessoal), dessa referida Convenção é que tratam mais diretamente sobre os direitos humanos de acessibilidade. 
		Do ponto de vista das técnicas de engenharia e arquitetura, as condições para assegurar os direitos humanos de acessibilidade às pessoas com deficiência física encontram-se descritas em diversas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, tais como: NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos; NBR 13994 - Elevadores de Passageiros – Elevadores para Transportes de Pessoa Portadora de Deficiência; BR 15250 - Acessibilidade em caixa de autoatendimento bancário;
5.2. Acessibilidade na mobilidade urbana
As calçadas recebem duas definições: a primeira, sob o título Equipamento Urbano – Classificação, a NBR 9284 de 30 de março de 1986 definiu calçada como “Equipamento urbano de utilização pública ou privada destinada à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade” (ABNT, 1986).
Recentemente, a nova NBR 9050, de 31 de maio de 2004, estabeleceu como conceito de calçadas, em seu item 3.11, o seguinte: “Parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins ‐ Código de Trânsito Brasileiro” (ABNT, 2004, p.2). 
	Na NBR 1338/1990, o subitem 4.5.4 relativo ao revestimento indica os materiais a serem utilizados nos passeios públicos, que devem apresentar resistênciaà abrasão, ser antiderrapantes e confortáveis aos pedestres. Recomenda que o passeio deve resultar “[...] sem ponto anguloso, sem ondulações, sem saliências, sem reentrâncias” (ABNT, 1990, p.3).
5.2.1. Faixas necessárias para uma calçada acessível
Faixa livre, onde é destinada exclusivamente à circulação de pedestres. Deve possuir superfície firme, regular, continua e antiderrapante. Sem possuir qualquer fissura ou reparo.
A largura recomendável é de 1,50 cm, sendo no mínimo admissível 1,20 cm (NBR 9050:2004) 
A altura mínima é de 2,10 cm livre de qualquer obstáculo (NBR 9050:2004)
	Faixa de serviço é destinada à colocação de arvores, rampas de acessos para veículos ou portadores de deficiência, postes de iluminação, sinalização de transito, caixa de correio, telefones, entre outros. Deve ter largura mínima de 0,25 cm. (Imagem a seguir)
Faixa de acesso é a área em frente ao imóvel ou terreno, para conter a vegetação, rampas, toldos, entre outros, desde que não impeça o acesso. É, portanto, uma faixa de apoio às propriedades. Deve ter largura mínima de 0,45 cm junto a vitrines ou comércio no alinhamento, 0,25 cm junto à entrada de edificações no alinhamento. Sem largura mínima definida nos demais casos.
5.2.3. Inclinações
		Inclinação transversal: A inclinação transversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres deve ser no mínimo 1% e no máximo 3%. É importante que ela não seja totalmente plana, com caimento em direção à via, para possibilitar a drenagem da água da chuva.
Na faixa de serviço e na faixa de acesso, a inclinação pode ser na proporção de 1/12, o que corresponde a 8,33% de caimento.
		As faixas de mobiliário e de acesso a edificações poderão ter inclinações superiores em situações topográficas específicas.
Inclinação longitudinal: Possíveis ajustes na declividade da via e do lote devem ser resolvidos sempre dentro dos lotes; Eventuais desníveis ou degraus nas calçadas já existentes devem ser ajustados através de rampa com inclinação recomendada entre 5% e 7% e máxima admissível de 12,50%.
5.2.4. Pisos e materiais utilizados
O uso de diferentes tipos de texturas e cores oferece ao pedestre melhor conforto e segurança, promovendo assim diferenciação entre os espaços e ambientes. Podem ser marcados com pisos diferentes para cada situação, criando identidade e qualificando os espaços públicos, devendo sempre ser antiderrapantes. Exemplos:
Bloco de concreto é o tipo de piso que proporciona fácil utilização, facilidade de assentamento, possui um bom índice de permeabilidade, proporciona facilidade na remoção e posterior reassentamento das peças, além de cores variadas, que possibilitam demarcações de usos distintos e um design atraente. O conhecimento da procedência das peças adquiridas e se o fabricante segue as normas técnicas brasileiras é a garantia de um produto de alta qualidade
Placa de concreto pré-moldada, e o tipo de piso fácil de ser assentado e manuseado Caso ocorra quebra ou desgaste de alguma peça tem a vantagem da rápida substituição. Além desses fatores, outra vantagem é que as peças tem dimensões diversas o que proporciona uma execução mais rápida e é também muito resistente ao desgaste. 
Concreto moldado “in loco” é de fácil manuseio, devido sua plasticidade e homogeneidade é geralmente o sistema mais utilizado. Pode ser executado no local da obra ou adquirido no mercado, do tipo usinado. Admite-se uma resistência mínima de 250 Kg/m². Permite acabamentos tipo texturizado ou estampado. Esse tipo de piso requer juntas de dilatação e deve ser executado em módulos regulamentados pelo município
	Ladrilho hidráulico é uma placa de concreto de alta resistência ao desgaste para acabamento de pisos, assentada com argamassa sobre base de concreto.
CONCRETO MOLDADO IN LOCO
LADRILHO HIDRÁULICO
5.2.5. Esquinas acessíveis 
		É o ponto principal de uma calçada e, portanto, precisa estar desobstruída para permitir a circulação e a permanência de pedestres. Além das especificações, as esquinas tem um item a mais: as rampas de acesso às faixas de travessia de pedestres. Por serem pontos de intensa circulação, devem estar livres de obstáculos. Observe as seguintes especificações: o mobiliário de grande porte, com bancas de jornal, tem de ficar a 15 metros das esquinas e os mobiliários de médio e pequeno porte, como telefones, lixeiras, entre outros precisam ficar a 5 metros
5.2.6 Rebaixo de calçada padrão
 Devem ser rebaixadas junto às travessias de pedestres sinalizadas com ou sem faixa, com ou sem semáforo, e sempre que houver foco de pedestres.
Deve ser executado com inclinação máxima de 8,33% e abas em ambas laterais com inclinações máximas de 10%. A largura deve ser igual à largura das faixas de travessia de pedestres, quando o fluxo de pedestres calculado ou estimado for superior a 25 pedestres/min/m. Em locais onde o fluxo de pedestres for igual ou inferior e houver interferência que impeça o rebaixamento da calçada em toda a extensão da faixa de travessia, admite-se rebaixamento da calçada em largura inferior até um limite mínimo de 1,20 m de largura de rampa.
		Os rebaixamentos das calçadas localizados em lados opostos da via devem estar alinhados entre si.
Rebaixo sem aba deve ser executada quando a superfície imediatamente ao lado do rebaixamento contiver obstáculos como mobiliário urbano ou vegetação.
				Rebaixo total de calçada na esquina é quando a faixa de pedestres estiver alinhada com a calçada da via transversal.
		Rebaixo total de calçada deve ser executada em calçadas que não possuem largura suficiente para acomodar o rebaixo padrão e uma faixa livre mínima de 80 cm.
 		O canteiro entre as pistas também deve ter o rebaixamento e deve-se manter uma distância mínima de 1,20 cm entre os dois rebaixamentos de calçadas.
 		Quando a distância entre rebaixamentos não puder ser de 1,20 cm, no mínimo, deverá ser feito o rebaixamento total do canteiro divisor de pistas.
5.2.7. Piso direcional
		É instalado formando uma faixa que acompanha o sentido do deslocamento. Do tipo cimentício, em cor contrastante, medindo 0,25 m x 0,25m e 0,025m de espessura mínima, esta faixa deve ser utilizada em áreas de circulação, indicando o caminho a ser percorrido e em espaços muito amplos, sempre que houver interrupção da face dos imóveis ou de linha guia identificável, como por exemplo, nos postos de gasolina.
		É recomendável também que o piso tátil direcional se prolongue perpendicularmente sobre a faixa de pedestres para auxiliar melhor as pessoas com deficiência visual.
		Calçadas e vias de acesso de pedestres devem ter a faixa de rota acessível em toda a extensão. As rotas acessíveis não devem ser interrompidas por qualquer obstáculo. Se houver algum obstáculo e este não puder ser removido, deve ser implantada sinalização com piso tátil de alerta para evitar acidentes.
		Piso tátil ou alerta é um recurso que auxilia a pessoa portadora de deficiência visual quanto ao seu posicionamento na área da calçada. Do tipo cimentício, em cor contrastante, medindo 0,25 m x 0,25 m e 0,025 m de espessura mínima, este piso deve ser utilizado para alertar para situações que envolvem risco de segurança. Ele deve ser instalado em áreas de rebaixamento de calçada, travessia elevada, canteiro divisor de pistas ou obstáculos suspensos.
		O modo de usar o piso tátil é em obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m de altura do piso acabado, que tenha o volume maior na parte superior do que na base. A superfície em volta do objeto deve estar sinalizada em um raio mínimo de 0,60 m. Rampas para portadores de deficiência, com largura de 0,25 a 0,50 m e afastado 0,50 m do termino da rampa.
5.2.8. Outros obstáculos 
		Podemos citar como outros obstáculos, as árvores, os postes e o mobiliário urbano, e devem estar localizados na faixa de serviço, não podendo ser posicionados na faixa livre. Esta restrição também se aplica a itens móveis (como cadeiras, mesas, etc.). Na ausênciade uma faixa de acesso, qualquer elemento que invada o passeio deve ser posicionado acima de 2,10 cm de altura.
		As tampas de caixas de inspeção e visita devem estar niveladas com o piso. Se houver fresta, esta poderá ser até. As texturas das tampas devem ser diferentes dos pisos táteis.
	As grelhas e juntas de dilatação devem estar preferencialmente fora do fluxo principal de circulação. Quando instaladas transversalmente em rotas acessíveis, os vãos resultantes devem ter, no sentido transversal ao movimento, dimensão máxima de 15 mm.
5.2.8. As calçadas verdes
O termo “calçadas verdes” é usado para designar o passeio público de piso permeável, com gramas, plantas e árvores formando um conjunto harmonioso, que reduz o impacto térmico de pavimentos como asfalto e concreto. Este tipo de pavimentação porosa permite a absorção da água das chuvas, ajudando a prevenir enchentes, diminuindo as ilhas de calor, controlando a erosão e até mesmo assegurando o abastecimento do lençol freático.
Nas ruas onde não ocorre um fluxo muito grande de pedestres as faixas de Serviço e Acesso poderão ser ajardinadas seguindo o padrão de “calçadas verdes”. As faixas ajardinadas não devem possuir arbustos que prejudiquem a visão e o caminho do pedestre.
		As faixas ajardinadas não poderão interferir na faixa livre que deverá ser contínua e com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros); As faixas ajardinadas não devem possuir arbustos que prejudiquem a visão ou com espinhos que possam atrapalhar o caminho do pedestre.
		Para facilitar o escoamento das águas em dias chuvosos as faixas não podem estar muradas.
5.2.9. Inclinação Longitudinal
		A faixa livre deve seguir a inclinação da rua. É comum acontecer, para adequar a entrada dos carros, dos proprietários modificarem o passeio com inclinação forte para que o carro entre na garagem sem nenhum problema. Assim, a calçada que deveria servir para o pedestre acaba virando rampa de veículo, descumprindo seu uso.
5.2.10. Degraus
A solução para o problema das calçadas com degraus deve ser em conjunto com os vizinhos. Para você começar dando o exemplo de acessibilidade no quarteirão que você mora, sua calçada deve seguir a mesma inclinação da rua, tanto na transversal como longitudinal.
Seu vizinho a partir deste ponto deve seguir o mesmo exemplo, e assim sucessivamente. A faixa acessível de circulação deve ter largura de no mínimo 1,20 cm. Depois que a faixa de circulação estiver pronta, a faixa de acesso ao lote fica a critério do morador: ou modifica a edificação dentro do lote (modificando também o portão) ou faz um arremate de forma que não fique nenhum vão entre o lote e a faixa de circulação. O mesmo serve para a faixa de serviço. O pedestre deve ser privilegiado
Quando uma calçada possuir menos de 2 metros, é preciso que você procure o setor responsável no seu município e se informe sobre o que pode ser feito. 
Quando se deparar com obras temporárias que avance a faixa de livre circulação, a mesma deve ser isolada e devidamente sinalizada, garantindo uma passagem com largura mínima de 1.20 m. Caso contrário, deve ser feito um desvio pela pista de rolamento dos automóveis com uma rampa provisória que, neste caso, admite uma largura de 1,00 m e inclinação de 10%, devidamente sinalizada.
6. SINALIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL NO PISO
6.1. Geral
	Os pisos táteis, os relevos táteis aplicados diretamente no piso e os contrastes visuais da sinalização tátil no piso devem ser conforme os próximos itens de 6.2 a 6.6.
6.2. Dimensionamento do piso tátil de alerta
O piso tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos de seção tronco cônica sobre a placa, integrados ou sobreposto ao piso adjacente.
	DIMENSIONAMENTO DOS RELEVOS DO PISO TÁTIL DE ALERTA
	
	Recomendado
	Mínimo
	Máximo
	Diâmetro da base do relevo
	25
	24
	28
	Distância horizontal entre centros do relevo
	50
	42
	53
	Distância diagonal entre centros do relevo
	72
	60
	75
	Altura do relevo
	4
	3
	5
	Distância do eixo da primeira linha de relevo até a borda do piso igual a 1/2 distância horizontal entre centros.
6.2.1. Dimensões de largura dos pisos táteis de alerta para formar a sinalização tátil de alerta:
6.3. Dimensionamento dos relevos táteis de alerta instalados diretamente no piso
Os relevos táteis de alerta consistem em sinalização tátil de alerta aplicada diretamente no piso, conforme dimensões e distâncias constantes. Observe nas tabelas a seguir.
	
	Recomendado
	Mínimo
	Máximo
	Diâmetro da base do relevo
	30
	25
	30
	Diâmetro do topo do revelo
	½ a 2/3 do diâmetro da base
	Distancia horizontal e vertical entre centro do relevo
	Diâmetro da base do relevo + 20
	Altura do relevo
	4
	3
	5
6.3.1. As dimensões de largura dos relevos táteis de alerta instalados diretamente no piso para formar a sinalização tátil de alerta, citadas ao longo desta Norma, são medidas conforme a figura a seguir 
6.4. Dimensionamento do piso tátil direcional
O piso tátil direcional consiste em um conjunto de relevos lineares de seção tronco-cônica.
	
	Recomendado
	Mínimo
	Máximo
	Largura da base do relevo
	30
	30
	40
	Largura do topo do relevo
	25
	20
	30
	Distancia horizontal entre centros de relevo
	83
	70
	85
	Distancia horizontal entre bases do relevo
	53
	45
	55
	Altura do relevo
	4
	3
	5
	OBS: Distância do eixo da primeira linha de relevo até a borda do piso igual a 1/2 distância horizontal entre centros.
6.4.1 As dimensões de largura dos pisos táteis direcionais para formar a sinalização tátil direcional:
6.5. Dimensionamento dos relevos táteis direcionais instalados diretamente no piso.
Os relevos táteis direcionais consistem em sinalização tátil direcional aplicada diretamente no piso:
	
	Recomendado
	Mínimo
	Máximo
	Largura da base do relevo
	40
	35
	40
	Largura do topo do relevo
	Largura da base do relevo – 10
	Distancia horizontal entre centros de relevo
	Largura da base do relevo +40
	Altura do relevo
	4
	3
	5
6.5.1. As dimensões de largura dos relevos táteis direcionais instalados diretamente no piso para formar a sinalização tátil direcional: 
6.6. Contraste de luminância
 A sinalização tátil direcional ou de alerta no piso deve ser detectável pelo contraste de luminância (LRV) entre a sinalização tátil e a superfície do piso adjacente, na condição seca ou molhada.
A diferença do valor de luminância entre a sinalização tátil no piso e a superfície adjacente deve ser de no mínimo 30 pontos da escala relativa. Deve ser evitado o uso simultâneo das cores verde e vermelha.
6.6.1. Contrastes recomendados entre as cores da sinalização tátil e do piso adjacente. Deve prevalecer o contraste claro-escuro percebido pela maioria da população, com quaisquer que sejam as cores determinadas.
7. SINALIZAÇÃO TATIL DE ALERTA NO PISO
Requisitos que a sinalização tátil de alerta devem atender:
Ser antiderrapante, em qualquer condição, devendo ser garantida a condição antiderrapante durante todo o ciclo de vida da edificação/ambiente, tanto em áreas internas como externas;
Ter relevo contrastante em relação ao piso adjacente, para ser claramente percebida por pessoas com deficiência visual que utilizam a técnica de bengala longa;
Ter contraste de luminância em relação ao piso adjacente, para ser percebida por pessoas com baixa visão, devendo ser garantida a cor do relevo durante todo o ciclo de vida da edificação/ambiente, tanto em áreas internas como externas.
Áreas públicas ou de uso comum em edificações, espaços e equipamentos urbanos devem ter sinalização tátil de alerta no piso para:
 	Informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou outras situações de risco permanente, como objetos suspensos não detectáveis pela bengala longa;
 	Orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para o uso de equipamentos como elevadores, equipamentos de autoatendimento ou serviços;
Informar as mudanças de direção ou opções de percursos;
Indicar o início e otérmino de escadas e rampas;
Indicar a existência de patamares, nas situações indicadas;
Indicar o local de travessia de pedestres. 
7.1. Degraus, escadas e rampas
A sinalização tátil de alerta no piso deve ser instalada no início e no término de escadas fixas, com ou sem grelhas, degraus isolados, rampas fixas com inclinação (i) superior ou igual a 5 % (i ≥ 5 %), escadas e esteiras rolantes.
7.1.1. As escadas fixas devem atender:
	Dimensão
	Local de pouco trafego
	Local de trafego intenso
	A
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do degrau inferior
	
0 ≤ A ≤ largura do degrau
	B
	Largura da sinalização tátil de alerta no piso inferior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	A+B
	-----
	0,50 m ≤ A + B ≤ 0,65 m
	C
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do último degrau
	≥ 0,25 m
(Recomendada: igual à largura do degrau)
	D
	Largura da sinalização tátil de alerta no piso superior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	C+D
	-----
	0,50 m ≤ C + D ≤ 0,65 m
 
OBS: Pouco tráfego = circulação < 25 pessoas/metro/minuto. Tráfego intenso = circulação ≥ 25 pessoas/metro/minuto.
7.1.2. As escadas fixas compostas de grelha:
	Dimensão
	Local de pouco trafego
	Local de trafego intenso
	A
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do degrau inferior
	
-----
	B
	Largura da sinalização tátil de alerta que anteceda a grelha no piso inferior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	A+B
	-----
	0,50 m ≤ A + B ≤ 0,65
	C
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do último degrau
	≥ 0,25 m
(Recomendada: igual à largura do degrau)
	D
	Largura da faixa de sinalização tátil de alerta no piso superior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	C+D
	-----
	0,50 ≤ C + D ≤ 0,65
OBS: Pouco tráfego = circulação < 25 pessoas/metro/minuto. Tráfego intenso = circulação ≥ 25 pessoas/metro/minuto.
7.1.3. Os degraus isolados:
	Dimensão
	Local de pouco trafego
	Local de trafego intenso
	A
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do degrau inferior
	0 ≤ A ≤ 0,25 m
	
	B
	Largura da sinalização tátil de alerta no piso inferior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	A+B
	-----
	0,50 m ≤ A + B ≤ 0,65 
	
	C
	Distância entre a sinalização tátil de alerta e o espelho do último degrau
	≥ 0,25 m
	
	D
	Largura da sinalização tátil de alerta no piso superior
	≥ 0,25 m
	≥ 0,40 m
	C+D
	-----
	≥ 0,50 m
	≥ 0,65 m
OBS: Pouco tráfego = circulação < 25 pessoas/metro/minuto. Tráfego intenso = circulação ≥ 25 pessoas/metro/minuto.
7.1.4. A sinalização tátil de alerta deve medir entre 0,25 m e 0,60 m na base e no topo de rampas, com inclinação i ≥ 5 %. Na base não pode haver afastamento entre a sinalização tátil e o início do declive. No topo, a sinalização tátil pode afastar-se de 0,25 m a 0,32 m do início do declive. Rampas com i < 5 % não precisam ser sinalizadas.
7.2. Travessia de pedestres
Os locais de travessia devem ter sinalização tátil de alerta no piso, posicionada paralelamente à faixa de travessia ou perpendicularmente à linha de caminhamento, para orientar o deslocamento das pessoas com deficiência visual. 
Rebaixamento de calçada sem rampas complementares
Rebaixamento de calçada com rampas complementares i ≤ 5 %
Rebaixamento de calçada – Alternativa
Rebaixamento de calçada com canteiro
Rebaixamento inclinado em relação à guia
Faixa elevada para travessia de pedestre
Rebaixamento de canteiro divisor de pistas L < 1,40 m
Rebaixamento de canteiro divisor de pistas 1,40 m ≤ L ≤ 1,80 m
Rebaixamento de canteiro divisor de pistas L > 1,80 m
8. SINALIZAÇÃO TATIL DIRECIONAL NO PISO
A sinalização tátil direcional no piso devem ser instaladas nas seguintes situações:
Em áreas públicas ou de uso comum das edificações, espaços e equipamentos urbanos;
Em áreas de circulação onde seja necessária a orientação do deslocamento da pessoa com deficiência visual deve haver sinalização tátil no piso, desde a origem até o destino, passando pelas áreas de interesse, de uso ou de serviços.
O projeto da sinalização tátil direcional no piso deve:
Considerar todos os aspectos envolvidos no deslocamento de pessoas com deficiência visual, como fluxos de circulação de pessoas e pontos de interesse;
Seguir o fluxo das demais pessoas, evitando-se o cruzamento e o confronto de circulações;
Evitar interferências com áreas de formação de filas, com pessoas sentadas em bancos e demais áreas de permanência de pessoas;
Considerar a padronização de soluções e a utilização de relevos e contraste de luminância semelhantes para um mesmo edifício.
Em ambientes que disponham de sinalização tátil direcional, deve haver informação redundante sobre a origem, o percurso e o respectivo destino da sinalização tátil direcional. A veiculação desta informação pode ser:
Tátil + visual;
Visual + sonoro;
Tátil +sonoro.
A largura e a cor das faixas que compõem uma sinalização tátil direcional devem ser constantes. A sinalização tátil de alerta utilizada nas mudanças de direção deve possuir a mesma cor da sinalização tátil direcional. Se houver variação de cor do piso adjacente nos diferentes ambientes pelos quais passa a sinalização tátil direcional, deve ser utilizada uma única cor que contraste com todas elas ao mesmo tempo.
Quando o piso do entorno for liso, é recomendada a largura L entre 0,25 m e 0,40 m.
Sinalização tátil direcional
	
Quando o piso do entorno não for liso, é recomendada a largura L entre 0,25 m e 0,40 m, acrescida de faixas laterais lisas, com mínimo de 0,60 m de largura cada uma, para permitir a percepção do relevo da sinalização tátil no piso.
Sinalização tátil direcional em piso com faixa lateral com piso liso complementa
8.1. Mudanças de direção
8.1.1. Quando houver mudança de direção formando ângulo entre 150° e 180°, não é necessário sinalizar a mudança com sinalização tátil de alerta.
8.1.2. Quando houver mudança de direção com ângulo entre 90° e 150°, deve haver sinalização tátil de alerta, formando áreas de alerta com dimensão equivalente ao dobro da largura da sinalização tátil direcional
8.1.3. Quando houver o encontro de três faixas direcionais, deve haver sinalização tátil formando áreas de alerta com dimensão equivalente ao triplo da largura da sinalização tátil. A área de alerta deve ser posicionada mantendo-se pelo menos um dos lados em posição ortogonal a uma das faixas direcionais.
8.1.4. Quando houver o encontro de quatro faixas direcionais, deve haver sinalização tátil de alerta com o triplo da largura da sinalização tátil direcional, sendo está posicionada nos dois lados da sinalização tátil direcional indicativa dos fluxos existentes. A área de alerta deve ser posicionada mantendo-se pelo menos um dos lados em posição ortogonal a uma das faixas direcionais.
8.2. Sinalização tátil nas calçadas
8.2.1. A sinalização tátil direcional deve ser utilizada contornando o limite de lotes não edificados onde exista descontinuidade da referência edificada, como postos de gasolina, acessos a garagens, estacionamentos ou quando o edifício estiver recuado.
8.2.2. A sinalização tátil direcional deve estar no eixo da faixa livre da calçada. Em calçadões ou passeios localizados em parques ou áreas não edificadas, a sinalização tátil direcional deve ser posicionada de acordo com o fluxo de pedestres.
8.2.3. Deve ser implantada sinalização tátil direcional transversalmente à calçada, marcando as áreas de travessia. Quando houver foco semafórico acionável por pedestre, a sinalização tátil direcional deve estar alinhada ao foco semafórico.
	
8.2.4. Deve haver sinalização tátil direcional transversal à calçada para identificar o acesso às passarelas elevadas e às travessias subterrâneas.
8.2.5. Deve ser implantada sinalização tátil direcional transversalmente à calçada, identificando locais de embarque e pontos de parada de ônibus.
	
8.2.6. A sinalização tátil direcional nas faixas de travessia orienta o deslocamento entre uma calçada e outra
	
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com alguns entrevistados pelo centro da cidade, observamos a insatisfação da população devido àfalta de sinalizações, falta de recursos, calçadas precárias, entre outros, principalmente para quem possui alguma deficiência física. 
A insatisfação quanto a precariedade nas calçadas é de impressionar. Calçadas irregulares, obstruídas e desniveladas impossibilitando a passagem de pedestres, área de calçamento inadequado, barreiras inibindo o transito nas calçadas, ausência de piso tátil para deficientes, ausência de rampas para cadeirantes, entre outras irregularidades. A cidade não possui estrutura para deficiente visuais e auditivos.
Uma entrevistada com deficiência visual chegou a nos perguntar como ela poderia atravessar a rua sem a ajuda de terceiros, e argumentou sobre a grande dificuldade de atravessar quando não possui ajuda de outras pessoas.
	Com a ausência do sinal sonoro para os deficientes visuais, deveriam colocar mais guardas municipais pela cidade, onde há faixa de pedestres e sinais, para que os mesmos possam auxiliar não só esses deficientes como toda a população tendo ou não alguma limitação motora.
Outro grande problema observado e muito comentado foi a precariedade das calçadas, das praças, onde muitos utilizam como passeios urbanos. São desniveladas, com buracos, possuem barreiras no caminho, atrapalhando a passagem dos pedestres e colocando os mesmo em risco, pois tem que desviar dessas barreiras passando pela rua, onde transita os carros, motos, etc. 
Por fim, visitamos a secretaria de obras do município, para falar sobre esses problemas na cidade, colher algumas informações e etc., e lá fomos informados que há um projeto futuro de acessibilidade, mas que ainda está no começo e vai levar um tempo para pôr em pratica pois mexe com a cidade inteira e precisa ser analisado e estudado com atenção. 
10. CONCLUSÃO 
Adaptar uma cidade inteira com normas relacionadas a acessibilidade sofrera profundas e significativas modificações, implicando prever mudanças individuais e coletivas de um grande contingente de agentes, incluindo a ação do Estado.
Conforme uma ou outra prefeitura se esforce em seus espaço público, relacionado as calçadas e aos passeios relativamente à mobilidade acessível que devem promover, observa-se que há muitas mudanças a serem idealizadas e implementadas, e que isso depende de projetos de engenharia civil para ambientes construídos, ou seja, além da reestruturação, requer criatividade, e visão hostica dos engenheiros responsáveis para que a obra seja reorganizada objetivando a melhoria da acessibilidade.
 Por fim, é preciso considerar que novos projetos vem sendo feitos, ainda que de modo tímido, mas que avançam na dinâmica da engenharia civil para a mobilidade acessível e para a reelaboração de projetos urbanos para os espaços públicos.
11. REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS
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ABNT NBR 15320, Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário
BARTALOTTI, Celina Camargo. Inclusão social das pessoas com deficiência: utopia ou possibilidade? São Paulo: Paulus, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa, de 05 de outubro de 1988. 35. ed., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2005. 
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Brasília, DF, 25 out. 1989. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 30 de junho de 2011. 
BRASIL. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Brasília, DF, 21 dez. 1999. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 20 de maio de 2011. 
BRASIL. Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000. Brasília, DF, 8 nov. 2000. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 20 de maio de 2011. 
BRASIL. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF, 20 dez. 2000. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 20 de maio de 2011. 
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Brasília, DF, 11 jul. 2001. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 30 de junho de 2011. 
BRASIL. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Brasília, DF, 09 dez. 2001. Disponível em: http://www.preseidencia.gov.br/legislaçao/. Acesso em: 30 de junho de 2011.
BRASIL. Senado Federal. Constituição Federal. Brasília, DF, 1988
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NBR 1338: Execução e Utilização de Passeios Públicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1990
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SILVA, Fernanda Francisco da; FIDELIS, Maria Ernestina Alves; CASTRO, Protasio Ferreira. Arborização e acessibilidade em calçada: comentários sobre o deslocamento entre campi da Universidade Federal Fluminense. REVSBAU, Piracicaba – SP, v.6, n.3, p.43‐63, 2011.
12. ANEXOS
	Analisando as incoerências registradas nas fotografias, constata-se que a mobilidade acessível dos pedestres está muito comprometida em diferentes pontos da cidade, com evidencias da inibição da via pública e indicando riscos na passagem e no transito das pessoas.
	
CABO FRIO – RJ
2017

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