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Conceitos do Behaviorismo Radical

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Behaviorismo 
É uma teoria mecanicista que descreve o comportamento observado como uma resposta 
previsível à experiência. Embora a biologia estabeleça limites para o que as pessoas podem 
fazer, os behavioristas consideram a influência do ambiente muito maior. 
O psicólogo norte-americano ​B. F. Skinner​, formulou os princípios do condicionamento 
operante e trabalhou principalmente com ratos e pombos, mas sustentava que esses princípios 
aplicavam-se também aos seres humanos. Ele descobriu que um organismo tenderá a repetir 
uma resposta que foi reforçada por consequências desejáveis e eliminará uma resposta que foi 
punida. Assim, ​reforço ​é o processo pelo qual um comportamento é fortalecido, ​aumentando 
a probabilidade de que seja repetido. ​Punição ​é o processo pelo qual um comportamento é 
enfraquecido, ​diminuindo ​a probabilidade de repetição. 
Se uma consequência é reforço ou punição depende da pessoa. O que é reforço para uns 
poderá ser punição para outros. Para uma criança que gosta de ficar sozinha, ser mandada 
para o seu quarto talvez seja reforço e não punição. 
 
Comportamento 
Comportamento é entendido como interação entre indivíduo e ambiente, é a unidade básica 
de descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O ser humano começa 
a ser estudado a partir da sua interação com o ambiente, sendo tomado como produto dessa 
interação. 
 
Sensibilização 
A sensibilidade comportamental é um fator primordial para a manutenção das espécies, 
devido às mudanças constantes que ocorrem no ambiente. Um comportamento é considerado 
sensível se apresentar uma mudança sistemática e replicável diante de mudanças nas 
eventualidades de reforçamento. Mas se a circunstância mudar, e o comportamento 
permanecer inalterado, este será considerado insensível às circunstâncias. 
 
 
Generalização 
Na generalização respondemos de forma semelhante a um conjunto de estímulos percebidos 
como semelhantes. Um exemplo clássico é o caso do pequeno Albert, um bebê sem medo a 
animais e que foi exposto diversas vezes, em um ambiente propício ao experimento, onde 
animais foram apresentados paralelamente a um som estridente, após os testes , Albert passou 
a ter aversão generalizada a animais peludos. 
Esse princípio de generalização é fundamental quando pensamos na aprendizagem escolar. 
Nós aprendemos na escola alguns conceitos básicos como fazer contas e escrever. Por causa 
da generalização podemos usar esses aprendizados para diferentes situações, como dar ou 
receber troco, escrever para alguém distante, etc. 
Na vida cotidiana também aprendemos a nos comportar em diferentes situações sociais, por 
causa da nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e normas sociais. 
 
Esquemas de Reforço 
O ​Esquema de Reforçamento Contínuo ​ocorre quando a resposta emitida pelo organismo 
sempre é reforçada, por exemplo, 1 comportamento = 1 reforço. 
Exemplo: toda vez que o botão do controle da TV é apertado, ela liga. Comportamento: 
apertar o botão, reforço: TV ligada. 
O Esquema de Reforçamento Contínuo é altamente eficaz na modelagem de um novo 
comportamento. Deve-se reforçar cada resposta apresentada que seja próxima àquela 
desejada, até que a resposta seja executada, também reforçada, fazendo então parte do 
repertório comportamental do organismo. 
Além de ser o esquema mais indicado para aprendizado de novos comportamentos, também é 
mais fácil de entrar em extinção, já que o organismo perceberá facilmente a ausência do 
reforço, aumentará a emissão de respostas no início (aumento da frequência), tentará 
responder de outras maneiras e emitirá respostas emocionais, mas se após essas tentativas o 
reforço não aparecer, o comportamento será extinto. A questão é: e quando, por alguma 
razão, o reforço aparece nessas tentativas? O organismo pode entrar em um Esquema de 
Reforçamento Intermitente. 
O ​Esquema de Reforçamento Intermitente não mais oferece reforço a cada resposta, mas 
sim intermitentemente. São mais eficazes para manutenção do comportamento e são mais 
difíceis de serem extintos. Isso porque são facilmente manipulados enquanto quantidade de 
respostas e tempo, fazendo com que o organismo já tenha aprendido que o “reforço nem 
sempre vem”, tentando mais e mais vezes alcança-lo. 
Geralmente, pessoas com maior repertório comportamental em Esquema de Reforçamento 
Contínuo tendem a desistir mais facilmente de seus objetivos (pouca resistência à extinção), 
já as pessoas em Reforçamento Intermitente possuem mais “perseverança” (maior resistência 
à extinção). 
 
Observação 
A observação é o procedimento metodológico para o Behaviorismo Radical. 
A Análise do Comportamento adota duas posições distintas sobre a observação enquanto 
procedimento metodológico. Na análise experimental, tende-se a aceitar apenas a descrição 
de relações funcionais entre variáveis observáveis. Na análise interpretativa, relações 
funcionais entre variáveis observáveis e não-observáveis são compreendidas. A análise de 
eventos privados, proposta por Skinner: (1) é de natureza interpretativa; (2) refere-se, pelo 
menos em parte, a eventos inobserváveis publicamente; (3) lança mão, em alguma medida, da 
introspecção enquanto método; (4) lança mão, em alguma medida, de inferências sobre o 
mundo privado do outro. 
 
Potencialidades da teoria 
Uma área de aplicação dos conceitos do Behaviorismo tem sido a Educação. São conhecidos 
métodos de ensino programado, o controle e a organização das situações de aprendizagem, 
bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino. 
Outras áreas também tem recebido a contribuição de técnicas e conceitos desenvolvidos pelo 
Behaviorismo, como a de treinamento de empresas, clínicas psicológicas, o trabalho 
educativo de crianças com necessidades especiais, a publicidade e outras. 
 
Limitações da teoria 
As limitações se dão pelo fato do Behaviorismo de Watson e Skinner se atentar apenas 
aos aspectos comportamentais observáveis, o que acaba negligenciando os relacionados à 
subjetividade, às capacidade cognitivas e aos sentimentos. 
Na década de 1970, grande número de psicólogos rejeitou o modelo estímulo-resposta dos 
behavioristas, insistindo em que os psicólogos deviam procurar entender o que ocorria dentro 
da “caixa preta” - particularmente as operações da mente. Esses novos psicólogos da mente, 
conhecidos como psicólogos cognitivos, não rejeitaram o behaviorismo inteiramente. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria. ​Psicologias​: uma 
introdução ao estudo da psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
DAVIDOFF, Linda L. ​Introdução à Psicologia​. 3.ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 
 
DITTRICH, Alexandre et al . Sobre a observação enquanto procedimento metodológico na 
análise do comportamento: positivismo lógico, operacionismo e behaviorismo radical. ​Psic.: 
Teor. e Pesq.​, Brasília , v. 25, n. 2, p. 179-187, June 2009 . 
 
MOREIRA & MEDEIROS. ​Princípios Básicos de Análise do Comportamento​. Porto 
Alegre, RS: Artmed, 2007. 
 
PAPALIA, Diane; FELDMAN, Ruth Duskin. ​Desenvolvimento humano​. Tradução Cristina 
Monteiro e Mauro de CamposSilva, 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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