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Schistosoma mansoni e Trichuris trichiura

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Faculdade Santa Maria
Schistosoma mansoni
Trichuris trichiura
Cajazeiras
PB
Emerson de Sousa Pereira
Hannah Alencar Holanda
Lívia Carolina Almeida Ferreira de Oliveira
Maria Débora Carolina César
Renato da Silva Almeida
Trabalho realizado em função da terceira nota 
da disciplina de Parasitologia Clínica requerido
pela professora Carla Holanda.
Cajazeiras
PB
Schistosoma mansoni
O Schistosoma mansoni (S. mansoni) é um helminto trematódeo do gênero Schistosoma, causador da doença esquistossomíase, também conhecido como esquistossomose e bilharzioses. Este gênero também apresenta as espécies: S. haematobium e S. japonicum. O S. mansoni determina uma infecção denominada esquistossomíase mansônica ou intestinal, devido à localização dos parasitos nas vênulas do intestino grosso e reto, predominando os sintomas intestinais. A grande maioria das pessoas com infecção esquistossomótica vivem na Ásia e África, tendo vários casos também na América do Sul e Caribe.
I. Morfologia
Os esquistossomos, ao contrário da maioria dos trematódeos, se apresentam como vermes dioicos, ou seja, com os sexos separados e são delgados e longos.
Ovo: mede aproximadamente 110 a 180 micrômetro por 45 a 70 micrômetro de largura, possui o polo anterior mais delgado e o posterior mais volumoso, com um espinho lateral saliente e agudo em suas proximidades. Sua casca é dupla, onde a externa é resistente e a interna envolve o embrião. A expectativa de vida dos ovos madura chega em torno de 20 dias, caso após a oviposição não ocorra a expulsão do miracídios, o mesmo irá morrer. No meio exterior, os ovos vivem em torno de 2 a 5 dias na massa fecal, entretanto, se as fezes forem liquidas vivem apenas 1 dia devido a fermentação e putrefação.
Miracídios: medem 160 por 60 micrômetro e estão revestidos por pequeno número de células epiteliais pavimentosas providas de numerosos cílios. A penetração dos miracídios no hospedeiro deve efetuar-se dentro das primeiras horas após a eclosão, pois o poder invasivo cai em função da idade.
Esporocistos: Primário: tubo enovelado imóvel, com células germinativas em multiplicação.
Secundário: migram para o hepatopâncreas e o ovotéstis do molusco, onde continuam a crescer e formar as primeiras cercárias. Medem em torno de 1,5 mm de comprimento.
Cercárias: mede um pouco mais de meio milímetro de comprimento, distinguem-se duas partes: o corpo de 0,2 mm de comprimento, e a cauda com cerca de 0,3 mm, bifurcada no extremo distal.
Esquistossômulo: alongadas cujo o tegumento se modificou e adquiriu novas propriedades. Se não destruída pelos mecanismos de defesa do hospedeiro, penetram um vaso cutâneo indo em direção ao coração e pulmões, seu destino final será o sistema porta intra-hepático, onde crescem e amadurecem.
Fase adulta: O macho mede cerca de 1cm de comprimento de cor branca e apresenta uma ventosa na extremidade anterior e a uma pequena distância desta uma segunda ventosa. Apresenta um canal ginecóforo onde irá alojar a fêmea.
A fêmea tem o corpo cilíndrico, mais longo e fino que o do macho, medindo de 1,2 a 1,6 cm de comprimento. Será mais escura devido a presença do pigmento derivado da ingestão de sangue em seu tubo digestivo.
II. Hábitat 
Os vermes adultos vivem no sistema porta, os esquistossômulo quando chegam ao fígado apresentam um ganho de biomassa exponencial e após atingirem a maturação sexual, em torno de 25 dias, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente na altura da parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam e em torno de 35 dias a gêmea inicia a postura dos ovos.
III. Ciclo biológico
Seu ciclo é heteróxeno, tendo como hospedeiro intermediário o caramujo do gênero Biomphalaria e o hospedeiro definitivo o homem. O S. mansoni desenvolve a sua fase adulta como parasito da luz dos vasos sanguíneos do homem e de outros mamíferos, habitando preferentemente as vênulas do plexo hemorroidário superior e os ramos mais finos das veias mesentéricas inferiores, onde põe os seus ovos.
O indivíduo infectado estará liberando ovos em suas fezes, que em um tempo útil ao entrarem em contato com uma coleção de água doce, irão liberar suas larvas na forma de miracídios que irão nadar até encontrar o molusco do gênero Biomphalaria onde irão penetrar seu tecido transformando-se em esporocisto, gerando esporocistos-filhos e logo após as larvas infectantes para os hospedeiros vertebrados: as cercárias. As cercárias irão ficar nadando na água, quase sempre em direção a margem esperando a oportunidade de entrar em contato com a pele do hospedeiro, aquelas que conseguem sobreviver já irão se transformar em esquistossômulo, onde ganham a circulação geral e vão ter ao coração, pulmões, fígado e outros órgãos. Apenas aqueles que chegam ao sistema porta intra-hepático irão completar seu desenvolvimento e alcançar a fase adulta, onde irão acasalar-se e migrarem para as vênulas da parede intestinal.
IV. Epidemiologia
A esquistossomose mansoni é uma doença de ocorrência tropical, em que atinge mais de 200 milhões de pessoas e é registrada em 54 países, principalmente na África e Leste do Mediterrâneo. Atinge também a América do Sul, destacando-se a região do Caribe, Venezuela e Brasil. 
No Brasil estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores. 
V. Transmissão
Sua transmissão se dá pela penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. As cercárias penetram na maioria das vezes nos pés e nas pernas por serem áreas do corpo que mais ficam em contato com águas contaminadas. São facilmente vistas na água entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor são mais intensos. São predominantes os locais de contaminantes: valas de irrigação, açudes, pequenos córregos, etc.
VI. Patogenia e Sintomas
A patogenia está ligada a vários fatores, como cepa do parasito, carga parasitária adquirida, idade, estado nutricional e resposta imunitária da pessoa. Os dois mais importantes chegam a ser a carga parasitária e a resposta do sistema imunológico de cada paciente, pois o número elevado da presença de ovos nas fezes está associado a forma hepatoesplênica e as formas pulmonares.
A sintomatologia está dividida juntamente com as fases da doença: Fase aguda e Fase crônica.
A fase pré-postural, compreende o período de 10-35 dias após a infecção, alguns chegam a ser assintomáticos e já outros se queixam de mal-estar, podendo ter febre ou não, problemas pulmonares, dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de hepatite aguda.
A fase aguda compreende o período em torno de 50 dias podendo durar até 120 dias após a infecção, caracterizada por sudorese, febre, calafrios, perda de peso, fenômenos alérgicos, diarreia, cólicas, hepatoesplenomegalia discreta, etc.
A fase crônica pode apresentar grandes variações clínicas, em diversos órgãos. Em muitos casos ocorre diarreia muco sanguinolenta, dor abdominal, tenesmo, constipação constante, dores abdominais, endofeblite aguda e fibrose periportal, esplenomegalia, varizes, ascite, etc.
VII. Diagnóstico
No diagnóstico clínico, deve-se levar em conta a fase da doença, anamnese detalhada do caso do paciente sobre origem, contato com a água, hábitos, etc.
O exame parasitológico se fundamenta no encontro de ovos do parasito nas fezes ou tecidos do paciente, este exame é satisfatório quando há uma carga parasitária média ou alta, sendo necessário repeti-los em casos de carga parasitária baixa. 
A biópsia ou raspagem da mucosa retal tem como principal vantagem maior sensibilidade, entretanto é definitivamente um exame de inegável desconforto para o paciente.
A ultrassonografia irá detectar as alterações hepáticas determinando com precisão o grau de fibrose, entretanto, podendo ser confundida com outras etiologias.
A reação intradérmica é um teste alérgico que irá medir a pápula formada 15 minutosapós a inoculação intradérmica de 0,05ml de antígeno de verme adulto.
O ELISA que é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos, hoje em dia se constitui em um dos melhores instrumentos para o diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias.
IFI é o teste de imunofluorescência indireta, e apresenta resultados positivos entre 4 e 7 semanas após o contato com a cercárica, entretanto não é uma técnica que apresenta vantagens para ser empregada rotineiramente.
A técnica do PCR tem mostrado resultados promissores, principalmente em casos de infecções com baixas cargas parasitárias, porém, tem como ponto negativo o custo alto e a complexidade limitante.
VIII. Profilaxia
Para se prevenir não só da S. mansoni, mas também de outras doenças parasitárias, é necessário o tratamento da população, bem como o saneamento básico, utilização de cercaricidas na pele e combate aos caramujos que são hospedeiros intermediários.
IX. Tratamento
As duas drogas empregadas no tratamento da esquistossomíase mansônica são: oxamniquine e praziquantel. Elas irão se caracterizar por sua alta eficácia, baixa toxicidade e fácil administração.
Trichuris trichiura
O Trichuris trichiura (T. trichiura), também conhecido como tricocéfalo, é um nematódeo causador da doença tricuríase (tricurose ou tricocefalose) que se adapta em lugares quentes e úmidos, onde as condições sanitárias são precárias favorecendo o aumento da contaminação ambiental e sobrevivência dos ovos do parasito. Outra espécie que parasita o homem é o Trichinella spiralis, entretanto é inexistente no Brasil.
1. Morfologia
Ovos: medem de 50-55 micrômetro de comprimento por 22 micrômetro de largura. Apresentam um formato elíptico característico com poros salientes e transparentes em ambas extremidades, preenchidos por material lipídico. Sua casca é formada por 3 camadas distintas, uma camada lipídica externa, uma camada quitinosa intermediária e uma camada vitelínica interna, que favorece a resistência destes ovos à fatores ambientais. 
Adultos: medem de 3 a 5cm de comprimento, sendo os machos menores que as fêmeas. A boca, localizada na extremidade anterior, é uma abertura simples e sem lábios, seguida por um esôfago bastante longo e delgado, que ocupa aproximadamente 2/3 do comprimento total do verme. Na porção final, o esôfago apresenta-se como um tubo de parede delgada, circundado por parte posterior do corpo de T. trichiura, cerca de 1/3 do comprimento total, compreende a porção alargada, onde se localiza o sistema reprodutor simples e o intestino que termina no ânus, localizado próximo a extremidade da causa. 
O macho possui testículo único seguido por canal deferente, canal ejaculador que termina com um espiculo, sua extremidade é posteriormente curvada ventralmente, apresentando o espiculo protegido por uma bainha, recoberta por pequenos espinhos.
A fêmea possui ovário e útero únicos, que se abrem na vulva, localizada na proximidade da junção entre o esôfago e intestino.
2. Habitat
Os adultos de T. trichiura são parasitos do intestino grosso de humanos e em infecções leves ou moderadas, estes vermes habitam principalmente o ceco e cólon ascendente do hospedeiro. Nas infecções intensas ocupam também o colón distal, reto e porção distal do íleo.
3. Ciclo biológico
Seu ciclo é monóxeno, tendo como hospedeiro definitivo o homem. Os ovos unicelulares são expelidos com as fezes e podem permanecer viáveis durante meses ou anos em solo úmido e quente, se tornando infecciosos apenas quando desenvolverem a larga no seu interior. Quando ingeridas, as larvas irão eclodir dos ovos devido ao suco gástrico e pancreático, penetrando no epitélio da mucosa intestinal e migrando na região duodenal (onde podem permanecer de 5 a 10 dias), ao ganharem luz intestinal, migram para a região cecal onde irão se desenvolver, maturando em formas adultas depois de alguns meses permanecendo com a cauda no lúmen do intestino e a cabeça penetrando a mucosa. Quando há a presenta do macho e da fêmea no mesmo individuo, os mesmos irão acasalar, podendo a fêmea por de 3 a 20 mil ovos por dia. As formas adultas podem sobreviver de 1 a 5 anos dentro do intestino humano sem nunca causar sintomas, alimentando-se do bolo intestinal e sangue.
4. Transmissão
A transmissão se dá pela ingestão do ovo contendo a forma infectante da larva (L1), podendo ter como principais causas águas e alimentos contaminados, mãos sujas e tendo a mosca relacionada como um meio de transporte dos ovos.
5. Epidemiologia
A infecção de T. trichiura tem distribuição cosmopolita, ou seja, pode ser encontrada em todo o mundo sendo estimado cerca de 1 bilhão de pessoas infectadas, onde aproximadamente 350 milhões apresentam idade inferior a 15 anos e apresentam infecções com alta carga parasitária. Apesar de ser amplamente distribuída, a tricuríase é mais prevalente em regiões de clima quente e úmido como dito anteriormente.
No Brasil, a taxa média de exames positivos era igual a 29,7% a cada 2,9 milhões de exames realizados. Sua maior prevalência estava em Alagoas e Sergipe.
6. Patogenia e Sintomas
A grande maioria dos indivíduos parasitados é de portadores assintomáticos, não se tendo informações sobre o número necessário de vermes para que surjam os efeitos patológicos.
As lesões traumáticas que os parasitos causam à mucosa são mínimas, mesmo nas infecções pesadas não se observam fenômenos inflamatório importantes. O quadro clínico pode ser discreto e indefinido, com nervosismo, insônia, perda de apetite e eosinofilia sanguínea. Mais vezes é caracterizado por diarreia, dor abdominal, tenesmo e perda de peso.
7. Diagnóstico
O quadro clínico associado a tricuríase não é especifico, portanto é necessário a confirmação com o diagnóstico laboratorial. 
O diagnóstico da tricuríase é realizado pela pesquisa dos ovos do parasito nas fezes, já que são produzidos e eliminados em quantidades relativamente elevadas facilitando o diagnóstico através do método Kato-Katz, permitindo uma avaliação quantitativa e qualitativa da infecção.
Foram relatados também a possibilidade de visualizar vermes adultos de T. trichiura em exames de colonoscopia ou anoscopia.
8. Profilaxia
A prevenção desta doença parasitária não seria diferente de outras. É importante a higiene pessoal, principalmente quando se trata de uma criança, dobrar os cuidados acima dela já que as mesmas não possuem um entendimento ainda muito claro sobre assuntos como este; Saneamento básico, educação sanitária nas escolas e universidades, tratamento correto e proteção dos alimentos contra moscas e baratas que podem ser condutores de ovos.
9. Tratamento
O tratamento da T. trichiura é realizado com os seguintes medicamentos:
Albendazol: É a droga de escolha para tratar esta helmintíase, sendo administrado 400mg, em dose única, por via oral. Nos casos mais intensos, deve-se repetir o tratamento 3 dias consecutivos, com o que se consegue erradicar 80% das infecções.
Mebendazol: este medicamento já foi descrito a propósito terapêutica da acaríase, que possui semelhanças com a tricuríase, sendo administrada a dose de 100mg, duas vezes ao dia e durante 3 dias.
Referências
REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, 2010.
NEVES, David. et al. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nematódeos. Disponível em: http://www.ufrgs.br/parasito/Aulas%20Parasito/Medicina/helmipar12.pdf

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