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Metodologia de Pesquisa

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Prévia do material em texto

Metodologia de Pesquisa
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Ap. Cesarin
Epistemologia
• Natureza, os Limites e os Problemas do Conhecimento Científico
• A “Verdade” em Ciência: Objetividade e Subjetividade
• Critérios de Cientificidade
• Espírito Científico: a Função da Curiosidade
Ao final desta Unidade. o aluno será capaz de:
 · Identificar a natureza, os limites e os problemas do conhecimen-
to científico;
 · Diferenciar os variados tipos de conhecimento: senso comum, 
filosófico, teológico e científico;
 · Conceituar “verdade” em Ciência dentro dos critérios de objetividade 
e subjetividade;
 · Compreender os critérios de cientificidade, espírito científico: a 
função da curiosidade dentro da metodologia científica;
 · Compreender o processo de evolução e divisão das ciências;
 · Compreender a visão moderna da ciência sob as análises sistêmica 
ou holística.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente 
antes de realizar as atividades. É importante, também, respeitar os prazos 
estabelecidos no cronograma.
ORIENTAÇÕES
Epistemologia
UNIDADE Epistemologia
Introdução
Como a Epistemologia busca analisar a origem e o papel da Ciência e, ainda, 
os aspectos filosóficos quanto à origem e à natureza do conhecimento, proponho 
a seguinte questão para sua reflexão:
O conhecimento existe somente no mundo acadêmico, nas universidades 
e nos centros de pesquisa?
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
6
7
Natureza, os Limites e os Problemas do 
Conhecimento Científi co
É próprio do homem produzir conhecimento. Este conhecimento constitui o 
patrimônio histórico-cultural da Humanidade, resultante de um processo cumulativo, 
decorrente de toda a História da vida humana. 
De fato, o homem vem, incessantemente, construindo conhecimento, produzindo 
Arte, Ciência e tecnologia, organizando o espaço físico e social.
O domínio do conhecimento possibilita ao homem não só conhecer o mundo, mas 
também compreender, explicar e transformar sua própria realidade.
Todavia, para que a sociedade possa caminhar e se desenvolver, é imprescindível 
que todos tenham acesso a esse conhecimento, cuja apropriação pode dar-se de 
diversas maneiras.
O conhecimento possui dois elementos básicos: um sujeito e um objeto. O sujei-
to é o homem, o ser racional e cognoscente; o objeto é a realidade na qual ele vive. 
Existe relação estreita entre o sujeito e objeto; o homem só é sujeito quando está co-
nhecendo o objeto, e a realidade só se torna objeto quando é conhecida pelo sujeito.
Cognoscente é o homem em processo de construção do conhecimento (SILVA, 1998, p.29).
Ex
pl
or
Tipos de conhecimento: senso comum, teológico (religioso), filosófico 
e científico
Entre os conhecimentos que o homem produz na tentativa de explicar e 
compreender o mundo e dar sentido para as coisas, destacam-se:
• o senso comum;
• o teológico (religioso);
• o conhecimento filosófico; e 
• o conhecimento científico.
Senso comum: é o modo espontâneo e pré-crítico de conhecer. Todo homem, 
no percurso de sua existência, acumula conhecimentos e experiências daquilo que 
viveu, viu e ouviu de outras pessoas, interiorizando as tradições da sociedade.
Assim, o senso comum refere-se a opiniões individuais e subjetivas das pessoas 
sobre as coisas e os acontecimentos, como resultado de suas próprias experiências. 
É um conhecimento que se adquire independentemente de estudos ou pesquisas, 
entendido como sendo aquele que aborda os fatos sem lhes investigar as causas, 
sem recorrer à fundamentação técnica, sistemática ou objetiva.
7
UNIDADE Epistemologia
Também chamado de “vulgar”, “popular” e “empírico” é o conhecimento 
do dia a dia, do cotidiano, da vida das pessoas (...) Faz parte da tradição 
de uma comunidade e resulta de simples transmissão de uma geração a 
outra (BARBOSA, 2006, p. 45).
Tais características, entretanto, não devem fazer supor que este tipo de 
conhecimento seja desprezível ou desprovido de significação. O senso comum:
[...] é a primeira compreensão do mundo resultante da herança fecunda 
de um grupo social e das experiências atuais que continuam sendo 
efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos 
projetos de vida adquirimos convicções e confiança para agir (ARANHA; 
MARTINS, 1992, p.56). 
Apesar de o senso comum não poder ser desprezado, pois é a partir dele que 
o indivíduo acumula conhecimento e experiências de vida, ele é muito subjetivo e 
pessoal. Uma opinião pessoal não pode ser considerada verdade, a menos 
que seja demonstrada cientificamente.
Já os conhecimentos teológico (religioso) e filosófico são inexperimentáveis, 
pois dependem do exercício do pensamento e advém da necessidade de 
transcendência que o homem possui; é um exercício de pensar os acontecimentos 
além de suas aparências.
· Conhecimento Teológico (religioso): é a crença em divindades, forças 
superiores, manifestações divinas. Esse tipo de conhecimento não admite 
questionamentos, não se baseia na razão, e sim, na Fé. A “verdade” surge 
da revelação.
· Conhecimento filosófico: busca respostas na reflexão dos homens sobre 
si mesmos e sobre a realidade. Os temas de reflexão filosóficos mudam 
na medida em que o contexto histórico se transforma.
Quanto ao objeto de conhecimento da filosofia, pode-se indicá-lo como 
sendo o tudo. Procura-se conhecer o ser e o não ser, o bem e o mal, o 
mundo dos seres, dos homens. As proposições filosóficas são situadas 
em um contexto cultural que considera o homem inserido na história. 
A filosofia é, pois, uma reflexão crítica também da sociedade, da 
política, do direito e da educação, e é o seu fundamento (BARROS; 
LEHFELD, 2000, p.35).
Pode-se pensar filosoficamente a Ciência, a Arte, a Religião, o homem etc. e 
quando assim se procede, procura-se conhecer as causas primeiras dos fenômenos, 
contrariamente ao que sucede com o conhecimento científico, que fica restrito às 
causas próximas, às suas particularidades.
Ao mesmo tempo em que produz conhecimentos, o homem interroga-se 
a respeito de sua validade: o que é a verdade? Pode-se confiar na capacidade 
cognitiva do ser humano? Quando os conhecimentos advindos dela podem ser 
considerados verdadeiros?
8
9
Historicamente, desde os primeiros filósofos até os nossos dias, debate-se o 
problema: a verdade está no objeto ou na relação do sujeito com o objeto? Este 
debate é fecundo, fazendo com que surjam diversas interpretações sobre a questão 
da verdade e da validade do conhecimento. Cada pensador, cada corrente filosófica, 
cada cientista responde a essas questões de maneira diferente.
Nem todos os pensadores e cientistas chegam às mesmas conclusões sobre as 
questões que envolvem as “verdades”.
E é até bom que seja assim, para que os conceitos e achados científicos sejam 
exaustivamente testados e comprovados, reduzindo as margens de erros. 
Toda essa polêmica, tratada aqui de maneira bastante ligeira, na medida em que 
desafia o espírito humano e provoca divergências aparentemente inconciliáveis, é 
benéfica e só tem estimulado o aprofundamento de questões ligadas à epistemologia 
e à filosofia da Ciência.
Conhecimento científico: o conhecimento científico, ao contrário do conheci-
mento comum:
Busca compreender a realidade de maneira racional, descobrindo relações 
universais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever 
acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a natureza 
(ARANHA; MARTINS, 1992, p.89). 
O conhecimento científico não atinge simplesmente os fenômenos em sua 
manifestação global, mas investiga sua causa, sua constituição íntima, caracterizando-
se, desta forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de 
justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer eventos futuros.
A “Verdade” em Ciência: Objetividade
e Subjetividade
Ao contrário do uso pouco rigoroso que o homem comum faz da palavra 
Ciênciaem seu cotidiano, no meio acadêmico, esta palavra é tomada no seu 
sentido estrito: trata-se de uma forma de conhecimento sistemático dos fenômenos 
naturais, sociais, biológicos, matemáticos, físicos e químicos, pelos quais se pode 
chegar a um conjunto de conclusões lógicas, demonstráveis por meio de pesquisas. 
[...] a Ciência busca um ideal de comunicação universal: a linguagem 
científica comunica informação a quem quer que possa entendê-la, 
mercê de um treinamento anterior (...) a comunicação dos resultados 
e das técnicas da ciência serve não apenas para divulgar, mas também 
para multiplicar as possibilidades da confirmação ou refutação do 
conhecimento que está sendo comunicado por parte da comunidade 
científica (...) (MOREIRA, 2004, p. 10).
9
UNIDADE Epistemologia
Por mais que a mensagem, ou a Ciência seja “objetiva”, não devemos esquecer 
que, no momento exato em que a pessoa – o sujeito – toma consciência de sua 
existência, esta se torna também, “subjetiva”.
Cada ser possui sua própria visão de realidade, seu modo de guardar informações, 
baseado em sua experiência de vida. Ou seja, todos os esforços buscando a 
objetividade e o caráter universal do conhecimento tornam-se nulos no momento 
em que atingem seu objetivo, a divulgação. Isso ocorre porque milhares de pessoas 
com milhares de experiências de vida diferentes irão criar interpretações pessoais 
das mais variadas categorias.
Assim, as verdades científicas são provisórias, pois são datadas, ou seja, com as 
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais nos diferentes contextos 
históricos, as Ciências se transformam e, consequentemente, as verdades também 
sofrem alterações.
Critérios de Cientificidade
Um dos requisitos primordiais para um assunto ou fato estudado alcançar o 
estatuto da Ciência é a utilização de métodos científicos. O entendimento do 
método passou a ser condição necessária ao estabelecimento de limites, na 
demarcação do que se considera científico ou não. 
Nos dias de hoje, muitas áreas da ciência se sobrepõem de tal forma que 
estudiosos de áreas diferentes podem se dedicar a um mesmo tipo de 
problema, com pontos de vistas distintas (OLIVEIRA, 1997, p.48).
Se diversos são os enfoques, diversos também são os modos de se levantar 
fatos e de se produzir ideias. Ou seja, as formas de procedimentos técnico e 
lógico do raciocínio científico são variadas, como vários são os métodos para o 
desenvolvimento da Ciência. O método guia o trabalho intelectual (produção das 
ideias, experimentos e teorias) e avalia os resultados obtidos.
O método é constituído por um conjunto de procedimentos que devem ser observados na 
busca do conhecimento e transformação da realidade.
Em resumo:
“Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor 
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um 
resultado desejado” (CERVO; BERVIAN, 1996, p.23).
Ex
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or
No processo de produção do conhecimento, o pesquisador elege o método que 
lhe parece mais apropriado à natureza do assunto que vai estudar. Método e conteúdo 
devem estar relacionados, vez que, tão importante quanto o conhecimento, é a 
maneira como se chegou a ele.
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Todo trabalho científi co, seja de natureza teórico-conceitual ou de natureza 
empírica, deve esclarecer o caminho percorrido para sua efetivação.
O estudante pesquisador deve compreender que se existem diversos métodos 
para a realização de pesquisas que buscam contribuir para o desenvolvimento das 
ciências, algumas questões são fundamentais e devem ser respondidas para maior 
compreensão do que é Ciência e da importância dela, tais como:
• Afinal, quais são os critérios de cientificidade?
• O que diferencia teorias científicas de outros tipos de teoria (teorias metafísicas 
e especulativas)?
• O que leva cientistas a considerar uma teoria melhor do que a outra, quando 
ambas se propõem a explicar os mesmos fenômenos?
Para responder estes dilemas, a própria comunidade científica/acadêmica 
estabelece critérios para que uma teoria, estudo ou descoberta tenha valor científico, 
tais como: coerência, consistência, originalidade e objetividade, aplicabilidade, 
replicabilidade, além de se submeter, necessariamente, à apreciação crítica da 
comunidade científica, após sua imprescindível divulgação.
Espírito Científi co: a Função da Curiosidade
A história humana é a história das lutas pelo conhecimento da nature-
za para interpretá-la e para dominá-la. Cada geração recebe um mundo 
interpretado por gerações anteriores. Esta história está constituída por 
interpretações místicas, proféticas, filosóficas, científicas, enfim, por ideo-
logias. Cada indivíduo que vem ao mundo já o encontra pensado, pronto: 
regras morais estabelecidas, sociedade organizada, religiões estruturadas, 
leis codificadas, classificações preparadas. No entanto, tal estruturação 
do mundo não justifica a alguém se sentir dispensado de repensar este 
mundo, porque caso contrário tem-se o lugar comum, a mediocridade e, 
o que é pior, a alienação (BASTOS; KELLER, 2000, p.54).
A ciência experimental surgiu e se desenvolveu no início do século XVII, sempre 
imersa nas discussões filosóficas que tratavam sobre os limites do raciocínio científico, 
sobre o que a ciência considerava como verdade e questionava a capacidade do 
homem em conhecer o universo por meio dos seus falhos instrumentos pessoais. 
Havia uma urgente necessidade de aperfeiçoar os sentidos físicos: visão, audição e 
tato, bem como amplificar o poder por meio das máquinas.
O espírito humano, sempre curioso e duvidando de tudo, tentava se apoiar nas 
variadas filosofias, na tentativa de encontrar soluções para os problemas humanos. 
11
UNIDADE Epistemologia
Apesar de todos os avanços nos campos das ciências, foi somente no século XX 
que a Filosofia científica ganhou autonomia como Disciplina. A Ciência passou a 
ser um fator de história e de cultura, entrelaçando-se com concepções de ordem 
moral, política e ética.
A curiosidade passa a ter função especial para o cientista, vez que é fundamental 
para o desenvolvimento da própria Ciência obter o perfeito entendimento de 
determinada teoria, estabelecendo-se por vezes o confronto com outras teorias no 
passado ou no presente.
A evolução constante do homem, por meio do conhecimento científico, tem 
aumentado a longevidade, solucionado problemas seculares e, consequentemente, 
levará a Humanidade a padrões de vida cada vez melhores. Pelo menos é este o 
objetivo da Ciência.
O ser humano vive em constantes questionamentos sobre a própria existência 
e deseja ansiosamente encontrar respostas e, para isso, cria representações da 
realidade que percebe e a isso chama de conhecimento. Esse conhecimento 
sistematizado, comprovado por outras pessoas, chama-se conhecimento científico.
O conhecimento científico é aquele que resulta da investigação científica, seus 
métodos e técnicas. Deriva da necessidade de achar soluções para os diversos 
problemas do dia a dia e também de explicar de modo sistematizado e comprovado, 
teorias capazes de replicação, testagem e de comprovação empírica. 
Desta forma, o conhecimento científico surge não apenas da necessidade de 
encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, mas do desejo 
de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas por meio 
de provas empíricas. 
Essa busca do ser humano para achar solução para os seus problemas levou ao 
desenvolvimento do conhecimento científico, que ajuda na solução dos problemas. 
Paradoxalmente, muitos homens têm criado problemas no uso de muitas descobertas 
e invenções. Mas é o mau uso que traz consequências indesejáveis. Certamente o 
bom uso das descobertas e criações humanas traz bem estar, saúde e conforto. 
Dê uma olhada ao seu redor: a luz elétrica, o celular, o computador, o avião, a 
Internet, não são boas soluções?
A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos 
existentes originários quer do sensocomum, quer do corpo de conhecimentos 
existentes na Ciência, são insuficientes para explicar os problemas surgidos. O 
conhecimento prévio que nos lança a um problema pode ser tanto do conhecimento 
ordinário, quanto do científico.
12
13
Quando o homem sai de uma posição meramente passiva, de testemunha dos 
fenômenos, sem poder de ação ou controle deles, para uma atitude racionalista 
e lógica, que busca entender o mundo por meio de questionamentos, surge a 
necessidade de se propor um conjunto de métodos que funcionem como uma 
ferramenta adequada para essa investigação e compreensão do mundo que o cerca. 
O homem quer ir além da realidade imediatamente percebida e lançar princípios 
explicativos que sirvam de base para a organização e classificação que caracteriza 
o conhecimento.
Por meio desses métodos, obtêm-se enunciados, teorias e leis que explicam as 
condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a 
um problema, sendo possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir 
um corpo de novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na 
verificação dessas predições e na correspondência desses enunciados com a 
realidade fenomenal.
A Ciência se vale da crítica persistente que persegue a localização dos erros, 
por meio de procedimentos rigorosos de testagem que a própria comunidade 
científica reavalia e aperfeiçoa constantemente. Esse método crítico de constante 
identificação de dificuldades, contradições e erros de uma teoria, garante à Ciência 
uma confiabilidade.
O que se opõe ao espírito científico é o dogma, que bloqueia a crítica por se 
julgar autossuficiente e clarividente na sua compreensão do mundo, e acaba por 
impedir eventuais correções e aperfeiçoamentos, muitas vezes induzindo ao erro, 
fraudes, ignorância e comportamento intolerante. É, portanto, errôneo achar que 
a dogmatização de um conhecimento é superior só porque é imutável.
Dogmas são doutrinas que nos são apresentadas como inquestionáveis e indiscutíveis.
Ex
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O verdadeiro espírito científi co consiste, justamente, em não dogmatizar os 
resultados de uma pesquisa, mas em tratá-los como eternas hipóteses que merecem 
constante investigação. 
A curiosidade que leva ao desenvolvimento do espírito científico é uma busca 
permanente da verdade, com consciência da necessidade dessa busca, expondo as 
suas hipóteses à constante crítica, livre de crenças e interesses pessoais, conclusões 
precipitadas e preconceitos.
Embora não se possam alcançar todas as respostas, o esforço por conhecer e a 
busca da verdade continuam a ser as razões mais fortes da investigação científica.
13
UNIDADE Epistemologia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Metodologia do Trabalho Científico - Ebbok
https://goo.gl/DBIM75
Principais Linhas Epistemológicas Contemporâneas
https://goo.gl/u8gOiD
Concepções sobre Objetividade / Subjetividade no fazer Ciência e Possíveis Implicações na Sala de Aula Universitária
https://goo.gl/JwvCac
14
15
Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000.
BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São 
Paulo: Expressão & Arte, 2006.
BARROS, Aidil Jesus da Silveira.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. 
Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. São 
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.
BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à 
metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000.
BITTAR, Eduardo C. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da 
monografia para os cursos de Direito. São Paulo: Saraiva, 2001.
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre:UFMG, 2004. 
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6.ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 
GALLIANO, A . C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
GIL, A . C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: 
Vozes, 2003.
JAPIASSÚ, H. Nascimento e morte das Ciências Humanas. Rio de Janeiro: F. 
Alves, 1978.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12.ed. Petrópolis: 
Vozes, 1997.
KUHM, T. S. A Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da Informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002.
MOREIRA, Daniel A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: 
Pioneira Thomson Learning, 2004.
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. São Paulo: 
Cortez, 2000.
15
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Mathias Gonzalez
Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vilma Silva Lima
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Ap. Cesarin
Métodos Científicos
• Introdução
• Métodos Científicos
• Tipos de Métodos
• Relação entre Método e Técnica
 · Pretende-se, ao final desta unidade, que você tenha compreendido 
que: o método é a trajetória percorrida pelo pesquisador na apreensão 
do objeto de análise; existem métodos diferentes para apreensão dos 
fenômenos naturais e sociais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Métodos Científi cos
UNIDADE Métodos Científicos
Introdução
Munidos das informações necessárias sobre como se dá a construção e a exe-
cução do processo investigativo da Ciência, você acredita que os métodos científi-
cos são mecanismos essenciais para se obter novos conhecimentos e transformar 
a realidade?
O método científico refere-se a um conjunto de regras básicas relacionadas aos 
procedimentos que produzem o conhecimento científico. Dito de outra forma, 
o método científico pode ser encarado como sendo o caminho utilizado para a 
construção do discurso científico, ou seja, a trajetória que o pesquisador percorrerá 
para conhecer o objeto a ser investigado e construir o conhecimento.
Nas próximas páginas, pretende-se mostrar a você os tipos de métodos criados 
no processo de desenvolvimento do homem em busca do conhecimento, partindo-
se da relação que se estabelece entre sujeito e objeto do conhecimento.
8
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Métodos Científi cos
Conceituação e Importância do Método
Para reforçar o que aprendemos nas Unidades anteriores, de que a Ciência é 
um procedimento metódico que busca conhecer, interpretar e intervir na realidade, 
estudaremos alguns dos diferentes métodos científicos.
O método não é único e nem sempre o mesmo para o estudo deste 
ou daquele objeto e/ou para este ou aquele quadro da ciência, uma vez 
que reflete as condições históricas do momento em que o conhecimento 
é construído. Somente à base desta reflexão o pesquisador conseguirá 
compreender o plano histórico e dinâmico do conhecimento científico 
(BARROS; LEHFELD, 2000, p. 55).
Método significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um 
objetivo. Portanto, entende-se que:
É um procedimento de investigação e controle que se adota para o 
desenvolvimento rápido e eficiente de uma atividade qualquer. Não se 
executa um trabalho sem a adoção de algumas técnicas e procedimentos 
norteadores da ação (BASTOS; KELLER, 2000, p.84).
Que dizer, então, do método científico? Poderia dizer que é o caminho trilhado 
pelo cientista quando em busca de “verdades” científicas. Quais são as “verdades” 
científicas? O que é ser cientista? O que é Ciência? Existe uma Ciência única? 
Quando nos reportamos a uma hipotética linha demarcatória a separar o que 
julgamos ser uma verdade científica de outras possíveis verdades, a que nos estamos 
referindo? Por estas questões, nota-se que o método tem vital importância, já que 
é por meio dele que se alcançam as verdades buscadas pela Humanidade por meio 
dos pesquisadores.
Qualquer pessoa pode realizar uma experiência que julgue ser bem-sucedida, massempre necessitará da comprovação científica por meio de provas. Os cientistas só 
aceitarão uma teoria ou descoberta depois que a replicarem ou obtiverem provas 
irrefutáveis até aquele momento.
Uma experiência científica só será considerada válida para o mundo da Ciência 
se for realizada seguindo determinadas normas controladas. Os cientistas se 
esmeram em replicar incontáveis vezes uma experiência até terem certeza de que 
foram obedecidos todos os critérios de cientificidade exigidos pela Ciência.
O cientista é aquele que se utiliza do método científi co para encontrar a solução dos 
problemas ou compreender o universo à sua volta. Assim, o método científi co é o caminho 
trilhado pelo cientista
Ex
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or
9
UNIDADE Métodos Científicos
No método científico, a hipótese é o caminho que deve levar à formulação de uma 
teoria. O cientista, na sua hipótese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever 
outros acontecimentos dele decorrentes. A hipótese deverá ser testada/aplicada 
para que os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem perfeitamente a 
hipótese; então, ela será aceita como teoria.
Para simplificar, a hipótese é uma tentativa preliminar de resposta ao problema 
da pesquisa:
DÚVIDA PROBLEMA HIPÓTESE
TENTATIVA DE SOLUÇÃO
A hipótese é uma resposta provisória e antecipa algo que será ou não confirmado 
com a pesquisa.
O método científico é composto pelas seguintes fases:
• Observação de um fato;
• Formulação de um problema;
• Proposta de uma hipótese;
• Realização de uma pesquisa para testar a validade da hipótese.
Para maior segurança nas conclusões, toda pesquisa deve ser controlada com 
técnicas que permitem descartar as variáveis que podem mascarar o resultado.
Tipos de métodos
Existem vários tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesqui-
sadores de diferentes áreas do conhecimento para se chegar a determinados resul-
tados. São eles:
a) Método indutivo: é aquele que parte da observação de casos particulares 
para o estabelecimento de hipóteses de caráter geral. Trata-se do método 
proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o 
conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em 
consideração princípios preestabelecidos.
Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se 
desejam conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir 
as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na 
relação verificada entre os fatos ou fenômenos. Observe o exemplo a seguir:
10
11
• João é mortal.
• Paulo é mortal.
• Manoel é mortal.
• Ora, João, Paulo e Manoel são homens.
• Logo, (todos) os homens são mortais.
Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras 
podem levar a uma falsa conclusão.
b) Método dedutivo: é aquele pelo qual, a partir da observação de um princípio 
geral, chega-se a conclusões particulares. Parte de princípios reconhecidos 
como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira 
puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. É o método 
proposto pelos racionalistas (Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais 
só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de 
princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Como neste exemplo:
• Todo mamífero é vertebrado.
• Todo homem é mamífero.
• Logo, todo homem é vertebrado.
c) Método hipotético-dedutivo: é aquele pelo qual, mediante a percepção de 
uma lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e, então, pelo processo 
de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de 
fenômeno abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991).
Pode-se apresentar as etapas do método hipotético-dedutivo da seguinte forma:
1. Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto 
são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema;
2. Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são 
formuladas conjecturas ou hipóteses. Para a explicação de um fenômeno, 
surge o problema;
3. Dedução de consequências observadas: das hipóteses formuladas, 
deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas;
4. Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as consequ-
ências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a 
todo custo confirmar as hipóteses, no método hipotético-dedutivo, ao con-
trário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la;
5. Corroboração: quando não se consegue demonstrar qualquer caso con-
creto capaz de falsear a hipótese, tem-se a sua corroboração, que é a confir-
mação da hipótese; entretanto, está é considerada provisória.
11
UNIDADE Métodos Científicos
Nesse caso, de acordo com Popper, a hipótese mostra-se válida, pois superou 
todos os testes, mas não definitivamente confirmada, já que a qualquer momento 
poderá surgir um fato que a invalide;
O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de criticas a indução, ex-
pressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935.Ex
pl
or
d) Método dialético: procura contestar uma realidade posta, enfatizando as 
suas contradições. Para toda tese, existe uma antítese, que, quando contra-
posta, tende a formar uma síntese.
Tal método funda-se numa concepção dinâmica da realidade e das relações 
dialéticas entre sujeito e objeto, conhecimento e ação, teoria e prática.
O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras 
de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo 
estudo de sua ação recíproca (...) É contrário a todo conhecimento 
rígido: tudo é visto em constante mudança, pois sempre há algo 
que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega, se transforma 
(ANDRADE, 1999, p.114-5).
O método dialético, portanto, é contrário a todo conhecimento rígido, pois tudo 
é percebido como em constante mudança;
e) Método fenomenológico: não se limita à descrição dos fenômenos. 
Também é, ao mesmo tempo, tentativa de interpretação desses fenômenos, 
com o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos 
mais fundamentais que os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a 
pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo que, pela rotina, foi 
perdendo relevo e significação, foi ficando oculto pelo uso, pelo hábito, pelo 
senso comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite reeducar, 
reorientar o olhar que investiga.
O método fenomenológico valoriza, sobretudo, a interpretação do mundo, o 
qual surge intencionalmente à consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que, 
na pesquisa de orientação fenomenológica, o sujeito deixa de ser um observador 
imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma, a 
condição de “ator”. Aliás, um os méritos do método fenomenológico é justamente o 
de questionar os procedimentos positivistas, encarecendo a importância do sujeito 
no processo da construção do conhecimento.
Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à 
caracterização, pretendendo-se, ao contrário, sempre aberta a novas interpretações.
12
13
É importante ressaltar que, conforme Masini (1989), alguns autores consideram 
inadequado falar em método fenomenológico. Segundo eles, não haveria tal 
método, mas regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o fenômeno 
(aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar 
em método, mas em atitude fenomenológica;
f) Método histórico: específico das ciências sociais, parte do princípio de 
que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm suas 
raízes no passado, sendo, portanto, fundamental pesquisar sua origem para 
bem compreender sua natureza e função. Por exemplo, para se investigar 
uma instituição social como a família e as relações de parentesco, o método 
histórico pesquisa, no passado,os elementos constitutivos dos vários tipos de 
família e as fases de sua evolução social.
O método histórico “consiste em investigar os acontecimentos, processos e ins-
tituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje” (ANDRA-
DE, 2003, p. 133).
Dessa forma, o pesquisador que utiliza o método histórico tem a preocupação 
de colocar o fenômeno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja, 
contextualizá-lo. Assim, será capaz de acompanhar suas sucessivas alterações e 
de compará-lo a fenômenos semelhantes em sociedades diferentes (LAKATOS; 
MARCONI, 1991).
Dentro do método histórico, há toda uma diversidade de abordagem. É possível 
aplicar esse método ao estudo de um mesmo tema; porém, com enfoques tão 
diferentes quanto o positivista, o fenomenológico, o dialético etc.
Relação entre Método e Técnica
Na investigação científica, os termos “método” e “técnica” estão estreitamente 
relacionados e são comumente empregados sem uma compreensão exata da sua 
diferenciação semântica.
Como já foi anteriormente descrito, o método – termo já conhecido na Grécia 
Clássica (méthodos) foi usado por Platão e Aristóteles no sentido de “estudo 
ordenado de uma questão filosófica ou científica”. A palavra pode ser decomposta 
no prefixo metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota.
Em sentido genérico é, portanto, o caminho pelo qual se chega a um deter-
minado resultado.
Na terminologia científica, método pode ser definido como um conjunto de 
dados e regras de proceder, permitindo atingir um fim previamente determinado. 
Por exemplo: pesquisa experimental, diagnóstico, operação, tratamento, reação 
físico-química ou biológica, prova clínica ou teste de laboratório. Muitos teóricos 
definem método como um conjunto de meios dispostos convenientemente para se 
chegar a um fim.
13
UNIDADE Métodos Científicos
A palavra “técnica” vem do grego tékhne, e significa arte. Se o método é o 
caminho, a técnica é o modo de caminhar. Técnica subentende o modo de pro-
ceder em seus menores detalhes, a operacionalização do método segundo nor-
mas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade em sua execução. 
Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica.
O método científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que 
desafia a inteligência; o cientista elabora uma hipótese e estabelece as condições 
para seu controle, a fim de confirmá-la ou não. A conclusão é então generalizada, 
ou seja, considerada válida não só para aquela situação, mas para outras similares. 
Além disso, quase nunca se trata de um trabalho solitário do cientista, pois, hoje 
em dia, cada vez mais as pesquisas são objetos de atenção de grupos especiali-
zados ligados às universidades, às empresas ou ao Estado. De qualquer forma, a 
objetividade da ciência resulta do julgamento feito pelos membros da comunidade 
científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as conclusões, 
divulgadas em revistas especializadas e congressos.
Assim, dentro da visão do senso comum, a Ciência busca compreender a 
realidade de maneira racional, descobrindo relações universais e necessárias entre 
os fenômenos, o que permite prever os acontecimentos e, consequentemente, 
também agir sobre a natureza.
Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhe-
cimento sistemático, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do método, 
não é conveniente pensar que a Ciência é um conhecimento certo e definitivo, pois 
ela avança em contínuo processo de investigação que supõe alterações à medida que 
surgem fatos novos, ou quando são inventados novos instrumentos.
Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram reformuladas 
por diversos matemáticos que desenvolveram técnicas para aplicá-las de maneira 
mais precisa.
No século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepção 
clássica que a luz se propaga em linha reta. Isso serve para mostrar o caráter 
provisório do conhecimento científico sem, no entanto, desmerecer a seriedade e 
o rigor do método e dos resultados. Ou seja, as leis e as teorias continuam sendo 
de fato hipóteses com diversos graus de confirmação e verificabilidade, podendo 
ser aperfeiçoadas ou superadas.
• A partir da explanação feita acima, será que podemos afirmar que existe um 
método universal?;
• Será que os métodos universais devem ser considerados válidos para situações 
diversas? E tendo situações diferentes, podemos qualificá-las como universais?;
• Como descrever relações universais por meio de métodos “individuais”?;
• Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente?;
• Será que podemos nomear o método como sendo universal?
14
UNIDADE Métodos Científicos
Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000.
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: 
Atlas, 2003.
BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São 
Paulo: Expressão & Arte, 2006.
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. 
Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. São 
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.
BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à 
metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000.
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre: UFMG, 2004.
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: 
Vozes, 2003.
JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. 
Alves, 1978.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12.ed. Petrópolis: 
Vozes, 1997.
KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002.
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. São Paulo: 
Cortez, 2000.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Vilma Lima
Revisão Textual:
Prof. Ms. Cláudio Brites
Textos Científicos
• Trabalhos Científicos
• Tipos de Trabalhos Científicos
• Trabalhos de Encerramento de Cursos
 · Nesta unidade da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, pre-
tendemos apresentar a você os principais tipos de trabalhos científicos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Textos Científi cos
UNIDADE Textos Científicos
Trabalhos Científicos
A preparação planejada e metódica de um trabalho científico, tal como o que é 
exigido nos cursos de graduação e pós-graduação, supõe uma sequência de etapas. 
As principais etapas para elaboração dos trabalhos são: determinação e 
delimitação do tema, levantamento bibliográfico e de fontes primárias de 
pesquisa acerca do tema, leitura e análise da documentação, construção lógica do 
trabalho e, finalmente, redação do texto. 
Determinação e Delimitação do Tema 
A determinação do assunto a ser tratado envolve a escolha e a delimitação 
do tema. A escolha do tema deve estar vinculada a dois aspectos fundamentais: 
formação do pesquisador e sua prática cotidiana. As vivências dos problemas 
no desempenho profissional diário ajudam a alcançar a clareza necessária ao 
investigador na delimitação e resolução do problema (TRIVINÕS, 1987, p. 93). O 
tema delimitado facilita a pesquisa.
A partir de uma visão clara do tema, sob determinada perspectiva, faz-se a 
problematização. A formulação do problema, da hipótese ou das questões de 
pesquisa a serem investigadas deve ser redigida com precisão e objetividade. 
Importante!
Devemos ter maiores cuidados em relação a temas que já foram objetode outros 
estudos. Isso, no entanto, não deve impedir que um mesmo tema seja abordado por 
vários estudiosos, desde que façam uso de diferentes enfoques, o que permitirá, ao invés 
de redundância, alcançar conclusões inovadoras e complementares. 
Importante!
Levantamento Bibliográfico e de Fontes Primárias 
As fontes documentais ou fontes primárias referem-se a documentos, escritos ou 
não, tais como: documentos de arquivos públicos (jornais, documentos oficiais, dados 
estatísticos, dados históricos e material cartográfico, entre outros) documentos de 
arquivos privados (diários, memoriais, cartas, autobiografias e outros). Essas fontes 
são criadas no tempo em que se estuda, por uma autoridade, geralmente uma com 
conhecimento pessoal direto dos eventos descritos. São fontes entendidas como 
mais próximas à origem da informação ou da ideia em estudo.
As fontes bibliográficas ou secundárias abrangem todo o material que tenha sido 
tornado público por um profissional ou pesquisador, que tenha analisado as fontes 
primárias de pesquisa. Portanto, tratam-se daquelas informações originalmente 
apresentadas em outros lugares.
8
9
O levantamento de fontes faz-se mediante consultas a catálogos e fichários de 
bibliotecas, sumários de publicações, bancos de teses e dissertações, material de 
divulgações, material de divulgação de editoras, listas bibliográficas constantes de 
livros e artigos ligados ao tema, programas de busca da Internet etc.
Levantando o material, faz-se necessária uma triagem, já que nem tudo será 
lido e estudado. Neste ponto, as resenhas são importantes por indicarem se o 
material é ou não útil ao desenvolvimento da pesquisa. Quando não há resenhas 
disponíveis, deve-se procurar informações diretamente na obra: prefácios, orelhas, 
sumários, passagens do texto etc. 
É no momento da triagem que se identifica aquele material, não só relevante, 
como mais adequado ao desenvolvimento do trabalho, deixando-se de lado obras 
genéricas como enciclopédias, revistas não especializadas, livros didáticos, enfim, 
todo material que não apresente grau de complexidade compatível com o nível que 
o pesquisador pretende alcançar. 
Ao contrário do que se pensa, não se deve pesquisar apenas em documentos 
recentes e atualizados. Uma pesquisa científica deve ser iniciada a partir de 
referências antigas, quando o assunto assim o ensejar. Os livros, as revistas, os 
jornais e mesmo a internet podem ser fontes valiosas de informações relevantes na 
pesquisa que se deseja realizar. São necessários dados quantitativos e qualitativos 
que possam validar os fundamentos do estudo desejado.
Leitura e Análise da Documentação
De posse das informações obtidas mediante a busca, levantamento e leitura 
preliminar das fontes de pesquisas, faz-se necessária a elaboração de um plano 
prévio do trabalho a ser desenvolvido. Trata-se de um esboço traçado a partir das 
grandes linhas que estruturarão o estudo. Sendo provisório, este plano inicial, na 
medida em que incorpora ganhos de leitura, sugestões de especialistas, dados de 
observação da realidade, poderá sofrer reformulações mais ou menos profundas. 
Estabelecido o plano prévio, inicia-se a leitura propriamente dita do material 
selecionado, leitura esta seguida de anotações: fichamentos, resumos, resenhas 
e mesmo comentários pessoais, os quais devem ser classificados e arquivados, 
tendo em vista a redação do texto final.
A Construção Lógica do Trabalho 
A construção lógica do trabalho é expressa mediante o encadeamento lógico 
das ideias, com o objetivo de comunicar ao leitor todo o percurso do estudo e suas 
conclusões. Qualquer que seja sua natureza: resenha, artigo, monografia etc., o 
trabalho científico deve se constituir numa totalidade inteligível e organicamente 
estruturado. Para tanto, é preciso que as seções do trabalho, os capítulos, os 
parágrafos, organizem-se de modo coeso, numa sequência lógica, de modo que o 
leitor seja capaz de seguir o fio condutor do raciocínio.
9
UNIDADE Textos Científicos
Redação do Texto 
A redação de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atenção para evitar 
problemas de digitação, problemas com pontuação, ortografia, concordância ou 
incoerência dos dados apresentados, entre outros.
Nunca uma primeira redação pode ser dada como definitiva: é indispensável 
a redação prévia das partes e outra redação global do trabalho. Esta 
redação deverá ser revista, criticada, uma ou duas vezes, para que se 
possa considerá-la como definitiva (ANDRADE, 2003, p. 89).
No momento da redação final do trabalho, é muito importante que o estudante/
pesquisador tenha em mão dicionários, dicionários de sinônimos e manuais de 
redação, entre outros materiais, para evitar problemas de ortografia e, também, a 
repetição constante de palavras. 
A formatação do trabalho científico deverá seguir o padrão de Normas Técnicas 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As normas atualizadas da 
ABNT encontram-se na Biblioteca da Universidade.
Tipos de Trabalhos Científicos
Fichamento
O fichamento consiste no ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto 
visando a possibilitar ao estudante a assimilação do conhecimento, bem como 
facilitar a execução dos trabalhos acadêmicos. A ficha que pode ser produzida 
manualmente ou no computador deve conter a seguinte estrutura: cabeçalho 
indicando o assunto e a referência da obra, isto é, a autoria, o título, o local de 
publicação, a editora e o ano da publicação. Essa estratégia de estudo é bastante 
interessante de se efetivar, principalmente, quando estamos elaborando trabalhos 
mais extensos – monografia, dissertações – e etc. 
Existem diversos modelos de ficha de estudo. Cada aluno, no entanto, deve 
produzir a sua. Salientamos que é essencial constar nas fichas as informações 
bases do texto fichado, visando facilitar a utilização das informações da ficha. Para 
facilitar, já utilize as normas da ABNT. 
Anote sempre: nome completo do autor, título, editora, local, ano quantidade de 
páginas. Não esqueça, se for o caso de uma citação direta, de anotar a página na 
qual consta o trecho retirado. Essa ação facilitará muito o seu trabalho.
10
11
Fichamento: método de armazenamento, organização e consulta de informações, sobre 
livros ou documentos, a partir da elaboração de fi chas. Seu conteúdo facilita o estudo e a 
aprendizagem, pois pode ser apresentada na forma de resumos e resenhas. . 
Ex
pl
or
Fichamento – Exemplo
Assunto (TEMA): Vida e cotidiano Ficha no. 01
Referência Bibliográfica Completa:
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 4.ed. São Paulo: Paz e Terra, 
1992.
Texto da Ficha:
“O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do 
homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as 
habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social) 
em questão. É adulto capaz de viver por si mesmo na sua cotidianidade” 
(p.18).
“O adulto deve dominar, antes de mais nada, a manipulação das coisas 
[...] Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das 
relações sociais, continua também contendo inevitavelmente, de modo 
imanente, o domínio espontâneo das leis da natureza” (p. 19).
Tipo de fichamento: Citação
Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca da UNIT (UNIVERSIDADE 
TIRADENTES – Campus II - FAROLANDIA)
Resumo
Apresentação sucinta das principais ideias de um texto, ressaltando os trechos 
mais relevantes, sem adicionar comentários e/ou opiniões pessoais. Sua redação 
será obtida a partir da capacidade analítica e compreensiva do leitor. Portanto, 
quanto mais se tiver domínio e compreensão dos assuntos tratados no texto a 
ser resumido, maior será a capacidade de síntese e de interpretação. No mundo 
acadêmico, o desenvolvimento desse tipo de trabalho é importante, por que permite, 
“[...] em rápida leitura, recordar o essencial do que se estudou e [apresentar] a 
conclusão a que se chegou” (GALLIANO, 1986, p. 89).
Lembre-se: nesse tipode trabalho, a opinião de quem está lendo e resumindo o 
texto é dispensável. Trata-se de um monólogo no qual somente o autor tem voz, 
cabendo, portanto, a quem está resumindo somente a apresentação sucinta do que 
foi escrito. 
11
UNIDADE Textos Científicos
Além disso, é importante ressaltar que um resumo não é um simples recorte-
e-cole das partes que você julgou como as mais importantes do texto lido – o 
que deve ser feito é um trabalho de leitura, releituras e identificação das ideias 
mais relevantes que, posteriormente, deverão ser retransmitidas de forma breve 
e organizadas. Existem várias formas para se fazer um bom resumo, a título de 
informação, sugerimos a que segue:
1. Leia e releia o texto;
2. Anote, circule e identifique tudo o que você desconhece;
3. Busque informações sobre essas questões desconhecidas;
4. Busque as informações mais importantes/essenciais do texto;
5. Organize essas ideias de modo que fique fácil de entendê-las. Sugerimos 
que você tente responder a duas questões: 1. O que está sendo dito no 
texto?; 2. Como eu explicaria este assunto para alguém?;
6. Escreva o resumo com suas palavras.
Resumo - Exemplo
Texto - Lendas da Via Láctea
A Via Láctea era imaginada como o caminho para casa de Zeus/Júpiter. Era 
também considerada o percurso desordenado da corrida de Faetonte pelo 
Céu, enquanto conduzia o carro do Sol. Os povos nórdicos acreditavam que 
a Via láctea era o caminho seguido pelas almas para o céu.
Na Escócia antiga, ela era a estrada prateada que conduzia ao castelo do rei 
do fogo. Os índios primitivos acreditavam que a Via Láctea era o caminho 
que os espíritos percorriam até às suas aldeias, no Sol. O seu caminho é 
marcado pelas estrelas, que são fogueiras que os guiam ao longo do caminho.
Resumo:
Existem várias lendas acerca da Via Láctea. São vários os povos, desde os 
gregos, os nórdicos e os indígenas primitivos, que interpretam a Via Láctea 
como um caminho, um rio celestial ou como guia das almas até ao céu.
Resenha
A resenha, assim como o resumo, tem como principal característica a 
apresentação de um texto conciso, mas com uma avaliação positiva ou negativa 
sobre o texto resenhado. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo 
cultural como livros, filmes, peças de teatro etc. 
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Se no resumo não havia espaço para o diálogo, na resenha, esse espaço é 
indispensável. A ideia é ler o texto e dialogar com o autor e suas considerações. 
É importante ter claro que a resenha representa mais do que uma simples opinião. 
Você deverá compreender os assuntos tratados para criar sinergia entre as suas 
ideias e as ideias do autor da obra. Sua opinião, portanto, deverá ser baseada em 
argumentos e evidências reunidos e em um raciocínio próprio. Existem várias formas 
para se fazer uma boa resenha, a título de informação, sugerimos a que segue: 
• Resuma a obra a ser resenhada; 
• Discuta os aspectos positivos da obra;
• Identifique as contradições, os furos e as inconsistências da obra;
• Verifique se os dados ou pesquisas apresentadas pelo autor são suficientes 
para apoiar suas afirmações;
• Verifique se há perguntas sem respostas;
• Identifique/pesquise termos e conceitos com os quais não esteja familiarizado, 
para que possa compreender e dialogar com o texto.
Importante!
Resumo X Resenha
No resumo, objetiva-se sintetizar um texto-fonte, ressaltando, para isso, seus trechos 
mais relevantes, sem, no entanto, adicionar comentários e/ou opiniões pessoais; já na 
resenha, tem-se como característica principal a elaboração de um texto optativo, com a 
presença de uma avaliação crítica do fragmento analisado. Resumo X Resenha
Importante!
Não esqueça:
A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e 
cortês, sobre o assunto tratado no livro, evidenciando a contribuição do 
autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias (LAKATOS, 
1995, p. 234).
O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de 
informação encontrados, sem entrar em muitos pormenores, e, ao 
mesmo tempo, tecer elogios aos méritos da obra, desde que sinceros e 
ponderados (LAKATOS, 1995, p. 243).
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UNIDADE Textos Científicos
Resenha - Exemplo
Um gramatico contra a gramática
Gilberto Scarton
Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu 
ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um 
conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua 
materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula.
Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, 
intencionalmente, sempre na mesma tecla – uma variação sobre o mesmo 
tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções 
falsas da língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino 
da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar 
a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a 
postura prescritiva, purista e alienada – tão comum nas “aulas de português”.
O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico 
de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa 
experiência leva o leitor a discernir com rigor a gramática e comunicação: 
gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística; 
o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber 
gramáticos, dos linguistas, dos professores; e o ensino útil, do ensino inútil; 
o essencial, do irrelevante.
Essa fundamentação linguística de que lança mão – traduzida de forma 
simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público 
geral – sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de 
que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino 
gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural imanente ao ser 
humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como 
crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela 
linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, 
nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver 
seu espírito crítico e para falar por si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão 
original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções 
aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, 
numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese 
e atenua o choque que os leitores – vítimas do ensino tradicional – e os 
professores de português – teóricos, gramatiqueiros, puristas – têm ao se 
depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a 
gramática na sala de aula.
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Paper
Busca-se na ABNT a definição do que seja um paper, já que esse normalmente é 
confundido com artigo científico. Para a ABNT (1989), contudo, um paper consiste 
em um pequeno artigo científico, ou seja, podemos dizer que é um artigo científico 
mais resumido. Normalmente esse tipo de trabalho traz, em poucas palavras, a ideia 
de um projeto ou de um caso em andamento ou já analisado e suas argumentações 
e defesas, de modo claro e objetivo. Esse tipo de trabalho é bastante comum de ser 
solicitado em seminários e congressos, principalmente nas áreas de saúde. 
A estrutura de um paper é idêntica à de um artigo científico.
Artigo Científi co
O próprio nome já revela o que seja esse tipo de trabalho. Entendido no meio 
acadêmico como um texto científico cuja função é relatar os resultados de uma dada 
pesquisa, materializa-se sob a forma de um relato acerca dos resultados originais de 
um estudo. Para Santos (2007, p. 43), 
[...] são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim 
de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de 
um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma 
situação convertida.Cada instituição, revista, editora etc. define as regras específicas para o autor 
seguir. A formatação de praxe é a que segue:
Introdução: apresentação do artigo, onde se esclarece ao leitor a natureza 
do problema cuja resolução será descrita no artigo; o estado da arte do tema; o 
objetivo do artigo e sua relevância;
Desenvolvimento do artigo: descrição, ao longo de vários parágrafos, de todos 
os pontos relevantes da pesquisa realizada;
Conclusões: apresentação clara do que se concluiu com o estudo;
Referências: trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou endereços eletrônicos 
que foram referenciados ao longo do artigo. 
Artigo Científi co - Segundo a ABNT (NBR 6022, 2003, p.2), o artigo científi co pode 
ser defi nido como a “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute id-
eias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
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UNIDADE Textos Científicos
Projeto de Pesquisa
Esse tipo de trabalho consiste num importante passo da produção científica. É 
nele que o aluno apresenta, delimita e expõe seu objeto de estudo, especificando o 
tipo de abordagem que pretender utilizar durante a realização do estudo/pesquisa. 
Pode-se dizer que o projeto de pesquisa abre as portas para a realização da 
monografia, do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC ou de qualquer outro tipo 
de trabalho acadêmico. 
O referido trabalho deve expressar a síntese do conteúdo que será exposto no 
futuro trabalho acadêmico que se pretende realizar. Alguns itens são essenciais 
para a elaboração de um bom projeto de pesquisa:
• 1º Escolha do tema: apresentação do assunto que se pretende trabalhar;
• 2º Formulação do problema: apresentação dos problemas que esse as-
sunto sugere;
• 3º Hipóteses: resposta provisória para o problema de pesquisa;
• 4º Justificativa: apresentar os motivos que o levaram a escolher o assunto;
• 5º Objetivos: apresentar onde você pretende chegar com a pesquisa;
• 6º Referencial teórico: apresentação dos estados da arte do tema escolhido – 
identificar outras obras que já trabalharam com o mesmo assunto;
• 7º Metodologia da pesquisa: apresentar como a pesquisa será efetivada; ca-
minhos para se chegar aos objetivos propostos; qual o tipo de pesquisa será 
realizada; qual o universo/amostragem da pesquisa; quais os instrumentos de 
coleta de dados; como foram construídos os instrumentos de pesquisa; qual a 
forma que será usada para a tabulação de dados; como interpretará e analisará 
os dados e informações;
• 8º Cronograma: quais atividades serão desenvolvidas para a execução do pro-
jeto e em que prazo;
• 7º Referências: lista dos autores que serão citados no projeto.
Trabalhos de Encerramento de Cursos
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Os trabalhos de conclusão de curso de graduação, conhecidos como TCC, 
constituem uma modalidade de iniciação científica. O aluno apresenta um trabalho 
abordando algum tema que foi tratado durante o curso que está concluindo e 
deve demonstrar que domina tanto o assunto, quanto as técnicas formais para a 
produção de monografia. 
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17
Esse tipo de trabalho: implica em orientação de conteúdo e técnica, tendo por 
finalidade a conclusão de um curso. A institucionalização de tais monografias de 
final de curso visa calibrar a qualidade e aproveitamento do ensino que esta ou 
aquela faculdade oferece (BASTOS; KELLER, 2000, p. 66).
É necessária, também, para os que frequentam cursos de especialização, 
para a obtenção do título de especialista, a elaboração de um TCC (monografia) 
relacionado à área em questão.
Interdisciplinar (TGI)
O TGI é um documento exigido em cursos de graduação sobre estudos realizados 
pelos alunos, com o objetivo de induzir e fixar o aprendizado. Deve ser feito sob a 
coordenação do professor. As instituições de ensino estabelecem regras parecidas 
quanto à elaboração de um TGI. Eis algumas delas: 
a) O Trabalho de Graduação Interdisciplinar deve estar de acordo com as 
normas e regulamentos da instituição e a legislação brasileira vigente; 
b) A área de conhecimento a ser estudada deverá ter sido aprovada por uma 
Comissão, Coordenação de Trabalho de Graduação Interdisciplinar; 
c) As atividades efetivamente realizadas devem ser condizentes com o plano 
de trabalho; 
d) A carga horária mínima deve ser alcançada; 
e) Os objetivos propostos para o Trabalho de Graduação Interdisciplinar 
devem ser atingidos; 
f) O aluno deve comprovar conhecimento do Código de Ética relativo ao 
Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
g) O discente deverá apresentar, dentro dos prazos, os relatórios exigidos pela 
supervisão do Trabalho de Graduação Interdisciplinar; 
h) O aluno deverá apresentar, na data estabelecida, a defesa oral do Trabalho 
de Graduação Interdisciplinar perante a banca examinadora.
Apesar de muitas instituições de ensino superior requererem a elaboração de um 
TCC como requisito para a obtenção de uma graduação, nem sempre é exigido o 
TGI, que é opcional.
Monografi a 
A Monografia é um trabalho científico que se destina a estudar um assunto em 
específico, normalmente apresentada como um trabalho de conclusão de curso 
de graduação e pós-graduação lato sensu. Trata-se de um trabalho, normalmente, 
escrito apenas por uma pessoa. Atualmente é o mais disseminado tipo de trabalho 
científico. Caracteriza-se por ser um trabalho que apresenta resultado de uma 
investigação pouco complexa e sobre um tema único e bastante bem delimitado.
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UNIDADE Textos Científicos
Dissertação
A dissertação de mestrado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido 
em cursos de pós-graduação stricto sensu, como requisito para obtenção do grau 
acadêmico de mestre. 
O trabalho deve revelar domínio de conhecimentos específicos da área, 
capacidade de análise das fontes primárias e secundárias de pesquisa, capacidade 
de síntese e argumentação, pois pressupõe a defesa pública do trabalho para uma 
banca de professores pesquisadores doutores.
Tese
A tese de doutorado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido em cursos 
de pós-graduação stricto sensu, como requisito para obtenção do grau acadêmico de 
doutor. O trabalho possui como principal característica a originalidade e deve revelar 
domínio de conhecimentos específicos da área, capacidade de análise das fontes 
primárias e secundárias de pesquisa, capacidade de síntese, de elaboração de novos 
conceitos ou teorias que contribuam para o desenvolvimento do conhecimento cien-
tífico e, ainda, capacidade de argumentação, pois pressupõe a defesa do trabalho 
para uma banca de professores pesquisadores doutores e livre-docentes.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Apresentação e Tipos de Trabalhos Acadêmicos
https://goo.gl/DoHx7E
 Leitura
Resenha Acadêmica Descritiva
https://goo.gl/kfWdEz
Tipos de Trabalhos Acadêmicos
https://goo.gl/dU3IPX
Produção Acadêmica
https://goo.gl/2Txd2X
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UNIDADE Textos Científicos
Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000. 
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: 
Atlas, 2003.
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre:UFMG, 2004. 
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 
GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: 
Vozes, 2003. 
JAPIASSÚ, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. 
Alves, 1978. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: 
Vozes, 1997. 
KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002.MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2004.
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: 
Cortez, 2000.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Ana Barbara Pederiva
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vilma Lima
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Pesquisa Científica – Classificação
• Introdução
• Tipos de Pesquisas
• Diferenças entre o Método Qualitativo e Quantitativo
 · Estando no universo acadêmico, é preciso que o aluno adquira o 
conhecimento dos diferentes tipos de pesquisa e as linhas gerais 
para o desenvolvimento de um projeto científico. O conhecimento 
dos diferentes tipos de pesquisas, suas respectivas classificações e 
a escolha do método que melhor se aplica à questão da pesquisa e 
aos seus objetivos são fundamentais para a obtenção do sucesso na 
realização de um trabalho científico. Esta unidade de estudo propicia 
exatamente esse tipo de conhecimento. A ideia é inserir o aluno no 
mundo da pesquisa e do trabalho científico. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Pesquisa Científica – Classificação
UNIDADE Pesquisa Científica – Classificação
Contextualização
Não importa o nível de escolarização, nos cursos, em todos os níveis, será 
exigida, da parte do estudante, alguma atividade de pesquisa. 
Mas você sabe o que é pesquisa? Qual a sua finalidade?
Você sabia que o Brasil ocupa posição de destaque no ranking de qualidade científica, 
medido a partir de periódicos de impacto? Sim, o Brasil ocupa o primeiro lugar na América 
Latina e é 23º no ranking global. As informações estão na edição do Nature Index 2015.
Ex
pl
or
Introdução
Entende-se por pesquisa científica o conjunto de atividades que têm por finalidade 
buscar conhecimento para alguma dúvida que se tenha. Trata-se, portanto, de 
uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o 
emprego de métodos e técnicas científicas. Para Demo (2000, p. 20), “Pesquisa 
é entendida tanto como procedimento de fabricação do conhecimento, quanto 
como procedimento de aprendizagem (princípio científico e educativo), sendo 
parte integrante de todo processo reconstrutivo de conhecimento”.
Inúmeros autores, entre os quais Andrade (1999), Cervo e Bervian (1996), Gil 
(1982), Lakatos e Marconi (1991), Salomon (1977) e Severino (2000), ao con-
ceituarem pesquisa científica, concordam que se trata de procedimento eminente-
mente racional, que faz uso de métodos científicos, visando à busca de respostas e 
explicações para a questão em estudo. Enfatizam, também, o caráter processual da 
pesquisa enquanto atividade que envolve fases, desde a formulação adequada do 
problema até a elaboração e apresentação do relatório final ou monografia.
Se continuarmos a buscar definições para o que seja pesquisa, encontraremos 
diversas respostas. De maneira bastante simples, pesquisar pode ser entendido 
como a procura por respostas para as mais diferenciadas indagações. Isso posto, 
podemos concluir que pesquisamos a todo momento, ainda que, certamente, não 
o façamos cientificamente, ou seja, de modo sistemático e a partir do emprego de 
processos científicos. 
Consultar livros e revistas, verificar documentos, conversar com pessoas, fa-
zer perguntas a fim de obter respostas podem ser consideradas formas de se 
fazer pesquisa uma vez que se está fazendo uma investigação. Evidentemente, 
esse sentido mais genérico de pesquisa se opõe ao conceito de pesquisa cientí-
fica que tem por objetivo comprovar uma hipótese através do uso de processos 
científicos. Nesse sentido, a definição de Lakatos e Marconi (2007, p. 157) é 
bastante elucidativa, já que faz constar que a pesquisa pode ser considerada “[...] 
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um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um 
tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou 
para descobrir verdades parciais”. 
Pesquisar cientificamente significa não apenas procurar a verdade, mas, 
principalmente, descobrir respostas para perguntas ou soluções para os problemas 
levantados através do emprego de métodos científicos.
Antes de darmos prosseguimento, é preciso que fique claro que ainda que 
façamos pesquisa em vários momentos de nossa vida cotidiana, não se pode 
confundir uma simples indagação com pesquisa científica, já que esta pressupõe 
uma atividade científica completa, que vai desde a formulação do problema até a 
apresentação de seus resultados. 
Um estudo, por sua vez, será considerado científico quando:
• A partir de um marco teórico, discutir ideias e fatos relevantes.
• O assunto tiver caráter relevante e identificável para o autor e leitores.
• Tiver alguma utilidade para a ciência ou comunidade.
• O autor tiver domínio do assunto, capacidade de sistematização, recriação e 
crítica do material coletado.
• Apresentar algo inédito.
• A pesquisa indicar com clareza os procedimentos utilizados.
• Fizer constar elementos que possibilitem refutar ou aceitar as conclusões.
• Apresentar de modo rigoroso os documentos e fontes utilizadas.
• A comunicação dos resultados for organizada de modo lógico. 
• A escrita estiver gramaticalmente correta.
Após essa ligeira apresentação do que seja a pesquisa, nas próximas páginas, 
vamos pensar na pesquisa a partir de sua aplicação nas atividades acadêmicas. 
Sim, porque se na ”vida comum” pesquisamos o tempo todo, como já dissemos 
anteriormente, imagine isso no cotidiano da vida acadêmica, ou seja, durante o 
tempo em que você passar pela universidade, tanto no nível de graduação quanto 
de pós-graduação. A pesquisa lhe acompanhará durante todo esse período.
Para Cervo e Bervian (1996), os passos geralmente observados na realização de 
pesquisas são os seguintes: 
• Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses. 
• Efetuar observações e medidas. 
• Registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o in-
tuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada.
• Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em 
desacordo com as observações ou com as respostas resultantes. 
9
UNIDADE Pesquisa Científica – Classificação
• Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam 
condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução. 
• Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se 
esperar que surjam certas relações (CERVO e BERVIAN, 1996, p.46-47). 
As pesquisas costumam ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e 
nomenclaturas. Podem ser classificadas, por exemplo: 
• Segundo a área de conhecimento – em pesquisas sociológicas, antropológicas, 
educacionais etc.; 
• Segundo suas finalidades – em pesquisa pura ou aplicada; 
• Segundo as técnicas de coleta e interpretação de dados – em pesquisa 
quantitativa e qualitativa; 
• Segundo o ambiente em que se desenvolve – em pesquisas de campo, de 
laboratório. 
A essa diversidade correspondem múltiplas maneiras de interpretar os dados 
obtidos. São os diferentes marcos epistemológicos de que se lança mão para a 
compreensão da realidade estudada. O resultado não deve constituir uma verdade 
única, absoluta e inquestionável, mas uma forma de conhecimento que atribui um 
determinado sentido (não dogmático) àquele aspecto particular do real.
Conforme esclarece Pádua (1996), a classificação das pesquisas em diferentes 
tipos surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das próprias 
pesquisas. A autora, entretanto, observa: 
Para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer 
que o fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos 
e, para tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes 
enfoques, diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, 
dependendo dos objetivos a serem alcançadose as possibilidades do 
próprio pesquisador para desenvolvê-los. (PÁDUA, 1996, p. 32-33) 
Tipos de Pesquisas
Como já fora dito, o interesse e principalmente a curiosidade fazem com que o 
homem investigue sua realidade sob os mais diversificados aspectos e dimensões. 
É fato, também, que essa busca pelo conhecimento admite níveis diferenciados de 
enfoques e aprofundamentos em função do objeto de estudo, dos objetivos e da 
qualificação do pesquisador. 
Isso posto, fica evidente e natural a existência de inúmeros tipos de pesquisa, 
cada uma delas com suas especificidades.
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Quanto à
Natureza
Quanto aos
Objetivos
Quanto aos
Procedimentos
Pesquisa Básica
Pesquisa Aplicada
Pesquisa Exploratória
Pesquisa Descritiva
Pesquisa Explicativa
Pesquisa Bibliográ�ca
Pesquisa Documental
Pesquisa Experimental
Pesquisa Operacional
Estudo de Caso
Pesquisa-Ação
Pesquisa Participante
Expost-Facto
Figura 1
Fonte: Adaptado de Silva (2004)
A Pesquisa, sob o Ponto de Vista da sua Natureza:
a) Pesquisa básica: gera conhecimentos novos e úteis para o progresso da 
ciência sem aplicação prática prevista. De acordo com a ABNT, esse tipo de 
pesquisa destina-se à investigação de fenômenos físicos e seus fundamentos.
b) Pesquisa aplicada: gera conhecimentos para aplicação prática com foco 
na solução de problemas específicos. 
A Pesquisa, Sob o Ponto de Vista de seus Objetivos:
a) Pesquisa exploratória: muito utilizada para familiarizar-se com um assunto 
ainda pouco conhecido ou explorado. Assume, em geral, as formas das 
pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
b) Pesquisa descritiva: utilizada quando se quer observar, analisar e correla-
cionar fatos ou fenômenos sem, no entanto, interferir neles. Considerando 
que nesse tipo de pesquisa trabalha-se com dados ou fatos colhidos da 
própria realidade é indicado o uso de técnicas padronizadas de coleta de 
dados. Assume, em geral, a forma de levantamento.
11
UNIDADE Pesquisa Científica – Classificação
c) Pesquisa explicativa: utilizada primordialmente quando se quer identificar 
fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. 
É utilizada quando se quer saber o porquê das coisas, ou seja, suas razões. 
Busca-se, neste tipo de pesquisa, apresentar o modo ou o motivo pelo qual 
o fenômeno é produzido.
A pesquisa sob o ponto de vista de seus procedimentos técnicos:
a) Pesquisa bibliográfica: quando organizada a partir de material já publicado, 
como livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, 
boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet. O 
foco desse tipo de pesquisa é familiarizar o pesquisador com todo material 
já escrito sobre o assunto da pesquisa.
O uso deste procedimento deve ser uma rotina tanto na vida profissional de 
professores e pesquisadores, quanto na dos estudantes. Isso porque a pesquisa 
bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas 
disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer 
tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação 
dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da 
escolha do tema e na elaboração de qualquer trabalho científico.
b) Pesquisa documental: muito confundida com a pesquisa bibliográfica, 
no entanto, enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza das contribuições 
de vários autores, a pesquisa documental baseia-se em materiais que não 
receberam qualquer tratamento analítico ou que podem ser reelaborados 
de acordo com os objetivos da pesquisa.
c) Pesquisa experimental: neste tipo de pesquisa, tem-se como objetivo 
demonstrar como e por que determinado fato é produzido. Ainda que 
esse tipo de pesquisa não se resuma a pesquisas de laboratório, é mais 
frequentemente utilizada nas ciências tecnológicas e nas ciências biológicas. 
d) Levantamento (survey): bastante utilizado nos estudos descritivos quando 
se deseja conhecer a opinião das pessoas. Esse tipo de estudo destina-se a 
pesquisa em grande escala, ou seja, quando se pretende saber a opinião de 
um grande número de entrevistados.
e) Pesquisa de campo: entendida como aquele tipo de pesquisa que preten-
de buscar a informação diretamente com a população pesquisada, consiste, 
portando, na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem. É preciso 
considerar que nestes tipos de estudo o pesquisador precisa ir ao espaço onde 
o fenômeno ocorre, ou ocorreu, para reunir as informações necessárias.
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f) Estudo de caso: consiste no estudo aprofundado e exaustivo de um 
determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade de maneira 
que permita seu amplo e detalhado conhecimento. A ideia é que esse 
conhecimento seja posteriormente generalizado, portanto, o sujeito de 
pesquisa deverá poder representar seu universo.
g) Pesquisa ex-post-facto: como o nome sugere, esse tipo de estudo analisa 
situações que se desenvolveram após algum acontecimento. A ideia é 
estudar um fenômeno já ocorrido para tentarmos explicá- lo e entendê-lo. 
h) Pesquisa-ação: neste tipo de pesquisa, os pesquisadores e os sujeitos de 
pesquisa estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Além 
disso, pressupõe além da pesquisa a resolução de um problema coletivo ou 
a efetivação de alguma ação prática.
i) Pesquisa participante: este tipo de estudo, assim como a pesquisa-ação, 
caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações 
investigadas. A diferença básica é que neste tipo de pesquisa não há a 
resolução de problemas e o pesquisador não é neutro, ele elabora suas 
conclusões em conjunto com os sujeitos pesquisados. Assim sendo, o 
conhecimento é construído coletivamente.
A pesquisa sob o ponto de vista da abordagem do problema:
a) Pesquisa qualitativa: configura-se como aquele tipo de pesquisa que bus-
ca entender um fenômeno específico em profundidade. Ao invés de esta-
tísticas, regras e outras generalizações, este método trabalha com descri-
ções, comparações e interpretações. Neste tipo de pesquisa, considera-se 
a complexidade e a particularidade dos fenômenos, e procura-se na rea-
lidade alcançar o entendimento das singularidades e não da generaliza-
ção. A abordagem qualitativa, portanto, realça os valores, as crenças, as 
representações, as opiniões, atitudes e usualmente é empregada para que o 
pesquisador compreenda os fenômenos caracterizados por um alto grau de 
complexidade interna do fenômeno pesquisado. Os métodos que caracteri-
zam a pesquisa qualitativa são: o dialético, por ser a relação sujeito-objeto 
dinâmica, e o fenomenológico, visto que a experiência e o cotidiano são 
aspectos essenciais, aos quais o pesquisador deverá dedicar-se para ultra-
passar as aparências.
No método qualitativo, não se obtém resultados numéricos, mas sim respostas, 
pensamentos e projeções dos indivíduos e isso o caracteriza como um método de 
pesquisa exploratório.
b) Pesquisa quantitativa: provavelmente a mais utilizada e a que você já 
ouviu falar. Neste tipo de estudo, prioriza-se a tradução das informações 
em número, frequência e intensidade. Como o próprio nome já sugere, 
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UNIDADE Pesquisa Científica – Classificação
quantifica resultados, avalia as opiniões extraídas de forma numérica com 
perguntas objetivas. O método quantitativo na pesquisa científica está 
associado à experimentação e manipulação do objeto estudado em uma 
população ou universo. Em toda pesquisa quantitativa existe uma população 
ou universo a ser pesquisado, ou seja, a ser ouvido. Na impossibilidade de 
se estudar toda essa população, por limitação de tempo, recursos técnicos, 
financeiros, humanos, geográficos, entre outros, pode-se trabalhar com a 
teoria amostral. Assim sendo, do TODO (população – universo), estabelece-
se uma amostra ou parte representativa dessa população que tanto pode ser 
probabilística quanto não probabilística. 
Técnicas de pesquisa
 Agora que já conhecemos todos os tipos de pesquisa

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