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No ínicio do livo o autor e professor Claudio Ferlauto fala um pouco da sua 
experiência de conhecer essa classificação e passar a entender melhor o seu uso, citando 
sua vivência com o alfabeto e suas relações com as classificações e tipos de família, conta 
como a sua relação com tipos com serifa mudou conforme o passar dos anos e sua 
exposição a elas. Durante sua época, por causa do contexto que vivia, por onde passava via 
o uso de apenas tipografias bastão que era considerado a forma mais contemporânea
durante as décadas de 70 e 80. Muitos designers e empresas em geral tinham o costume de
utilizar tipografias sem serifa.
Para Ferlauto era principalmente utilizando, de certa forma unicamente apenas as 
famílias como Univers e Helvetica. Esse costume do professor mudou, quando um dia 
resolveu prestar atenção analítica no alfabeto criado por Bodoni e passou a querer entender 
e saber mais sobre a classificação modernista. 
Durante o livro discursa e conta a história do desenvolvimento da tipografia desde 
das primeiras maiúsculas romanas, minúsculas carolíngeas, as blackletters (letras góticas), 
tipos humanistas e a mecanização da imprensa, descrevendo essas classificações, mesmo 
que brevemente, até o momento que a família tipográfica Bodoni foi criada pelo impressor 
e tipografo Giambattista Bodoni. 
Durante os iniciais desenvolvimentos de tipos, os impressores e tipógrafos eram 
considerados os primeiros designers ao produzirem projetos de famílias tipográficas. Eles 
desenhavam, esculpiam, imprimiam e vendiam matizes para famílias nobres e tinham que 
ter contatos e conexões do universo das oficinas tipográficas, como fornecedores, 
escultores e fabricantes de materiais. O livro cita a frase do historiador Renato de Fusco que 
sintetiza o papel do tipografo nesta época sendo este o de projetar, produzir, vender e 
conseguir que seus trabalhos tenham um público consumidor. 
O contexto vivido por Bodoni era um de mudanças industriais, novos fundamentos 
filosóficos e de transição da produção manual para a mecânica. Assim, na área de tipografia 
as classificações transicionais e modernistas passaram a serem desenvolvidas, junto com a 
imprensa mecanizada e os matizes de metal. Os precursores mais conhecidos destes são 
John Baskerville da Inglaterra, com a família Baskerville da classificação Transicional, 
Didot da França e o Bodoni na Itália, ambos que desenvolveram famílias tipográficas 
Modernistas ou Didone. 
Bodoni nasceu em 1740 em Saluzzo, no norte da Itália e teve seu ensinamento como 
tipografo através do seu pai. Mais tarde viaja para tentar novos projetos e trabalhos em 
Roma e depois em Londres. 
Em 1978 se torna diretor da gráfica do duque Fernando da Espanha, onde passa a 
imprimir obras literárias importantes, como o Íliadas em 1808 e escreve o Manuale 
Tipografico, que foi completado após sua morte em 1813, por sua esposa Margherita e 
publicada em 1818. No livro continha 142 alfabetos, entre eles tipos romanos, tipos gregos, 
coleções de vinhetas, ornamentos, itálicos, além de conter numerais. 
O livro apresenta exemplos de reproduções da família Bodoni em versão digital 
realizados durante o século XX, sendo elas: FF Bodoni Classic de Zuzana Licho, Bodoni 
Classic de Jonathan Hoefler, Bodoni ITC de Summer Stone, Bodoni Antique pelo URW 
Studio, Bauer Bodoni por Heinrich Jost e a Berthold Bodoni criada por Hermann Berthold. 
Todas essas famílias, baseadas na original Bodoni, pegam os elementos visuais da 
sua percursora Bodoni, como o contraste forte das hastes, havendo um jogo entre claro e 
escuro, serifas lineares e horizontais, eixos centralizados, destaque vertical, com uma 
aparência técnica e precisa. 
Diferente da tipografia Didot, a Bodoni apresenta uma transição entre pesos mais 
graduais, aparentam ser mais escuras quando colocadas em um fundo branco e suas barras 
são mais grossas que as do Didot. 
O visual das Didones é geralmente selecionado pela sua forma elegante e seu visual 
mais moderno pelo uso de ângulos e tamanhos uniformes, ter uma serifa retangular e 
afinada. Quando usada em manchetes de jornais, nomes de revistas ou em campanhas 
publicitárias, mantém uma boa legibilidade à distância ao ser usada em seu peso Bold ou 
Black. 
O interesse pelo que está sendo proposto no livro e o motivo da escolha do mesmo 
para essa resenha, é por ele conter uma análise, mesmo que de forma sintetizada, e uma 
introdução da história das tipos da família tipográfica Bodoni e do seu criador, além de 
apresentar exemplos de outras famílias derivadas das tipos Bodoni, como as versões 
digitalizadas e por comentar de forma geral, sobre a classificação tipográfica modernista e 
suas características visuais e técnicas. 
Durante a exemplificação por imagens dessas tipografias digitais, há uma breve 
descrição do processo de criação de algumas delas, sendo possível observar a aplicação dos 
fundamentos e de uma proposito de entender representar o espirito da tipografia modernista 
Bodoni, sendo isso feito com o uso de alto contraste entre os traços, de terminais 
ornamentais com os pingos de letras como o ‘j’, ‘g’ ou ‘a’, por exemplo, que se chocam 
com as serifas retas e lineares, além de terem um espaçamento menor para as aberturas 
internas das letras. 
Junto a esse livro foram escolhidas três referências principais durante a etapa de 
pesquisa do projeto de criação de uma nova família de tipos. 
Uma delas foi a família criada para a marca Coralinda realizada pelo estúdio Plau 
do Rio de Janeiro, que apresenta algumas dessas características comentadas acima, como o 
forte contraste entre o que há de preenchido na letra e o branco do papel ou o eixo vertical, 
porém é possível observar nessa família características de outras classificações mais 
tradicionais como uma Garamond por sua serifa não ser reta, havendo um leve curvamento 
nelas, algo que não é tão visto nas famílias mais fundadas nos tipos modernistas. O visual 
dos tipos ficou elegante, com curvas avantajadas em contraste com as linhas retas. 
A segunda referência é a família tipográfica Trianon, do designer Löic Sander, que 
foi criada com a intenção de ser usada de uma forma mais flexível, apresentando uma 
variedade de 42 estilos diferentes e teve seu baseamento numa recriação da família Didot. 
Seu visual é mais ousado que uma Bodoni e Didone original, em suas variações seus 
terminais são feitos de uma forma mais exagerada, existe diferença de contrastes entre 
hastes conforme as necessidades do estilo escolhido, como é visto nos estilos Trianon 
Grande, que quando comparado os pesos Extralight ou Black, a diferença da finura das 
hastes fica mais perceptível, havendo mais grau de contraste entre as hastes. Pode ser visto 
um efeito menos destoante no estilo Trianon Caption, mesmo quando há mudança de pesos 
extremos como os Extralight e Black. 
A terceira referência foi o trabalho extenso realizado pelo Studio Typotheque da 
produção da família Parmigiano, mais especificamente criada por Riccardo Olocco e 
Jonathan Pierini. A intenção era revisar a família Bodoni com um olhar para o seu uso no 
contemporâneo e no digital, criando uma descendente do tipo original e não uma recriação. 
Durante o processo de criação da Parmigiano foi analisado e revisto as características 
ópticas dessa letra, sendo reajustado as proporções de acordo com as necessidades das 
mudanças de corpo. Foi realizado nessa família os estilos: Parmigiano Headline, 
Parmigiano Stencil, Parmigiano Piccolo, Parmigiano Caption, Parmigiano Text, 
Parmigiano Sans. Todas elas apresentando variação de pesos e algumas com versões em 
itálico. 
Ao ser levantado essas referências e aplicações desses tipos foi interessante ver 
pode ser aplicado na criação da nova fonte características de outras classificações como 
uma Humanista ou Garamond para haver a junção dos elementos de uma classificação 
Modernista, não precisando ser necessariamente,apenas um tipo de direção em questões de 
elementos visuais a serem adotados. 
Portanto, a intenção durante a criação da nova fonte é de criar uma tipografia para 
ser aplicada, inicialmente, em títulos ou subtítulos, por adquirir características modernistas, 
principalmente a do alto contraste, de jogos entre branco e preto e os elementos 
ornamentais como os terminais de pingos que funcionam melhor em manchas de textos 
curtos por suas características visuais, que se usadas em textos poderiam se tornar 
cansativas a vista do leitor e prejudicar a legibilidade. 
Caso fosse desenvolvida futuramente poderia ser repensada para novos usos como 
em versões que aumentassem a sua flexibilidade, como foi possível ver nas referências da 
família Parmigiano e na Trianon, que usam alguns estilos com menor diferença de peso 
entre as hastes para tornar as caracteres mais legíveis em um eventual texto projetado com a 
intenção do uso de uma tipografia com características modernistas. 
Bibliografia 
GONZATO, Massimo. Parmigiano Type System, a tribute to Bodoni. História. 2014. 
Disponível em: < https://www.typotheque.com>. Acesso em: 05/10/2018 
BRAMBÖCK, Benedikt. Trianon. Resenha. 2016. Disponível em: 
<https://typographica.org/typeface-reviews/trianon/>. Acesso em 05/10/2018 
Portifolio. Disponível em: <https://www.behance.net/gallery/21372985/Coralinda>. Acesso 
em 05/10/2018 
FERLAUTO, Claudio. B de Bodoni. Coleção: Qual é o seu tipo?. Editora Rosari, 2003. 
https://www.typotheque.com/
https://typographica.org/typeface-reviews/trianon/
https://www.behance.net/gallery/21372985/Coralinda

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