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Analise da conjuntura atual brasileira pautada no âmbito sindica MODIFICADO

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“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
A existência não é dialética, não é representável. 
1. Índice Mal se consegue vivê-la. 
1. Analise da conjuntura 
a) Mercado de trabalho precário 
b) Notório saber 
c) Charterização 
d) Terceirização, Uberização e charterização 
e) Forma existente de uberização do trabalho 
f) Capitalismo Cognitivo e subjetividade” 
g) Carta ao povo brasileiro 
 2. O novo ensino médio 
 3. A mulher do século XXI 
a) Direitos conquistados 
b) Alguns desafios 
4. Reforma sindical 
 5. Fundeb 
a) O que é o fundeb? 
b) Qual importância e objetivos do fundeb? 
c) Qual o valor mínimo anual a ser repassado por estudante? 
d) O dinheiro do fundeb pode ser usado em quê? 
e) Mas há algumas regras de aplicação que devem ser seguidas. 
f) Depois de 2020, o que vai acontecer com o fundeb? 
 6. Criminalização dos movimentos sociais 
 7. Militarização da educação 
 8. Pedofilia 
a) Comportamentos que podem identificar pedófilos de acordo com os 
estudos realizados pelo Ministério Público Federal 
 9. Assedio moral 
 a. Causas 
 b. Assédio moral no serviço público 
 c. Formas de assédio moral 
 d. Está na lei 
 e. Classificação do assédio moral 
 f. Tipologia do assédio moral 
 g. Situações de assédio moral 
 h. Consequeências para o indivíduos 
 i. Consquências para o estado 
 j. Como previnir? 
 k. O que fazer? 
 l. Pinceladas finais 
 m. O Que é Assédio Moral? 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
1 - Analise da conjuntura atual brasileira pautada no âmbito sindical 
“Plataformas de aprendizagem com apagamento da atividade do professor, 
desregulamentação da profissão e notório saber, modificações na 
organização do trabalho, especialmente, Charterização e Uberização. E em 
um cenário de terceirização da escola e desregulamentação da profissão de 
professor, o papel regulador do Estado via Bases Nacionais Comuns – tanto 
curricular como de formação do professor – torna-se mecanismo destinado a 
fornecer parâmetros operacionais à Charterização e à Uberização.” 
 
“A desregulamentação das relações de trabalho, a retirada de diretos previdenciários, o 
desmonte dos serviços de educação e saúde e o ataque ao movimento sindical são as 
marcas mais visíveis e geram impacto direto no aumento da desigualdade social.” 
 
 
 Mercado de trabalho precário 
 
Ao contrário do que afirmaram os golpistas, de que as reformas eram 
necessárias para superar a crise econômica, o que temos, de fato, é sua 
continuidade. Os indicadores de crescimento nos dois primeiros trimestres 
deste ano apontam para um quadro de recessão técnica. A projeção para 2019 
é de crescimento de 0,8%. O crescimento de 2,5% alardeado pelo mercado no 
início do ano era propaganda enganosa: a política econômica proposta por 
Bolsonaro não tem condições de sustentar uma trajetória de crescimento nesse 
patamar. O único setor que segue apresentando crescimentos significativos é o 
sistema financeiro. . 
A política atual impõe para milhões de brasileiros a pobreza, aprofunda a 
desigualdade, transfere renda para o sistema financeiro e para países do 
centro do Capitalismo, a perspectiva de a economia retomar ao patamar de 
2014 é estimada para 2023.Deve-se, no entanto, considerar que este resultado 
pode não ser alcançado diante de uma nova crise econômica mundial, 
prenunciada pela desaceleração econômica em países que movem a 
economia global e pela possibilidade real do Brasil entrar novamente em 
recessão. Esse cenário tem um forte impacto negativo no mercado de trabalho: 
a taxa de desemprego está em 12%; são 12,8 milhões de desempregados. 
Cerca de 25% dos desempregados estão nesta condição há 2 anos, ou seja, 
um desemprego de longa duração (abril/maio/junho, PNAD-C/IBGE8 ). 
Somando desempregados, trabalhadores desalentados e aqueles que 
conseguem realizar pequenos trabalhos com jornadas parciais, são 28,4 
milhões de trabalhadores subutilizados na força de trabalho. 
Mesmo aqueles que conseguem emprego, em geral, trata-se de trabalho 
precário: cresce o número de trabalhadores que não têm carteira de trabalho 
assinada, as trabalhadoras domésticas sem carteira de trabalho assinada e os 
trabalhadores por conta própria sem CNPJ - ou seja, as formas mais precárias 
de trabalho, sem proteção dos direitos trabalhistas e previdenciários. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
“Notório saber” 
Vire professor em 5 semanas 
 
Se você fez Física e está desempregado, chegou a oportunidade que você 
esperava. Agora, você pode dar aulas de Matemática, por exemplo, passando por um 
treinamento inicial de apenas cinco semanas. Sim… eu disse cinco. Começou a operar no 
Brasil uma organização social “sem fins lucrativos” de formação de professores chamada 
“ ”. Em cinco semanas, toda a teoria necessária para o exercício da Ensina Brasil
profissão está dada e o “professor” já pode ir para um “governo-parceiro” cuidar de 
nossas crianças, sendo contratado como “professor temporário”, ganhando o inicial da 
carreira, e acaba sua formação “em serviço” no período de apenas dois anos. 
 
Nos Estados Unidos a experiência desta organização é nefasta . Criou em cada 
escola uma porta giratória em que professores temporários estão entrando e saindo o 
tempo todo, pois converteram a profissão em “bico” de estudante universitário 
desempregado. Tão logo se localizam no mercado em sua profissão de origem 
abandonam a escola. Além disso, convertem nossas crianças em “cobaias” de 
professores mal formados e vão aprender com elas a dar aula durante dois anos de 
suposto “treinamento em serviço”. 
No Brasil, a ideia é a mesma, ou seja, preparar professores temporários, 
procedentes de quaisquer cursos superiores, para fornecê-los aos “governos-parceiros” 
ganhando o salário inicial da carreira. Passam por cinco semanas de treinamento e 
pronto, já são despachados para um período de dois anos de “treinamento em serviço”. 
Esta é a nova modalidade de formação de professores que vem por aqui. Nada de perder 
tempo com teoria. Com a MP do ensino médio, fica aberta a possibilidade de que isso se 
generalize como estratégia de formação. 
 
“Precisamos de um corpo docente estável, não uma porta giratória. Nós precisamos 
recrutar novos professores, que planejem permanecer no ensino e fazer uma 
carreira. Os novos professores devem ter uma formação sólida e uma forte 
preparação para o trabalho. Eles devem ter mentores e o apoio que precisam para 
sobreviver aos julgamentos dos primeiros anos de vida e melhorar continuamente.” 
“Charterização” 
.....Os impactos da “Charterização” das escolas em processos como os de Goiás e 
Mato Grosso envolvem repassar a gestão da escola para operadoras charters na forma 
de terceirização por contrato de gestão. Vez por outra, também somos notificados 
que, em algum estado, começam a operar empresas que se especializam em 
“fornecer”, sob demanda, professores para redes públicas........ 
.......Nada contra a tecnologia na educação, mas a direção que o processo assume 
é que conta. O impacto destas plataformas na profissão do professor, no papel 
que o professor tem em sala de aula é alterado substancialmente, remodelando a 
relação professor-aluno. Nem tudo vem para melhorar, se temos como norte os 
“processos formativos” dos estudantes, onde a relação professor-aluno é 
http://ensinabrasil.org/
http://ensinabrasil.org/sejaumensina/
http://ensinabrasil.org/sejaumensina/
https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/25/nota-de-esclarecimento/
https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/25/nota-de-esclarecimento/
https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/24/notorio-saber-vire-professor-em-5-semanas/
https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/24/notorio-saber-vire-professor-em-5-semanas/
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.”insubstituível. O recrudescimento do tecnicismo coloca a educação em um plano 
em que a melhor definição ainda é a de Paulo Freire: educação bancária, voltada 
para a simples transferência ilustrada de conhecimento...... 
Terceirização, Uberização e charterização. 
A terceirização – ampliada com a passagem da organização da produção fordista para a 
toyotista – e a Uberização – forma mais recente a ainda restrita – são fenômenos associados, 
destinados ao aumento do controle político e ideológico sobre a força de trabalho, com a 
ampliação da precarização das profissões e intensificação do trabalho. A Uberização elimina 
o conceito de contratação por jornada. A antiga jornada de trabalho servia para proteger o 
tempo livre do trabalhador. 
Na educação, é muito provável que a uberização avance pelas “charters on line”, escolas que 
distribuem conteúdos e que usam “tutores” on line para apoiar os estudantes em seu estudo, 
seja quando estão na plataforma de aprendizagem, seja fora dela, sob demanda. 
Por aqui, o movimento está em andamento e não é pouco a introdução na MP do ensino 
médio tanto do notório saber como da facilitação para os processos de ensino via “on line” 
(EaD). 
 
A relação professor-aluno que numa sala convencional de aula pode ser de 40 alunos 
para um professor, pode chegar a 400 alunos para um professor, dez vezes mais, em uma 
escola on line. Se esta forma de organização do trabalho, a uberização prospera. Um 
professor em sua casa, atende 400 alunos “on line”. A própria plataforma monitora o tempo 
gasto pelo professor e gera a base de sua remuneração. 
Enquanto a charterização rompe com a noção de serviço público e o destrói junto com 
o magistério público, a uberização poderá atingir o profissional da educação e remodelar sua 
relação com a escola. Segundo Marcio Pochmann: 
 
“O que estamos denominando de uberização é uma nova fase, que é 
praticamente a autonomização dos contratos de trabalho. É o 
trabalhador negociando individualmente com o empregador a sua 
remuneração, seu tempo de trabalho, arcando com os custos do seu 
trabalho.(…)” 
O tempo vai dizer se isso se confirma, porque também depende das reações 
dos partidos, dos movimentos sociais. É mais a emergência do que o padrão 
de fato. Vem de uma empresa de prestação de serviços que se coloca com 
sucesso em um período muito curto de tempo com a substituição da antiga 
forma de organização do trabalho no transporte individual, que é o táxi. 
A uberização materializa a ideia de que o trabalhador tem que ir para o 
mercado de trabalho levando tudo, sendo responsável pela mercadoria que 
vai vender e pelo serviço que vai prestar. Trata-se de um novo passo na 
terceirização onde as empresas desenvolvem mecanismos de transferência 
https://avaliacaoeducacional.com/2012/12/17/ensino-medio-online-comeca-a-ser-construido/
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/poliweb48.pdf
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
de custos e riscos não mais para empresas terceirizadas, mas para uma 
multidão de trabalhadores autônomos disponíveis, retirando suas garantias 
mínimas e ao mesmo tempo consolidando a sua subordinação. Nesse tipo 
(ou ausência) de vínculo, as formas de controle são (aparentemente) pouco 
tangíveis, pois não há horário fixo de trabalho, o trabalhador não é um 
empregado e a empresa não é sua contratante. 
A empresa Uber é um exemplo de precarização do trabalho, de retirada 
de direitos, e faz questão de ignorar as condições de vida dos 
trabalhadores, “assegurando-se um custo próximo de zero para 
maquinaria, matéria-prima (combustíveis, reparos, renovação da frota) 
e da própria força de trabalho” (FONTES, 2017, p.57). Todo o ônus é do 
trabalhador: os gastos ao comprar e utilizar um veículo (combustível, 
manutenção, depreciação, seguro), despesas adicionais como pedágios e 
estacionamentos, a taxa de cobrança da Uber; tudo isso leva a um 
expressivo número de trabalhadores miseravelmente pagos e com 
jornadas exaustivas. 
 
Em suma, conforme o exposto ao longo desta seção, a uberização é mais 
uma forma de extração de mais-valia através da exploração baseada em 
um controle político e ideológico de novo tipo sobre a força de 
trabalho..... 
Forma existente de uberização do trabalho docente: 
Conforme determina a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a contratação de 
professores deve ser feita por meio de concurso público ou processo seletivo 
simplificado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; 
porém, não é bem isso que vem acontecendo em muitos estados da federação. Fruto 
de uma política pública que tem privilegiado a contratação temporária como regra em 
detrimento do concurso público, surgem novos formatos de contrato (ou ausência de 
um), dentre os quais, destaca-se uma forma de trabalho docente já existente que é a 
docência eventual. 
O professor eventual é aquele cujo vínculo empregatício está aquém da 
precarização situacional do professor temporário que é admitido por contrato, no 
qual a investidura no cargo se dá minimamente nos marcos constitucionais, 
garantindo aos professores ao menos o salário inicial da categoria. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
Além da falta de garantia no emprego e da remuneração insegura, os docentes 
eventuais carecem de uma identidade baseada no trabalho. Quando estão 
empregados, ocupam empregos desprovidos de carreira e não sentem que 
pertencem a uma comunidade ocupacional imersa em práticas estáveis, códigos de 
ética e normas de comportamento. 
A socióloga Aparecida Neri de Souza afirma que “os professores eventuais não têm 
aulas e/ou classes atribuídas, mas sim uma vaga em uma escola, para substituírem 
faltas de professores” (SOUZA, 2012, p.7-8). Eles só são chamados quando tem 
trabalho e não sabem quanto vão ganhar no final do mês. Como recebem mediante as 
aulas dadas, não há garantias sequer que sua remuneração atingirá o piso salarial da 
categoria. Estes docentes “não contam com atribuição de aulas, uma vez que é um 
professor que substitui um efetivo eventualmente” (Venco, 2019, p.4), configurando 
segundo a autora, a “pedagogia do improviso” na qual a convocação feita, em 
algumas situações, com pouco tempo de antecedência à aula e o não acesso ao 
planejamento do colega ausente [professor efetivo] resultam em consequências tanto 
para os professores quanto para os alunos. 
Ainda mais, a uberização do trabalho docente contraria os princípios legais regidos 
pela LDB 9394/1996 que diz em seu Art. 67 que os sistemas de ensino promoverão a 
valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos 
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 
 1. - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 
 2. - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento 
periódico remunerado para esse fim; 
 3. - piso salarial profissional; 
 4. - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do 
desempenho; 
 5. - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de 
trabalho; 
 6. - condições adequadas de trabalho (BRASIL, 1996) 
 
Aparecida Neri de Souza (2012, 2013) e Elisabeth Souza (2012) caracterizam a situação dos 
professores eventuais como de “total desprofissionalização”, pois, além de eles serem 
ignorados pelos sindicatos, o próprio governo paulista omite a sua existência nas estatísticas, 
visto que “não há dados disponíveis sobre a quantidade de professores eventuais” (SOUZA, 
2012, p.8) já que não possuem vínculo de emprego. E isso se dá “ao mesmo tempo em que [o 
governo] publica legislações especificando sua forma de contratação, ou seja, não 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
desconhece sua existência e nem tão pouco a presença constante deste professor nas 
escolas da rede”(SOUZA, 2012, p.63). 
“Capitalismo Cognitivo e subjetividade” 
O que é o “Capitalismo Cognitivo”? 
“Capitalismo sempre foi à relação entre a tecnologia, o saber e o próprio capital. O que 
muda é o tipo de tecnologia e de saber envolvidos na relação. São tecnologias novas 
que concernem à mente, tecnologias biológicas. E o saber mudou porque diz respeito a 
essas relações. O Capitalismo Cognitivo trabalha contemplando todas essas relações e 
saberes. Também sobre as relações cognitivas, de opinião, sobre o trabalho da mente, 
sobre formas de comunicação. Em linhas gerais, é isso!” 
 Como o “capitalismo cognitivo” contempla a mudança radical das formas de 
produção, acumulação e organização social que as novas tecnologias promovem? 
 No dito capitalismo clássico o que estava no cerne era a fabricação do objeto. Hoje, antes de 
fabricar o objeto é preciso fabricar o desejo e a crença. Por exemplo, vamos pensar na 
fabricação de um par de tênis. O calçado é produzido na China, onde o trabalho dos 
operários custa 2% do total. Somando o custo de tecnologia e transporte, envolvemos 50% 
de investimento. O restante do investimento é feito em marketing, publicidade, design, que é 
feito no Ocidente. O capitalismo cognitivo convive com o capitalismo clássico, a fábrica, o 
serviço. E há conflito entre os dois. Inclusive entre as subjetividades diferentes que vivem 
com capitalismos diferentes. O problema político sobre o qual é possível refletir. Não é a 
tecnologia que impõe. Como disse Felix Guattari, é a máquina social que produz a máquina 
tecnológica. 
O que significa o conceito de gestão de conhecimento no contexto do “capitalismo 
cognitivo”? Até que ponto a gestão do conhecimento seria uma camuflagem para 
formas mais sofisticadas de controle? 
O novo tipo de gerência é representado pela gestão do capital humano. Cada trabalhador tem 
que ser o empreendedor dele mesmo. Uma ideologia que diz que cada trabalhador tem que 
ser responsável por ele mesmo. Se está desempregado o problema é dele. Ele tem que 
transformar os investimentos sociais em gastos para o capital humano. Todas as relações 
sociais são vistas como sendo funcionais ao aumento do capital humano do indivíduo. A 
escola, o serviço, a aposentadoria, a saúde, não são mais serviços sociais mas investimentos 
dos indivíduos e, nessa lógica, têm de ser privatizados. A forma de controle passa pelo fato 
de o indivíduo tornar-se explorador dele mesmo. 
Que impactos essas mudanças todas têm sobre o trabalhador, sua 
maneira de organizar a vida e sua subjetividade? 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
O trabalhador como instituição e convenção de emprego sofre uma verdadeira 
desconstrução. Ele é demolido, decomposto. Mas no coração desta desconstrução 
aparecem múltiplas novas formas de atividade e de trabalho produtivo que ainda não 
encontrou meios de expressão política. A classe operária perdeu seu papel hegemônico e 
o cognitivismo se defronta com uma incrível desenvoltura da esquerda institucional. 
Diversos exemplos o mostram: 
1) a questão do tempo de trabalho contínuo (as 35 horas) como se a duração do trabalho 
cognitivo fosse mensurável por outro critério além daquele da vida – ora, a vida não é um 
relógio; 
2) a competência, a qualificação, o emprego contínuo sendo mensurado segundo critérios 
hierárquicos de outra época; 
3) a precariedade e a atividade do trabalho cognitivo sendo tratados como seres inferiores; 
a metade de empregos que se trataria de transformar em bons empregos; 
A interferência da tecnologia na subjetividade do indivíduo 
“A subjetividade é o próprio ser, é o que se é em uma sociedade, uma totalização que 
se estende ao conjunto social. O indivíduo nada mais é do que a representação de sua 
época e reflete todo contexto em que se encontra inserido.” 
 Com a expansão das novas tecnologias que penetram todo tecido social, a sociedade está 
vivendo um momento impar sendo transformada. Consequentemente homens e mulheres desta 
nova era digital também estão passando por transformações radicais. 
De acordo com ARAUJO (2007), o mundo moderno colocou o homem no centro onde 
tudo passa a ser julgado a partir do ser humano. Há o descobrimento da subjetividade, da 
autonomia e, por fim, também a visão de que o ser humano é o sujeito de sua própria história. 
No entanto, tudo favorecerá a uma tendência cada vez maior ao individualismo, ao 
. consumismo e ao egocentrismo
ARAUJO (2007), afirma que, com a modernidade, houve uma valorização da 
subjetividade, da livre escolha pessoal, da liberdade e da consciência dos direitos fundamentais, 
decisivos para uma autêntica promoção humana. Mas, por outro lado, houve uma tendência a 
um subjetivismo exacerbado, levando ao narcisismo do indivíduo demasiadamente 
preocupado consigo mesmo, e que exalta o consumismo materialista como grande objetivo 
. de vida, trazendo um empobrecimento das relações pessoais e sociais
Diante dos meios midiáticos que tanto influenciam o comportamento dos indivíduos é de 
fundamental importância analisar e refletir sobre o poder da mídia no âmbito da subjetividade e 
como esta atua na construção de formas de ser e agir dos humanos, bem como a sua influência 
nas interações relacionais destes. 
Os tempos modernos produzem uma sensação de liberdade e poder a esse novo 
homem, que gradualmente, sem perceber, está cada vez mais alienado de tudo e de todos, 
pode-se dizer, conexo e desconexo ao mesmo tempo. Preocupado consigo mesmo e 
influenciado por um consumismo materialista onde o SER=TER é exaltado, o mesmo, 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
nessa concepção liberal, se deixa influenciar sem se incomodar, aparentemente se sente 
realizado empobrecendo as relações pessoais e sociais. 
 
“a mídia é uma arma poderosa concentrada nas mãos daqueles que controlam o fluxo de 
informações e funciona como agente formador de opiniões e criador-reprodutor de 
cultura, interfere, forma e transforma a realidade, as motivações, os modos de pensar e de 
agir do homem”. 
São Paulo, 22 de junho de 2002 
Carta ao povo brasileiro 
O Brasil quer mudar. Mudar para crescer, 
incluir, pacificar. Mudar para conquistar o 
desenvolvimento econômico que hoje não 
temos e a justiça social que tanto 
almejamos. Há em nosso país uma poderosa 
vontade popular de encerrar o atual ciclo 
econômico e político. 
Se em algum momento, ao longo dos anos 
90, o atual modelo conseguiu despertar 
esperanças de progresso econômico e social, 
hoje a decepção com os seus resultados é 
enorme. Oito anos depois, o povo brasileiro 
faz o balanço e verifica que as promessas 
fundamentais foram descumpridas e as 
esperanças frustradas. 
Nosso povo constata com pesar e indignação 
que a economia não cresceu e está muito 
mais vulnerável, a soberania do país ficou 
em grande parte comprometida, a corrupção 
continua alta e, principalmente, a crise social 
e a insegurança tornaram-se assustadoras. 
O sentimento predominante em todas as 
classes e em todas as regiões é o de que o 
atual modelo esgotou-se. Por isso, o país não 
pode insistir nesse caminho, sob pena de 
ficar numa estagnação crônica ou até mesmo 
de sofrer, mais cedo ou mais tarde, um 
colapso econômico, social e moral. 
O mais importante, no entanto, é que essa 
percepção aguda do fracasso do atual 
modelo não está conduzindo ao desânimo, 
ao negativismo, nem ao protesto destrutivo. 
Ao contrário: apesar de todo o sofrimento 
injusto e desnecessário que é obrigada a 
suportar, a população está esperançosa, 
acredita nas possibilidades do país, mostra-
se disposta a apoiar e a sustentar um projeto 
nacional alternativo, que faça o Brasil voltar 
a crescer, a gerar empregos, a reduzir a 
criminalidade, a resgatar nossa presença 
soberana e respeitada no mundo. 
A sociedade está convencida de que o Brasil 
continua vulnerável ede que a verdadeira 
estabilidade precisa ser construída por meio 
de corajosas e cuidadosas mudanças que os 
responsáveis pelo atual modelo não querem 
absolutamente fazer. A nítida preferência 
popular pelos candidatos de oposição que 
tem esse conteúdo de superação do impasse 
histórico nacional em que caímos, de 
correção dos rumos do país. 
A crescente adesão à nossa candidatura 
assume cada vez mais o caráter de um 
movimento em defesa do Brasil, de nossos 
direitos e anseios fundamentais enquanto 
nação independente. Lideranças populares, 
intelectuais, artistas e religiosos dos mais 
variados matizes ideológicos declaram 
espontaneamente seu apoio a um projeto de 
mudança do Brasil. Prefeitos e 
parlamentares de partidos não coligados 
com o PT anunciam seu apoio. Parcelas 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
significativas do empresariado vêm somar-
se ao nosso projeto. Trata-se de uma vasta 
coalizão, em muitos aspectos 
suprapartidária, que busca abrir novos 
horizontes para o país. 
O povo brasileiro quer mudar para valer. 
Recusa qualquer forma de continuísmo, seja 
ele assumido ou mascarado. Quer trilhar o 
caminho da redução de nossa 
vulnerabilidade externa pelo esforço 
conjugado de exportar mais e de criar um 
amplo mercado interno de consumo de 
massas. Quer abrir o caminho de combinar o 
incremento da atividade econômica com 
políticas sociais consistentes e criativas. O 
caminho das reformas estruturais que de fato 
democratizem e modernizem o país, 
tornando-o mais justo, eficiente e, ao mesmo 
tempo, mais competitivo no mercado 
internacional. O caminho da reforma 
tributária, que desonere a produção. Da 
reforma agrária que assegure a paz no 
campo. Da redução de nossas carências 
energéticas e de nosso déficit habitacional. 
Da reforma previdenciária, da reforma 
trabalhista e de programas prioritários contra 
a fome e a insegurança pública. 
O PT e seus parceiros têm plena consciência 
de que a superação do atual modelo, 
reclamada enfaticamente pela sociedade, 
não se fará num passe de mágica, de um dia 
par ao outro. Não há milagres na vida de um 
povo e de um país. 
Será necessária uma lúcida e criteriosa 
transição entre o que temos hoje e aquilo 
que a sociedade reivindica. O que se desfez 
ou se deixou de fazer em oito anos não será 
compensado em oito dias. O novo modelo 
não poderá ser produto de decisões 
unilaterais do governo, tal como ocorre hoje, 
nem será implementado por decreto, de 
modo voluntarista. Será fruto de uma ampla 
negociação nacional, que deve conduzir a 
uma autêntica aliança pelo país, a um novo 
contrato social, capaz de assegurar o 
crescimento com estabilidade. 
Premissa dessa transição será naturalmente o 
respeito aos contratos e obrigações do país. 
As recentes turbulências do mercado 
financeiro devem ser compreendidas nesse 
contexto de fragilidade do atual modelo e de 
clamor popular pela sua superação. 
À parte manobras puramente especulativas, 
que sem dúvida existem, o que há é uma 
forte preocupação do mercado financeiro 
com o mau desempenho da economia e com 
sua fragilidade atual, gerando temores 
relativos à capacidade de o país administrar 
sua dívida interna e externa. É o enorme 
endividamento público acumulado no 
governo Fernando Henrique Cardoso que 
preocupa os investidores. 
Trata-se de uma crise de confiança na 
situação econômica do país, cuja 
responsabilidade primeira é do atual 
governo. Por mais que o governo insista, o 
nervosismo dos mercados e a especulação 
dos últimos dias não nascem das eleições. 
Nascem, sim, da graves vulnerabilidades 
estruturais da economia apresentadas pelo 
governo, de modo totalitário, como o único 
caminho possível para o Brasil Na verdade, 
há diversos países estáveis e competitivos 
no mundo que adotaram outras alternativas. 
Não importa a quem a crise beneficia ou 
prejudica eleitoralmente, pois ela prejudica o 
Brasil. O que importa é que ela precisa ser 
evitada, pois causará sofrimento irreparável 
para a maioria da população. Para evitá-la, é 
preciso compreender que a margem de 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
manobra da política econômica no curto 
prazo é pequena. 
O Banco Central acumulou um conjunto de 
equívocos que trouxeram perdas às 
aplicações financeiras de inúmeras famílias. 
Investidores não especulativos, que 
precisam de horizontes claros, ficaram 
intranquilos. E os especuladores saíram à luz 
do dia, para pescar em águas turvas. 
Que segurança o governo tem oferecido à 
sociedade brasileira? Tentou aproveitar-se 
da crise para ganhar alguns votos e, mais 
uma vez, desqualificar as oposições, num 
momento em que é necessário tranquilidade 
e compromisso com o Brasil. 
Como todos os brasileiros, quero a verdade 
completa. Acredito que o atual governo 
colocou o país novamente em um impasse. 
Lembrem-se todos: em 1998, o governo, 
para não admitir o fracasso do seu 
populismo cambial, escondeu uma 
informação decisiva. A de que o real estava 
artificialmente valorizado e de que o país 
estava sujeito a um ataque especulativo de 
proporções inéditas. 
Estamos de novo atravessando um cenário 
semelhante. Substituímos o populismo 
cambial pela vulnerabilidade da âncora 
fiscal. O caminho para superar a fragilidade 
das finanças públicas é aumentar e melhorar 
a qualidade das exportações e promover 
uma substituição competitiva de 
importações no curto prazo. 
Aqui ganha toda a sua dimensão de uma 
política dirigida a valorizar o agronegócio e 
a agricultura familiar. A reforma tributária, a 
política alfandegária, os investimentos em 
infraestrutura e as fontes de financiamento 
públicas devem ser canalizadas com 
absoluta prioridade para gerar divisas. 
Nossa política externa deve ser reorientada 
para esse imenso desafio de promover 
nossos interesses comerciais e remover 
graves obstáculos impostos pelos países 
mais ricos às nações em desenvolvimento. 
Estamos conscientes da gravidade da crise 
econômica. Para resolvê-la, o PT está 
disposto a dialogar com todos os segmentos 
da sociedade e com o próprio governo, de 
modo a evitar que a crise se agrave e traga 
mais aflição ao povo brasileiro. 
Superando a nossa vulnerabilidade externa, 
poderemos reduzir de forma sustentada a 
taxa de juros. Poderemos recuperar a 
capacidade de investimento público tão 
importante para alavancar o crescimento 
econômico. 
Esse é o melhor caminho para que os 
contratos sejam honrados e o país recupere a 
liberdade de sua política econômica 
orientada para o desenvolvimento 
sustentável. 
Ninguém precisa me ensinar a importância 
do controle da inflação. Iniciei minha vida 
sindical indignado com o processo de 
corrosão do poder de comprar dos salários 
dos trabalhadores. 
Quero agora reafirmar esse compromisso 
histórico com o combate à inflação, mas 
acompanhado do crescimento, da geração de 
empregos e da distribuição de renda, 
construindo um Brasil mais solidário e 
fraterno, um Brasil de todos. 
A volta do crescimento é o único remédio 
para impedir que se perpetue um círculo 
vicioso entre metas de inflação baixas, juro 
alto, oscilação cambial brusca e aumento da 
dívida pública. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
O atual governo estabeleceu um equilíbrio 
fiscal precário no país, criando dificuldades 
para a retomada do crescimento. Com a 
política de sobrevalorização artificial de 
nossa moeda no primeiro mandato e com a 
ausência de políticas industriais de estímulo 
à capacidade produtiva, o governo não 
trabalhou como podia para aumentar a 
competitividade da economia. 
Exemplo maior foi o fracasso na construção 
e aprovação de uma reforma tributária que 
banisse o caráter regressivo e cumulativo 
dos impostos, fardo insuportável para o setor 
produtivoe para a exportação brasileira. 
A questão de fundo é que, para nós, o 
equilíbrio fiscal não é um fim, mas um 
meio. Queremos equilíbrio fiscal para 
crescer e não apenas para prestar contas aos 
nossos credores. 
Vamos preservar o superávit primário o 
quanto for necessário para impedir que a 
dívida interna aumente e destrua a confiança 
na capacidade do governo de honrar os seus 
compromissos. 
Mas é preciso insistir: só a volta do 
crescimento pode levar o país a contar com 
um equilíbrio fiscal consistente e duradouro. 
A estabilidade, o controle das contas 
públicas e da inflação são hoje um 
patrimônio de todos os brasileiros. Não são 
um bem exclusivo do atual governo, pois 
foram obtidos com uma grande carga de 
sacrifícios, especialmente dos mais 
necessitados. 
O desenvolvimento de nosso imenso 
mercado pode revitalizar e impulsionar o 
conjunto da economia, ampliando de forma 
decisiva o espaço da pequena e da 
microempresa, oferecendo ainda bases 
sólidas par ampliar as exportações. Para esse 
fim, é fundamentar a criação de uma 
Secretaria Extraordinária de Comércio 
Exterior, diretamente vinculada à 
Presidência da República. 
Há outro caminho possível. É o caminho do 
crescimento econômico com estabilidade e 
responsabilidade social. As mudanças que 
forem necessárias serão feitas 
democraticamente, dentro dos marcos 
institucionais. Vamos ordenar as contas 
públicas e mantê-las sob controle. Mas, 
acima de tudo, vamos fazer um 
Compromisso pela Produção, pelo emprego 
e por justiça social. 
O que nos move é a certeza de que o Brasil é 
bem maior que todas as crises. O país não 
suporta mais conviver com a ideia de uma 
terceira década perdidas. O Brasil precisa 
navegar no mar aberto do desenvolvimento 
econômico e social. É com essa convicção 
que chamo todos os que querem o bem do 
Brasil a se unirem em torno de um programa 
de mudanças corajosas e responsáveis. 
Luiz Inácio Lula da Silva 
O novo ensino médio 
 “No Brasil, a extrema desigualdade socioeconômica obriga grande parte dos filhos da 
classe trabalhadora a buscar, bem antes dos 18 anos de idade, a inserção no mundo do 
trabalho, visando complementar a renda familiar ou até a autossustentação, com 
baixíssima escolaridade e sem nenhuma qualificação profissional, engordando as fileiras 
do trabalho simples, mas contribuindo para a valorização do capital. ’’ 
 
 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
A LEI N° 13.415/2017 E SEUS DESAFIOS 
 As mudanças que nortearão os novos desenhos de Ensino Médio serão baseadas 
em documentos que se complementam (e não devem ser confundidos): a lei de 
Reforma do Ensino Médio (Lei 13.415/17), as Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCN) do Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino 
Médio, os Referenciais Curriculares para Elaboração dos Itinerários Formativos e o 
Guia de Implementação do Novo Ensino Médio. 
 
 
 1) “......A oferta do ensino profissionalizante em larga escala parece ser, aliás, um dos pontos 
mais problemáticos da reforma. . Garantir que todos os alunos possam, de fato, escolher 
seus percursos formativos pode ser um tanto problemático. Além da falta de recursos 
financeiros e humanos, há também desafios logísticos. “Mais de 50% dos municípios no 
País têm somente uma escola de Ensino Médio. Como fazer? Deveremos oferecer todas as 
opções?....” 
2) Outro ponto importante da medida provisória é o currículo mais flexível. O que significa 
que os alunos poderão definir quais conteúdos aprofundar ao longo dos anos, com exceção 
de português e matemática. 
3) Por outro lado, com seus poucos 16 anos, muitos estudantes ainda nem sabem qual 
carreira vão querer seguir. Assim, questiona-se se essa escolha de grade curricular não 
acontece em um momento muito prematuro na vida desses jovens. 
4) A carreira de professor, já desvalorizada, pode piorar com uma concessão 
prevista na lei da reforma: o “notório saber” é uma autorização que as escolas 
podem dar para profissionais lecionarem no ensino técnico, ainda que sem 
licenciatura ou preparo em pedagogia. 
5) Mais que a falta de diálogo, outro fator dificulta a implementação real do projeto 
é a falta verba. “Estes itinerários formativos não podem ser improvisados. É 
necessário investir nos professores e nos equipamentos escolares. Mas a MP não 
aponta mais investimentos. Ao contrário: A PEC 55, do limite de gastos, já 
aprovada, vai reduzir os investimentos para a educação”, diz Caleggari. 
 6) Para Camila Lanes, presidenta da Ubes, “é como se o governo fosse fazer uma 
reforma em casa, mas sem comprar os materiais”, o que pode “colaborar com a 
evasão e retroceder, em vez de avançar 
 
 
 
 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
A mulher do século XXI 
 
“...A mulher não é igual, nem inferior, nem superior ao homem; é-lhe 
equivalente....” 
Direitos conquistados 
 
1. Educação - No Brasil, mulheres só puderam frequentar a escola básica a partir de 
1927. E nas universidades isso só aconteceu mais de 50 anos depois, em 1979. 
 
2. Trabalho - De acordo com o Código Civil de 1916, a mulher só poderia trabalhar 
fora caso o marido lhe concedesse autorização. Foi só em 1943 que, segundo a 
Consolidação das Leis Trabalhistas, isso mudou. 
 
3. Licença-maternidade - Sabia que até 1934 esse direito não existia, Foi nesse ano 
em que a Constituição previu que as mulheres ficariam sem trabalhar um mês antes 
e um mês depois de nascer o bebê. Além disso, a demissão de grávidas passou a 
ser proibida. Em 1988, o período se estendeu para 120 dias. 
4. Voto- o direito ao voto, no Brasil só foi autorizado em 1932. Em 1934, a primeira 
representante política do gênero feminino foi eleita no país: Carlota Pereira de 
Queiroz. 
 
5. Casamento - Desde 1916, com aprovação do Código Civil, só o homem era 
responsável pela família e o casamento poderia ser anulado pelo marido caso 
descobrisse que a esposa não era virgem. A família da noiva também poderia 
deserdá-la. Essas regras mudaram apenas em 2002 
 
6. Divórcio - Em 1977, o divórcio passou a ser permitido por lei. Até então, o casal só 
poderia se separar em casos de traição, tentativa de morte ou abandono do lar. 
 
7. Anticoncepcional - Em 1962, o Brasil começou a vender anticoncepcionais. A 
mudança possibilitou que elas pudessem se relacionar sexualmente com mais 
parceiros. 
 
8. Violência contra a mulher - A primeira Delegacia da Mulher foi criada em 1985. Em 
2006, surgiu a Lei Maria da Penha, com mecanismo para punições em caso de 
violência doméstica. 
 
 
[...] Historicamente, quando os homens procuram desenvolver sua carreira, sua 
dificuldade é menor devido a uma cultura patriarcal observada em nossa sociedade que 
põe obstáculos ao desenvolvimento profissional feminino. As mulheres, por outro lado, 
ainda encontram barreiras tanto naturais (filhos, família, cuidado com o lar...), como as 
impostas por organizações mais conservadoras. Porém, outro ponto importante é a 
mudança de comportamento da própria mulher que tem refletido transformação na 
sociedade. 
 
 
 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
Alguns desafios... 
 
1. Desigualdade no mercado de trabalho. - As mulheres têm mais dificuldade 
de entrar e de chegar a cargos de chefia, e ganham menos que homens 
cumprindo a mesma função. O machismo faz com que mulheres sejam 
discriminadas no acesso aos melhores cargos”, avalia. 
2. Baixa representatividade de mulheres na política - A primeira coisa é a 
estrutura de desigualdade entre homens e mulheres na sociedade, no mercado de 
trabalho. Existe uma imagem sobre o que é uma mulher na sociedade, e elas 
ainda não são vistas como alguém de decisão, que resolve, e a ideia da política é 
ligado a isso. 
O Estado precisa assumir esse papel e oferecer serviços – tem que ter creche, educação 
integral, transporte escolar, mais deuma refeição nas escolas, instituição para 
atendimento de idosos, visitas domiciliares –, é um leque de políticas públicas de 
cuidado que só estamos engatinhando. Não é uma agenda do Brasil hoje. 
 
 
Reforma sindical e Ataque aos direitos 
O governo de extrema direita e ultraliberal de Jair Bolsonaro promete mais um 
golpe contra a classe trabalhadora e o Brasil. Após a legalização da fraude da 
terceirização irrestrita, do congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e da 
aprovação da Reforma trabalhista realizadas após o golpe de 2016; a possível 
finalização da reforma da previdência que acaba com o direito à aposentadoria da 
população trabalhadora; os ataques à educação, à ciência, à pesquisa, à cultura e ao 
meio ambiente, Bolsonaro promete atacar, mais uma vez, o direito de organização 
sindical. A tentativa é de estrangular a resistência social ao seu projeto de destruição 
nacional, além de aprofundar a desregulamentação e redução do valor da força de 
trabalho. O chefe da milícia alçado à presidência da república criou um grupo 
antissindical para projetar uma contrarreforma sindical. O objetivo é pulverizar, 
dividir e estrangular a resistência social. Uma das medidas anunciadas seria a criação de 
sindicatos por empresas para permitir o controle dos patrões sobre as entidades sindicais 
das trabalhadoras e trabalhadores. 
O ataque aos direitos foi aprofundado com a reforma trabalhista, aprovada em 
2017, que suprimiu cerca de 100 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). 
As mudanças instituem contratos precários, ampliam a jornada e também flexibilizam 
seu uso, pioram as condições de trabalho, facilitam a demissão, criam um ambiente 
desfavorável à negociação coletiva, fragilizam a organização sindical e dificultam o 
acesso dos trabalhadores à justiça do trabalho. 
 A ofensiva contra os sindicatos continuou. Em janeiro, foi editada a MP 
871/2019 visando, dest vez, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais, ao cassar sua 
atribuição de comprovar o trabalho do agricultor familiar para fins de acesso à 
Previdência Social, além de restringir o acesso de brasileiros e brasileiras a benefícios 
(pensão por morte, auxílio-reclusão, licença-maternidade, Benefício de Prestação 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
Continuada - BPC) e à aposentadoria). Em fevereiro, foi editada a MP 873/2019, que 
procurava asfixiar o movimento sindical criando dificuldades para o pagamento da 
mensalidade dos sindicalizados. Embora tenha caducado, empresas e setores 
expressivos da administração pública continuam violando a lei que determina o 
desconto em folha da mensalidade e da taxa negocial. 
 Está em tramitação no Congresso a MP881/2019 que libera o trabalho aos 
domingos e feriados sem a necessidade de aprovação em Convenção Coletiva, 
desobriga o pagamento em dobro do trabalho efetuado nesses dias, além de permitir ao 
empregador usar o registro de ponto por exceção (quando o trabalhador só faz registro 
do tempo que fizer horas extras ou faltar ao serviço). 
A reforma da Previdência apresentada pelo governo segue na mesma linha, 
tendo como objetivos: transferir recursos do Fundo Público - que seriam destinados a 
aposentadorias e benefícios - para o pagamento da dívida pública, favorecendo bancos e 
setores rentistas da sociedade; excluir parte dos trabalhadores e trabalhadoras da 
aposentadoria; retardar o acesso à aposentadoria e aos demais direitos previdenciários; 
reduzir o valor dos benefícios. Apesar de o texto substitutivo ter retirado os pontos mais 
cruéis do projeto, em decorrência da mobilização do movimento sindical e popular, a 
conta da reforma da Previdência continua a ser paga pelos trabalhadores: mantém a 
idade mínima (o que pode resultar em milhões de trabalhadores fora do sistema) e reduz 
o valor da aposentadoria, impondo condições de vida mais precárias na velhice para 
aqueles que conseguirem se aposentar. 
 Notícias divulgadas na imprensa informam ainda a intenção do governo de 
continuar a ofensiva contra os sindicatos com uma reforma sindical, eliminando o 
Art. 8º da Constituição Federal e estabelecendo, no âmbito do Código Civil, novos 
parâmetros para a organização sindical. As organizações sindicais afirma sua que 
mudanças no padrão de organização sindical devem ser efetuadas com a participação 
das entidades sindicais e a partir de regras e princípios que respeitem normas da OIT. 
 
O FUNDEB 
Em 2020, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) expirará..... 
 
O QUE É O FUNDEB? 
Trata-se de um grande cofre do qual sai dinheiro para valorizar os professores e desenvolver 
e manter funcionando todas as etapas da Educação Básica – desde creches, Pré-escola, 
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio até a Educação de Jovens e Adultos 
(EJA) - não, a Educação Superior não entra nessa conta. O Fundeb entrou em vigor em 
janeiro de 2007 e se estenderá até 2020, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 53, 
que alterou o Art. 60 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), por 
isso a urgência em ajustar uma proposta de Novo Fundeb. 
 
QUAL IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DO FUNDEB? 
 
O Fundo tem como objetivo fazer com que haja menos desigualdade de recursos 
entre as redes de ensino. E é muito importante, pois faz com que a diferença entre a rede 
que mais investe por aluno e a que menos investe caia consideravelmente. De acordo com o 
Estudo Técnico 24/2017 da Câmara dos Deputados, sem a política de fundo, a desigualdade 
seria de 10.000%. Com as atuais regras, a distância é de 564%. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
Além disso, o Fundeb atual ajudou os sistemas de ensino a se organizarem melhor no 
que diz respeito ao atendimento escolar de toda a Educação Básica. O fundo dá segurança 
financeira aos municípios e estados para expandirem seu número de matrículas e os orienta 
no cumprimento de suas responsabilidades com a Educação. Dessa maneira, municípios 
são incentivados a se concentrarem na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino 
Fundamental, e os estados, nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. 
 
QUAL O VALOR MÍNIMO ANUAL A SER REPASSADO POR 
ESTUDANTE? 
 
Em 2018, o valor mínimo por aluno no Fundeb, considerando o fator de ponderação 
para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental urbano, será de R$ 3.016,67 (era de R$ 
2.875,03 em 2017). Esse é o menor valor que será distribuído por estudante para os estados 
e municípios brasileiros pelo fundo, sendo definido por Portaria Interministerial do Ministério 
da Educação e do Ministério da Fazenda. 
 
 
Todo fundo estadual que tiver valor aluno/ano inferior ao mínimo definido para aquele 
ano receberá recurso de complementação da União. Desse modo, a União garante que 
todos os municípios e governos de estados tenham acesso a um valor por matrícula pelo 
menos igual ao valor mínimo nacional. 
 
O DINHEIRO DO FUNDEB PODE SER USADO EM QUÊ? 
 
O dinheiro do Fundeb pode ser usado no financiamento de todos os níveis da Educação 
Básica. Ou seja, os estados e municípios podem usar livremente os recursos entre as etapas e 
modalidades, mesmo que eles tenham sido distribuídos por conta da matrícula em um 
determinado nível de ensino. Não há obrigatoriedade para que o dinheiro oriundo de uma 
matrícula em creche em um município seja usado necessariamente nessa etapa. 
 
 Mas há algumas regras de aplicação que devem ser seguidas. 
 
O QUE PODE: Pelo menos 60% do dinheiro do Fundeb deve ser aplicado no pagamento do 
salário dos professores da rede pública na ativa. O dinheiro também pode ser usado na 
remuneração de diretores, orientadores pedagógicos e funcionários, na formação continuada dos 
professores, no transporte escolar, na aquisição de equipamentos e material didático, na 
construção e manutenção das escolas - tudo aquilo contempladopelo Art. 70 da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional. 
 
O QUE NÃO PODE: Não pode, contudo, ser utilizado para pagar merenda escolar, para 
remunerar profissionais da Educação em desvio de função (por exemplo, um professor que vai 
trabalhar no gabinete do prefeito) e em outras despesas especificadas pelo Art. 71 da LDB. 
 
 
 
 
DEPOIS DE 2020, O QUE VAI ACONTECER COM O FUNDEB? 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
De acordo com a lei, o Fundeb se estenderá apenas até 2020. Diante da proximidade do 
prazo, tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 15/2015, 
que pretende tornar o Fundeb permanente e pode alterar a lógica de distribuição desses recursos. 
 
Criminalização dos movimentos sociais 
A criminalização dos movimentos sociais é um fenômeno que vem se desenvolvendo 
ao longo da história nacional e cada vez mais ganhando força. Demonstra-se não apenas 
como criminalização das atuações dos movimentos, mas também em um aspecto macro de 
criminalizar o próprio ser dos movimentos, organização em si, o que é bastante perigoso. 
“A ideologia disseminada principalmente pelo poder midiático que fortalece a 
criminalização de tais movimentos sociais, que oculta ou banaliza a violência que 
permeia e aterroriza a vida dos trabalhadores e trabalhadoras .Tudo isso, a serviço 
dos interesses do grande capital que move associado às esferas públicas de poder, 
predominantemente, as responsáveis pela elaboração de políticas econômicas e sociais 
em nosso país, cujos planos são direcionados para atender aos interesses do capital e 
contrários as classe trabalhadora.” 
Criminalizar consiste em caracterizar como criminoso algo que não 
necessariamente está tipificado como tal. Assim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O objetivo da criminalização é criar as condições legais e, se possível, 
legítimas perante a sociedade para: 
 
a) impedir que a classe trabalhadora tenha conquistas econômicas e políticas; 
b) restringir, diminuir ou dificultar o acesso as políticas públicas; 
c) isolar e desmoralizar os movimentos sociais junto à sociedade; 
d) e, por fim, criar as condições legais para a repressão física aos movimentos sociais. 
 
Em linhas gerais, pode-se dizer que as estratégias de repressão adotadas (usadas 
de forma simultânea ou complementarmente) foram: 
 
(...) criminalizar não é utilizar a força policial para 
reprimir manifestações (tratar como “caso de polícia”), 
mas é transformar (caracterizar ou tipificar) uma 
determinada ação em um crime. Utilizando mecanismos 
legais, a intenção é fazer com que ações e pessoas sejam 
vistas e julgadas (pela opinião pública, pelo órgão estatal 
responsável) como criminosos e bandidos (iniciativas 
feita à margem da lei) (SAUER, 2008. p.2). 
http://www.justificando.com/2018/11/14/criminalizacao-dos-movimentos-sociais-e-levante-conservador/
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
a) Isolamento político, não dando voz nem conferindo legitimidade ás demandas, visando à 
desintegração e à desmobilização; 
b) Cooptação, tanto de grupos de base como de lideranças importantes, concedendo 
pequenos privilégios, buscando o definhamento do movimento social, e, 
c) Repressão pura e simples, especialmente com o uso de aparelhos policiais de Estado. 
 
Mais recentemente também tem se averiguado uma forte importância do sistema 
educacional no processo de criminalização. A educação, seja no âmbito fundamental ou 
superior, se desenvolve a partir da forma como nos organizamos socialmente, isto significa 
que as escolas e universidades atualmente cumprem uma função social de fornecer mão 
–de – obra para o mercado. Tem-se um ensino mercantilizado e, acima de tudo, 
tecnicizado que pouco estimula o pensamento crítico sobre a realidade posta. Neste 
sentido, acrescenta Manoel Nascimento (2008,p. 8): 
(...) é a universidade, hoje, quem forma mão-de-obra qualificada. Ao 
menos esta função lhe foi permitida. É nela que se formam os futuros gerentes e 
supervisores que irão botar pra lascar com o peão em qualquer trabalho. É nela que se 
formam os pesquisadores que deformarão dados econômicos para favorecer os 
capitalistas contra os trabalhadores. É nela que se formam os médicos, enfermeiros e 
farmacêuticos que preferem trabalhar nas doenças cuja cura depende de remédios 
caríssimos, ao invés de trabalhar a medicina preventiva ou tratar de doenças que 
atacam o povo com maior frequência. 
 
É um sistema educacional que atende aos interesses da classe dominante, tendendo 
a reproduzir a criminalização dos movimentos populares, na medida em que estes põem em 
risco a ordem vigente. 
 
No contexto atual, a criminalização dos movimentos sociais urbanos ou camponeses 
move-se no terreno econômico, social e político posto pelo sistema capitalista. Nestes 
termos, é inerente ao processo de perseguição jurídica e certo conteúdo de classe, 
fundamentado no domínio material no âmbito das relações sociais de produção. 
 
A criminalização tem se manifestado num conjunto de práticas que vão da dimensão 
discursiva à manifestação das mais duras formas de violência e opressão. Por isso, deve ser 
entendida como uma ofensiva da elite burguesa contra a força das idéias e das ações 
construídas pelos movimentos sociais. Nesse sentido, não há como compreender o 
processo de criminalização dos movimentos sociais fora do espaço das lutas de classes. 
 
A criminalização dos movimentos sociais pela via da educação dar-se, sobretudo, 
pela clareza que a classe hegemônica possui sobre o fato de que a luta ideológica pela via 
da formação escolar é um componente de conscientização e desalienação dos indivíduos. 
Nesse sentido, é que se percebe que há uma contra-força que se concentra no controle à 
democratização do acesso e permanência de sujeitos na escola. Evidencia-se, nos últimos 
anos, este fato na intensa luta dos Sem-Terra pela retomada das escolas itinerantes 
acusadas de serem espaços de “doutrinamento e propaganda ideológica” pelo governo. 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
A militarização da educação 
“A militarização das escolas serve somente para censurar e reprimir o 
pensamento crítico e manter os trabalhadores e a juventude na “rédea 
curta”, como cavalos encilhados, obedientes e submissos aos patrões e aos 
governantes para que aceitem passivamente a realidade de exploração e 
miséria a que somos submetidos.” 
“......O presidente Jair Bolsonaro (PSL), que quer resolver os 
problemas da educação no país construindo uma escola militar por capital, 
afirmou publicamente que “tem que acabar com o pensamento crítico”. A 
ideia de militarização das escolas que essa extrema direita com mentalidade 
escravagista defende, vem de encontro ao absurdo de ideias reacionárias 
como o projeto “escola sem partido”, que é uma verdadeira “lei da mordaça”, 
uma censura dos tempos da ditadura para proibir o pensamento crítico e o 
questionamento da realidade política e social. 
O objetivo é intimidar os professores cerceando suas posições políticas e 
adestrar os jovens como fazem no exército impondo a obediência sem reflexão, para 
transformá-los em mão de obra servil e submissa, ou seja, para serem verdadeiros 
escravos dos patrões no futuro. Além disso, especialistas afirmam que o processo de 
militarização de escolas públicas é inconstitucional, fere a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação e coloca em risco a capacidade cognitiva dos estudantes. 
Onde o projeto está mais avançado é em Goiás e já podemos ver seus 
resultados. Há cinco anos, o estado tinha apenas oito colégios militares. Hoje, já são 
48 o número de escolas administradas pela PM. Cada escola precisa de pelo menos 
16 policiais e os agentes são convocados da reserva que é composta por policiais 
aposentados. A militarização da educação também visa o desmonte da escola pública 
com a substituição de professores por “policiais aposentados”,como uma forma de 
“bico”, sem possuírem conhecimento científico/pedagógico para exercer a função, 
demonstrando o avanço de uma concepção de educação fascistizante. 
 
Essas escolas passam a seguir a normatização dos quartéis elaborada pelos 
Os alunos recebem sanções quando deixam de cortar o cabelo ou militares. 
apresentam-se com barba ou bigode por fazer. Para as meninas, a regra é usar “rabo 
de cavalo”, pois não é permitido cabelo solto, com pontas ou mechas caídas. 
Também é transgressão deixar de prestar continência aos militares. 
Um exemplo desse regime fascistizante é colégio Estadual Waldemar Mundim, 
na periferia de Goiânia. Lá são transgressões disciplinares consideradas graves e que 
podem levar à expulsão do aluno: provocar ou tomar parte, uniformizado ou estando 
no colégio, em manifestações de natureza política, manter contato físico que denote 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
envolvimento de cunho amoroso — namoro, abraços, beijos — e desrespeitar 
símbolos nacionais também são transgressões consideradas graves. Por ai se percebe o 
caráter ditatorial e repressor que pune qualquer manifestação política estudantil ou 
dos professores. 
O caráter moralista e reacionário da militarização fica explícito nas 
palavras do diretor comandante da escola: 
“O que acontece, com a nossa chegada, é uma quebra de cultura. Os 
alunos vinham de uma cultura de libertinagem. Tinha menina que chegava na 
hora do intervalo, abraçava o colega e enganchava nele com as pernas”, 
lembrou o tenente-coronel, tentando explicar as cenas com imitações e gestos. 
“Tinha homossexual aqui que pintava o cabelo de alaranjado, de vermelho, de 
roxo. Com a nossa chegada, a gente diz: ‘Rapaz, você pode ser homossexual, 
mas tem de manter a postura’. Dentro da razoabilidade, o que a gente cobra é 
o mínimo de moral.” 
A militarização é também um ataque à . A curto gestão democrática
prazo, policiais podem suprir a necessidade de contratação de orientadores 
educacionais e dividirem a responsabilidade da gestão da escola. A médio e 
longo prazo, os PM´s poderão assumir completamente a direção das escolas 
e substituir parcialmente os professores regentes. 
A militarização da escola pública constitui práticas pedagógicas que 
limitam os princípios constitucionais do pluralismo de ideias e de 
. concepções pedagógicas e o não conhecimento da realidade escolar
Policiais não estão preparados para debater ideias e resolver conflitos, 
qualquer divergência ou discussão já descamba para agressão, acabando com 
a liberdade de expressão. Os alunos ficam o tempo inteiro submetidos a um 
sistema rígido em que devem apenas obedecer. Aqueles que não se 
adequarem são simplesmente ignorados e “convidados a sair”. 
Pedofilia 
Trata-se de uma doença, um desvio de sexualidade, que leva um 
indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças e adolescentes 
de forma compulsiva e obsessiva, podendo levar ao abuso sexual. O pedófilo 
é, na maioria das vezes, uma pessoa que aparenta normalidade no meio 
profissional e na sociedade. Ele se torna criminoso quando utiliza o corpo de 
uma criança ou adolescente para sua satisfação sexual, com ou sem o uso da 
violência física. 
A pedofilia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é uma 
doença; um transtorno psicológico onde o indivíduo possui atração 
sexual por crianças adolescentes pré-púberes (até 13 anos). 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
PEDOFILIA NÃO É CRIME! Não existe, em nosso ordenamento jurídico 
penal pátrio, o “crime de pedofilia”. 
 
Não existe cura para a pedofilia e, por este motivo, o tratamento deve ser 
constante para que ela seja e se mantenha controlada. Deve-se ficar muito 
bem cristalino que nem todo pedófilo é um criminoso sexual, pois, como já dito, 
a pedofilia é uma doença e enquanto ela não for exteriorizada não há de se 
falar em crime e nem em criminoso. 
 
O psiquiatra compara o transtorno pedofílico ao diabetes. "Uma vez 
portador, vai ser sempre portador. O que varia é a gravidade do problema. Tem 
pessoas que têm um grau mais leve, outros moderado, grave e até 
catastróficos, que é quando o indivíduo estupra e mata a criança." 
 
O tratamento do pedófilo é clínico e não criminal. Este último só o é 
quando a sua patologia é exteriorizada, atestando que o tratamento clínico foi 
inexistente ou falho. Ademais, há de se informar, por fidelidade ao bom Direito, 
que dependendo do grau de pedofilia do sujeito, ainda que esta seja 
exteriorizada e tipificada como crime. 
 
"No tratamento, é importante a contenção ou a redução da impulsividade 
sexual anormal. Usamos medicações para conter, mas ela é só uma parte do 
tratamento. A outra parte é a terapia em grupo, focada nesse tipo de 
população. Não é qualquer psicoterapia, é terapia comportamental cognitiva de 
base e terapia de grupo." 
 
“Caso o agente seja classificado como inimputável (art. 26 do CP) deverá 
ser aplicada a Medida de Segurança de internação em hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico, pois os crimes tipificados na exteriorização da pedofilia 
são apenados com reclusão.” 
 
Comportamentos que podem identificar pedófilos de acordo 
com os estudos realizados pelo Ministério Público Federal 
 
 1. - Gostam de ficar sozinhos com crianças ou adolescentes, sendo 
muito atenciosos e sedutores. 
 
 2. - Gostam de fazer “amizade” com criança/adolescente. 
 
 
 3. - Sempre procuram agradar sua vítima com presentes, elogios e 
promessas. 
 
 4. - Em suas casas possuem vários objetos, jogos, guloseimas para 
agradar crianças e adolescentes. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
 5. - Procuram fazer carinho nas partes íntimas de crianças e 
adolescentes. 
 
 6. - Sempre pedem para guardar segredo e nunca contar nada a 
ninguém sobre seus comportamentos. 
 
 7. -Às vezes, ameaçam a criança/adolescente, algo ou alguém de que 
goste muito, caso não ceda às suas vontades. 
 
 8. - Pedem para filmar ou tirar fotos de criança/adolescente, com 
pouca ou nenhuma roupa e pedem para fazer poses sensuais. 
 
 
O Ministério da Saúde considera violência sexual os casos de assédio, 
estupro, pornografia infantil e exploração sexual. Dentre as violências sofridas por 
crianças e adolescentes, o tipo mais notificado foi o estupro (62,0% em crianças e 
70,4% em adolescentes). 
 
 
COMBATE AO ASSÉDIO MORAL 
 
Apesar de ser usual entre as pessoas e bastante comentado, a maioria das pessoas 
desconhecem ou têm pouca informação ou ainda possui uma compreensão equivocada 
sobre o que é assédio moral. 
 
A ideia dessa conversa é conscientizar sobre o tema, a partir de diferentes 
perspectivas, com exemplos práticos, indicando as situações que configuram o ASSÉDIO 
MORAL e elas possíveis causas e consequência em decorrência dessa conduta. Também 
são apresentadas medidas para prevenir e 
 
Discutiremos, ainda, medidas para prevenir e combater o assédio moral, com o 
objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais positivo. 
 
O Que é Assédio Moral? 
 
Assédio moral é a exposição de pessoas a situações humilhantes e 
constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no 
exercício de suas atividades. 
 
É uma conduta que traz danos à dignidade e à integridade do indivíduo, colocando a 
saúde em risco e prejudicando o ambiente de trabalho. 
 
 O assédio moral é conceituado por especialistas como toda e qualquer conduta 
abusiva, manifestando-se por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos que 
possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física e psíquica de uma 
pessoa, pondo em perigo o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho. 
 
 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO
 
Caracteriza-se por condutas repetitivas do agente público que, excedendo os limites 
das suas funções, por AÇÃO,OMISSÃO, gestos ou palavras, tenham por objetivo ou efeito 
atingir a autoestima, a autodeterminação, a evolução na carreira ou a estabilidade emocional 
de outro agente público ou de empregado de empresa prestadora de serviço público, com 
danos ao ambiente de trabalho objetivamente aferíveis. 
 
É uma forma de violência que tem como objetivo desestabilizar emocional e 
profissionalmente o indivíduo. 
 
FORMAS DE ASSÉDIO MORAL 
 
O Assédio Moral pode ocorrer por meio de: 
 
 AÇÕES DIRETAS (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) 
 
AÇÕES INDIRETAS (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, 
fofocas e exclusão social). 
 
 A humilhação REPETITIVA E DE LONGA DURAÇÃO interfere na vida do 
profissional, comprometendo a identidade, a dignidade e as relações afetivas e 
sociais e gerando danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a 
). incapacidade de trabalhar, para o desemprego ou mesmo para a morte (SUICÍDIO
 
ESTÁ NA LEI 
 
Essas condutas são incompatíveis com a Constituição da República e com diversas 
leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, 
devem ser combatidas! 
 
Constituição da República: “A República Federativa do Brasil tem como 
fundamentos: a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho (art. 1º, III e 
IV). É assegurado o direito à saúde, ao trabalho e à honra” (art. 5º, X, e 6º). 
 
Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete 
ato ilícito (art. 186). 
 
Código Penal: Injúria – “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
Regime Jurídico Único: São deveres do servidor público, entre outros, manter 
conduta compatível com a moralidade administrativa, tratar as pessoas com urbanidade e 
ser leal às instituições a que servir (art. 116, incs. II, IX e XI, da Lei nº 8.112/1990) 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL 
 
Pode ser classificado de acordo com a sua abrangência: 
 
Assédio moral interpessoal: Ocorre de maneira individual, direta e pessoal, com a 
finalidade de prejudicar ou eliminar o profissional na relação com a equipe. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
 Assédio moral institucional: Ocorre quando a própria organização incentiva ou 
tolera atos de assédio. Neste caso, a própria pessoa jurídica é também autora da agressão, 
uma vez que, por meio de seus administradores, utiliza-se de estratégias organizacionais 
desumanas para melhorar a produtividade, criando uma cultura institucional de humilhação e 
controle. 
 
TIPOLOGIA DO ASSÉDIO MORAL 
 
Quanto ao tipo, o assédio moral manifesta-se de três modos distintos: 
 
Assédio moral vertical: Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes, chefes 
e subordinados, e pode ser subdividido em duas espécies: 
 - Descendente: assédio caracterizado pela pressão dos chefes em relação aos 
subordinados - Os superiores se aproveitam de sua condição de autoridade para pôr o 
colaborador em situações desconfortáveis, como desempenhar uma tarefa que não faz parte 
de seu ofício e qualificação, a fim de puni-lo pelo cometimento de algum erro, por exemplo, 
 
 
- Ascendente: Assédio praticado por subordinado ou grupo de subordinados contra o 
chefe - Consiste em causar constrangimento ao superior hierárquico por interesses diversos. 
Ações ou omissões para “boicotar” um novo gestor, indiretas frequentes diante dos colegas 
e até chantagem visando a uma promoção são exemplos de assédio moral desse tipo. 
- Assédio moral horizontal Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível de 
hierarquia. É um comportamento instigado pelo clima de competição exagerado entre 
colegas de trabalho. O assediador promove liderança negativa perante os que fazem 
intimidação ao colega, conduta que se aproxima do bullying, por ter como alvo vítimas 
vulneráveis. 
- Assédio moral misto Consiste na acumulação do assédio moral vertical e do 
horizontal. A pessoa é assediada por superiores hierárquicos e também por colegas de 
trabalho Em geral, a iniciativa da agressão começa sempre com um autor, fazendo com que 
os demais acabem seguindo o mesmo comportamento. 
 
SITUAÇÕES DE ASSÉDIO MORAL 
 
Atitudes que caracterizam o assédio: 
 
 - Retirar a autonomia do colaborador ou contestar, a todo o momento, suas decisões; 
 - Sobrecarregar o colaborador com novas tarefas ou retirar o trabalho que 
habitualmente competia a ele executar, provocando a sensação de inutilidade e de 
incompetência; 
 -Ignorar a presença do assediado, dirigindo-se apenas aos demais colaboradores; 
 - Passar tarefas humilhantes; 
 -Gritar ou falar de forma desrespeitosa; 
 - Espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito do colaborador; 
 - Não levar em conta seus problemas de saúde; 
 - Criticar a vida particular da vítima; 
 - Atribuir apelidos pejorativos; 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 - Impor punições vexatórias (dancinhas, prendas); 
 - Postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais; 
 - Evitar a comunicação direta, dirigindo-se à vítima apenas por e- mail, bilhetes ou 
terceiros e outras formas de comunicação indireta; 
 - Isolar fisicamente o colaborador para que não haja comunicação com os demais 
colegas; 
 - Desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima; 
 -Retirar cargos e funções sem motivo justo; 
 -Impor condições e regras de trabalho personalizadas, diferentes das que são 
cobradas dos outros profissionais; 
 -Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou determinar prazos incompatíveis 
para finalização de um trabalho; 
 - Manipular informações, deixando de repassá-las com a devida antecedência 
necessária para que o colaborador realize suas atividades; 
 - Vigilância excessiva; 
 - Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro e monitorar o tempo 
que lá ele permanece; 
 - Advertir arbitrariamente; 
 - Instigar o controle de um colaborador por outro, criando um controle fora do contexto 
da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a solidariedade entre 
colegas. 
 
, mas não necessariamente Situações isoladas podem causar dano moral
configuram assédio moral. Para que o assédio seja caracterizado, as agressões devem 
ocorrer repetidamente, por tempo prolongado, e com a intenção de prejudicar 
emocionalmente a vítima. 
 
Exigências profissionais: 
 
Exigir que o trabalho seja cumprido com eficiência e estimular o cumprimento de 
metas não é assédio moral. Toda atividade apresenta certo grau de imposição a partir da 
definição de tarefas e de resultados a serem alcançados. No cotidiano do ambiente de 
trabalho, é natural existir cobranças, críticas e avaliações sobre o trabalho e o 
comportamento profissional dos colaboradores. Por isso, eventuais reclamações por tarefa 
não cumprida ou realizada com displicência não configuram assédio moral. 
 
Aumento do volume de trabalho: 
 
Dependendo do tipo de atividade desenvolvida, pode haver períodos de maior 
volume de trabalho. A realização de serviço extraordinário é possível, se dentro dos limites 
da legislação e por necessidade de serviço. A sobrecarga de trabalho só pode ser vista 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
como assédio moral se usada para desqualificar especificamente um indivíduo ou se usada 
como forma de punição 
 
Uso de mecanismos tecnológicos de controle: 
 
 Para gerir o quadro de pessoal, as organizações cada vez mais se utilizam de 
mecanismos tecnológicos de controle, como ponto eletrônico. Essas ferramentas não 
podem ser consideradas meios de intimidação, uma vez que servem para o controle da 
frequência e da assiduidade dos colaboradores. 
 
Más condições de trabalho: 
 
A condição física do ambiente de trabalho (ambientepequeno e pouco iluminado, por 
exemplo) não representa assédio moral, a não ser que o profissional seja colocado nessas 
condições com o objetivo de desmerecê-lo frente aos demais. 
 
Causas 
 
As causas do assédio moral no ambiente de trabalho estão ligadas a fatores 
: econômicos, culturais e emocionais. Veja as principais causas
 
 - Abuso do poder diretivo; 
 - Busca incessante do cumprimento de metas; 
 - Cultura autoritária; 
 - Despreparo do chefe para o gerenciamento de pessoas; 
 - Rivalidade no ambiente de trabalho; e 
 - Inveja. 
CONSEQUEÊNCIAS PARA O INDIVÍDUOS 
 
 Dores generalizadas; 
 Palpitações; 
 Distúrbios digestivos; 
 Dores de cabeça; 
 Hipertensão arterial (pressão alta); 
 Alteração do sono; 
 Irritabilidade; 
 Crises de choro; 
 Abandono de relações pessoais; 
 Problemas familiares; 
 Isolamento; 
 Depressão; 
 Síndrome do pânico; 
 Estresse; 
 Esgotamento físico e emocional; 
 Perda do significado do trabalho; e 
 Suicídio. 
 Redução da produtividade; 
 Rotatividade de pessoal; 
 Aumento de erros e acidentes; 
 Absenteísmo (faltas); 
 Licenças médicas; 
 Exposição negativa da marca; 
 Indenizações trabalhistas; e 
 Multas administrativas. 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
 
 
CONSQUÊNCIAS PARA O ESTADO 
1. Custos com tratamentos médicos; 
2. - Despesas com benefícios sociais; e 
3. - Custos com processos administrativos e judiciais 
 
COMO PREVINIR? 
Existem várias formas de prevenir o assedio moral no trabalho, mas a principal é a 
informação. Garantir que todos saibam o que é assédio moral e quais são os 
comportamentos e ações aceitáveis no ambiente de trabalho contribui para a redução 
e até para a eliminação dessa prática. Veja algumas medidas de prevenção: 
 
1. - Incentivar a efetiva participação de todos os colaboradores na vida da 
empresa, com definição clara de tarefas, funções, metas e condições de 
trabalho; 
2. - Instituir e divulgar um código de ética da instituição, enfatizando que o 
assédio moral é incompatível com os princípios organizacionais; 
3. - Promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto; 
4. - Incentivar as boas relações no ambiente de trabalho, com tolerância à 
diversidade de perfis profissionais e de ritmos de trabalho; 
5. - Ampliar a autonomia para organização do trabalho, após fornecer 
informações e recursos necessários para execução de tarefas; 
6. - Reduzir o trabalho monótono e repetitivo; 
7. - Observar o aumento súbito e injustificado de absenteísmo (faltas ao trabalho); 
8. - Realizar avaliação de riscos psicossociais no ambiente de trabalho; 
9. - Garantir que práticas administrativas e gerenciais na organização sejam 
aplicadas a todos os colaboradores de forma igual, com tratamento justo e 
respeitoso; 
10. - Dar exemplo de comportamento e condutas adequadas, evitando se omitir 
diante de situações de assédio moral; 
11. - Oferecer apoio psicológico e orientação aos colaboradores que se julguem 
vítimas de assédio moral; 
12. - Estabelecer canais de recebimento e protocolos de encaminhamento de 
denúncias. 
13. - Reunir provas do assédio. Anotar, com detalhes, todas as situações de 
assédio sofridas com data, hora e local, e listar os nomes dos que 
testemunharam os fatos; 
14. - Buscar ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o 
fato ou que já passaram pela mesma situação; 
“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 
15. - Buscar orientação psicológica sobre como se comportar para enfrentar tais 
situações; 
16. - Comunicar a situação ao setor responsável, ao superior hierárquico do 
assediador ou à Ouvidoria; 
17. - Caso não tenha sucesso na denúncia, procurar o sindicato profissional ou o 
órgão representativo de classe ou a associação; e 
18. - Avaliar a possibilidade de ingressar com ação judicial de reparação de danos 
morais. 
 
O QUE FAZER? 
 
Os colegas 
 
- Oferecer apoio à vítima; 
- Disponibilizar-se como testemunha; e 
-Comunicar ao setor responsável, ao superior hierárquico do assediador ou à 
entidade de classe situações de assédio moral que presenciou. 
 
No serviço público 
 
 Qualquer agente público que se sinta vítima ou testemunhe atos que possam 
configurar assédio moral no ambiente de trabalho pode fazer denúncia para o superior 
hierárquico, para a Ouvidoria ou para a Comissão de Ética, conforme a gravidade e a 
regulamentação de cada instituição. As denúncias consideradas procedentes poderão 
ensejar a abertura de sindicância e de processo administrativo disciplinar. 
 
PINCELADAS FINAIS 
 
Assedio Moral na Sala de Aula - Professor x Aluno 
 
Liberdade de cátedra 
 - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte 
 e o saber (CF/88, art. 206, II) 
 - não discriminação 
 - autonomia de método – P.P.P. 
 - pluralidade de ideias

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