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“Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” A existência não é dialética, não é representável. 1. Índice Mal se consegue vivê-la. 1. Analise da conjuntura a) Mercado de trabalho precário b) Notório saber c) Charterização d) Terceirização, Uberização e charterização e) Forma existente de uberização do trabalho f) Capitalismo Cognitivo e subjetividade” g) Carta ao povo brasileiro 2. O novo ensino médio 3. A mulher do século XXI a) Direitos conquistados b) Alguns desafios 4. Reforma sindical 5. Fundeb a) O que é o fundeb? b) Qual importância e objetivos do fundeb? c) Qual o valor mínimo anual a ser repassado por estudante? d) O dinheiro do fundeb pode ser usado em quê? e) Mas há algumas regras de aplicação que devem ser seguidas. f) Depois de 2020, o que vai acontecer com o fundeb? 6. Criminalização dos movimentos sociais 7. Militarização da educação 8. Pedofilia a) Comportamentos que podem identificar pedófilos de acordo com os estudos realizados pelo Ministério Público Federal 9. Assedio moral a. Causas b. Assédio moral no serviço público c. Formas de assédio moral d. Está na lei e. Classificação do assédio moral f. Tipologia do assédio moral g. Situações de assédio moral h. Consequeências para o indivíduos i. Consquências para o estado j. Como previnir? k. O que fazer? l. Pinceladas finais m. O Que é Assédio Moral? “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 1 - Analise da conjuntura atual brasileira pautada no âmbito sindical “Plataformas de aprendizagem com apagamento da atividade do professor, desregulamentação da profissão e notório saber, modificações na organização do trabalho, especialmente, Charterização e Uberização. E em um cenário de terceirização da escola e desregulamentação da profissão de professor, o papel regulador do Estado via Bases Nacionais Comuns – tanto curricular como de formação do professor – torna-se mecanismo destinado a fornecer parâmetros operacionais à Charterização e à Uberização.” “A desregulamentação das relações de trabalho, a retirada de diretos previdenciários, o desmonte dos serviços de educação e saúde e o ataque ao movimento sindical são as marcas mais visíveis e geram impacto direto no aumento da desigualdade social.” Mercado de trabalho precário Ao contrário do que afirmaram os golpistas, de que as reformas eram necessárias para superar a crise econômica, o que temos, de fato, é sua continuidade. Os indicadores de crescimento nos dois primeiros trimestres deste ano apontam para um quadro de recessão técnica. A projeção para 2019 é de crescimento de 0,8%. O crescimento de 2,5% alardeado pelo mercado no início do ano era propaganda enganosa: a política econômica proposta por Bolsonaro não tem condições de sustentar uma trajetória de crescimento nesse patamar. O único setor que segue apresentando crescimentos significativos é o sistema financeiro. . A política atual impõe para milhões de brasileiros a pobreza, aprofunda a desigualdade, transfere renda para o sistema financeiro e para países do centro do Capitalismo, a perspectiva de a economia retomar ao patamar de 2014 é estimada para 2023.Deve-se, no entanto, considerar que este resultado pode não ser alcançado diante de uma nova crise econômica mundial, prenunciada pela desaceleração econômica em países que movem a economia global e pela possibilidade real do Brasil entrar novamente em recessão. Esse cenário tem um forte impacto negativo no mercado de trabalho: a taxa de desemprego está em 12%; são 12,8 milhões de desempregados. Cerca de 25% dos desempregados estão nesta condição há 2 anos, ou seja, um desemprego de longa duração (abril/maio/junho, PNAD-C/IBGE8 ). Somando desempregados, trabalhadores desalentados e aqueles que conseguem realizar pequenos trabalhos com jornadas parciais, são 28,4 milhões de trabalhadores subutilizados na força de trabalho. Mesmo aqueles que conseguem emprego, em geral, trata-se de trabalho precário: cresce o número de trabalhadores que não têm carteira de trabalho assinada, as trabalhadoras domésticas sem carteira de trabalho assinada e os trabalhadores por conta própria sem CNPJ - ou seja, as formas mais precárias de trabalho, sem proteção dos direitos trabalhistas e previdenciários. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” “Notório saber” Vire professor em 5 semanas Se você fez Física e está desempregado, chegou a oportunidade que você esperava. Agora, você pode dar aulas de Matemática, por exemplo, passando por um treinamento inicial de apenas cinco semanas. Sim… eu disse cinco. Começou a operar no Brasil uma organização social “sem fins lucrativos” de formação de professores chamada “ ”. Em cinco semanas, toda a teoria necessária para o exercício da Ensina Brasil profissão está dada e o “professor” já pode ir para um “governo-parceiro” cuidar de nossas crianças, sendo contratado como “professor temporário”, ganhando o inicial da carreira, e acaba sua formação “em serviço” no período de apenas dois anos. Nos Estados Unidos a experiência desta organização é nefasta . Criou em cada escola uma porta giratória em que professores temporários estão entrando e saindo o tempo todo, pois converteram a profissão em “bico” de estudante universitário desempregado. Tão logo se localizam no mercado em sua profissão de origem abandonam a escola. Além disso, convertem nossas crianças em “cobaias” de professores mal formados e vão aprender com elas a dar aula durante dois anos de suposto “treinamento em serviço”. No Brasil, a ideia é a mesma, ou seja, preparar professores temporários, procedentes de quaisquer cursos superiores, para fornecê-los aos “governos-parceiros” ganhando o salário inicial da carreira. Passam por cinco semanas de treinamento e pronto, já são despachados para um período de dois anos de “treinamento em serviço”. Esta é a nova modalidade de formação de professores que vem por aqui. Nada de perder tempo com teoria. Com a MP do ensino médio, fica aberta a possibilidade de que isso se generalize como estratégia de formação. “Precisamos de um corpo docente estável, não uma porta giratória. Nós precisamos recrutar novos professores, que planejem permanecer no ensino e fazer uma carreira. Os novos professores devem ter uma formação sólida e uma forte preparação para o trabalho. Eles devem ter mentores e o apoio que precisam para sobreviver aos julgamentos dos primeiros anos de vida e melhorar continuamente.” “Charterização” .....Os impactos da “Charterização” das escolas em processos como os de Goiás e Mato Grosso envolvem repassar a gestão da escola para operadoras charters na forma de terceirização por contrato de gestão. Vez por outra, também somos notificados que, em algum estado, começam a operar empresas que se especializam em “fornecer”, sob demanda, professores para redes públicas........ .......Nada contra a tecnologia na educação, mas a direção que o processo assume é que conta. O impacto destas plataformas na profissão do professor, no papel que o professor tem em sala de aula é alterado substancialmente, remodelando a relação professor-aluno. Nem tudo vem para melhorar, se temos como norte os “processos formativos” dos estudantes, onde a relação professor-aluno é http://ensinabrasil.org/ http://ensinabrasil.org/sejaumensina/ http://ensinabrasil.org/sejaumensina/ https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/25/nota-de-esclarecimento/ https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/25/nota-de-esclarecimento/ https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/24/notorio-saber-vire-professor-em-5-semanas/ https://avaliacaoeducacional.com/2016/09/24/notorio-saber-vire-professor-em-5-semanas/ “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.”insubstituível. O recrudescimento do tecnicismo coloca a educação em um plano em que a melhor definição ainda é a de Paulo Freire: educação bancária, voltada para a simples transferência ilustrada de conhecimento...... Terceirização, Uberização e charterização. A terceirização – ampliada com a passagem da organização da produção fordista para a toyotista – e a Uberização – forma mais recente a ainda restrita – são fenômenos associados, destinados ao aumento do controle político e ideológico sobre a força de trabalho, com a ampliação da precarização das profissões e intensificação do trabalho. A Uberização elimina o conceito de contratação por jornada. A antiga jornada de trabalho servia para proteger o tempo livre do trabalhador. Na educação, é muito provável que a uberização avance pelas “charters on line”, escolas que distribuem conteúdos e que usam “tutores” on line para apoiar os estudantes em seu estudo, seja quando estão na plataforma de aprendizagem, seja fora dela, sob demanda. Por aqui, o movimento está em andamento e não é pouco a introdução na MP do ensino médio tanto do notório saber como da facilitação para os processos de ensino via “on line” (EaD). A relação professor-aluno que numa sala convencional de aula pode ser de 40 alunos para um professor, pode chegar a 400 alunos para um professor, dez vezes mais, em uma escola on line. Se esta forma de organização do trabalho, a uberização prospera. Um professor em sua casa, atende 400 alunos “on line”. A própria plataforma monitora o tempo gasto pelo professor e gera a base de sua remuneração. Enquanto a charterização rompe com a noção de serviço público e o destrói junto com o magistério público, a uberização poderá atingir o profissional da educação e remodelar sua relação com a escola. Segundo Marcio Pochmann: “O que estamos denominando de uberização é uma nova fase, que é praticamente a autonomização dos contratos de trabalho. É o trabalhador negociando individualmente com o empregador a sua remuneração, seu tempo de trabalho, arcando com os custos do seu trabalho.(…)” O tempo vai dizer se isso se confirma, porque também depende das reações dos partidos, dos movimentos sociais. É mais a emergência do que o padrão de fato. Vem de uma empresa de prestação de serviços que se coloca com sucesso em um período muito curto de tempo com a substituição da antiga forma de organização do trabalho no transporte individual, que é o táxi. A uberização materializa a ideia de que o trabalhador tem que ir para o mercado de trabalho levando tudo, sendo responsável pela mercadoria que vai vender e pelo serviço que vai prestar. Trata-se de um novo passo na terceirização onde as empresas desenvolvem mecanismos de transferência https://avaliacaoeducacional.com/2012/12/17/ensino-medio-online-comeca-a-ser-construido/ http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/poliweb48.pdf “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” de custos e riscos não mais para empresas terceirizadas, mas para uma multidão de trabalhadores autônomos disponíveis, retirando suas garantias mínimas e ao mesmo tempo consolidando a sua subordinação. Nesse tipo (ou ausência) de vínculo, as formas de controle são (aparentemente) pouco tangíveis, pois não há horário fixo de trabalho, o trabalhador não é um empregado e a empresa não é sua contratante. A empresa Uber é um exemplo de precarização do trabalho, de retirada de direitos, e faz questão de ignorar as condições de vida dos trabalhadores, “assegurando-se um custo próximo de zero para maquinaria, matéria-prima (combustíveis, reparos, renovação da frota) e da própria força de trabalho” (FONTES, 2017, p.57). Todo o ônus é do trabalhador: os gastos ao comprar e utilizar um veículo (combustível, manutenção, depreciação, seguro), despesas adicionais como pedágios e estacionamentos, a taxa de cobrança da Uber; tudo isso leva a um expressivo número de trabalhadores miseravelmente pagos e com jornadas exaustivas. Em suma, conforme o exposto ao longo desta seção, a uberização é mais uma forma de extração de mais-valia através da exploração baseada em um controle político e ideológico de novo tipo sobre a força de trabalho..... Forma existente de uberização do trabalho docente: Conforme determina a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a contratação de professores deve ser feita por meio de concurso público ou processo seletivo simplificado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; porém, não é bem isso que vem acontecendo em muitos estados da federação. Fruto de uma política pública que tem privilegiado a contratação temporária como regra em detrimento do concurso público, surgem novos formatos de contrato (ou ausência de um), dentre os quais, destaca-se uma forma de trabalho docente já existente que é a docência eventual. O professor eventual é aquele cujo vínculo empregatício está aquém da precarização situacional do professor temporário que é admitido por contrato, no qual a investidura no cargo se dá minimamente nos marcos constitucionais, garantindo aos professores ao menos o salário inicial da categoria. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” Além da falta de garantia no emprego e da remuneração insegura, os docentes eventuais carecem de uma identidade baseada no trabalho. Quando estão empregados, ocupam empregos desprovidos de carreira e não sentem que pertencem a uma comunidade ocupacional imersa em práticas estáveis, códigos de ética e normas de comportamento. A socióloga Aparecida Neri de Souza afirma que “os professores eventuais não têm aulas e/ou classes atribuídas, mas sim uma vaga em uma escola, para substituírem faltas de professores” (SOUZA, 2012, p.7-8). Eles só são chamados quando tem trabalho e não sabem quanto vão ganhar no final do mês. Como recebem mediante as aulas dadas, não há garantias sequer que sua remuneração atingirá o piso salarial da categoria. Estes docentes “não contam com atribuição de aulas, uma vez que é um professor que substitui um efetivo eventualmente” (Venco, 2019, p.4), configurando segundo a autora, a “pedagogia do improviso” na qual a convocação feita, em algumas situações, com pouco tempo de antecedência à aula e o não acesso ao planejamento do colega ausente [professor efetivo] resultam em consequências tanto para os professores quanto para os alunos. Ainda mais, a uberização do trabalho docente contraria os princípios legais regidos pela LDB 9394/1996 que diz em seu Art. 67 que os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 1. - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 2. - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; 3. - piso salarial profissional; 4. - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; 5. - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; 6. - condições adequadas de trabalho (BRASIL, 1996) Aparecida Neri de Souza (2012, 2013) e Elisabeth Souza (2012) caracterizam a situação dos professores eventuais como de “total desprofissionalização”, pois, além de eles serem ignorados pelos sindicatos, o próprio governo paulista omite a sua existência nas estatísticas, visto que “não há dados disponíveis sobre a quantidade de professores eventuais” (SOUZA, 2012, p.8) já que não possuem vínculo de emprego. E isso se dá “ao mesmo tempo em que [o governo] publica legislações especificando sua forma de contratação, ou seja, não “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” desconhece sua existência e nem tão pouco a presença constante deste professor nas escolas da rede”(SOUZA, 2012, p.63). “Capitalismo Cognitivo e subjetividade” O que é o “Capitalismo Cognitivo”? “Capitalismo sempre foi à relação entre a tecnologia, o saber e o próprio capital. O que muda é o tipo de tecnologia e de saber envolvidos na relação. São tecnologias novas que concernem à mente, tecnologias biológicas. E o saber mudou porque diz respeito a essas relações. O Capitalismo Cognitivo trabalha contemplando todas essas relações e saberes. Também sobre as relações cognitivas, de opinião, sobre o trabalho da mente, sobre formas de comunicação. Em linhas gerais, é isso!” Como o “capitalismo cognitivo” contempla a mudança radical das formas de produção, acumulação e organização social que as novas tecnologias promovem? No dito capitalismo clássico o que estava no cerne era a fabricação do objeto. Hoje, antes de fabricar o objeto é preciso fabricar o desejo e a crença. Por exemplo, vamos pensar na fabricação de um par de tênis. O calçado é produzido na China, onde o trabalho dos operários custa 2% do total. Somando o custo de tecnologia e transporte, envolvemos 50% de investimento. O restante do investimento é feito em marketing, publicidade, design, que é feito no Ocidente. O capitalismo cognitivo convive com o capitalismo clássico, a fábrica, o serviço. E há conflito entre os dois. Inclusive entre as subjetividades diferentes que vivem com capitalismos diferentes. O problema político sobre o qual é possível refletir. Não é a tecnologia que impõe. Como disse Felix Guattari, é a máquina social que produz a máquina tecnológica. O que significa o conceito de gestão de conhecimento no contexto do “capitalismo cognitivo”? Até que ponto a gestão do conhecimento seria uma camuflagem para formas mais sofisticadas de controle? O novo tipo de gerência é representado pela gestão do capital humano. Cada trabalhador tem que ser o empreendedor dele mesmo. Uma ideologia que diz que cada trabalhador tem que ser responsável por ele mesmo. Se está desempregado o problema é dele. Ele tem que transformar os investimentos sociais em gastos para o capital humano. Todas as relações sociais são vistas como sendo funcionais ao aumento do capital humano do indivíduo. A escola, o serviço, a aposentadoria, a saúde, não são mais serviços sociais mas investimentos dos indivíduos e, nessa lógica, têm de ser privatizados. A forma de controle passa pelo fato de o indivíduo tornar-se explorador dele mesmo. Que impactos essas mudanças todas têm sobre o trabalhador, sua maneira de organizar a vida e sua subjetividade? “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” O trabalhador como instituição e convenção de emprego sofre uma verdadeira desconstrução. Ele é demolido, decomposto. Mas no coração desta desconstrução aparecem múltiplas novas formas de atividade e de trabalho produtivo que ainda não encontrou meios de expressão política. A classe operária perdeu seu papel hegemônico e o cognitivismo se defronta com uma incrível desenvoltura da esquerda institucional. Diversos exemplos o mostram: 1) a questão do tempo de trabalho contínuo (as 35 horas) como se a duração do trabalho cognitivo fosse mensurável por outro critério além daquele da vida – ora, a vida não é um relógio; 2) a competência, a qualificação, o emprego contínuo sendo mensurado segundo critérios hierárquicos de outra época; 3) a precariedade e a atividade do trabalho cognitivo sendo tratados como seres inferiores; a metade de empregos que se trataria de transformar em bons empregos; A interferência da tecnologia na subjetividade do indivíduo “A subjetividade é o próprio ser, é o que se é em uma sociedade, uma totalização que se estende ao conjunto social. O indivíduo nada mais é do que a representação de sua época e reflete todo contexto em que se encontra inserido.” Com a expansão das novas tecnologias que penetram todo tecido social, a sociedade está vivendo um momento impar sendo transformada. Consequentemente homens e mulheres desta nova era digital também estão passando por transformações radicais. De acordo com ARAUJO (2007), o mundo moderno colocou o homem no centro onde tudo passa a ser julgado a partir do ser humano. Há o descobrimento da subjetividade, da autonomia e, por fim, também a visão de que o ser humano é o sujeito de sua própria história. No entanto, tudo favorecerá a uma tendência cada vez maior ao individualismo, ao . consumismo e ao egocentrismo ARAUJO (2007), afirma que, com a modernidade, houve uma valorização da subjetividade, da livre escolha pessoal, da liberdade e da consciência dos direitos fundamentais, decisivos para uma autêntica promoção humana. Mas, por outro lado, houve uma tendência a um subjetivismo exacerbado, levando ao narcisismo do indivíduo demasiadamente preocupado consigo mesmo, e que exalta o consumismo materialista como grande objetivo . de vida, trazendo um empobrecimento das relações pessoais e sociais Diante dos meios midiáticos que tanto influenciam o comportamento dos indivíduos é de fundamental importância analisar e refletir sobre o poder da mídia no âmbito da subjetividade e como esta atua na construção de formas de ser e agir dos humanos, bem como a sua influência nas interações relacionais destes. Os tempos modernos produzem uma sensação de liberdade e poder a esse novo homem, que gradualmente, sem perceber, está cada vez mais alienado de tudo e de todos, pode-se dizer, conexo e desconexo ao mesmo tempo. Preocupado consigo mesmo e influenciado por um consumismo materialista onde o SER=TER é exaltado, o mesmo, “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” nessa concepção liberal, se deixa influenciar sem se incomodar, aparentemente se sente realizado empobrecendo as relações pessoais e sociais. “a mídia é uma arma poderosa concentrada nas mãos daqueles que controlam o fluxo de informações e funciona como agente formador de opiniões e criador-reprodutor de cultura, interfere, forma e transforma a realidade, as motivações, os modos de pensar e de agir do homem”. São Paulo, 22 de junho de 2002 Carta ao povo brasileiro O Brasil quer mudar. Mudar para crescer, incluir, pacificar. Mudar para conquistar o desenvolvimento econômico que hoje não temos e a justiça social que tanto almejamos. Há em nosso país uma poderosa vontade popular de encerrar o atual ciclo econômico e político. Se em algum momento, ao longo dos anos 90, o atual modelo conseguiu despertar esperanças de progresso econômico e social, hoje a decepção com os seus resultados é enorme. Oito anos depois, o povo brasileiro faz o balanço e verifica que as promessas fundamentais foram descumpridas e as esperanças frustradas. Nosso povo constata com pesar e indignação que a economia não cresceu e está muito mais vulnerável, a soberania do país ficou em grande parte comprometida, a corrupção continua alta e, principalmente, a crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras. O sentimento predominante em todas as classes e em todas as regiões é o de que o atual modelo esgotou-se. Por isso, o país não pode insistir nesse caminho, sob pena de ficar numa estagnação crônica ou até mesmo de sofrer, mais cedo ou mais tarde, um colapso econômico, social e moral. O mais importante, no entanto, é que essa percepção aguda do fracasso do atual modelo não está conduzindo ao desânimo, ao negativismo, nem ao protesto destrutivo. Ao contrário: apesar de todo o sofrimento injusto e desnecessário que é obrigada a suportar, a população está esperançosa, acredita nas possibilidades do país, mostra- se disposta a apoiar e a sustentar um projeto nacional alternativo, que faça o Brasil voltar a crescer, a gerar empregos, a reduzir a criminalidade, a resgatar nossa presença soberana e respeitada no mundo. A sociedade está convencida de que o Brasil continua vulnerável ede que a verdadeira estabilidade precisa ser construída por meio de corajosas e cuidadosas mudanças que os responsáveis pelo atual modelo não querem absolutamente fazer. A nítida preferência popular pelos candidatos de oposição que tem esse conteúdo de superação do impasse histórico nacional em que caímos, de correção dos rumos do país. A crescente adesão à nossa candidatura assume cada vez mais o caráter de um movimento em defesa do Brasil, de nossos direitos e anseios fundamentais enquanto nação independente. Lideranças populares, intelectuais, artistas e religiosos dos mais variados matizes ideológicos declaram espontaneamente seu apoio a um projeto de mudança do Brasil. Prefeitos e parlamentares de partidos não coligados com o PT anunciam seu apoio. Parcelas “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” significativas do empresariado vêm somar- se ao nosso projeto. Trata-se de uma vasta coalizão, em muitos aspectos suprapartidária, que busca abrir novos horizontes para o país. O povo brasileiro quer mudar para valer. Recusa qualquer forma de continuísmo, seja ele assumido ou mascarado. Quer trilhar o caminho da redução de nossa vulnerabilidade externa pelo esforço conjugado de exportar mais e de criar um amplo mercado interno de consumo de massas. Quer abrir o caminho de combinar o incremento da atividade econômica com políticas sociais consistentes e criativas. O caminho das reformas estruturais que de fato democratizem e modernizem o país, tornando-o mais justo, eficiente e, ao mesmo tempo, mais competitivo no mercado internacional. O caminho da reforma tributária, que desonere a produção. Da reforma agrária que assegure a paz no campo. Da redução de nossas carências energéticas e de nosso déficit habitacional. Da reforma previdenciária, da reforma trabalhista e de programas prioritários contra a fome e a insegurança pública. O PT e seus parceiros têm plena consciência de que a superação do atual modelo, reclamada enfaticamente pela sociedade, não se fará num passe de mágica, de um dia par ao outro. Não há milagres na vida de um povo e de um país. Será necessária uma lúcida e criteriosa transição entre o que temos hoje e aquilo que a sociedade reivindica. O que se desfez ou se deixou de fazer em oito anos não será compensado em oito dias. O novo modelo não poderá ser produto de decisões unilaterais do governo, tal como ocorre hoje, nem será implementado por decreto, de modo voluntarista. Será fruto de uma ampla negociação nacional, que deve conduzir a uma autêntica aliança pelo país, a um novo contrato social, capaz de assegurar o crescimento com estabilidade. Premissa dessa transição será naturalmente o respeito aos contratos e obrigações do país. As recentes turbulências do mercado financeiro devem ser compreendidas nesse contexto de fragilidade do atual modelo e de clamor popular pela sua superação. À parte manobras puramente especulativas, que sem dúvida existem, o que há é uma forte preocupação do mercado financeiro com o mau desempenho da economia e com sua fragilidade atual, gerando temores relativos à capacidade de o país administrar sua dívida interna e externa. É o enorme endividamento público acumulado no governo Fernando Henrique Cardoso que preocupa os investidores. Trata-se de uma crise de confiança na situação econômica do país, cuja responsabilidade primeira é do atual governo. Por mais que o governo insista, o nervosismo dos mercados e a especulação dos últimos dias não nascem das eleições. Nascem, sim, da graves vulnerabilidades estruturais da economia apresentadas pelo governo, de modo totalitário, como o único caminho possível para o Brasil Na verdade, há diversos países estáveis e competitivos no mundo que adotaram outras alternativas. Não importa a quem a crise beneficia ou prejudica eleitoralmente, pois ela prejudica o Brasil. O que importa é que ela precisa ser evitada, pois causará sofrimento irreparável para a maioria da população. Para evitá-la, é preciso compreender que a margem de “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” manobra da política econômica no curto prazo é pequena. O Banco Central acumulou um conjunto de equívocos que trouxeram perdas às aplicações financeiras de inúmeras famílias. Investidores não especulativos, que precisam de horizontes claros, ficaram intranquilos. E os especuladores saíram à luz do dia, para pescar em águas turvas. Que segurança o governo tem oferecido à sociedade brasileira? Tentou aproveitar-se da crise para ganhar alguns votos e, mais uma vez, desqualificar as oposições, num momento em que é necessário tranquilidade e compromisso com o Brasil. Como todos os brasileiros, quero a verdade completa. Acredito que o atual governo colocou o país novamente em um impasse. Lembrem-se todos: em 1998, o governo, para não admitir o fracasso do seu populismo cambial, escondeu uma informação decisiva. A de que o real estava artificialmente valorizado e de que o país estava sujeito a um ataque especulativo de proporções inéditas. Estamos de novo atravessando um cenário semelhante. Substituímos o populismo cambial pela vulnerabilidade da âncora fiscal. O caminho para superar a fragilidade das finanças públicas é aumentar e melhorar a qualidade das exportações e promover uma substituição competitiva de importações no curto prazo. Aqui ganha toda a sua dimensão de uma política dirigida a valorizar o agronegócio e a agricultura familiar. A reforma tributária, a política alfandegária, os investimentos em infraestrutura e as fontes de financiamento públicas devem ser canalizadas com absoluta prioridade para gerar divisas. Nossa política externa deve ser reorientada para esse imenso desafio de promover nossos interesses comerciais e remover graves obstáculos impostos pelos países mais ricos às nações em desenvolvimento. Estamos conscientes da gravidade da crise econômica. Para resolvê-la, o PT está disposto a dialogar com todos os segmentos da sociedade e com o próprio governo, de modo a evitar que a crise se agrave e traga mais aflição ao povo brasileiro. Superando a nossa vulnerabilidade externa, poderemos reduzir de forma sustentada a taxa de juros. Poderemos recuperar a capacidade de investimento público tão importante para alavancar o crescimento econômico. Esse é o melhor caminho para que os contratos sejam honrados e o país recupere a liberdade de sua política econômica orientada para o desenvolvimento sustentável. Ninguém precisa me ensinar a importância do controle da inflação. Iniciei minha vida sindical indignado com o processo de corrosão do poder de comprar dos salários dos trabalhadores. Quero agora reafirmar esse compromisso histórico com o combate à inflação, mas acompanhado do crescimento, da geração de empregos e da distribuição de renda, construindo um Brasil mais solidário e fraterno, um Brasil de todos. A volta do crescimento é o único remédio para impedir que se perpetue um círculo vicioso entre metas de inflação baixas, juro alto, oscilação cambial brusca e aumento da dívida pública. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” O atual governo estabeleceu um equilíbrio fiscal precário no país, criando dificuldades para a retomada do crescimento. Com a política de sobrevalorização artificial de nossa moeda no primeiro mandato e com a ausência de políticas industriais de estímulo à capacidade produtiva, o governo não trabalhou como podia para aumentar a competitividade da economia. Exemplo maior foi o fracasso na construção e aprovação de uma reforma tributária que banisse o caráter regressivo e cumulativo dos impostos, fardo insuportável para o setor produtivoe para a exportação brasileira. A questão de fundo é que, para nós, o equilíbrio fiscal não é um fim, mas um meio. Queremos equilíbrio fiscal para crescer e não apenas para prestar contas aos nossos credores. Vamos preservar o superávit primário o quanto for necessário para impedir que a dívida interna aumente e destrua a confiança na capacidade do governo de honrar os seus compromissos. Mas é preciso insistir: só a volta do crescimento pode levar o país a contar com um equilíbrio fiscal consistente e duradouro. A estabilidade, o controle das contas públicas e da inflação são hoje um patrimônio de todos os brasileiros. Não são um bem exclusivo do atual governo, pois foram obtidos com uma grande carga de sacrifícios, especialmente dos mais necessitados. O desenvolvimento de nosso imenso mercado pode revitalizar e impulsionar o conjunto da economia, ampliando de forma decisiva o espaço da pequena e da microempresa, oferecendo ainda bases sólidas par ampliar as exportações. Para esse fim, é fundamentar a criação de uma Secretaria Extraordinária de Comércio Exterior, diretamente vinculada à Presidência da República. Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social. As mudanças que forem necessárias serão feitas democraticamente, dentro dos marcos institucionais. Vamos ordenar as contas públicas e mantê-las sob controle. Mas, acima de tudo, vamos fazer um Compromisso pela Produção, pelo emprego e por justiça social. O que nos move é a certeza de que o Brasil é bem maior que todas as crises. O país não suporta mais conviver com a ideia de uma terceira década perdidas. O Brasil precisa navegar no mar aberto do desenvolvimento econômico e social. É com essa convicção que chamo todos os que querem o bem do Brasil a se unirem em torno de um programa de mudanças corajosas e responsáveis. Luiz Inácio Lula da Silva O novo ensino médio “No Brasil, a extrema desigualdade socioeconômica obriga grande parte dos filhos da classe trabalhadora a buscar, bem antes dos 18 anos de idade, a inserção no mundo do trabalho, visando complementar a renda familiar ou até a autossustentação, com baixíssima escolaridade e sem nenhuma qualificação profissional, engordando as fileiras do trabalho simples, mas contribuindo para a valorização do capital. ’’ “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” A LEI N° 13.415/2017 E SEUS DESAFIOS As mudanças que nortearão os novos desenhos de Ensino Médio serão baseadas em documentos que se complementam (e não devem ser confundidos): a lei de Reforma do Ensino Médio (Lei 13.415/17), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio, os Referenciais Curriculares para Elaboração dos Itinerários Formativos e o Guia de Implementação do Novo Ensino Médio. 1) “......A oferta do ensino profissionalizante em larga escala parece ser, aliás, um dos pontos mais problemáticos da reforma. . Garantir que todos os alunos possam, de fato, escolher seus percursos formativos pode ser um tanto problemático. Além da falta de recursos financeiros e humanos, há também desafios logísticos. “Mais de 50% dos municípios no País têm somente uma escola de Ensino Médio. Como fazer? Deveremos oferecer todas as opções?....” 2) Outro ponto importante da medida provisória é o currículo mais flexível. O que significa que os alunos poderão definir quais conteúdos aprofundar ao longo dos anos, com exceção de português e matemática. 3) Por outro lado, com seus poucos 16 anos, muitos estudantes ainda nem sabem qual carreira vão querer seguir. Assim, questiona-se se essa escolha de grade curricular não acontece em um momento muito prematuro na vida desses jovens. 4) A carreira de professor, já desvalorizada, pode piorar com uma concessão prevista na lei da reforma: o “notório saber” é uma autorização que as escolas podem dar para profissionais lecionarem no ensino técnico, ainda que sem licenciatura ou preparo em pedagogia. 5) Mais que a falta de diálogo, outro fator dificulta a implementação real do projeto é a falta verba. “Estes itinerários formativos não podem ser improvisados. É necessário investir nos professores e nos equipamentos escolares. Mas a MP não aponta mais investimentos. Ao contrário: A PEC 55, do limite de gastos, já aprovada, vai reduzir os investimentos para a educação”, diz Caleggari. 6) Para Camila Lanes, presidenta da Ubes, “é como se o governo fosse fazer uma reforma em casa, mas sem comprar os materiais”, o que pode “colaborar com a evasão e retroceder, em vez de avançar “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” A mulher do século XXI “...A mulher não é igual, nem inferior, nem superior ao homem; é-lhe equivalente....” Direitos conquistados 1. Educação - No Brasil, mulheres só puderam frequentar a escola básica a partir de 1927. E nas universidades isso só aconteceu mais de 50 anos depois, em 1979. 2. Trabalho - De acordo com o Código Civil de 1916, a mulher só poderia trabalhar fora caso o marido lhe concedesse autorização. Foi só em 1943 que, segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas, isso mudou. 3. Licença-maternidade - Sabia que até 1934 esse direito não existia, Foi nesse ano em que a Constituição previu que as mulheres ficariam sem trabalhar um mês antes e um mês depois de nascer o bebê. Além disso, a demissão de grávidas passou a ser proibida. Em 1988, o período se estendeu para 120 dias. 4. Voto- o direito ao voto, no Brasil só foi autorizado em 1932. Em 1934, a primeira representante política do gênero feminino foi eleita no país: Carlota Pereira de Queiroz. 5. Casamento - Desde 1916, com aprovação do Código Civil, só o homem era responsável pela família e o casamento poderia ser anulado pelo marido caso descobrisse que a esposa não era virgem. A família da noiva também poderia deserdá-la. Essas regras mudaram apenas em 2002 6. Divórcio - Em 1977, o divórcio passou a ser permitido por lei. Até então, o casal só poderia se separar em casos de traição, tentativa de morte ou abandono do lar. 7. Anticoncepcional - Em 1962, o Brasil começou a vender anticoncepcionais. A mudança possibilitou que elas pudessem se relacionar sexualmente com mais parceiros. 8. Violência contra a mulher - A primeira Delegacia da Mulher foi criada em 1985. Em 2006, surgiu a Lei Maria da Penha, com mecanismo para punições em caso de violência doméstica. [...] Historicamente, quando os homens procuram desenvolver sua carreira, sua dificuldade é menor devido a uma cultura patriarcal observada em nossa sociedade que põe obstáculos ao desenvolvimento profissional feminino. As mulheres, por outro lado, ainda encontram barreiras tanto naturais (filhos, família, cuidado com o lar...), como as impostas por organizações mais conservadoras. Porém, outro ponto importante é a mudança de comportamento da própria mulher que tem refletido transformação na sociedade. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” Alguns desafios... 1. Desigualdade no mercado de trabalho. - As mulheres têm mais dificuldade de entrar e de chegar a cargos de chefia, e ganham menos que homens cumprindo a mesma função. O machismo faz com que mulheres sejam discriminadas no acesso aos melhores cargos”, avalia. 2. Baixa representatividade de mulheres na política - A primeira coisa é a estrutura de desigualdade entre homens e mulheres na sociedade, no mercado de trabalho. Existe uma imagem sobre o que é uma mulher na sociedade, e elas ainda não são vistas como alguém de decisão, que resolve, e a ideia da política é ligado a isso. O Estado precisa assumir esse papel e oferecer serviços – tem que ter creche, educação integral, transporte escolar, mais deuma refeição nas escolas, instituição para atendimento de idosos, visitas domiciliares –, é um leque de políticas públicas de cuidado que só estamos engatinhando. Não é uma agenda do Brasil hoje. Reforma sindical e Ataque aos direitos O governo de extrema direita e ultraliberal de Jair Bolsonaro promete mais um golpe contra a classe trabalhadora e o Brasil. Após a legalização da fraude da terceirização irrestrita, do congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e da aprovação da Reforma trabalhista realizadas após o golpe de 2016; a possível finalização da reforma da previdência que acaba com o direito à aposentadoria da população trabalhadora; os ataques à educação, à ciência, à pesquisa, à cultura e ao meio ambiente, Bolsonaro promete atacar, mais uma vez, o direito de organização sindical. A tentativa é de estrangular a resistência social ao seu projeto de destruição nacional, além de aprofundar a desregulamentação e redução do valor da força de trabalho. O chefe da milícia alçado à presidência da república criou um grupo antissindical para projetar uma contrarreforma sindical. O objetivo é pulverizar, dividir e estrangular a resistência social. Uma das medidas anunciadas seria a criação de sindicatos por empresas para permitir o controle dos patrões sobre as entidades sindicais das trabalhadoras e trabalhadores. O ataque aos direitos foi aprofundado com a reforma trabalhista, aprovada em 2017, que suprimiu cerca de 100 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). As mudanças instituem contratos precários, ampliam a jornada e também flexibilizam seu uso, pioram as condições de trabalho, facilitam a demissão, criam um ambiente desfavorável à negociação coletiva, fragilizam a organização sindical e dificultam o acesso dos trabalhadores à justiça do trabalho. A ofensiva contra os sindicatos continuou. Em janeiro, foi editada a MP 871/2019 visando, dest vez, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais, ao cassar sua atribuição de comprovar o trabalho do agricultor familiar para fins de acesso à Previdência Social, além de restringir o acesso de brasileiros e brasileiras a benefícios (pensão por morte, auxílio-reclusão, licença-maternidade, Benefício de Prestação “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” Continuada - BPC) e à aposentadoria). Em fevereiro, foi editada a MP 873/2019, que procurava asfixiar o movimento sindical criando dificuldades para o pagamento da mensalidade dos sindicalizados. Embora tenha caducado, empresas e setores expressivos da administração pública continuam violando a lei que determina o desconto em folha da mensalidade e da taxa negocial. Está em tramitação no Congresso a MP881/2019 que libera o trabalho aos domingos e feriados sem a necessidade de aprovação em Convenção Coletiva, desobriga o pagamento em dobro do trabalho efetuado nesses dias, além de permitir ao empregador usar o registro de ponto por exceção (quando o trabalhador só faz registro do tempo que fizer horas extras ou faltar ao serviço). A reforma da Previdência apresentada pelo governo segue na mesma linha, tendo como objetivos: transferir recursos do Fundo Público - que seriam destinados a aposentadorias e benefícios - para o pagamento da dívida pública, favorecendo bancos e setores rentistas da sociedade; excluir parte dos trabalhadores e trabalhadoras da aposentadoria; retardar o acesso à aposentadoria e aos demais direitos previdenciários; reduzir o valor dos benefícios. Apesar de o texto substitutivo ter retirado os pontos mais cruéis do projeto, em decorrência da mobilização do movimento sindical e popular, a conta da reforma da Previdência continua a ser paga pelos trabalhadores: mantém a idade mínima (o que pode resultar em milhões de trabalhadores fora do sistema) e reduz o valor da aposentadoria, impondo condições de vida mais precárias na velhice para aqueles que conseguirem se aposentar. Notícias divulgadas na imprensa informam ainda a intenção do governo de continuar a ofensiva contra os sindicatos com uma reforma sindical, eliminando o Art. 8º da Constituição Federal e estabelecendo, no âmbito do Código Civil, novos parâmetros para a organização sindical. As organizações sindicais afirma sua que mudanças no padrão de organização sindical devem ser efetuadas com a participação das entidades sindicais e a partir de regras e princípios que respeitem normas da OIT. O FUNDEB Em 2020, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) expirará..... O QUE É O FUNDEB? Trata-se de um grande cofre do qual sai dinheiro para valorizar os professores e desenvolver e manter funcionando todas as etapas da Educação Básica – desde creches, Pré-escola, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio até a Educação de Jovens e Adultos (EJA) - não, a Educação Superior não entra nessa conta. O Fundeb entrou em vigor em janeiro de 2007 e se estenderá até 2020, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 53, que alterou o Art. 60 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), por isso a urgência em ajustar uma proposta de Novo Fundeb. QUAL IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DO FUNDEB? O Fundo tem como objetivo fazer com que haja menos desigualdade de recursos entre as redes de ensino. E é muito importante, pois faz com que a diferença entre a rede que mais investe por aluno e a que menos investe caia consideravelmente. De acordo com o Estudo Técnico 24/2017 da Câmara dos Deputados, sem a política de fundo, a desigualdade seria de 10.000%. Com as atuais regras, a distância é de 564%. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” Além disso, o Fundeb atual ajudou os sistemas de ensino a se organizarem melhor no que diz respeito ao atendimento escolar de toda a Educação Básica. O fundo dá segurança financeira aos municípios e estados para expandirem seu número de matrículas e os orienta no cumprimento de suas responsabilidades com a Educação. Dessa maneira, municípios são incentivados a se concentrarem na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e os estados, nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. QUAL O VALOR MÍNIMO ANUAL A SER REPASSADO POR ESTUDANTE? Em 2018, o valor mínimo por aluno no Fundeb, considerando o fator de ponderação para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental urbano, será de R$ 3.016,67 (era de R$ 2.875,03 em 2017). Esse é o menor valor que será distribuído por estudante para os estados e municípios brasileiros pelo fundo, sendo definido por Portaria Interministerial do Ministério da Educação e do Ministério da Fazenda. Todo fundo estadual que tiver valor aluno/ano inferior ao mínimo definido para aquele ano receberá recurso de complementação da União. Desse modo, a União garante que todos os municípios e governos de estados tenham acesso a um valor por matrícula pelo menos igual ao valor mínimo nacional. O DINHEIRO DO FUNDEB PODE SER USADO EM QUÊ? O dinheiro do Fundeb pode ser usado no financiamento de todos os níveis da Educação Básica. Ou seja, os estados e municípios podem usar livremente os recursos entre as etapas e modalidades, mesmo que eles tenham sido distribuídos por conta da matrícula em um determinado nível de ensino. Não há obrigatoriedade para que o dinheiro oriundo de uma matrícula em creche em um município seja usado necessariamente nessa etapa. Mas há algumas regras de aplicação que devem ser seguidas. O QUE PODE: Pelo menos 60% do dinheiro do Fundeb deve ser aplicado no pagamento do salário dos professores da rede pública na ativa. O dinheiro também pode ser usado na remuneração de diretores, orientadores pedagógicos e funcionários, na formação continuada dos professores, no transporte escolar, na aquisição de equipamentos e material didático, na construção e manutenção das escolas - tudo aquilo contempladopelo Art. 70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O QUE NÃO PODE: Não pode, contudo, ser utilizado para pagar merenda escolar, para remunerar profissionais da Educação em desvio de função (por exemplo, um professor que vai trabalhar no gabinete do prefeito) e em outras despesas especificadas pelo Art. 71 da LDB. DEPOIS DE 2020, O QUE VAI ACONTECER COM O FUNDEB? “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” De acordo com a lei, o Fundeb se estenderá apenas até 2020. Diante da proximidade do prazo, tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 15/2015, que pretende tornar o Fundeb permanente e pode alterar a lógica de distribuição desses recursos. Criminalização dos movimentos sociais A criminalização dos movimentos sociais é um fenômeno que vem se desenvolvendo ao longo da história nacional e cada vez mais ganhando força. Demonstra-se não apenas como criminalização das atuações dos movimentos, mas também em um aspecto macro de criminalizar o próprio ser dos movimentos, organização em si, o que é bastante perigoso. “A ideologia disseminada principalmente pelo poder midiático que fortalece a criminalização de tais movimentos sociais, que oculta ou banaliza a violência que permeia e aterroriza a vida dos trabalhadores e trabalhadoras .Tudo isso, a serviço dos interesses do grande capital que move associado às esferas públicas de poder, predominantemente, as responsáveis pela elaboração de políticas econômicas e sociais em nosso país, cujos planos são direcionados para atender aos interesses do capital e contrários as classe trabalhadora.” Criminalizar consiste em caracterizar como criminoso algo que não necessariamente está tipificado como tal. Assim O objetivo da criminalização é criar as condições legais e, se possível, legítimas perante a sociedade para: a) impedir que a classe trabalhadora tenha conquistas econômicas e políticas; b) restringir, diminuir ou dificultar o acesso as políticas públicas; c) isolar e desmoralizar os movimentos sociais junto à sociedade; d) e, por fim, criar as condições legais para a repressão física aos movimentos sociais. Em linhas gerais, pode-se dizer que as estratégias de repressão adotadas (usadas de forma simultânea ou complementarmente) foram: (...) criminalizar não é utilizar a força policial para reprimir manifestações (tratar como “caso de polícia”), mas é transformar (caracterizar ou tipificar) uma determinada ação em um crime. Utilizando mecanismos legais, a intenção é fazer com que ações e pessoas sejam vistas e julgadas (pela opinião pública, pelo órgão estatal responsável) como criminosos e bandidos (iniciativas feita à margem da lei) (SAUER, 2008. p.2). http://www.justificando.com/2018/11/14/criminalizacao-dos-movimentos-sociais-e-levante-conservador/ “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” a) Isolamento político, não dando voz nem conferindo legitimidade ás demandas, visando à desintegração e à desmobilização; b) Cooptação, tanto de grupos de base como de lideranças importantes, concedendo pequenos privilégios, buscando o definhamento do movimento social, e, c) Repressão pura e simples, especialmente com o uso de aparelhos policiais de Estado. Mais recentemente também tem se averiguado uma forte importância do sistema educacional no processo de criminalização. A educação, seja no âmbito fundamental ou superior, se desenvolve a partir da forma como nos organizamos socialmente, isto significa que as escolas e universidades atualmente cumprem uma função social de fornecer mão –de – obra para o mercado. Tem-se um ensino mercantilizado e, acima de tudo, tecnicizado que pouco estimula o pensamento crítico sobre a realidade posta. Neste sentido, acrescenta Manoel Nascimento (2008,p. 8): (...) é a universidade, hoje, quem forma mão-de-obra qualificada. Ao menos esta função lhe foi permitida. É nela que se formam os futuros gerentes e supervisores que irão botar pra lascar com o peão em qualquer trabalho. É nela que se formam os pesquisadores que deformarão dados econômicos para favorecer os capitalistas contra os trabalhadores. É nela que se formam os médicos, enfermeiros e farmacêuticos que preferem trabalhar nas doenças cuja cura depende de remédios caríssimos, ao invés de trabalhar a medicina preventiva ou tratar de doenças que atacam o povo com maior frequência. É um sistema educacional que atende aos interesses da classe dominante, tendendo a reproduzir a criminalização dos movimentos populares, na medida em que estes põem em risco a ordem vigente. No contexto atual, a criminalização dos movimentos sociais urbanos ou camponeses move-se no terreno econômico, social e político posto pelo sistema capitalista. Nestes termos, é inerente ao processo de perseguição jurídica e certo conteúdo de classe, fundamentado no domínio material no âmbito das relações sociais de produção. A criminalização tem se manifestado num conjunto de práticas que vão da dimensão discursiva à manifestação das mais duras formas de violência e opressão. Por isso, deve ser entendida como uma ofensiva da elite burguesa contra a força das idéias e das ações construídas pelos movimentos sociais. Nesse sentido, não há como compreender o processo de criminalização dos movimentos sociais fora do espaço das lutas de classes. A criminalização dos movimentos sociais pela via da educação dar-se, sobretudo, pela clareza que a classe hegemônica possui sobre o fato de que a luta ideológica pela via da formação escolar é um componente de conscientização e desalienação dos indivíduos. Nesse sentido, é que se percebe que há uma contra-força que se concentra no controle à democratização do acesso e permanência de sujeitos na escola. Evidencia-se, nos últimos anos, este fato na intensa luta dos Sem-Terra pela retomada das escolas itinerantes acusadas de serem espaços de “doutrinamento e propaganda ideológica” pelo governo. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” A militarização da educação “A militarização das escolas serve somente para censurar e reprimir o pensamento crítico e manter os trabalhadores e a juventude na “rédea curta”, como cavalos encilhados, obedientes e submissos aos patrões e aos governantes para que aceitem passivamente a realidade de exploração e miséria a que somos submetidos.” “......O presidente Jair Bolsonaro (PSL), que quer resolver os problemas da educação no país construindo uma escola militar por capital, afirmou publicamente que “tem que acabar com o pensamento crítico”. A ideia de militarização das escolas que essa extrema direita com mentalidade escravagista defende, vem de encontro ao absurdo de ideias reacionárias como o projeto “escola sem partido”, que é uma verdadeira “lei da mordaça”, uma censura dos tempos da ditadura para proibir o pensamento crítico e o questionamento da realidade política e social. O objetivo é intimidar os professores cerceando suas posições políticas e adestrar os jovens como fazem no exército impondo a obediência sem reflexão, para transformá-los em mão de obra servil e submissa, ou seja, para serem verdadeiros escravos dos patrões no futuro. Além disso, especialistas afirmam que o processo de militarização de escolas públicas é inconstitucional, fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e coloca em risco a capacidade cognitiva dos estudantes. Onde o projeto está mais avançado é em Goiás e já podemos ver seus resultados. Há cinco anos, o estado tinha apenas oito colégios militares. Hoje, já são 48 o número de escolas administradas pela PM. Cada escola precisa de pelo menos 16 policiais e os agentes são convocados da reserva que é composta por policiais aposentados. A militarização da educação também visa o desmonte da escola pública com a substituição de professores por “policiais aposentados”,como uma forma de “bico”, sem possuírem conhecimento científico/pedagógico para exercer a função, demonstrando o avanço de uma concepção de educação fascistizante. Essas escolas passam a seguir a normatização dos quartéis elaborada pelos Os alunos recebem sanções quando deixam de cortar o cabelo ou militares. apresentam-se com barba ou bigode por fazer. Para as meninas, a regra é usar “rabo de cavalo”, pois não é permitido cabelo solto, com pontas ou mechas caídas. Também é transgressão deixar de prestar continência aos militares. Um exemplo desse regime fascistizante é colégio Estadual Waldemar Mundim, na periferia de Goiânia. Lá são transgressões disciplinares consideradas graves e que podem levar à expulsão do aluno: provocar ou tomar parte, uniformizado ou estando no colégio, em manifestações de natureza política, manter contato físico que denote “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” envolvimento de cunho amoroso — namoro, abraços, beijos — e desrespeitar símbolos nacionais também são transgressões consideradas graves. Por ai se percebe o caráter ditatorial e repressor que pune qualquer manifestação política estudantil ou dos professores. O caráter moralista e reacionário da militarização fica explícito nas palavras do diretor comandante da escola: “O que acontece, com a nossa chegada, é uma quebra de cultura. Os alunos vinham de uma cultura de libertinagem. Tinha menina que chegava na hora do intervalo, abraçava o colega e enganchava nele com as pernas”, lembrou o tenente-coronel, tentando explicar as cenas com imitações e gestos. “Tinha homossexual aqui que pintava o cabelo de alaranjado, de vermelho, de roxo. Com a nossa chegada, a gente diz: ‘Rapaz, você pode ser homossexual, mas tem de manter a postura’. Dentro da razoabilidade, o que a gente cobra é o mínimo de moral.” A militarização é também um ataque à . A curto gestão democrática prazo, policiais podem suprir a necessidade de contratação de orientadores educacionais e dividirem a responsabilidade da gestão da escola. A médio e longo prazo, os PM´s poderão assumir completamente a direção das escolas e substituir parcialmente os professores regentes. A militarização da escola pública constitui práticas pedagógicas que limitam os princípios constitucionais do pluralismo de ideias e de . concepções pedagógicas e o não conhecimento da realidade escolar Policiais não estão preparados para debater ideias e resolver conflitos, qualquer divergência ou discussão já descamba para agressão, acabando com a liberdade de expressão. Os alunos ficam o tempo inteiro submetidos a um sistema rígido em que devem apenas obedecer. Aqueles que não se adequarem são simplesmente ignorados e “convidados a sair”. Pedofilia Trata-se de uma doença, um desvio de sexualidade, que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças e adolescentes de forma compulsiva e obsessiva, podendo levar ao abuso sexual. O pedófilo é, na maioria das vezes, uma pessoa que aparenta normalidade no meio profissional e na sociedade. Ele se torna criminoso quando utiliza o corpo de uma criança ou adolescente para sua satisfação sexual, com ou sem o uso da violência física. A pedofilia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é uma doença; um transtorno psicológico onde o indivíduo possui atração sexual por crianças adolescentes pré-púberes (até 13 anos). “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” PEDOFILIA NÃO É CRIME! Não existe, em nosso ordenamento jurídico penal pátrio, o “crime de pedofilia”. Não existe cura para a pedofilia e, por este motivo, o tratamento deve ser constante para que ela seja e se mantenha controlada. Deve-se ficar muito bem cristalino que nem todo pedófilo é um criminoso sexual, pois, como já dito, a pedofilia é uma doença e enquanto ela não for exteriorizada não há de se falar em crime e nem em criminoso. O psiquiatra compara o transtorno pedofílico ao diabetes. "Uma vez portador, vai ser sempre portador. O que varia é a gravidade do problema. Tem pessoas que têm um grau mais leve, outros moderado, grave e até catastróficos, que é quando o indivíduo estupra e mata a criança." O tratamento do pedófilo é clínico e não criminal. Este último só o é quando a sua patologia é exteriorizada, atestando que o tratamento clínico foi inexistente ou falho. Ademais, há de se informar, por fidelidade ao bom Direito, que dependendo do grau de pedofilia do sujeito, ainda que esta seja exteriorizada e tipificada como crime. "No tratamento, é importante a contenção ou a redução da impulsividade sexual anormal. Usamos medicações para conter, mas ela é só uma parte do tratamento. A outra parte é a terapia em grupo, focada nesse tipo de população. Não é qualquer psicoterapia, é terapia comportamental cognitiva de base e terapia de grupo." “Caso o agente seja classificado como inimputável (art. 26 do CP) deverá ser aplicada a Medida de Segurança de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, pois os crimes tipificados na exteriorização da pedofilia são apenados com reclusão.” Comportamentos que podem identificar pedófilos de acordo com os estudos realizados pelo Ministério Público Federal 1. - Gostam de ficar sozinhos com crianças ou adolescentes, sendo muito atenciosos e sedutores. 2. - Gostam de fazer “amizade” com criança/adolescente. 3. - Sempre procuram agradar sua vítima com presentes, elogios e promessas. 4. - Em suas casas possuem vários objetos, jogos, guloseimas para agradar crianças e adolescentes. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 5. - Procuram fazer carinho nas partes íntimas de crianças e adolescentes. 6. - Sempre pedem para guardar segredo e nunca contar nada a ninguém sobre seus comportamentos. 7. -Às vezes, ameaçam a criança/adolescente, algo ou alguém de que goste muito, caso não ceda às suas vontades. 8. - Pedem para filmar ou tirar fotos de criança/adolescente, com pouca ou nenhuma roupa e pedem para fazer poses sensuais. O Ministério da Saúde considera violência sexual os casos de assédio, estupro, pornografia infantil e exploração sexual. Dentre as violências sofridas por crianças e adolescentes, o tipo mais notificado foi o estupro (62,0% em crianças e 70,4% em adolescentes). COMBATE AO ASSÉDIO MORAL Apesar de ser usual entre as pessoas e bastante comentado, a maioria das pessoas desconhecem ou têm pouca informação ou ainda possui uma compreensão equivocada sobre o que é assédio moral. A ideia dessa conversa é conscientizar sobre o tema, a partir de diferentes perspectivas, com exemplos práticos, indicando as situações que configuram o ASSÉDIO MORAL e elas possíveis causas e consequência em decorrência dessa conduta. Também são apresentadas medidas para prevenir e Discutiremos, ainda, medidas para prevenir e combater o assédio moral, com o objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais positivo. O Que é Assédio Moral? Assédio moral é a exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades. É uma conduta que traz danos à dignidade e à integridade do indivíduo, colocando a saúde em risco e prejudicando o ambiente de trabalho. O assédio moral é conceituado por especialistas como toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, pondo em perigo o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO Caracteriza-se por condutas repetitivas do agente público que, excedendo os limites das suas funções, por AÇÃO,OMISSÃO, gestos ou palavras, tenham por objetivo ou efeito atingir a autoestima, a autodeterminação, a evolução na carreira ou a estabilidade emocional de outro agente público ou de empregado de empresa prestadora de serviço público, com danos ao ambiente de trabalho objetivamente aferíveis. É uma forma de violência que tem como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente o indivíduo. FORMAS DE ASSÉDIO MORAL O Assédio Moral pode ocorrer por meio de: AÇÕES DIRETAS (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) AÇÕES INDIRETAS (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). A humilhação REPETITIVA E DE LONGA DURAÇÃO interfere na vida do profissional, comprometendo a identidade, a dignidade e as relações afetivas e sociais e gerando danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a ). incapacidade de trabalhar, para o desemprego ou mesmo para a morte (SUICÍDIO ESTÁ NA LEI Essas condutas são incompatíveis com a Constituição da República e com diversas leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, devem ser combatidas! Constituição da República: “A República Federativa do Brasil tem como fundamentos: a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho (art. 1º, III e IV). É assegurado o direito à saúde, ao trabalho e à honra” (art. 5º, X, e 6º). Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (art. 186). Código Penal: Injúria – “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Regime Jurídico Único: São deveres do servidor público, entre outros, manter conduta compatível com a moralidade administrativa, tratar as pessoas com urbanidade e ser leal às instituições a que servir (art. 116, incs. II, IX e XI, da Lei nº 8.112/1990) CLASSIFICAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL Pode ser classificado de acordo com a sua abrangência: Assédio moral interpessoal: Ocorre de maneira individual, direta e pessoal, com a finalidade de prejudicar ou eliminar o profissional na relação com a equipe. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” Assédio moral institucional: Ocorre quando a própria organização incentiva ou tolera atos de assédio. Neste caso, a própria pessoa jurídica é também autora da agressão, uma vez que, por meio de seus administradores, utiliza-se de estratégias organizacionais desumanas para melhorar a produtividade, criando uma cultura institucional de humilhação e controle. TIPOLOGIA DO ASSÉDIO MORAL Quanto ao tipo, o assédio moral manifesta-se de três modos distintos: Assédio moral vertical: Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes, chefes e subordinados, e pode ser subdividido em duas espécies: - Descendente: assédio caracterizado pela pressão dos chefes em relação aos subordinados - Os superiores se aproveitam de sua condição de autoridade para pôr o colaborador em situações desconfortáveis, como desempenhar uma tarefa que não faz parte de seu ofício e qualificação, a fim de puni-lo pelo cometimento de algum erro, por exemplo, - Ascendente: Assédio praticado por subordinado ou grupo de subordinados contra o chefe - Consiste em causar constrangimento ao superior hierárquico por interesses diversos. Ações ou omissões para “boicotar” um novo gestor, indiretas frequentes diante dos colegas e até chantagem visando a uma promoção são exemplos de assédio moral desse tipo. - Assédio moral horizontal Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível de hierarquia. É um comportamento instigado pelo clima de competição exagerado entre colegas de trabalho. O assediador promove liderança negativa perante os que fazem intimidação ao colega, conduta que se aproxima do bullying, por ter como alvo vítimas vulneráveis. - Assédio moral misto Consiste na acumulação do assédio moral vertical e do horizontal. A pessoa é assediada por superiores hierárquicos e também por colegas de trabalho Em geral, a iniciativa da agressão começa sempre com um autor, fazendo com que os demais acabem seguindo o mesmo comportamento. SITUAÇÕES DE ASSÉDIO MORAL Atitudes que caracterizam o assédio: - Retirar a autonomia do colaborador ou contestar, a todo o momento, suas decisões; - Sobrecarregar o colaborador com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente competia a ele executar, provocando a sensação de inutilidade e de incompetência; -Ignorar a presença do assediado, dirigindo-se apenas aos demais colaboradores; - Passar tarefas humilhantes; -Gritar ou falar de forma desrespeitosa; - Espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito do colaborador; - Não levar em conta seus problemas de saúde; - Criticar a vida particular da vítima; - Atribuir apelidos pejorativos; “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” - Impor punições vexatórias (dancinhas, prendas); - Postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais; - Evitar a comunicação direta, dirigindo-se à vítima apenas por e- mail, bilhetes ou terceiros e outras formas de comunicação indireta; - Isolar fisicamente o colaborador para que não haja comunicação com os demais colegas; - Desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima; -Retirar cargos e funções sem motivo justo; -Impor condições e regras de trabalho personalizadas, diferentes das que são cobradas dos outros profissionais; -Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou determinar prazos incompatíveis para finalização de um trabalho; - Manipular informações, deixando de repassá-las com a devida antecedência necessária para que o colaborador realize suas atividades; - Vigilância excessiva; - Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro e monitorar o tempo que lá ele permanece; - Advertir arbitrariamente; - Instigar o controle de um colaborador por outro, criando um controle fora do contexto da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a solidariedade entre colegas. , mas não necessariamente Situações isoladas podem causar dano moral configuram assédio moral. Para que o assédio seja caracterizado, as agressões devem ocorrer repetidamente, por tempo prolongado, e com a intenção de prejudicar emocionalmente a vítima. Exigências profissionais: Exigir que o trabalho seja cumprido com eficiência e estimular o cumprimento de metas não é assédio moral. Toda atividade apresenta certo grau de imposição a partir da definição de tarefas e de resultados a serem alcançados. No cotidiano do ambiente de trabalho, é natural existir cobranças, críticas e avaliações sobre o trabalho e o comportamento profissional dos colaboradores. Por isso, eventuais reclamações por tarefa não cumprida ou realizada com displicência não configuram assédio moral. Aumento do volume de trabalho: Dependendo do tipo de atividade desenvolvida, pode haver períodos de maior volume de trabalho. A realização de serviço extraordinário é possível, se dentro dos limites da legislação e por necessidade de serviço. A sobrecarga de trabalho só pode ser vista “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” como assédio moral se usada para desqualificar especificamente um indivíduo ou se usada como forma de punição Uso de mecanismos tecnológicos de controle: Para gerir o quadro de pessoal, as organizações cada vez mais se utilizam de mecanismos tecnológicos de controle, como ponto eletrônico. Essas ferramentas não podem ser consideradas meios de intimidação, uma vez que servem para o controle da frequência e da assiduidade dos colaboradores. Más condições de trabalho: A condição física do ambiente de trabalho (ambientepequeno e pouco iluminado, por exemplo) não representa assédio moral, a não ser que o profissional seja colocado nessas condições com o objetivo de desmerecê-lo frente aos demais. Causas As causas do assédio moral no ambiente de trabalho estão ligadas a fatores : econômicos, culturais e emocionais. Veja as principais causas - Abuso do poder diretivo; - Busca incessante do cumprimento de metas; - Cultura autoritária; - Despreparo do chefe para o gerenciamento de pessoas; - Rivalidade no ambiente de trabalho; e - Inveja. CONSEQUEÊNCIAS PARA O INDIVÍDUOS Dores generalizadas; Palpitações; Distúrbios digestivos; Dores de cabeça; Hipertensão arterial (pressão alta); Alteração do sono; Irritabilidade; Crises de choro; Abandono de relações pessoais; Problemas familiares; Isolamento; Depressão; Síndrome do pânico; Estresse; Esgotamento físico e emocional; Perda do significado do trabalho; e Suicídio. Redução da produtividade; Rotatividade de pessoal; Aumento de erros e acidentes; Absenteísmo (faltas); Licenças médicas; Exposição negativa da marca; Indenizações trabalhistas; e Multas administrativas. “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” CONSQUÊNCIAS PARA O ESTADO 1. Custos com tratamentos médicos; 2. - Despesas com benefícios sociais; e 3. - Custos com processos administrativos e judiciais COMO PREVINIR? Existem várias formas de prevenir o assedio moral no trabalho, mas a principal é a informação. Garantir que todos saibam o que é assédio moral e quais são os comportamentos e ações aceitáveis no ambiente de trabalho contribui para a redução e até para a eliminação dessa prática. Veja algumas medidas de prevenção: 1. - Incentivar a efetiva participação de todos os colaboradores na vida da empresa, com definição clara de tarefas, funções, metas e condições de trabalho; 2. - Instituir e divulgar um código de ética da instituição, enfatizando que o assédio moral é incompatível com os princípios organizacionais; 3. - Promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto; 4. - Incentivar as boas relações no ambiente de trabalho, com tolerância à diversidade de perfis profissionais e de ritmos de trabalho; 5. - Ampliar a autonomia para organização do trabalho, após fornecer informações e recursos necessários para execução de tarefas; 6. - Reduzir o trabalho monótono e repetitivo; 7. - Observar o aumento súbito e injustificado de absenteísmo (faltas ao trabalho); 8. - Realizar avaliação de riscos psicossociais no ambiente de trabalho; 9. - Garantir que práticas administrativas e gerenciais na organização sejam aplicadas a todos os colaboradores de forma igual, com tratamento justo e respeitoso; 10. - Dar exemplo de comportamento e condutas adequadas, evitando se omitir diante de situações de assédio moral; 11. - Oferecer apoio psicológico e orientação aos colaboradores que se julguem vítimas de assédio moral; 12. - Estabelecer canais de recebimento e protocolos de encaminhamento de denúncias. 13. - Reunir provas do assédio. Anotar, com detalhes, todas as situações de assédio sofridas com data, hora e local, e listar os nomes dos que testemunharam os fatos; 14. - Buscar ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já passaram pela mesma situação; “Unidade e resistência, na luta por uma educação pública de qualidade.” 15. - Buscar orientação psicológica sobre como se comportar para enfrentar tais situações; 16. - Comunicar a situação ao setor responsável, ao superior hierárquico do assediador ou à Ouvidoria; 17. - Caso não tenha sucesso na denúncia, procurar o sindicato profissional ou o órgão representativo de classe ou a associação; e 18. - Avaliar a possibilidade de ingressar com ação judicial de reparação de danos morais. O QUE FAZER? Os colegas - Oferecer apoio à vítima; - Disponibilizar-se como testemunha; e -Comunicar ao setor responsável, ao superior hierárquico do assediador ou à entidade de classe situações de assédio moral que presenciou. No serviço público Qualquer agente público que se sinta vítima ou testemunhe atos que possam configurar assédio moral no ambiente de trabalho pode fazer denúncia para o superior hierárquico, para a Ouvidoria ou para a Comissão de Ética, conforme a gravidade e a regulamentação de cada instituição. As denúncias consideradas procedentes poderão ensejar a abertura de sindicância e de processo administrativo disciplinar. PINCELADAS FINAIS Assedio Moral na Sala de Aula - Professor x Aluno Liberdade de cátedra - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (CF/88, art. 206, II) - não discriminação - autonomia de método – P.P.P. - pluralidade de ideias
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