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Aula 5 - DEFINIÇÕES E CONCEITOS (PROJEÇÃO E DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS)

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AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Edicreia Andrade dos Santos 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Até aqui, você teve a oportunidade de conhecer os principais aspectos da 
gestão orçamentária: os conceitos relacionados à área, sua evolução, os 
principiais modelos de planejamento utilizados pela organização, além dos 
principais elementos do orçamento empresarial. Agora, chegou a hora de 
entender os produtos desse planejamento, que são as projeções dos 
demonstrativos contábeis. 
O assunto demonstrações contábeis não é novo, afinal você provavelmente 
você já as conhece ou pelo menos já ouviu falar de algumas das principais, como 
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Fluxo de Caixa, não é 
verdade? Tais relatórios, também conhecidos como demonstrações financeiras, 
consistem em demonstrativos que representam a estrutura patrimonial e 
financeira da empresa em um determinado período, com o intuito de ajudar a 
administração da entidade a tomar decisões com base nas melhores informações 
disponíveis. 
Quando projetadas, essas demonstrações incorporam as tendências e 
expectativas atuais para traçar um quadro financeiro que a gestão acredita que 
pode atingir a partir de uma data futura. No mínimo, as demonstrações financeiras 
projetadas vão trazer uma demonstração de resultados e um balanço de nível 
resumido. Essa informação é tipicamente derivada de uma linha de tendência de 
receita, bem como de percentuais de despesas que são baseados nas proporções 
atuais de despesas e receitas. 
Um conjunto mais completo de demonstrações financeiras projetadas pode 
incorporar, por exemplo, os seguintes recursos: 
1. Uma demonstração de fluxos de caixa; 
2. Projeções de despesas que incluem custos de etapas para os principais 
pontos nos quais as receitas aumentam ou diminuem; 
3. Consideração do ritmo no qual a empresa pode crescer razoavelmente, 
com base em sua história anterior; 
4. Consideração da operação de gargalo corporativo na capacidade de 
crescer; 
5. A capacidade do negócio de atrair o financiamento necessário para realizar 
os resultados financeiros indicados no plano. 
 
 
3 
Levando com consideração a importância das projeções das 
demonstrações contábeis para as programações de uma empresa, o objetivo 
desta aula é tratar dos seus principais elementos, destacando definições e 
conceitos, a forma de elaboração dos principais relatórios, além da contribuição 
dessas demonstrações para o processo decisório. 
Saiba mais 
Quer saber um pouco mais sobre as projeções de demonstrações 
contábeis? Saiba mais no link a seguir. 
KEMPF, F. Projeção de balanços. 2013. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=ttwamNLSqtE>. 
CONTEXTUALIZANDO 
As demonstrações contábeis/financeiras são desenvolvidas e 
apresentadas para os usuários internos e externos com o intuito de atender às 
mais diferentes necessidades. Algumas demonstrações são desenvolvidas 
obrigatoriamente com o intuito de atender a leis vigentes e às Normas Brasileiras 
de Contabilidade (editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade). No entanto, 
isso não impede que determinados relatórios sejam elaborados com outras 
finalidades. 
As demonstrações contábeis são elaboradas no mínimo em caráter anual. 
O conjunto de relatórios obrigatórios envolve demonstrativos como: 
1. Balanço Patrimonial (BP), que é um resumo dos direitos e deveres da 
empresa; 
2. Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC); 
3. Demonstração do Resultado (DR); 
4. Demonstração dos lucros e/ou prejuízos acumulados (DLPA) ou 
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL); 
5. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), quando se tratar de companhia 
aberta; 
6. Demonstração do Resultado Agregado (DRA), quando se tratar de 
companhia aberta; 
7. Notas Explicativas e quadros analíticos ou qualquer outra coisa que possa 
servir para ilustrar a situação patrimonial. 
 
 
4 
Ressalta-se que as notas explicativas têm a função de trazer todas as 
informações relativas aos princípios contábeis aplicados, bem como informações 
adicionais que se façam necessárias para uma boa análise e interpretação dos 
números. 
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer um relatório que 
permita identificar a situação econômica e financeira da empresa, com o intuito de 
contribuir para que as decisões tomadas pela administração no que tange 
principalmente ao planejamento estratégico. 
Quando estas demonstrações são projetadas, em especial BP, DR e DFC, 
fornecem suposições sobre a situação financeira de uma determinada empresa 
no futuro, seja em uma projeção anual ou trimestral. Preparar as demonstrações 
financeiras projetadas é uma tarefa demorada, pois requer a análise das finanças 
da empresa, a leitura de orçamentos e demonstrações de resultados anteriores, 
além de exame da situação financeira atual, para que suposições sejam feitas 
sobre o potencial financeiro do negócio. O processo é o mesmo para empresas 
menores, com um único proprietário e com corporações bem estabelecidas. 
Vamos conhecer como tais demonstrações são projetadas? 
TEMA 1 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS (PROJEÇÃO E DEMONSTRATIVOS 
CONTÁBEIS) 
De acordo com Horngren, Sundem e Stratton (2004), o principal objetivo da 
demonstração contábil é contribuir para o processo decisório, ao fornecer 
informações relevantes e tempestivas aos seus usuários. Tais usuários 
informações são divididos em dois grandes grupos: usuários externos e 
usuários internos. 
Os usuários internos são os membros que compõem a própria empresa, 
como administradores e colaboradores, e que usam tais informações para o 
planejamento e a realização das operações normais da organização. Já os 
usuários externos correspondem a governo, fornecedores, dentre outros; eles 
utilizam as informações para descobrir a capacidade de pagamento da empresa, 
bem como a sua real situação econômica e financeira. 
Outra forma de diferenciação utilizada corresponde ao tipo de contabilidade 
(Horngren; Sundem; Stratton, 2004): 
 
 
5 
 a contabilidade gerencial refere-se à informação contábil desenvolvida 
para gestores dentro de uma organização, e pode ser entendida pelo 
processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar 
e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos 
organizacionais; 
 a contabilidade financeira refere-se à informação contábil desenvolvida 
para usuários externos. 
As informações geradas pela organização formam as demonstrações 
contábeis. Os principais exemplos desses relatórios, como já mencionamos, são: 
Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC); Demonstração 
do Resultado (DR); Demonstração dos lucros e/ou prejuízos acumulados (DLPA) 
ou Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL); Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA); Demonstração do Resultado Agregado (DRA); e Notas 
Explicativas. Tais demonstrativos apresentam a situação da organização em um 
determinado período, trazendo informações acerca de bens, direitos e obrigações 
da entidade, além da formação do lucro e dos recursos financeiros disponíveis. 
As demonstrações projetadas são uma ferramenta importante para 
determinar o desempenho geral de uma empresa. Eles incluem, em especial, as 
demonstrações de Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado (DR) e 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). O BP mostra ativos, passivos e 
patrimônio em um determinado momento. É basicamente um instantâneo da 
posição financeira. A fórmula contábil básica é: passivo igual aos ativos mais o 
patrimônio líquido do proprietário. A seção de ativos do balanço patrimonial deve 
ser apresentada em ordem de liquidez, começando pelos ativos mais líquidos, 
como caixa, contas a receber e estoques. A seção de passivos deve ser 
apresentada em ordem de vencimento, começando comos passivos que serão 
pagos no próximo ano, como uma nota de demanda a pagar e contas a pagar. 
A Demonstração de Resultados captura o desempenho do lucro e 
demonstra capacidade imediata de serviço de dívida para os bancos ou potencial 
real de crescimento nos retornos para capital de risco. Isso geralmente é expresso 
em termos de volume de vendas ou comparado a benchmarks do setor. Já a 
Demonstração dos Fluxos de Caixa é a previsão mais crítica, pois reflete a 
viabilidade, e não a lucratividade. Também pode ser a declaração mais incerta, à 
medida que as projeções se estendem para o futuro. Portanto, o fluxo de caixa 
 
 
6 
mensal é uma declaração chave, pois permite o cálculo da “cobertura” em 
qualquer momento. 
Preparar as demonstrações projetadas requer uma análise cuidadosa da 
saúde financeira passada e presente da empresa. As demonstrações financeiras 
projetadas trazem o desempenho provável de uma empresa no futuro próximo. 
Portanto, as projeções das demonstrações contábeis contribuem 
significativamente para a tomada de decisão, ao permitirem o estabelecimento de 
um panorama sobre a situação da empresa, possibilitando aos gestores que 
tenham em mãos dados que os ajudem a decidir sobre o futuro dos negócios e 
sobre a aplicação dos recursos financeiros, além das formas de distribuir os lucros 
auferidos, ou de lidar com o prejuízo de um período. 
Durante a preparação das demonstrações financeiras projetadas, é preciso 
considerar alguns fatores: 
 se as atividades operacionais da empresa estão à altura da marca; 
 se a empresa está bem equipada financeiramente, 
 a condição do mercado, ou seja, se o mercado está em processo de 
crescimento, se está em equilíbrio ou murchando; 
 o status da empresa em relação às outras empresas do setor; 
 pontos fortes e pontos fracos vigentes na gestão da empresa, considerando 
tipo de produto produzido, ciclo econômico e acompanhamento de riscos 
na produção de mercadorias; 
 papel do desempenho da administração no crescimento da empresa, 
considerando riscos associados às atividades operacionais e registros de 
desempenho passado da empresa. 
Por fim, salienta-se que em sua forma mais simples, uma projeção financeira 
é uma previsão de receitas e despesas futuras. Normalmente, a projeção será 
responsável por dados internos ou históricos, e incluirá uma previsão de fatores 
de mercado externos. 
TEMA 2 – BALANÇO PATRIMONIAL 
Chegou a hora de conhecer a relevância da demonstração financeira mais 
conhecida, o Balanço Patrimonial. Nesse relatório, é representada a situação 
econômica e financeira da empresa, destacando a origem (passivo e patrimônio 
 
 
7 
líquido) e a aplicação dos recursos (ativo), seja no modo qualitativo (bens, direitos 
e obrigações), ou no modo quantitativo (valores monetários). 
Onde os recursos são gastos? Este questionamento é respondido pelo 
ativo, elemento que corresponde à aplicação de recursos da organização. O ativo 
é formado pelos bens e direitos da empresa. Já o passivo e o patrimônio líquido 
respondem a um outro questionamento: De onde vieram os recursos? Nessas 
contas, constam as obrigações da empresa, bem como o patrimônio, que 
corresponde ao capital dos sócios e ao lucro da organização (Coelho; Lins, 
2010). 
Considerando esse contexto, podemos chegar à conclusão de que o ativo 
e passivo mais o patrimônio líquido precisam ter valores iguais. Tais valores 
apresentam a situação estática da empresa em um determinado período. No 
quadro a seguir, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial: 
Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Circulante 
 
Não circulante 
- realizável a longo prazo 
- investimentos 
- imobilizado 
- intangível 
Circulante 
 
Não circulante 
 
Patrimônio líquido 
- capital social 
- reservas de capital 
- ajustes de avaliação patrimonial 
- reservas de lucros 
- ações em tesouraria 
- prejuízos acumulados 
Fonte: Iudícibus, 2010, p. 3. 
Conforme o quadro, pode-se observar que a representação das contas 
segue uma ordem determinada. De acordo com Lei n. 6.304, de 1976, as contas 
de ativo devem ser organizadas em ordem decrescente de grau de liquidez, 
enquanto as contas do passivo devem ser dispostas em ordem descrente de grau 
de exigibilidade. 
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a principal 
finalidade do balanço patrimonial, como já citamos, é a apresentação da situação 
patrimonial, financeira e econômica da empresa em um determinado período, bem 
como o seu desempenho, com o intuito de informar o maior número de usuários 
possíveis. 
 
 
8 
O balanço patrimonial é um instrumento muito útil no que tange à tomada 
de decisão. Nele, é possível ver os resultados referentes à administração dos 
gestores no que se refere à forma como vêm aplicando os recursos de que 
dispõem. No quadro a seguir, apresentamos a estrutura do ativo e as decisões de 
investimento. 
Quadro 2 – Estrutura do Ativo e Decisão de Investimento 
Decisão de Investimento 
Ativo Questões a serem respondidas 
Ativo circulante 
Caixa e bancos 
Contas a receber 
Estoques 
Outros 
Ativo não circulante 
Realizável a longo prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Onde estão aplicados os recursos financeiros? 
Quanto está aplicado em ativo circulante? 
Quanto em ativos permanentes? Em quais? 
Qual a melhor composição dos ativos? 
Qual o risco do investimento? 
Qual o retorno do investimento? 
Quais as novas alternativas de investimentos? 
Em quais novos ativos investir? 
Como maximizar a rentabilidade dos investimentos 
existentes? 
O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado, por não 
acrescentar valor? 
Fonte: Lemes Junior; Rigo; Cherobim, 2010, p. 8. 
No quadro acima, podemos ver, por meio da análise do ativo, que é 
possível levantar informações relevantes no que tange aos investimentos 
referentes ao retorno esperado, ao que pode ser reduzido, novas alternativas e 
etc. No quadro a seguir, é apresentada a estrutura do passivo e do patrimônio 
líquido, e também as decisões de financiamento. 
Quadro 3 – Estrutura do Passivo e Patrimônio Líquido e Decisão de 
Financiamento 
Decisão de financiamento 
Passivo Questões a serem respondidas 
Passivo circulante 
Fornecedores 
Empréstimos e financiamentos 
Outros 
Passivo não circulante 
Exigível a longo prazo 
Financiamentos 
Patrimônio líquido 
Capital Social 
Reservas de capital 
Ajustes de avaliação 
Reservas de lucros 
Ações em tesouraria 
Qual a estrutura de capital? 
De onde vêm os recursos? 
Qual a participação de capital próprio? 
Qual a participação de capital de terceiros? 
Qual o perfil do endividamento? 
Qual o custo de capital? Como reduzi-lo? 
Quais as fontes de financiamento utilizadas e seus 
respectivos custos? 
Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas? 
Qual o risco financeiro? 
Qual o sincronismo dos vencimentos das dívidas e a 
geração de meios de pagamentos 
 
 
9 
Prejuízos acumulados 
Fonte: Lemes Junior; Rigo; Cherobim, 2010, p. 9. 
Conforme o quadro, pode-se evidenciar que as decisões relacionadas ao 
passivo e ao patrimônio se referem a questões relacionadas ao financiamento, 
como por exemplo à estrutura de capital, riscos financeiros etc. Lemes Junior, 
Rigo e Cherobim (2010, p. 45-46) sintetizam a importância do balanço patrimonial: 
no processo gerencial das empresas é muito importante que os 
administradores se utilizem de suas demonstrações contábeis para 
permitir a comparação não só com as próprias demonstrações contábeis 
de períodos anteriores, como também com as demonstrações contábeis 
de outras empresas do mesmo setor, e de outras entidades como 
fornecedores, instituições financeiras, clientes, visando solidificar o 
conhecimento daqueles que são parceiros de sua empresa no processo 
de condução dos negócios. 
Em síntese, o BP apresentará uma imagem do patrimônio líquidoda 
empresa em um determinado momento, sendo um resumo de todos os dados 
financeiros em três categorias: ativos, passivos e patrimônio líquido. Uma 
informação importante é que os responsáveis pela sua projeção devem ter certeza 
de que as informações contidas no BP são um resumo das informações 
apresentadas anteriormente na Demonstração de Resultados e na projeção de 
fluxo de caixa. 
TEMA 3 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
A Demonstração do Resultado consiste em um relatório de construção 
obrigatório, que apresenta o lucro ou prejuízo do período. A projeção desse 
demonstrativo também traz essa finalidade, e ele é construído quase que em sua 
totalidade com base nas projeções referentes ao orçamento empresarial. Observe 
a figura a seguir. 
Figura 1 – Orçamento versus Demonstração do Resultado 
 
 
10 
 
 
Obs.: Ativo permanente: ativo imobilizado da empresa. 
Fonte: Bernardinelli, 2006, p. 92. 
Conforme a imagem, verifica-se um inter-relação entre cada linha da 
demonstração do resultado com as projeções normalmente levantadas. A sua 
composição tem como base os resultados, que são distribuídos em grupos para 
Mão de Obra Direta 
Mão de Obra direta 
 
 
 
11 
facilitar o entendimento. De modo geral, esse relatório traz receitas, despesas e 
custos da empresa referentes a um determinado período. 
Assim, uma projeção da demonstração de resultados mostra receitas, 
despesas e lucros para um período específico. Se o empreendedor desenvolver 
essas projeções antes de iniciar o negócio, é nesse ponto que desejará realizar a 
maior parte de sua previsão. Em síntese, as seções principais de uma declaração 
de renda são: 
1. Receita: esse é o dinheiro que a empresa ganhará de qualquer mercadoria 
ou serviço que fornecer; 
2. Despesas: certificar-se de contabilizar todas as despesas que encontrar, 
incluindo Custos Diretos (ou seja, materiais, aluguel de equipamentos, 
salários de funcionários etc.) e Custos Gerais e Administrativos (ou seja, 
taxas contábeis e legais, publicidade, despesas bancárias seguros, aluguel 
de escritórios, telecomunicações etc.); 
3. Renda total: a receita menos suas despesas, antes de impostos; 
4. Imposto de renda; 
5. Lucro líquido: renda total sem imposto de renda. 
Com base nesse panorama, a Demonstração do Resultado corresponde 
ao que a empresa consegue fazer com base nos recursos de que dispõe. O lucro 
corresponde ao valor que foi agregado, e no caso do prejuízo ao valor que foi 
dissolvido. Buscar prever os resultados do período e é uma forma de analisar se 
as atividades operacionais estão sendo desenvolvidas de acordo com o que é 
esperado. 
Por fim, ressalta-se que a empresa busca a continuidade de suas 
operações, e é de suma importância que se estabeleça com precisão quais são 
os seus resultados. Assim, o planejamento é um grande aliado para que isso 
ocorra, e uma boa projeção é uma excelente medida da eficácia organizacional. 
TEMA 4 – FLUXO DE CAIXA 
A evolução nos mercados, o aumento da concorrência e a própria 
globalização forçaram as organizações a gerirem seus recursos financeiros de 
forma mais eficiente. Uma boa gestão financeira pode ser a chave para impedir 
que a empresa precise fazer uso de meios adicionais para conseguir recursos 
para cobrir eventuais necessidade de capital de giro (Assaf Neto; Silva, 2012). 
 
 
12 
As atividades financeiras demandam acompanhamento constante, com o 
intuito de avaliar se os resultados auferidos estão de acordo com o que era 
esperado. Caso não estejam, é preciso que correções sejam realizadas. Um dos 
instrumentos utilizados para a realização do planejamento e do controle financeiro 
é o fluxo de caixa (Assaf Neto; Silva, 2012). 
O fluxo de caixa é um demonstrativo contábil que tem como principal 
finalidade o levantamento e a apresentação da situação financeira em que a 
organização se encontra em um determinado período. No fluxo de caixa, são 
apresentadas as entradas e saídas de recursos financeiros; por meio da análise 
desse elemento, é possível identificar eventuais excedentes ou uma escassez de 
caixa (Assaf Neto; Silva, 2012). 
Esse relatório é de suma importância para a empresa; com base no fluxo 
de caixa, é possível tomar decisões acerca do seu futuro. Mas engana-se quem 
pensa que o ideal são níveis elevados de recursos financeiros: o ideal é a 
manutenção de um nível adequado que permita a quitação dos pagamentos 
agendados e a possibilidade de aproveitar oportunidades, caso elas surjam. 
Segundo Assaf Neto e Silva (2012, p. 34), “os fluxos de caixa costumam 
apresentar-se sob diferentes formas: restritos, operacionais e residuais, podendo 
ainda relacionar o conjunto das atividades financeiras da empresa dentro de um 
sentido amplo, decorrente das operações”. Dessa forma, projetar o fluxo de caixa 
é importante em diferentes áreas, destacadas a seguir. 
Quadro 4 – Áreas de influência do fluxo de caixa 
 
Produção 
A área de produção, ao promover alterações nos prazos de fabricação dos produtos, 
determina novas alterações nas necessidades de caixa. De forma idêntica, os 
custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa. 
 
 
Compras 
As decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com a existência 
de saldos disponíveis de caixa. Em outras palavras, deve haver preocupação com 
relação à sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os prazos concedidos 
para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para recebimento das 
vendas. 
Cobrança Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, ao permitirem colocar recursos 
financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem- -se em 
importante reforço de caixa. 
Vendas A área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade comercial, deve 
manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de 
pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente o fluxo de 
caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas 
deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os 
resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade e 
propaganda etc.). 
 
 
13 
Finanças A área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endivida- mento, de 
forma que os desembolsos necessários ocorram concomitantemente à geração de 
caixa da empresa. 
Fonte: Assaf Neto; Silva, 2012, p. 35. 
Conforme a tabela, é possível perceber que o fluxo de caixa não limita a 
sua atuação na área financeira, pois afeta diversas áreas da organização, 
principalmente a área de cobrança, nos casos em que os recebimentos são feitos 
em dias específicos. A projeção do fluxo de caixa gera inúmeros benefícios para 
a empresa; graças à sua projeção, é possível diminuir a necessidade de 
financiamentos, o que traz como consequência a redução dos custos financeiros. 
A seguir, apresentamos um modelo padrão de apuração do fluxo de caixa. 
Quadro 5 – Origens e aplicações de caixa 
 
Fonte: Assaf Neto, 2012, p. 39. 
Conforme a imagem, pode-se verificar que as origens de recursos se 
referem aos aumentos percebidos no passivo e no patrimônio líquido, além das 
reduções no ativo. São exemplos dessas práticas: aumento nas contas a pagar, 
aumento nas contas de fornecedores, aumento no lucro, diminuições no caixa etc. 
As aplicações de recursos envolvem as diminuições de passivos e 
patrimônio líquido, além dos aumentos do ativo. São exemplos desses elementos: 
compra de mercadorias e pagamento de fornecedores. É importante destacar que, 
nesse caso, não são as operações que geram mudanças no caixa, já que mesmo 
que ocorra a compra ou a venda de mercadorias, se não houver uma transação 
que envolva dinheiro, o fluxo de caixa não será alterado. 
 
 
14 
Agora chegou o momento de conhecer como a demonstração do fluxo de 
caixa é estruturada. Ela e formado por três grandes eixos: 
1. As atividadesoperacionais envolvem as movimentações de recursos 
financeiros relacionadas à atividade desempenhada pela empresa. São 
exemplos: compra de mercadorias, pagamento de fornecedores, 
pagamento dos colaboradores etc. 
2. As atividades de investimento correspondem a saídas e entradas de 
caixa com a finalidade de geração de lucro no futuro. São exemplos dessa 
modalidade: participação em outras empresas, compra de imobilizado, 
resgate de aplicações financeiras etc. 
3. As atividades de financiamento correspondem aos recursos obtidos por 
meio dos financiamentos, como também ao seu pagamento posterior. São 
exemplos dessas atividades: a obtenção de financiamentos e a sua 
liquidação e o pagamento de amortização de juros. 
Para finalizar, vale enfatizar que a projeção do fluxo de caixa evidencia 
quase as mesmas informações que a DFC; no entanto, alguns valores podem 
mudar, devido à inclusão de algum pagamento ou recebimento que não estava 
programado. Uma das principais armadilhas de trabalhar em suas projeções de 
fluxo de caixa é ser excessivamente otimista sobre sua receita. 
TEMA 5 – CONTRIBUIÇÃO DAS PROJEÇÕES PARA O PROCESSO DECISÓRIO 
Uma projeção apresenta a posição financeira esperada de uma entidade, 
dada uma ou mais hipóteses. Às vezes, é usada para apresentar um ou mais 
cursos hipotéticos de ações para avaliação. As projeções são bastante úteis 
quando a gestão quer testar um curso hipotético de ação, como a alteração do 
produto mix de vendas ou como a alteração dos níveis de preços podem afetar os 
resultados das operações ou da condição financeira. 
Assim, as projeções das demonstrações contábeis marcam o fim do 
processo orçamentário. Com base nas informações levantadas, é possível 
elaborar os relatórios financeiros referentes a um determinado período (Padoveze; 
Taranto, 2009). De acordo com Garrison e Noreen (2001, p. 262), os benefícios 
da projeção das demonstrações contábeis são: 
a) Fornecem um meio de “transmitir” os planos da administração a toda 
a organização; 
 
 
15 
b) Forçam os gerentes a “pensar” no futuro e planejá-lo. Na falta da 
necessidade de fazer orçamento, vários administradores gastarão o seu 
tempo cuidando das situações do dia-a-dia; 
c) Proporciona um meio de “alocação dos recursos” às partes da 
organização em que eles podem ser empregados de maneira mais 
eficaz; 
d) Pode revelar potenciais “gargalos” antes que eles ocorram; 
e) “Coordenam” as atividades de toda a organização por meio da 
“integração” dos planos das diversas partes. A elaboração do orçamento 
ajuda a assegurar que todos na organização estão trabalhando na 
mesma direção; 
f) Definem metas e objetivos que podem servir de níveis de referência 
para a subsequente avaliação de desempenho. 
A elaboração das projeções permite aos gestores ter uma visão global 
sobre a empresa, já que nesses relatórios constam informações de todos os 
setores que compõem a organização. Além disso, ao estabelecer o resultado 
almejado, é mais fácil determinar as ações que ajudarão a empresa a chegar lá. 
Ao projetar as demonstrações contábeis, a empresa está buscando prever 
situações futuras. Para isso, ela estabelece estratégias com base no mercado 
onde está inserida e na concorrência, com o intuito de evitar possíveis problemas 
que possam vir a prejudicar o negócio futuramente. Normalmente, a previsão 
refere-se a um ano. 
Talvez o maior benefício do estabelecimento de projeções referentes às 
demonstrações contábeis seja a possibilidade de comparação. Ao criar 
indicadores dos resultados que são esperados e ao compará-los com os 
auferidos, cria-se um alto nível de responsabilidade nos gestores. Caso suas 
ações levem a empresa para um caminho que esteja muito longe dos objetivos 
estratégicos que haviam sido estabelecidos, eles terão que justificar tais 
resultados, além de buscar caminhos alternativos e possíveis correções para os 
problemas que surgirem. 
Portanto, ressalta-se que uma parte importante do processo de 
planejamento de negócios (novos ou em andamento) é a preparação de 
demonstrações financeiras para prever os resultados em períodos futuros. As 
projeções financeiras devem incluir uma previsão de BP, DR e DFC, e devem ser 
feitas pelo mês para o primeiro ano, e depois para os próximos dois anos. 
FINALIZANDO 
Com base no conteúdo apresentado nesta aula, foi possível conhecer um 
pouco mais sobre a construção das projeções das demonstrações contábeis. 
Além disso, foi possível conhecer conceitos, fundamentos e definições 
16 
relacionados aos principais relatórios financeiros elaborados por uma 
organização. 
Assim, pode-se concluir que é de grande importância o controle e a análise 
de relatórios, como Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Fluxo de 
Caixa. A confecção de tais relatórios é de suma importância para que os gestores 
possam tomar as melhores decisões. 
Por fim, vale salientar que este estudo buscou ampliar os conhecimentos 
sobre a elaboração de orçamentos referentes às demonstrações contábeis, além 
de aprofundar conteúdos anteriormente estudados, com o intuito de dar uma visão 
geral sobre o assunto. Porém, enfatizamos que este assunto é muito extenso, e 
há a necessidade de que novas pesquisas sejam realizadas posteriormente. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Texto de abordagem teórica 
PADOVEZE, C.; TARANTO, F. C. Projeções das demonstrações financeiras. In: 
________. Orçamento empresarial: novos conceitos e métodos. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2009. cap. 12. 
Texto de abordagem prática 
BERNARDINELLI, A. B. A utilização das demonstrações financeiras 
projetadas e simuladas e suas contribuições ao processo decisório: um 
estudo de caso em uma indústria química. Dissertação (Mestrado) – 
Departamento de Ciências Contábeis da Fundação Escola Comércio Álvares 
Penteado (FECAP), 2006. 
Saiba mais 
ROCHA, H. Finanças de empresas: projeções de balanço e resultado. 2015. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yZRKC77nc5k>. Acesso
em: 6 jun. 2018. 
https://www.youtube.com/watch?v=yZRKC77nc5k
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
BERNARDINELLI, A. B. A utilização das demonstrações financeiras 
projetadas e simuladas e suas contribuições ao processo decisório: um 
estudo de caso em uma indústria química. Dissertação (Mestrado) – Fundação 
Escola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo, 2006. 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 15 dez. 1976. 
COELHO, C. U. F.; LINS, L. S. Teoria da contabilidade: abordagem contextual, 
histórica e gerencial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 
03 (R2): demonstração dos fluxos de caixa. Disponível em: 
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2004.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2018. 
GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro: 
LTC, 2001. 
HORNGREN, C. T.; SUNDEM, G. L.; STRATTON, W. O. Contabilidade 
gerencial. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade comercial: atualizado conforme 
Lei n. 11.638/2007 e Lei n. 11.941/2009. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
LEMES JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração 
financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
PADOVEZE, C.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos e 
métodos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

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