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A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS Contabilidade como ferramenta para a gestão empresarial Alana Costa de Sena Alda Maria Correa Moraes Ricardo Oliveira Nascimento Rosangela Oliveira Nascimento Prof. Tutor Expedito Ferreira Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Bacharelado em Contabilidade (CTB0443) – Seminário Interdisciplinar III 20/06/2018 RESUMO O presente paper foi realizado através de pesquisa bibliográfica, e tem como objetivo mostrar a importância da Contabilidade na gestão das empresas, por se tratar de uma área que faz a ligação entre as demais áreas e, por ser capaz de gerar e interpretar informações, resultando no fornecimento de relatórios adequados à necessidade de cada seguimento empresarial, o que permite amparar o processo de tomada de decisão. Estas decisões, por exemplo, podem ser a aquisição de financiamento de capital de giro para reforço de estoque ou financiamento de máquinas para aumento de produção, ou o reforço de cobrança das duplicatas a receber e corte de vendas a longo prazo, ou a paralisação das compras de mercadorias em virtude de estoques muito grandes, ou ainda o corte de gastos em determinado setor que não está com desempenho desejado, com intuito de garantir maior competitividade da empresa, etc. Palavras-chave: Contabilidade gerencial. Gestão empresarial. Tomada de decisão 1 INTRODUÇÃO A contabilidade ao longo dos anos tem deixado de ser apenas a demonstração pura dos números, ela vem atendendo de maneira a proporcionar subsídios estratégicos nas tomadas de decisões nas mais diversas áreas das empresas, visando a melhora nos processos internos, diminuição de custos, alavancagem operacional e otimização dos recursos com pessoal. O crescimento irregular e volúvel de uma organização pode trazer consequências graves em seu desenvolvimento financeiro, sua expansão e solidificação de mercado, chegando muitas vezes a grandes endividamentos e até mesmo situações onde a solução é encerrar as atividades. Uma empresa mal estruturada e sem visão de seus acontecimentos contábeis, será uma “presa fácil” para o mercado competitivo, pois não terá capacidade de expansão e solidificação. 2 Para que uma empresa possa se estruturar de maneira adequada e competitiva é necessário o desenvolvimento de Processos de Planejamento Estratégico, sendo possível identificar a posição do mercado onde está atuando, avaliar melhor os tipos de decisões que precisam ser tomadas e alcançar os objetivos traçados, maximizando seus lucros e resultados. Esta pesquisa tem como objetivo de identificar a importância da contabilidade nos negócios empresariais, evidenciando a sua influência nos processos de tomada de decisões, de planejamento e de controle. 2 CONCEITO E FUNÇÕES DA CONTABILIDADE Cardozo (2016, p.10) conceitua contabilidade como sendo a ciência que registra os eventos de natureza econômico-financeira (públicos ou privados), estuda suas consequências na dinâmica financeira, bem como trata e organiza sua divulgação por intermédio de demonstrações técnicas próprias, mais conhecidas como “demonstrações contábeis” ou, simplificadamente, “balanços”. Já Marion (2018, p.5), diz que a contabilidade pode ser considerada como sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão. O objetivo principal da contabilidade, portanto, é o de permitir aos usuários, a avaliação da situação econômica e financeira de uma entidade, bem como fazer as interferências sobre suas tendências futuras. Para isso, a contabilidade se utilize de métodos quantitativos, porém, não se pode confundi- la com as ciências matemáticas (ou exatas), que têm por objetivo as quantidades consideradas abstratas que independem das ações humanas. Na Contabilidade, as quantidades são simples medidas dos fatos que ocorrem em função da ação do homem. 3 TIPOS DE CONTABILIDADE E A CONTABILIDADE GERENCIAL Segundo Marion (2018, p.7 e p.8), existem os seguintes tipos de contabilidades: Contabilidade Financeira: é a contabilidade geral, necessária a todas as empresas. Fornece informações básicas a seus usuários e é obrigatória para fins fiscais. Desta forma, de acordo com a 3 área ou a atividade em que é aplicada, recebe várias denominações: Contabilidade Agrícola (aplica da às empresas agrícolas); Contabilidade Bancária (aplicada aos bancos); Contabilidade Comercial (aplicada às empresas comerciais); Contabilidade Hospitalar (aplicada aos hospitais); Contabilidade Industrial (aplicada às indústrias); e mais: Contabilidade Imobiliária, Contabilidade Pastoril, Contabilidade Pública, Contabilidade de Seguros, etc. Contabilidade de Custos: está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa. Contabilidade Gerencial: voltada para fins internos, procura suprir os gerentes de um elenco maior de informações, exclusivamente para a tomada de decisões. Diferencia-se das contabilidades já abordadas, pois não se prende aos princípios tradicionais aceitos pelos contadores. O profissional que exerce a Contabilidade Gerencial também é conhecido como controller. Logo,as informações geradas pela contabilidade gerencial, apresentam indicadores da situação da organização, tornando possível a verificação de seu desempenho, sendo uma importante fonte que dará o suporte para o planejamento empresarial. 4 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE GESTÃO EMPRESARIAL Como já dito anteriormente, o principal objetivo da Contabilidade é prover seus usuários de informações úteis e em tempo hábil, sendo o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões, e o faz através de relatórios que expõem resumida e ordenadamente os dados colhidos (MARION, 2018, p. 19). Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as demonstrações financeiras (conforme denominação da Lei 11638 – Lei das Sociedades por Ações) ou simplesmente demonstrações contábeis. A lei citada relaciona as seguintes demonstrações financeiras como obrigatórias: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); sendo as duas 4 últimas, obrigatórias quando se tratar de companhias abertas (que negociam suas ações nas bolsas de valores), sendo que a DMPL deverá substituir a DLPAc nesses casos. Existem também demonstrações financeiras que não são obrigatórias, como a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), Orçamentos e o Balanço Social. Para Cardozo (2016, p.72): O objetivo final das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação confiável, honesta e ampla acerca da posição patrimonial, situação financeira, do desempenho operacional e dos fluxos de caixa da entidade. Em outras palavras, informações que sejam úteis a uma grande quantidade de usuários que as utilizarão em suas avaliações e processos de tomada de decisões de natureza econômica. Desta forma, a análise das demonstrações financeiras envolve também uma comparação de desempenho da empresa com o de outras do mesmo setor, e uma avaliação das tendências da posição da empresa ao longo do tempo. Esses estudos ajudam a administração a identificar deficiências a fim de, tomar medidas para melhorar o desempenho. 4.1 O BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial (BP) constitui-se de duas colunas verticais: a coluna do lado direito é denominada Passivo e Patrimônio Líquido, e a coluna do lado esquerdo é denominada Ativo. Marion (2018, p.23) conceitua Ativo como: São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa. Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações etc. Coisas úteis que trazem benefícios para o negócio. Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias (direito de saque), títulos de crédito etc. Assim, o ativo ainda pode dividir-se em ativo tangível (aquilo que se pode tocar: conforme exemplos dos bens acima) e Ativo intangível. (são os bens que não se podem tocar, como por exemplo, o poder da marca e da imagem) 5 Marion (2018, p.27), define Passivo como “as obrigações, dívidas e financiamentos”, podendo ser dividido em dois grupos: o Passivo exigível (todas as obrigações com fornecedores, impostos, financiamentos, etc.) e Passivo não exigível (é a obrigação que não será exigida enquanto a empresa estiver funcionando, pois é uma obrigação para com seus proprietários). O Patrimônio Líquido, por sua vez, são os recursos dos proprietários que foram investidos na empresa, o qual também pode se chamar capital. O Patrimônio Líquido poderá sofrer alterações através de novos investimentos dos proprietários da empresa, ou através de rendimento da aplicação ora realizada, também chamada lucro. Assim podemos entender que Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidência, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da organização. Com isso, o gestor da empresa pode fazer comparações entre balanços sucessivos e descobrir se decisões como a de incrementar itens básicos em estoque para se garantir contra inesperados aumentos de preços foram feitas, pois isso logo se revela pela existência de grande quantidade de mercadorias estocadas em um determinado ano, em confronto com outro. Em outro cenário, se a política normal de crédito torna-se um pouco mais liberal dentro da empresa, e a cobrança mais lenta enquanto as vendas permanecem estáveis, certamente a comparação entre balanços revelará a existência de recebimentos decrescentes devido à inadimplência, cabendo ações de maior controle do crédito por parte da administração da empresa. Por outro lado, se a expansão dos negócios não vem ocorrendo, é possível que as dívidas permaneçam altas. E, com prejuízos constantes, o patrimônio líquido decrescerá ano a ano, o que implicará na análise minuciosa do cenário econômico da qual a empresa está inclusa. Deste modo, o Balanço Patrimonial revela a capacidade financeira que a empresa tem para enfrentar suas dívidas de curto e de longo prazo, a forma de como deve ser feita a administração do capital de giro, além de outras pistas a respeito da solidez econômico-financeira que a empresa apresenta na data do balanço. 6 4.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) é extremamente importante para avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo, pois conforme Marion (2018, p.97), não há dúvida de que o objetivo precípuo de uma entidade econômica é o lucro. Com isso, a DRE apresenta de forma resumida, as operações realizadas pela empresa durante seu exercício social, demonstrando o resultado líquido desse período, relacionando as receitas e despesas desse exercício. Em outras palavras, a DRE de uma empresa, é um resumo ordenado das receitas e despesas em determinado período (12 meses) e é apresentada na vertical, de forma dedutiva, onde das receitas subtraem-se as despesas, indicando ao final o resultado (lucro ou prejuízo). A DRE completa, exigida por Lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc. Assim, comparando-se DRE´s de períodos diferentes, responde-se por exemplo as seguintes perguntas: - Onde foram cortados custos para a empresa se manter competitiva? - O que aconteceu com o lucro operacional bruto? - As vendas cresceram? - As despesas aumentaram ou diminuíram? - Ou será que as despesas e as receitas permaneceram estáveis? - Gastou-se mais dinheiro com as despesas administrativas? - De onde veio o dinheiro gerado no exercício? - Os custos fixos foram controlados? Desta forma, a DRE revela o quão um negócio (empresa) está indo bem. (ou não) Combinando o Balanço Patrimonial com a Demonstração do Resultado do Exercício, é possível investigar qual o retorno que os proprietários investidores estão conseguindo obter com suas aplicações, e também, podem ser avaliados os desempenhos dos administradores da empresa, em relação à condução das estratégias dos negócios. Embora as DRE´s sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos. Com uma DRE bem elaborada, os gestores podem praticar uma administração totalmente voltada para a eficiência e a competência. 7 4.3 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPAc) E A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido.Marion (2018, p.431) esclarece que a DLPAc é obrigatória para as empresas, todavia, poderá ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), obrigatórias para as companhias abertas, sendo que a apresentação da DMPL desobriga a publicação da DLPAc, uma vez que está contida nesta. A DLPAc deverá discriminar: o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores; as reversões de reservas; as destinações do lucro líquido do exercício; as transferências para reservas; os dividendos; a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Já a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é uma demonstração completa e abrangente, pois evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro. Com isso, é revelada a destinação do lucro do negócio, e se os proprietários fizeram algum aporte adicional na empresa, bem como de que forma o patrimônio líquido está composto. Ao contrário do DLPAc (Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados) que fornece a movimentação, basicamente, de uma única conta do Patrimônio líquido (Lucros Acumulados), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia a movimentação de diversas (todas as) contas do PL ocorrida durante o exercício. Assim, todo acréscimo e toda diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados por essa demonstração, bem como a formação e utilização das reservas (inclusive aquelas originadas por lucro). A elaboração da DMPL é relativamente simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados. 8 Dessa forma, podemos entender que a DMPL é aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, ocorridas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo, enquanto a DLPAc apresenta as destinações específicas que ocorreram com o lucro ou prejuízo do exercício. 4.4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é uma demonstração dinâmica e está contida no BP e indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. (MARION, 2018, p. 444) A DFC vem esclarecer situações controvertidas na empresa, através da comparação com a DRE, como por exemplo, do porque a empresa tem um lucro considerável, e ao mesmo tempo estar com o Caixa baixo, não conseguindo liquidar todos os seus compromissos. Com isso, através da DFC, é possível avaliar os seguintes aspectos do gerenciamento do caixa: - Qual a capacidade que a empresa demonstra para gerar fluxos de caixa positivos no ano seguinte? - Qual a capacidade financeira da empresa para pagar suas dívidas com bancos e fornecedores? - Qual a capacidade financeira da empresa para pagar os lucros destinados aos proprietários? - Qual a capacidade teórica da empresa para financiar seu ciclo operacional sem tomar empréstimos? - Qual a capacidade demonstrada pela empresa de converter lucro em caixa disponível? O entendimento das disponibilidades da organização tornou-se fundamental para as empresas, pois o custo do dinheiro é elevado e não se pode manter dinheiro ocioso, nem prescindir de disponibilidades financeiras para atender aos compromissos mais imediatos. Esta demonstração vem se tornando “peça de grande utilidade como instrumento de administração financeira”, pois propicia ao gerente financeiro, a elaboração de melhor planejamento financeiro, proporcionando maior rendimento à empresa. 9 A DFC pode ser apresentada de forma direta (onde são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos que concorreram para a variação das disponibilidades) e de forma indireta. (onde são feitos ajustes ao lucro líquido através do valor das operações de receitas ou despesas) 4.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é obrigatória às companhias abertas desde a Lei 11.638/07. Esta lei obriga e descreve que a empresa “deverá evidenciar o valor da riqueza gerada e a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração desta riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.” (MARION, 2009, p.495) A DVA demonstra, assim, a efetiva contribuição da empresa, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção. A DVA, que poderá integrar o Balanço Social, constitui uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. 5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise das demonstrações financeiras, também comumente chamada de Análise de Balanços, é um dos instrumentos mais importantes no processo de gestão empresarial, como também, para o conhecimento de outras empresas, concorrentes ou fornecedores, mas, sem dúvida, o mais relevante uso desse instrumento é a sua utilização internamente pela empresa. Assim, entende-se que a análise das demonstrações financeiras constitui um instrumento importante para o gestor da empresa, tendo em vista que, utilizando-se dos relatórios produzidos pelo setor contábil (sendo assim, considerados confiáveis e relevantes) seja possível avaliar a situação da empresa e até mesmo prever os futuros resultados da organização. Todas as demonstrações financeiras são suscetíveis de análise, porém é dada maior a ênfase ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, pois Cardozo (2016, p.194) 10 afirma que a fim de aprimorarem as comparações, é útil estabelecer correlações entre os diversos dados apresentados nos balanços patrimoniais e nas demonstrações de resultado. Assim, existem alguns modos práticos de Análise das Demonstrações Financeiras, como: a) Análise Horizontal e a Análise Vertical: A análise horizontal é o instrumento que calcula a variação percentual, ocorrida de um período para outro, buscando evidenciar se houve crescimento ou não no item avaliado. Já a Análise Vertical, é a analise da estrutura da demonstração de resultados e do balanço patrimonial, buscando demonstrar as participações dos elementos patrimoniais e de resultados dentro do total. b) Análise por indicadores: os indicadores econômico-financeiros são os elementos que representam o conceito de análise de balanço, e, basicamente, cálculos matemáticos efetuados a partir de dados do BP e da DRE, a fim de esclarecer o entendimento da situação patrimonial, financeira e rentável da empresa. Os indicadores econômico-financeiros objetivam detectar situações, verificar tendências e dar subsídios para que a gestão da organização enfatize os esforços corretivos nas direções necessárias. Segundo Cardozo (2016, p.203) podem se separar em cinco categorias: Indicadores de Liquidez 1. Liquidez Geral 2. Liquidez Corrente 3. Liquidez Seca Indicadores de Prazos Médios 1. Prazos Médios de Recebimentos 2. Prazos Médios de Pagamentos 3. Prazos Médios de Renovação de Estoques Indicadores de Rentabilidade 1. Rentabilidade do Ativo 2. Rentabilidade do Capital Próprio Indicadores de Lucratividade 11 1. Giro de Ativo 2. Margem Líquida Indicadores de Estrutura de Capital 1. Endividamento Geral 2. Endividamentoa Curto Prazo 3. Imobilização do Capital Próprio 4. Imobilização do Capital Próprio Depurado Com isso, as informações das análises das demonstrações financeiras, objetivam responder as seguintes questões: - Para aonde a empresa está indo? - Ela está otimizando seu potencial de lucros? - Está suficientemente capitalizada para fazer frente à atual tendência de mercado? - Quais são os problemas mais críticos? - Que oportunidades a empresa estaria capacitada a usufruir? - Quais áreas necessitam de melhorias? - Existem áreas que expõe a empresa a riscos excessivos? - A empresa exagera no corte de custos e negligencia as vendas ou vice-versa? Com tais perguntas respondidas, é possível se tomar as seguintes ações em beneficio da empresa: - Fazer a alocação correta de custos variáveis e despesas fixas, quando da fixação dos preços de venda; - Estabelecer uma eficiente política de crédito e cobrança a clientes; - Administrar os estoques, em função do volume de vendas e do capital de giro disponível; - Equilibrar a aplicação de capitais próprios e de terceiros na aquisição de ativos fixos, tais como: imóveis, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos, etc. - Gerenciar cuidadosamente o capital de terceiros, seja de curto ou de longo prazo; - Estabelecer uma política salarial que leve em conta a capacidade financeira da empresa no presente e suas pretensões futuras, em termos de crescimento. Pode-se, portanto, concluir que a análise financeira consiste numa metodologia previamente determinada e objetiva fundamentar o gestor na definição de políticas, ações e metas que compõem o planejamento estratégico da organização. 12 6 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NO PROVIMENTO DE INFORMAÇÕES PARA GESTORES E DEMAIS AGENTES EXTERNOS DAS ORGANIZAÇÕES Como já visto anteriormente, a Contabilidade caracteriza-se por registrar todas as transações da corporação, criando um grande banco de dados. Esses dados são matérias-primas da informação; portanto, não basta possuí-los, é necessário que eles sejam tratados de forma estruturada tecnicamente para que gerem informações úteis e representem um instrumento gerencial no processo decisório corporativo. Evidentemente, os gerentes (administradores) não são os únicos que se utilizam da Contabilidade. Os investidores (sócios ou acionistas), ou seja, aqueles que aplicam dinheiro na empresa estão interessados basicamente em obter lucro, por isso se utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável; os fornecedores de mercadoria a prazo querem saber se a empresa tem condições de pagar suas dividas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento; o governo quer saber quanto de impostos foi gerados para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da empresa: os empregados, os sindicatos, os concorrentes, etc. Com as informações da Contabilidade, principalmente os gestores de empresas passam a ter melhores condições de avaliar seus negócios, inclusive prováveis situações futuras. Essas informações podem determinar ações planejadas, considerando diversas situações e cenários, aumentando a possibilidade de sucesso da organização. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Toda e qualquer atividade necessita de instrumentos que possibilitem um gerenciamento adequado dos recursos existentes para o seu pleno desenvolvimento. Assim, a necessidade de instrumentos de mensuração e controle se tornam imprescindíveis, não somente para a forma como a atividade pode ser desenvolvida, mas também a projeção de sua continuidade e seu planejamento futuro. A boa gestão financeira constitui a pedra angular do sistema empresarial, e é vital para a saúde econômica da empresa. Sua principal aliada é a contabilidade, que surge dentro das 13 organizações como importante instrumento de gestão, disponibilizando informações gerenciais que colaborem para a própria atuação do gestor. A Contabilidade, comumente chamada Contabilidade Financeira, é o instrumento que fornece o maior número de informações para embasar as decisões que precisam ser tomadas dentro da organização. Por se tratar de uma ciência que estuda os fenômenos patrimoniais que ocorreram na empresa, identificando, coletando, registrando e mensurando essas informações em forma de relatórios, possibilita uma visão ampla dos acontecimentos ocorridos, permitindo julgamentos adequados por parte dos usuários dessas informações. Dessa forma, a Contabilidade Gerencial permite um melhor controle sobre os elementos que influem diretamente na empresa, como as decisões sobre aquisições, contratações, investimentos etc., havendo a possibilidade de controles mais efetivos, além de planejamentos mais consistentes que permitam ao gestor uma visão mais ampla sobre o desenvolvimento de suas ações e o impacto que causam na empresa. Sua finalidade é suprir os usuários internos da empresa com um maior número de informações focadas no processo de tomada de decisões, a fim de embasá-los com informações adequadas, pertinentes e reais da situação da empresa. A Contabilidade Gerencial pode assim, atender com maior consistência às necessidades dos gestores por informação, pelo fato de constituir-se num verdadeiro banco de dados sobre a movimentação econômica e financeira da organização. Com as informações da Contabilidade, o gestor passa a ter melhores condições de avaliar o andamento e consecução de seus objetivos, considerando possíveis situações que poderão intervir de forma negativa na organização, aumentado a possibilidade de seu sucesso. Seus principais relatórios, o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício, são indispensáveis para a análise de indicadores que possibilitará a percepção da situação atual da empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros, detectando seus pontos fortes e pontos fracos e também a percepção da sua provável situação futura. Cabe ressaltar que em nenhum momento procurou-se analisar em detalhes as determinadas ferramentas, nem tampouco encerrar as discussões sobre o tema proposto, objetivou-se tão somente 14 informar a importância da Contabilidade na gestão empresarial e as principais metodologias de informação e análise, motivando os leitores deste paper a buscar maior profundidade sobre o tema. REFERÊNCIAS CARDOZO, Julio Sergio de Souza. Contabilidade para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 17a. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
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