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Ato Administrativo

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Existem 6 formas de extinção de um ato administrativo : (i) cassação, (ii) 
caducidade, (iii) contraposição, (iv) renúncia, (v) anulação, (vi) revogação. 
Entre as formas de extinção dos atos administrativos aparecem duas 
principais: a anulação e a revogação. O que existe de comum entre as duas: 
ambas implicam na extinção do ato, na retirada do ato do ordenamento 
jurídico. Existem diferenças importantes entre as duas. Vamos destacar 
quatro delas. E isso é importante para todo o programa, pois pode-se falar 
em revogação e anulação de uma licitação, de um contrato, de uma PPP, da 
nomeação de um servidor. Esses temas caem muito em questões de provas, 
seja em questões teóricas, seja relacionadas a outros temas. 
Nós vamos analisar as duas em comparação, os conceito e características, 
etc. 
Quadro composto por: Fundamento, legitimidade, efeitos da decisão e prazo. 
I - Anulação 
1) Fundamento: anula-se um ato por razões de ilegalidade. Até a sua 
anulação o ato era lícito ou ilícito? Ilícito. O ato estava viciado e por 
isso foi retirado do Ordenamento Jurídico. Isso gera reflexos sobre as 
demais. 
 
2) Legitimidade: Primeira possibilidade a própria Administração 
Pública, que não pode conviver com atos ilegais. Ela pode anular o ato 
por iniciativa própria – de ofício – ou por provocação de terceiros. 
Controle da Administração Pública – Controle Interno – Autotutela, 
ela está tutelando a si própria. A mesma coisa, nós vamos ver, quando 
ela revoga seus próprios atos. E aqui tem uma coisa importante. O 
Supremo Tribunal Federal já decidiu que, no uso dessa autotutela, 
sempre que a Administração for anular ou revogar algum ato que 
beneficia alguém. Ou seja, se alguém for ter a sua esfera jurídica 
afetada por essa revogação ou anulação – isso serve pras duas – tem 
que ter contraditório e ampla defesa. MS 31661/DF. Além da 
Administração, quem mais pode promover a ilegalidade de um ato 
administrativo? O Judiciário, aliás, esse é o único controle que ele 
pode fazer, sempre provocado por terceiros. Separação entre poderes. 
Se o mérito do ato for legítimo, legal, não cabe controle. Legalidade – 
e isso cai em prova – abrange razoabilidade, desvio de poder... 
 
3) Decisão: Opera efeitos ex tunc. Nós sabemos, ex tunc significa que a 
decisão retroage. Mas retroage até onde? Retroage por que? Retroage 
até o momento em que o ato foi editado para eliminar todos os efeitos 
que foram até então gerados. (Esquema de datas). E por que? Porque 
quando ele foi anulado, o fundamento era de ilegalidade. O ato não 
ficou ilegal no meio do caminho, ele já o era desde a origem. Alguém 
poderá invocar direitos adquiridos sobre esse período? Em regra não. 
Ninguém pode se beneficiar de um ato ilegal. Exceção: terceiros de 
boa-fé. 
 
4) Prazo: Tem prazo para a anulação de um ato administrativo? Sem 
dúvida. E não pode ser muito extenso. Do contrário, a situação afronta 
completamente a segurança jurídica. Imaginem um ato que é anulado 
em 2040, com todos os efeitos anulados, ex tunc retroativo. O prazo é 
de 5 anos, previsto na lei 9784/99, no art. 54. É a lei que rege o 
processo administrativo em âmbito federal. Mas há aqui uma exceção. 
A lei estabelece que o prazo – que tem natureza decadencial – é de 5 
anos salvo se comprovada a má-fé-. Má-fé de quem? Do beneficiário 
do ato. 
II – Revogação 
1) Fundamento: razões de conveniência e oportunidade. Ou seja, o 
quadro é completamente diferente. Até o momento da revogação ele 
era lícito ou ilícito? Lícito. Isso gera reflexos nas outras 
características. 
 
2) Legitimidade: Só a Administração Pública. Portanto fujam de 
questões que sinalizam a possibilidade de o Judiciário revogar um ato. 
Pois, se assim fosse, ele estaria fazendo um juízo de conveniência e 
oportunidade, ele estaria substituindo a Administração. E na separação 
de poderes, esse papel, de fazer esse juízo de conveniência e 
oportunidade, cabe à Administração. 
 
3) Decisão: Opera efeitos ex nunc. Não retroage. E por que não retroage? 
Porque até aquele momento o ato era válido, era lícito. Os efeitos 
devem ser mantidos. Por isso a revogação não meche com o passado. 
Consequência natural. Dá pra invocar direitos adquiridos sobre esse 
período? Perfeitamente possível. Agora, cuidado pra não embaralhar. 
Se os efeitos que deviam ser mantidos e não forem, o prejudicado pode 
ir ao Judiciário? Sim, pode. 
 
4) Prazo: Não tem prazo. Se é por razões de conveniência e oportunidade 
ela pode ocorrer a qualquer momento. E não há problemas de 
segurança jurídica porque os direitos que foram adquiridos nesse 
período, os efeitos gerados durante esse período, serão mantidos. 
Eu disse a vocês que a revogação e a anulação eram as duas mais importantes 
formas de extinção do ato administrativo, certo? E é exatamente por isso que 
as duas foram contempladas pela súmula 473 do Supremo Tribunal Federal. 
Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal. E o que essa súmula? “A 
Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que 
os tornam ilegais porque deles não se originam direitos. “Até aqui foi-se a 
primeira parte da súmula. Vamos visualizar na primeira coluna do quadro. 
“Ou revoga-los, por motivos de conveniência e oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos.” Vamos visualizar no quadro. 
“Ressalvada, em todos os casos a apreciação judicial” Diante dessa parte 
final da súmula alguém pode perguntar, “mas você acabou de dizer, 
categoricamente, pra fugir das questões que indicassem que o Judiciário 
pode revogar atos da administração”. Disse e confirmo. Porque essa parte 
final deve ser vista à luz do que diz o inciso XXXV do art. 5º da Constituição. 
O que ele diz? Que nenhuma lesão ou ameaça de lesão à direito será subtraída 
da apreciação do Judiciário. Nesse contexto, o que a súmula diz? Que se 
houver alguma lesão a direito resultante de uma ilegalidade ou de uma 
revogação, o Judiciário poderá ser acionado. Então o que a Súmula está 
dizendo? Que no mérito da revogação o Judiciário não entra, mas se direitos 
que deveriam ser respeitados como resultado de uma revogação e não forem, 
aí o Judiciário entra. Por que? Uma ilegalidade é uma ofensa ao Direito. O 
Judiciário pode entrar e discutir a ilegalidade. Agora, a conveniência e 
oportunidade não. Vai haver ofensa ao direito somente se esses direitos 
adquiridos não forem respeitados. 
Vamos pensar num exemplo. A Administração abre uma licitação para 
adquirir uma biblioteca jurídica, por exemplo para a Procuradoria. Vamos 
supor que o edital está completamente dirigido para que só um licitante possa 
ganhar. E ele vem e de fato ganha. Dirigir um edital é vedado pela lei de 
licitações. Assim, isso é um caso de ilegalidade. Portanto, tanto a 
Administração quanto o Judiciário vão poder anular esse ato. Lembrando que 
se for a administração ela vai ter que abrir para o contraditório e ampla defesa 
do licitante vencedor. Anulado o ato, ele não vai produzir qualquer efeito e 
o licitante vencedor não vai ter nada a reclamar. Agora, vamos supor que a 
mesma licitação foi feita regularmente, sem nenhum problema. Mas no meio 
do processos, falece um grande jurista e a família resolve doar a sua 
biblioteca para a Administração. Nesse caso, a Administração, entendendo 
que não é mais oportuno nem conveniente comprar uma nova biblioteca 
jurídica resolve revogar a licitação. Lembrando, só a Administração pode 
revogar, mas também tem que abrir para o contraditório e ampla defesa. 
Agora vamos pensar que os licitantes adquiriram o edital, contrataram 
profissionais, fizeram uma seleção de obras, etc. Eles vão ter direito a uma 
indenização. Se A Administração revogar a licitação e desrespeitar esse 
direito aí sim, os licitantes podem procurar o Judiciário. Para entrar no mérito 
da revogação, isso é, para avaliar se era conveniente e oportuno continuar a 
licitação? Não. Só pra garantir que os direitosadquiridos sejam respeitados. 
Isso foi a súmula 473, do Supremo Tribunal Federal e com ela a gente 
termina esse tema.

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