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ESTÁGIO I UNIASSELVI - VIVENCIA DO ESTAGIO

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ESTÁGIO I
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em História – HID 0222 – Estágio I
RESUMO
Este trabalho vem elencar as principais experiências realizadas no Estágio I do curso de Licenciatura em História da Uniasselvi. A área escolhida para elaborá-lo é As Dinâmicas do Ensino de História, e dentro dela, O Ensino da História Africana: sua importância para a reeducação sociocultural brasileira. O mesmo vem através dos tópicos apresentar as observações e as entrevistas em sala de aula, que nos guiam na transformação de teoria em prática. Nos traz teóricos e estudiosos do assunto e a vivência do Estágio l.
 
 
Palavras-chave: África. Continente africano. Africanos. 
1 INTRODUÇÃO
O presente paper vem relatar as experiências e vivências do Estágio I, realizado em escolas públicas de Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. O estágio foi realizado tendo como base a área de concentração das Dinâmicas do Ensino de História e como tema O Ensino da História Africana: sua importância para reeducação sociocultural brasileira.
A temática das Dinâmicas do Ensino de História vista agora pelo enfoque da Lei nº 10.639 de 2.003 que tornou obrigatório o ensino da História Africana e Afro-brasileira no currículo escolar da Educação em níveis Fundamental e Médio é o que nos aponta a publicação do MEC (2005, P. 34 ) e conforme em suas obras os autores Marina de Melo e Souza, Leila Leite Hernandez, Carlos Serrano e Maurício Waldman vem descrever o Continente Africano e a influência africana no Brasil trazendo esse universo para a sala de aula por considerarem a importância histórica, cultural e assim auxiliar de uma forma didática ao setor pedagógico como professores, alunos da Educação Básica, universitários e profissionais que se interessam pelo estudo da África e a contribuição dos africanos para a nossa sociedade. 
O Estágio I foi realizado em duas escolas de ensino público: Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo José Justo (Alvorada/RS) e Escola Estadual de Educação Básica Júlio César Ribeiro de Souza (Alvorada/RS).
2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Fundamentação teórica
Para a realização do Estágio I foram selecionados três obras de teóricos para realização de leituras e aprofundamento sobre o tema o Ensino da História da África: sua importância para a reeducação sociocultural brasileira. Os teóricos foram: Marina de Melo e Souza, Leila Leite Hernandez, Carlos Serrano e Maurício Waldman.
Marina de Melo e Souza em sua obra África e Brasil Africano para a sala de aula destaca que a abordagem de conteúdos que trazem para a sala de aula a história da África e do Brasil africano faz cumprir nosso maior objetivo como educadores que é levar à reflexão sobre a discriminação racial, valorizar a diversidade étnica, gerar debate, estimular valores e comportamentos de respeito, solidariedade e tolerância, levantando assim a bandeira do combate ao racismo e a discriminação que atingem em particular a população negra afro-brasileira os afrodescendentes.(2006, p. 28).
Para atingir tais objetivos a autora dividiu sua obra em seis capítulos: 1) A África e seus Habitantes, 2) Sociedades Africanas, 3) Comércio de Escravos e Escravidão, 4) Os Africanos e seus Descendentes no Brasil, 5) O Negro na Sociedade Brasileira Contemporânea e 6) A África depois do Tráfico de Escravos.
No primeiro capítulo a autora descreve a África com seus aspectos geográficos como a presença de planícies, planaltos e regiões montanhosas e os rios onde deram origem o surgimento das primeiras sociedades, tribos e aldeias no Antigo Egito e formação dos primeiros reinos e impérios. 
No segundo capítulo fala sobre a formação das sociedades africanas desde as mais simples como as aldeias e grupos nômades até as mais complexas. Se organizavam a partir da fidelidade ao chefe e das relações de parentesco; muitas sociedades africanas eram patriarcais, a figura masculina detinha autoridade e poder.
[...] O chefe da família, cercado de seus dependentes e agregados, era o núcleo básico de organização na África. Assim, todos ficavam unidos pela autoridade de um dos membros do grupo, geralmente o mais velho [...]. (SOUZA, 2006, p. 31).
 No terceiro capítulo evidencia-se a escravidão no continente africano antes e depois da chegada 
dos europeus. A escravidão estava presente em várias sociedades africanas desde o Antigo Egito. 
Uma pessoa tornava-se escravo ao ser capturada em guerra, desrespeitando as leis da comunidade 
ou para pagar uma dívida. O escravo passou a ser mercadoria forte das feitorias portuguesas e 
devido a expansão dos estados europeus mercantilistas. 
[...] escravidão é a situação na qual a pessoa não pode transitar livremente nem pode escolher o que vai fazer [...]. (SOUZA, 2006, p. 47).
 No quarto capítulo a autora cita as regiões que mais forneciam escravos para a colônia Portuguesa desde o aprisionamento até a saída de sua terra, ter que aprender uma nova língua, se submeter ao seu dono até criar laços de resistência e rebeldia fugindo para os quilombos como caminho para liberdade.
 No quinto capítulo a autora traça o perfil do negro na atual sociedade brasileira com a contribuição dos africanos nas artes plásticas, na religião e na música. Para Souza (2006,p. 144) a garantia do acesso a posições as quais os afro-brasileiros estiveram sistematicamente excluídos é um começo na conquista de condições mais igualitárias para o desenvolvimento de todas as pessoas, independente de suas origens étnicas ou sociais.
 No sexto capítulo após o fim do tráfico de escravos veio a ocupação e domínio de potências europeias e o imperialismo com que se apropriaram das riquezas e de matéria-prima barata. O período de descolonização deu espaço para guerras dentro do território africano pela disputa de poder dizimando a população pela fome e o flagelo do HIV. Para a autora o grande desafio das sociedades africanas é manter o respeito à pluralidade e à diferença.
 Leila Leite Hernandez em sua obra A África na sala de aula parte de uma preocupação contemporânea a fim de compreender a África integrando conjunto de temas do fim do século XIX à meados do século XX. Por ser uma obra muito extensa faz-se necessário dividi-la em grupos, isto é, em quatro partes. Na primeira parte que abrange o primeiro, segundo e terceiro capítulos, a autora coloca preconceitos e pré-noções a cerca da África com o objetivo de questionar a ideia de historicidade do continente africano nos aspectos históricos, políticos, sociológicos e antropológicos dos seus povos. Descreve o processo de “roedura” tendo como marco a Conferência de Berlim (1884-1885) que partilhou a África entre as potências europeias. Assim para Hernandez (2008, p. 45) falar da divisão europeia na conquista da África, foi devolver o protagonismo europeu quando foram traçadas as modernas fronteiras do continente africano sendo a Conferência de Berlim o marco no processo de “roedura”.
Na segunda parte formada pelo quarto e quinto capítulos está presente a questão do colonialismo observando os instrumentos de luta de dominação dos diferentes sistemas coloniais, o expansionismo e o racismo que levaram os africanos a violência, ao etnocentrismo e aos movimentos de resistência.
[...] A conclusão é óbvia: o emprego da força física sem coibição gera mais forca, e violência [...]. (HERNANDEZ, 2008, p. 92).
 [...] o processo de colonização foi sempre marcado pela violência, pelo despropósito e, não raro, pela irracionalidade da dominação [...] e a violência simbólica construtiva do racismo [...] não surpreende, portanto, que os movimentos de resistência tenham pipocado em todo o continente [...]. (HERNANDEZ, 2008, p. 109).
 Na terceira parte que engloba o sexto, sétimo e oitavo capítulos está centrado o papel das elites culturais frente as questões de política e de identidade dando ênfase à formação da consciência nacional centradas nas ideias elaboradas por diferentes correntes de pensamento sobretudo na ideia de uma etnia africana.
[...] Não bastam condições degradantes de vida para que se constitua um movimento social contestatório do colonialismo. É preciso identificá-las, o que pode ocorrer, basicamente, em duas dimensões. A primeira é predominantemente cultural, voltada para a afirmação de identidades nacionalistas [...]. (HERNANDEZ, 2008, p. 175).
 Na quarta parte que abrange os capítulos do nove ao treze a autora aborda o desafio de compreender como as elites africanas incorporaram ao ideal de independência, os projetos de reformulação econômica, social e política. Dessa forma houve um impulso revolucionário para independência em diferentes esferas imperiais. 
 Com a preocupação de constituir uma identidade de um conjunto de povos frente à burocracia colonial criou-se uma série de conferências e congressos para discutir a inserção das nações africanas no cenário internacional buscando a recomposição política da África pós conferência de Berlim. Várias foram as conferências para discutir a identidade negra a partir de valores frente ao racismo. 
 Carlos Serrano e Maurício Waldman em sua obra Memória D’África: A temática Africana em sala de Aula oferecem subsídios aos profissionais do campo pedagógico para enriquecer os conhecimentos dentro do espaço curricular de acordo com a lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira.
A obra enfoca as relações de afinidade entre a África e o Brasil por meio de seu povo que para cá vieram e resgatar a imagem da África libertando-a dos estereótipos a que foi histórica e ideologicamente condicionada. Apresenta um continente rico e diversificado resgatando a imagem da África através de sua área geográfica
Comparando os diferentes registros cartográficos, os autores afirmam que:
[...] a despeito de ter sido confinada a uma espécie de “periferia inconsistente” do mundo – a África abriga o centro espacial imaginário da Terra [...] numa perspectiva eminentemente geofísica, não há outro continente mais central do que a África [...]. (SERRANO; WALDMAN, 2010, p. 40).
 Em seguida, os autores comentam as particularidades geofísicas do continente africano destacando a existência de ilhas, lagos e rios que despontam em meio às savanas e florestas equatoriais que cobrem o território.
 Um enfoque especial refere-se ao deserto do Saara que além de constituir um ecossistema variado, também funcionou por muitos anos como filtro para a penetração de outras culturas no continente.
[...] o Saara permitiu que dois ritmos históricos se estabelecessem nos dois espaços diante dos quais se intercalava, permitindo uma evolução cultural que guardava traços específicos para cada conjunto [...]. (SERRANO; WALDMAN, 2010, p. 99).
 Aquilo que se conhece como África Negra corresponde às culturas que se desenvolveram ao sul do deserto. Nessa parte que é a maior do continente – convivem diferentes etnias, cada uma com suas particularidades, entretanto guardam entre si traços comuns de natureza filosófica, religiosa, cultural e política. 
 Essas concepções perduram através dos séculos e são encontradas com algumas variações na maior parte das etnias ao sul do deserto. Os autores apontam como a visão do mundo tradicional interfere em questões do tempo presente. O mundo para os africanos subsaarianos, é entendido como sendo governado por forças vitais que interligam todos os seres inanimados, animados, espirituais dos quais o homem é o ponto de união de todas as outras formas de vida. Desfeitos estes laços o mundo passa a ser governado pelos interesses comerciais que determinam outras formas de relacionamento com o espaço cultural.
 Outra questão abordada na obra é o processo que convertia indivíduos à condição de escravos e segundo os autores Serrano e Waldman (2010, p. 169) independentemente do povo africano tinham origens diversas, mas o escravo não se apresentava como propriedade no seu sentido ocidental e sim um produto social. 
 A escravidão no continente africano colocou o negro em situações adversas dentro de seu país e submetidos a condições degradantes quando chegaram ao Brasil. Outro enfoque é o início do colonialismo com a presença de nações europeias e ocupação do interior do continente e essa dominação teve efeitos devastadores com a presença dos europeus que provocaram mudanças e consistiam em interferências nos sistemas de transportes, comunicações e imposição das línguas europeias promovendo dessa forma o analfabetismo e essas medidas serviam apenas ao escoamento das riquezas para a Europa. Com isso foram desarticuladas formas de organização existente e instituindo meios para a manutenção do sistema colonial por meio de criação de escolas com a função de fazer a cultura europeia sobrepor-se às culturas locais.
 Outro fator citado na obra foi o lento processo de descolonização da África e em muitos países foi fruto de lutas nacionais pela independência, determinando o fim dos impérios coloniais na África e diferentes processos de desocupação pelos europeus.
 Após a descolonização, mais de 50 países passaram a integrar o mapa político da África e a partir daí foram muitos os desafios como exemplificam Serrano e Waldman (2010, p. 269-271): do antes “Continente Colonial” substituído pelo não menos nocivoneocolonialismo. Sendo relevante o panorama da África contemporânea enfrentando os desafios e oportunidades que se apresentam frente ao contexto mundial da globalização e contribuição para a cultura brasileira.
 Finalmente vale resaltar a apresentação da obra com assuntos complexos e forma didática valorizada pelas riquezas documentais e ilustrativas; por sua abrangência constitui-se em leitura fundamental para professores e alunos que buscam o estudo aprofundado da temática africana e relações com o Brasil, o povo brasileiro e afrodescendentes.
3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Este estágio foi elaborado através de 20 horas de observação nas escolas (10 horas nos Anos Finais do Ensino Fundamental e 10 horas no Ensino Médio), sendo 5 horas para cada professor. Houve, também, as entrevistas com os professores observados. A entrevista consistia em nove perguntas anexadas no Projeto de Estágio I e relacionadas com a área de concentração da pesquisa. As entrevistas foram realizadas com os professores e houve troca de ideias a respeito das aulas, conteúdos trabalhados e a prática pedagógica na relação profissão professor. 
Nas escolas foram evidenciadas pelos professores as dificuldades em que enfrentam no dia a dia e os problemas pontuais que podem e devem ser melhorados.
Durante as observações sentei no fundo da sala para observar: 1) a interação dos alunos com o professor e 2) a forma didática do professor na transmissão dos conteúdos.
4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO
O período de estágio me proporcionou vivenciar e observar situações produtivas e didáticas a respeito da interação de professor aluno em sala de aula quanto a abordagem de conteúdos e realização de tarefas o que veio acrescentar e enriquecer para a minha formação de professor. 
Quanto aos objetivos propostos procurei cumprir todas as etapas do estágio de uma forma coerente e objetiva e que de certa forma alcançados.
Em relação às dificuldades encontradas uma das mais importantes foi a falta de material de apoio como: sala com falta de mobiliário e a falta do livro didático.
Os resultados para a aplicação desse estágio foram positivos com a colaboração dos professores, campo pedagógico e alunos. 
REFERÊNCIAS
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. 4 ed. São Paulo: Selo Negro, 2008.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10,639/03. Brasília: MEC. 2005.
SERRANO, Carlos; WALDMAN, Maurício. Memória D’África: a temática africana em sala de aula. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SOUZA, Marina de Melo e. África e Brasil Africano para a sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.