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ALEXANDRE CANDIDO DE SOUZA MACROECONOMIA: MODELOS ECONÔMICOS 1ª edição Brasília Edição do Autor 2014 À minha esposa amada e ao meu filho querido. S719 Souza, Alexandre Candido de. Macroeconomia: Modelos Econômicos / Alexandre Candido de Souza. – Brasília: Alexandre Candido de Souza, 2014. Livro eletrônico. ISBN: 978-85-917360-1-0 1. Economia. 2. Macroeconomia. I. Título CDD: 339.5: Sumário Capítulo 1 – Modelo de Determinação de Renda em Economia Fechada e Aberta (Modelo Keynesiano Simples. Multiplicador dos Gastos) ....................... 01 1) Introdução ........................................................................................................ 01 2) Economia Fechada e sem governo ................................................................... 02 3) Multiplicador dos Gastos numa Economia Fechada e sem Governo.............. 05 4) Economia Fechada e com Governo .................................................................. 06 5) O Multiplicador dos Gastos para uma Economia Fechada e com Governo ..... 08 6) Economia Aberta .............................................................................................. 09 7) Multiplicador para uma Economia Aberta e com Governo ............................. 10 8) Determinação do Nível de Renda de Equilíbrio ............................................... 11 Questões de Prova................................................................................................... 12 Bibliografia............................................................................................................... 19 Capítulo 2 –O Modelo IS-LM ........................................................................................ 20 1) Introdução ........................................................................................................ 20 2) O Equilíbrio no Mercado de Bens ..................................................................... 20 3) Demanda por Moeda e o Equilíbrio no Mercado Monetário ........................... 23 4) O Equilíbrio no Modelo IS – LM ........................................................................ 26 5) Políticas Econômicas no Modelo IS – LM ......................................................... 27 6) Expectativas no Modelo IS – LM ...................................................................... 29 7) Casos Especiais da LM ...................................................................................... 30 8) Combinações de Políticas Monetárias e Fiscal ................................................. 31 Questões de Prova................................................................................................... 33 Bibliografia............................................................................................................... 44 Capítulo 3 –Oferta e Demanda Agregadas ................................................................... 45 1) Demanda Agregada.......................................................................................... 45 2) Oferta Agregada ............................................................................................... 47 3) Versão Keynesiana ........................................................................................... 49 4) Choques de oferta ............................................................................................ 51 Questões de Prova................................................................................................... 53 Bibliografia............................................................................................................... 58 Capítulo 4 –Inflação ...................................................................................................... 59 1) Curva de Philips ................................................................................................ 59 2) Relação entre a Curva de Phillips e o Modelo de Oferta e Demanda Agregada .......................................................................................................... 62 3) A Curva de Phillips de Longo Prazo .................................................................. 63 4) Analisando a Curva de Phillips .......................................................................... 64 5) A Curva de Phillips e as Expectativas ................................................................ 65 Questões de Prova................................................................................................... 70 Bibliografia............................................................................................................... 78 Capítulo 5 – Modelosde Crescimento de Solow ........................................................... 79 1) Modelo de Crescimento Exógeno - Modelo de Solow ........................................ 79 2) O nível de estoque de capital e o estado estacionário ....................................... 82 3) A taxa de poupança e o crescimento tecnológico .............................................. 85 4) Regra de Ouro ..................................................................................................... 86 5) Crescimento Populacional .................................................................................. 89 6) Progresso Tecnológico ........................................................................................ 93 Questões de Prova................................................................................................... 96 Bibliografia............................................................................................................... 99 1 “As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces.” Aristóteles Capítulo 1 Modelo de Determinação de Renda em Economia Fechada e Aberta (Modelo Keynesiano Simples. Multiplicador dos Gastos) 1) Introdução Antes de adentrarmos no estudo do Modelo Keynesiano Simples (MKS), é necessário que seestabeleça as hipóteses básicas do modelo. A primeira hipótese é que o produto da economia é função apenas da mão-de-obra, ou seja, donúmero de trabalhadores empregados. Dessa forma, as variações na produção decorrem da variação na mão-de-obra. Matematicamente: Y = f(N, K, T) Onde: Y = produto N = volume de mão-de-obra K = estoque de capital (aqui considerado constante) T = nível tecnológico (também constante) A relação acima é a função de produção, que relaciona a quantidade produzida e a utilização dosfatores de produção. Em outras palavras: para produzir, as empresas fazem uso de capital (K) – máquinas,equipamentos, edifícios etc – e trabalho, de acordo com uma dada tecnologia. Como segunda hipótese, supõe-se que a taxa de juros (i) e o nível de preços (P) sejam constantes. São também hipóteses do modelo em estudo: inexistência de depreciação do capital e detransferência (envio ou recebimento) de receita líquida para o exterior; todos os lucros auferidos pelasempresas são distribuídos aos sócios. No MKS, quando a economia se encontra em equilíbrio, a oferta agregada (OA) - total da oferta debens e serviços finais, ou seja, o produto agregado - é igual à demanda agregada (DA) - procura por bens eserviços finais de todos os agentes econômicos. 2 OA = DA Assim, toda produção da economia no período será consumida pelos agentes econômicos, nãohavendo, portanto, variação nos estoques. Caso a OA seja menor que a DA, haveria um aumento nos estoques (variação positiva); caso contrário,diminuição (variação negativa). Como os estoques são parte do investimento, chamamos estes movimentosimprevistos de variações no investimento não planejado. OA > DA =>e > 0 DA > OA =>e < 0 Assim, como hipoteticamente os preços são constantes, a economia se ajustarápor meio da variaçãonos estoques, o que impactará o nível de emprego. Uma variação negativa dos estoques (DA > OA) estimulará a contratação de mão-de- obra,aumentando o nível de emprego da economia. Por outro lado, uma variação positiva dos estoques (OA > DA)levará à dispensa de empregados, ou seja, à redução do nível de emprego da economia. O estudo do modelo keynesiano simples, que abordaremos neste encontro, partirá da identidademacroeconômica básica abaixo, onde a demanda agregada é composta pelo consumo das famílias,investimentos das empresas, gastos dos governos e exportações líquidas (X – M). Y = C + I + G + X - M Veremos, então, cada um dos componentes da demanda. No entanto, iniciaremos pelo mais simplesdos modelos: economia fechada e sem governo. 2) Economia Fechada e sem governo Levando em conta a identidade macroeconômica básica apresentada, no estudo do modelo keynesiano simples para uma economia fechada e sem governo, desconsideraremos as variáveis G (gastos dogoverno), X e M (transações de bens e serviços não fatores com o resto do mundo). Como não há governo,também não haverá tributos. 3 Função Consumo Os gastos com bens de consumo das famílias dependem diretamente da renda. É razoável supor que, àmedida que a renda cresce, uma proporção cada vez menor desta renda é destinada ao consumo, sendo umaproporção cada vez maior destinada à poupança. Outra suposição é válida: a de que, independente do nível derenda, o indivíduo consome uma parcela de bens para fins de subsistência, que denominamos consumo autônomo1 (Co). Pode- se considerar que os indivíduos fazem uso da poupança para isso. Representemos a relação do consumo com a renda por uma função linear: C = Co + cY Onde: C => consumo agregado Co => consumo autônomo c => propensão marginal a consumir (também PMgC) A propensão marginal a consumir é a proporção entre a variação do consumo (DC) e a variação darenda (DY). Seu valor se situa entre 0 e 1. c = ∆C/∆Y Tal grandeza difere da Propensão Média a Consumir, que vem a ser quanto os gastos com consumorepresentam da renda (PMeC = C/Y). Como já afirmamos, conforme aumenta a renda, percentuais cada vezmenores desta são destinados ao consumo. Exemplifiquemos: C = 20 + 0,8 Y Como se observa, a Propensão Marginal a Consumir é constante e é o coeficiente angular da funçãoconsumo, assim, quanto maior c, mais inclinada a reta que representa a função consumo no plano C x Y. Oconsumo autônomo é o intercepto da função consumo. A 1 No Modelo Keynesiano Simples, denomina-se variável autônoma a que não depende do nível de renda (Y). 4 propensão média a consumir decresce conforme arenda aumenta, corroborando a afirmativa de que, à medida que cresce a renda, a proporção de gastos comconsumo diminui. Função Poupança Vimos que parte da renda (Y) é destinada ao consumo (C) e parte à poupança (S). Y = C + S Logo: S = Y - C Portanto, a poupança é a diferença entre a renda e o consumo. Como C = Co + cY, para obtermos a função poupança: S = Y - Co - cY S = - Co + (1 - c) Y Onde (1 – c) é a propensão marginal a poupar (PMgP). Do exemplo anterior: C = 20 + 0,8Y S = Y - 20 - 0,8Y S = -20 + 0,2Y Como a renda é a soma do consumo com a poupança, à medida que a renda cresce, aumenta aproporção de poupança, razão pela qual a PMeP cresce com a renda. Notem que a soma da propensãomarginal a consumir e da propensão marginal a poupar é igual à unidade (PMgC + PMgP = 1). A reta querepresenta a função poupança é positivamente inclinada, sendo 5 a PMgP (1 - c) sua inclinação e seu interceptonegativo (- Co), isto é, quando não há renda, ocorre uma despoupança para financiar os gastos mínimos desubsistência já comentado. 3) Multiplicador dos Gastos numa Economia Fechada e sem Governo Numa economia fechada e sem governo, como os agregados G, X e M são iguais a zero, teremos: Y = C + I Consideraremos o investimento como sendo fixo, isto é, autônomo em relação à renda. O que significadizer que o investimento não depende da renda. Assim, qualquer que seja o nível de renda, o investimento éum valor constante. Na concepção keynesiana, os gastos autônomos determinam a renda. Nesse contexto, é de grandeimportância o conceito de multiplicador dos gastos, variação mais que proporcional que os gastos provocamna renda. Isso ocorre porque os gastos autônomos, ao incrementarem a renda, provocarão sucessivosaumentos no consumo, visto que este é função direta da renda. No exemplo anterior, onde c era 0,80, umincremento nos gastos autônomos de R$ 100,00, inicialmente provocaria aumento na renda da mesmamagnitude, que, por sua vez, induziria novo gasto com consumo de R$ 80,00, que,ao incrementar a rendaneste mesmo valor, induzirá novo gasto com consumo de R$ 64,00, e assim por diante. Portanto, aumentosnos gastos autônomos provocarão aumentos na renda, que induzirão novos gastos de consumo. No modelo em estudo, a derivação do multiplicador é obtida da seguinte forma: Y = C + I Y = Co + cY + I Isolando os gastos autônomos: Y - cY = Co + I Y = (Co + I)/(1 - c) Onde 1/(1 - c) é o multiplicador dos gastos. Ao denominarmos a = 1/(1 - c), teremos: Y (Co + I) 6 Na forma incremental: Y = (Co + I) Como se vê, o multiplicador a depende da propensão marginal a consumir (c). Com base no exemploanterior, onde c = 0,8, o valor do multiplicador será igual a 5. Havendo um incremento nos gastos autônomosde R$ 100,00, o incremento na renda será de R$ 500,00. Entretanto, numa economia onde o valor de c = 0,75,sendo o multiplicador igual a 4, um aumento de R$ 100,00 nos gastos autônomos provocaria um incrementode R$ 400,00. Donde se conclui que, quanto maior a propensão marginal a consumir, maior será o efeito domultiplicador. 4) Economia Fechada e com governo O terceiro elemento da demanda agregada que estudaremos são os gastos correntes do governo (G).Estes são os dispêndios que o governo de um país realiza na manutenção de suas atividades. No modelo emestudo, gasto do governo é considerado variável autônoma, posto que não dependemdo nível de renda daeconomia, mas de decisões políticas. G = Go Os gastos do governo são predominantemente financiados pela arrecadação de tributos (T), que, nomodelo em questão, poderão ser uma variável autônoma ou função da renda. T = To ou T = To + t Y Onde t é a propensão marginal a tributar, ou seja, proporção entre a variação dos tributos e a variaçãoda renda. De outra forma: é quanto o governo tributará a mais, para cada R$ 1,00 de aumento da renda. A segunda hipótese está mais próxima da realidade, haja vista que nas economias atuais parte dostributos é composta por impostos que independem da renda e outra parte por impostos que incidem sobre arenda. 7 Agora, parte da renda será destinada ao pagamento de tributos, donde surge o conceito de rendadisponível (Yd), ou seja, parcela da renda que sobra após recolhimento dos tributos. Yd = Y - T A renda disponível será destinada ao consumo ou à poupança. Yd = C + S Diante deste novo conceito, deve-se considerar tanto o consumo, quanto à poupança, como função darenda disponível, e não mais simplesmente da renda. C = CO + CYD S = - CO + (1 - C) YD Assim, a tributação influenciará a demanda agregada indiretamente por meio do consumo, uma vezque reduções na tributação proporcionarão maior renda disponível e, consequentemente, maior consumo. Alguns autores afirmam que uma parcela dos tributos retorna para a sociedade sob a forma detransferências (Tra), isto é, pagamentos realizados pelo governo que não geram contrapartida produtiva. Sãoexemplos clássicos: aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e bolsas de estudo. Consideraremos atransferência uma variável autônoma. Agora, a renda disponível será assim: YD = Y- T + Tra Embora menos comum, utilizaremos a equação acima para representar a renda disponível. Caso abanca não mencione as transferências, o candidato deverá considerá-la nula na solução das questões. A função consumo será: C = CO + CYD C = CO + C(Y - T + Tra) C = CO + C(Y - TO - TY + Tra) C = CO + CTra - CTO + C(1 - T)Y 8 5) O Multiplicador dos Gastos para uma Economia Fechada e com Governo A partir da equação do consumo acima, podemos derivar o multiplicador dos gastos com governonuma economia fechada: Y = C + I + G Y = Co + cTra - cTo + c(1 - t)Y + I + G Y - c(1 - t)Y = Co + cTra - cTo + I + G Y = (Co + cTra - cTo + I + G)/[1 - c(1 - t)] Se denominarmos a = 1/[1 - c(1 - t)], teremos: Y = (Co + cTra - cTo + I + G) Na forma incremental: Y = (Co + cTra - cTo + I + G) Da mesma forma que na economia sem governo, o multiplicador a será maior quanto maior for apropensão marginal a consumir (c). Agora, a propensão marginal a tributar exerce influência sobre omultiplicador. Quanto maior a propensão marginal a tributar, menor será o multiplicador, reforçandoafirmação feita no início do tópico: os tributos influenciam indiretamente a demanda agregada, visto que umaumento neste agregado proporciona redução na renda disponível e, consequentemente, no consumo.Conclui-se que, embora o governo possa, por um lado, promover incrementos na demanda agregada viaaumento dos gastos públicos ou das transferências, por outro lado, a inserção do governo no modelo reduz oefeito do multiplicador, em razão da redução que a tributação provoca na renda disponível e, por conseguinte,nas despesas com consumo. Consideremos os tributos como variável autônoma, T = To. Consideremos ainda que o total de tributos arrecadados menos astransferências são as tributações líquidas. Dessa forma, teríamos: Y = (Co + cTra- cTo + I + G)/(1 - c) Y = [Co - c (To - Tra) + I + G]/(1 - c) Sendo = 1/(1 – c) Y = [Co - c (To - Tra) + I + G] ∆Y = a ∆ [Co - c (To - Tra) + I + G] 9 Atentem para um detalhe: um incremento nos gastos do governo de DA provocará um incremento de a∆A na renda, entretanto, umincremento na tributação líquida de mesmo valor ∆A, reduzirá a renda num montante inferior, ac∆A (lembre-se que 0 < c < 1). Daí, surge o questionamento: qual será o impacto na renda, caso o governo decida promover aumento nos gastos públicos na mesmamagnitude do aumento na tributação líquida, de modo a manter seu orçamento equilibrado? Neste caso, a renda sofrerá um aumento de a∆e uma redução de ac∆ . Matematicamente, ficará assim: ∆Y = a ∆A - ac∆A ∆Y = (1 – c) ∆ Sabe-se que = 1/(1 – c), logo: ∆Y = [(1 – c) /(1 – c)] A ∆Y = A Assim, o incremento na renda será na mesma magnitude do aumento nos gastos públicos. Esta é a Teorema do Orçamento Equilibrado. Afirmamos que o multiplicador do orçamento equilibrado será igual a 1, posto que a renda aumenta no mesmo nível de aumento dosgastos públicos. 6) Economia Aberta Ao considerarmos o modelo econômico em que são realizadas transações com o resto do mundo,devemos introduzir neste modelo as variáveis X e M, que se referem às exportações e importações de bens eserviços não fatores, respectivamente. A identidade macroeconômica básica é utilizada na forma completa: Y = C + I + G + X - M Assumiremos, no modelo em referência, que as exportações são autônomas e que as importaçõesdependerão do nível de renda. X = Xo M = Mo + mY Onde Mo são as importações autônomas e m é a propensão marginal a importar, ou seja, o montantedestinado à importação quando a renda sofre um incremento de R$ 1,00 (0 < m < 1). Quanto maior a parcelada renda destinada às importações, menor a parcela alocada para a aquisição de bens e serviços produzidosinternamente. A equação da demanda agregada ficará assim: 10 Y = Co + cTra - cTo + c(1 - t)Y + I + G + X - Mo - mY 7) Multiplicador para uma Economia Aberta e com Governo A partir da equação da demanda agregada, derivaremos o multiplicador dos gastos: Y = Co + cTra - cTo + c(1 - t)Y + I + G + X - Mo - mY Y - c(1 - t)Y + mY = Co + cTra - cTo + I + G + X - Mo Y [1 - c(1 - t) + m] = Co + cTra - cTo + I + G + X - Mo Y = (Co + cTra - cTo + I + G + X - Mo)/[1 - c(1 - t) + m] Se denominarmos a = 1/[1 - c(1 - t) + m], teremos: Y = (Co + cTra - cTo + I + G + X - Mo) Na forma incremental: Y = Co + cTra - cTo + I + G + X - Mo) A expressão acima significa que variações nos gastos autônomos provocarão variações mais queproporcionais no nível de renda. No caso das transferências, somente influenciará a renda a parcela destinadaao consumo (cTra); enquanto que, sob o ponto de vista da tributação, somente influenciará o nível de renda, aparcela dos tributos que deixou de ser empregada em gastos com consumo (cTo). Vale frisar que omultiplicador dos gastos será sempre maior ou igual a um. Quando seu valor for a unidade, aumentos nosgastos autônomos incrementarão a demanda agregada na mesma magnitude. A novidade no multiplicador a acima, em relação ao que fora apresentado anteriormente, é apresença da propensão marginal a importar, m. Quanto maior m, menor será o multiplicador. Em termos práticos, esta fórmula do multiplicador é suficiente para resolver todos os casos. Basta queo candidato substitua por zero, as variáveis que não se aplicam ao modelo que a banca cobrar. Numa questãoque trate de uma economia fechada, por exemplo, substitui-se m por zero para o cálculo do multiplicador e Xe Mo no cálculo de Y. Se, além de fechada, for sem governo, substitui-se ainda t, Tra, To e G por zero. 11 8) Determinação do Nível de Renda de Equilíbrio De modo a facilitar a aplicação prática do assunto, resolveremos um problema que envolve o modelode uma economia aberta e com governo. Numa economia são dados: C = 50 + 0,75Yd I = 50 G = 150 T = 20 + 0,2Y X = 80 M = 15 + 0,1Y Com base nos dados acima, calcule o nível de renda de equilíbrio e o multiplicador dos gastos. A condição de equilíbrio é: Y = C + I + G + X - M Y = 50 + 0,75 (Y - 20 - 0,2Y) + 50 + 150 + 80 - 15 - 0,1Y 0,5Y = 300 Y = 600 = 1/ [1 - c(1 - t) + m] = 1/ [1 - 0,75(1 - 0,2) + 0,1] = 1/ [1 - 0,6 + 0,1] = 1/ 0,5 = 2 12 Questões de Prova 1. (AFRF – 2002) Considere os seguintes dados: C = 500 + cY I = 200 G = 100 X = M = 50 Com base nestas informações, é correto afirmar que: a) Se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar será igual a 0,68; b) Se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir será maior do que a propensãomarginal a poupar; c) Se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir será igual a 0,5; d) Se a renda de equilíbrio for igual a 1.600, a propensão marginal a consumir será igual à propensão marginala poupar; e) Não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500. 2. (TCU – 2002) Com base no multiplicador keynesiano numa economia fechada, é incorreto afirmar que: a) Se a propensão marginal a poupar for igual a 0,4, então o valor do multiplicador será de 2,5; b) Na possibilidade de a propensão marginal a poupar ser igual à propensão marginal a consumir, o valor domultiplicador será igual a 1; c) Se a propensão marginal a consumir for menor do que a propensão marginal a poupar, então omultiplicador será necessariamente menor do que 2; d) Seu valor tende a ser maior quanto menor for a propensão marginal a poupar; e) O seu valor nunca pode ser negativo. 13 3. (APO – 2002) Com relação ao multiplicador keynesiano, é correto afirmar que: a) Se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o seu valor será igual a um; b) Numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, pode ser menor do que ume só é válido para os gastos do governo; c) Numa economiaaberta, seu valor depende da propensão marginal a consumir e importar pode sernegativo e vale apenas para os gastos do governo e exportações autônomas; d) Numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a consumir, não pode ser menor doque um e vale para qualquer componente dos denominados gastos autônomos agregados; e) Seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que um para uma economia aberta. 4. (AFRF – 2003) Considere as seguintes informações para uma economia fechada e com governo: Y = 1.200 C = 100 + 0,7Y I = 200 Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano simplificado, paraque a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do governoterão de sofrer um aumento de: a) 60% b) 30% c) 20% d) 10% e) 8% 5. (AFPS – 2002) Considere as seguintes informações: C = 100 + 0,7Y I = 200 G = 50 14 X = 200 M = 100 + 0,2Y Onde C = consumo agregado; I = investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; M =importações. Com base nessas informações, a renda de equilíbrio e o valor do multiplicador são,respectivamente: a) 900 e 2 b) 1.050 e 1,35 c) 1.000 e 1,5 d) 1.100 e 2 e) 1.150 e 1,7 6. (Bacen – 2002) Considere: C = 100 + 0,8Y I = 300 G = 100 X = 100 M = 50 + 0,6Y Onde: C = consumo agregado I = investimento agregado G = gastos do governo X = exportações M = importações Supondo um aumento de 50% nos gastos do governo, pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá umincremento de, aproximadamente: a) 9,1% b) 15,2% 15 c) 60,1% d) 55,2% e) 7,8% 7. (MDIC – 2002) Considere as seguintes informações: Produto agregado de equilíbrio = 1000 Consumo autônomo = 50 Investimento agregado = 100 Exportações = 50 Importações = 30 Gastos do governo = 100 Considerando o modelo de determinação da renda, é correto afirmar que o valor da propensão marginal aconsumir, do consumo total e do multiplicador são, respectivamente: a) 0,73; 780; 3,70 b) 0,80; 800; 2,60 c) 0,90; 950; 4,10 d) 0,73; 500; 1,50 e) 0,80; 400; 1,38 8. (APO – 2003) Com relação ao multiplicador keynesiano, é incorreto afirmar que: a) Seu valor não pode ser menor que zero b) Quanto menor a propensão marginal a consumir, menor será o valor do multiplicador c) Seu valor não pode ser maior do que 10 d) Numa economia fechada, se a propensão marginal a consumir for igual a 1/2, então o valor domultiplicador será igual a 2 e) Seu valor é necessariamente maior do que 0,5 16 9. (APO – 2003) Considere as seguintes informações: Y = 1000 C = 600 I = 300 G = 100 X = 50 M = 50 Onde Y é o produto agregado, C o consumo agregado, I o investimento agregado, G os gastos do governo,X as exportações e M as importações. Supondo que o consumo autônomo foi igual a 100 e que a funçãoconsumo agregado é do tipo C = Ca + cY, onde Ca representa o consumo autônomo, pode-se afirmar, combase nos dados apresentados, que a propensão marginal a consumir é igual a: a) 0,50 b) 0,70 c) 0,90 d) 0,85 e) 0,30 10. (APO – 2005) Considere: Y = C(Y) + I + G + X – M(Y) C(Y) = Co + 0,7Y M(Y) = Mo + 0,5Y I = 700 G = 200 X = 300 Co = 500 Mo = 100 Onde: 17 Y = produto I = investimento G = gastos do governo X = exportações M = importações Co = consumo autônomo Mo = importações autônomas Com base nessas informações, é incorreto afirmar que: a) Y/Co = 1,5 b) No equilíbrio, Y = 2000 c) No equilíbrio, C = 1900 d) No equilíbrio, M = 1100 e) Se G = 100, então Y = 125 11. (DNPM-Economista/2006 - Cesgranrio) O multiplicador do orçamento equilibrado para uma economiafechada é igual a: a) 0 b) 1/(1 – c) c) 1/[1 – c(1 – t)] d) 1/(1 – ct) e) 1 18 Gabarito Bibliografia: DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley; STARTZ, Richard.Macroeconomia. São Paulo: Mc Graw-Hill,2009. LOPES, Luiz Martins. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de Macroeconomia: nívelbásico e nível intermediário. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2000. MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 1997. ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. SIMONSEN, Mario Henrique; Cysne, Rubens Penha. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. VICECONTI, Paulo Eduardo Vichez; NEVES, Silvério das. Introdução à Economia. 5ª edição. São Paulo:Frase Editora, 2002. 19 “No longo prazo todos estaremos mortos.” John Maynard Keynes (1883-1946), economista inglês Capítulo 2 O Modelo IS – LM 1) Introdução O modelo a ser estudado - Modelo Keynesiano Generalizado - une algumas das principais hipótesesdas teorias clássicas e keynesiana, sendo, por isso, também conhecido como síntese neoclássica, desenvolvidapor J. Hicks e A. Hansen. Neste modelo, será incorporado o mercado monetário que determinará a taxa de juros e suasvariações, diferenciando-o do modelo keynesiano simples, onde a taxa de juros era considerada constante. Ataxa de juros influenciará na determinação da renda, por meio do investimento. Será estudado o equilíbrio dosmercados de bens e monetário, que serão ligados pela taxa de juros. Continua a vigorar o pressuposto básico de que a demanda agregada determina o produto nacional,sendo o nível de preços constante. 2) O Equilíbrio no Mercado de Bens O equilíbrio no mercado de bens se dá quando a oferta agregada se iguala à demanda agregada. Acurva IS – investment-saving - representa as condições de equilíbrio neste mercado. Para uma economiafechada: Y = DA Y = C + I + G O consumo é influenciado pela renda disponível (Yd), ou seja, pela renda (Y) deduzida a tributação (T).Rememorando a função consumo, C = C0 + c (Y – T), onde C0 é o consumo autônomo, c é a propensão marginala consumir e Yd é a renda disponível. Portanto, o consumo é função direta da renda disponível: C = C(Yd) ou C =C(Y – T). O investimento sofre influência da taxa de juros. Assim, elevações na taxa de juros provocam reduçõesno investimento, enquanto que as reduções na taxa de juros o elevam. Isso ocorre porque o empresário quedispõe de determinada quantia para expandir seu parque 20 industrial deixará de fazê-lo caso a taxa de juros seeleve, preferindo aplicar seus recursos financeiros em títulos. No sentido contrário, quando os títulosestiverem remunerando baixa taxa de juros, o empresário preferirá fazer um investimento produtivo, ou seja,na ampliação do poder de produção de sua empresa. Pode-se considerar, ainda, a questão do crédito. Quandoos juros estão elevados, o crédito se torna caro, desestimulando o empresário a tomar empréstimo parainvestir. Portanto, o investimento é função inversa da taxa de juros, I = I0 – ir, onde I0 é o investimentoautônomo, i, a propensão marginal a investir e r, a taxa de juros. Gastos do governo (G) é uma variável autônoma, tendo em vista que tais gastos partem de decisõespolíticas. Reescrevendo a equação de equilíbrio: Y = C(Y - T) + I(r) + G Logo, haverá infinitas combinações entre as variáveis Y e r que satisfazem a condição de equilíbrio nomercado de produto, constituindo a reta IS. Pontos à direita da curva IS correspondem a situações em que há excessos de oferta, ao passo que ospontos à esquerda da curva correspondem a excessos de demanda. Considere o ponto A no gráfico acima.Nesse nível de taxa de juros, o investimento é relativamente baixo, tornando a demanda insuficiente paraesgotar o nível de oferta correspondente. A preços constantes, esse excesso de oferta de bens ocasionaráacúmulo de estoques, reduzindo a produção. Assim, haverá um ajuste por meio da quantidade, reduzindo onível de oferta, conduzindo o mercado de bens ao equilíbrio. O contrário ocorrerá no ponto B. Portanto, 21 osajustes nos desequilíbrios do mercado de bens se dão por meioda quantidade, provocando alterações nonível de produto (renda). A reta IS terá inclinação negativa, pois, como visto acima, um aumento na taxa de juros implicará emredução no investimento e, por sua vez, na renda (Y). O grau de inclinação dependerá: da sensibilidade(elasticidade) do investimento em relação à taxa de juros e a propensão marginal a consumir (ou multiplicadorkeynesiano). Quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a inclinação dacurva IS, ou seja, mais horizontal será a curva. Nesse caso, uma pequena variação na taxa de juros induziráuma grande variação no investimento. Quanto menor a elasticidade do investimento em relaçãoà taxa de juros, mais vertical será a curva IS. No limite, quando o investimento não depende da taxa de juros, acurva IS será vertical. Se a propensão marginal a consumir for elevada, e o multiplicador for grande, variaçõesno investimento produzirão grandes expansões na renda. Assim, quanto maior o multiplicador, maior oimpacto da taxa de juros sobre a renda e, por isso, mais horizontal a curva IS (menor inclinação). A posição da curva será dada pela magnitude dos gastos autônomos - consumo autônomo, tributaçãoautônoma, investimento autônomo e gastos do governo. Quanto maiores estas variáveis (a exceção dosTributos, que provoca efeito contrário), mais a direita a curva IS. Portanto, sempre que houver aumento numadestas variáveis, haverá o deslocamento da curva IS para a direita. Em caso de queda nestas variáveis, a curvase deslocará para a esquerda. Merecem destaque as variáveis autônomas tributos (T) e gastos do governo (G),haja vista que o governo lança mão destas grandezas para executar política fiscal, que pode ser definida comoa arrecadação de tributos para satisfação das necessidades da sociedade por meio dos gastos. Ou seja, apolítica fiscal lida com a dicotomia arrecadação x gastos. Quando o governo pratica política fiscalexpansionista (que provoca expansão no nível de atividade econômica: aumento na renda e do emprego), eleo faz mediante aumento dos gastos públicos, 22 elevando consigo a demanda agregada, ou mediante redução datributação, que aumentará a renda disponível, e, por conseguinte, o consumo, provocando elevação dademanda agregada. Sendo assim, a política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita, enquanto quea política fiscal contracionista (redução de G e/ou aumento de T) desloca a curva IS para a esquerda. 3) Demanda por Moeda e o Equilíbrio no Mercado Monetário A curva LM representa o equilíbrio no mercado de ativos. Suponhamos que existam dois ativos em queos indivíduos possam alocar sua riqueza: dinheiro e títulos. O primeiro possui liquidez absoluta, no entanto,não rende juros, e o segundo, embora renda juros, possui menor grau de liquidez. Nessa hipótese deexistência de apenas dois mercados de ativos, quando um estiver em equilíbrio, o outro estará na mesmacondição. Por outro lado, se o mercado de moeda apresentar excesso de oferta, o mercado de títulosapresentará excesso de demanda. Portanto, a análise de um dos mercados é suficiente para o estudo (Lei deWalras). Optou-se, então, por analisar somente o mercado monetário. Neste mercado, a oferta de moeda é controlada pelo Banco Central – Bacen –, ao passo que ademanda de moeda é explicada pelos motivos transação e portfólio (especulação). O motivo transação estádiretamente relacionado ao nível de renda da economia, ou seja, quanto maior o nível de renda, maior onúmero de transações na economia e, consequentemente, maior a demanda de moeda para finstransacionais. O motivo portfólio está inversamente relacionado com a taxa de juros, isto é, quanto maior ataxa de juros, menor 23 a demanda por moeda, pois os indivíduos preferirão demandar títulos, a fim de auferirganhos com a alta dos juros. Sendo assim, será menor a demanda por moeda pelo motivo portfólio. Para um dado nível de renda, teríamos o seguinte gráfico para representar a relação demanda pormoeda versus taxa de juros (onde Y1> Y0): Variações no nível de renda provocam o deslocamento da curva da demanda por moeda. Em caso deaumento no nível de renda, a curva deslocar-se-á para a direita, em caso de redução, para a esquerda. Haveráequilíbrio, quando a demanda por moeda igualar-se à oferta de moeda, que é determinada pela autoridademonetária (Bacen). Assim, no equilíbrio do mercado monetário, a demanda por moeda transacional (LY) eportfólio (Li) é igual à oferta de moeda (M/P) estabelecida pelo Bacen, portanto, constante. M/P = LY + Li Para que se sustente a relação de equilíbrio apresentada acima, é necessário que elevações na rendaocorram juntamente com elevações na taxa de juros, ou seja, como a demanda transacional varia diretamentecom a renda, sempre que houver elevação na renda, haverá aumento daquela grandeza, o que exigirá, paramanutenção do equilíbrio, redução na demanda portfólio, que se dá mediante elevação na taxa juros. 24 Assim, para manutenção do equilíbrio, sempre que houver aumento do nível de renda, haveráaumento na taxa de juros, sendo a curva LM o lugar geométrico dos pares (Y, r) que satisfazem a condição deequilíbrio. Os pontos à direita da curva LM, como o ponto A, indicam excesso de demanda por moeda, ao passoque os pontos à esquerda da curva indicam excesso de oferta de moeda (ponto B). Para melhor compreensão,pode-se raciocinar da seguinte forma: dada a oferta de moeda e o nível de renda, a taxa de juros em A émenor que a de equilíbrio, levando os indivíduos a demandarem mais moeda pelo motivo portfólio. Nessecaso, os agentes financeiros, em razão da dificuldade em captar recursos por meio dos títulos, elevarão arentabilidade dos papéis (juros), estimulando os indivíduos a demandarem títulos em detrimento da moeda,induzindo o mercado ao equilíbrio. No ponto B ocorre o inverso, 25 ocasionando o excesso de oferta de moeda (eum excesso de demanda de títulos, por sua vez). A demanda de títulos em excesso provoca uma queda na taxade juros, conduzindo o mercado monetário ao equilíbrio. Como se vê, os ajustes dos desequilíbrios no mercado monetário se dão via taxa de juros, diminuindono excesso de oferta e aumentando no excesso de demanda. Estudamos anteriormente que, para que se mantenha o equilíbrio do mercado monetário, asalterações da taxa de juros e do nível de renda variam diretamente, o que faz com que a curva LM tenhainclinação positiva. O grau de inclinação da curva será influenciado pela elasticidade (sensibilidade) dademanda por moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a sensibilidade da demanda pormoeda em relação à renda, maior será a inclinação da curva LM (mais vertical), tendo em vista que umapequena elevação na renda provocará uma grande expansão na demanda por moeda, exigindo maior elevaçãona taxa de juros para compensá-la. Por outro lado, quanto maior a elasticidade da demanda por moeda emrelação à taxa de juros, menor será a inclinação (mais horizontal) da curva LM, de modo que, uma pequenaelevação na taxa de juros, provocando uma grande redução na demanda por moeda, exigirá um aumentoconsiderável na renda para compensá-la. A curva LM é traçada levando-se em conta uma dada oferta de moeda (M). Caso o Bacen, autoridadeque controla a oferta monetária, alterá-la, a curva LM se deslocará. Se o Bacen praticar uma política monetária contracionista, ou seja, reduzir a oferta de moeda, a curva LM se deslocará para a esquerda; pois,mantido constante o nível de renda, e, por conseguinte, a demanda por moeda, a redução na oferta de moedaprovoca o aumento da taxa de juros. 26 4) O Equilíbrio no Modelo IS – LM Como vimos, a curva IS mostra as combinações de taxa de juros e nível de renda que satisfazem oequilíbrio no mercado de bens, enquanto que a curva LM representa as combinações das mesmas variáveisquesatisfazem o equilíbrio no mercado de moeda. O ponto em que as curvas IS e LM se cruzam mostra a taxa de juros e o nível de renda que equilibramsimultaneamente os mercados de bens e monetário. Neste ponto, não há pressão no mercado de bens para alteração do nível de renda, visto que a ofertade bens é igual à demanda. O mesmo ocorre com o mercado de moeda, isto é, não haverá pressão paraalteração na taxa de juros, pois, neste ponto, não haverá nem excesso de demanda por moeda, nem excessode oferta. Assim, no ponto de cruzamento das curvas IS e LM, a economia estará em repouso. 5) Políticas Econômicas no Modelo IS – LM A partir do ponto de equilíbrio, se houver alterações nos mercados de bens ou monetário, haverádeslocamentos nas curvas IS e/ou LM. Normalmente tais alterações são provocadas pelas políticaseconômicas: fiscal e monetária. A política fiscal, conforme vimos, está relacionada ao controle e administração das contas públicas,normalmente realizados pelo Tesouro Nacional, por meio da política tributária (T) e de gastos públicos (G).Alterações nestas variáveis resultarão no deslocamento da curva IS: para a direita, no caso de política fiscalexpansionista (aumento de G ou redução de T) e para a esquerda, no caso de política fiscal contracionista(redução de G ou aumento de T). 27 A política monetária, a cargo do Bacen, está relacionada à atuação do governo na oferta de moeda(MS), a fim de controlar a liquidez do sistema econômico. No curto prazo, onde o nível de preços (P) éconsiderado constante, havendo aumento na oferta de moeda, a curva LM se deslocará para a direita, o quedenominamos política monetária expansionista. No caso de redução da oferta, teremos o deslocamento dacurva LM para a esquerda – política monetária contracionista. Alterações nas variáveis autônomas também são capazes de provocar deslocamentos na curva IS:investimento autônomo e consumo autônomo. No caso de aumento destas variáveis, a curva se desloca para adireita. Havendo redução, para a esquerda. 28 Alterações no nível de preços (P), por provocarem alterações na oferta real de moeda (M/P), tambémdeslocam a curva LM. Aumento nos preços desloca a curva para a esquerda e redução, para a direita. A política fiscal expansionista aumenta a demanda agregada e, por sua vez, a renda, que eleva a demanda de moeda para fins detransação. Não havendo elevação na oferta de moeda, haverá aumento na taxa de juros e, consequentemente, redução dosinvestimentos privados, de modo a anular o efeito inicial da política fiscal sobre a demanda agregada. Chamamos esse fenômeno deefeito deslocamento (ou crowding-out). 6) Expectativas no Modelo IS – LM Além dos movimentos provocados por políticas econômicas, as curvas IS e LM podem sofrerdeslocamentos decorrentes de outras perturbações. A curva IS pode sofrer choques resultantes de mudanças exógenas na demanda por bens e serviços.Ondas exógenas e talvez auto-realizáveis de pessimismo ou otimismo podem provocar alterações na demandaagregada. Suponhamos que uma onda de pessimismo acerca do futuro atinja os empresários, que decidemreduzir seus investimentos. Haverá aí uma contração na demanda, em razão da queda do investimento, semque houvesse aumento na taxa de juros. Essa queda no investimento provocará o deslocamento da curva ISpara a esquerda, reduzindo a renda e o emprego. Mudanças na confiança dos consumidores no desempenho econômico também podem provocardeslocamentos na curva IS. Suponha-se que os consumidores aumentem seu grau de confiança na economia, oque os induz a poupar menos, portanto, a consumir mais. Assim, haverá um aumento no consumo sem quehouvesse aumento na renda, elevando a demanda agregada e, por sua vez, aumentando a renda e o emprego.Nesse caso, a curva IS se deslocará para a direita. Com relação ao mercado monetário, a curva LM poderá sofrer choques decorrentes de mudançasexógenas na demanda por dinheiro. Um aumento exógeno na demanda por moeda, por exemplo, fará comque, num dado nível de renda, a taxa de juros necessária ao equilíbrio do mercado monetário se eleve (postoque haverá excesso na oferta de títulos). Consequentemente, a curva LM se deslocará para a esquerda,reduzindo a renda e elevando a taxa de juros. 29 7) Casos Especiais da LM Existem duas situações especiais de equilíbrio do mercado monetário, constantemente cobradas pelasbancas: A curva LM clássica e a Armadilha da Liquidez (ou curva LM keynesiana). No Modelo Clássico, a moeda não é vista como ativo (reserva de valor), constituindo- se somenteunidade de valor e meio de troca, portanto, não há que se falar em demanda especulativa (motivo portfólio)2. Assim, a demanda por moeda independe da taxa de juros, sendo somente função do nível de renda (motivotransacional). Neste modelo, a representação da curva LM será a reta vertical, implicando numa políticamonetária com efeito máximo e numa política fiscal ineficaz. Armadilha da liquidez ou LM keynesiana é o caso especial da curva LM em que as taxas de juros sãotão baixas que o público tem total preferência pela liquidez, ou seja, não demanda títulos, aloca toda suariqueza em moeda. Nesta situação, não vale a pena demandar títulos, em razão de sua baixa remuneração. Porisso, um aumento na oferta de moeda não levará o público a demandar títulos, ficando inalterada a taxa dejuros, que, por sua vez, manterá inalterado o investimento, consequentemente o nível de renda. Dessa forma,a política monetária será ineficaz, não tendo poder para afetar a taxa de juros. Neste caso, a curva LM seráhorizontal, conforme representação abaixo: 2 Tal derivação advém da Teoria Quantitativa da Moeda (MV = PY), em que, considerando a velocidade-renda (V) e o nível de preços (P) constantes, o nível de renda (Y) é determinado somente pela quantidade de moeda (M). 30 Dos dois casos extremos, depreende-se que a inclinação da curva LM, que depende da elasticidade-jurosda demanda por moeda, é determinante da eficácia da política monetária - PM. Assim, quanto maishorizontal ou menos inclinada (maior a elasticidade) menos eficaz a PM e, quanto mais vertical ou maisinclinada (menor a elasticidade), mais eficaz a PM. 8) Combinações de Políticas Monetárias e Fiscal Como se viu, a política fiscal expansionista tem o efeito de elevar o nível de renda e a taxa de juros, ocontrário ocorrendo com a política fiscal contracionista. No caso de prática de política monetáriaexpansionista, haverá aumento da renda e redução da taxa de juros, ocorrendo o contrário, caso a políticamonetária seja contracionista. No dia-a-dia, não é comum o governo lançar mão de políticas econômicas isoladas para atingir seusobjetivos. Embora as políticas fiscal e monetária sejam independentes, o governo normalmente utilizará acombinação destes instrumentos na condução da política econômica. Tomemos como exemplo, uma situação em que o Tesouro Nacional tem como meta a manutenção donível de renda estável. Considere que os gastos do governo têm correlação inversa com o nível de renda, vistoque numa recessão crescem as despesas com as políticas assistencialistas, e correlação direta com a taxa dejuros, em virtude dos gastos com o serviço da dívida pública. Nesse cenário, o Bacen resolve fazer políticamonetária contracionista, reduzindo a oferta de moeda, o que provocará elevação da taxa de juros e queda nonível de renda. A fim de cumprir seu objetivo de estabilidade do nível de renda, o Tesouro reage ampliando osgastos, trazendo o nível de renda de volta ao patamar anterior. 31 Num outro exemplo, vamos supor que o Bacen reaja às políticas fiscais, que normalmente sofrem umasérie de ingerências políticas. Assim, digamos que o Congresso imponha uma grande elevação dos gastospúblicos ao Tesouro. Num primeiro momento,haverá tanto elevação no nível de renda como na taxa de juros. Considerando que o Bacen tenha como meta a manutenção da taxa de juros (para manter o nível dosinvestimentos, por exemplo), em reação à política fiscal, o Bacen elevará a oferta de moeda, pressionando ataxa de juros para baixo, de volta ao patamar anterior. Neste caso, a combinação das políticas fiscal emonetária provocará uma forte expansão no nível de renda, sem impactos na taxa de juros (os gastos públicosse elevam sem provocar redução nos investimentos). 32 Caso a meta do Bacen seja a manutenção do nível de renda (como forma de evitar efeitos prejudiciaisao saldo externo ou à estabilidade dos preços, por exemplo), ele contrairá a oferta de moeda, provocandouma elevação na taxa de juros, que fará com que os investimentos reduzam o suficiente para compensar oimpacto expansionista do aumento dos gastos públicos. Dessa forma, observa-se que no modelo IS-LM ambas as políticas, fiscal e monetária, podem afetar onível de renda. O ponto crucial na decisão de política econômica será a composição do produto, visto que aspolíticas afetam a taxa de juros de forma oposta. Assim, um aumento na renda decorrente de uma política fiscal expansionista por meio da elevação nosgastos públicos, terá como efeito a redução do investimento (crowding-out) em razão do aumento da taxa dejuros, havendo uma “estatização” da economia, ou seja, a troca de investimento por gasto público. Caso apolítica fiscal expansionista decorra da redução dos tributos, teremos o aumento da renda em função daelevação do consumo, mas com redução dos investimentos. Numa política monetária expansionista haverá aumento da renda pela queda da taxa de juros econsequente aumento dos investimentos. Portanto, os instrumentos de política econômica deverão ser combinados de acordo com os objetivospretendidos. 33 Questões de Provas 1. (ANP – Economista/2008 – Cesgranrio) A demanda por moeda num determinado país NÃO é afetada a) pela taxa de juros. b) pela taxa esperada de inflação. c) pelo nível de renda. d) pelo déficit orçamentário do setor público. e) pelos hábitos de frequência de pagamentos da população. 2. (ANP – Economista/2008 – Cesgranrio) Se o governo de um certo país aumentar os gastos públicos,financiando-os com emissão de base monetária, necessariamente vai ocorrer a) redução da arrecadação fiscal do governo. b) expansão da demanda agregada e da produção. c) aumento dos preços dos bens e serviços. d) aumento das exportações. e) aumento da taxa de desemprego. 3. (ANP – Economista/2008 – Cesgranrio) Se o Banco Central de determinado país aumentarsubstancialmente a oferta monetária, ou seja, adotar uma política monetária expansiva, tenderá a ocorrer,de imediato, um(a) a) aumento no déficit do setor público. b) aumento nas reservas internacionais do banco central. c) aumento nas taxas de juros domésticas por causa da inflação. d) valorização da moeda nacional em relação à estrangeira, se o regime cambial for de taxa fixa. 34 e) desvalorização da moeda nacional em relação à estrangeira, se o regime cambial for de taxa flutuante. 4. (BNDES – Economista/2007 – Cesgranrio) O gráfico abaixo mostra as curvas IS e LM numa certa economia. Maiores gastos públicos financiados por novas emissões monetárias a) expandiriam a produção e a renda acima de yo. b) reduziriam necessariamente a taxa de juros para baixo de io. c) reduziriam as importações. d) deslocariam a IS e a LM para posições tais como AB e CD. e) provocariam, necessariamente, aumento dos preços. 5. (EPE – Economista/2006 – Cesgranrio) A demanda real de moeda de uma economia se expressa por M/P =0,4Y – 40r em que Y iguala a renda real e r, a taxa de juros. A curva IS é dada por Y = 1000 – 350r.Considerando que a renda de equilíbrio desta economia é igual a 611,11 e que o nível geral de preços éigual a 1, o valor da oferta de moeda necessária para que se atinja essa renda de equilíbrio é igual a: a) 200 35 b) 300 c) 400 d) 500 e) 600 6. (EPE – Economista/2007 – Cesgranrio) O gráfico abaixo mostra as curvas IS e LM. Uma política monetáriacontracionista: a) não afetaria nenhuma curva do gráfico. b) deslocaria a curva IS para uma posição como AB. c) deslocaria a curva LM para uma posição como CD. d) deslocaria ambas as curvas IS e LM para posições como AB e CD. e) teria o efeito de aumentar a taxa de juros para um nível maior que i*. 7. (INEA – Economista/2008 – Cesgranrio) Considere o gráfico usual do modelo IS/LM. Segundo oseconomistas da escola clássica, neste gráfico, a(s) 36 a) curva IS deveria ser vertical. b) curva LM deveria ser vertical. c) curva LM deveria ser horizontal. d) curva IS deveria ser horizontal. e) duas curvas, IS e LM, deveriam ser horizontais. 8. (Petrobras – Economista/2008 – Cesgranrio) No modelo IS/LM comum, uma política monetáriacontracionista acarreta, normalmente, uma redução a) dos gastos do governo e das exportações. b) das exportações e um aumento da demanda agregada. c) da oferta agregada e das taxas de juros. d) da produção e um aumento das taxas de juros. e) da produção e um aumento dos preços. 9. (Petrobras – Economista/2008 – Cesgranrio) A figura abaixo mostra o gráfico do modelo IS/LM com duasposições possíveis para a curva LM: LM1 e LM2. Em relação à figura apresentada, pode-se afirmar que a(o) 37 a) armadilha da liquidez do Modelo Keynesiano pode ser representada pela LM2. b) política fiscal fica impotente no caso da LM ser como a LM2. c) política monetária fica impotente no caso da LM ser como a LM2. d) curva IS representa os pontos de equilíbrio no mercado monetário. e) modelo clássico supõe a LM como a LM1. 10. (TCE-RO – Economista/2008 – Cesgranrio) O gráfico abaixo mostra as curvas IS e LM. Uma política fiscalexpansiva deslocaria a curva IS de sua posição inicial? a) Sim, para a posição A B. 38 b) Sim, para a posição A D. c) Sim, para a posição C D. d) Não deslocaria a curva IS. e) Deslocaria a curva LM 11. (ESAF/AFC-STN – 2005) No modelo IS/LM sem os denominados casos clássicos e keynesiano, a demandapor moeda a) não varia com a renda e com a taxa de juros b) não depende da renda c) só depende da taxa de juros quando esta taxa produz juros reais negativos d) é inversamente proporcional à renda e) é inversamente proporcional à taxa de juros 12. (ESAF/AFC-STN – 2005) No modelo IS/LM, é correto afirmar que a) no caso keynesiano, a demanda por moeda pode ser expressa de forma semelhante à teoria quantitativada moeda b) o caso da armadilha da liquidez ocorre quando a taxa de juros é extremamente alta c) no caso clássico, a LM é horizontal d) o governo pode utilizar a política monetária para anular os efeitos de uma política fiscal expansionistasobre as taxas de juros e) uma política fiscal expansionista aumenta as taxas de juros uma vez que reduz a demanda por moeda 13. (ESAF/AFC-STN – 2000) Considerando o modelo IS/LM, teoricamente, é possível identificar alguns casosem que a política fiscal ou política monetária são totalmente ineficazes no que diz 39 respeito aos seus efeitossobre o produto. Tais casos são conhecidos como o "caso clássico" e o "caso da armadilha da liquidez". Pode-se então afirmar que: a) no "caso da armadilha da liquidez", as alterações nas taxas de juros elevam a eficácia da política monetáriasobre o produto b) o "caso clássico" refere-se à situação em que se observa desemprego com abundância de liquidez, comtaxas de juros e velocidade-renda da moeda muito baixas c) no "caso da armadilha da liquidez", observa-se desemprego com aperto de liquidez, com taxas de juros evelocidade-renda da moeda altas d) no "caso clássico", o multiplicador keynesiano funciona plenamente, já que não ocorrem alterações nastaxasde juros e) no "caso clássico", uma política fiscal pura não tem qualquer efeito sobre o produto; já no "caso daarmadilha da liquidez", uma política monetária pura é inoperante no que diz respeito aos seus efeitossobre o produto 14. (ESAF/AFC-STN – 2000) Considerando o modelo IS/LM sem a existência dos casos "clássicos" e da"armadilha da liquidez", pode-se afirmar que: a) a política fiscal é a mais adequada para se estimular o produto, uma vez que tal política implica reduçõesnas taxas de juros b) tanto um aumento das despesas do governo quanto uma expansão da oferta monetária causam elevaçõesnas taxas de juros c) um aumento das despesas do governo ou uma redução dos impostos eleva a renda e reduz as taxas dejuros ao passo que uma expansão da oferta monetária eleva a renda, mas resulta numa elevação das taxasde juros d) um aumento das despesas do governo combinado com uma contração monetária resultanecessariamente, no aumento nas taxas de juros e) alterações nas taxas de juros só são possíveis com alterações na política monetária 40 15. (ESAF/AFRF – 2003) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda. b) na ausência dos casos clássicos e da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a taxa dejuros. c) na ausência dos casos clássicos e da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a renda. d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não aumenta o nível de renda. e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. 16. (ESAF/AFRF – 2003) Considere: M/P = 0,2.Y - 15.r Y = 600 - 1.000.r YP = 500 P = 1 Onde: M = oferta nominal de moeda; P = nível geral de preços; Y = renda real; YP = renda real de pleno emprego; e r = taxa de juros. Com base nestas informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda necessária ao pleno emprego éde: a) 80,0 b) 98,5 c) 77,2 d) 55,1 e) 110,0 41 17. (ESAF/AFRF – 2005) Considere: Md = demanda por moeda P = nível geral de preços Y = renda agregada r = taxa de juros Considere ainda: Demanda real por moeda: Md/P = 0,3.Y – 20.r Relação IS: Y = 650 – 1.000.r Renda real de pleno emprego = 600 Considerando todas essas informações e supondo ainda que o nível geral de preços seja igual a 1, pode-seafirmar que a oferta real de moeda no equilíbrio de pleno emprego é igual a a) 183. b) 139. c) 123. d) 97. e) 179. 18. (ESAF/AFRF – 2002) Com relação ao modelo IS-LM, é incorreto afirmar que: a) no chamado caso da “armadilha da liquidez”, em que a LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicoseleva a renda sem afetara taxa de juros b) excluídos os casos “clássico” e da armadilha da liquidez”, em uma economia fechada, a elevação dosgastos públicos eleva a renda. Essa elevação, entretanto, é menor se comparada ao resultado decorrentedo Modelo Keynesiano Simplificado, em que os investimentos não dependem da taxa de juros. c) No chamado caso “clássico”, em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas dejuros d) Se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para a elevação da renda 42 e) Na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda 19. (ESAF/AFPS – 2002) Na construção do Modelo IS-LM sem os casos clássico e da armadilha da liquidez, ademanda por moeda: a) é sempre maior do que a oferta de moeda, uma vez que o equilíbrio no mercado de bens resulta em umproduto que é necessariamente menor que o de pleno emprego. b) Depende somente da renda: quanto maior a renda, maior a demanda por moeda. c) É sempre menor do que a oferta de moeda, o que garante que a curva LM seja positivamente inclinada. d) Depende apenas da taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior a demanda por moeda. e) Depende da renda e da taxa de juros: quanto maior a renda, maior a demanda por moeda, ao passo que,quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda. 20. (ESAF/AFC-STN – 2002) Com base no modelo IS/LM sem os casos “clássico e o da armadilha da liquidez”, éincorreto afirmar que: a) um aumento na oferta de M1 eleva o produto. b) uma política de crédito expansionista reduz as taxas de juros. c) um aumento nos recolhimentos compulsórios dos bancos não altera o produto. d) uma elevação dos investimentos privados eleva as taxas de juros. e) uma redução nos impostos eleva as taxas de juros. Gabarito 43 Bibliografia: DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron Books, 1991. LOPES, Luiz Martins. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de Macroeconomia: nívelbásico e nível intermediário. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2000. MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 1997. ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. SIMONSEN, Mario Henrique; Cysne, Rubens Penha. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. VICECONTI, Paulo Eduardo Vichez; NEVES, Silvério das. Introdução à Economia. 5ª edição. São Paulo:Frase Editora, 2002. 44 45 “No longo prazo todos estaremos mortos.” John Maynard Keynes (1883-1946), economista inglês Capítulo 3 Oferta e Demanda Agregadas 1) Demanda Agregada Versão Clássica A curva da Demanda Agregada (DA) pode ser definida como a relação entre a quantidade demandadade bens e serviços (nível de renda) e o nível geral de preços. Na versão clássica, esta relação foi obtida a partirda teoria quantitativa da moeda (TQM), em que, dada a oferta de moeda (M), um nível de preços (P) mais altoimplica na queda no nível de renda (Y). MV = PY Onde: M => quantidade de moeda V => velocidade-renda da moeda P => nível geral de preços Y => renda ou produto real Na teoria clássica, considera-se que a velocidade-renda da moeda (V) é constante. Nessa hipótese,teremos que o nível de preços será inversamente proporcional ao produto real, para uma determinada ofertade moeda (M). Incrementos na oferta de moeda deslocam a curva para a direita. Assim, para qualquer nível depreços, a quantidade demandada aumentará com o aumento da oferta de moeda. 46 Versão Keynesiana É possível construir a curva da DA a partir das curvas IS e LM, já que elas mostram, para cada nível depreços, o nível de produção no qual os mercados de bens e monetário estão simultaneamente equilibrados. Vimos que o modelo IS-LM serve para determinar o nível de renda no curto prazo, quando o nível depreços é considerado constante. Para efeito de construção da curva de demanda agregada, devemos permitirque o nível de preços varie, uma vez que a curva DA representa quanto os agentes econômicos estão dispostosa adquirir de produto nacional a cada nível de preços. À medida que o nível de preços (P) sobe, dado o estoque nominal de moeda (M), a oferta real demoeda (M/P) cai, deslocando a curva LM para a esquerda. Consequentemente, a taxa de juros se elevará, reduzindo o investimento e contraindo o nível de renda. Verifica-se, portanto, que, quando o nível de preçosaumenta, o nível de renda diminui, o que confere a declividade negativa da curva DA. Assim, mantido em repouso o mercado de bens e dada a oferta nominal de moeda, uma elevação nonível de preços provoca retração no produto, ou seja, quanto maior o nível de preços menor a renda. Observeque a queda na renda e o aumento da taxa de juros reequilibram os mercados real e monetário. 47 Por se tratar de uma representação dos resultados do modelo IS-LM, os deslocamentos da curva DA sedão em função das políticas econômicas e dos choques que deslocam as curvas IS e LM. Assim, movimentosexpansionistas, que deslocam as curvas IS e LM para a direita, provocarão deslocamento na curva DA nomesmo sentido, ao passo que os movimentos contracionistas deslocarão DA para a esquerda.Ante o exposto, concluímos que variações na renda resultante de alterações no nível de preçosrepresentam movimentos ao longo da curva de demanda agregada, enquanto que variações na renda, nomodelo IS-LM, a um dado nível de preços, representam deslocamentos da curva de demanda agregada. 2) Oferta Agregada Versão Clássica O modelo clássico leva em conta que: (i) as forças de mercado (mão invisível) tendem a levar aeconomia ao equilíbrio de pleno emprego - ponto onde oferta e procura de mão-de- obra se igualam -, o quesignifica dizer que há completa flexibilidade de preços e salários; (ii) como as forças de mercado equilibram onível de atividade e emprego, a quantidade de moeda impactará apenas o nível geral de preços, ou seja, asvariáveis reais não serão afetadas pela 48 política monetária3; (iii) a demanda agregada não determina o nível deproduto, o que dá validade à Lei de Say – “a oferta cria sua própria procura”. A oferta agregada será função da tecnologia, do estoque de capital e do mercado de trabalho4, dondese conclui que todas as variáveis que influenciam a oferta agregada são variáveis reais. Assim, o nível deemprego e o produto não dependem de variáveis nominais como nível de preços ou salário nominal. Portanto,a oferta agregada é inelástica (insensível) ao nível de preços, o que significa que a curva da oferta é vertical nográfico, ou seja, a quantidade produzida independe do preço. Só serão admitidas alterações na oferta em virtude de modificações das variáveis reais da economia,que provoquem elevações na produtividade marginal do trabalho5 (seja por inovação tecnológica, seja peloaumento do capital fixo) ou mudança na oferta de trabalho (aumento populacional, por exemplo). Como no modelo em estudo a demanda agregada não constitui fator de determinação do produto daeconomia, são as condições de oferta que determinarão o nível de produto (Lei de Say – a oferta cria suaprópria procura). Desse modo, a única variável determinada pela demanda é o nível de preços, como veremos adiante. 3 No pensamento Clássico, corresponde ao conceito de Dicotomia Clássica, em que, em virtude da separação do lado real e do lado monetário, as variáveis reais – produto, nível de emprego, salário real, preços relativos etc – não são afetados pela quantidade de moeda, que apenas determina as variáveis nominais – preços e salário nominal. 4 Para produzir um bem as empresas necessitam de capital e mão-de-obra, de acordo com uma dada tecnologia. Desta relação, vale a função de produção: Y = F(K,N,T); onde K é o estoque de capital utilizado, N é a quantidade de trabalho utilizada e T é o nível tecnológico. Da Teoria da Produção, tem-se que, no curto prazo, dado um nível tecnológico, todos os fatores de produção são constantes, menos um, que aqui consideraremos como o fator trabalho. O nível de emprego do fator trabalho é determinado no mercado de trabalho, onde ocorrerão as contratações. Ao considerarmos o mercado de trabalho como de concorrência perfeita (em que os preços são determinados pela oferta e demanda), no modelo clássico, sempre que houver excesso de oferta de trabalho, haverá queda no salário real, e sempre que houver excesso de demanda, haverá aumento do salário real. 5 Incremento da produção decorrente de aumento do fator trabalho, considerando os demais fatores fixos. 49 Nesse modelo, o nível de produto é chamado de nível de produto de pleno emprego, onde todos osrecursos são empregados em sua plenitude, ou, de forma mais realista, onde o desemprego está em sua taxa natural. Portanto, neste ponto não haverá desemprego involuntário. Conclusão: dada a oferta de moeda e o nível de produto definido pela oferta agregada, a demandaagregada apenas determina o nível de preços da economia. Alterações na demanda agregada decorrentes dealterações na oferta de moeda (política monetária), apenas modificam o nível de preços da economia, semqualquer influencia sobre o produto real. 3) Versão Keynesiana Ao contrário do modelo clássico, na hipótese keynesiana os preços (bem como o salário nominal) sãorígidos, sendo assim, o produto poderá ser determinado pela demanda agregada via políticas fiscal emonetária. A versão keynesiana representa melhor o curto prazo, enquanto que a hipótese clássica está maispara o longo prazo. No limite, a curva da oferta agregada keynesiana será uma reta horizontal. Assim, as alterações na demanda agregada impactarão o produto e o emprego no curto prazo. Umaredução da oferta monetária, por exemplo, deslocará a curva da demanda para a esquerda, reduzindo o níveldo produto. As movimentações da curva da demanda agregada não dependerão dos preços, mas das variações doscomponentes da demanda – C, I, G6 – e da oferta monetária (M), ou ainda pela velocidade renda da moeda. 6 No caso de uma economia aberta, as variáveis X e M também impactarão na demanda agregada. 50 Resumindo: no CP, os preços são rígidos, a curva de oferta agregada é horizontal (keynesiana) ealterações na demanda agregada afetam o produto da economia; no LP, os preços são flexíveis, a ofertaagregada (clássica) é vertical e as alterações na demanda agregada alteram apenas o nível de preços. Quadro Resumo Modelo Clássico Keynesiano Preços e Salários Flexíveis Rígidas Curva Vertical Horizontal Correspondente ao Longo Prazo Curto Prazo Produto Trabalho, capital e tecnologia disponível Demanda agregada (M, C, I, G, Nx) Políticas Monetárias e Fiscais Só afetam o nível de preços Só afetam o nível do produto Atende à Dicotomia Clássica 7 Sim Não Analisemos os efeitos das alterações da demanda agregada do curto ao longo prazo. Inicialmente a economia se encontra no ponto de equilíbrio de longo prazo, onde vemos o cruzamentodas três curvas. O equilíbrio no LP é o ponto onde a curva da demanda agregada corta a curva de ofertaagregada de LP. Os preços se ajustaram para alcançar este equilíbrio, portanto, a curva de oferta de CPtambém cruza este ponto. Supondo-se uma redução na oferta de moeda, a demanda agregada se desloca para a esquerda. NoCP, os preços são rígidos, deslocando a economia do ponto A para o ponto B, onde o nível de produto e oemprego estão abaixo de suas taxas naturais (recessão). Com o passar do tempo, com a redução da demanda,preços e salários cairão. Esta redução gradual do nível de preços conduz a economia ao longo da curva dedemanda agregada até o ponto C, que será o novo ponto de equilíbrio de LP. Neste ponto, o nível de produtoe o emprego retornarão às suas taxas naturais, no entanto, os preços serão inferiores aos do ponto anterior. 7 Nível de produto independe da demanda agregada. 51 No gráfico mais à direita, que, digamos, representa uma política fiscal expansionista8, ocorrerá umincremento na demanda agregada, deslocando a curva DA para a direita. No curto prazo, em que os preços sãorígidos, a economia se deslocará para o ponto B, cujos níveis de produto e emprego são superiores às suastaxas naturais. Com o passar do tempo, as novas contratações decorrentes do aquecimento da demandapressionarão os salários, que se elevarão, levando os preços consigo. À medida que os níveis de preçoaumentam, a quantidade demandada diminui, conduzindo a economia gradualmente à taxa natural.Entretanto, no novo ponto de equilíbrio, C, os preços são superiores ao anterior. 4) Choques de oferta Os choques de oferta, também conhecidos por choques de preços, afastam o produto e o emprego desuas taxas naturais, provocando alterações nos custos de produção e, por conseguinte, nos preços. O choque de oferta adverso (por exemplo, elevação nos preços internacionais do petróleo, quedainesperada na safra agrícola) ocasionaaumento dos custos e, consequentemente, nos preços. Serárepresentado no gráfico pelo deslocamento da curva de oferta de CP para cima (mais comum) ou da curva daoferta de LP para a esquerda. Assim, no curto prazo, caso a demanda agregada se mantenha constante, será observado um aumento de preços combinado com queda no produto (estagflação). Não será possível ajustar a demanda agregada a fim de manter o pleno emprego e o nível de preços estável. No longo prazo, à medidaque os preços forem caindo, o produto retornará ao pleno emprego. A prática de política econômica expansionista poderá conter os efeitos recessivos do choque de oferta,entretanto, ocasionará aumento no nível de preços. 8 O aumento na velocidade da moeda, decorrente, por exemplo, de uma súbita informatização do sistema bancário por meio de caixas eletrônicos, provoca o mesmo movimento da curva DA. 52 53 Questões de Provas 01. (APO – 2003) Considere o seguinte gráfico: Onde: P = nível geral de preços; Q = produto agregado; OLP = oferta agregada de longo prazo; OCP = ofertaagregada de curto prazo; Q* = Produto agregado de pleno emprego. Suponha que a economia encontra-se emequilíbrio de longo prazo, e considerando os fundamentos utilizados para a construção das curvas de oferta edemanda agregada, é correto afirmar que: a) Um aumento na velocidade de circulação da moeda reduz o nível de emprego de curto prazo. b) Uma política fiscal expansionista reduz o nível de emprego no curto prazo c) Uma política monetária contracionista reduz o nível de emprego no curto prazo d) A partir do gráfico, podemos afirmar que existe total flexibilidade nos preços de curto prazo e) Uma política monetária contracionista gera inflação no curto prazo 02. (APO – 2002) Considere o modelo de oferta e demanda agregada, supondo a curva de oferta agregadapositivamente inclinada e a curva da demanda agregada derivada do modelo IS/LM. É correto afirmar que: a) Um aumento dos gastos do governo eleva o produto, deixando inalterado o nível geral de preços b) Uma elevação da oferta monetária só resulta em alterações no nível geral de preços 54 c) Uma elevação do consumo agregado não causa impacto sobre o nível geral de preços d) Uma elevação das exportações tende a elevar tanto o produto agregado quanto o nível geral de preços e) Uma redução nos impostos não causa alterações no produto agregado 03. (APO – 2003) O denominado “modelo clássico” tem sido apresentado em livros textos de macroeconomiacomo uma descrição do pensamento macroeconômico anterior a Keynes. Assim, partindo-se do equilíbriono mercado de trabalho, chega-se ao nível de pleno emprego e, a partir da função de produção, ao níveldo produto de pleno emprego. Nesse modelo, o nível geral de preços fica determinado pela denominada“teoria quantitativa da moeda”. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) Uma elevação da demanda por mão-de-obra reduz o salário real b) Uma política monetária expansionista teria como efeito uma elevação no produto de pleno emprego c) O produto agregado real independe da quantidade de mão-de-obra empregada d) O nível do produto real de pleno emprego independe da oferta de moeda na economia e) Um aumento no estoque de capital na economia reduz o salário real e o nível de emprego 04. (AFRF – 2002) Considere: a curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM; a curva de ofertaagregada de longo prazo vertical; a curva de oferta agregada de curto prazo horizontal. Considere aocorrência de um choque adverso de oferta como, por exemplo, uma elevação nos preços internacionaisdo petróleo. Supondo que este choque não desloca a curva de oferta agregada de longo prazo, é corretoafirmar: a) uma elevação na demanda tenderá a intensificar a queda no produto que decorre do choque de oferta b) o choque adverso de oferta aumenta os custos e, portanto, os preços. Se não houver alterações nademanda agregada, teremos uma combinação, no curto prazo, de preços 55 crescentes com redução doproduto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará ao seu nível de plenoemprego. c) Se não ocorrerem deslocamentos na curva de demanda agregada, o choque de oferta causarádeflação. d) O choque de oferta alterará apenas o produto de pleno emprego. e) Não ocorrerão alterações nem nos preços nem no nível do produto, tanto no curto prazo quanto nolongo prazo, uma vez que, se o choque de oferta não desloca a curva de oferta de longo prazo,também não deslocará a curva de oferta de curto prazo. 05. (AFRF – 2002) Considere o modelo de oferta e demanda agregada, sendo a curva de oferta horizontal nocurto prazo. Considere um choque adverso de oferta. Supondo que não ocorram alterações na curva dedemanda agregada e que o choque de oferta não altera o nível natural do produto, é correto afirmar que: a) no curto prazo ocorrerá o fenômeno conhecido como “estagflação”, uma combinação de inflação comredução do produto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará a sua taxanatural. b) No curto prazo, ocorrerá apenas queda no produto. No longo prazo, ocorrerá inflação e a economiaretornará para o equilíbrio de longo prazo. c) No curto prazo ocorrerá apenas inflação. No longo prazo, o produto irá cair até o novo equilíbrio depleno emprego. d) Se o governo aumentar a demanda agregada em resposta ao choque adverso de oferta, ocorrerádeflação. e) Se a economia encontra-se no pleno emprego, ocorrerá inflação que será mais intensa no longo prazoem relação ao curto prazo. 06. (AFC-STN/2000) Considerando o modelo de oferta e demanda agregada, podemos afirmar que: 56 a) no longo prazo, a curva de oferta agregada pode ser vertical ou horizontal, dependendo do grau derigidez dos preços no curto prazo. Assim, no longo prazo, alterações na demanda agregadanecessariamente afetam os preços, mas nada se pode afirmar no que diz respeito aos seus efeitossobre o produto b) no longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical. Neste caso, descolamentos na curva dedemanda agregada afetam o nível de preços, mas não o produto. No curto prazo, entretanto, a curvade oferta não é vertical. Neste caso, alterações na demanda agregada provocam alterações no produtoagregado c) tanto no curto quanto no longo prazo a curva de oferta agregada é vertical. Assim, os únicos fatoresque podem explicar as flutuações econômicas, tanto no curto quanto no longo prazo, são asdisponibilidades de capital e tecnologia d) no curto prazo, não há qualquer justificativa teórica para que a curva de oferta agregada de curtoprazo não seja horizontal. Nesse sentido, no curto prazo, alterações na demanda agregada sãoirrelevantes para explicar tanto a inflação como alterações no nível do produto e) desde que os preços sejam rígidos, as curvas de oferta agregadas são verticais, tanto no curto quantono longo prazo 07. (AFC-STN – 2002) Considere o modelo de oferta agregada com preços totalmente flexíveis no curto prazo. Sabendo-se que no longo prazo o produto é determinado pela disponibilidade de capital, trabalho etecnologia, pode-se afirmar que: a) no longo prazo, a política monetária afeta o nível de preços mas não o produto ou o emprego. b) no curto prazo, não existe possibilidade de inflação no modelo, já que as pressões inflacionárias sãoneutralizadas pelo desemprego. c) no longo prazo, apenas uma política fiscal expansionista terá efeitos sobre o crescimento do produto. 57 d) uma elevação exógena nos custos não causa inflação uma vez que os preços são flexíveis e talflexibilidade resulta em quedas em outros preços na economia, de forma que as pressões iniciais sãoneutralizadas. e) uma redução na demanda agregada não gera recessão no curto prazo. 08. (AFC-STN – 2002) Considere as seguintes funções:
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