Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I PROFESSOR ANTONIO LUIZ BRAGA STEFANIE CRISTINE NIED MANDRIK EXPERIMENTO 7 PREPARAÇÃO DE UM AROMATIZANTE ARTIFICIAL: ACETATO DE ISOAMILA FLORIANÓPOLIS, 4 DE NOVEMBRO DE 2019 SUMÁRIO 1 RESUMO..........................................................................................................3 2 OBJETIVOS......................................................................................................3 3 INTRODUÇÃO..................................................................................................3 4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................5 4.1 INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................5 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES...............................................................6 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................6 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................6 5.1 RESULTADOS....................................................................................6 5.2 DISCUSSÕES.....................................................................................7 6 CONCLUSÃO...................................................................................................8 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................8 1 RESUMO Neste experimento foi feita a síntese do acetato de isoamila pela reação de esterificação entre ácido acético glacial e álcool isoamílico, na presença de ácido sulfúrico concentrado como catalisador. Para isso, o ácido acético, o álcool isoamílico e o ácido sulfúrico foram misturados e colocados em refluxo durante 1 hora. Após, a mistura foi esfriada à temperatura ambiente. Utilizando funil de separação, a mistura foi lavada com água e em seguida com duas porções de solução saturada de bicarbonato de sódio. O éster obtido foi seco utilizando sulfato de sódio e filtrado por gravidade. A massa do produto bruto obtida foi de 14,465 g. Para purificação, ele foi destilado por destilação fracionada e a massa de produto puro obtida foi de 6,925 g, representando um rendimento de 39%. O valor para o índice de refração foi de 1,398, e a temperatura de ebulição foi de 137°C, caracterizando, assim, o acetato de isoamila. 2 OBJETIVOS Este experimento teve como objetivo a preparação do acetato de isoamila a partir da reação de esterificação do ácido acético com álcool isoamílico, utilizando refluxo para acelerar a reação, extração e destilação fracionada para isolar o éster obtido. Para tanto, se fez necessário o entendimento teórico/prático das reações de esterificação e das técnicas utilizadas. 3 INTRODUÇÃO Atualmente, devido ao custo elevado ou a falta de disponibilidade de extratos de aromas naturais, a maioria dos aromatizantes comerciais são “idênticos aos naturais”, o que significa que eles correspondem ao equivalente químico de aromas naturais, mesmo sendo quimicamente sintetizados (SILVA 2014). Em muitos casos, os aromas e fragrâncias de flores e frutos devem-se a uma mistura complexa de substâncias, onde há a predominância de um éster. Os principais ésteres utilizados como aromas de frutas em produtos alimentícios, são apresentados na tabela 1 a seguir: Tabela 1; fonte: (SILVA 2014). Entre todos os ésteres empregados pela indústria, o acetato de isoamila tem grande importância comercial, devido ao seu característico sabor de banana, chegando a taxas de produção de 74.000 kg/ano (SILVA 2014). A síntese química deste composto é conseguida através do aquecimento do álcool isoamílico na presença de ácido acético, usando ácido sulfúrico como catalisador, como apresentado a seguir: Figura 1; fonte: (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). A reação de esterificação é um exemplo de reação que entra em equilíbrio, ou seja, é reversível. Com isso, aplica-se o princípio de Le Chantelier para aumentar o rendimento do produto, fazendo o equilíbrio ser deslocado para a direita para favorecer à formação do éster utilizando excesso de um dos reagentes, neste caso, o ácido acético, por ter baixo custo e ser facilmente removido da mistura reacional. O aquecimento do meio é empregado nos casos em que a reação é lenta à temperatura ambiente. Com o fornecimento de calor, a reação é acelerada. Neste experimento, será utilizado o refluxo. Esta técnica permite que a mistura seja aquecida à temperatura de ebulição do solvente, não ocorrendo a perda dos reagentes nem dos produtos por evaporação. O vapor produzido é condensado por um condensador conectado a boca do frasco reacional, como mostra a figura 2: Figura 2; fonte: (Apostila de Química Orgânica Experimental A 2019). Para separação e isolamento do éster, será feita a extração a partir de lavagens da mistura com água e bicarbonato de aquoso, para a retirada das substâncias ácidas presentes no meio. A purificação será feita por destilação fracionada. 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 INSTRUMENTAÇÃO Balão de fundo redondo; Pipeta volumétrica; Proveta; Erlenmeyer; Béquer; Pedras de porcelana; Funil de separação; Funil; Papel filtro; Manta de aquecimento; Condensador; Mangueiras; Maço de algodão; Refratômetro; Kit para destilação fracionada: balão de fundo redondo, coluna de fracionamento, cabeça de Claisen, termômetro, condensador; 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES 18,0 mL de ácido acético glacial; 15,0 mL de álcool isoamílico; 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado; 50,0 mL de água destilada; 60,0 mL de solução saturada de bicarbonato de sódio; Sulfato de sódio anidro; 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Na capela, foram misturados 18,0 mL de ácido acético glacial com 15,0 mL de álcool isoamílico e 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado num balão de fundo redondo. Em seguida, foram colocadas algumas pedras de porcelana dentro do balão e a mistura agitada manualmente. Depois, ela foi colocada em refluxo durante 1 hora. Terminado o refluxo, deixou-se a mistura reacional esfriar à temperatura ambiente. Utilizando um funil de separação, a mistura foi lavada com 50,0 mL de água destilada e em seguida com duas porções de 30,0 mL de solução saturada de bicarbonato de sódio. A fase orgânica foi seca com o equivalente a duas pontas de espátula de sulfato de sódio anidro e filtrada por gravidade para um béquer previamente pesado. O béquer foi pesado novamente e obteve-se o peso bruto do produto. O éster foi destilado por destilação fracionada juntamente com a porção obtida por outros dois grupos, isto porque é necessário que haja um volume mínimo no balão para realização da técnica. Ao iniciar a destilação foi feita a leitura da temperatura e o destilado foi coletado em um erlenmeyer previamente pesado. Depois, ele foi novamente pesado e obteve-se o peso do produto puro. Também foi feita a leitura do índice de refração. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 RESULTADOS Foram obtidos 14,465 g de produto bruto. Após a destilação, obteve-se uma massa de 20,774 g de produto puro. Entretanto, visto que a destilação foi feita em conjunto com a fração obtida por outros dois grupos, a massa de produto puro será o valor obtido dividido por três. Ou seja, para fins de cálculo, será considerado 6,925 g de acetato de isoamila puro. A temperatura lida quando o produto começou a ser destilado foi 137°C e o valor obtido para o índice de refração foi de 1,398. 5.2 DISCUSSÕES Após a destilação constatou-se a presença de 6,925 g de acetato de isoamila puro, o que corresponde a 39% de rendimento conforme cálculo apresentado a seguir: Dados: Massa molar doácido acético= 60,05 g/mol; Massa molar do acetato de isoamila= 130,19 g/mol; Massa molar do álcool isoamílico= 88,148 g/mol; 1°) Volume de ácido acético utilizado: 18,0 mL=18 cm3; Densidade ácido acético: 1,05 g/cm3; Usando que: 𝑑 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Temos: 1,05 g cm3 = massa ácido acético 18 cm3 Assim, a massa de ácido acético é igual a 18,9 g; usando que: 𝑛 = 𝑚 𝑀𝑀 Temos: 𝑛 = 18,9 g 60,05 g/mol = 0,315 𝑚𝑜𝑙 → 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 2°) Volume de álcool isoamílico utilizado: 15,0 mL=15,0 cm3; Densidade álcool isoamílico: 0,81 g/cm3; Usando que: 𝑑 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Temos: 0,81 g cm3 = massa ácido acético 15 cm3 Assim, a massa de álcool isoamílico é 12,15 g; usando que: 𝑛 = 𝑚 𝑀𝑀 Temos: 𝑛 = 12,15 g 88,148 g/mol = 0,138 𝑚𝑜𝑙 → 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 3°) Estequiometria da reação 1:1 1 mol de álcool isoamílico – 1 mol de acetato de isoamila 88,148 g – 130,19 g 12,15 g – X g X= 17,95 g de acetato de isoamila (valor teórico); 4°) %𝑅 = massa de acetato de isoamila obtida experimentalmente massa teórica de acetato de isoamila 𝑥100% %𝑅 = 6,925 𝑔 17,95 𝑔 𝑥100% = 39% Esse valor para o rendimento se dá pelo fato de que a reação é reversível. Mesmo sendo adicionado ácido acético em excesso com o intuito de deslocar o equilíbrio para a formação do produto, o rendimento não é elevado significativamente. O principal parâmetro para confirmar a pureza do produto final foi a análise do seu índice de refração. Conforme apresentado, obteve-se experimentalmente 1,398, valor muito próximo do apresentado na literatura (1,4). Outra avaliação feita foi a temperatura na qual o produto bruto começou a evaporar durante a destilação. Na literatura, o acetato de isoamila tem p.e. de 142°C, entretanto, experimentalmente, obteve-se 137°C, o que indica resquícios de impurezas. 6 CONCLUSÃO Através deste experimento foi possível sintetizar o acetato de isoamila a partir da reação de esterificação entre ácido acético glacial e álcool isoamílico, na presença de ácido sulfúrico concentrado como catalisador. Para que a reação ocorresse mais rapidamente foi utilizado o refluxo, visto que a reação é lenta à temperatura ambiente. Foram aplicadas técnicas de extração e destilação fracionada para purificação do produto. Com rendimento de 39% pode-se constatar que a técnica é eficiente, porém, por ser uma reação reversível, não é possível obter grandes resultados. A pureza do produto pode ser comprovada pelo valor encontrado para o índice de refração, que ficou muito próximo ao valor teórico esperado. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apostila de Química Orgânica Experimental A. Florianópolis, Santa Catarina: Departamento de Química/Universidade Federal de Santa Catarina, 2019. Saggioro, André B., Ovídio José Teixeira Jr, Graziela Cristina Sedenho, e Mayara Franco Rodrigues. “Preparação e purificação do acetato de isopentila.” Instituto de Química, Unesp, ARARAQUARA / SP, s.d. SILVA, JOSIANE BETAT DA. “PRODUÇÃO DE ACETATO DE ISOAMILA VIA ESTERIFICAÇÃO ENZIMÁTICA EM SISTEMA LIVRE DE SOLVENTE.” Dissertação de Mestrado, DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES , ERECHIM/RS, 2014.