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Resumo 5 de CPP

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· Procedimentos No Processo Penal
A ação processual penal é um direito potestativo de acusar, público, autônomo, abstrato, porém instrumentalmente conexo ao caso penal. 
No que se refere ao processo, pode-se conceituá-lo como o instrumento pelo qual se manifesta a jurisdição, tendo sempre a finalidade de alcançar um provimento final, que solucionará a controvérsia e cumprirá os objetivos de concretização do Direito e pacificação social.
Quanto ao procedimento ou rito processual, é a mera sequência de atos processuais, encadeados ordenadamente, vistos da perspectiva externa, sem nenhuma preocupação com o seu destino.
O procedimento penal se divide em quatro fases:
1. Fase postulatória: existe uma acusação por meio do oferecimento da denúncia, podendo ser, de forma eventual, precedida de investigação preliminar ou possível ingerência defensiva.
2. Fase instrutória: na qual são produzidas as provas pretendidas pelas partes, de modo a tentar formar o convencimento do juiz. A fase instrutória não está limitada à audiência una de instrução e julgamento.
3. Fase decisória: é o momento em que o juiz proferirá sentença, quer condenatória, quer absolutória; também se inserem nesse tanto as alegações orais;
4. Fase recursal: nessa fase, devem às partes serem assegurados instrumentos hábeis à impugnação do quanto decidido. 
Nos arts. 394 a 595, do CPP, estão previstos os procedimentos que recebem o nome de Processos em Espécie. 
Não existe processo sem procedimento, também não há procedimento sem processo. Entre processo e procedimento existe uma relação de complementação. 
Segundo o art. 395, do CPP, para que o juiz aceite a denúncia e instaure o processo, esta denúncia deve estar detalhada, sob pena de ser considerada inepta.
Existem duas grandes modalidades de procedimentos: procedimentos especiais e procedimento comum. 
No CPP os seguintes procedimentos especiais são: os procedimentos que apuram os crimes dolosos contra a vida (art. 406 e ss); os procedimentos que apuram os crimes contra a honra (art. 519 e ss); os procedimentos que apuram crimes contra a propriedade imaterial (art. 524 e ss); e em Lei Extravagante, os procedimentos elencados na Lei 11.343/06 e Lei 11.340/06.
Segundo o § 2º, do art. 394, do CPP, se para o crime não houver procedimento especial, ele será comum. No procedimento comum, entretanto, são apurados crimes de maior complexidade e, assim, com número de provas e prazos maiores. 
O procedimento comum é dividido em ritos:
a. Rito ordinário é mais lento, considerado mais formalizado do processo penal, haja vista que há maior número de atos e prazos mais longos, ou seja, podem ser arroladas até 8 testemunhas, e a audiência poderá ser realizada em 60 dias. 
b. Rito sumário tem menor número de atos e prazos reduzidos, ou seja, o número de testemunhas passa a ser 5, e a audiência de instrução, realizada em até 30 dias. 
c. Procedimento mais rápido é o de rito sumaríssimo. Em regra, o MP, por exemplo, oferece a denúncia oralmente. 
O procedimento será pelo rito ordinário, sumário ou sumaríssimo verificado a pena máxima cominada aos crimes.
Quando do estabelecimento do procedimento adequado, são levadas em consideração as causas de aumento e de diminuição de pena, pois a lei exige que o procedimento seja fixado com base na pena máxima.
Não são levadas em consideração, para fins de aferição do procedimento adequado, as agravantes e atenuantes. 
A regra é o Procedimento Comum (art. 394 §2º CPP).
O procedimento especial é todo aquele previsto, tanto no Código de Processo Penal quanto em leis extravagantes, que por sua natureza ou gravidade, merecem uma diversa tramitação processual.
Já o procedimento comum, previsto no Código de Processo Penal, será aplicado de modo residual, ou seja, sempre que não houver procedimento especial.
Estão previstos no CPP 4 ritos: para apuração dos Crimes Dolosos contra a Vida (arts. 406 a 497), dos Crimes Funcionais (arts. 513 a 518), dos Crimes contra a Honra (arts. 519 a 523) e dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (arts. 524 a 530).
· Procedimento comum
Alterações introduzidas no CPP por intermédio da Lei n.º11.719/08:
a. Critério de determinação de rito: o rito é definido pela pena máxima do crime, conforme disposto o art. 394, § 1º, do CPP.
b. b)	Defesa escrita: nos procedimentos comuns e especiais, excepcionando o procedimento do Júri e o dos juizados especiais, após a citação do réu, haverá resposta escrita da defesa. O prazo para o réu apresentar a defesa escrita será de 10 dias, segundo dispõe o art. 396 do CPP.
c. Audiência uma: os atos instrutórios são concentrados em apenas uma audiência, na qual também será proferida a sentença, exceto quando houver a necessidade probatória complexa que demande exame mais apurado, motivo pelo qual será permitida a apresentação de memoriais pelas partes e se fixará novo prazo para a sentença. É o que dispõe o art. 403, § 3º, do CPP.
· Procedimento ordinário 
O procedimento ordinário é o rito padrão utilizado no Processo Penal.
Procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato do crime cometido for maior ou igual a 4 anos.
O procedimento ordinário é monofásico, ou seja, desde a acusação até o julgamento é feito por um único magistrado. 
As fases do Processo são:
· Acusação;
· Resposta à Acusação;
· Instrução e Julgamento
Esse procedimento se inicia com a denúncia do réu, no caso ação penal pública, ou com a queixa-crime, sendo o caso de ação penal privada.
Nesse procedimento, as partes poderão arrolar até 8 testemunhas, conforme art. 401, §1º, CPP.
As partes que considerarem suficientes as provas produzidas poderão desistir do depoimento de qualquer das testemunhas por elas arroladas.
Depois de oferecida a denúncia ou a queixa-crime, os autos irão para conclusão, e o juiz poderá tomar uma de duas decisões.
· Receber a denúncia/queixa-crime
Esse recebimento se dará apenas se a peça inicial cumprir com os requisitos do artigo 41, ou seja, houver indícios de autoria e materialidade do crime. Não cabe recurso da decisão que recebe a denúncia ou queixa, mas pode ser impetrado habeas corpus para trancamento do processo.
· Rejeitar a Denúncia ou Queixa
A acusação será rejeitada nos casos do art. 395 do CPP:
a. Inépcia: nos casos do art. 41 do CPP, principalmente quando não existir a clara e direta exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, pois não se pode admitir acusação genérica ou alternativa. O recurso cabível, no caso de rejeição da denúncia ou da queixa, é o Recurso em Sentido Estrito, conforme art. 581, I, do CPP.
b. Falta de pressuposto processual ou condição da ação: em sendo admitida a teoria dos pressupostos processuais, cuja aceitação não é pacífica, os pressupostos seriam de existência ou validade, e sua ausência acarretaria a rejeição da acusação. Não obstante, a ausência das condições da ação, ou seja, a prática de fato aparentemente criminoso, punibilidade concreta, legitimidade de parte e justa causa, acarreta a rejeição. Neste caso, o recurso adequado é o Recurso em Sentido Estrito, na forma do art. 581, I, do CPP.
c. Falta de justa causa: trata-se de uma condição da ação, cuja ausência acarreta a rejeição, cabendo o Recurso em Sentido Estrito, disposto no art. 581, I, do CPP.
· Rejeição Parcial da Denúncia ou Queixa
A corrente doutrinária que admite a rejeição parcial da denúncia ou queixa é ainda minoritária, aplicando o art. 383 do CPP no momento do recebimento. A rejeição parcial seria para casos excepcionais, evitando um desenvolvimento procedimental defeituoso e tentando, desde o início, corrigir a acusação abusiva.
· Citação do réu e resposta à acusação
Recebendo a denúncia ou queixa, o réu será citado para apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias, conforme dispõe o art.396-A do CPP. É o momento de apresentar o rol de testemunhas, bem como apresentar exceções. É indispensável essa defesa, haja vista que, não sendo apresentada, será nomeado defensor dativo.
A instrução ser contraditória, ela começa com o oferecimento da defesa escrita, conforme artigos396 e 396-A, do CPP. 
O interrogatório no procedimento ordinário e sumário passou a fazer parte da audiência única do atual art. 400 do CPP.
Posteriormente à apresentação da resposta à acusação, os autos serão conclusos para o juiz decidir se é caso de absolvição sumária.
· Absolvição sumária 
A absolvição sumária está prevista no art. 397, incisos I, II, III e IV, do CPP e ocorre após o recebimento da denúncia ou queixa e da resposta à acusação. Os quatro incisos, do art. 397, do CPP, nada mais fazem do que originar desdobramentos de duas condições da ação (fato aparentemente criminoso e punibilidade concreta). Nos casos dos incisos I, II e III, do art.397, do CPP, da decisão que absolve sumariamente, caberá o recurso de Apelação, na forma do art.593, I, do CPP. Entretanto, quando a absolvição sumária se basear no inciso IV, o recurso adequado será o Recurso em Sentido Estrito, conforme dispõe o art. 581, VIII, do CPP.
Não sendo caso de absolvição sumária, será marcada a data para realização da audiência de instrução e julgamento.
· Audiência de instrução e julgamento
A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo de 60 dias, e será uma audiência única, conforme dispõe o art. 400 do CPP. Nessa audiência deve ser realizada a tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição de testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, com exceção das testemunhas que morarem fora da jurisdição do juiz, que deverão ser inquiridas pelo magistrado do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória com prazo razoável. Essa carta precatória não suspenderá a instrução criminal. Findo o prazo estabelecido para o cumprimento da carta precatória, pode ser procedido o julgamento. 
Também nela deverão proceder-se os esclarecimentos dos peritos, se as partes assim requererem previamente, às acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e, por fim, procedendo-se os debates.
Nela todas as provas deverão ser produzidas, desde que o juiz as considere relevantes, pertinentes e de possível apresentação imediata. Nenhum ato deverá ser adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. A testemunha que comparecer será interrogada, havendo ou não a suspensão da audiência. 
No debate serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos. Se houver mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. E o assistente do MP, por sua vez, terá direito à manifestação por 10 minutos, após a manifestação do primeiro, prorrogando-se por igual período o tempo da manifestação da defesa. Logo após os debates, o juiz proferirá sentença.
O juiz terá 30 dias para concluir o processo, independentemente de o réu estar solto ou preso.
Assim, resumindo a sequência de atos, temos: oitiva da vítima; testemunha de acusação; testemunha de defesa; peritos, acareações, reconhecimentos; interrogatório; diligências, art. 402, do CPP; debates orais ou memoriais; sentença.
· Relatório
Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos. O registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação. No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.
· Ação civil
A pretensão indenizatória da vítima será versada na ação civil ex delicto. A mesma conduta pode mostrar-se ilícita não apenas no campo de ação penal, como também no cível e administrativo, numa incidência múltipla. Assim, aquele que se sentir prejudicado pelos danos materiais e/ou morais poderá ingressar com a ação civil indenizatória competente.
Um § único no art. 63 do CPP, o qual prevê que "transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido". Assim sendo, permite ao juiz criminal, ao sentenciar, que profira, além da decisão do mérito, uma condenação certa e determinada e em parte líquida, que pode ser executada de plano pela vítima que sofreu o dano e pretende reparação.
· Procedimento sumário
É um procedimento regulado nos artigos 531 a 538, do CPP.
O rito sumário é relativo aos crimes cuja pena máxima é inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade, e superior a 2 anos. No caso de ser inferior a 2 anos, segue-se o rito sumaríssimo do JECRIM.
Com a reforma processual, restaram poucas diferenças entre os ritos ordinário e sumário, haja vista que ambos passaram a se destacar pelo princípio da celeridade processual, assim como pelo aperfeiçoamento da produção da prova, da qual apareceram os seguintes reflexos: a concentração dos atos processuais numa única audiência; imediatividade e identidade física do juiz.
· Rito sumário
É aplicado quando o processo tiver por objeto crime cuja sanção máxima aplicada seja inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade. Deste rol estão excluídas as infrações de menor potencial ofensivo, conforme o art. 394, § 1º, II e III, do CPP, que são as contravenções penais e os crimes cuja sanção máxima não ultrapasse 2 anos de pena privativa de liberdade, e que se sujeitam ao procedimento sumaríssimo dos JECRIM, na forma das Leis n.º 9.099/95 e 10.259/01.
O rito sumário difere do rito ordinário na redução do prazo máximo de realização da audiência de instrução e julgamento, ou seja, 3 dias, enquanto no rito ordinário é de 60 dias; no número de testemunhas: até 5 e pela falta das diligências do art. 402, do CPP. Além disso, não existe apresentação de alegações finais por escrito, ou seja, memoriais.
As infrações de menor potencial ofensivo também podem se sujeitar ao procedimento comum sumário, em duas hipóteses:
1. Na falta de possibilidade de citação pessoal, visto não existir citação por edital nos juizados, devendo-se requerer o envio dos autos ao juízo comum, conforme disposto no art. 66, § único da 9.099/95.
2. No caso que apresente alta complexidade, tornando inviável a oferta oral da inicial acusatória, na forma do art. 77, § 2º, da 9.099/95.
O procedimento sumário deverá transcorrer da mesma forma que o procedimento comum ordinário, até a designação da audiência, conforme arts. 395 a 397 do CPP.
· Procedimento sumaríssimo 
O art. 98, I, da CF permitiu a criação de JECRIM para o julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo.
A Lei 9.099/95 regulamentou o art. 98, I, da CF e instituiu um modelo novo de justiça criminal, na qual passam a ser adotados os seguintes institutos: acordo civil, transação penal e suspensão condicional do processo.
Para os efeitos da Lei 9.099/95 e de acordo com o art. 61, consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei imponha pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa.
A Lei 10.259/2001 instituiu o JECRIM da União, com competência para julgar as infrações de menor potencial ofensivo de competência da Justiça Federal, e considerou como tais os crimes a que a lei aplique pena máxima de até 2 anos de multa.
A competência dos Juizados, com relação aos crimes, será fixada de conformidade com dois critérios:
a. Natureza da infração penal (menor potencial ofensivo); 
b. Inexistência de circunstância especial que desloque a causa para o juízo comum, por exemplo, o foro por prerrogativa de função, a impossibilidade de citação pessoal do autuado e a complexidade da causa.
Os crimes de competência militar não se submetem à disciplina da Lei 9.099/95. O art. 98, I, da CF, só permite à União instalar juizados criminais no âmbito do Distrito Federal e dos Territórios.
· Princípios norteadores dos juizados especiais criminais 
Os princípios que orientam os JECRIM, na busca da reparaçãodos danos à vítima, da conciliação civil e penal, da não aplicação de pena privativa de liberdade são os seguintes:
1. Oralidade: Os atos processuais serão praticados oralmente. Os atos essenciais serão reduzidos a termo ou transcritos por quaisquer meios. Os demais atos processuais praticados, se necessário, serão gravados.
2. Informalidade: Os atos processuais a serem praticados não serão cercados de rigor formal, uma vez que, atingida a finalidade do ato, não há que se cogitar da ocorrência de qualquer nulidade.
3. Economia processual: Os atos processuais devem ser praticados no maior número possível, no menor espaço de tempo e da maneira menos onerosa.
4. Celeridade: A execução dos atos processuais objetiva a rapidez, conforme o CPP.
5. Finalidade e prejuízo: É necessária a prova do prejuízo para que os atos processuais sejam invalidados, ou seja, no âmbito dos juizados criminais, não vigora o sistema de nulidades absolutas do CPP. Não há o que se falar em prejuízo, uma vez atingida a finalidade a que se destinava o ato.
· Procedimento Comum Sumaríssimo
Art. 394, §1º, III do CPP – Previsto na Lei 9.099/95 – Arts. 1º e 2º.
Arts. 60 e 61 da Lei 9.099/95 – Definição dos crimes de menor potencial ofensivo. OBS.: Não se aplica a Lei 9.099/95 nas infrações praticadas com violência doméstica
Art. 62 da Lei – Critérios da Oralidade, Informalidade, Economia Processual e Celebridade (Objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade).
Art. 63 da Lei – A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Art. 64 da Lei – Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de Organização Judiciária.
 Art. 66 da Lei – A citação será pessoal e no próprio Juizado (sempre que possível) ou por mandado. § Único – Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo Criminal Comum, onde seguirá o Rito Sumário (art. 538CPP).
Art. 67 da Lei – Intimidação por correspondência.
Art. 68 da Lei – Do ato de intimidação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, será designado defensor público.
· Fases Do Procedimento No JECRIM 
O procedimento se divide em 3 fases:
· 1ª Fase: Fase Preliminar 
Art. 69 da Lei – Termo Circunstanciado – Irá noticiar o crime, encaminhando imediatamente ao Juizado, composto de poucas laudas. 
Art. 70 da Lei – Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 71 da Lei – Se faltar qualquer das partes e não se puder realizar a audiência imediata, a Secretaria providenciará sua intimação.
· 2ª Fase: Audiência Preliminar
Art. 72 da Lei – As partes serão intimadas para o comparecimento. Sendo assim, não há ainda citação; pois é feita por correspondência.
Art. 73 da Lei – Condução da conciliação. Tentativa de composição dos danos civis (autor e vítima). 
Art. 74 da Lei – A composição dos danos civis – Refere-se a um acordo feito entre as partes (isso não há em qualquer outro processo que não seja do JECRIM).
Art. 75 da Lei – Se não ocorrer a composição, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Transação Penal: Art. 76 da Lei – É um acordo oferecido pelo MP, para o suspeito para que assim não ocorra o Processo Penal. Esse acordo consiste na aplicação imediata de pena de multa ou restritiva de direitos. A transação põe fim ao procedimento e não terá validade para reincidência.
O agente não poderá ser beneficiado por outra transação penal no prazo de 5 anos - Art. 76, § 3º e 4º da Lei. 
Se não for possível a transação penal (art. 76, §2º), o Juiz poderá conceder os sursis (suspensão condicional da pena – Art. 77 e ss do CP). Os sursis suspendem o processo pelo período de 2 a 4 anos, desde que preenchidos os requisitos.
· 3º Fase: Rito Sumaríssimo
Art. 77 da Lei – Denúncia oral ao final da audiência preliminar.
Art. 78 da Lei – Redução a termo da denúncia ou queixa e citação.
Art. 79 da Lei – Início da audiência: possibilidade de conciliação entre as partes e transação pelo MP.
Art. 80 da Lei – Possibilidade de condução coercitiva.
Art. 81 da Lei – Audiência: Sequência:
1. Defesa preliminar oral;
2. Recebimento da denúncia;
3. Depoimento das testemunhas: até 3 testemunhas para cada parte (art. 34 da Lei).
4. Interrogatória do réu;
5. Debates orais 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos.
6. Sentença.
Art. 82 da Lei – Recurso de Apelação: é proposta perante a Câmara do Juizado Especial, que é composta por 3 Juízes Criminais da própria Comarca.
Art. 84 e 85 da Lei – Execução da pena de multa e sua consequência no caso de não pagamento – Conversão em prisão ou restritiva de direito.
· Procedimentos especiais
O art. 513 do CPP inicia o tratamento do procedimento especial aplicável aos funcionários públicos que cometem infrações funcionais afiançáveis. A particularidade deste procedimento está na necessidade de notificação do réu para responder à denúncia antes do seu recebimento.
É relevante destacar que há uma impropriedade quando se mencionam os crimes de responsabilidade, haja vista que estes não são crimes, mas, sim, infrações de cunho político-administrativo que podem dar ensejo à perda da função pública, à inabilitação para o exercício de cargo e à suspensão de direitos políticos, mas não à pena privativa de liberdade.
O procedimento disciplinado se refere a crimes comuns praticados por funcionários públicos não detentores de foro por prerrogativa de função.
· Crimes Praticados Por Servidores Públicos Contra A Administração
Os crimes praticados por servidores públicos contra a administração estão previstos nos arts. 513 a 518 do CPP. O julgamento será por juiz de direito e sempre haverá resposta à acusação, com inquérito ou sem ele, independentemente de ser afiançável ou não.
O procedimento especial dos crimes funcionais está previsto no art. 514 do CPP e se aplica a todos os crimes funcionais, excetuando-se os inafiançáveis.
Os crimes funcionais são aqueles cometidos pelo funcionário público no exercício das suas funções contra a administração pública.
Estão dentre os crimes funcionais os seguintes:
a. Crimes funcionais próprios: são os que só podem ser cometidos por funcionários públicos.
b. Crimes funcionais impróprios: são os que também podem ser praticados por particulares.
Os crimes funcionais próprios, assim como os impróprios, submetem-se ao procedimento especial, sendo suficiente somente que sejam afiançáveis.
· Procedimento
a. Oferecimento da denúncia ou queixa: o juiz, antes de receber a denúncia ou queixa, determinará não apenas a sua autuação, como também a notificação do agente para apresentar a sua defesa preliminar no prazo de 15 dias, objetivando assim impedir o recebimento da peça acusatória inicial, no interesse da administração pública. No procedimento, é uma fase obrigatória, haja vista que a sua ausência acarreta a nulidade do processo, por ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
b. Recebimento da denúncia ou queixa: do recebimento da peça acusatória, o procedimento se ordinariza.
· Crimes contra a honra
O procedimento se encontra previsto especificamente nos arts. 519 a 523 do CPP.
O procedimento especial prevê a calúnia, a injúria, e a difamação.
Os crimes contra a honra são de ação penal privada, entretanto serão de ação penal pública quando houver:
•	Injúria real da qual resultem lesões corporais: ação penal pública incondicionada;
•	Injúria decorrente de preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: ação penal pública condicionada à representação do ofendido, conforme art. 145, § único, do CP.
•	Crimes contra a honra do presidente ouchefe de governo estrangeiro: ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça;
•	Crime contra a honra de funcionário público no exercício de suas funções: ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
· Procedimento
a. Oferecimento da queixa
O juiz determinará a vista ao representante do MP para que adite a queixa, supra irregularidades, saneie omissões, no prazo de 3 dias, sob pena de incorrer qualquer eventualidade.
b) Audiência de tentativa de conciliação.
O juiz manda notificar o querelante e o querelado com a finalidade de comparecer à audiência designada. Ambos devem comparecer sem os advogados. O juiz ouve separadamente as partes e, tenta ou não a conciliação.
Não existe audiência nos casos de ação penal pública por crime contra honra, pois, nesse caso, o processo não é dirigido pelo princípio da oportunidade e disponibilidade.
Na ausência da realização da audiência de conciliação, haverá nulidade relativa, cuja declaração necessitará de prova do prejuízo.
· Crimes de drogas – Lei n.º 11.343/2006
O procedimento a ser aplicado está previsto nos arts. 54 a 59 da Lei 11.343/06, em conformidade com o disposto no art. 48 da Lei.
Existe uma ressalva na lei que se refere à hipótese de o agente praticar o crime de posse de droga para consumo, uma das condutas previstas no art. 28 da lei. Nesse caso, o agente será processado e julgado nos termos da Lei 9099/95, de maneira que não será imposta a prisão em flagrante, conforme dispõe o art. 48, §§ 1º e 2º, da Lei 11.343/06.
· Procedimento
1. Na fase inicial (Polícia): 
a. Indiciado preso: A autoridade policial, em caso de prisão em flagrante, deverá comunicá-la imediatamente ao juiz competente, enviando-lhe cópia do auto de prisão em flagrante, sendo dada vista ao órgão do MP, no prazo de 24 horas. O inquérito policial deverá ser concluído no prazo máximo de 30 dias, sob pena de relaxamento da prisão por excesso de prazo.
b. Indiciado solto: Após a conclusão do inquérito deverá ser remetido a juízo, no prazo de 90 dias.
c. Dilatação de prazo: Poderão ser duplicados os prazos pelo juiz, ouvido o MP, por meio de pedido justificado da autoridade de polícia judiciária, para a conclusão do inquérito policial, tanto no caso do indiciado preso como no caso de ele estar solto.
d. Diligências complementares: Segundo o § único, do art. 52, da Lei 11.343/06, a remessa dos autos a juízo não impede a realização de diligências complementares que forem necessárias.
2. Em juízo:
· Competência: No caso dos crimes previstos nos arts. 33 e 37 da Lei 11.343/06, se caracterizado ilícito transnacional (internacional), serão de competência da Justiça Federal o processo e o julgamento. 
· Denúncia ou arquivamento: Após o recebimento dos autos do IP relatado, o MP terá o prazo de 10 dias para requerer o arquivamento, requisitar as diligências que entender necessárias ou oferecer a denúncia. No caso de oferecer a denúncia, poderá arrolar até 05 testemunhas e requerer as outras provas que julgar pertinentes, conforme o art. 55, da Lei 11.343/06.
· Notificação do denunciado para oferecimento da resposta: O juiz, antes de receber a denúncia, determinará a notificação do acusado para oferecer sua resposta, por escrito, no prazo de 10 dias.
· Decisão do juiz, recebendo ou rejeitando a denúncia: O juiz, no prazo de 5 dias após apresentada a defesa, decidirá sobre o recebimento ou rejeição da denúncia, devendo a sua decisão ser fundamentada em ambos os casos, conforme dispõe o art. 93, IX, da CF, Não obstante, segundo o art. 55, § 5º, da 11343/06, o juiz poderá determinar a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias, no prazo máximo de 10 dias.
· Recebimento da denúncia: O juiz, após receber a denúncia, determinará as seguintes providências:
a. Designará o dia e a hora para audiência de instrução e julgamento;
b. Ordenará a citação pessoal do acusado;
c. Determinará a intimação do MP;
d. Mandará intimar o assistente, se for o caso;
e. Requisitará os laudos periciais;
f. No caso de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 da Lei 11.343/06, ao receber a denúncia o juiz poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado e de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
· Sentença: No caso de o juiz absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato, as condições referidas no caput do art. 45, da Lei 11.343/06, na sentença poderá determinar o seu encaminhamento para tratamento médico adequado, conforme dispõe o § único do art. 45 da Lei. No caso de sentença condenatória, o juiz, baseando-se em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento com profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, conforme dispõe o art. 47 da 11343/06.
· Crimes Da Competência Do Tribunal Do Júri
O Júri, na atual Constituição, encontra-se disciplinado no art. 5º, XXXVIII, assegurando a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos vereditos e a competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida, sejam tentados ou consumados, conforme dispõe o art. 74 do CPP.
· Procedimento
O rito procedimental para os processos de competência do Júri é escalonado. 
A primeira fase se inicia com o oferecimento da denúncia e se encerra com a decisão de pronúncia. A segunda fase tem início com o recebimento dos autos pelo juiz-presidente do Júri e finda com o julgamento.
Segundo a redação do art. 406 do CPP, após a citação, o réu terá o prazo de 10 dias para apresentar sua defesa. Não sendo apresentada a defesa, o juiz deverá nomear defensor para tanto, conforme disposição do art. 408 do CPP. Destarte, é imprescindível a apresentação da defesa sob pena de nulidade absoluta.
Depois de ter sido apresentada a defesa, serão ouvidos sobre as preliminares e os documentos, no prazo de 5 dias, o MP ou o querelante. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes no prazo máximo de 10 dias, conforme dispõe o art. 410 do CPP. 
Segundo se infere no art. 411 do CPP, todos os atos instrutórios foram concentrados em uma única audiência. O interrogatório, faz parte dessa audiência única. Após o interrogatório, segue-se o debate, concedendo-se a palavra à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. 
No caso de haver mais de um acusado, será individual o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles. Ao assistente do MP serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
Encerrados os debates orais, o juiz deverá proferir sua decisão em audiência, ou em 10 dias por escrito e, neste caso, deverá ordenar que lhe sejam conclusos os autos.
· Decisões Do Tribunal Do Júri
O juiz pode encerrar a fase de formação da culpa com uma das 4 espécies de decisões:
1. Sentença de Pronúncia: Segundo o disposto no art. 413 do CPP, de forma fundamentada, o juiz pronunciará o acusado quando se convencer da materialidade e de indícios suficientes de autoria ou participação.
É uma decisão interlocutória mista não terminativa, que pode ser modificada pelo Recurso em Sentido Estrito, conforme art. 581, IV, do CPP e que não faz coisa julgada material. Não incide sobre agravantes, atenuantes ou causas de diminuição da pena, mas incluem qualificadoras e causas de aumento da pena. 
Pronunciado o crime doloso contra a vida, o crime conexo o seguirá quando da redistribuição. O crime conexo não pode ser objeto de sentença condenatória ou absolutória.
Há preclusão da pronúncia, segundo o disposto no art. 414, do CPP, haja vista que não pode ser realizado o júri na pendência de recurso, mesmo que o recurso não tenha efeito suspensivo.
2. Sentença de Impronúncia: a impronúncia é uma decisão terminativa que encerra o processo sem julgamento de mérito, não havendo produção de coisa julgada material. Da decisão de impronúncia caberá o recurso de Apelação,conforme dispõe o art. 416 do Código de Processo Penal.
3. Absolvição Sumária: é uma verdadeira sentença de mérito, que faz coisa julgada material, impugnável pelo recurso de Apelação.
4. Desclassificação: desclassificar é dar uma definição jurídica diferente ao fato, podendo ocorrer na primeira fase ou em plenário. A desclassificação pode ser:
a. Desclassificação Própria: É quando o juiz dá uma definição jurídica diversa que exclui da competência do júri. Como exemplos se podem citar de tentativa para lesões, de doloso para culposo etc. O processo é redistribuído e o conexo vai junto. O recurso cabível para esta decisão que será de pronúncia é o Recurso em Sentido Estrito, conforme art.581, II, do CPP.
b. Desclassificação Imprópria: o crime residual permanece sendo de competência do júri. Por exemplo: de infanticídio para homicídio simples. O conexo segue o prevalente. Da decisão, que será de pronúncia, caberá Recurso em Sentido Estrito, conforme art.581, IV, CPP.
Existe também a desclassificação em Plenário, que pode ser Própria e Imprópria, não obstante decorre da forma como os jurados respondem aos quesitos. 
a. Própria: É quando os jurados negam a tentativa ou negam o dolo, que pode ser direto ou eventual, afastando a competência do júri e cabendo ao juiz presidente proferir a decisão.
b. Imprópria: Na desclassificação imprópria, limitada aos casos de excesso culposo na excludente ou quando admitida a participação dolosamente distinta, entende-se que os jurados firmaram a competência e podem julgar o crime conexo.

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