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Resumo Esquematizado - D Civil - TJ SP (com questões)

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Resumo Esquematizado 
Juiz do TJ SP 
 
 
 
Equipe Pedagógica 
Coordenador Professor Mauro Moreira 
Procurador Federal. Mestre e Especialista em Direito Tributário. Membro da International Fiscal 
Association. Aprovado nos concursos da Magistratura Estadual (Juiz do TJMA/2009), Notário e 
Registrador (Cartórios do PR, RS, MS, PE, BA etc), Procuradorias, Advogado da PETROBRAS, 
Advogado da Compesa, Analista de Tribunais e do MPPE etc. 
 
 
 
1 
DIREITO CIVIL 
 
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB (Lei nº 4.657/42) 
 
• Revogação: gênero da qual ab-rogação e derrogação são espécies. 
o Ab-rogação: é a revogação total da lei. 
o Derrogação: é a revogação parcial da lei. 
 
• Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela 
revogação da lei revogadora. Só é admitida de forma expressa. 
 
• Princípio da Obrigatoriedade Relativa /Mitigada: a presunção de conhecimento da lei 
não é absoluta, uma vez que se existem situações excepcionais expressamente 
previstas em lei em que se admite a alegação de erro de direito. 
 
• Obrigatoriedade “simultânea”: a lei entra em vigor em todos os locais do país ao 
mesmo tempo. 
 
• Espécies de Lacunas: 
o Lacuna normativa: ausência total de norma para um caso concreto; 
o Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha 
eficácia social; 
o Lacuna axiológica: presença de uma norma para o caso concreto, mas cuja 
aplicação seja insatisfatória ou injusta; 
o Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas, 
pendente de solução no caso concreto. 
 
• Analogia: é primeiro mecanismo de integração. É o preenchimento da lacuna através 
da comparação. Por meio da analogia, compara-se uma determinada hipótese, não 
prevista em lei, com outra, já contemplada em lei. O seu fundamento é a igualdade 
jurídica. A analogia pode ter duas formas: 
o Analogia legis: se concretiza pela comparação de um caso não previsto com 
outro já previsto em lei. Assim a lacuna será integrada comparando-se 
uma situação atípica (não tratada na norma) com uma outra situação 
especificadamente prevista em lei (típica). 
 
2 
o Analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com 
o sistema como um todo. Dessa forma, compara-se a situação não prevista 
em lei com os valores do sistema e não com um dispositivo legal. 
 
• Atenção: ANALOGIA X INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA 
o Analogia: rompe-se com os limites do que está previsto na norma (legislação) 
o Interpretação Extensiva: apenas amplia-se o sentido da norma, havendo a 
subsunção (conhecimento) 
 
• Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do particular. É uma 
concepção exclusivamente patrimonialista, de modo que não há direito adquirido 
personalíssimo. Todo direito adquirido é patrimonial. A nova lei deverá respeitar o 
negócio jurídico celebrado sob termo ou condição suspensiva. 
• Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes de uma decisão 
judicial contra a qual não cabe mais impugnação dentro dos mesmos autos. 
• Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos. O ato 
jurídico perfeito não mais produz efeitos. Ele é a antítese das relações continuativas, 
pois estas são as que perpassam no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam 
após o início de uma nova lei). 
 
• Critérios para solução de conflitos entre normas: 
o Critério Cronológico: norma posterior prevalece sobre a anterior. 
o Critério da Especialidade: norma especial prevalece sobre a geral. 
o Critério Hierárquico: norma superior prevalece sobre a inferior. 
o Antinomia de 1 º Grau: conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios 
acima expostos. 
o Antinomia de 2º Grau: conflito entre normas válidas que envolve DOIS dos 
critérios analisados, ou, quando não houver a possibilidade de solucionar um 
conflito pelos critérios acima. 
o Antinomia Aparente: aquela que pode ser resolvida pelos critérios da 
especialidade, hierarquia ou cronológico. Quando a própria lei estabelecer critério 
para a solução do conflito. 
o Antinomia Real: quando não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver 
na lei critério para a solução do conflito. 
 
 
• Antinomias de 2º Grau: 
o Norma especial e anterior X norma geral posterior (especialidade x 
cronológico): Prevalece a primeira, em razão da especialidade. 
 
3 
o Norma superior anterior X norma inferior posterior (hierárquico x 
cronológico): Prevalece a primeira, pela hierarquia. 
o Norma geral superior X norma especial inferior (hierárquico x especialidade): 
Não há uma metarregra geral de solução, sendo esta, portanto, uma antinomia 
real, segundo Maria Helena Diniz, podendo-se preferir para a solução do conflito 
qualquer um dos critérios. Todavia , para Bobbio, deve prevalecer a lei superior. 
 
 
2. Das Pessoas Naturais. 
 
• Absolutamente incapaz: somente o menor de 16 é absolutamente incapaz. 
 
• INCAPACIDADE X IMPEDIMENTO 
o Impedimento: é sinônimo de falta de legitimação, sendo episódico e casuístico, 
pois o sujeito é capaz para prática de atos civis, em geral, só sendo impedido 
de praticar atos expressamente previstos pela legislação. 
o Incapacidade: é genérica para os atos da vida civil. 
 
• Início da Personalidade: 
o Teoria natalista (Caio Mario, Venosa, Tepedino): a personalidade jurídica se 
inicia com o nascimento com vida (momento da primeira respiração). O nascituro 
não teria direitos, mas apenas expectativa de direitos. 
o Teoria concepcionista: a personalidade jurídica se inicia com a concepção. 
Logo, o nascituro teria personalidade jurídica. (Prevalece entre os doutrinadores 
contemporâneos). 
o Teoria da personalidade condicionada ( Serpa Lopes ): nascituro teria 
personalidade jurídica sujeita a condição suspensiva. É superada porque 
praticamente se equipara à concepcionista. 
o Teoria híbrida entre a natalista e a concepcionista (Rosenvald, Stolze, 
Carlos Gonçalves e Maria Helena ): sustentam que o nascituro tem 
personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da personalidade 
(ex. pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada personalidade 
jurídica formal. No entanto, não tem personalidade para o exercício dos 
direitos patrimoniais (personalidade material). Essa teoria é mais afinada com 
a ideia de despatrimonialização, pois faz bem a distinção entre direitos 
existenciais e patrimoniais. 
 
• Jurisprudência: 
 
4 
o Informativo 547 do STJ: O DPVAT é um seguro obrigatório de danos 
pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou por sua carga, 
a pessoas, transportadas ou não. Em outras palavras, qualquer pessoa que 
sofrer danos pessoais causados por um veículo automotor, ou por sua carga, 
em vias terrestres , tem direito a receber a indenização do DPVAT. Isso 
abrange os motoristas, os passageiros, os pedestres ou, em caso de morte, os seus 
respectivos herdeiros. O art. 3º, I, da Lei 6.194/74 afirma que deverá ser 
paga indenização do DPVAT aos herdeiros do falecido no caso de morte no 
trânsito. O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente de carro e, 
em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de receber a indenização 
por morte do DPVAT , nos termos do art. 3º, I, d a L ei 6.19 4/74. O 
Ministro Relator afirmou expressamente que, em sua opinião, “o ordenamentojurídico como um todo – e não apenas o código civil de 2002 – alinhou-
se mais à teoria concepcionista para a construção da situação jurídica do 
nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela majoritária doutrina 
contemporânea”. 
o STJ (2013): Pessoa jurídica de direito público não pode sofrer dano moral. 
o STF (2015): Biografado não precisa autorizar publicação de sua biografia. 
o STJ (2015): Sujeito abandonado pelo pai em tenra idade tem justa causa para mudar 
o nome. 
o STJ (2013): Mesmo sem finalidade lucrativa, o uso da imagem de artista gera da 
no moral. 
 
• Atenção: 
o Art. 12, parágrafo único, CC: é a regra geral; trata do direito da personalidade 
de modo geral. Legitimados: ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até o 
quarto grau. 
o Art. 20, parágrafo único, CC: é regra especial; só trata de determinados direitos 
da personalidade (imagem e direitos morais do autor). Legitimados: ascendentes, 
descendentes e cônjuge. 
 
• ENUNCIADO Nº 5 CJF: Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter 
geral e aplicam-se , inclusive , às situações previstas no art. 20, excepcionados os 
casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as 
disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar 
a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção 
dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada 
nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 
12. 
 
 
5 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
No caso da celebração de um contrato de prestação de serviços vinculados à saúde, a 
obtenção do consentimento informado do paciente, destinatário final do atendimento, é 
 
A) subordinada às condições e cláusulas do contrato celebrado, a serem apreciadas em cada 
caso concreto. 
 
B) obrigatória, tratando-se de obrigação vinculada ao princípio da boa-fé. 
 
C) facultativa e sujeita à aferição de necessidade, a ser feita pelo profissional de saúde. 
 
D) obrigatória, tratando-se da obrigação principal do contrato celebrado. 
 
Resposta: letra B 
 
O Princípio do CONSENTIMENTO INFORMADO constitui direito do paciente de 
participar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade 
psicofísica e o dever do médico alertar sobre os riscos e benefícios das terapêuticas 
envolvidas. (https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1061643/o-que-se-entende-por-principio-
do-consentimento-informado) 
 
Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura 
do paciente em "termo de consentimento informado", de maneira a alertá-lo acerca de 
eventuais problemas que possam surgir durante o pós-operatório. (STJ, REsp 1180815-
MG, 3ª Turma, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJe 26/08/2010) 
 
Enunciado 533, VI, JDC - "O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os 
aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja 
imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos 
médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.” 
 
Os arts. 6º, III, e 46 do CDC instituem o dever de informação e consagram o princípio da 
transparência, que alcança o negócio em sua essência, na medida em que a informação 
repassada ao consumidor integra o próprio conteúdo do contrato. Trata-se de dever 
intrínseco ao negócio e que deve estar presente não apenas na formação do contrato, mas 
também durante toda a sua execução. O direito à informação visa a assegurar ao 
consumidor uma escolha consciente, permitindo que suas expectativas em relação ao 
produto ou serviço sejam de fato atingidas, manifestando o que vem sendo denominado de 
 
6 
consentimento informado ou vontade qualificada. Diante disso, o comando do art. 6º, III, 
do CDC, somente estará sendo efetivamente cumprido quando a informação for prestada 
ao consumidor de forma adequada, assim entendida como aquela que se apresenta 
simultaneamente completa, gratuita e útil, vedada, neste último caso, a diluição da 
comunicação efetivamente relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou 
destituídas de qualquer serventia para o consumidor. (STJ, REsp 1144840-SP, 3ª Turma, 
Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJe 11/04/2012) 
 
 
 
 
3. Do Domicílio. 
 
• As regras quanto ao domicílio da pessoa natural constam entre os arts. 70 a 78 do CC. 
 
• Em sentido amplo, o domicílio pode ser definido como o local em que a pessoa pode ser 
sujeito de direitos e deveres na ordem privada, conceituando Maria Helena Diniz como 
sendo “a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito e 
onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos”. 
 
• A concepção do domicílio, dessa forma, relaciona-se com outros conceitos, como o de 
residência e de moradia. O domicílio, em regra, é o local em que a pessoa se situa, 
permanecendo a maior parte do tempo com ânimo definitivo. Por regra, pelo que consta do 
art. 70 do CC o domicílio da pessoa natural é o local de sua residência. Eventualmente, de 
acordo com o art. 71 do Código em vigor, a pessoa pode possuir dois ou mais locais de 
residência, onde, alternadamente, viva, considerando-se seu domicílio qualquer um desses 
locais (pluralidade domiciliar). 
 
• Essa pluralidade do mesmo modo está reconhecida pelo que consta no art. 72 do CC, pois 
o local em que a pessoa exerce a sua profissão também deve ser tido como seu domicílio 
(domicílio profissional). Se a pessoa exercitar a sua profissão em vários locais, todos 
também serão tidos como domicílios, o que amplia ainda mais as possibilidades antes 
vistas. De acordo com essa inovação, e porque a grande maioria das pessoas tem uma 
residência e outro local onde exerce sua profissão ou trabalha, em regra, a pessoa natural 
tem dois domicílios e não somente um como outrora, interpretação essa que era retirada do 
que constava no Código Civil de 1916. 
 
• Nos termos do art. 74, caput, do atual Código, cessando os elementos objetivo e subjetivo 
do domicílio, ocorre a sua mudança, desde que haja animus por parte da pessoa. Enuncia 
 
7 
esse dispositivo que “Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção 
manifesta de o mudar”. A prova dessa intenção será feita pelas declarações da pessoa às 
municipalidades dos lugares que deixa ou para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, 
da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem (art. 74, parágrafo único, 
do CC). Exemplificando, a alteração de domicílio eleitoral, como regra, vale como prova. 
 
• O conceito de habitação ou moradia é distinto dos de domicílio e de residência. Na 
moradia, há uma mera situação de fato, tratando-se do local onde a pessoa é encontrada 
ocasionalmente, não havendo ânimo de permanência. Desse modo, nos termos do art. 73 
do CC, ter-se-á como domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual o lugar 
onde for encontrada. O comando tem incidência para nômades, peregrinos, ciganos e 
circenses. 
 
• Por fim, pelo que consta do Código Civil de 2002, quanto à origem, é interessante 
vislumbrar a seguinte classificação do domicílio da pessoa natural: 
 
• a) Domicílio voluntário: é aquele fixado pela vontade da pessoa, como exercício da 
autonomia privada, tendo em vista as regras anteriormente estudadas. 
 
• b) Domicílio necessário ou legal: é o imposto pela lei, a partir de regras específicas que 
constam no art. 76 do Código Civil. Deve ficar claro que o domicílio necessário não exclui 
o voluntário, sendo as suas hipóteses, de imposição normativa: 
§ o domicílio dos absolutamente e relativamente incapazes (arts. 3.o e 4.o do CC) 
é o mesmo dos seus representantes; 
§ o domicílio do servidor público ou funcionário público é o local em que exercer, 
com caráter permanente,as suas funções; 
§ o domicílio do militar é o do quartel onde servir ou do comando a que se encontrar 
subordinado (sendo da Marinha ou da Aeronáutica); 
§ o domicílio do marítimo ou marinheiro é o do local em que o navio estiver 
matriculado; 
§ o domicílio do preso é o local em que cumpre a sua pena. 
 
• c) Domicílio contratual ou convencional: é aquele previsto no art. 78 do CC, pelo qual, “nos 
contratos escritos, poderão os contratantes especificar o domicílio onde se exercitem e cumpram os 
direitos e obrigações deles resultantes”. A fixação desse domicílio para um negócio jurídico acaba 
repercutindo na questão do foro competente para apreciar eventual discussão do contrato, razão 
pela qual se denomina tal previsão como cláusula de eleição de foro. 
 
 
8 
 
4. Das Pessoas Jurídicas 
 
Conceito 
• A pessoa jurídica é um agrupamento de pessoas humanas (a soma de esforços humanos) ou a 
destinação de um patrimônio (ex.: Fundações) com uma finalidade específica lícita e constituída 
na forma da lei. 
Para que uma pessoa jurídica se caracterize são necessários três elementos em harmonia: 
• Soma de esforços ou destinação patrimonial; 
• Finalidade específica lícita; 
• Constituição na forma da lei. 
 
O registro é que vai conferir personalidade jurídica. A pessoa jurídica ganha existência a partir do 
momento do registro. Em nosso país o registro ocorre com retroatividade de 30 dias para acobertar os atos 
desenvolvidos pela “Empresa” durante o seu processo de constituição. 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, 
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro. 
A pessoa jurídica não tem direitos da personalidade, mas tem a PROTEÇÃO que deles decorre, no 
que couber. A pessoa jurídica não tem o direito da personalidade em si, mas a proteção que deles pode 
decorrer alcança a pessoa jurídica (atributo de elasticidade). 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, conforme a súmula 227 do STJ (pois tem honra objetiva). 
 
 
5. Dos Bens Públicos 
 
Bens Públicos ou do Estado 
 
9 
• São os que pertencem a uma ENTIDADE DE DIREITO PÚBLICO INTERNO, como no caso da 
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entre outros (art. 98 do CC). Na IV Jornada de Direito 
Civil, concluiu-se que o rol constante do art. 98 do CC é meramente exemplificativo (numerus 
apertus) e não taxativo (numerus clausus). 
 
• Nos termos do art. 99 do CC, os bens públicos podem ser assim classificados: 
 
• Bens de uso geral ou comum do povo (art. 99, I, do CC) – São os bens destinados à utilização do 
público em geral, sem necessidade de permissão especial, caso das praças, jardins, ruas, estradas, 
mares, rios, praias, golfos, entre outros. Os bens de uso geral do povo não perdem a característica 
de uso comum se o Estado regulamentar sua utilização de maneira onerosa. 
• Bens de uso especial (art. 99, II, do CC) – São os edifícios e terrenos utilizados pelo próprio Estado 
para a execução de serviço público especial, havendo uma destinação especial, denominada 
afetação. São bens de uso especial os prédios e as repartições públicas. 
• Bens dominicais ou dominiais (art. 99, III, do CC) – São os bens públicos que constituem o 
patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de Direito Público, abrangendo tanto móveis 
quanto imóveis. São exemplos de bens dominicais os terrenos de marinha, as terras devolutas, as 
estradas de ferro, as ilhas formadas em rios navegáveis, os sítios arqueológicos, as jazidas de 
minerais com interesse público, o mar territorial, entre outros. 
 
• Segundo Cristiano Chaves, os bens públicos de uso geral do povo e os de uso especial são bens do 
domínio público do Estado. Os dominicais são do domínio privado do Estado. Os bens públicos 
dominicais podem, por determinação legal, ser convertidos em bens públicos de uso comum ou 
especial (AFETAÇÃO). Desse modo, os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial 
têm como característica a inalienabilidade, não havendo qualquer referência quanto aos dominicais 
no art. 100 do CC. O dispositivo seguinte consagra a possibilidade de alienação dos bens 
dominicais, desde que respeitados os parâmetros legais (art. 101 do CC). Quanto aos primeiros, 
lembre-se que a inalienabilidade não é absoluta, podendo perder essa característica pela 
DESAFETAÇÃO. Desafetação é mudança de destinação do bem, visando incluir bens de uso 
comum do povo, ou bens de uso especial, na categoria de bens dominicais, para possibilitar a 
alienação, nos termos das regras do Direito Administrativo. 
 
• Enuncia o art. 102 do Código de 2002 que os bens públicos, móveis ou imóveis, NÃO ESTÃO 
SUJEITOS A USUCAPIÃO, eis que há a imprescritibilidade das pretensões a eles referentes, 
confirmando determinação que já constava dos arts. 183, § 3.o, e 191, parágrafo único, da CF/1988, 
quanto aos bens imóveis. A expressão contida no dispositivo legal engloba tanto os bens de uso 
comum do povo como os de uso especial e dominicais. Destaque-se que existem teses que propõem 
que os bens públicos são usucapíveis. (CHAVES) 
 
 
10 
• Existe ainda o conceito de res nullius que são aqueles bens ou coisas que não têm dono (coisas de 
ninguém). Por uma questão lógica, esses somente o ser bens móveis, pois os imóveis que não 
pertencem a qualquer pessoa são do Estado (terras devolutas). 
 
 
6. Do Fato Jurídico. 
 
• Fato Jurídico (em sentido amplo) 
 
o Fato jurídico em sentido estrito 
§ Ordinário 
§ Extraordinário 
 
o Fato Humano 
§ Ato ilícito em sentido amplo 
Ø Ato ilícito em sentido estrito 
Ø Ato antijurídico 
§ Ato ilícito (ato jurídico em sentido amplo) 
Ø Ato jurídico em sentido estrito 
Ø Negócio jurídico 
Ø Ato-fato jurídico 
 
7. Do Negócio Jurídico 
 
• Erro / Ignorância (falsa noção ou desconhecimento) – vício na vontade 
o Coisa ou objeto 
o Pessoas 
o Direito 
o Se essencial, gera anulabilidade 
• Dolo (artifício ardiloso) – vício na vontade 
o Dolus bonus à não anula 
o Dolus malus à anula 
o Positivo (ação) ou negativo (omissão) à se essencial, gera anulabilidade 
 
• Coação (pressão) – vício na vontade 
 
11 
o Coação física (vis absoluta) à negócio nulo ou inexistente (há divergência 
doutrinária) 
o Coação moral (vis compulsiva) à negócio anulável 
• Estado de Perigo – vício na vontade 
o Perigo que acomete o negociante/pessoa de sua família/amigo (conhecido da outra 
parte) 
o Negócio anulável. 
 
• Lesão – vício na vontade 
o Premente necessidade ou inexperiência + desproporção 
o Negócio anulável 
 
• Simulação – vício social 
o Absoluta ou relativa 
o Subjetiva ou objetiva 
o Negócio nulo (sempre) 
 
• Fraude contra credores – vício social 
o Alienações gratuitas com intuito de prejudicar credores (não se confunde com 
fraude à execução) 
o Anulabilidade, por meio de ação pauliana. 
 
• Distinções importantes: 
 
LESÃO ESTADO DE PERIGO 
Premente necessidade ou inexperiência; Perigo que acomete o próprio negociante, pessoa 
de sua família ou amigo íntimo, sendo esse perigo 
de conhecimento do outro negociante; 
Prestação manifestamente desproporcional; Obrigação excessivamente onerosa; 
Independe do dolo de aproveitamento; Pressupõe o dolo de aproveitamento; 
Aplica-se a revisão negocial (art. 157, § 2º do 
CC); 
Há entendimento de aplicação analógica do art. 
157, § 2º do CC, visando a conservação negocial. 
Aplica-se exclusivamente nos contratos 
sinalagmáticos. 
Aplica-se aos negócios jurídicos em geral 
(também aos unilaterais). 
 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO 
Instituto de direito material; Instituto de direito processual;12 
O devedor tem várias obrigações assumidas 
perante os credores e aliena de forma gratuita 
ou onerosa os seus bens, visando prejudicar 
credores; 
 
A alienação se dá na pendência da prestação 
jurisdicional, após a citação; 
Atinge os interesses patrimoniais dos credores 
quirografários; 
Afeta a prestação jurisdicional, portanto, matéria 
de ordem pública; 
Pressupõe o manejo de ação pauliana/revocatória; Pode ser suscitada por simples petição; 
A sentença da ação anulatória tem natureza 
constitutiva negativa, gerando a anulabilidade do 
negócio jurídico celebrado. 
O reconhecimento da fraude tem natureza 
declaratória, gerando a ineficácia relativa do ato 
celebrado. 
 
 
8. Da Invalidade do Negócio Jurídico 
 
• ENUNCIADO 536 DO CJF: Resultando do negócio jurídico nulo consequências 
patrimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência 
da prescrição. 
• ENUNCIADO 537 DO CJF: A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, 
excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados 
quando justificados por interesses merecedores de tutela. 
• Súmula 381 do STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de 
ofício, da abusividade das cláusulas. Obs.: Referida súmula é criticada, pois nulidade é 
matéria de ordem pública. 
 
• Quadro comparativo: 
 
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA 
(ANULABILIDADE) 
Atinge interesse público; Atinge interesse particular; 
Pode ser suscitada por qualquer interessado, pelo 
MP e deve ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 
168 do CC) 
Só pode ser suscitada pelos interessados (art. 177 
do CC) 
É irratificável (art. 169, primeira parte do CC), ou 
seja, insuscetível de confirmação; 
É ratificável (art. 172 do CC). Pode ser sanada, 
inclusive pelas parte; 
A sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra 
geral, o ato nulo não produz efeitos; 
O tema está controvertido; 
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169, 
parte final do CC). Ou seja, a nulidade é 
imprescritível. 
A ação anulatória possui prazos decadenciais (4 
ou 2 anos) 
Hipóteses: Hipóteses: 
 
13 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o 
seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as 
partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei 
considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou 
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente 
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, 
estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
 
 
 
9. Da Prescrição e da Decadência. 
 
• Prescrição (principais características) 
o Extingue a pretensão; 
o Está ligada a direitos subjetivos, atingindo ações condenatórias; 
o Os prazos são estabelecidos apenas pela lei; 
o Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz; 
o Pode ser renunciada pelo devedor após a consumação; 
o Não corre contra determinadas pessoas; 
o Há casos de impedimento, suspensão ou interrupção; 
o Prazo geral: 10 anos; 
o Prazos especiais: 1 a 5 anos (art. 206 do CC) 
§ 01 ano: segurado contra o segurador, ou vice e versa; 
§ 02 anos: prestações alimentares; 
§ 03 anos: aluguéis de prédios; enriquecimento sem causa; reparação 
civil; 
§ 04 anos: pretensões relativas à tutela; 
§ 05 anos: cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público 
ou particular; pretensão de profissionais liberais. 
 
14 
 
• Decadência (principais características) 
o Extingue o direito; 
o Está ligada a direitos potestativos, atingindo as ações constitutivas (positivas ou 
negativas); 
o Os prazos podem ser estabelecidos por lei (decadência legal) ou por convenção das 
partes (decadência convencional); 
o Decadência legal: deve ser reconhecida de ofício pelo juiz; não pode ser 
renunciada pela parte; 
o Decadência convencional: não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz; pode ser 
renunciada após a consumação; 
o A decadência se opera contra todos, exceto em relação aos absolutamente 
incapazes; 
o Em regra, não se submete a causa de impedimento, suspensão ou interrupção (salvo 
regras específicas); 
o Majoritariamente entende-se que não há um prazo geral de decadência, mas sim 
um prazo geral para anulação do negócio jurídico (2 anos, a contar da celebração); 
 
 
• Jurisprudência: 
o Informativo 574 do STJ: Pequeno mecânico de bairro não tem qualificação 
profissional suficiente para ser enquadrado como profissional liberal (prescrição 
em 05 anos). Sendo assim, ele pode cobrar pelos seus serviços no prazo 
geral de 10 anos. 
o Informativo 588 do STJ: É de 03 anos o prazo da ação da entidade de 
previdência privada contra terceiro que se apropriou indevidamente dos valores 
do benefício. 
o Informativo 557 do STJ: É de 10 anos o prazo de prescrição de ação de um 
advogado contra o outro, buscando divisão de honorários. 
o Informativo 593 do STJ: É de 03 anos o prazo prescricional para que o 
evicto (quem perdeu o bem ) proponha a ação de indenização contra o 
alienante. 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Pedro celebra contrato de seguro, com cobertura para invalidez total e permanente. Em 20 
de outubro de 2008, é vítima de acidente. Fica hospitalizado e passa por longo tratamento 
 
15 
médico. Cientificado em 20 de julho de 2010 de que é portador de incapacidade total e 
permanente, formula pedido administrativo de pagamento da indenização securitária em 
20 de novembro de 2010. A seguradora alega que não há cobertura e, em 20 de setembro 
de 2011, formaliza a recusa ao pagamento da indenização, cientificando o segurado. 
Inconformado, Pedro propõe ação de cobrança de indenização securitária em 20 de janeiro 
de 2012. 
Assinale a alternativa correta. 
 
A) A ação deve ter prosseguimento, uma vez que o prazo para propositura teve início no 
momento em que Pedro teve ciência da incapacidade, que o prazo foi suspenso com a 
formulação do pedido administrativo e voltou a fluir com a cientificação da recusa da 
seguradora, e que na relação entre segurado e seguradora o prazo para a propositura é de 1 
(um) ano, conforme dispõe o artigo 206, § 1° , inciso II, “b”, do Código Civil. 
 
B) O direito de ação está atingido pela prescrição, uma vez que o prazo para propositura 
teve início na data do acidente e que na relação entre segurado e seguradora o prazo para a 
propositura é de 1 (um) ano, conforme dispõe o artigo 206, § 1° , inciso II, “b”, do Código 
Civil. 
 
C) A ação deve ter prosseguimento porque o prazo de prescrição envolvendo a pretensão 
de beneficiário contra a seguradora é de 3 (três) anos, conforme dispõe o artigo 206, § 3° , 
do Código Civil, e a contagem tem início com a cientificação da incapacidade. 
 
D) O direito de ação está atingido pela prescrição, uma vez que, embora o prazo para 
propositura seja de 3 (três) anos, conforme dispõe o artigo 206, § 3° , do Código Civil, a 
contagem teve início na data do acidente e não houve causa de interrupção. 
 
Resposta: letra A 
 
PRAZO/ PRESCRIÇÃO – ART. 206 CC 
 
1 ANO: a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o 
prazo: 
 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1o Em um ano: 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o 
prazo: 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
 
 
16 
Súmula 278 do STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a 
data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral 
 
Súmula 229 STJ: O pedido do pagamento de indenizaçãoà seguradora suspende o prazo 
de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. 
 
Ou seja, o prazo iniciou-se com a ciência inequívoca da incapacidade laboral por Pedro e 
se suspendeu com o início do processo administrativo na seguradora, voltando a correr 
quando o segurado teve ciência da recusa. Não houve, portanto, prescrição. 
 
 
10. Das Obrigações 
 
• Quanto ao conteúdo obrigacional: 
 
o Obrigações de Dar: 
§ Dar coisa Certa: é aquela que tem por objeto algo certo e 
individualizado, e que obrigará o devedor a entrega da mesma. 
§ Dar coisa Incerta: o objeto é determinado de maneira genérica 
(gênero e quantidade) e será determinado quando do adimplemento 
da obrigação. 
§ Restituir: devolução da coisa certa ao seu dono. 
 
o Obrigações de Fazer: é a que vincula o devedor à prestação de um serviço 
ou ato, seu ou de terceiros, em benefício do credor ou de terceira pessoa. 
§ Fungível: a prestação pode ser realizada pelo devedor ou por 
terceiro, pois não requer para sua execução aptidões pessoais. 
§ Infungível: ocorre quando a prestação só pode ser executada pelo 
próprio devedor, uma vez que s e levam em conta suas qualidades 
pessoais. 
 
o Obrigações de Não Fazer: ocorre quando o devedor se compromete a abster-
se de algum ato, que poderia praticar se não houvesse se comprometido pelo 
interesse do credor ou de terceiros. 
 
• Quanto à presença de elementos obrigacionais: 
 
o Obrigação Simples: 1 credor, 1 devedor e 1 prestação. 
 
17 
 
o Obrigação Composta: ocorre quando há multiplicidade de sujeitos e/ou objetos. 
 
§ Objetiva: multiplicidade de objetos (prestação). Pode ser 
CUMULATIVA (conjuntiva): todos os objetos (prestações) devem 
ser prestados. Tem-se o conectivo “e”. ALTERNATIVA (disjuntiva): 
um ou outro objeto deve ser prestado. 
 
§ Subjetiva: multiplicidade de sujeitos. Pode ser SOLIDÁRIA ATIVA: 
vários credores: SOLIDÁRIA PASSIVA: vários devedores; 
SOLIDÁRIA MISTA/RECÍPROCA: vários credores e vários 
devedores; ou ainda NÃO SOLIDÁRIA: pluralidade simples de 
sujeitos, que sofrerá influência das regras de divisibilidade e 
indivisibilidade da prestação. 
 
o Obs.: obrigação facultativa à para bem se entender a diferença entre a obrigação 
alternativa e a facultativa deve-se notar que, na alternativa, são devidas duas coisas 
alternativamente; na facultativa, apena s uma ciosa é de vida, mas o devedor pode 
preferir pagar com outra. Por consequência, na obrigação facultativa , perecendo 
a coisa, o liame obrigacional s e desata, desde que não houve no perecimento culpa 
do devedor” Gaetano Sciascia. A obrigação facultativa não está expressa no nosso 
Código Civil. Portanto ela é aquela que tem por objeto uma só prestação, mas a lei 
ou o contrato permite que o devedor substitua essa prestação por outra 
predeterminada, para facilitar-lhe o pagamento. Para obrigação FACU LTATIVA 
se a prestação estiver eivada de qualquer vício, inválida restará toda a obrigação; 
o que não acontecerá com as obrigações AL TERNATIVAS, porque, embora 
defeituosa uma de suas opções, a outra, ou outras, permanece eficaz para ser 
prestada. 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Em relação à cláusula penal decorrente da inexecução de obrigação, assinale a alternativa 
correta. 
 
A) A exigibilidade da cláusula penal perante pessoa jurídica está condicionada à 
comprovação de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, 
ou pela confusão patrimonial. 
 
18 
 
B) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue o prejuízo e que este 
não exceda o valor da obrigação principal. 
 
C) O prejuízo excedente à cláusula penal poderá ser exigido se houver expressa convenção 
contratual nesse sentido. 
 
D) Sempre que o prejuízo exceder a pena convencional, o credor poderá exigir indenização 
suplementar, competindo-lhe provar o prejuízo excedente. 
 
Resposta: letra C 
 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
 
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o 
credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a 
pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo 
excedente. 
 
Há duas espécies de cláusula penal: moratória (admite cumulação com pedido 
indenizatório, aplicada sobre partes específicas do acordo, podendo existir várias delas) e 
a compensatória (não admite cumulação, pois é a antecipação de perdas e danos, aplicada 
em caso de inadimplemento absoluto). 
 
O valor da cláusula penal não pode ultrapassar o da obrigação principal. 
 
A cláusula penal compensatória, em regra, não admitirá complementação de valor, 
podendo tal situação ser convencionada. 
 
Já a moratória admite suplementação, já que não se refere aos prejuízos, mas ao atraso em 
si. Nos casos em que se requerer indenização suplementar, é necessário a prova de tal 
situação. 
 
 
 
11. Dos Contratos 
 
• Plano da Existência 
o Partes 
o Vontade 
 
19 
o Objeto 
o Forma 
 
• Plano da Validade 
o Partes capazes 
o Vontade livre 
o Objeto lícito, possível, determinável ou determinado 
o Forma prescrita ou não defesa em lei 
 
• Plano da Eficácia 
o Condição 
o Termo 
o Juros 
o Multa 
o Perdas e danos 
o Inadimplemento 
o Resolução 
o Resilição 
o Registro imobiliário 
o Tradição (em regra) 
 
12. Dos Contratos em Espécie 
 
• Contrato de Compra e Venda 
o Elementos essenciais do contrato de compra e venda: 
§ Coisa 
§ Preço 
§ Consenso 
o Pactos adjetos a o contrato de compra e venda: 
§ Retrovenda 
§ Venda a contento e venda sujeita à prova 
§ Perempção ou preferência 
§ Reserva de domínio 
o Informativo 629 do STJ: É devida a condenação ao pagamento de taxa de 
ocupação (aluguéis) pelo período em que o comprador permanece na posse do bem 
imóvel, no caso de rescisão do contrato de promessa de compra e venda, 
 
20 
independentemente de ter sido o vendedor quem deu causa ao desfazimento do 
negócio. STJ. 3ª Turma.REsp 1.613.613-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 12/06/2018. 
o Súmula 1 do TJSP: O Compromissário comprador de imóvel, mesmo 
inadimplente, pode pedir a rescisão do contrato e reaver as quantias pagas, admitida 
a compensação com gastos próprios de administração e propaganda feitos pelo 
compromissário vendedor, assim como com o valor que se arbitrar pelo tempo de 
ocupação do bem. 
o Súmula 2 do TJSP: A devolução das quantias pagas em contrato de compromisso 
de compra e venda de imóvel deve ser feita de uma só vez, não se sujeitando à 
forma de parcelamento prevista para a aquisição. 
o Súmula 3 do TJSP: Reconhecido que o compromissário comprador tem direito à 
devolução das parcelas pagas por conta do preço, as partes deverão ser repostas ao 
estado anterior, independentemente de reconvenção. 
o Súmula 161 do TJ SP: Não constitui hipótese de caso fortuito ou de força maior, 
a ocorrência de chuvas em excesso, falta de mão de obra, aquecimento do mercado, 
embargo do empreendimento ou, ainda, entraves administrativos. Essas 
justificativas encerram “res inter alios acta” em relação ao compromissário 
adquirente. 
o Súmula 162 do TJ SP: Descumprido o prazo para a entrega do imóvel objeto do 
compromisso de venda e compra, é cabível a condenação da vendedora por lucros 
cessantes, havendo a presunção de prejuízo do adquirente, independentemente da 
finalidade do negócio. 
o Súmula 163 do TJ SP: O descumprimento do prazo de entrega do imóvel objeto 
do compromisso de venda e compra não cessa a incidência de correção monetária, 
mas tão somente dos encargos contratuais sobre o saldo devedor. 
o Súmula 164 do TJ SP: É valido o prazo de tolerância não superior a cento e 
oitenta dias, para entrega de imóvel em construção, estabelecido no compromisso 
de venda e compra, desdeque previsto em cláusula contratual expressa, clara e 
inteligível. 
 
• Contrato de Doação 
o Espécies de doação: 
§ Doação remuneratória 
§ Doação como adiantamento de legítima 
 
21 
§ Doação com cláusula de reversão 
§ Doação universal 
§ Doação inoficiosa 
§ Doação do cônjuge adúltero 
§ Doação conjuntiva 
§ Doação onerosa 
o Revogação da doação: arts. 555 a 557 do CC 
 
• Contrato de Locação 
o Informativo 629 do STJ: A certidão de parcelamento fiscal é suficiente para 
suprir a exigência prevista no inciso III do art. 71 da Lei nº 8.245/91 (Lei de 
Locações) para efeito do ajuizamento de ação renovatória de locação 
empresarial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.698.814-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 26/06/2018. 
 
o Súmula 7 do TJ SP: Nos contratos de locação, responde o fiador pelas suas 
obrigações mesmo após a prorrogação do contrato por prazo indeterminado se não 
se exonerou na forma da lei. 
o Súmula 8 do TJ SP: É penhorável o único imóvel do fiador em contrato locatício, 
nos termos do art. 3º, VII, da Lei 8.009, de 29.03.1990, mesmo após o advento da 
Emenda Constitucional nº 26, de 14.02.2000. 
 
o Súmula 21 do TJ SP: Na chamada denúncia vazia, a retomada é deferida pela só 
conveniência do locador, sendo dispensável audiência de instrução e julgamento. 
 
o Súmula 24 do TJ SP: A locação verbal presume-se por tempo indeterminado. 
 
• Contrato de Seguro 
o Súmula 9 do TJ SP: O recebimento do seguro obrigatório implica tão-somente 
quitação das verbas especificamente recebidas, não inibindo o beneficiário de 
promover a cobrança de eventual diferença. 
 
o Súmula 10 do TJ SP: Na cobrança de seguro obrigatório o autor tem a opção de 
ajuizar a ação no foro do lugar do fato, do seu domicílio ou do réu. 
 
o Súmula 11 do TJ SP: A falta do bilhete do seguro obrigatório ou da comprovação 
do pagamento do prêmio não exime a seguradora de honrar a indenização, ainda 
que o acidente anteceda a vigência da Lei nº 8.441/92. 
 
 
22 
o Súmula 100 do TJ SP: O contrato de plano/seguro saúde submete-se aos ditames 
do Código de Defesa do Consumidor e da Lei n. 9.656/98 ainda que a avença tenha 
sido celebrada antes da vigência desses diplomas legais. 
 
• Contrato de Empréstimo 
o Comodato: 
§ É empréstimo de uso. 
§ Por ser empréstimo de uso, o comodatário se compromete a restituir 
o mesmo bem. 
§ Comodato recai sobre bens infungíveis e inconsumíveis. Lembrando 
que nada impede a chamada infungibilidade convencional 
§ Não transfere a propriedade. O que ocorre no comodato é apenas 
desmembramento possessório. Comodante com a posse indireta e 
o comodatário com a posse direta. O s riscos correm pelo 
comodatário, jamais podendo recobra r do comodante as despesas 
com o uso e gozo da coisa empresta. O comodante dispõe d e ação 
possessória. 
§ É gratuito. É sua causa, sua essência. Se for prevista remuneração, 
o contrato deixa de ser considerado comodato. 
§ É contrato real. Só se constitui a partir da entrega da coisa. 
§ Súmula 15 do TJ SP: É cabível medida liminar em ação possessória 
decorrente de contrato verbal de comodato, desde que precedida de 
notificação e audiência de justificação de posse para verificação dos 
requisitos estabelecidos no art. 927 do Código de Processo Civil. 
 
o Mútuo: 
§ É empréstimo de consumo. 
§ O mutuário vai consumir a coisa, se obrigando a restituir outro 
bem, da mesma qualidade, quantidade e espécie. 
§ É de sua essência que recai sobre bem fungível e consumível. 
§ O mutuário vai consumir a coisa. Ele não vai restituir a própria 
coisa, mas sim outra similar. Logo, em relação àquele exato bem 
entregue a o mutuário, ocorre a transferência da propriedade. Como 
consequência, pela lógica RES PERIT DOMINO, os riscos correm 
pro mutuário. N o mútuo, portanto, não há desmembramento 
possessório. Por isso o mutuante não dispõe de ação possessória. 
§ O contrato é bifronte. Ou seja, pode ser gratuito ou oneroso 
(feneratício). Admite as duas modalidades. Mútuo, mandato e 
depósito são exemplos de contratos bifrontes. 
 
 
23 
• Jurisprudência – informativos: 
o STJ (590): o segurado que, devido à s ameaças de morte feitas pelo criminoso 
a ele e à sua família, deixou de comunicar prontamente o roubo do seu 
veículo à seguradora não perde o direito à indenização securitária (art. 771 do 
CC). 
o STJ (591): E m regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha 
dado termo de quitação ou renúncia ao causador do sinistro, a seguradora 
continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva contra o autor do dano e 
de ser ressarcida pela s despesas que efetuou com o reparo ou substituição do 
bem sinistrado. 
o STJ (593): Não é possível a estipulação de multa no contrato d e honorários 
par a as hipótese s de renúncia ou revogação unilateral do mandato do 
advogado, independente mente de motivação, respeitado o direito d e 
recebimento dos honorários proporcionais ao serviço prestado. É direito do 
advogado renunciar ou da parte revogar o mandato a qualquer momento. 
o STJ (594): No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a 
seguradora, é devida a indenização securitária se o condutor d o veículo 
(funcionário da empresa segurada ) estava embriagado? (i) Em regra: NÃO. (ii) 
Exceção: será devido o paga mento da indenização se a empresa segurada 
conseguir prova r que o acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse 
embriagado. 
o STJ (599 ): A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é 
permitida quando houver expressa pactuação. Isso significa que a 
capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual, semestral, 
mensal), somente será considerada válida s e estiver expressa mente pactua da no 
contrato. 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Mediante contrato escrito, José efetua a venda de imóvel a Maria. Embora consumado o 
negócio, Maria desiste da compra depois de noventa dias. O corretor Antônio exige de José 
o pagamento de remuneração pelo trabalho de mediação. 
A respeito do caso hipotético, é correto afirmar que a remuneração 
 
A) não é exigível, ainda que a corretagem tenha sido contratada por escrito e com 
exclusividade. 
 
 
24 
B) é exigível, exceto se a compradora deixou de efetuar o pagamento total ou parcial do 
preço, independentemente de tal circunstância ter sido prevista em contrato pelo vendedor 
e pelo corretor. 
 
C) não é exigível, uma vez que o rompimento do contrato de venda e compra equivale à 
não obtenção do resultado do trabalho do corretor. 
 
D) é exigível, uma vez que o contrato de venda e compra foi concluído e que o 
arrependimento de uma das partes não é oponível ao corretor. 
 
Resposta: letra D 
 
Contrato de corretagem é o ajuste por meio do qual o corretor obriga-se a obter para uma 
pessoa que o contrata ( “cliente” ou “comitente”) um ou mais negócios, conforme as 
instruções recebidas (art. 722 do CC). 
 
O contrato de corretagem é informal, não precisando ser escrito (pode ser verbal). 
 
De quem é a responsabilidade pelo pagamento da comissão de corretagem: do vendedor 
ou do comprador? 
 
• Regra: a obrigação de pagar a comissão de corretagem é daquele que efetivamente 
contrata o corretor (não importa se é o comprador ou o vendedor). 
 
• Exceção: o contrato firmado entre as partes e o corretor poderá dispor em sentido 
contrário, ou seja, poderá prever que comprador e vendedor irão dividir o pagamento, que 
só o vendedor irá pagar etc. 
 
A remuneração do corretor, se não foi fixada no contrato nem na lei, será arbitrada segundo 
a natureza do negócio e os usos locais. No dia-a-dia imobiliário,não havendo previsão 
contratual, deverá ser pago ao corretor 6% sobre o valor do imóvel urbano vendido. 
 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.288.450-AM, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 
24/2/2015 (Info 556). 
 
Retirado do Dizer o Direito. 
 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Assinale a alternativa correta. 
 
25 
 
A) O fiador pode se exonerar do cumprimento da garantia estabelecida sem limitação de 
tempo, desde que promova a notificação do credor. 
 
B) A ausência de renúncia ao benefício de ordem impede a excussão de bens do fiador, 
caso o devedor recaia em insolvência. 
 
C) A fiança por dívida futura não admite exoneração do fiador, exceto se a obrigação ainda 
não exigível for cumprida antecipadamente. 
 
D) A manifestação de vontade do devedor é requisito essencial à validade da fiança. 
 
Resposta: letra A 
 
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, 
sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta 
dias após a notificação do credor. 
 
 
 
13. Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954 do Código Civil) 
 
• Pressupostos para a responsabilização civil: 
o Conduta: a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem 
(art. 932 a 934 do CC) ou por fato da coisa (art. 936 a 938 do CC). 
o Dolo ou culpa em sentido estrito: a culpa em sentido estrito pode ser 
imprudência, negligência o u imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do 
direito penal. 
o Dano: pode ser patrimonial, moral ou estético. 
o Nexo de causalidade 
 
• Jurisprudência – informativos: 
o STJ (589): A sociedade empresária proprietária de semirreboque pode figurar 
no polo passivo de ação de reparação de danos ajuizada em decorrência de 
acidente de trânsito envolvendo o caminhão trator ao qual se encontrava 
acoplado. 
o STJ (589 ): Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação d a parte 
para o comparecimento à perícia médica deve ser pessoal, e não por intermédio 
de advogado. 
 
26 
o STJ (592): Caracteriza abuso d e direito ou ação passível de gerar 
responsabilidade civil objetiva pelos danos causados a impetração do habeas 
corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção, deferida 
judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a 
vida extrauterina. 
o STJ (598): A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física 
contra criança ou adolescente configura elemento caracteriza dor da espécie 
do dano moral in re ipsa. Ainda que tenha uma percepção diferente do 
mundo e uma maneira peculiar de se expressar, a criança não permanece 
alheia à realidade que a cerca, estando igualmente sujeita a sentimentos 
como o medo, a aflição e a angústia. 
o STJ (599): A responsabilidade civil do in capaz pela reparação d os danos 
é subsidiária , condicional, mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos 
menores), quando praticarem atos que cusem prejuízos, terão responsabilidade 
subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
José outorga mandato verbal a advogado para em seu nome propor ação de revisão de 
benefício previdenciário. A ação é julgada improcedente em primeiro grau e o advogado 
perde o prazo para interpor apelação. Entendendo que poderia ter sido vencedor na referida 
ação, José propõe ação de indenização, pleiteando a condenação do advogado ao 
pagamento de indenização por dano material correspondente ao valor que receberia na ação 
de revisão, caso esta fosse procedente, e por dano moral. A ação de indenização é julgada 
procedente. 
Assinale a alternativa que corresponde corretamente aos fundamentos adotados na 
sentença. 
 
 
A) Conduta negligente do advogado, decorrente de responsabilidade contratual pelo fato 
do serviço e do descumprimento de obrigação de resultado. 
 
B) Conduta ilícita do advogado pela perda de uma chance, decorrente de responsabilidade 
contratual objetiva, independentemente da existência de culpa. 
 
C) Conduta negligente do advogado, decorrente de responsabilidade contratual e do 
descumprimento da obrigação de aplicar a diligência habitual na execução do mandato. 
 
27 
 
D) Conduta ilícita do advogado pela perda de uma chance, decorrente de culpa aquiliana e 
do descumprimento de dever comum de cuidado na prática de atividade profissional. 
 
Resposta: letra C 
 
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do 
mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem 
substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente. 
 
 Inaplicabilidade da Teoria da Perda de uma Chance 
 
O simples fato de um advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para a 
interposição de um recurso não enseja indenização pela teoria da perda de uma chance. 
 
Em caso de responsabilidade de profissionais da advocacia por condutas apontadas como 
negligentes, e diante do aspecto relativo à incerteza da vantagem não experimentada, as 
demandas que invocam a teoria da "perda de uma chance" devem ser solucionadas a partir 
de uma detida análise acerca das reais possibilidades de êxito do processo, eventualmente 
perdidas em razão da desídia do causídico. 
 
Vale dizer, não é só o fato de o advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para a 
interposição de recursos, que enseja sua automática responsabilização civil com base na 
teoria da perda de uma chance. 
 
É absolutamente necessária a ponderação acerca da probabilidade - que supõe real - que a 
parte teria de se sagrar vitoriosa. 
 
(REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 
16/11/2010) 
 
Fonte: Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. Márcio Cavalcante. 
 
 
14. Da Posse. 
 
 
28 
• Conceito de posse: domínio fático sobre a coisa . Exercício de um dos atributos da 
propriedade (art. 1.196 do CC). 
 
• Posse X detenção: A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor 
da posse. O detentor tem a posse não em nome próprio, mas em nome daquele o 
qual ele está subordinado, seguindo ordens e instruções (art. 1198). 
 
• Teorias justificadoras: 
o Teoria Subjetivista ou Subjetiva (Savigny). Posse = Corpus + Animus Domini. Não 
foi a adotada. 
o Teoria Objetivista ou Objetiva (Ihering). Posse = Corpus. Teoria adotada na visão 
clássica. 
o Teoria da Função Social da Posse (Saleilles, Perozzi e Gil). Posse é função 
social (posse-trabalho). 
 
• Ações Possessórias: 
o Reintegração, no caso de esbulho; 
o Manutenção de posse, no caso de turbação; 
o Interdito proibitório, no caso de ameaça. 
 
• Jurisprudência – informativos: 
o STJ (590 ): Particulares pode m ajuizar ação possessória para resguardar o 
livre exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum do povo) 
instituída como servidão de passagem. 
 
o Súmula 4 do TJ SP: É cabível liminar em ação de imissão de posse, mesmo em 
se tratando de imóvel objeto de arrematação com base no Decreto-Lei nº 70/66. 
 
o Súmula 5 do TJ SP: Na ação de imissão de posse de imóvel arrematado pelo 
credor hipotecário e novamente alienado, não cabe, por ser matéria estranha ao 
autor, a discussão sobre a execução extrajudicial e a relação contratual antes 
existente entre o primitivo adquirente e o credor hipotecário. 
 
o Súmula 30 do TJ SP: Cabível sempre avaliação judicial prévia para imissão na 
posse nas desapropriações. 
 
• Propriedade 
o Atributos: 
§ Gozar ou fruir 
 
29 
§ Reaver ou buscar 
§ Usar ou utilizar 
§ Dispor ou alienar 
 
 
15. Da Propriedade. Da Aquisição da Propriedade Imóvel. Da Usucapião. 
 
• Informativo 630 do STJ: É possívelo reconhecimento da usucapião quando o prazo 
exigido por lei se complete no curso do processo judicial, conforme a previsão do art. 493, 
do CPC/2015, ainda que o réu tenha apresentado contestação. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/06/2018 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Não sendo proprietário de imóvel, Nelson passa a ocupar como seu, no ano de 2005, imóvel 
localizado em área urbana de Brasília, com 450 metros quadrados. Ali estabelece sua 
moradia habitual, tornando pública a posse. O imóvel é de propriedade de Fábio, 
embaixador brasileiro em atividade na Bélgica desde o ano 2000. Quando retorna ao Brasil 
no ano de 2008, Fábio se aposenta e fixa residência em Santa Catarina. No ano de 2016, 
Nelson propõe ação de usucapião contra Fábio. 
Considerando ser incontroverso que Nelson exerce a posse, sem quaisquer vícios, assinale 
a alternativa correta. 
 
A) A ação é procedente, pois foram preenchidos todos os requisitos legais da usucapião 
especial urbana: posse com animus domini, por 5 (cinco) anos, já que Nelson estabeleceu 
no imóvel sua moradia habitual, sem interrupção e oposição, não sendo proprietário de 
outro imóvel urbano ou rural. 
B) A ação é procedente, pois foram preenchidos todos os requisitos legais da usucapião 
extraordinária: posse com animus domini por 10 (dez) anos, já que Nelson estabeleceu no 
imóvel sua moradia habitual, sem interrupção ou oposição. 
C) A ação é improcedente, pois, embora dispensados o justo título e a boa-fé, e tendo a 
posse sido contínua e pacífica, não foi preenchido o pressuposto temporal de 15 (quinze) 
anos. 
D) A ação é improcedente, pois, embora a posse tenha sido exercida com animus domini, 
de forma contínua e pacífica, faltou o preenchimento do requisito temporal de 10 (dez) 
anos, em razão da existência de causa impeditiva atinente à ausência de Fábio do país, o 
que impediu a contagem do prazo da prescrição aquisitiva entre 2005 e 2008. 
 
30 
 
Resposta: letra D 
 
Art. 1.238. Aquele que, por 15 anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um 
imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo 
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
 
 Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a 10 anos se o possuidor 
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços 
de caráter produtivo. 
 
Porém, esse prazo ficou suspenso no período que o proprietário eStava como embaixador 
brasileiro em atividade na Bélgica (2000 a 2008). 
 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que 
obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à 
usucapião. 
 
c/c 
 
Art. 198,CC Também não corre a prescrição: 
 
(...) 
 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
 
Sendo assim, a ação é improcedente, pois, embora a posse tenha sido exercida com animus 
domini, de forma contínua e pacífica, faltou o preenchimento do requisito temporal de 10 
(dez) anos, em razão da existência de causa impeditiva atinente à ausência de Fábio do país, 
o que impediu a contagem do prazo da prescrição aquisitiva entre 2005 e 2008 
 
 
 
16. Dos Direitos de Vizinhança (arts. 1.277 a 1.313 do Código Civil) Do Condomínio Geral. Do 
Condomínio Edilício (arts. 1.314 a 1.358-A do Código Civil). Da Superfície. Das Servidões. 
Do Usufruto. Do Uso. Da Habitação. Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese (artigos 1.369 a 
1.510 do Código Civil) 
 
31 
 
• Servidão: servidão é a relação jurídica real por meio da qual o proprietário vincula 
o seu imóvel, dito serviente, a prestar certa utilidade a outro prédio, dito dominante, 
pertencente a dono distinto, obrigando-se, e m consequência, a não praticar 
determinados atos dominiais no prédio serviente ou a não impedir que neste o 
proprietário do imóvel dominante pratique atos de extração da utilidade que lhe foi 
concedida. 
 
• Usufruto: trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar 
um objeto alheio como se fosse próprio, retirando as suas utilidades e frutos, 
conteúdo sem alterar-lhe a substância. Assim, o conteúdo do domínio é fracionado, 
pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos naturais, industriais e civis e retira 
proveito econômico da coisa, remanesce em poder d o nu-proprietário a substância 
do direito, vale dizer, a faculdade de disposição da coisa e o seu próprio valor, 
podendo alienar, instituir ônus real ou dar qualquer outra forma de disposição ao 
objeto, apesar de despido de importantes atributos. Portanto, como contrapartida ao 
aproveitamento do bem e às faculdades que lhe são concedidas, zelará o usufrutuário 
pela manutenção da integridade da coisa, em sua destinação econômica. 
 
• Uso: o direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele não se confunde. 
Ambos são temporários por essência, mas o direito d e uso possui abrangência 
reduzida , pois o s eu titular não tem autorização para gozar a coisa. Ou seja, o 
usuário pode usar o bem móvel ou imóvel, desde que não sejam consumíveis ou 
fungíveis, sendo-lhe, todavia, impedida a sua fruição. 
 
• Habitação: Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular residir gratuita 
e temporariamente em um prédio, com sua família. O imóvel só s e destina à 
ocupação direta do beneficiário, sendo insuscetível de locação ou comodato, sob pena 
de resolução contratual. 
 
• Jurisprudência – informativos: 
o STJ (588): O condomínio, independentemente de previsão em regimento 
interno, não pode proibir, em razão d e inadimplência, condômino e seus 
familiares de usar áreas comuns, a inda que destinadas apenas a lazer. 
o STJ (591): O proprietário de imóvel tem direito d e construir aqueduto no 
terreno d o s eu vizinho, independentemente d o consentimento deste , para 
receber águas provenientes d e outro imóvel, desde que não existam outros 
meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento 
de prévia indenização ao vizinho prejudicado. 
 
32 
o STJ (59 2): A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – d e 
não construir j anelas a menos d e 1,5m do terreno vizinho – possui caráter 
objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento ("invasão"). 
o STJ (596): Na vigência do Código Civil d e 2002, é quinquenal o prazo 
prescricional para que o condomínio geral ou edilício (vertical ou horizontal) 
exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou 
extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do 
dia seguinte ao vencimento da prestação. 
 
• Hipoteca: A hipoteca é um direito real de garantia, em virtude do qual um bem 
imóvel (exceto navios e aeronave s) remanesce na posse d o devedor ou de terceiros, 
assegurando preferencialmente ao credor o pagamento de uma dívida. Um ou mais 
bens específicos do patrimônio imobiliário do devedor ou d o terceiro garantidor são 
afeta dos como caução específica de uma obrigação. 
 
• Penhor: Pelo penhor, entrega-se a coisa móvel, fungível ou infungível, corpóreo o u 
incorpóreo (ex. créditos), a título de garantia, mas sem a transferência da propriedade 
, que remanesce na titularidade do de vedor. 
 
• Anticrese: Anticrese é o direito real d e garantia em que o devedor transmite ao se 
u credor a posse direta de imóvel de sua propriedade,a fim de que este último 
pague-se com os frutos oriundos da exploração econômica da coisa, paulatinamente 
abatendo os juros e o débito principal. 
 
17. Da Propriedade Resolúvel. Da Propriedade Fiduciária. 
 
• Alienação fiduciária em garantia 
o Conceito: Negócio jurídico pelo qual o devedor fiduciante aliena o bem 
adquirido a um terceiro, o credo r fiduciário, que paga o preço a o alienante 
originário. Constata-se que o credor fiduciário é o proprietário da coisa, tendo, 
ainda, um direito real sobre a coisa que lhe é própria. Com o pagamento 
de todos os valores devidos, o devedor fiduciante adquire a propriedade, o 
que traz a conclusão de que a propriedade do credor fiduciário é resolúvel. 
o Natureza jurídica: Trata- se de um direito real de garantia sobre coisa própria, 
que pode ser um bem móvel ou imóvel. A propriedade fiduciária é 
modalidade de propriedade resolúvel. 
 
• Informativo 629 do STJ: O equipamento de monitoramento acoplado em caminhão é 
qualificado como pertença e pode ser retirado pelo devedor fiduciante que o colocou. 
 
33 
CC/Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das 
circunstâncias do caso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.667.227-RS, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 26/06/2018. 
 
• Súmula 60 do TJ SP: A propriedade fiduciária constitui-se com o registro do instrumento 
no registro de títulos e documentos do domicílio do devedor. 
 
 
18. Do Direito de Família. Do Casamento. 
 
• Modalidades de Família: 
o Família matrimonial: decorrente do casamento. 
o Família informal: decorrente da união estável. 
o Família homoafetiva: de corrente da união de pessoas do mesmo sexo, já 
reconhecida por nossos Tribunais Superiores, inclusive no tocante ao casamento 
homoafetivo. 
o Família monoparental: constituída pelo vínculo existente entre um dos genitores 
com seus filhos, no âmbito de especial proteção d o Estado. 
o Família anaparental: decorrente “da convivência entre parentes ou entre 
pessoas, ainda que não parentes, dentro de uma estruturação com identidade e 
propósito”. 
o Família eudemonista: conceito que é utilizado para identificar a família pelo 
seu vínculo afetivo, pois, nas palavras de Maria Berenice Dias , citando 
Belmiro Pedro Welter, a família eudemonista “busca a felicidade individual 
vivendo um processo de emancipação dos seus membros”. A título de 
exemplo, pode ser citado um casal que convive sem levar em conta a rigidez 
dos deveres d o casamento, p revistos 
 
• Principais modalidades de casamento: 
o Casamento nos casos de moléstia grave; 
o Casamento nuncupativo (em viva voz) 
o Casamento por procuração 
o Casamento perante autoridade consular 
 
• Casamento 
o Conceito: o casamento é a união de duas pessoas reconhecida e 
regulamentada pelo Estado, formada com o objetivo de constituição d e uma 
família e baseada em um vínculo de afeto. Pela conceituação clássica, o 
 
34 
casamento exigiria diversidade de sexos. Todavia, hoje, reconhece- se a 
possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
o Natureza jurídica: Existem três correntes a respeito da natureza jurídica do 
casamento: 
§ Teoria institucionalista: para essa corrente, o casamento é uma 
instituição social. Essa concepção é defendida por Maria Helena 
Diniz. 
§ Teoria contratualista: o casamento constitui um contrato d e natureza 
especial, e com regras próprias de formação. A essa corrente está 
filiado Silvio Rodrigues. 
§ Teoria mista ou eclética: segundo essa corrente , o casamento é 
uma instituição quanto a o conteúdo e um contrato especial quanto à 
formação. 
 
• Impedimento do casamento: 
o os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
o os afins em linha reta; 
o o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; 
o os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; 
o o adotado com o filho do adotante; 
o as pessoas casadas; 
o o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio 
contra o seu consorte. 
 
• Causas suspensivas do casamento: 
o o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
o a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
o o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal; 
o o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou 
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
 
• União Estável 
o Constitui entidade familiar. 
o Há direito a alimentos, direito à meação, direitos sucessórios, entre outros. 
 
35 
o Pessoas solteiras, viúvas, divorciadas, separadas de fato e separadas 
extrajudicial ou judicialmente antes da Emenda do Divórcio. 
o Não pode existir impedimento matrimonial. 
o Cabe eventual ação de reconhecimento e dissolução da união estável 
o Competência da Vara de Família 
 
• Concubinato: 
o Não constitui entidade familiar, mas mera sociedade de fato (Súmula 380 do 
STF). 
o Pessoas casadas não separa das ou havendo impedimento matrimonial 
decorrente de parentesco ou crime. 
o Cabe eventual ação de reconhecimento de sociedade de fato. 
o Competência da Vara Cível 
 
• Jurisprudência – Informativos: 
o STJ (59 4): Quando um casal se divorcia sem realizar a imediata partilha dos 
bens do patrimônio comum, eles continuarão mantendo uma relação jurídica 
em torno desses bens. A doutrina afirma que, neste caso, s urge um estado 
de “mancomunhão” (também chamado de “condomínio de mão única ou 
fechada”). 
o STJ (595): A proteção matrimonial conferida pelo art. 1.641, II, do Código 
Civil de 2002, não deve ser aplicada quando o casamento for precedido de 
união estável que s e iniciou quando os cônjuges eram menores de 70 anos. 
o STJ (581): Não deve ser reconhecido o direito à me ação dos valores do 
F GTS anteriores à data da constância do casamento. 
 
• Questão: 
 
(2018, VUNESP, TJ-RS - Juiz de Direito Substituto) 
Joaquina nasceu com o diagnóstico de síndrome de Down; aos 18 anos, conheceu 
Raimundo e decidiu casar. Os pais de Joaquina declararam que somente autorizam o 
casamento se o mesmo for celebrado sob o regime da separação convencional de bens, 
tendo em vista que a família é possuidora de uma grande fortuna e Raimundo é de origem 
humilde. Joaquina, que tem plena capacidade de comunicação, não aceitou a sugestão dos 
pais e deseja casar sob o regime legal (comunhão parcial de bens). Assinale a alternativa 
correta. 
 
 
36 
A) Para que possa casar sob o regime da comunhão parcial de bens, deverá Joaquina ser 
submetida, mesmo contra sua vontade, ao procedimento de tomada de decisão apoiada. 
 
B) Joaquina poderá casar sob o regime de bens que melhor entender, tendo em vista que é 
dotada de plena capacidade civil. 
 
C) O juiz deverá nomear um curador para que possa analisar as pretensões do noivo em 
relação a Joaquina e decidir acerca do melhor regime patrimonial para o casal. 
 
D) Joaquina é relativamente incapaz e deve ser assistida no ato do casamento que somente 
pode ser celebrado sob o regime da separação legal. 
 
E) Joaquina somente poderá casar se obtiver autorização dos pais que poderáser suprida 
pelo juiz, ouvido o Ministério Público. 
 
Resposta: letra B 
 
CC. Art. 1.550. § 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá 
contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável 
ou curador. 
 
 
Lei 13146/2015 
 
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: 
 
I - casar-se e constituir união estável; 
 
 
 
 
 
19. Da Filiação. Do Reconhecimento dos Filhos. Do Poder Familiar 
 
• Filiação: A filiação pode ser conceituada com o sendo a relação jurídica decorrente 
do parentesco por consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre 
os ascendentes e descendentes de primeiro grau. 
 
 
37 
• Reconhecimento de paternidade: duas são as formas básicas de reconhecimento de 
filhos: (I) Reconhecimento voluntário ou perfilhação – nas situações descritas no art. 1.609 
do CC. (II) Reconhecimento judicial ou forçado – nas hipótese s em que não há o 
reconhecimento voluntário, o mesmo devendo ocorrer de forma coativa, por meio d a 
ação investigatória . 
 
• Paternidade socioafetiva (posse de estado de f ilho): o vínculo paterno-filial decorre, 
não de traços sanguíneos, mas sim da relação de amor e afeto estabelecida entre os 
envolvidos. A tese é pacífica na jurisprudência brasileira. 
 
• Jurisprudência – Informativos: 
o STJ (588): O filho, em nome próprio, não te m legitimidade para deduzir 
em juízo pretensão declaratória de filiação socioafetiva entre sua mãe - que 
era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da ação, pré-morta (já falecida) 
- e os supostos pais socioafetivos dela. 
o STJ (592): Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de 
paternidade cumulada com nulidade da partilha antes da prolação da sentença, 
sem deixar herdeiros necessários, detém o herde iro testamentário, que o 
sucedeu a título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o 
feito, notadamente, pela repercussão patrimonial advinda do potencial 
reconhecimento d o vínculo biológico do testador. 
o STF (840): A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, 
não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado 
na origem biológica, com efeitos jurídicos próprios. 
o STF (840): A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento 
são filhos do marido não pode servir com o obstáculo para impedi r o indivíduo 
de buscar a sua verdadeira paternidade. 
o STJ (581): É possível o reconhecimento da paternidade sociafetiva post mortem. 
 
• Poder familiar: 
o O poder familiar será exercido pelo pai e pela mãe, não sendo mais o caso 
de se utilizar, em hipótese alguma, a expressão “pátrio poder”, totalmente 
superada pela despatriarcalização do Direito de Família, ou seja, pela perda 
do domínio exercido pela figura paterna n o passado. O exercício do poder 
familiar está tratado no art. 1.634 do CC , que traz as atribuições desse 
exercício que compete aos pais , verdadeiros deveres legais, a saber: a) dirigir 
a criação e a educação d os filhos; b) ter os filhos em sua companhia e 
guarda; c) conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; d) 
nomear-lhe s tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos 
pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exerce r o pode r familiar; 
 
38 
e) representá-los, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após 
essa idade, nos atos em que forem parte s, suprindo-lhes o consentimento; 
f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; g) exigir que lhes prestem 
obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
 
• Lei 13.715 de 2018 – ampliou as hipóteses de perda do poder familiar, alterando o Código 
Penal, o ECA e o Código Civil. 
 
o No Código Penal, a Lei 13.715 alterou a redação do inciso II do art. 92, que agora 
tem a seguinte previsão: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: 
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela 
nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem 
igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro 
descendente ou contra tutelado ou curatelado; 
 
o Já no ECA, a referida lei alterou o § 2º do art. 23, nos mesmos moldes da alteração 
feita no Código Penal, veja: 
Art. 23 (...) § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a 
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime 
doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo 
poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. 
 
o No Código Civil, a Lei 13.715 acrescentou um parágrafo único ao art. 1.638, 
ampliando as hipóteses de perda do poder familiar. 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - 
castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar 
atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas 
faltas previstas no artigo antecedente. V - entregar de forma irregular o filho a 
terceiros para fins de adoção. 
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele 
que: 
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: 
 
39 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de 
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e 
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; 
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; 
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de 
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e 
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; 
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual 
sujeito à pena de reclusão. 
 
• Guarda 
o Obriga a prestar assistência material, moral e educacional. 
o Não implica perda ou suspensão do poder familiar, mas o guardião pode se 
opor aos pais. 
o Destinada a regularizar a posse de fato d a criança ou do adolescente. 
o Em regra, é de ferida no curso dos processos de tutela e adoção, exceto na 
adoção estrangeira. Cabível também como pedido autônomo em caso de falta 
eventual de pais ou responsável. 
o STJ: não inclui direitos previdenciários, pois a lei n. 8.213, que é regra 
especial, não prevê. 
o Revogável. 
o Não há mudança de nome da criança ou adolescente. 
o Súmula 69 do TJSP: Compete ao Juízo da Família e Sucessões julgar ações de 
guarda, salvo se a criança ou adolescente, pelas provas constantes dos autos, estiver 
em evidente situação de risco. 
 
• Tutela 
o Engloba o dever de guarda e de administração dos bens do tutelado. 
o Demanda necessariamente a perda ou suspensão do poder familiar. 
o Destinada ao amparo e à administração dos bens da criança ou adolescente 
e m caso de fale cimento dos pai s, ausência ou perda do poder familiar. 
o É possível a concessão de guarda no curso do processo de tutela. 
o Inclui direitos previdenciários, pois há previsão no art. 16, §3º, da lei 8.213. 
o Revogável. 
o Não há mudança de nome da criança ou adolescente. 
 
 
40 
• Adoção 
o Forma vínculo familiar. 
o É necessária a perda do poder familiar dos pais biológicos; o pedido deve 
ser expresso na ação de adoção; 
o Objetiva a

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