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pavimentos econômicos - parte 1

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PAVIMENTOS 
ECONÔMICOS
Tecnologia do uso dos 
Solos Finos Lateríticos
Douglas Fadul Villibor 
Job Shuji Nogami
© Copyright 2009 by Douglas Fadul Villibor e Job Shuji Nogami
Supervisão geral Douglas Fadul Villibor e Job Shuji Nogami 
Coordenação gráfica Editora Arte & Ciência
Capa Elton Ferreira de Oliveira e Wesley Silva
Coordenação Editorial Elton Ferreira de Oliveira
Diagramação e projeto gráfico resolvo ponto com – soluções em design
Preparação de figuras Elton Ferreira de Oliveira 
Revisão técnica Débora Nogueira Targas e João Virgilio Merighi
Revisão de texto Luciana Reis Andrade, Mirella Pennacchi Assali, Odilson Coimbra 
Fernandes e Leticia Zini Antunes.
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Acácio José Santa Rosa, CRB-8/157)
V782p 
Villibor, Douglas Fadul
Pavimentos econômicos: tecnologia do uso dos solos finos lateríticos / 
Douglas Fadul Villibor, Job Shuji Nogami. – São Paulo: Arte & Ciência, 2009
p.291, 21 cm / contém anexos / Bibliografia
ISBN - 978-85-61165-34-5
1 Pavimentação econômica. 2. Pavimentação – Emprego de solos finos lateríticos. 
3. Pavimentos – Construção – Baixo custo. 4. Solo lateríticos – Tecnologia do uso – 
Pavimentação. 5. Engenharia rodoviária – Estudos de técnicas econômicas. 
6. Rodovias – Construção. I. Nogami, Job Shuji. II. Título.
 CDD - 625.8
 - 625.85
 - 625.123 
Índice para catálogo sistemático:
1. Pavimentos Econômicos: Tecnologia do Uso dos Solos Finos Lateríticos 625.85
2. Pavimentação: 625.8
3. Pavimentos flexíveis: Emprego de base com Solos Finos Lateríticos 625.85
4. Geotecnica - Estudo de solos finos lateriticos com e sem agregados 624.13
5. MCT - Metodologia 624.13
6. Mecânica dos solos 624.131
7. Pavimentos: Construção: Aspectos econômicos 388.11
8. Solo arenoso fino laterítico: 624.131.2
9. Solos tropicais: 624.131.29
Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ele 
eletrônico ou mecânico, fotocópia, gravação ou qualquer meio de reprodução,
 sem permissão expressa do editor.
Todos os direitos desta edição, em língua portuguesa, reservados à Editora Arte & Ciência
Editora Arte & Ciência - Rua dos Franceses, 91 - Morro dos Ingleses 
São Paulo - SP - CEP 01329-010 / Tel.:(011) 3258-3153
Na internet: http: // www.arteciencia.com.br
À minha esposa, Maria Alice, que sempre
 acreditou em minhas idéias.
Aos meus filhos, Simone e André, que sempre me apoiaram.
Aos meus netos Victor e Júlia, que me fortalecem 
para a continuação do meu trabalho.
Douglas 
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
HOMENAGEM E IN MEMORIAN
Ao mestre e amigo Job Shuji Nogami, responsável pela minha 
formação científica e pelo muito que tem feito para o desen-
volvimento do estudo dos solos tropicais e de novas técnicas 
rodoviárias mais apropriadas à realidade nacional.
Douglas
HOMENAGEM
Araken Silveira 
Fernando Custódio Corrêa
Luiz P.V.Andreatini 
Raphael do Amaral Campos
Sérgio Thenn de Barros
 Pela contribuição à engenharia rodoviária. 
IN MEMORIAN
Ao saudoso amigo Mario Kabalem Restom
 Pelo apoio constante na divulgação de nosso trabalho, 
 por meio da ABPv. 
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
O desenvolvimento da tecnologia apresentada, genuinamente 
brasileira, é resultado da contribuição de muitos profissionais 
que se dedicam ao estudo de pavimentos com solos tropicais; 
entre eles, os autores agradecem:
Aos colegas co-autores em diversos trabalhos técnicos, ??
fundamentais para a elaboração deste livro;
Aos engenheiros Paulo R.M. Serra e Alexandre Zuppolini ??
Neto pela contribuição e apoio irrestrito a este trabalho;
Aos técnicos e engenheiros que, direta ou indiretamente, ??
participaram para o desenvolvimento, em especial Sérgio 
T. Bugni e Salvador de Almeida;
A todos os professores das Instituições de Ensino ligados ??
a esta área, destacando-se: Glauco T. Fabbri, Jacques de 
Medina, Liedi B. Bernucci e Salomão Pinto, pela divulga-
ção dessa tecnologia.
APRESENTAÇÃO
Os engenheiros de pavimentação que tiveram a oportunidade de participar 
das reuniões anuais de pavimentação da ABPv – Associação Brasileira 
de Pavimentação nas décadas de setenta, oitenta e noventa, foram 
várias vezes surpreendidos com os excelentes resultados mostrados 
pelos trabalhos dos Professores Nogami e Villibor, sobre o emprego 
de Solos Arenosos Finos Lateríticos (SAFL) em bases de rodovias vici-
nais da região oeste do Estado de São Paulo e norte do Paraná. Estive 
felizmente presente em vários desses eventos, presenciei e, como 
todos, conheci as metodologias e técnicas construtivas descritas pelos 
autores, que possibilitavam o uso de solos até então considerados 
inadequados pelas tecnologias tradicionais oriundas da AASHTO, 
ASTM e DNER, em camadas de base de pavimentos econômicos.
Em 2002 tive minhas primeiras experiências com este tipo de base e, então, o que 
era uma surpresa por leitura de artigos técnicos se transformou em 
realidade. Ao avaliar pavimentos de uma rodovia em São Paulo e de 
outras no norte do Paraná, me deparei com pavimentos com degra-
dações superficiais, mas estrutura preservada e aproveitável, com 
deflexões inferiores a 40 centésimos de milímetros, após mais de 
20 anos de exposição ao tráfego. O primeiro pensamento foi lógico: 
deveria tratar-se de bases de solo-cimento. Mas não: eram bases de 
Solos Arenosos Finos Lateríticos (SAFL) sem qualquer aglutinan-
te, extremamente coesivas, com excelente desempenho em 20 ou 
25 anos, requerendo intervenções de restauração econômica, com 
apenas reforço ou nova camada de revestimento. 
Ao longo de onze anos de trabalhos como consultor do BID – Banco Interamericano 
de Desenvolvimento, avaliando projetos de pavimentação e de restau-
ração de pavimentos de rodovias e vias urbanas, em quase todos Esta-
dos do País, e nos dois últimos anos como consultor no BIRD – Banco 
Mundial, tive a oportunidade de encontrar, em vários trechos, solos 
APRESENTAÇÃO
finos laterizados e coesivos de boa qualidade, nem sempre aprovei-
tados por falta de estudos técnicos adequados. Em alguns poucos 
casos, esses solos foram empregados em bases sem os devidos estudos 
e critérios, resultando em sucesso, mas também havendo fracassos, 
por não terem sido empregados métodos científicos. 
Não foi este o caso de São Paulo e Paraná, onde os Professores Nogami e Villibor 
foram inovadores, não lhes bastando a coragem e confiança para 
executar as bases de SAFL, tendo ainda desenvolvido amplas pesqui-
sas científicas e definido tecnologias específicas de ensaios de labo-
ratório para caracterização desses solos, e procedimentos executivos 
adaptados às suas peculiaridades. 
O resultado desta inovação, que foi na verdade fruto de grande dedicação pessoal, 
é inestimável. Qual terá sido a economia para a sociedade com a 
extensa rede de rodovias e vias urbanas executadas com solos locais, 
com baixo custo inicial e durabilidade adequada? Quantos quilôme-
tros a mais foram pavimentados com a economia de custos acarreta-
da? E quais os benefícios gerados com isto? Quantos produtores rurais 
puderam ter auferido ganhos na venda de seus produtos quando 
um pavimento barato reduziu os seus custos de transporte? Quan-
tos jovens puderam passar a sonhar com estudo em cidades mais 
evoluídas, podendo se deslocar diariamente até as faculdades nos 
pavimentos de baixo custo? Quantos doentes foram salvos pela opor-
tunidade de transporte em rodovias pavimentadas nas épocas de 
chuvas intensas?
Mas os autores desta obra que lhes apresento não esperam homenagens 
ou agradecimentos. Eles continuam a trabalhar e a brindar a comu-
nidade técnica com obras como esta, em que mostramas evoluções 
da tecnologia aplicada aos Solos Arenosos Finos Lateríticos. 
Neste livro, também, apresentam como grande contribuição, o desenvolvimento 
de uma sistemática, genuinamente nacional, denominada MCT, 
adequada para o estudo geotécnico de solos tropicais. Essa sistemática 
permitiu os estudos de bases constituídas de materiais com predomi-
nância de Solo Fino Laterítico, com ou sem mistura de agregados, o 
que ampliou as possibilidades de emprego desses solos em obras de 
pavimentação econômica e durável. 
Deus deu a alguns privilegiados, o dom de descobrir coisas novas e aplicá-las 
bem – esses são os inovadores. Mas todos os engenheiros têm por 
função básica buscar soluções econômicas, no que esta obra será 
extremamente útil. 
 Marcílio Augusto Neves
Engenheiro Consultor em Transportes e Pavimentação
O conteúdo principal deste livro engloba as pesquisas sobre os Solos Arenosos 
Finos Lateríticos (SAFL) e o estágio atual da tecnologia para seu uso 
como base de pavimentos. Também, enfoca o desenvolvimento de 
um estudo geotécnico das misturas solo laterítico - agregado para 
bases. Os SAFL são peculiares das regiões tropicais úmidas e ocorrem 
em vastas áreas do território brasileiro, em grandes depósitos (jazi-
das) naturais. Quando adequadamente compactados, muitas ocorrên-
cias de SAFL apresentam excelentes propriedades para servir como 
base de pavimentos; isto já permitiu a viabilização de uma extensa 
rede de rodovias vicinais pavimentadas, além de vários milhões de 
metros quadrados de pavimentos em vias urbanas, aeródromos e 
pátios industriais. Saliente-se que, segundo os critérios vigentes na 
década de setenta (época da realização das primeiras pesquisas, tanto 
no Brasil como no exterior), os solos referidos eram, frequentemente, 
considerados inadequados para base de pavimentos.
O sucesso dos estudos sobre os SAFL deve-se, em grande parte, ao desenvolvimento 
de uma nova sistemática de ensaios de solos, que caracteriza melhor 
os solos tropicais em seu ambiente, proposta por Nogami e Villibor. 
As pesquisas, parte fundamental dos objetivos da Tese de Doutora-
mento de Villibor (1981), foram complementadas, neste livro, utili-
zando novos procedimentos, consequentes à evolução dos próprios 
ensaios e da técnica construtiva das bases de SAFL. Também, foi 
feita uma adequação para se utilizar as novas terminologias de solos, 
propostas pela publicação de um “Sistema Brasileiro de Classificação” 
(1999) e de um “Novo Mapa de Solos do Brasil” (2001).
Cabe acrescentar que os primeiros estudos realizados para a finalidade em vista 
puderam ser executados graças ao apoio tanto do Departamento 
de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP), como da 
Universidade de São Paulo (USP), através da Escola Politécnica (EPUSP) 
e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESCUSP). Destaque-se que 
os autores deste livro eram, na época do desenvolvimento daqueles 
estudos, integrantes dos referidos Departamento e Escolas. Quanto às 
PREFÁCIO 
PREFÁCIO
pesquisas atuais, foram viabilizadas graças ao apoio da empresa LENC 
- Laboratório de Engenharia e Consultoria, que executou os ensaios 
necessários.
Quando possível, evitou-se repetir, neste livro, o que já constou no livro “Pavimentos 
de Baixo Custo com Solos Lateríticos”, publicado em 1995. O conte-
údo de ambos os livros consubstancia, em grande parte, o conheci-
mento acumulado dos autores, que trabalham e pesquisam na área 
de pavimentação com Solos Lateríticos, desde o final da década de 
sessenta. Além disso, este livro contém dois anexos:
Anexo I – Discussão de questões, essencialmente de conteúdo ??
pragmático, sobre o uso de base com predominância de Solo Fino 
Laterítico.
Anexo II – Apresentação dos Ensaios laboratoriais e de campo da ??
Sistemática MCT, ainda pouco divulgada.
Ambos foram incluídos por enfocarem conteúdos de grande importância 
para os engenheiros e técnicos de pavimentação e são atualização de 
conceitos apresentados em outros trabalhos dos autores, sobretudo 
nas reuniões da ABPv (Associação Brasileira de Pavimentação).
A tecnologia de uso dos SAFL em bases está fundamentada, em parte, nos resultados 
das pesquisas básicas apresentadas, salientando-se que elas foram 
realizadas, inicialmente, para solos e condições climáticas de regiões 
do Estado de São Paulo. Essa tecnologia foi utilizada, posteriormen-
te, para outros estados, com características similares, destacando-se 
Paraná, Mato Grosso do Sul, Góias e Bahia.
Parte das pesquisas básicas apresentadas neste livro foi desenvolvida com 
o uso da sistemática MCT, sobre amostras de solos utilizados na 
execução de 36 trechos com base de SAFL, distribuídos em uma área 
da ordem de 60% do Estado de São Paulo. Este estudo possibilitou um 
conhecimento tecnológico profundo das características dos melhores 
solos para esse tipo de base e gerou informações imprescindíveis para 
a proposição adequada de sua técnica construtiva. Apoiados nisto, os 
autores esperam que essa tecnologia e seus procedimentos possam ser 
aplicados a qualquer região do Brasil com características similares às 
das regiões em que foi desenvolvida.
Em outras regiões do Brasil onde também ocorrem os SAFL, utilizando-se 
as informações e diretrizes apresentadas, poderão ser desenvolvidos 
novos critérios de escolha destes solos e procedimentos construtivos 
para bases, adaptados às condições locais, caso o uso dos propostos 
neste livro não atenda adequadamente suas necessidades.
Do estudo geotécnico das misturas solo laterítico - agregados resultou um crité-
rio de qualificação (por meio da MCT) para seu uso em bases, nas 
condições tropicais. Esse critério é mais adequado e abrangente do 
que o atual que, para esse fim, utiliza os conceitos tradicionais para 
estudo de bases estabilizadas granulométricamente e cuja origem está 
associada às condições de regiões de clima temperado e frio. 
Para efeito de orientação ao leitor, os assuntos desse livro estão englobados 
em três enfoques básicos:
Almeja-se que os conteitos apresentados possam contribuir para o surgimento 
de novos programas de pesquisa na Área de Pavimentação no meio 
científico. Espera-se, também, que contribuam para acelerar a imple-
mentação de programas de rodovias vicinais com pavimentação de 
baixo custo, essenciais para o escoamento da safra agrícola, além de 
propiciar o desenvolvimento de novas tecnologias de pavimentação 
de baixo custo para vias urbanas, algo de que o Brasil é extrema-
mente carente.
Douglas Fadul Villibor 
Job Shuji Nogami 
 PREFÁCIO
 SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................18
1.1 Histórico ........................................................................................................ 19
1.2 Comportamento de Trechos Executados com SAFL .......................................23
1.3 Objetivos .......................................................................................................28
2. Dificuldades e Deficiências da Sistemática .................................................30
2.1 Generalidades ................................................................................................31
2.2 Dificuldades na Determinação do Comportamento Geotécnico 
 Laterítico dos SAFL ........................................................................................32
2.3 Dificuldades Inerentes à Metodologia dos Ensaios Tradicionais ......................33
2.4 Deficiências na Previsão de Problemas Construtivos e de Desempenho 
 nas Bases de SAFL ..........................................................................................35
2.5 Considerações Complementares .................................................................... 37
3. Desenvolvimento da Sistemática MCT paraEstudo Geotécnico ...............38
3.1 Considerações Iniciais ....................................................................................39
3.2 Sistemática MCT ...........................................................................................40
3.3 Programas de Ensaios para Estudo dos Solos 
 com a MCT ..................................................................................................58
4. Pesquisas Desenvolvidas com o Uso da Sistemática MCT ..........................68
4.1 Considerações Iniciais ....................................................................................69
4.2 Diferenças de Propriedades entre Solos de Comportamento 
 Laterítico (L) e não Laterítico (N) ...................................................................69
4.3 Peculiaridades das Propriedades dos SAFL Usados em Bases, 
 Verificadas com aplicação da MCT ................................................................87
4.4 Ensaios in situ e Correlações com os de Laboratório .................................... 103
4.5 Imprimadura Asfáltica Impermeabilizante sobre ............................................... 
 Bases de SAFL, em Laboratório .................................................................... 114
4.6 Granulometria, Mineralogia , Estrutura e Cor dos SAFL ................................ 124
5. Estudo Geotécnico de Solos para Bases de SAFL com o 
 Uso da Sistemática MCT ............................................................................134
5.1 Fase Preliminar ............................................................................................. 135
5.2 Fase Básica ................................................................................................... 141
SUMÁRIO 
6. Recomendações Construtivas e Controle Tecnológico de Bases SAFL .....148
6.1 Introdução ................................................................................................... 149
6.2 Tipos de SAFL para Base Segundo a Sistemática MCT .................................. 150
6.3 Recomendações sobre a Técnica Construtiva da Base e da Imprimadura .... 152
6.4 Controle Tecnológico da Base e da Imprimadura ......................................... 159
6.5 Defeitos Associados à Falhas ou Inadequações do Projeto e/ou 
 Técnica Construtiva .....................................................................................164
7 Estudo Geotécnico de Solo Laterítico-Agregado para Base com o ............... 
 Uso da MCT....................................................................................................170
7.1 Considerações Sobre Solo-Agregado .......................................................... 171
7.2 Análise Crítica do Procedimento Tradicional para Estudo Geotécnico 
 de Solo Laterítico-Agregado ....................................................................... 172
7.3 Uma Diretriz Filosófica para Estudo Geotécnico de Solo 
 Laterítico-Agregado ..................................................................................... 177
7.4 Proposta de Estudo Geotécnico de Materiais Naturais para 
 Base de Solo Laterítico-Agregado ............................................................... 180
7.5 Estudo Geotécnico de Mistura Artificial para Base de Solo 
 Laterítico-Agregado Descontínuo (SLAD) .................................................... 189
8. Considerações Finais ..................................................................................194
Anexo 1 Conceitos Fundamentais para Utilização de Base com 
 Predominância de Solo Fino Laterítico .............................................198
 Discussão das Questões ..............................................................................201
1. Conceituação ..............................................................................................201
2. Campo de Aplicação ...................................................................................208
3. Ocorrências de Jazidas ................................................................................209
4. Técnica Construtiva e Controle Tecnológico ................................................ 212
5. Comportamento Tecnológico ...................................................................... 219
6. Conservação e Recuperação ........................................................................ 242
Anexo 2 Métodos de Ensaio da Sistemática MCT.............................................248
1. Ensaio de Compactação Mini-Proctor (M1) .................................................. 249
 1.1 Considerações Preliminares ................................................................... 249
 1.2 Material e Aparelhagem Específicos .......................................................250
 1.3 Procedimento de Ensaio ........................................................................251
 1.4 Cálculo e Apresentação dos Resultados .................................................253
2. Ensaio Mini-CBR e Expansão (M2) ...............................................................253
 2.1 Considerações Preliminares ....................................................................253
 2.2 Aparelhagem Específica Essencial .........................................................254
 2.3 Procedimento de Ensaio ........................................................................254
 2.4 Cálculo da Expansão ..............................................................................256
 2.5 Cálculo do Mini-CBR .............................................................................256
 2.6 Apresentação dos Resultados .................................................................257
 2.7 Variantes ...............................................................................................257
3. Ensaio de Contração (M3) ..........................................................................257
 3.1 Considerações Preliminares ....................................................................257
 3.2 Aparelhagem Específica .........................................................................258
SUMÁRIO
 3.3 Procedimento de Ensaio.........................................................................258
 3.4 Cálculo da Contração ............................................................................259
 3.5 Apresentação dos Resultados .................................................................259
4. Ensaios de Infiltrabilidade e de Permeabilidade (M4) ...................................260
 4.1 Considerações Preliminares ....................................................................260
 4.2 Aparelhagem Específica .........................................................................260
 4.3 Corpos de Prova ....................................................................................262
 4.4 Procedimento para Determinação da Infiltrabilidade..............................262
 4.5 Determinação da Permeabilidade .......................................................... 263
 4.6 Representações Gráficas ........................................................................264
 4.7 Cálculos .................................................................................................265
 4.8 Representação dos Resultados ...............................................................265
5. Ensaio de Compactação Mini-MCV (M5) ....................................................265
 5.1 Considerações Preliminares ....................................................................265
 5.2 Aparelhagem Específica e Preparo da Amostra .......................................266
 5.3 Escolha do Procedimento .......................................................................266
 5.4 Preparo da Amostra ............................................................................... 267
 5.5 Procedimento de Ensaio Utilizando a Série de Parsons........................... 267
 5.6 Curvas de Deformabilidade da Série de Parsons ..................................... 267
 5.7 Família de Curvas de Compactação, Linha das MEASmáx e 
 Coeficiente d’ (Procedimento Série de Parsons) ...........................................268
 5.8 Procedimento de Ensaio Utilizando a Série Simplificada .........................269
 5.9 Procedimento Mini-MCV-Classificatório .................................................269
6. Ensaio de Penetração da Imprimadura Betuminosa (M6) ............................272
 6.1 Considerações Preliminares ....................................................................272
 6.2 Aparelhagem Específica e Materiais .......................................................272
 6.3 Montagem, Extração e Secagem dos Corpos de Prova ..........................272
 6.4 Aplicação da Pintura Betuminosa, Cura e Determinação da 
 Penetração da Imprimadura ........................................................................272
7. Ensaio Mini - CBR de Campo – Procedimento Dinâmico (Aplicação 
 de Golpes de Soquete) (M7) ........................................................................273
 7.1 Considerações Preliminares ....................................................................273
 7.2 Aparelhagem Específica .........................................................................273
 7.3 Procedimento.........................................................................................273
8. Ensaio da Perda de Massa por Imersão (M8) ................................................ 274
 8.1 Considerações Preliminares .................................................................... 274
 8.2 Aparelhagem Específica ......................................................................... 274
 8.3 Preparo dos Corpos de Prova ................................................................. 275
 8.4 Imersão e Coleta do Solo Desprendido .................................................. 275
 8.5 Cálculo da Perda por Imersão ................................................................ 275
9. Classificação Geotécnica MCT (M9) ........................................................... 276
 9.1 Considerações Preliminares .................................................................... 276
 9.2 Ensaios e Procedimento Classificatório ...................................................277
 9.3 Procedimentos Expeditos de Classificação ..............................................278
 9.4 Exemplo para Obtenção da Classificação MCT de um Solo com 
 Uso da Série Simplificada de Nogami e Villibor .....................................279
Bibliografia ......................................................................................................289
18
1
INTRODUÇÃO
19
1.1 HISTÓRICO
As técnicas rodoviárias utilizadas em pavimentação nos países em 
desenvol-vimento são, geralmente, originárias de países já desen-
volvidos. No Brasil, de uma maneira geral, os organismos responsá-
veis pela construção de pavimentos seguem o que recomendam as 
normas e instruções do Departamento Nacional de Infraestrutura de 
Transportes (DNIT), as quais, por sua vez, se baseiam nas normas de 
entidades norte-americanas, tais como: American Association of State 
Highway and Transportation Officials (AASHTO), American Society 
for Testing and Materials (ASTM), Asphalt Institute (AI) e Portland 
Cement Association (PCA).
Tais normas resultaram, basicamente, de estudos do comportamento 
de rodovias e pistas experimentais situadas nos Estados Unidos da 
América (USA) e envolvem fixação de condições empíricas válidas 
para os ambientes e solos mais representativos daquele País. Nelas 
não se consideram, portanto, as peculiaridades relacionadas com as 
condições e com os solos mais frequentes no Brasil, onde, tanto os 
solos quanto os climas predominantes, podem ser englobados, gene-
ricamente, como do tipo “tropical úmido”.
O comportamento peculiar dos solos tropicais, constatado em obras 
rodoviárias locais, justifica a importância de um estudo aprofundado, 
em laboratório e no campo, objetivando sua aplicação na pavimen-
tação.
No Estado de São Paulo, o melhor aproveitamento dos solos laterí-
ticos, que são os tipos mais importantes dentre os solos tropicais, 
em camadas de sub-base de pavimentos, surgiu no fim da década de 
quarenta, logo após a introdução do uso do ensaio CBR, que permitiu 
constatar valores excepcionalmente elevados deste suporte, mesmo 
para variedades argilosas. Essa utilização foi intensificada na década 
de cinquenta com o objetivo de eliminar as deformações frequentes 
(recalques diferenciais) de pavimentos com bases de solo-cimento, 
construídas sobre solos que apresentavam baixos valores de suporte. 
Isto proporcionou maior familiaridade dos técnicos com esse tipo de 
solo, para pavimentação, e abriu caminho para o desenvolvimento 
das etapas subsequentes de sua utilização.
20
Pavimentos Econômicos
A primeira tentativa experimental sistematizada de utilização de 
solos lateríticos como base de pavimento foi feita pelo DER-SP num 
dos acessos a Campinas, no início da década de cinquenta, sob a 
orientação do Engº Francisco Pacheco e Silva da então Seção de Solos 
do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Foi utilizada base de 
argila laterítica compactada, protegida de todos os lados por pintura 
betuminosa. O desempenho da base foi excelente, porquanto, por 
vários anos, se manteve em condições de conservação idênticas às 
demais contíguas, construídas de macadame hidráulico. Infelizmen-
te, apesar do sucesso da experiência, não houve continuidade dos 
estudos relacionados com o uso daquele tipo de base.
A primeira utilização de base de Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL), 
no DER-SP, ocorreu na Regional de Araraquara, em maio de 1967, 
com a construção de duas variantes de trânsito na Via Washington 
Luiz (SP-310), com cerca de 300 m cada uma (denominadas Cambuy 
e Periquito). Projetadas e supervisionadas pelo Engº Fernando Custó-
dio Corrêa, ambas tinham como revestimento um tratamento super-
ficial simples e teriam que funcionar por três meses e meio, até a 
construção do trecho definitivo. Após o término do prazo de utili-
zação das variantes, foi constatado que estavam em perfeitas condi-
ções; isto encorajou a realização de outras experiências, pela regional 
de Araraquara, utilizando bases com esse solo. Na designação desse 
tipo de solo, o termo fino foi incluído para não se confundir com 
os pedregulhos lateríticos, que possuem elevada porcentagem da 
fração retida na peneira de 2,00 mm; às vezes o SAFL é tão fino que, 
praticamente, não possui fração retida na peneira de 0,42 mm.
Além desses trechos experimentais do DER-SP, em maio de 1968 a Companhia 
Energética de São Paulo (CESP) construiu um trecho experimental, 
com a extensão de 1 km, na rodovia Pereira Barreto-Ilha Solteira 
(SP-310), sob a orientação do Engº Carlos de Souza Pinto do IPT-SP. 
Foi construído, com base de SAFL, revestimento de penetração inver-
tida tripla e inserido entre dois outros trechos: um com base de 
solo cimento e outro com base de pedregulho, ambos com o mesmo 
revestimento utilizado na base de SAFL. A experiência foi realizada 
para verificar a diferença de comportamento entre esse tipo de base 
e as outras convencionais, quando submetidas a um tráfego pesado, 
no caso, gerado pela construção e funcionamento da Usina Hidro-
elétrica de Ilha Solteira. Durante 33 anos de utilização, os trechos 
foram objeto de várias avaliações (a última em 2001), não tendo 
sido constatada qualquer diferença de comportamento entre os três 
tipos de base. Após, a rodovia foi recapeada e as bases continuam 
em serviço. 
21
1INTRODUÇÃO
Em julho de 1972 o DER-SPexecutou, na rodovia que liga Dois Córre-
gos a Guarapuã, um trecho experimental de 200 m, com base de 
SAFL e revestimento de penetração invertida tripla, inserido entre 
trechos com bases convencionais (uma estabilizada granulométrica-
mente e outra de solo-cimento) e com o mesmo tipo de revestimento, 
para avaliar o desempenho relativo dos três tipos de base, quando 
submetidos a um tráfego médio. Até o presente, não se notou dife-
rença entre os comportamentos daqueles trechos.
Em junho de 1974, o Engº Douglas Fadul Villibor defendeu, na 
EESCUSP, sua dissertação de Mestrado: Utilização de Solo Arenoso Fino 
na Execução de Bases para Pavimento de Baixo Custo (Villibor, 1974). 
Além do estudo das áreas de ocorrência de SAFL no Estado de São 
Paulo e de suas características tecnológicas, foi proposta uma tenta-
tiva de especificação e recomendações construtivas para seu emprego 
em bases de pavimentos de baixo custo. Esse primeiro trabalho foi 
fundamentado, exclusivamente, no desempenho das pistas experi-
mentais executadas pelo DER-SP, até 1973.
Em fins de 1974, o DER-SP utilizou as diretrizes, apresentadas no 
referido Mestrado, para a elaboração de projetos e orientações para 
o controle, execução e recebimento das bases de SAFL. Com isto, 
o DER-SP pavimentou, até 1981, mais de 500 km de rodovias que 
apresentavam tráfego inferior a 1200 veículos/dia, sendo, aproxima-
damente, 35% veículos comerciais. 
Em 1975, foi apresentada, na EESCUSP, a dissertação de Mestrado 
Comporta-mento de Trechos Experimentais com Bases de Solos Areno-
sos Finos (Corrêa, 1975), relatando o comportamento de algumas 
das pistas até então construídas, com faixas adicionais para tráfego 
pesado, na Via Whashington Luiz.
O Governo do Paraná, em 1976, para viabilizar seu plano de execução 
de rodovias vicinais (VDM ≤ 1.000 veículos), solicitou o auxílio do 
Departamento de Vias de Transporte e Topografia da EESCUSP. Sob 
a coordenação dos Professores Villibor e Corrêa, foram elaborados 
projetos de pavimentos econômicos e foi supervisionada a execu-
ção de trechos que totalizaram mais de 1.000 km de extensão. Para 
aproximadamente 600 km, foram projetados pavimentos econômicos 
com base de SAFL, obedecendo às diretrizes apresentadas por Villibor 
em 1974.
A experiência adquirida na elaboração do projeto, na supervisão da 
construção e no acompanhamento do comportamento, foi conside-
rável. Ressalte-se, entretanto, que em todos os trechos executados até 
1980 a utilização de bases de SAFL baseou-se nas diretrizes propostas 
em 1974, as quais vinham apresentando várias dificuldades e defici-
ências, o que tornou necessária sua revisão.
22
Pavimentos Econômicos
A revisão levou à elaboração de uma nova Sistemática, proposta em 
1981 na Tese de Doutoramento Pavimentos Econômicos, Novas Consi-
derações defendida por Villibor (Villibor,1981) na EESCUSP, a qual 
introduziu novos conceitos sobre o uso de bases de SAFL e apresen-
tou uma nova metodologia de ensaios, utilizando os conhecimentos 
adquiridos até 1980. Essa metodologia, desenvolvida juntamente com 
o Engº Job S. Nogami, usa corpos de prova (cp) de dimensões redu-
zidas e, entre outras inovações, apresenta um novo critério de estudo 
tecnológico para definir intervalos de valores empíricos admissíveis 
das propriedades mecânicas e hídricas de um solo para ser usado em 
bases e, também, recomendações construtivas e de controle tecno-
lógico das mesmas. 
A nova Sistemática leva em conta, também, o fato de aquelas bases 
serem reves-tidas por camadas betuminosas delgadas (do tipo trata-
mento superficial), com alguns centímetros de espessura, e trabalha-
rem expostas diretamente às intempéries. Esses fatores exigem que 
a parte superior da base, além de resistir aos esforços de construção 
do revestimento, esteja ligada intimamente a ele produzindo uma 
interface, base-revestimento, capaz de evitar que ocorra escorrega-
mento do revestimento, devido aos esforços, verticais e horizontais, 
criados pelo tráfego. Como consequência, foi proposta uma dosagem 
adequada da imprimadura impermeabilizante e a melhoria do seu 
processo construtivo. 
Com o uso dessa Sistemática, até o fim de 2003, a extensão da rede de 
rodovias do DER-SP, utilizando tal tipo de base, já havia ultrapassado 
os 7.500 km equivalendo a, aproximadamente, 75% das vicinais do 
Estado, o que atesta a aceitação técnica dos pavimentos com base de 
SAFL. 
Em 1995 foi publicado por Nogami e Villibor o livro Pavimentação 
de Baixo Custo com Solos Lateríticos, que trouxe o estágio, até 1992, 
do desenvolvimento do uso de SAFL em bases. Sua leitura, segundo 
os autores, é fundamental para a compreensão adequada do desen-
volvimento da tecnologia do uso de solos tropicais na pavimentação 
rodoviária e urbana. Um dos seus enfoques foi apresentar a metodo-
logia MCT, fruto da filosofia e do trabalho incessante do Engº Job S. 
Nogami em parceria com Engº Douglas F. Villibor, com a proposição 
de seus ensaios e de sua classificação de solos, além de estudos apro-
fundados sobre as propriedades dos solos tropicais. O livro referido 
apresenta, também, aplicações práticas da metodologia MCT para 
estudos geotécnicos dos solos tropicais, que permitiram o desenvol-
vimento de critério para a escolha de materiais tropicais, visando 
seu uso em bases de pavimento, além de técnicas construtivas para 
as mesmas. Ainda constam, no livro, estudos das peculiaridades dos 
23
1INTRODUÇÃO
solos tropicais e de sua erodibilidade para prevenir erosão nas faixas 
marginais das rodovias. Ressalta-se que, devido ao ineditismo e à 
importância científica dos assuntos desenvolvidos, seu uso tem sido 
intenso no meio acadêmico como fonte de consulta e gerador de 
temas para diversos trabalhos em nível de Mestrado e Doutorado.
O presente livro apresenta o estágio, até 2007, do conhecimento 
sobre o uso das bases de SAFL; embora muito do texto original do 
Doutorado de Villibor (1981) tenha sido mantido, nele é revisado e 
atualizado o conteúdo daquela Tese, visando torná-lo mais adequa-
do aos técnicos que militam na área. Além disso, incorpora novos 
conceitos, pesquisas e informações técnicas que ocorreram após 1981, 
incluindo aquelas relatadas no livro de Nogami e Villibor (1995). 
Para um melhor entendimento são apresentados, no Anexo I, em 
forma de discussão de questões, os aspectos fundamentais para o uso 
adequado das bases de SAFL e, no Anexo II, os métodos de ensaios 
da Sistemática MCT cujo conhecimento, pouco divulgado, é funda-
mental para os técnicos envolvidos na área de estudos geotécnicos 
e de laboratório.
1.2 COMPORTAMENTO DE TRECHOS EXECUTADOS COM SAFL
A observação do comportamento dos pavimentos rodoviários com 
base de SAFL, construídos no Estado de São Paulo, mostrou que 
essa solução superou, em muito, as expectativas. Os primeiros trechos 
pavimentados em estradas, projetados para vida útil de 3 anos, apre-
sentaram, após 6 anos de utilização, comportamento altamente satis-
fatório, sem terem sofrido recapeamento ou recuperação maior. Há 
trechos, inicialmente projetados como proteção à terraplenagem 
(entre eles, Cambaratiba-Borborema, Ibitinga-Itápolis e Itajobi-Novo 
Horizonte) e construídos em 1974/75, que até meados da década de 
oitenta funcionaram como estradas efetivamente pavimentadas, sem 
apresentarem grandes problemas. Na realidade, ocorreram defeitos 
inerentes ao tipo de revestimento adotado (tratamento superficial 
delgado); entretanto, são percentualmente pequenos, considerando-
se a extensão total executada. Aqueles trechos, com esbeltos recape-
amentos executados posteriormente, ainda continuam em serviço.
Tendo em vista o excelente comportamentoapresentado nos trechos 
experi-mentais, a base de SAFL começou a ser empregada como parte 
integrante da estrutura de pavimentos econômicos, em substituição 
às bases convencionais, geralmente constituídas de material britado, 
pedregulho ou solo cimento. 
Desde então, pavimentos com esse tipo de base vêm sendo utili-
zados em vias urbanas, em pistas de aeródromos e em pátios de 
estacionamento. Dentre os trechos pioneiros de vias urbanas citam-
24
Pavimentos Econômicos
se os construídos em Araraquara, Barretos, Descalvado, Presidente 
Prudente, São Carlos e, de pista de aeródromo, o da Base Aérea de 
Pirassununga, do Ministério da Aeronáutica, todos no Estado de São 
Paulo. Os pavimentos têm atendido, perfeitamente, aos objetivos 
propostos, além de serem econômicos por utilizarem, em suas bases, 
materiais locais de baixo custo e revestimentos esbeltos de tratamen-
tos superficiais.
1.2.1 Características Gerais
A tabela 1.1 reúne algumas características dos principais trechos 
executados, ressaltando-se o excelente comportamento do trecho 
experimental Pereira Barreto-Ilha Solteira, executado em 1968 e em 
funcionamento até o presente, o qual, na inspeção de 1981, não havia 
sofrido recapeamento e já tinha sido submetido a um tráfego de 
N>5 x 106 solicitações do eixo padrão de 80 kN, permanecendo com 
sua base íntegra. Vários outros trechos, com revestimento do tipo 
tratamento superfícial de espessura inferior a 3 cm, construídos na 
década de setenta, em 1981 já haviam sido submetidos a um tráfego 
superior a 106 solicitações. 
O subleito da maioria dos trechos é constituído de solos lateríticos, 
desde argilosos até arenosos. Há, entretanto, subtrechos sobre sublei-
tos saprolíticos de basalto ou arenito, nos quais o solo foi substituído 
numa espessura mínima de 30 cm. A melhoria do subleito, geralmen-
te, foi executada em todos os trechos numa espessura de 15 cm e com 
os graus de compactação a uma energia ≥ 95% do Proctor Simples. 
Apesar de somente terem sido executadas pequenas correções e reca-
peamentos (e/ou rejuvenescimentos) esbeltos, todos os trechos conti-
nuam em serviço com comportamento altamente satisfatório, o que 
comprova a qualidade estrutural de suas bases.
As condições climáticas das regiões em que se situam os trechos considerados são:
Tipo Climático (segundo Köppen): Cwa (quente com inverno ??
seco), Aw (tropical com inverno seco) e Cwb (temperado com 
inverno seco).
Precipitação Anual: de 1.000 a 1.500 mm.??
A análise dos dados da tabela 1.1 mostra:
Reforço do Subleito:?? a espessura máxima construída foi de 30 
cm para os subleitos argilosos. Nos arenosos, geralmente, não foi 
construída camada de reforço; no entanto, em alguns trechos 
foi executada a melhoria do subleito a 95% da Massa Específica 
Aparente Seca do Proctor Modificado (PM).
Base de SAFL:?? na maioria dos casos têm sido utilizadas bases com 
espessura 15 cm, compactadas aproximadamente a 95% da Ener-
25
1INTRODUÇÃO
gia Modificada (por volta de 100% da Energia Intermediária). Nos 
trechos em que o pavimento foi dimensionado (Método DER-SP), 
usou-se o coeficiente estrutural da base igual a um.
Camada de Revestimento Betuminoso: ?? predomina a utiliza-
ção de tratamento superficial de penetração invertida simples, 
dupla ou tripla, mas com espessura inferior a 3 cm. Somente dois 
trechos, Jaci-Mirassol e Potirendaba-Cedral, foram executados 
com tratamento invertido duplo (1,5 cm) e premisturado a quente 
Tabela 1.1 CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS TRECHOS COM BASE DE SAFL NO ESTADO DE SÃO PAULO. 
 DADOS LEVANTADOS ATÉ 1981.
Trecho
Data 
execução
Ext. 
[km]
Larg. 
[m]
Reforço
esp. 
[cm]
Base
esp. 
[cm]
Revestimento
VDM
NtTipo
Esp.
[cm]
Pereira Barreto – Ilha Solteira 
(SP-310)
6/68 1 14 20 15 P.t. 3
1.212 
5,0x106
SP-326 – Terra Roxa
(SP-353)
2/73 17,4 14 15 — P.t. 3
810
1,7x106
Cambaratiba – Borborema 
(SP-304)
8/74 18,4 10,4 15 — P.s. 0,5
1.180
2,6x106
Cândido Rodrigues – SP-310 6/75 13,0 14 20 15 P.s. 3
505
1,0x106
Boa Esperança do Sul – Trabiju 7/75 8,2 12,4 — 20 P.t. 3
100
1,0x106
Itápolis – Ibitinga (SP-317) 7/75 24,9 14 15 - 30 — P.d. 1,4
958
2,2x106
SP-326 – Viradouro (SP-351) 7/75 25,4 14 15 15 P.t. 3
1.179
2,9x106
Itajobi – N. Horizonte (SP-321) 7/75 31,8 16,5 15 — P.d. 1,4
1301
1,9x106
Acesso de Gavião Peixoto à 
SP-331
5/76 13,5 10,4 — 20 P.t. 3
500
1,0x106
N. Lusitânia – Gastão Vidigal 
(SP-473)
5/76 11,9 9,2 0 - 15 15 P.d. 1,4
279
8x106
Nova Aliança – Bady Bassit 
(SP-355)
10/76 12 9,2 0 - 15 15
P.d.
C.A.
4,0
356
1,1x106
Jaci – Mirassol 1/77 8,6 9,2 0 - 15 15
P.d.
C.A.
4,5
670
1,5x106
Potirendaba – Cedral 1/77 21 9,2 0 - 15 15
P.d
CA
4,5
670
1,5x106
Acesso à Boracéia 5/78 17,5 9,2 0 - 15 15 P.d. 1,4
963
1,0x106
VDM e Nt – volume diário médio e número total de solicitações do eixo de 80 kN; 
C.A., P.s, P.d, P.t. – Concreto Asfáltico e Penetração Invertida Simples, Dupla e Tripla.
Em todos os trechos o reforço e a base foram compactados a > 95 % do Proctor Modificado
26
Pavimentos Econômicos
de 3 cm de espessura.
1.2.2 Apreciação do Comportamento
As principais peculiaridades no comportamento dos pavimentos com 
base de SAFL, no Estado de São Paulo, são: 
Ausência de Ruptura da Base:?? a ruptura, caracterizada pela desa-
gregação estrutural do revestimento, acompanhada de excessi-
va deformação da superfície com expulsão lateral do material 
da base, somente tem ocorrido, excepcionalmente, onde o nível 
d’água está a menos de 1 m de profundidade e, em alguns locais, 
nas bordas do pavimento, quando não existem acostamentos. Isto 
mostra a alta capacidade de suporte da base de SAFL.
Pequena Deflexão:?? as deflexões determinadas com a Viga 
Benkelman, apesar das esbeltas capas de rolamento utilizadas, 
apresentaram valores baixos, geralmente dentro do intervalo 
20 a 50 centésimos de mm, quando medidas pelo Método de 
Ensaio 024/94 do DNIT (similar ao da Canadian Good Roads 
Association), sob ação da carga de 80 kN por eixo. As deflexões 
têm permanecido dentro daquele intervalo, ao longo do tempo, 
mesmo em períodos de chuvas (vide figuras 4.36 e 4.37).
Contribuição Estrutural da Base: ?? “as bacias” (ou linhas de influ-
ência) obtidas com o uso da Viga Benkelman têm acusado, com 
certa frequência, formas que indicam, teoricamente, um módulo 
de elasticidade maior das camadas superficiais (valor da relação de 
módulos: cerca de 2 a 5). Outra peculiaridade de muitas “bacias” 
é a de apresentarem formas semelhantes às dos pavimentos com 
base de solo-cimento (irregularidades de curvatura, deslocamento 
do ponto de máxima deformação).
Módulo de Resiliência:?? determinações laboratoriais preliminares, 
efetudas pelo IPT sobre amostras de SAFL em 1975 (Revista DER 
nº 124-Maio 1977), acusaram valores bastantes altos, na faixa de 
230 a 560 MPa, para o Módulo de Resiliência (MR). Alvares Neto 
(1997), ultilizando o FWD (Falling Weight Deflectometer), reali-
zou medidas das deflexões recuperáveis em diversos trechos com 
base de SAFL e obteve, por retroanálise, valores ainda elevados 
para o MR (na faixa de 210 a 340 MPa) que, embora inferiores 
aos do IPT, são explicáveis por incorporarem a influência do trin-
camento da estrutura da base. A revista citada mostra, também, 
bases de brita com valores para o MR, na faixa de 105 a 246 MPa. 
A comparação desses valores coloca as bases de SAFL em posição 
privilegiada relativamente às de brita.
Recalques:?? em geral, o tráfego tem causado pequenos recalques 
ao longo das rodeiras. Essas deformações provocam um aumento 
da densidade nas rodeiras, permanecendo as regiões contíguas 
271INTRODUÇÃO
com densidades inferiores. Esse fato, normalmente, não chega a 
produzir trincamento no revestimento, dada a sua esbeltez e flexi-
bilidade. A ocorrência foi maior nos primeiros serviços de prote-
ção à terraplenagem e nos cortes, onde não se utilizava reforço do 
pavimento e, ainda, nos locais onde a base foi mal compactada. 
Atualmente, com a adoção de reforço e um controle mais rígido 
na compactação da camada de base, tem-se conseguido minimi-
zar essas ocorrências.
Trincas de Reflexão:?? o desenvolvimento de trincas em bases de 
SAFL é uma constante e ocorre desde a fase de construção. A 
reflexão dessas trincas na superfície do tratamento superficial tem 
sido observada, com maior frequência, nos tratamentos simples 
e, apenas excepcionalmente, nos duplos e triplos.
Susceptibilidade à Água:?? a erosão da borda do pavimento nos 
acostamentos tem ocorrido em alguns trechos, principalmente 
quando o SAFL apresenta elevada porcentagem de material (mais 
de 70%), passando na peneira de abertura 0,150 mm, devido 
à grande susceptibilidade desses solos à ação erosiva da água. 
Tem-se constatado que as “panelas” crescem rapidamente devido, 
à elevada susceptibilidade da base à ação erosiva direta da água 
em movimento, o qual é causado pelo trânsito de veículos. 
Recuperação:?? Em 2007 o DER-SP, dentro do Programa de Recu-
peração de Vicinais (Pró-Vicinais), levantou 8.000 km desse tipo 
de rodovia e verificou que, aproximadamente 70% dos trechos 
pavimentados nas regiões centro, norte e oeste do Estado possuí-
am base de SAFL. O levantamento confirmou também, através da 
avaliação dos defeitos estruturais e de superfície desses pavimen-
tos, o excepcional comportamento do pavimento nos trechos com 
esse tipo de base. Um fato auspicioso, para a continuidade do uso 
da base de SAFL, foi a constatação de que, embora muitos trechos 
já estivessem com mais de 30 anos de uso, o custo da recupera-
ção resultou muito abaixo do esperado. No Pró-Vicinais, a quase 
totalidade do orçamento para recuperação refere-se ao custo dos 
recapeamentos para melhoria da superfície e apenas um valor 
residual, ao custo da recuperação da parte estrutural da base, tal 
como ocorreu no Paraná no seu Programa de Recuperação de 
Vicinais com base de SAFL. Outra constatação importante foi que 
a recuperação das vicinais, com outros tipos de bases estabiliza-
das granulometricamente (solo-brita, pedregulho, brita graduada, 
bica corrida, etc.), apresentou custos iguais, ou superiores aos com 
base de SAFL, para tráfegos similares. 
Cabe ressaltar que, para tráfego pesado, já foi testado um pavimen-
to com base de SAFL e camada de revestimento de 10 cm (5 cm 
“binder” e 5 cm de concreto asfáltico) em 3 faixas adicionais da Via 
28
Pavimentos Econômicos
W. Luiz. Essas faixas apresentaram, durante o período de teste de 7 
anos, um comportamento excepcional. Após esse período, a rodovia 
Washington Luiz (SP 310) foi recapeada, duplicada e as faixas experi-
mentais transformadas em acostamentos. Visualmente, verifica-se na 
figura 1.1 o comportamento excepcional dessa base, com 20 cm, que 
permaneceu íntegra e sem deformações, mesmo sob essa condição 
extrema de tráfego. 
Observe-se que a régua metálica acha-se perfeitamente nivelada sobre a 
camada de rolamento, mostrando a inexistência de qualquer 
deformação transversal nas rodeiras e ausência de trincas no 
revestimento. Tal constatação confirma a elevada capacidade 
de suporte da base de SAFL, obtida tanto no campo como em 
laboratório, por meio dos resultados do ensaio de suporte (CBR 
e Mini-CBR), assim como o elevado modulo de resiliência desse 
tipo de base, que é confirmado pelos dados obtidos por Nogami 
e Villibor (1995). Isto justifica a suma importância de se dar 
continuidade aos estudos para utilização da base de SAFL, em 
rodovias de tráfego pesado.
A figura 1.1, mostra o Engenheiro Fernando Custódio Corrêa, já 
falecido, verificando o comportamento da base da faixa adicio-
nal na SP 310. Fernando, a quem os autores prestam homena-
gem, foi um dos pioneiros na implantação de pavimentos com 
base de solos finos lateríticos, no Brasil.
1.3 OBJETIVOS
Este livro tem por objetivos apresentar: 
O Estudo geotécnico dos SAFL para bases de pavimentos, com o ??
uso de uma sistemática não tradicional, denominada MCT. 
Uma série de recomendações, construtivas e de controle tecno-??
lógico, para bases de SAFL e suas imprimaduras, as quais resulta-
ram, em grande parte, dos estudos efetuados com a aplicação da 
Sistemática MCT.
Conceitos básicos e estudo geotécnico para bases de solo laterí-??
tico-agregado.
Para atingir os objetivos, foram desenvolvidos os seguintes assuntos:
Dificuldades e deficiências da sistemática tradicional para o ??
estudo tecnológico das bases de SAFL.
Desenvolvimento da Sistemática MCT para o estudo geotécnico ??
de solos.
Pesquisas desenvolvidas com o uso da Sistemática MCT.??
Estudo geotécnico de solos para bases de SAFL com o uso da ??
Sistemática MCT.
Figura 1.1 Faixa adicional do Km 219 
da SP 310.
29
1INTRODUÇÃO
Recomendações construtivas e de controle tecnológico de base ??
de SAFL.
Conceitos básicos e estudo geotécnico para bases de solo laterí-??
tico-agregado.
Subsidiariamente são apresentados, no Anexo I, conceitos fundamen-
tais para a utilização das bases em questão, por meio da discussão 
de quesitos de suma importância para o entendimento do assun-
to. Também, no Anexo II, enfocam-se características dos ensaios da 
MCT, pouco difundidas no meio técnico.
Os resultados das pesquisas desenvolvidas com a utilização da Siste-
mática MCT deram subsídios para a proposição dos estudos geotécni-
cos dos SAFL e dos solos laterítico-agregados, tanto na fase de projeto, 
como na elaboração das recomendações construtivas e de controle 
da base e sua imprimadura. Espera-se, também, que elas contribuam 
para um melhor conhecimento do comportamento dos solos lateríti-
cos em caráter geral, mediante a obtenção de resultados mais signi-
ficativos das suas características geotécnicas. Isso permitirá melhor 
utilização desses solos em pavimentos de rodovias com trânsito mais 
intenso, e/ou pesado, e em obras similares.
Acredita-se que o uso da Sistemática MCT contribuirá para o desen-
volvimento de uma tecnologia nacional própria, em pavimentação, 
além de aumentar o emprego dos SAFL em bases de pavimentos. Isto 
proporcionará uma economia substancial na execução de programas 
de pavimentação de estradas secundárias (VDM ≤1.000 veículos), que 
são de vital importância para o desenvolvimento do País. Para maio-
res volumes de tráfego pode-se usar base de solo laterítico-agregado, 
cujo estudo geotécnico é apresentado no capítulo 7.
Além disso, com pequenas adaptações, essa Sistemática poderá ser 
usada no estudo da pavimentação de aeródromos e vias urbanas, 
com grande economia em relação aos pavimentos convencionais. 
Para pavimentação urbana o livro Pavimentos de Baixo Custo para Vias 
Urbanas de Villibor et al. (2007), já apresenta a tecnologia adaptada 
para esse fim, preconizado o uso de bases constítuidas de solos com 
predominância de finos lateríticos.
30
2
DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA
31
2.1 GENERALIDADES
Até o final da década de setenta, o DER-SP utilizava, para o estudo geotécnico 
dos SAFL para bases, praticamente a mesma sistemática tradicio-
nal sugerida na dissertação de Mestrado de Villibor (1974), a qual é 
fundamentada no seguinte:
Determinação do comportamento laterítico do solo, baseada em ??
informações pedológicas.
Obtenção dos resultados de ensaios tradicionais de laboratório: ??
Granulometria por peneiramento, Limites de Consistência [Limite 
de Liquidez (LL) e Limite dePlasticidade (LP)] e CBR (Índice de 
suporte e Expansão). A partir dos valores de LL e LP, é obtido o 
Índice de Plasticidade: IP = (LL - LP).
Para os resultados referentes a esses ensaios, eram recomendados
os seguintes intervalos de valores:
Granulometria por Peneiramentoa] 
Material que passa na peneira 0,42 mm � .................85 a 100%
Material que passa na peneira 0,075 mm � .................25 a 45%
Limites de Consistênciab] 
Limite de Liquidez (LL � .............................................20 a 30%
Índice de Plasticidade (IP) � ...........................................6 a 9 %
CBR (California Bearing Ratio)c] 
Determinados na Massa Específica Aparente Seca máxima (MEAS 
máx) e umidade ótima (Ho) do Método M-53-71, DER- SP, na 
energia Modificada (equivalente à AASHTO T-180-59). 
Índice de suporte California � ........................................ ≥ 80 %
Expansão � ....................................................................≤ 0,1 %
Quanto ao controle tecnológico da execução, exigia-se para seu recebimento:
Grau de Compactação correspondente a, no mínimo, 95% da a] 
MEAS máx referente à energia Modificada ou 100 % da energia 
Intermediária (M-53-71, DER-SP).
Umidade de Compactação no intervalo de umidade ótima Ho b] 
± 0,10 Ho, ajustando-o após os primeiros subtrechos, a fim de 
conseguir-se o grau de compactação exigido.
A adoção da sistemática t radicional apresenta vár ios problemas,
entre os quais destacam-se:
Dificuldades na determinação do comportamento geotécnico ??
laterítico dos SAFL.
32
Pavimentos Econômicos
Dificuldades inerentes à metodologia dos ensaios tradicionais.??
Deficiências na previsão de importantes problemas, construtivos ??
e de comportamento, nas bases de SAFL.
Apesar disso, até hoje a referida sistemática é adotada em especificações 
rodoviárias para o estudo de bases de SAFL, inclusive oficiais, como 
a DER/PR ES-P08/5 (do Departamento de Estradas de Rodagem do 
Estado do Paraná), e por muitos técnicos rodoviários. Esse fato justi-
fica uma análise minuciosa dos problemas e deficiências inerentes à 
sua utilização. Esta análise é imprescindível, também, para o enten-
dimento da evolução da tecnologia do uso das bases de SAFL e das 
vantagens da utilização da Sistemática MCT, ainda pouco divulgada 
no meio técnico, que está sendo apresentada neste livro.
2.2 DIFICULDADES NA DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO 
 GEOTÉCNICO LATERÍTICO DOS SAFL 
Cientificamente, os solos são considerados lateríticos se apresentarem
uma série de peculiaridades, tais como:
Resultam de um processo pedológico inerente aos perfis de solos ??
bem drenados, desenvolvidos em climas quentes e úmidos.
Permanência da caolinita como argilo-mineral exclusivo, ou ??
predominante, e fração argila caracterizada pela riqueza em 
óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio. Associadas a essa 
constituição química e mineralógica, os solos apresentam, ainda, 
macroestrutura e microestrutura porosas características, sobretu-
do, em sua parte argilosa.
Morfologia peculiar dos perfis naturais, caracterizada pela grande ??
espessura do horizonte pedológico, camadas (horizontalizadas) cons-
tituintes pouco nítidas, cores típicas, macrofábrica aglomerada.
O critério pedológico acima referido nada diz, especificamente, sobre o 
comportamento geotécnico dos solos lateríticos. Entretanto, na 
década de setenta, no DER-SP, recorria-se à identificação de campo 
com base nos dados do Levantamento de Reconhecimento dos Solos 
do Estado de São Paulo, 1960. Consideravam-se de comportamento 
geotécnico laterítico, para utilização em bases, os solos integrantes 
das classes pedológicas discriminadas a seguir:
LEa: Latosol Vermelho Escuro – Fase Arenosa
LVa: Latosol Vermelho Amarelo – Fase Arenosa
PLn: Podzolizados Lins e Marília – Variação Lins
Pml: Podzolizados Lins e Marília – Variação Marília
RPV-RLV: Regosol Intergrade para Podzólico Vermelho Amarelo 
e Intergrade para Latosol Vermelho Amarelo.
33
2DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL
A aplicação prática desse procedimento apresentava sérias dificuldades pela subje-
tividade dos critérios adotados, pelo aumento crescente dos trechos 
a estudar e por exigir, dos engenheiros e técnicos, conhecimento 
especializado em pedologia (não exigido no tipo de formação deles). 
Atualmente, as referidas classes foram abandonadas e substituídas 
por outras, conforme consta no Capítulo 5.
Critérios, aparentemente menos subjetivos, têm sido propostos para a 
determinação do comportamento geotécnico laterítico, como: a 
razão sílica/sesquióxidos, o grau de petrificação segundo o Labora-
tório Nacional de Engenharia Civil de Lisboa (LNEC), a microfábrica 
revelada pelo microscópio eletrônico de varredura e a análise mine-
ralógica da fração argila. Esses critérios não se têm revelado adequa-
dos, ou por envolverem ensaios altamente especializados (difíceis de 
serem realizados em laboratórios geotécnicos rodoviários), ou por não 
estarem diretamente relacionados com o comportamento dos solos 
na estrutura do pavimento.
2.3 DIFICULDADES INERENTES À METODOLOGIA DOS ENSAIOS 
 TRADICIONAIS
2.3.1 Limites de Consistência 
Dos limites de consistência, são considerados relevantes, para a finalidade em vista, 
o LL e o IP. Com a ampliação dos estudos, para atender uma grande 
demanda por projeto e construção de pavimentos econômicos com 
uso de bases de SAFL, ficaram patentes as deficiências da utilização 
de LL e IP devido à pequena reprodutibilidade dos resultados dos 
ensaios, o que tem sido confirmado em relatos de diversos trabalhos 
genéricos sobre solos tropicais. Entre outros, podem ser citados:
Gidigasu (1976) em a] Lateritic Soil Engineering, no capítulo 10, 
página 32, cita: “Outra fonte de dificuldade na obtenção da repro-
dutibilidade dos resultados dos ensaios de plasticidade de alguns 
solos lateríticos é a tendência de apresentarem aumento de plas-
ticidade com o grau de misturação ou moldagem da amostra, 
antes do ensaio”.
Programa Interlaboratorial Brasileiro desenvolvido pelo IPT-SP. b] 
Alguns dos resultados obtidos pelo programa, para 3 amostras, 
estão apresentados na figura 2.1. Sua análise revela a grande varia-
ção dos valores de LL e IP, obtidos por diversos laboratórios, em 
ensaios executados segundo as NBR 6459/84 e 7180/84 da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Comparação de Resultados de LL e IP obtidos pelo DER-SP e IPT, c] 
para SAFL, em ensaios executados conforme as normas acima. A 
tabela 2.1 mostra a grande variação dos resultados, de 5 amos-
34
Pavimentos Econômicos
tras de SAFL utilizados em bases, confirmando 
o que havia sido constatado no programa do 
IPT.
No que se refere aos SAFL, as dificuldades ficam 
aumentadas pois os valores limites considera-
dos na especificação proposta correspondem a 
valores bastante baixos, próximos do limite 
de exequibilidade dos ensaios envolvidos.
Devido a esses fatos, têm surgido vários proble-
mas, tanto na fase de projeto como na cons-
trutiva. No projeto, várias jazidas de SAFL, 
satisfatórias por um laboratório, podem não 
ser consideradas como tais por outros, gerando 
sérias controvérsias. Na construção, várias jazi-
das aceitas como satisfatórias no projeto têm 
sido abandonadas por não serem aceitas pelo 
laboratório de controle, onerando de maneira 
imprevista o custo das obras, pelo aumento da 
distância de transporte.
2.3.2 Ensaio de CBR 
A ava l iação da capac idade de supor-
te e da expansão do solo para base é reali-
zada, em geral, pelo CBR tradicional. Os valores 
do índice de suporte ≥ 80% e expansão ≤ 0,1% 
recomendados correspondem aos encontrados 
nos solos das pistasexperimentais, construí-
das pelo DER-SP, que apresentaram comporta-
mento satisfatório. Esses valores correspondem, 
também, aos limites fixados pelo DNIT para 
bases estabilizadas granulometricamente. A utili-
zação do ensaio CBR tradicional apresenta uma 
série de problemas, destacando-se:
Grande Dispersão de Resultadosa] 
Essa dispersão foi motivo de considerações em vários trabalhos: 
Peltier (1953), Souza Pinto e outros (1964) e Nogami (1972). Um 
resumo dos resultados obtidos nesses trabalhos é apresentado na 
tabela 2.2, a qual mostra que o valor máximo obtido nos ensaios, 
para uma mesma amostra, chega a ser de 2 a 3 vezes maior que 
o mínimo.
Para os SAFL, a dispersão é ainda maior devido à grande varia-
ção do índice de suporte com o teor de umidade de moldagem 
dos corpos de prova. Variação de 1% de umidade em torno da 
Tabela 2.1 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS DE LL, LP E IP 
 (%) EM ENSAIOS DE 5 AMOSTRAS DE SAFL.
Laboratório 
Amostra
 IPT-SP
DER-SP 
(Araraquara)
LL LP IP LL LP IP
A 24 16 8 19 14 5
B 37 19 18 30 22 8
C 26 15 11 20 15 5
D 34 20 14 24 17 7
E 28 16 12 27 21 6
Figura 2.1 Programa Interlaboratorial: valores de LL e IP de 3 
amostras.
35
2DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL
ótima pode ocasionar, em certos solos, uma diminuição de 50% 
ou mais no valor do índice de suporte (Villibor, 1974). Assim, 
o ensaio de CBR em um único corpo de prova, moldado para o 
teor de umidade correspondente à ótima, não é confiável; isto 
porque não apenas é difícil acertar o teor de umidade de molda-
gem com a necessária precisão, como também esse teor não fica 
bem caracterizado na curva de compactação.
Necessidade de uma Grande Quantidade de Material b] 
Como visto acima, apesar de o CBR ser exigido apenas nas condi-
ções de Massa Específica Aparente Seca máxima e Umidade ótima, 
tal exigência é difícil de ser satisfeita com apenas um corpo de 
prova. Há necessidade de se construir a curva de variação do CBR 
em função de vários teores de umidade diferentes, com a molda-
gem de, pelo menos, 3 corpos de prova com teores de umidade 
em torno da ótima. Na prática, devido à dispersão dos resulta-
dos, é sempre desejável aumentar para 5 o número de corpos de 
prova. Esse procedimento encarece consideravelmente os custos 
da amostragem do material, de seu transporte e dos ensaios neces-
sários.
2.4 DEFICIÊNCIAS NA PREVISÃO DE PROBLEMAS CONSTRUTIVOS 
 E DE DESEMPENHO NAS BASES DE SAFL
Na fase de construção e na etapa seguinte (relativa ao desempenho do pavimento
em serviço), surgiram problemas específicos das bases de SAFL, impos-
síveis de serem previstos com a sistemática tradicional, a saber:
Dificuldades encontradas, em alguns tipos de SAFL para a obten-a] 
ção do grau de compactação exigido no projeto.
Amolecimento da borda do pavimento, durante e após sua cons-b] 
trução, devido à penetração d’água, resultando excessiva defor-
mação e eventual rompimento do revestimento e, ainda, intensa 
erosão na borda do pavimento.
Tabela 2.2 VARIAÇÃO DO CBR SEGUNDO PELTIER, SOUZA PINTO E NOGAMI.
Trabalho Normas de ensaio Amostra 
Nº de 
ensaios
Valor CBR [%] Desvio 
padrãoMin. Máx. Med.
Peltier (53) Método Americano Areia argilosa 21 10,5 33,0 17,8 6,20
Souza Pinto
ABPv (64) 
DPT-M-48-64 (DNER) 
Energia Intermediaria
D
E
12
12
26,4
17,3 
38,6
45,8 
29,5
34,6
6,55
9,40
Nogami (72)
M-53-71 (DER-SP) 
Energia Normal
SP-310 km 254 8 11 28 17,3 6,28
36
Pavimentos Econômicos
Trincamento excessivo da base, por contração provocada pela c] 
perda de umidade, refletindo, em alguns casos, na camada de 
revestimento, com consequente redução da vida útil do pavimen-
to e da sua serventia.
Comportamento inadequado da imprimadura betuminosa, que d] 
dá origem ao escorregamento do revestimento, e à exsudação do 
asfalto na superfície do mesmo.
Discrepância entre a capacidade de suporte pretendida e a real, e] 
nas condições tropicais e com base na referida sistemática, o que 
pode ocasionar rejeição de jazidas mais próximas, onerando o 
custo do pavimento.
As pesquisas realizadas para a elaboração da Sistemática MCT, apresentada
neste livro, permitiram agrupar as principais causas das deficiên-
cias da sistemática tradicional, a saber: 
Granulometria??
A consideração de apenas duas peneiras (0,42 mm e 0,075 mm) 
não permite distinguir, de maneira adequada, os solos que apre-
sentam os problemas citados em itens a] e c]. Há necessidade, 
como será visto mais adiante, da inclusão da peneira de 0,150 
mm e, em alguns casos, da determinação da fração argila (diâme-
tro equivalente dos grãos inferior a 5 μm). Sabe-se, atualmente, 
que essa deficiência pode ser detectada pelo uso da Classificação 
Geotécnica MCT, principalmente pelas peculiaridades da curva 
de deformabilidade na compactação laboratorial.
Capacidade de Suporte??
O conhecimento de dados de bases de trechos, já submetidos à 
ação do tráfego, mostra a inconveniência de se adotar as condi-
ções estabelecidas na sistemática tradicional para a avaliação da 
capacidade de suporte em termos de CBR, ou seja, suporte obtido 
após imersão por 4 dias. Os dados obtidos em bases de trechos 
em uso por vários anos mostraram ser mais condizente com a 
realidade a utilização de novas condições para determinação da 
capacidade de suporte, como será enfocado posteriormente.
Propriedades Hídricas??
Os problemas citados no subitem b] estão intimamente ligados às 
propriedades hídricas das bases estudadas, não tratadas na siste-
mática tradicional.
Contração??
Os problemas relacionados com o trincamento referido no item c] 
estão relacionados com a contração da base, devido, sobretudo, à 
perda do teor de umidade. Essa propriedade não era considerada 
na sistemática tradicional.
37
2DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL
Efeito da Imprimadura Betuminosa??
Os problemas relacionados em d] são devidos ao complexo fenô-
meno de interrelacionamento entre a base compactada e o mate-
rial betuminoso usado na imprimadura. A sistemática tradicional 
não considerava nenhum dos aspectos relacionados com esse 
fenômeno, de vital importância, como será enfocado no Capí-
tulo 4.
2.5 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES
As dificuldades e deficências apresentadas e comentadas, quanto à utilização 
da sistemática tradicional para o estudo tecnológico das bases de 
SAFL, estão presentes no meio rodoviário, até hoje, para o estudo 
tecnológico de outros tipos de base. Assim, bases granulares (elevada 
porcentagem retida na # 2,0 mm) de solos-agregados, ou de materiais 
naturais (lateritas, pedregulhos, etc.), utilizam os ensaios tradicio-
nais para a obtenção dos limites de consistência (LL e LP), que são 
determinativos para a aceitação de um material para sua execução; 
isso conduz, frequentemente, a um aumento do custo das mesmas, 
pelos motivos:
Escolha inadequada desses materiais para base, causando proble-??
mas de comportamento.
Abandono de materiais de alta qualidade que ocorrem nos trópi-??
cos e não atendem os limites de consistência preconizados.
Para contornar as deficiências referidas, uma linha promissora é aplicar a meto-
dologia MCT, sobre a fração que passa na # 2,00 mm, para obter suas 
propriedades mecânicas e hídricas e verificar se elas estão dentro 
de intervalos admissíveis que a qualifiquem para a finalidade em 
vista; além disso, usar o ensaio de suporte CBR tradicional e requi-
sitos granulométricos sobre o material integral. A conjunção desses 
procedimentos permite propor especificações mais adequadas para os 
materiais constituintes desses tipos de base, conforme preconizado 
por Nogami e Villibor em (1995) e (2007).
383
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT
PARA ESTUDO GEOTÉCNICO
39
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Detectadas as dificuldades e deficiências da sistemática vigente na década de 70 
no DER-SP, a Tese de Doutoramento de Villibor (1981) veio trazer 
soluções com a apresentação de uma nova sistemática para o estudo 
tecnológico dos SAFL. A mesma é baseada numa diretriz que tornou 
possível a obtenção de dados esclarecedores sobre as propriedades de 
maior interesse para o desempenho deste tipo de solo como base de 
pavimentos, nas condições climáticas brasileiras. Embora o enfoque 
principal da pesquisa tenha sido o SAFL, o desenvolvimento da nova 
Sistemática (MCT) permitiu um amplo estudo geotécnico dos solos 
finos (100% passando na peneira de 2,00 mm), que são de interesse 
para diversas aplicações rodoviárias.
Após 1981, ocorreram alterações tanto na designação dos ensaios como na 
sua técnica executiva; por essa razão, julgou-se útil apresentá-los de 
acordo com os procedimentos agora recomendados e utilizando a 
terminologia vigente. Além disso, estão sendo introduzidos novos 
ensaios objetivando, sobretudo, a Classificação Geotécnica MCT. 
Alterou-se, também, a forma de redação para proporcionar uma 
melhor idéia dos objetivos dos ensaios.
Ressalta-se que as referidas alterações são compatíveis com o conteúdo
do livro Pavimentação de Baixo Custo com Solos Lateríticos (Nogami 
e Villibor,1995) e que foram, ainda, introduzidas novas alterações 
sugeridas por informações obtidas após sua publicação.
A série de ensaios da nova Sistemática, que engloba os ensaios classificatórios da 
MCT (M5, M8 e M9), constitui o elenco de Ensaios da Sistemática 
MCT, a saber:
M1 – Ensaio de Compactação Mini-Proctor
M2 – Ensaio Mini-CBR e Expansão
M3 – Ensaio de Contração
M4 – Ensaios de Infiltrabilidade e Permeabilidade
M5 – Ensaio de Compactação Mini-MCV
M6 – Ensaio de Penetração da Imprimadura Betuminosa
M7 – Ensaio Mini-CBR de Campo - Procedimento Dinâmico
M8 – Ensaio da Perda de Massa por Imersão
M9 – Classificação Geotécnica MCT.
40
Pavimentos Econômicos
As propriedades mecânicas e hídricas da base de SAFL, consideradas
na metodologia MCT, estão diretamente relacionadas com o desem-
penho do pavimento que utiliza este tipo de base. Muitos dos defei-
tos dos pavimentos podem ser atribuídos a valores inadequados 
de uma ou mais de suas propriedades, e/ou a problemas na técnica 
construtiva da base. A tabela 3.1 mostra os ensaios e determinações 
da Sistemática MCT e, também, suas associações com as propriedades 
físicas das bases de SAFL e com os principais problemas e defeitos 
construtivos das mesmas.
Ressalta-se que essa filosofia, de procurar ensaios que retratem de perto
as propriedades e o comportamento do pavimento, representa um 
passo avante quando comparada com a abordagem tradicional, base-
ada na granulometria e nos limites de liquidez (LL) e índice de plas-
ticidade (IP), cujas limitações foram comentadas no Capítulo 2.
3.2 SISTEMÁTICA MCT 
Esta Sistemática, cujos métodos de ensaio são apresentados no anexo II, 
caracteriza-se pela utilização de corpos de prova (cp) cilíndricos, de 
dimensões reduzidas, com diâmetro de 50 mm e de altura igual ou 
próxima dessa medida; por isso foram designados de “Miniatura”, 
com abreviação (M). Como, basicamente, são obtidos em laboratório 
por compactação (C) e a Sistemática foi desenvolvida para solos tropi-
cais (T), isso justifica o uso da abreviatura MCT. Esses cp também 
podem ser indeformados ou executados no campo in situ.
A Sistemática MCT é recomendada para o estudo de solos tropicais que passam 
integralmente, ou têm pequena fração retida (menos de 10%), na 
peneira de malha quadrada de abertura 2,00 mm. Os solos predomi-
nantes no Estado de São Paulo, e em outras áreas das regiões tropi-
cais, em sua quase totalidade satisfazem essa condição. Isso contrasta 
com a abundância de solos de granulação grosseira, no hemisfério 
Norte, de onde provêm os ensaios considerados tradicionais.
A compactação dos corpos de prova é feita de acordo com o procedimento
desenvolvido na Iowa State University (Lafleur et al; 1956) e no 
DER-SP (Nogami,1972), que utiliza basicamente o processo dinâmi-
co. A determinação da capacidade de suporte e expansão é, também, 
baseada no procedimento desenvolvido pela referida Instituição. 
Várias modificações foram introduzidas nos detalhes executivos e, além disso, 
foram desenvolvidos métodos de ensaios apropriados, com cp espe-
cíficos, para determinação dos valores de outras propriedades como: 
infiltrabilidade d’água, permeabilidade, contração por secagem, pene-
tração da imprimadura betuminosa, etc. Cabe ressaltar que alguns dos 
ensaios, ora apresentados, foram utilizados por Nogami e Villibor com 
outras finalidades como em: “Mapeamento Geotécnico” (Villibor e 
41
3DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 
Nogami, 1979), “Diferenças de Propriedades entre Solos Lateríticos e 
Saprolíticos Compactados” (Nogami e Villibor, 1979) e “Caracteriza-
ção e Classificação Gerais de Solos” (Nogami e Villibor, 1980).
Tabela 3.1 ENSAIOS DA MCT E FENÔMENOS FÍSICOS CORRELACIONADOS - ASSOCIAÇÃO COM OS DEFEITOS CONSTRUTIVOS 
 NA BASE.
42
Pavimentos Econômicos
No Anexo II são apresentados os métodos para realização dos ensaios, devidamente
atualizados e acrescidos de novos métodos, que constituem a Siste-
mática MCT. Alguns desses novos diferem, em detalhes, daqueles 
originalmente utilizados por Villibor (Villibor,1981) no desenvolvi-
mento das pesquisas constantes deste livro, executadas na segunda 
metade da década de setenta. 
Sendo os ensaios básicos da Sistemática MCT ainda pouco conhecidos no meio 
rodoviário brasileiro, seus aspectos essenciais serão expostos nos subi-
tens a seguir. Para a compactação dos corpos de prova e determina-
ção da capacidade de suporte e expansão, será dada maior ênfase às 
adições e alterações efetuadas relativamente à metodologia original 
de Iowa. Ressalta-se que toda citação de energia Normal (EN) ou de 
energia Intermediária (EI) refere-se às dos ensaios do Mini-Proctor 
da Sistemática MCT. Além dos aspectos expostos, são encontrados 
no Anexo II os métodos de ensaios detalhados (M1 a M9) da 
Sistemática MCT.
3.2.1 Ensaio de Compactação Mini-Proctor (M1)
Utiliza-se somente a fração do solo que passa na peneira de 2,00 mm. Todas 
as amostras devem ser secadas previamente ao ar. Utilizam-se, sempre, 
amostras virgens para cada ponto da curva de compactação. A unifor-
mização do teor de umidade de compactação, através da misturação 
e homogeinização, é feita após a adição da água em cada alíquota de 
solo; antes de iniciar a compactação, conserva-se a mesma em repou-
so, pelo menos por 12 horas, em recipiente hermético. 
Para a compactação usam-se dois tipos de soquete: o leve (2,27 kg) e o pesado 
(4,50 kg). Para reproduzir as condições próximas da energia dita 
Normal (ASTM-D-698 ou AASHTO-99), aplicam-se 5 golpes de cada 
lado do corpo de prova, com soquete leve, em apenas uma camada 
e, para a energia conhecida como Intermediária adotada no Brasil 
(DNER-ME-129-94), aplicam-se 6 golpes de cada lado, com soquete 
pesado. Foi necessária a fixação do número de golpes, em cada ener-
gia, para possibilitar a obtenção de curvas de compactação (designa-
da Mini-Proctor), próximas às obtidas pelos métodos que se deseja 
reproduzir; na prática, as discrepâncias encontradas têm sido pouco 
significativas.
Os corpos de prova são moldados de maneira que sua altura atinja 50 
± 1 mm, sem arrasamento. Tal exigência implica em que se despreze 
pelo menos um corpo de prova, para se conseguir a altura requerida. 
Para a obtenção da altura de cada corpo de prova, utiliza-se um dispo-