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Trabalho - Relatório

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 CAMPUS DUTRA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO
LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E INGLESA
RELATÓRIO 
PRÁTICA DE MORFOSSINTAXE
Nomes: Cláudia Araújo 	C3107G7
 Letícia Zucco 	C31CII0
 Raphael Arantes 	C164GF9
 Tamara Melo 	C081HG1
São José dos Campos
2015
‘’É no discurso atualizado em frases que a língua se forma e se configura. Aí começa a linguagem. Poder-se-ia dizer decalcando uma fórmula clássica: nihil est in língua quod non prius fuerit in oratione.’’
Émile Benveniste
Tradução: Nada existe na língua, que não tenha existido primeiro na oração.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	ESTUDO DO SUJEITO E PREDICADO	5
3.	OS TERMOS DA ORAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO ESTUDO DA GRAMÁTICA	7
4.	A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS SINTÁTICOS	8
5.	EMPREGO CORRETO DAS VÍRGULAS	9
6.	ESTUDO SINTÁTICO DO PERÍODO COMPOSTO	10
7.	PARALELISMO SINTÁTICO	11
8.	CONCLUSÃO	12
INTRODUÇÃO
Durante o semestre letivo, tivemos a oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos gramaticais. Através do livro Prática de Morfossintaxe, da autora Inês Sautchuk, desenvolvemos estudos sobre funções sintáticas, termos integrantes da oração, o emprego correto das virgulas, etc. Nós, como futuros professores de língua portuguesa, percebemos a importância e a obrigação de conhecer e entender a gramática e as relações que ela estabelece com a semântica, a fonologia, a sintaxe e a morfologia. Nesse relatório, iremos mostrar a função e a importância das áreas estudadas da gramática. 
Nesse livro, Sautchuk nos apresenta exemplos preciosos da língua em uso, e nos mostra que a língua é uma atividade social e de ação sobre o outro. Os textos são construídos em diversos contextos, o que pode alterar o seu valor semântico. O estudo detalhado dos termos da gramática se faz necessário para compreender melhor a lógica interna existente nas orações e períodos existentes na língua portuguesa. Sem esse conhecimento é praticamente impossível que você se torne um bom entendedor da língua. 
Pretendemos expor de forma clara e objetiva o amplo conteúdo com o qual tivemos contato durante o semestre.
ESTUDO DO SUJEITO E PREDICADO
No que diz respeito ao sujeito podemos dizer que ele insere-se dentre os chamados “Termos essenciais da oração”, pois para que uma oração seja dotada de sentido, ela necessariamente precisa conter sujeito e predicado e, em algumas vezes, complemento. 
Estudando com base no livro de Inez Sautchuk vimos que ao dizer que sujeito é o termo sobre o qual se afirma ou se declara algo, ou ainda, que o sujeito é aquele que pratica a ação expressa pelo verbo é um tanto quanto precipitado e muitas vezes essa afirmação pode estar errada, pois devemos sempre analisar quem é o sujeito e compreender qual relação ele estabelece com a oração ou com a frase. Percebemos como essas tentativas tradicionais de caracterizar o sujeito da oração muitas vezes são falhas, pois nem sempre o sujeito pratica a ação exercida pelo verbo, dessa maneira também seria impossível entender por que em uma oração como alguém quebrou o vaso o sujeito não é indeterminado e por que em quebraram o vaso o sujeito é indeterminado e não oculto. 
Segundo Sautchuk um método ainda muito usado em livros didáticos é: para descobrir o sujeito, pergunte “quem?” ou “o quê?” para o verbo da oração. Entre outras falhas esse mecanismo “prático” só funciona quando o sujeito da oração é tão óbvio que a pergunta nem precisaria ser feita. Além disso, o método leva a confusões fatais, pois, para descobrir o objeto direto da oração, também se aconselha perguntar “o quê?” ao verbo. 
Ainda segundo Sautchuk, na frase Caíram do varal as roupas estendida, deveríamos perguntar “o que caiu?” ou “caiu o quê?”. Não deveríamos ter perguntado “quem?” para descobrir o sujeito? E estendidas faz ou não parte do sujeito? Ou faz parte do objeto direto? Se tiver conhecimento de antemão, que deve-se perguntar “quem?” ou “o quê?”, é porque já se sabe, também de antemão, qual é o sujeito e, portanto, a pergunta se torna inútil. 
A característica morfossintática definitiva do sujeito da oração é a de ser sempre de natureza substantiva, representado, portanto, por um sintagma nominal. 
O método prático e funcional aprendido nesse semestre consegue identificar o sujeito de uma maneira simples: todo termo da oração (não preposicionado) que puder ser substituído por um pronome reto será sujeito. Para isso, após isolar a oração a qual pretende-se encontrar o sujeito, basta que a transforme em uma pergunta hipotética. A resposta, geralmente afirmativa, indicará o sujeito, ficando os termos da oração automaticamente na ordem SVC (sujeito, verbo e complemento). 
O princípio linguístico que rege esse método prático é aquele sustentado pelo fato de que somente um pronome pessoal do caso reto pode substituir o sujeito da oração, por serem ambos de natureza substantiva (não preposicionada). 
Quanto ao predicado, na gramática, ele também é um dos termos essenciais da oração: Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. 
Ele também é tudo aquilo que se informa sobre o sujeito e é estruturado em torno de um verbo. Ele sempre concorda em número e pessoa com o sujeito.
Quando é um caso de oração sem sujeito, o verbo do predicado fica na forma impessoal, 3ª pessoa do singular. O núcleo do predicado pode ser um verbo significativo, um nome ou ambos. Há verbos que expressam estados e que são chamados de verbos de ligação, que possuem as mesmas características para um predicado.
O predicado pode ser subdividido em Predicado nominal, verbal ou verbo-nominal. 
Predicado verbal — É constituído por um verbo significativo, que podem ser intransitivos ou transitivos. 
Predicado nominal — O núcleo do predicado é um verbo de ligação (verbo copulativo, ou verbo predicativo), sem significação definida, pelo que exige a presença de um elemento que lhe conceda sentido. Esse elemento designa-se predicativo do sujeito. 
Predicado Verbo-Nominal — apresenta as seguintes características:
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade. 
OS TERMOS DA ORAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO ESTUDO DA GRAMÁTICA
Quanto ao estudo dos termos da oração, trata-se de um tema que aborda várias definições importantes e traz a possibilidade de entrar em contato com nomenclaturas específicas e funções sintáticas de termos essenciais ao estudar sintaxe. O estudo reuniu todas as definições de termos como: sujeito e seus diversos tipos, predicado verbal, nominal, verbo-nominal, objeto direto e indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, agente da passiva, aposto e vocativo. 
Ao longo da análise, pudemos notar que cada termo definido ocupa um lugar único na ordem que rege as orações e que cumpre uma função bem definida segundo as leis internas da nossa gramática normativa, como por exemplo, um objeto direto jamais pode ser confundido com o indireto, pois sabe-se que todo objeto direto requer necessariamente um verbo transitivo direto que não pede preposição. Apesar de parecidos, complemento nominal e adjunto adnominal são diferentes, cumprindo, portanto, funções distintas, algo que já começa pela definição, pois complemento nominal é classificado como termo integrante da oração, sendo dessa forma necessário para que o sentido do enunciado esteja completo e claro ao leitor. Diferentemente do adjunto adnominal que classifica-se como termo acessório da oração e ocupa uma posição secundária nas orações, possuindo caráter complementar dos termos mencionados anteriormente e que não requer obrigatoriedade. Pode-se também diferenciar oaposto do adjunto adnominal, entendendo que o aposto serve para retomar, explicar ou apresentar novas informações do termo anteriormente citado, o que difere do adjunto adnominal, que basicamente cumpre a função de qualificar o substantivo, de determiná-lo ou apresentar uma caraterística específica a ele.							
A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS SINTÁTICOS
No livro a autora, deixou clara a falta que um bom entendimento da sintaxe faz, com exemplos retirados de verdadeiras redações escolares e exercícios comentados, o que possibilitou perceber que para se ter uma boa comunicação, seja falada ou escrita, necessita-se entender o que é o sujeito, o predicado, o uso correto da vírgula, enfim os termos que compõem uma oração.
Imagine-se diante de uma sopa de palavras, você terá que organizá-las em frases para que alguém entenda determinada mensagem que deseja passar. O que é necessário saber para construir tal mensagem com clareza? De conhecimentos sintáticos. A análise sintática é como estar diante de inúmeras palavras e planejar o que fazer, ou seja, ter algo a dizer (é o que está na ideia, na imaginação e no pensamento), logo é preciso organizar, planejar de maneira adequada para montar aquilo que se deseja (oração). 
Sintaxe é a disposição, relação e combinação das palavras na frase e das frases nos discursos, é também uma parte de gramática que estuda as funções e as construções das orações da Língua Portuguesa.
Diferente do pensamento errôneo que a grande maioria tem referente ao entendimento da frase e não a maneira como ela é formada, ou seja, o verbo ou o sujeito podem estar colocados de forma errada e as palavras escritas incorretamente, mas se o entendimento da frase foi possível, a maneira que ela foi escrita ou falada não importa mais, esquecendo assim que uma estrutura com os termos da oração, sujeito, verbo e complemento bem elaboradas, evita a ambiguidade, a confusão ao analisar a frase sintaticamente, como por exemplo, Um equilibrista louco/Um louco equilibrista etc. 
Percebe-se que é fundamental nos importamos com a maneira com a qual um discurso escrito ou falado será composto, não só em discursos como também com a maneira de falar e escrever no dia a dia, pois com uma má elaboração das frases, elas podem ser entendidas, mas podem também ser mal interpretadas. 
EMPREGO CORRETO DAS VÍRGULAS
O uso correto da vírgula é um tópico bastante relevante quando o assunto é a gramática. A vírgula não pode ser definida apenas como “uma pausa para respirar”, como comumente e erroneamente são, pois somente as pausas sintático-semânticas tem correspondência no sistema escrito da língua portuguesa, já as pausas respiratórias não tem. 
O emprego da vírgula ocorre em vários casos específicos, como para separar o vocativo, separar o adjunto adverbial deslocado, marcar a omissão de um verbo na oração, etc., porém deve-se lembrar de um princípio básico para seu uso: em nossa língua, não se usa vírgula na escrita nos elementos estruturais do SVC (sujeito, verbo e complemento), sem que nenhum outro termo sintático esteja presente entre eles. Partindo deste conceito, caso se faça presente algum “elemento estranho” (termo acessório), entre esse padrão ou antes dele, a colocação da vírgula deve ser feita.
O uso correto da vírgula é importante não só estilisticamente para o texto, mas semanticamente também, pois em muitos casos, ao ser colocada em uma posição diferente, usada indevidamente, ou ao não ser usada, ela pode modificar totalmente o sentido de uma oração. 
Em alguns casos, a ordem dos itens e o contexto semântico bastam para se interpretar corretamente o enunciado, porém, em muitas situações a vírgula é fundamental para a compreensão do enunciado, por isso, a importância saber usá-la corretamente.
Evitar seu uso desnecessário é essencial, porém, jamais podemos negligencia-la, procurando sempre utilizá-la da forma correta, mantendo as normas da gramática. 
ESTUDO SINTÁTICO DO PERÍODO COMPOSTO
É importante antes de estudar o período composto, saber o que é o período simples. O período simples é aquele constituído por uma única oração, é um enunciado de sentido completo, que contém apenas uma ação verbal. Já o período composto, é aquele formado por um conjunto de orações, que pode organizar-se entre si de maneira mais ou menos dependente, atribuindo entre elas relações de dependência sintática ou formando unidades apenas semanticamente dependentes.
Observa-se, ao efetuar o estudo sintático, a existência de dois tipos de período composto: o período composto por coordenação, e o período composto por subordinação.
O período composto por coordenação é constituído somente de orações sintaticamente independentes, coordenadas entre si. Dentro do período composto por coordenação, as orações coordenadas podem ser assindéticas, ou seja, aquelas não ligadas por conjunções, comumente encontradas dentro de outras orações, ou sindéticas, introduzidas por conjunção. As orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, explicativas ou conclusivas.
O período composto por subordinação trata-se daquele que, diferentemente do período composto por coordenação, apresenta orações sintaticamente dependentes entre si. Sendo assim, orações subordinadas exercem algum tipo de função sintática em relação à oração principal. As orações subordinadas dividem-se em três grupos: orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais. 
A oração subordinada substantiva é, basicamente, aquela que assume o papel de substantivo, geralmente vindo acompanhada por uma conjunção integrante. Uma oração subordinada substantiva pode ser: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva.
A oração subordinada adjetiva possui a função sintática de um adjetivo dentro do período, sendo introduzida por um pronome relativo e exercendo a função de adjunto adnominal da oração principal. É dividida em duas categorias, podendo apenas ser restritiva ou explicativa. 
A oração subordinada adverbial exerce a função de adverbio, assim modificando o sentido das outras orações e ocupando o posto de adjunto adverbial. É classificada em nove tipos, podendo ser: causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional e temporal. 
PARALELISMO SINTÁTICO
O paralelismo sintático é um mecanismo considerável na construção de texto, não só para a melhora da clareza do que se escreve, mas para que se acrescente a ela certo toque de elegância, como diz Sautchuk, na página 178 de seu livro.
O conhecimento do paralelismo sintático é muito importante, pois prega a boa construção das frases, pregando a simetria sintática, mostrando assim que não deve-se misturar estruturas sintáticas muito diferentes em um mesmo período ou oração, pois isso deixaria o enunciado além de confuso, estruturalmente “feio”.
Algumas construções de frases sem paralelismo sintático são imediatamente prejudicadas quanto a sua clareza, ou seja, quando lidas apenas uma vez, a falta do paralelismo sintático é facilmente detectado. Existem outros casos, em que construções de frases são mais prejudicadas quanto à sua expressividade ou beleza do que em sua clareza, sendo assim, até são claras quando lidas, porém esteticamente e expressivamente são “feias”. 
A capacidade de notar a presença ou ausência do paralelismo sintático indica um alto grau de domínio do idioma, e não simplesmente se ter as regras gramaticais desse idioma decoradas.
Não resta dúvidas de que o conhecimento estrutural das orações e dos períodos nos permite formar um pensamento e o expressar com clareza, coerência e precisão, da maneira que pretendemos.
CONCLUSÃO
Concluímos que a análise sintática é ensinada como um fim em si mesma, como se nada tivesse a ver com a concordância, a regência, a crase, etc. Estudamos análise sintática pela simples análise, e não em função da sintaxe. Um estudo assim, que não vislumbra qualquer aplicação prática certamente torna-se maçantee não alcança seus verdadeiros e importantes objetivos. 
Segundo Sautchuk, o objetivo maior das aulas de Língua Portuguesa deveria ser sempre ensinar ao aluno tudo aquilo que ele puder, efetivamente, usar com a finalidade primeira de melhorar sua capacidade de expressão e de comunicação na língua materna, em sua modalidade oral ou escrita. As aulas de análise sintática deveriam ter um objetivo extremamente importante nesse processo, que é dominar a sintaxe como instrumento necessário para o próprio aperfeiçoamento da capacidade de produzir textos. 
Concluímos também o fato de que no estudo da sintaxe, utiliza-se mais a memória do que a inteligência (raciocínio), quando deveria ser o contrário. A sintaxe é sem dúvida o campo mais dinâmico da gramática, pois mexe com as relações entre palavras e suas estruturas. São essas relações com as palavras que, muitas vezes, mudam os significados, transferindo, em muitos casos, a maior carga do significado do texto para o contexto. 
Em suma, o conhecimento de análise sintática é indispensável para o domínio da estrutura de uma frase e do seu significado, levando o aluno a interpretar melhor o que lê e, por consequência, a se expressar melhor, com mais coesão e conteúdo nos textos que vier a produzir. É certo que isso representa um grande esforço, mas seu benefício é imensamente maior, principalmente quando se alcança esse domínio gramatical.

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