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RDR - DIREITO ADMINISTRATIVO culados(1) CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Conjunto de PRINCÍPIOS JURÍDICOS que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos, objetivando o perfeito atendimento das NECESSIDADES DA COLETIVIDADE E DOS FINS DESEJADOS PELO ESTADO. (2) OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO Estudo da atividade ou função administrativa exercida direta ou indiretamente, de sua estrutura, de seus bens, de seu pessoal e de sua finalidade. (3) FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Dever do Estado em atender ao INTERESSE PÚBLICO, satisfazendo o comando decorrente dos atos normativos. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é o objeto e a função precípua do direito administrativo. (4) REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO Caracteriza-se pela coexistência de prerrogativas e sujeições, e é organizada a partir dos seguintes PRINCÍPIOS: - SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO - INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO (5) PRERROGATIVAS A Administração Pública detém prerrogativas para satisfazer o interesse público, condicionando ou limitando o exercício de direitos e liberdades do indivíduo, denotando a “supremacia do interesse público sobre o particular”. (6) SUJEIÇÕES As sujeições restringem a autonomia de vontade da Administração Pública, que somente atua para atender ao interesse público e na forma permitida por lei. (7) REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO Regime Jurídico-Administrativo conjunto de normas de direito público próprias do direito administrativo e que condicionam a vontade Administrativa (sujeição) e permite- lhe o exercício de prerrogativas exorbitantes do direito privado. É reservado tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico- administrativa. (8) PRINCIPAL CARACTERÍSTICA A principal característica do Direito Administrativo é a DESIGUALDADE JURÍDICA entre cada uma das partes envolvidas. De um lado, a Administração Pública, que defende os interesses coletivos, e de outro, o particular. Havendo conflito entre tais interesses, haverá de PREVALECER O DA COLETIVIDADE, representado pela Administração. Assim, a Administração Pública encontra-se em um patamar superior ao particular. (9) ESTADO Pessoa jurídica territorial soberana. Nação politicamente organizada, dotada de PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, sendo pessoa jurídica de direito público interno, composto de 3 elementos básicos: - POVO: representa o componente humano; - TERRITÓRIO: base física; - GOVERNO SOBERANO: elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização, emanado do povo. (10) PODERES DO ESTADO São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o LEGISLATIVO, EXECUTIVO, JUDICIÁRIO. Esses poderes desempenham funções típicas e atípicas. - FUNÇÃO TÍPICA: aquela para a qual o poder foi criado, sua função principal, precípua. - FUNÇÃO ATÍPICA: quando o poder desempenha função estranha àquela para o qual foi criado, função secundária. (11) FUNÇÕES TÍPICAS DOS 3 PODERES LEGISLATIVO: exercer atividade normativa => elaborar as leis; EXECUTIVO: exercício da função administrativa => conversão da norma abstrata em ato concreto; JUDICIÁRIO: função jurisdicional => aplicação das leis de forma coativa, substituindo a vontade das partes, compondo conflitos ou resistência ao cumprimento das leis. (12) ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO - FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA (FOGO REP) - FORMA DE ESTADO: FEDERATIVA (FOREST FEDE) - SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA (SIGO o PRESIDENTE) (13) FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA (FOGO REP) Privilegia a ISONOMIA ENTRE TODOS, governantes e governados, não admite a irresponsabilidade política e PRIVILEGIA O INTERESSE PÚBLICO. (14) FORMA DE ESTADO: FEDERATIVA (FOREST FEDE) Pressupõe a DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA, a SOBERANIA do Estado Federal, o princípio da INDISSOLUBILIDADE DO VÍNCULO, além de outras características. (15) SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA (SIGO o PRESIDENTE) Confiando ao Chefe do Executivo também a Chefia da Administração Pública, a representação do Estado e do governo. (16) FEDERAÇÃO Composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Todos possuem auto-administração e, por isso, devem gerir seus negócios, prestar serviços públicos de sua competência, zelar pelo primado do interesse público. (17) GOVERNO e ATOS DE GOVERNO Atividade que fixa objetivos do Estado ou conduz politicamente negócios públicos. Pratica atos de governo (ex. sanção, veto, decreto autônomo. São atos desvinculados, independentes, legais e políticos, ao contrário dos atos administrativos. “Que sobre as lutas, Deus nos dê vitórias...” (18) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É o conjunto de entidades e de órgãos incumbidos de realizar a atividade administrativa visando à satisfação das necessidades coletivas e segundo os fins desejados. Pode ser classificada como ADMINISTRAÇÃO DIRETA ou ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. (19) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA Representada por uma ENTIDADE POLÍTICA (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) que, por sua vez, é composta por um CONJUNTO DE ÓRGÃOS. (20) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Representada por um conjunto de ENTIDADES ADMINISTRATIVAS, de DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO, que atuam de maneira DESCENTRALIZADA e com AUTONOMIA na prestação de diversos serviços públicos. Ex. Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. (21) Administração (maiúscula) e administração (minúscula) Administração = Administração Pública, refere-se ao próprio Estado, está subordinada aos princípios de direito administrativo, em especial aos princípios básicos (LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA – L.I.M.P.E) administração = exercício da atividade administrativa, gestão dos interesses qualificados da comunidade pela necessidade, utilidade, conveniência de sua realização e marcado pela conjugação de dois princípios caracterizadores do regime jurídico-administrativo: SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO e INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. (22) POLÍCIA MILITAR Órgão do Poder Executivo dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, cabendo-lhe o papel precípuo da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. (23) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS (L.I.M.P.E) LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA (24) LEGALIDADE Legalidade do Setor PRIVADO: as pessoas podem fazer tudo aquilo que não for proibido em lei. Omissão = liberdade Legalidade do Setor PÚBLICO: só pode ser feito aquilo que estiver fundado em lei. Omissão = proibição. A Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. NÃO VIGORA o princípio da AUTONOMIA DA VONTADE. (25) IMPESSOALIDADE Reporta da IMPARCIALIDADE. Tratamento IGUALITÁRIO aos cidadãos por parte do Estado. Compreensão em 2 aspectos: 1º Administração dever ser IMPESSOAL, GENÉRICA, e voltada à finalidade de atender ao INTERESSE PÚBLICO. 2º A imputação é direcionada ao ÓRGÃO ou ENTIDADE JURÍDICA e não ao agente público como pessoa física. (26) MORALIDADE Nos atos da Administração a Legalidade e Moralidade devem seguir concomitantemente. O ato não basta ser legal, deve ser moral. O princípio da moralidade se norteia por valores como a ÉTICA, A BOA-FÉ, A LEALDADE, A HONESTIDADE, OS BONS COSTUMES E OUTROS. Diz respeito à forma correta de praticarem os seus atos, voltando-se ao dever da boa administração. A Administração deve obedecer à MORAL, AOS BONS-COSTUMES, AOS PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA, EQUIDADE E À IDÉIA DE HONESTIDADE. Atuação segundo PADRÕES ÉTICOS DE PROBIDADE, DECORO e BOA-FÉ. A IMORALIDADE ADMINISTRATIVA PRODUZ EFEITOS JURÍDICOS, PORQUE ACARRETA A INVALIDADE DO ATO, que pode ser decretada pela própria administração ou pelo Poder Judiciário. TODO ATO IMORAL É UMATO DE IMPROBIDADE. TANTO O ATO ILEGAL QUANTO O ATO IMORAL SÃO PASSÍVEIS DE CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. (27) PUBLICIDADE Requisito essencial para caracterizar sua TRANSPARÊNCIA. A CF exige AMPLA DIVULGAÇÃO dos atos praticados pela Administração, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. Esse princípio é imprescindível para que toda a coletividade saiba se a Administração respeitou ou não os demais princípios. A publicidade está vinculada ao princípio da IMPESSOALIDADE: não pode ser usada como forma de promoção pessoal. Tem caráter educativo, informativo ou de orientação social. Os atos só produzem efeitos a partir da publicação (interna ou externa): EFICÁCIA. (28) EFICIÊNCIA Exige-se RESULTADOS POSITIVOS para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. Impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional, agindo de forma profissional, voltando a devida atenção à formação e ao aperfeiçoamento técnicos destes. (29) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS (CORRA PRO SEGURANÇA, JU!) CORTESIA, RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, SEGURANÇA JURÍDICA. (30) RAZOABILIDADE Uso do BOM SENSO. Limitação à discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário. A decisão será ilegítima se não for razoável, mesmo se não transgredir norma concreta e expressa. Deve haver relação de pertinência entre CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE, de um lado, e FINALIDADE do outro. Agir da maneira MAIS ADEQUADA E COMPATÍVEL para atingir a finalidade pública. O bom senso deve nortear a escolha entre duas soluções possíveis. (31) PROPORCIONALIDADE PROPORÇÃO ENTRE OS MEIOS que a administração utiliza E OS FINS que ela tem que alcançar. Ela que permite o “sopesamento” dos princípios e direitos fundamentais, bem como dos interesses e bens jurídicos em que se expressam, quando se encontram em estado de contradição. “... Que sobre o tempo, Deus nos dê paciência...” (32) SEGURANÇA JURÍDICA Busca-se a ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS decorrentes da atuação da Administração Pública, evitando a insegurança causada pelas mudanças freqüentes no sistema político e administrativo dos entes federados. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL estabelece restrições ao poder de auto- tutela da Administração Pública. Aos agentes públicos que praticam atos irregulares e viciados podem ser atribuídas as responsabilidades ADMINISTRATIVA, PENAL E CIVIL, remanescendo, em alguns casos, a IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. (33) PRINCÍPIO DA CORTESIA Sinônimo de URBANIDADE NO TRATAMENTO, TRATO EDUCADO PARA COM O PÚBLICO. Não é mera exigência do bom convívio social, mas um DEVER LEGAL, de assento constitucional. (34) OUTROS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO (COMO SUA INDISPONIBILIDADE) - CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO - MOTIVAÇÃO - SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO - AUTOTUTELA - INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO (35) CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO O serviço público, por designar funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar. Dele decorre: - PROIBIÇÃO DE GREVE; - IMPOSSIBILIDADE de contratado invocar contra a administração contratante EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO; - FACULDADE DA ADMINISTRAÇÃO UTILIZAR EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES DA EMPRESA que com ela contrata para ASSEGURAR CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. - POSSIBILIDADE DE ENCAMPAÇÃO (retomada) da concessão do serviço público. (36) MOTIVAÇÃO Exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. Trata-se de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos. A regra é a motivação de todos os atos administrativos, sejam discricionários ou vinculados, exceto aqueles que a própria lei dispensa a motivação. A motivação é a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos, isto é, a justificativa para a prática do ato e é obrigatória quando os atos afetem direitos ou interesses individuais arrolados nos incisos do art. 50. (37) SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Deve estar presente na elaboração da lei e no momento da execução. Inspira o legislador e vincula o administrador. A Administração Pública quando se deparar com uma situação em que há conflitos de interesses, havendo de um lado o interesse da coletividade e de outro o particular dará PREPONDERÂNCIA AO INTERESSE COLETIVO. É a vontade geral sobre a vontade egoisticamente considerada. Esse princípio justifica todas as prerrogativas da administração e a sua condição de SUPERIORIDADE SOBRE OS PARTICULARES, não podendo, portanto, servirem de fundamento às arbitrariedades e ao desrespeito à dignidade da pessoa humana. (38) AUTOTUTELA Controle sobre os próprios atos da Administração, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independente de recurso ao Poder Judiciário. - A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. - A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Também se fala em autotutela para designar o poder que tem a Administração, por meio de medidas de polícia administrativa, impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação de seus bens. (39) INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO O principio da Indisponibilidade serve para LIMITAR A ATUAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO, revelando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia, podendo afirmar que, em nome da supremacia do interesse público, o Administrador pode muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público. Exige do Administrador maiores cuidados e obediência a inúmeras formalidades, tendo em vista que essa atuação DEVE OCORRER NO LIMITES DA LEI, não podendo esse interesse ser livremente disposto pelo Administrador. (40) PODERES ADMINISTRATIVOS A Administração é dotada de poderes administrativos, que são verdadeiros instrumentos de trabalho adequados à realização das tarefas administrativas. São considerados PODERES INSTRUMENTAIS, são dotados de um CARÁTER COMPULSÓRIO (PODER-DEVER), não tendo o administrador a faculdade de exercer ou não os poderes colocados a sua disposição e que ao exercê-los, deve SEMPRE FAZÊ-LO NOS LIMITES DA LEI, pois os atos praticados com abuso de poder e em desrespeito a lei são ilegais, gerando responsabilização do administrador. Os poderes podem ser classificados: (HD²R-VP) - Quanto à margem de liberdade: Poder Vinculado e Poder Discricionário - Quanto à espécie: Poder Hierárquico; Poder Disciplinar; Poder Regulamentar ou Normativo; Poder de Polícia. (41) PODER VINCULADO A atuação da Administração só é lícita se conforme ou correspondente ao comando legal. A atividade administrativa será vinculada se o regramento legal impuser todas ou quase todas as exigências para a atuação, ordenando competência, a finalidade, o motivo e o objeto de forma IMPOSITIVA E COGENTE. Não deixa margem de liberdade para sua atuação. Esse poder encerra a idéia de RESTRIÇÃO. DEVE SEGUIR FIELMENTE A LEI. Ex. Licença Paternidade, Transferência para a Reserva, Multa de Trânsito. + (42) PODER DISCRICIONÁRIO Há situações em que o legislador faz contemplar alguma liberdade para o administrador, concedendo-lhe discricionariedade. Esse poder é exercido SEMPRE QUE A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA RESULTAR DA OPÇÃO, permitida por lei, realizada pelo administrador. DISCRICIONARIEDADE ABSOLUTA NÃO HÁ. A atividade administrativa está vinculada ao fim a que se destina e a eleição de opções somente decorre de concessão legal. A discricionariedade resulta ao administrador liberdade para, na forma da lei, decidir quanto à conveniênciae oportunidade da atuação administrativa. O agente público, assim, é quem deve decidir, em razão da situação fática ou jurídica, COMO E EM QUE MOMENTO DEVE ATUAR, fazendo-o para melhor alcançar o fim exigido. A discricionariedade tanto pode ser expressamente concedida por lei como pode decorrer do emprego de conceitos jurídicos indeterminados utilizados pelo legislador. Ex. Abordagem Policial. (43) PODER HIERÁRQUICO É o poder de que dispõe o Executivo para DISTRIBUIR E ESCALONAR as funções de seus órgãos, ORDENAR E REVER a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de SUBORDINAÇÃO ENTRE OS SERVIDORES do seu quadro pessoal. Poder hierárquico e poder disciplinar não se confundem, mas andam juntos, por serem os sustentáculos de toda a organização administrativa. O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração. A hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo- lhes o dever de obediência. As determinações superiores devem ser cumpridas fielmente, sem ampliação ou restrição, a menos que sejam manifestamente ilegais. (43.1) Faculdades implícitas do PODER HIERÁRQUICO - DAR ORDENS E DETERMINAR, especificamente, ao subordinado os atos a praticar ou a conduta a seguir no caso concreto. - FISCALIZAR é vigiar permanentemente os atos praticados pelos subordinados, com o intuito de mantê-los dentro dos padrões legais regulamentares instituídos para cada atividade administrativa. - DELEGAR é conferir a outrem atribuições que originariamente competiam ao delegante. - AVOCAR é chamar para si funções originariamente atribuídas a um subordinado. - REVER ATOS de inferiores hierárquicos é apreciar em todos os seus aspectos, para mantê-los ou invalidá-los, de ofício ou mediante provocação do interessado. A revisão hierárquica é possível enquanto o ato não se tornou definitivo para a Administração Pública, ou não criou direito subjetivo para o particular. (44) PODER DISCIPLINAR É a faculdade de PUNIR INTERNAMENTE AS INFRAÇÕES FUNCIONAIS dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração. No uso do poder disciplinar a Administração controla o desempenho das funções executivas e a conduta interna de seus servidores, responzabilizando-os pelas faltas cometidas. Não se deve confundir o Poder Disciplinar com o Poder Punitivo do Estado, realizado através da Justiça Penal. O poder disciplinar é exercido como FACULDADE PUNITIVA INTERNA DA ADMINISTRAÇÃO, e por isso mesmo, só abrange as infrações relacionadas com o serviço. Toda condenação criminal por delito funcional acarreta a punição disciplinar, mas nem toda falta administrativa exige sanção penal. A aplicação de pena disciplinar tem para o superior hierárquico o caráter de PODER-DEVER. A falta deve ser apurada pelos meios legais compatíveis com a gravidade da pena a ser imposta e dando-se a oportunidade de defesa ao acusado, para não incorrer em punição arbitrária, ilegítima e invalidável pelo Judiciário. (44.1) PODER DISCIPLINAR / SANÇÕES PMES - ADVERTÊNCIA - REPREENSÃO - DETENÇÃO - REFORMA DISCIPLINAR - LICENÇA A BEM DA DISCIPLINA - EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA - DEMISSÃO (45) PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO É a faculdade de que dispõem os Chefes do Executivo de explicar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. É UM PODER INERENTE E PRIVATIVO DO CHEFE DO EXECUTIVO, e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado. Regulamento é o ato administrativo GERAL E NORMATIVO, expedido privativamente pelo Chefe do Executivo, através de DECRETO, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei ou prover situações não disciplinadas em lei. Nem toda lei depende de regulamento para ser executada, mas toda e qualquer lei pode ser regulamentada se o Executivo julgar conveniente fazê-lo. Sendo o regulamento ato inferior à lei, não pode contrariá-la, nem restringir ou ampliar suas disposições. O poder regulamentar ou normativo também possibilita a Administração Publica editar normas complementares à lei, por meio de portarias, deliberações e outros atos normativos. “Nenhuma grande vitória é possível sem que tenha sido precedida de pequenas vitórias sobre nós mesmos” (L.M. Leonov) (46) PODER DE POLÍCIA É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. É atividade da Administração Pública expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo. (continuação) “... Que sobre os problemas, Deus nos dê soluções. E que sobre os esforços, Deus nos dê recompensas!” (46.1) PODER DE POLÍCIA (continuação) Poder de Polícia é atividade administrativa que limita ou disciplina direitos e liberdades, em razão do interesse público que abrange à segurança, à tranqüilidade e à salubridade, por intermédio da regular atuação dos órgãos competentes, nos limites da lei, respeitando o devido processo legal, e nos casos discricionários, sem abuso ou desvio de poder. Tem competência para policiar a entidade que dispõe do poder de regular a matéria (interesse nacional = União; interesse regional = Estados, interesse local = municípios). O ato de polícia é um simples ato administrativo com algumas peculiaridades; subordina-se ao ordenamento jurídico e sujeita- se ao controle de legalidade. O exercício do poder de polícia precisa de basear em fatos concretos. (47) A POLÍCIA MILITAR E O PODER DE POLÍCIA A Polícia Militar ao realizar o policiamento ostensivo, nas suas diversas modalidades, e ao efetuar abordagens policiais de rotina, utiliza-se do poder de polícia administrativo, a fim de evitar a quebra da ordem pública, e quando for necessário restabelecê-la, atuará repressivamente. Vale ressaltar que o Poder de Polícia não é absoluto ou ilimitado, mas sim, um poder que deve ser amparado quanto ao seu uso pela legalidade e motivação do ato. A força é quesito necessário para a polícia cumprir sua função constitucional de preservação da ordem pública, seu excesso, no entanto, é punível (ex. abuso do uso de algemas e do uso do spray de pimenta) (48) ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA (DICA ou DISCO AUTO) - DISCRICIONARIEDADE: LIVRE ESCOLHA, da oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia, bem como de aplicar sanções e empregar os meios conducentes a atingir o fim colimado, que é o interesse público. - COERCIBILIDADE: IMPOSIÇÃO COATIVA DAS MEDIDAS ADOTADAS PELA ADMINISTRAÇÃO, de forma imperativa, admitindo, inclusive, o emprego da força pública para seu cumprimento, proporcionalmente à resistência oferecida. - AUTOEXECUTORIEDADE: faculdade da Administração de julgar e executar a decisão, por seus próprios meios, sem a intervenção do Judiciário, sendo, portanto, necessário que o ato de polícia atenda as exigências legais. (49) DISCRICIONARIEDADE E ABORDAGEM POLICIAL A discricionariedade do poder de polícia no ato da abordagem policial é limitada ao estado de fundada suspeita. Logo, não pode ser feita indiscriminadamente, nem tão pouco ter caráter de pessoalidade, por ser a pessoa abordada, desafeto do policial militar que fará a revista policial. (50) ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS A Administração Pública realiza sua função executiva através de atos jurídicos denominados atos administrativos. Ato administrativo é toda manifestação unilateralda vontade da Administração Pública, que agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Ato administrativo difere de Fato administrativo, que é a materialização da função administrativa, são atos materiais que resultam de atos administrativos, em regra, ou decorre de uma decisão ou determinação administrativa. (51) ELEMENTOS, REQUISITOS OU CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (F².COM): FINALIDADE / FORMA / COMPETÊNCIA / OBJETO / MOTIVO (52) FINALIDADE (PARA QUÊ?) Resultado mediato, o fim que a Administração pretende alcançar com a prática do ato. A finalidade mediata de todo ato administrativo é o interesse público (sentido amplo), em sentido estrito é o resultado específico que se quer atingir com o respectivo ato. Um ato praticado fora da exigência do interesse público, ou a fim de atender interesse privado é nulo por DESVIO DE FINALIDADE. VÍCIOS DA FINALIDADE: o desatendimento ao requisito da finalidade acarreta vício insanável do ato, com sua obrigatória anulação. O vício de finalidade é denominado desvio de poder pela doutrina, e é uma das modalidades do abuso de poder. O desvio da finalidade acarretará duas formas de desvio de poder: a) O agente busca finalidade alheia ou contrária ao interesse público. b) O agente pratica um ato condizente com o interesse público, mas a lei não prevê aquela finalidade específica para o tipo do ato praticado. (53) FORMA (EXTERIORIZAÇÃO) É o mecanismo pelo qual a Administração Pública é exteriorizada. Pelo princípio da Solenidade das Formas, em regra, a atuação administrativa dá-se pela forma escrita, uma vez que a documentação viabiliza o controle e a fiscalização pelo Poder Judiciário, pelo próprio administrador anos depois, e ainda possibilita informação ao cidadão. Exceções: ordens exteriorizadas através de apitos, sinais luminosos, placas, gestos... Forma no sentido estrito: exteriorização do ato. Forma no sentido amplo: engloba o procedimento, os ritos observados antes da produção do ato. VÍCIOS DA FORMA: podem ser decorrentes da desobediência a forma específica ou da inobservância de procedimentos necessários. (54) COMPETÊNCIA OU SUJEITO (QUEM?) Condição para a validade do ato, nenhum ato pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para tal. A competência resulta da lei. A competência é um elemento vinculado, não pode ser alterado discricionariamente. VÍCIOS DO SUJEITO: AGENTE INCAPAZ / DESRESPEITO A REGRA LEGAL / EXCESSO DE PODER (quando atua fora ou além da sua esfera de competências. (54.1) DELEGAÇÃO / AVOCAÇÃO DELEGAÇÃO: transferência de parcela das atribuições conferidas por lei, de forma temporária, passível de revogação a qualquer tempo, de um órgão ou agente público para outro. AVOCAÇÃO: ato pelo qual superior hierárquico chama para si parcela das atribuições de um subordinado. Ambas somente são possíveis em caráter excepcional. (55) OBJETO (CONSEQUÊNCIA) O objeto é próprio conteúdo material do ato. Meio pelo qual a Administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situação preexistente. É o efeito jurídico imediato que o ato produz. É o resultado prático do ato. O objeto é o efeito imediato pretendido que o resultado mediato (interesse público) seja alcançado. O objeto dever ser LÍCITO (de acordo com a lei), POSSÍVEL (realizável no mundo real e juridicamente), CERTO (ter destinatários, efeitos, tempo e lugar certos) e MORAL (de acordo com padrões de comportamentos aceitos pela sociedade). VÍCIOS DO OBJETO: Ilícito / Impossível / Indeterminado com relação a destinatários ou efeitos / Imoral ou Moralmente incorreto. (56) MOTIVO (CAUSA-PORQUÊ) É o pressuposto fático e jurídico que dá causa ao fato, ou seja, é a verificação da existência de um dispositivo legal e de fatos concretos que ensejam a prática do ato. Não se deve confundir motivo e motivação. Motivação é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato. A motivação está ligada aos princípios da transparência e da publicidade. Ex. Na concessão de licença paternidade, o motivo será sempre o nascimento do filho. VÍCIOS DO MOTIVO: incompatibilidade com a lei, com o resultado e com a veracidade. (57) ATO PERFEITO O ato administrativo perfeito é aquele que reúne todos os elementos e requisitos (F².COM) necessários à sua formação e está apto a produzir efeitos. (58) ABORDAGEM POLICIAL COMO ATO ADMINISTRATIVO Competência/Sujeito: policial militar Forma: Escrita (BOP, termo apreensão, relatório), excepcionalmente por gestos, sinais, comandos verbais. Objeto: Resultado que se pretende alcançar refere-se à revista para busca e apreensão de armas ou objetos, bem como pessoas na iminência de cometer delitos. Motivo: respalda-se no poder de polícia. Finalidade: interesse público da segurança e tranqüilidade (sentido amplo) e resultado da busca e apreensão (sentido estrito). (59) VINCULAÇÃO Diante de uma específica situação, só existe uma atitude a ser tomada pelo administrador público. Não existe qualquer apreciação subjetiva por parte do administrador ao praticar um ato administrativo vinculado, não lhe competindo a apreciação de qualquer critério de conveniência e oportunidade. Não há margem de liberdade. (60) DISCRICIONARIEDADE Diante de uma dada situação fática, seria impossível definir um único modo de agir para a Administração Pública, tendo em vista que as particularidades de cada caso concreto exigem decisões/ações distintas, assim a A.P. pode ou não praticar o ato. A decisão á adotada segundo seus critérios privativos de conveniência e oportunidade, e sempre nos limites da lei. Os elementos COMPETÊNCIA, FINALIDADE E FORMA são vinculados, e o MOTIVO E O OBJETO são discricionários. (61) MÉRITO ADMINISTRATIVO É determinado pelo binômio motivo-objeto, nos atos administrativos discricionários. É o poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei. SÓ EXISTE MÉRITO ADMINISTRATIVO EM ATOS DISCRICIONÁRIOS. O Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional, NUNCA vai adentrar o mérito administrativo para dizer se foi ou não conveniente. (63) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE Salvo prova em contrário, presumem-se legítimos os atos da administração e verdadeiros os fatos por ela alegados, por conta da inteira submissão ao princípio da legalidade. O ato é presumidamente válido (presunção relativa), cabe a quem verificar presença de vícios ou defeitos a prova destes. (66) EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Pode ocorrer por REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO, embora não sejam os únicos institutos capazes da realização da retirada, são os mais importantes. (62) ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (PAI) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE / AUTO-EXECUTORIEDADE / IMPERATIVIDADE (65) IMPERATIVIDADE Possibilidade a Administração Pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor-lhes restrições. O ato administrativo obriga a todos, ainda que contrarie interesses privados, porque seu alvo é o interesse da coletividade. Esse atributo nasce com a simples existência do ato, ainda que ele esteja eivado de ilicitude, deve ser fielmente cumprido ou obedecido, até que seja retirado do mundo jurídico ou que sejam suspensos os seus efeitos. (64) AUTO-EXECUTORIEDADE São atos praticados sem a necessidade de autorização judicial prévia. São praticados pela Administração pelo seu poder de império sobre os administrados. Somente pode valer-se desse atributo nas situações previstas em lei. Faz uso desse atributo nas situações de urgência, nas quais sua atuação deve ser imediata a fim de evitar prejuízos para a coletividade. A auto-executoriedade jamais afasta a apreciação judicial do ato; apenasdispensa a Administração de obter ordem judicial para poder praticá-lo. (67) REVOGAÇÃO (é um ato discricionário) Ocorre quando o ato, apesar de válido, legal, torna-se INOPORTUNO OU INCONVENIENTE. Somente se aplica nos atos discricionários, somente produz efeitos prospectivos (EX NUNC), porque o ato revogado é válido, sem vícios, e devem ser respeitados os direitos adquiridos. A revogação é ato PRIVATIVO DA ADMINISTRAÇÃO QUE PRATICOU O ATO que está sendo revogado. (68) ANULAÇÃO (é um ato vinculado) Ocorre quando há vício no ato, relativo à LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE (ofensa à lei ou ao direito como todo). É sempre um controle de qualidade, nunca controle de mérito. Atos vinculados e discricionários são passíveis de anulação. Ela retroage seus efeitos ao momento da prática do ato (EX TUNC). Não gera direito ou obrigações para as partes e não cria situações jurídicas definitivas. A anulação pode ser feita pela ADMINISTRAÇÃO (AUTOTUTELA), OU MEDIANTE PROVOCAÇÃO, PELO PODER JUDICIÁRIO. (69) RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO Refere-se à sua responsabilidade civil, ou seja, a imposição de que a Administração Pública arque com as indenizações de danos causados a terceiros em decorrência de seus atos comissivos ou omissivos. O Estado não responde na esfera penal por qualquer dano que possa causar. (70) TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE Prevalecia na época dos Estados Absolutistas, o Estado repousava na idéia de soberania. “O rei não erra” (71) TEORIA DA RESPONSABILIDADE COM CULPA, TEORIA CIVILISTA OU DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Passou a reconhecer a responsabilidade do Estado, no entanto, para responsabilizar o Estado, aquele que sofreu o dano deveria provar o dolo ou a culpa do agente causador do dano, gerando ônus injusto para a vítima. (72) TEORIAS PUBLICISTAS Fundamentam-se na RESPONSABILIDADE OBJETIVA do Estado, basta apenas a comprovação da CONDUTA do Estado, do DANO CAUSADO e do NEXO CAUSAL para caracterizar a responsabilidade do Estado. (73) TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO - O Estado é obrigado a indenizar os danos causados pela prática de ato lesivo ou injusto. É a teoria adotada no Brasil. Precisa atender os seguintes pressupostos: - EXISTÊNCIA DE UM FATO OU ATO ADMINISTRATIVO; - EXISTÊNCIA DO DANO; - NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO E O FATO OU ATO; - AUSÊNCIA DE CULPA DA VÍTIMA. A culpa da vítima, a ausência de nexo de causalidade e os casos de força maior são formas de exclusão. (74) RESPONSABILIDADE DO ESTADO NO DIREITO BRASILEIRO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA foi acolhida pela CF/88, ou seja, INDEPENDE DE DOLO OU CULPA do agente causador do dano, basta comprovar o dano e o nexo de causalidade. Porém, se o dano for proveniente de uma OMISSÃO DO ESTADO A RESPONSABILIDADE SERÁ SUBJETIVA. (75) RESPONSABILIDADE POR ATO LÍCITO O Estado também pode ser responsabilizado por atos lícitos, sejam eles jurídicos ou materiais. Mas, é imprescindível ressaltar que, para que haja tal responsabilidade do Estado, o dano causado ao particular deve ser ESPECIAL (que cause dano específico), JURÍDICO E NORMAL (que gere um prejuízo considerável) (76) AÇÃO REGRESSIVA Ao ser responsabilizado por um cidadão, o Estado pode acionar o agente (sob a teoria da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA) para receber dele o montante que precisou desembolsar para pagar a indenização, através de uma ação regressiva. No entanto, há dois requisitos que precisam ser preenchidos para o exercício do regresso: - Que a Administração já tenha sido condenada a indenizar a vítima do dano sofrido; - Que se comprove a culpa (no sentido amplo, refere-se a dolo ou culpa) do funcionário no evento danoso. (77) RESPONSABILIDADE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA O agente público sujeita-se ao tríplice sancionamento (civil, penal e administrativa), por sua conduta comissiva ou omissiva. Responsabilidade Civil: ordem patrimonial, apurado por meio de PAD, se for dano causado à Administração Pública, ou seguindo a norma do art. 37 (ação regressiva), quando for causado a terceiros. Responsabilidade Administrativa: ocorre pela prática de ilícitos administrativos, apurados no âmbito da Administração Pública. Responsabilidade Penal: ocorre em face da pratica de ilícitos penais, sendo apurada pelo sistema de segurança e justiça. Algumas vezes, a sanção penal pode produzir efeitos extrapenais (ex. perda de função pública) (78) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Probidade administrativa consiste no dever de o agente público servir a Administração com honestidade, imparcialidade, ética, boa-fé, lealdade. O desrespeito a esse dever caracteriza a IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, cuida-se de uma IMORALIDADE ADMINISTRATIVA QUALIFICADA pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a outrem. Esses atos são considerados ILÍCITOS CIVIS para fins de responsabilização. A lei da improbidade administrativa se compõe de 5 pontos principais: a) SUJEITO PASSIVO; b) SUJEITO ATIVO; c) TIPOLOGIA DA IMPROBIDADE; d) AS SANÇÕES; e) PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. (79) SUJEITO PASSIVO É a pessoa jurídica (órgãos e entidade que possuem algum tipo de conexão com a Administração) que a lei indica como vítima do ato da improbidade administrativa. (80) SUJEITO ATIVO Tanto agentes públicos quanto particulares podem ser autores de atos de improbidade administrativa. (80.1) AGENTE PÚBLICO Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas em seu art. 1º. (81) ESPÉCIES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: são considerados mais graves, fazendo incidir as sanções mais gravosas. Ex. recebimento de propina. PREJUÍZOS AO ERÁRIO: ocorre quando, por ação ou omissão do agente, houve perda patrimonial para o sujeito passivo. Ex. Recebimento de uma obra inacabada. ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: conferem um grau de abstração maior aos atos de improbidade, consagrando grande importância desempenhada pelos princípios do ordenamento jurídico. Ex. retardar intencionalmente a concessão de uma licença a um inimigo pessoal (fere o principio da impessoalidade) (82) SANÇÕES A LIA prevê SANÇÕES CIVIS (ex. perda de bens e valores acrescidos ilicitamente), ADMINISTRATIVAS (ex. proibição de contratar com o poder público) e POLÍTICAS (ex. suspensão de direitos políticos). As sanções podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente. “O melhor não é a vitória que você ganha na guerra, mas a comunhão que você tem com Deus durante o combate” Esse resumo, carinhosamente nomeado de RDR (Resumo Da Riani), foi cedido gratuitamente para os Al Sgt do CHS 2017 e deverá ser COMPARTILHADO GRATUITAMENTE a quem interessar. Sua venda é proibida! Obrigada. Sgt PM Elymara Botelho Riani da Encarnação.
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