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Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo Natureza Jurídica Os três elementos do Estado Funções do Estado Função Legislativa - elaboração das leis. Exercida tipicamente pelo Poder Legislativo. Função Jurisdicional - aplicação da lei aos casos concretos. Exercida tipicamente pelo Poder Judiciário. Função Administrativa - administração da máquina pública. Exercida tipicamente pelo Poder Executivo. Atipicamente os Poderes Legislativo e Judiciário também exercem uma função administrativa. Conceitos e Objeto do Direito Adm. Hely Lopes Meirelles: Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, agentes e atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Maria Sylvia Zanella Di Pietro: Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. Fontes do Direito Adm. Lei (sentido amplo) – fonte primária, abrange a CF até regulamentos executivos. Doutrina – fonte secundária, conjunto de construções teóricas. Jurisprudência – fonte secundária, decisões reiteradas pelos tribunais, salvo no caso de um cumprimento obrigatório – súmula vinculante – perde o caráter de secundariedade. Costume – fonte secundária, prática administrativa. Sistemas Administrativos Sistema francês, dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrativo: jurisdição administrativa e jurisdição comum. Sistema inglês, jurisdição una ou sistema de controle judicial: Adotado pelo Brasil; Inafastabilidade da jurisdição – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, CF). D IR E IT O DIREITO PÚBLICO Regula interesses sociais e estatais. Prevalência do interesse público. Só alcança as condutas individuais de forma indireta e reflexa. Desigualdade jurídica. DIREITO PRIVADO Regula interesses particulares. Igualdade jurídica. ESTADO Povo Território Governo Soberano Direito Administrativo tem como OBJETO: Relações internas à AP. Relações entre administração e administrado. Atividades de administração pública em sentido material. Princípios Pilares do regime jurídico administrativo Princípio da Supremacia do Interesse Público Presume-se que toda atuação do Estado seja pautada pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da CF e das leis. Prevalece o interesse público sobre o particular. Incidência direta: nos atos de império (aqueles que a administração impõe coercitivamente ao administrado; caracterizados pela verticalidade, pela desigualdade jurídica). Não há incidência direta: nas atividades-meio (atos de gestão e atos de mero expediente); quando a administração atua como agente econômico produtivo. Prerrogativas derivadas diretamente do princípio da supremacia do interesse público: Formas de intervenção da propriedade privada; Cláusulas exorbitantes em contratos administrativos; Exercício do poder de polícia administrativo; Presunção de legitimidade dos atos administrativos. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público Dele derivam todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa. Tais restrições decorrem, exatamente, do fato de não ser a administração pública a “dona” da coisa pública e sim mera gestora dos bens e interesses alheios (públicos, isto é, do povo). Quem não é proprietário de algo não dispõe desse algo, esse algo é, para ele, indisponível. Princípio da Legalidade A administração pública só pode fazer o que a lei determina (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária). O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe, autonomia de vontade (genérica, ampliativa). Princípio da Impessoalidade Toda atuação da administração deve visar ao interesse público. A impessoalidade impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros devendo ater-se à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência. Qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. O princípio da impessoalidade também está ligado à ideia de vedação à pessoalização das realizações da administração pública (art. 37, § 1º, CF). Teoria do órgão: os atos não são imputados ao agente que os pratica, mas ao órgão/entidade em nome do qual ele atua (imputação volitiva). Princípio da Moralidade Torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da administração pública. É necessário que o legal se junte ao ético. Este princípio complementa, ou torna mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade. A moralidade administrativa independe da concepção subjetiva (pessoal) de moral que o agente possa ter. A moral administrativa é objetiva, muito embora, evidentemente, traduza um conceito jurídico caracterizado por um elevado grau de indeterminação. Um ato contrário à moral administrativa está sujeito a uma análise de legitimidade, ou seja, um ato Expressos na CF (art. 37) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Implícitos Razoabilidade e Proporcionalidade Autotutela Continuidade dos Serviços Públicos Motivação Segurança Jurídica Supremacia do Interesse Público Indisponibilidade do Interesse Público REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO Prerrogativas Meios especiais de atuação. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO. Sujeições Restrições, limitações. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. praticado em desacordo com a moral administrativa é nulo, e não meramente inoportuno ou inconveniente. Princípio da Publicidade Tem dupla acepção: Exigência de publicação oficial dos atos administrativos; Exigência de transparência da atuação administrativa (derivada do princípio da indisponibilidade do interesse público). A publicidade é um pressuposto de eficácia do ato, e não um requisito de validade. O ato que obrigatoriamente deva ser publicado é um ato imperfeito (não concluído) enquanto a sua publicação não ocorre. Ver Lei de Acesso à Informação (Lei Nº 12.527/11). Princípio da Eficiência Vertentes: Forma de atuação do agente público, espera- se o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados; Modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação de serviços públicos. A noção de eficiência vincula-se à de economicidade. Deve-se buscar que a prestação de serviços públicos ocorra do modo mais simples, mais rápido e mais econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração. Eficiência tem como consectário (consequência) a boa qualidade. Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade Estes princípios encontram aplicação especialmente no controle dos atos discricionários. Trata-se de controle de legalidade ou legitimidade, ou seja, não se avaliam conveniência e oportunidade administrativas do ato. O ato que se mostre incompatível com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade é ilegal ou ilegítimo e deve ser anulado. Requisitos da razoabilidade: Adequação: se o ato está apto a atingir os objetivos. Necessidade: exigibilidade ou não de adotar as medidas restritivas. O princípio da proporcionalidade: É uma vertente do princípio da razoabilidade. Se um ato administrativo não guarda uma proporção adequada entre os meios empregados e o fim almejado, será um ato desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade visada. Impede que a administração restrinja os direitos do particular alémdo que caberia, pois impor medidas desnecessárias induz à ilegalidade do ato, por abuso do poder. É importante no controle de atos sancionatórios, especialmente nos atos de polícia administrativa. Em sentido estrito, consiste em perquirir se as restrições ocasionadas pelo ato são compensadas pelos benefícios que ele proporciona. Ao se utilizar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade para controlar o exercício da discricionariedade administrativa, não se estará realizando controle de mérito administrativo. Princípio da Autotutela Também referido como poder de autotutela administrativa pode ser uma prerrogativa ou um poder-dever da administração pública. O poder de autotutela possibilita à administração pública controlar seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade. Não confundir o poder de autotutela com a tutela administrativa, expressão usada pra designar o controle finalístico (ou supervisão) exercido pelos órgãos da administração direta, nos termos da lei, sobre as entidades da administração indireta a eles vinculados. Princípio da Continuidade dos Serviço Público Não pode sofrer interrupção (colapso nas atividades). Lei 8.987/95 (concessão e permissão de serviços públicos): Não se caracteriza como descontinuidade a interrupção (emergência, prévio aviso): motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; por inadimplemento do usuário, considerando o interesse da coletividade. Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade nas tarifas. Autotutela Controle de LEGALIDADE Conformidade do ato com a lei. Controle de MÉRITO Análise da conveniência e oportunidade do ato. Anula atos ilegais e revoga os atos inconvenientes ou inoportunos. Princípio da Motivação Exposição dos motivos, indicação dos fatos e fundamentos. Regra: motivação dos atos (art. 50, Lei 9.784/99). Alguns atos não precisam de motivação, ex.: nomeação, exoneração de cc. Motivação deve ser clara, explícita e congruente. Pode consistir em declaração de concordância com anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que serão parte integrante do ato (motivação aliunde). Princípio da Segurança Jurídica Resguarda a estabilização das relações jurídicas. Vedada aplicação retroativa de nova aplicação (art. 2º, Lei 9.784/99). Ato ilegal de que decorrem efeitos favoráveis: Decai em 5 anos o direito de anular contados da data em que foram praticados. Salvo comprovada má-fé. Conceitos Agente público é a pessoa natural mediante a qual o Estado se faz presente. O agente manifesta uma vontade que, afinal, é imputada ao próprio Estado. Agentes públicos são todas as pessoas físicas que externam, por algum tipo de vínculo, a vontade do Estado, nas três esferas da Federação, nos três Poderes da República. Agente público, é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função (art. 2º, Lei 8.429/92). Funcionário Público, termo usado apenas no Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Agentes Políticos Integrantes dos altos escalões, incumbência de elaboração das diretrizes de atuação governamental, funções de direção, orientação e supervisão geral da administração pública; Características: Competências constitucionais; Não sujeição às mesmas normas funcionais dos demais servidores públicos; Investidura por eleição, nomeação ou designação; Ausência de subordinação hierárquica, exceto dos auxiliares imediatos dos chefes do PE. PR, governadores prefeitos, Vereadores, Deputados, Senadores. Ministros, secretários estaduais/municipais. Magistrados e Membros do MP. Agentes políticos concursados que possuem com o Estado vínculo de natureza estatutária. Exceto os que ingressaram nos tribunais pelo quinto constitucional. Ministros ou conselheiros dos tribunais de contas e dos conselhos de contas. STF: são apenas agentes administrativos. Agentes Credenciados Representa a administração em determinado ato ou atividade específica mediante remuneração. Artista/cientista consagrado para representar o Brasil num congresso internacional, por exemplo. Agentes Honoríficos São cidadãos requisitados ou designados para, transitoriamente, colaborarem com o Estado mediante a prestação de serviços específicos, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade, ou de sua notória capacidade profissional. Não tem qualquer vínculo profissional com a administração pública e usualmente atuam sem remuneração. Mesário eleitoral, jurado (Tribunal do Juri). Agentes Delegados Particulares que atuam sob forma de delegação, exercem determinada atividade, obra ou serviço, em seu próprio nome, por sua conta e risco. Colaboram com o poder público, mas não são servidores públicos. São concessionários e permissionários de serviços públicos. Leiloeiros, interpretes, serventuários de cartórios. Agentes Administrativos São aqueles que exercem atividade pública de natureza profissional e remunerada, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pelo ente federado. Servidores públicos: sujeitos a regime jurídico- administrativo, de caráter estatutário, são titulares de cargos públicos de provimento efetivo ou de provimento em comissão. Cargo em Comissão Função de Confiança Direção, Chefia e Assessoramento Ocupantes de cargo efetivo ou não Somente cargo efetivo Livre nomeação e exoneração Empregados Públicos: ocupantes de empregos públicos, sujeitos ao regime jurídico contratual trabalhista. STF: vedada dispensa imotivada. Temporários: Contratados por tempo determinado; Processo seletivo simplificado; Desempenham função pública; Regime especial; Necessidade temporária e excepcional de interesse público. A ge nt es P ol ít ic os Altos escalões. Atribuições Constitucionais. Prerrogativas especiais. A ge nt es A dm in is tr at iv os Vínculo profissional. Hierarquia funcional. Regime jurídico do ente. Estado Sentido amplo X sentido estrito Administração pública em sentido amplo abrange os órgãos de governo - e as funções políticas que eles exercem - e também os órgãos e pessoas jurídicas que desempenham funções meramente administrativas. Administração pública em sentido estrito só inclui os órgãos e pessoas jurídicas administrativos e as funções que eles desempenham, de natureza puramente administrativa - profissional, técnica, instrumental, apartidária -, de execução dos programas de governo. Sentido Subjetivo, Orgânico ou Formal (Quem faz?) Conjunto de órgãos, agentes e entidades que exercem a função administrativa. Órgãos: unidades despersonalizadas (sem personalidade jurídica). Ex.: secretarias, ministérios. Entidades: estruturas dotadas de personalidade jurídica. Ex.: autarquia (INSS). Agentes públicos: pessoas físicas que desempenham alguma função pública, de forma remunerada ou não, com ou sem vínculo profissional. Não é rigorosamente correto afirmar que administração pública em sentido subjetivo corresponde ao aparelhamento do Estado destinado ao exercício da função administrativa, porque há entidades integrantes da administração pública formal queexercem atividades econômica em sentido estrito. Sentido Objetivo, Material ou Funcional (O que faz?) Atividades desempenhadas pelo Estado visando satisfazer as necessidades da coletividade. N oç õe s de E st ad o Forma de Governo República Eletividade direta ou indireta. Temporalidade no exercício do poder. Representação popular. Dever de prestar contas. Forma de Estado Federação Descentralização política. Entidades políticas autônomas. Sistema de Governo Presidencialismo Divisão dos Poderes. PR é Chefe de Estado e Chefe de Governo. Sentido AmPlo Órgãos Políticos e Administrativos. Elaboração e execução de políticas públicas. Sentido Estrito Órgãos Estritamente administrativos. Apenas a execução de políticas públicas. ATIVIDADES Serviço público Polícia Administrativa Fomento Intervenção Sentido Subjetivo Quem faz? Orgânico (Órgão) Formal (Forma) Pessoas Agentes Públicos Órgãos/Entidades Sentido Objetivo O quê faz? Material (Matéria) Funcional (Função) Serviço Público Polícia Adm. Fomento Intervenção Entidades integrantes da administração pública formal que exploram atividade econômica em sentido estrito (BB, Petrobras), não exercem atividade em sentido material. As pessoas privadas que prestam serviços públicos mediante delegação (concessão, permissão ou autorização), não fazem parte da administração pública formal, mas desempenham atividades em sentido material. Entidades políticas X entidades administrativas Formas de organização e atuação Centralização administrativa: ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da administração direta. Descentralização administrativa: ocorre quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não da AD. Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia. A delegação por contrato é sempre efetivada por prazo determinado. Na delegação por ato administrativo, como regra, não há prazo certo, em razão da precariedade típica do ato, mas com possibilidade de revogação a qualquer tempo, em regra, sem indenização. Na descentralização por serviços, ocorre a transferência da titularidade do serviço público outorgado. Princípio da especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Decorre, ademais, dos princípios da legalidade e da indisponibilidade o interesse público. Descentralização territorial ou geográfica: um ente central cria uma PJDPúblico com limites territoriais bem definidos e competências administrativas amplas, genéricas, heterogêneas. Ex.: Territórios Federais, usualmente chamados de autarquias territoriais, que excepcionam o princípio da especialização. Desconcentração: ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma PJ. Trata-se de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências. Como resultado da desconcentração temos o surgimento dos órgãos públicos. Ocorre no âmbito de uma mesma PJ, portanto existe a relação de hierarquia e subordinação entre os órgãos resultantes. Há controle hierárquico com poderes de comando, fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, delegação e avocação. ENTIDADES POLÍTICAS (AD) Entes Federados (U, E, DF, M) PJ D Público. Autonomia política = pessoas políticas. Competências políticas, legislativas e administrativas conferidas pela CF. ADMINISTRATIVAS (AI) Autarquias, FP, EP, SEM Sem autonomia política. Autonomia administrativa e autoadministração. Não há subordinação hierarquica. São vinculadas. Controle administrativo = tutela = supervisão. Mera execução das leis. AD Controle Finalístico Princípio da Tutela AI PODER de Autotutela Possibilida à adm pública controlar seus atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade. TUTELA Administrativa É o controle finalístico ou supervisão exercido pelos órgãos da AD, nos termos da lei, sobre as entidades da AI a eles vinculados. POR OUTORGA Técnica, funcional ou por serviços. Outorga legal (LEI). Transfere a Titularidade e a execução do serviço. Ex.: auTarquias. POR DELEGAÇÃO Descentralização por colaboração. Contrato ou ato unilateral. Transfere a execução do serviço. Ex.: Concessionárias de serviço público. As entidades da AI não estão subordinadas à AD, mas sim vinculadas. Não há hierarquia entre AD e AI. Concentração administrativa: quando a PJ extingue órgãos existentes sem sua estrutura, reunindo em um número menor de unidades. Resumindo: Centralização – Execução direta, por meio de órgãos e agentes integrantes da AD. Descentralização – Distribuição de competência para outra pessoa. Entidades distintas. Concentração – Aglutinação de órgãos. Desconcentração – Distribuição interna de competência. Ocorre entre órgãos Órgãos Públicos Centros de competência sem personalidade jurídica; Unidades integrantes da AD e AI; São resultado da desconcentração; Possuem cargos, funções, agentes; Não tem capacidade para representar em juízo a PJ que integram; Em regra, não possuem capacidade processual. Salvo na defesa de prerrogativas e competências institucionais. Podem firmar contratos de gestão com outros órgãos ou PJ. Não possuem patrimônio próprio. Unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado (Celso A. B. Mello). Teoria do Órgão: o ato praticado pelo agente é imputado ao órgão ou entidade em nome do qual atua (teoria da imputação volitiva). Classificação dos órgãos Simples: um único centro de competência, não possuem subdivisões. Composto: vários centros de competência. Singulares: decisões tomadas por 1 pessoa (PR). Colegiados: decisões conjuntas (CN). Independentes: previstos na CF, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, sujeitam-se apenas aos controles, atribuições exercidas por agentes políticos (PE, PL, PJ, MP, tribunais de contas). Autônomos: subordinação aos órgãos independentes; possuem autonomia administrativa, financeira e técnica; participam da formulação de políticas públicas, diretrizes e ação governamental. Ex.: Ministérios, secretarias estaduais e municipais) Superiores: atribuições de direção, controle e decisão; não tem autonomia administrativa nem financeira. Ex.: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes etc. Subalternos: apenas execução e reduzido poder decisório. Ex.: Almoxarifado, zeladoria, portaria etc. Administração Indireta (AI) É o conjunto de pessoas jurídicas desprovidas de autonomia política que, vinculadas à administração direta, têm competência para exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. Características comuns às entidades da AI (autarquias, FP, EP, SEM) Pessoas jurídicas com patrimônio próprio e autonomia administrativa. Fruto de descentralização administrativa. Vinculadas à AD. Especialização das atividades. Sujeitas a controle/tutela pelo ente instituidor = controle finalístico. Sujeitam-se a fiscalização e controle pelo PL. Sujeitam-se aos controles dos tribunais de contas. Necessário concurso público para o provimento de cargos e empregos públicos. Proibição constitucional de acumulação de cargos. Necessidade de licitações. Controle judicial: todos os seus atos estão sujeitos a controle de legalidade ou legitimidade pelo PJ, desde que provocado. Atos de autoridade: são passíveis de impugnação por mandado de segurança. Todos os seus agentes estão sujeitos a lei de improbidade. Têm legitimidade ativa para propor ação civil pública. Atos lesivos a essas entidades podem ser anulados por ação popular. Quanto a sua estrutura Simples Compostos Quanto a sua atuação funcional SingularesColegiados Quanto a sua posição estatal Independentes Autônomos Superiores Subalternos Um serviço pode ser prestado centralizadamente mediante desconcentração, se for por um órgão da AD, ou pode ser prestado descentralizadamente mediante desconcentração, se for por uma unidade despersonalizada. Organização legal do serviço público Cargos, empregos e funções públicas, bem como ministérios e órgãos públicos, devem ser criados e extintos por meio de lei (em regra). Criação e extinção de entidades da AI A criação de entidades da AI encontra fundamento no princípio da especialização ou da especialidade: um ente federado (U, E, DF, M) edita uma lei por força da qual competências específicas, nela discriminadas, quer foram atribuídas à pessoa política, passarão a ser exercidas por outra PJ, meramente administrativa. A extinção deve ser efetuada segundo a mesma sistemática observada na sua criação – princípio da simetria das formas jurídicas. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação (art. 37, XIX, CF). Autarquias PJDPúblico, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos termos da lei (Di Pietro). Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da AP, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada (art. 5º, I, Decreto 200/67). A criação de autarquia, modalidade de descentralização administrativa, consubstancia a personificação de um serviço retirado da administração pública centralizada. Somente devem ser outorgados serviços típicos de Estado às autarquias. Bens públicos: Controle Hierárquico É presumido e permanente (pontual e eventual). Independe de expressa previsão legal. Abrange todos os aspectos da atuação do órgão subordinado. Controle Finalístico = tutela administrativa ou supervisão ministerial. Pressupõe expressa previsão legal que determinará os limites e instrumentos de controle (atos de tutela). C ab e ao C N , p or m ei o de L E I Criação, transformação e a extinção de cargos, empregos e funções. Salvo CD/SF, ato próprio mediante RESOLUÇÃO. Criação e extinção de ministérios e órgãos da adm federal. Lei de iniciativa do PR. C ab e ao P R Iniciativa de lei para criação de cargo, emprego ou função na AD e autárquica. Organização e funcionamento da adm federal. Sem aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Por meio de DECRETO AUTÔNOMO. Extinção de funções ou cargos VAGOS. Por meio de DECRETO AUTÔNOMO. As PJDPúblico e as PJDPrivado prestadoras de serviços públicos têm responsabilidade civil OBJETIVA na modalidade risco administrativo. Exceto as EP e SEM que tenham por objeto a exploração de atividades econômicas em sentido estrito. S231 TCU: A exigência de concurso público para admissão de pessoal se estende a toda a AI, nela compreendidas as autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público, as SEM, as EP e, ainda, as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, mesmo que visem a objetivos estritamente econômicos, em regime de competitividade com a iniciativa privada. Imunidade tributária recíproca: veda a instituição de impostos sobre seu patrimônio, suas rendas e sobre os serviços. Responsabilidade civil: objetiva, na modalidade risco administrativo. A autarquia terá que indenizar danos (patrimoniais, morais e estéticos) que seus agentes, atuando nessa qualidade, causem a um terceiro, independentemente de terem agido com dolo ou culpa (responsabilidade extracontratual do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum). Conselhos fiscalizadores de profissões: CFM, CRM, CFA, CRA etc. Autarquias federais com características singulares OAB: Entidade sui generis, serviço público independente, não integrante da AP. Competência jurisdicional: justiça federal. Juízo competente: Autarquias federais: Justiça Federal; Autarquias estaduais e municipais: Justiça Estadual. Privilégios processuais: Prazo em dobro para todas as manifestações processuais; Isenção de custas judiciais; Dispensa de exibição de instrumento de mandato em juízo; Dispensa de preparo e de depósito prévio para interposição de recurso; Não sujeição a concurso de credores ou à habilitação em falência, liquidação, recuperação judicial; Prescrição: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquia prescrevem em 5 anos. Sujeição a duplo grau de jurisdição: o juiz ao proferir sentença deve determinar o envio dos autos ao tribunal. Autarquia em regime especial: Não reporta um regime jurídico delimitado, uniforme, preestabelecido, bem definido. Qualquer peculiaridade pode ser considerada, pela lei instituidora, motivo suficiente para afirmar que a entidade que está sendo criada é autarquia em regime especial. Imprescritibilidade Não podem ser adquiridos mediante usucapião. Impenhoralibidade Execução judicial contra autarquias está sujeita ao regime de precatórios. Alienação Imóveis (autorização legislativa, precedida, em regra, de licitação). N ã o s e a p li c a o d u p lo g ra u d e ju ri s d iç ã o Quando a condenação for inferior 1000 salários mín. (U). 500 salários mín. (E, DF e M de capital). 100 salários mín. (demais M). Quando a sentença fundamentada Súmula de tribunal superior. Acórdão do STF ou STJ. Entendimento firmado em demandas repetitivas. Parecer ou súmula administrativa. Agências Reguladoras Autarquias em regime especial. Regulação de determinado setor da economia. ANATEL Agências Executivas Qualificação conferida pelo poder público às entidades que celebram contrato de gestão. Autarquias e FP. INMETRO Fundações Públicas Entidade da AI instituída pelo poder público mediante personificação de um patrimônio que adquire personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, à qual a lei atribui competências administrativas específicas, observadas as áreas de atuação a serem definidas em lei complementar. Em regra, voltadas para o desempenho de atividades de interesse social, como assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa científica, assistência social, atividades culturais etc. FP de DPrivado: Só adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro público; Não exercem o poder de império (ato de poder de polícia, atos imperativos ou auto executórios, sanções administrativas); Não tem poder normativo; Não estão sujeitas ao regime de precatórios; Não gozam de privilégios processuais outorgados à Fazenda Pública; Não tem prerrogativa de cobrar suas dividas mediante execução judicial; Não podem ser sujeitos ativos tributários. Juízo competente: FP DPúblico federais: Justiça Federal; FP DPúblico estaduais ou municipais: Justiça Estadual; FP DPrivado federais, estaduais ou municipais: Justiça Estadual. Empresa Pública X Sociedade de Economia Mista Empresa Pública (EP): empresa estatal de Direito Privado, integrante da AI, instituída pelo poder público sob qualquer forma jurídica, mediante autorização de lei específica, tendo como objeto, em regra, a exploração de atividades econômicas em sentido estrito ou a prestação de serviços públicos de natureza econômica; o seu capital pertence à pessoa política instituidora, admitindo-se, desde que esta mantenha o controle societário (capital votante), a participação de outras pessoas políticas, bem comode entidades da AI de quaisquer entes federativos. É uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental, cuja criação é autorizada por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa (Decreto Nº 200/67). Sociedade de Economia Mista (SEM): empresa estatal de Direito Privado, integrante da AI, instituída pelo poder público, mediante autorização de lei específica, sob a forma de sociedade anônima, com participação obrigatória de capital privado e público, sendo da pessoa política instituidora ou de entidade da respectiva AI o controle acionário (ações com direito a voto), tendo como objeto, em regra, a exploração de atividades econômicas em sentido estrito ou a prestação de serviços públicos de natureza econômica. E s p é c ie s o u s u b d iv is õ es d o g ê n e ro a u ta rq u ia Autarquia comum ou ordinária Sem nenhuma peculiaridade. Autarquia em regime especial Agências reguladoras. ANATEL, ANAC, ANCINE, ANEEL. Autarquia fundacional Fundação Pública de DPúblico. Patrimônio personalizado destinado a uma finalidade. Autarquia interfederativa ou multifederada ou associações públicas Consórcios públicos que podem ser constituídos sob a forma de associação pública. Será uma autarquia integrante simultaneamente da AI de mais de um ente federado. FUNDAÇÃO PÚBLICA D. PÚBLICO = Fundação Autárquica Lei cria Sem registro D. PRIVADO = Fundação Governamental Lei autoriza a criação Com registro MP faz o controle ordinário (pontual e eventual). PRIVADA D. PRIVADO Direito Civil Fundação Xuxa Com registro MP exerce a curadoria (velar). EP SEM Capital 100% público Maioria público Forma Qualquer SA Foro Federal – Justiça Federal Federal – Justiça Estadual EP e SEM têm por objeto, como regra, o exercício de atividades econômicas em sentido amplo: Atividades de produção e circulação de bens e de prestação de serviços de natureza privada, inclusive as que estejam constitucionalmente sujeitas ao regime de monopólio da U; e A prestação de serviços públicos de natureza econômica. Subsidiárias (controlada) Empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto pertença direta ou indiretamente a EP ou SEM (art. 2º, I, Decreto 8.945/2016). A criação de subsidiárias pelas EP e SEM, bem como a participação de qualquer delas (como investidoras) em empresas privadas, depende de autorização legislativa. É sinônimo de controlada. PJ predominantemente de direito privado, distinta da controladora, não é órgão. Consórcios públicos Adquirem personalidade jurídica, que poderá ser de direito público ou de direito privado. O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções (contrato preliminar). Em nenhuma hipótese um consórcio público poderá ser criado sem a participação do Poder Legislativo de cada um dos entes federados consorciados. Gestão associada de serviços públicos: exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação. Prestação de serviço público em regime de gestão associada: execução, por meio de cooperação federativa, de toda e qualquer atividade ou obra com objetivo de permitir aos usuários o acesso a um serviço público com características e padrões de qualidade determinados pela regulação ou pelo contrato de programa. Contrato de programa: instrumento que devem ser constituídas e reguladas as obrigações que um ente da Federação, inclusive sua AI, tenha para com outro ente, ou para com o consórcio público, no âmbito da prestação de serviços públicos por meio de cooperação federativa. O contrato de programa substitui o contrato de concessão de serviços públicos, possibilitando a prestação indireta de um serviço público. Contrato de rateio: contrato pelo qual os entes consorciados comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das despesas do consórcio público. Atividades não econômicas, SEM finalidade lucrativa Atividades exclusivas de Estado. Atividades de interesse social. Atividades econômicas em sentido amplo, COM finalidade lucrativa Atividades econômicas em sentido estrito Rurais, comerciais e industriais. Serviços privados abertos à livre iniciativa. Serviços públicos Delegados. Telefonia, energia elétrica. Atividades econômicas em sentido estrito Regime de direito privado. Serviços públicos Regime de direito público. E P e S E M p re s ta d o ra s d e s e rv iç o s p ú b li co s Privilégios fiscais. Imunidade tributária recíproca. Responsabilidade civil objetiva. Bens impenhoráveis Em decorrência do princípio da continuidade dos serviços públicos. Regime de precatórios Serviços públicos essencias e próprias de Estado. Sem fins lucrativos. Sem competir com empresas do setor privado. Subsidiária Integral Quando a entidade-matriz detém a totalidade do capital da subsidiária. Subsidiária Controlada Quando a entidade-matriz detém apenas o controle societário da subsidiária. Consórcio Público de DPúblico Autarquias Consórcio Público de DPrivado Associações Públicas Convênio de cooperação entre entes federados: pacto firmado exclusivamente por entes da federação, com objetivo de autorizar a gestão associada de serviços públicos, desde que ratificado ou previamente disciplinado por lei editada por cada um deles. Paraestatais (terceiro setor) PJ privadas que não integram a estrutura da administração pública direta ou indireta, colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, dele recebendo variadas modalidades de fomento. As entidades paraestatais integram o chamado terceiro setor, que pode ser definido como aquele composto por entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividades de interesse social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos. O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado, e com o segundo setor, que é o mercado. Serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAT e outros); Organizações sociais; Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP); Instituições comunitárias de educação superior (ICES); Entidades de apoio. AUTARQUIAS FP EP SEM Personalidade jurídica PJ DPúblico PJ DPúblico ou PJ DPrivado PJ DPrivado Atividades Típicas de Estado Personificação de um serviço público De interesse social Personificação de um patrimônio Prestam serviços públicos ou desempenham atividade econômica Regime jurídico Estatutário DPúblico - estatutário DPrivado - CLT CLT Criação Criada por lei específica Autorizada por lei específica e LC define área de atuação (DPrivado) Autorizada por lei específica Capital Público Público 100% público Maioria Público Exemplos INSS, BACEN, CVM, INCRA, IBAMA IBGE, FUNAI, FUNASA, FIOCRUZ CEF, Correios, BNDS BB, Petrobras 1º Setor Estado 2º Setor Mercado 3º Setor Paraestatais Atos da administração Mais genérico, pois engloba também atos de direito privado da administração, ou seja, nem todo ato da administração é ato administrativo. Atos administrativos Manifestação ou declaração da administração pública, nesta qualidade, ou de particulares no exercício de prerrogativas públicas, que tenha por fim imediato a produção de efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público e sob predominante de direito público. Categorias de atos típicos dos Poderes do Estado: atos legislativos; atos judiciais;atos administrativos. Atributos do ato administrativo São as qualidades ou características dos atos administrativos: presunção de legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade. Presunção de legitimidade (ou legalidade): Presume-se que todo ato adm é legal e legítimo. Atributo presente em todos os atos, desde o nascimento do ato e independe de norma legal que o preveja. Presunção relativa: admite prova em contrário; O ônus da prova da existência de vício no ato administrativo é de quem alega; Salvo se a lei dispuser em contrário, não se suspendem os efeitos do ato impugnado ou recorrido, uma vez que ele é presumido legítimo. Imperatividade: impor unilateralmente uma obrigação ou uma restrição. Decorre do Poder Extroverso do Estado: prerrogativa que o poder público tem de praticar atos que extravasam sua própria esfera jurídica e adentram a esfera jurídica alheia, alterando-a, independentemente da anuência prévia de qualquer pessoa. Não está presente em todos os atos, apenas naqueles que implicam obrigação para o administrado, são a ele impostos, por exemplo, atos punitivos. Autoexecutoriedade: atos que podem ser materialmente implementados pela administração, diretamente, inclusive mediante uso da força, se necessária, e não depende de ordem judicial. O s at os d a ad m in st ra çã o in cl ue m Os atos administrativos propriamente ditos. Os atos da adm pública regidos pelo direito privado. Os atos materiais praticados pela adm pública, que são atos de mera execução de determinações administrativas. Fatos jurídicos em sentido amplo Fatos jurídicos em sentido estrito Acontecimentos que não decorrem diretamente da vontade humana. Ex.: nascimento, morte. Atos jurídicos Qualquer manifestação unilateral humana voluntária que tenha finalidade imediata (direta) de produzir determinada alteração no mundo jurídico. Ato administrativo Manifestação de vontade. Decisão. Fato administrativo Materialização do ato. Acontecimento. Presunção de Legitimidade e Veracidade Presunção de Legitimidade Ato conforme a lei. Interpretação e aplicação da norma jurídica pela adm foram corretas. Presunção de Veracidade Fatos verdadeiros. Fatos alegados pela adm existem, ocorreram e são verdadeiros. Di Pietro Ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade da AP que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, declarar, extinguir, modificar e transferir direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. (Hely Lopes) Ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, sob observância da lei e regime de direito público, sujeito a controle pelo Poder Judiciário. (Di Pietro) A autoexecutoriedade jamais afasta a apreciação judicial do ato; Não está presente em todos os atos, é qualidade própria de atos inerentes ao exercício de atividades típicas da administração quando ela está atuando na condição de poder público. Tipicidade: o ato deve corresponder a figuras previamente definidas na lei como aptas a produzir determinados resultados. Representa uma garantia para o administrado, pois impede que a administração pratique um ato, unilateral e coercitivo, sem prévia previsão legal; Afasta a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida. Elementos ou requisitos de validade dos atos administrativos Competência (quem?): poder legal atribuído ao agente público para desempenho específico das atribuições de seu cargo. Somente a lei pode estabelecer competências administrativas; Delegação de competências: Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Regra geral: permitida a delegação, salvo se houver impedimento legal. Pode ser feita para órgãos ou agentes subordinados, mas também é possível mesmo que não exista subordinação hierárquica. Delegação de apenas uma parte das competências, não da integralidade. Por prazo determinado. Não afasta a possibilidade de exercício pela autoridade delegante. Pode conter ressalvas para o exercício da atribuição. É ato discricionário e revogável a qualquer tempo O ato de sua revogação deve ser publicada no meio oficial. Avocação de competências: ato pelo qual o superior hierárquico chama para si, temporariamente, o exercício (e não a titularidade) de determinada competência originariamente pertencente a um agente público a ele subordinado. A avocação é um ato discricionário. Medida excepcional e fundamentada, ou seja, tem caráter extraordinário. Não é admitida quando se tratar de competência exclusiva do subordinado. Vício na competência: a incompetência fica caracterizada quando o ato não se inclui nas atribuições legais do agente. Finalidade (para que?): resultado que se pretende alcançar. Finalidade geral: satisfação do interesse público. Finalidade específica: objetivo direto, resultado específico a ser alcançado Exigibilidade e Executoriedade Exigibilidade Meios indiretos de coerção. Obrigação que o administrado tem de cumprir o ato. Ex.: aplicação de multa pelo descumprimento da ordem x. Executoriedade Meios diretos de coerção. A adm pratica o ato ou compele direta e materialmente o administrado a praticá-lo. Ex.: apreensão de produtos. Celso A. B. Mello Características da competência É irrenunciável É intransferível É imodificável É imprescritível É improrrogável Celso A. B. Mello Não podem ser objeto de delegação A edição de atos normativos A decisão de recursos administrativos As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade Excesso de poder Quando o agente público atua fora ou além de sua esfera de competências estabelecidas em lei. Função de fato Quando a pessoa investida no CEFP, mas há ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato. Usurpação de função É crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função públicos. Efeito mediato. Vício na finalidade: fim diverso daquele previsto explicita ou implicitamente na regra de competência. O desatendimento das finalidades de um ato administrativo configura vício insanável, com obrigatória anulação do ato. Vício denominado de desvio de poder. Forma (como?): é o modo de exteriorização do ato, em regra, escrita. Vício na forma: Regra: passível de convalidação, ou seja, defeito sanável, que pode ser corrigido sem obrigar à anulação do ato. A convalidação não é possível quando a lei estabelece determinada forma como essencial à validade do ato, caso em que o ato será nulo se não observada a forma legalmente exigida. Motivo (porquê?): é a causa imediata do ato. É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática do ato, ou o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato. Razão que antecede o ato. Vício no motivo: quando a matéria de fato ou de direito no qual o ato se fundamenta é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido. Objeto (o quê?): conteúdo material do ato. O objeto do ato adm é a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca. Efeito imediato que o ato produz. É lícito, possível e determinado. Vício no objeto: quando o resultado do ato importar violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. É insanável, ou seja, invariavelmente acarreta a nulidade do ato. Ato praticado comconteúdo não previsto em lei. Ato praticado com objeto diferente daquele que a lei prevê para aquela situação. Mérito do ato administrativo É o poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei. Só existe mérito administrativo em atos discricionários. Requisitos Vinculado Discricionário Competência V V Finalidade V V Forma V V Motivo V D Objeto V D Motivação É a declaração escrita do motivo que determinou a prática do ao. A motivação faz parte da forma do ato. Se o ato deve ser motivado para ser válido, e a motivação não é feita, o ato é nulo por vício de forma (vício insanável) e não por vício no motivo. Em regra, a motivação, quando obrigatória, deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato, sob pena de nulidade deste. Deverão ser motivados os atos que (art. 50, Lei 9.784/99): Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; Decidam processos adm de concurso ou seleção pública; Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; Decidam recursos adm; Decorram de reexame de ofício; Deixem de aplicar jurisprudência firmada ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato adm. Teoria dos motivos determinantes: uma vez motivado o ato, os motivos alegados passam a constituir pressupostos de validade. ABUSO DE PODER EXCESSO DE PODER Fora dos limites da Competência. CEP DESVIO DE PODER Fim diverso, desvio de Finalidade. FDP EFEITO Mediato Finalidade Imediato Objeto MOTIVO OBJETO Mérito administrativo Espécies de atos Atos precários: aqueles que podem ser revogados a qualquer tempo, não geram direito adquirido para os seus destinatários. Atos definitivos: são aqueles praticados em face de um direito individual do requerente. São vinculados e, por isso, não comportam revogação. Mas podem sofrer a cassação ou anulação. Licença: é ato adm vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência prévia da adm pública como condição para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo de que ele seja titular. Não pode ser revogada (ato vinculado), mas é passível de cassação ou anulação. Autorização: é ato adm por meio do qual a adm pública possibilita ao particular a realização de alguma atividade de predominantemente interesse deste, ou a utilização de um bem público. É um ato discricionário e precário. Hipóteses de atos de autorização: Ato de polícia adm para a prática de atividade privada. Ex.: porte de arma. Ato de polícia adm para o exercício de atividade econômica. Observada a CF: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Ato de polícia adm para o exercício de atividades de interesse social que não sejam de titularidade exclusiva do PP. Ex.: serviços privados de saúde e educação. Ato de delegação para prestação indireta de um serviço público – autorização de serviço público. Permissão: ato adm discricionário e precário mediante o qual é consentida ao particular alguma conduta que exista interesse predominante da coletividade. Ex.: uso de bem público. Não confundir permissão e concessão de serviços públicos que são contratos administrativos (bilaterais), e não meros atos administrativos (unilaterais). Parecer: é um documento técnico, de caráter opinativo, emitido por órgão especializado na matéria de que trata. Certidão: é uma cópia de informações registradas em algum livro em poder da administração, geralmente requerida pelo administrado que algum interesse tenha nessas informações. NORMATIVOS Comando geral e abastrato. Garantia da fiel execução da lei. Decretos, regulamentos, resoluções, regimentos. ORDINATÓRIOS Disciplina o funcionamento da AP, conduta funcional dos agentes. Avisos, portarias, ordem de serviços, circulares, despachos, instruções, memorandos, oficios. NEGOCIAIS Declaração de vontade do PP coincidente à pretensão do particular. Licença, autorização, permissão, admissão, homologação, aprovação. ENUNCIATIVOS Certificam, atestam uma situação de fato/direito. Não cabe revogação. Certidão, atestado, parecer (facultativo, obrigatório ou vinculante), apostila (averbação). PUNITIVOS Sanções impostas. Demissão, suspensão, apreensão, interdição. P A R E C E R Facultativo Não é obrigatório solicitar; não é obrigatório decidir conforme. Obrigatório Obrigatório solicitar; não é obrigatório decidir conforme. Vinculante Obrigado a solicitar; obrigado a decidir conforme o parecer. Ato adm de LICENÇA Unilateral Vinculado Definitivo Faculta exercício de atividade. Ato adm de AUTORIZAÇÃO Unilateral DiscricionáRio PrecáRio Facula exercício de atividade ou utilização de bem público. Ato adm de PERMISSÃO Unilateral DiscricionáRio PrecáRio Faculta o uso de bem público Atestado: é uma declaração da administração referente a uma situação de que ela toma conhecimento em decorrência de uma atuação de seus agentes. Apostila: apostilar é anotar à margem, emendar, corrigir, complementar um documento. Apostila é um aditamento a um ato adm, ou a um contrato adm, para o fim de retificá-lo, atualizá-lo ou complementá- lo. Classificações dos atos Atos vinculados: são os que a administração pratica sem margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei. Ex.: concessão da licença paternidade. Atos discricionários: são aqueles que a administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei. Existe discricionariedade: quando a lei expressamente dá à administração liberdade para atuar dentro de limites bem definidos; quando a lei emprega conceitos jurídicos indeterminados na descrição do motivo determinante da prática de um ato administrativo. Ex.: concessão da licença para tratar de interesses particulares. Atos gerais: caracterizam-se por não possuir destinatários determinados. Os atos gerais prevalecem sobre os individuais: a administração, na prática de atos individuais, é obrigada a observar os atos gerais pertinentes, por ela própria editados. Os atos gerais são sempre discricionários, pelo menos quanto ao seu conteúdo. Ex.: decretos regulamentares, instruções normativas, atos declaratórios normativos, algumas resoluções editadas por agências reguladoras. Atos individuais: são aqueles que possuem destinatários determinados, produzindo diretamente efeitos concretos, constituindo ou declarando situações jurídicas subjetivas. O ato individual pode ter um único destinatário (ato singular) ou diversos destinatários (ato plúrimo), desde que determinados. Ex.: nomeação de aprovados, exoneração de servidor, autorização de uso de bem público, decreto de desapropriação. Atos internos: são aqueles destinados a produzir efeitos somente no âmbito da administração pública, atingindo diretamente apenas seus órgãos e agentes. Ex.: portaria de remoção de servidor, ordens de serviço em geral, portaria de criação de grupos de trabalho, memorando determinando servidor a participar de curso de aperfeiçoamento. Atos externos: são aqueles que atingem os administrados em geral, criando direitos ou obrigações gerais ou individuais, declarando situações jurídicas etc. É condição de vigência e de eficácia dos atos externos a publicação em meiooficial. Ex.: todos os atos normativos, nomeação de aprovados em concurso público, edital de licitação etc. Atos simples: são aqueles que decorrem de uma única manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato simples colegiado). Ex.: ato de exoneração do servidor, acórdão administrativo do CARF. Atos complexos: são aqueles que necessitam para sua formação, manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades. Ex.: concessão de determinados regimes especiais de tributação. Atos compostos: são aqueles cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas sua edição ou produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. A função desse outro ato é meramente instrumental (acessório), autorizar a prática do ato principal ou conferir eficácia a este Ex.: nomeação do PGR (nomeação editada pelo PR é o ato principal e a aprovação pelo Senado é o ato acessório). Complexo X composto: enquanto no ato complexo temos um único ato, integrado por manifestações homogêneas de vontades de órgãos diversos, no ato composto existem dois atos, um principal e outro acessório ou instrumental. Atos de império ou de autoridade: são aqueles que a administração impõe coercitivamente aos administrados, criando para eles obrigações ou restrições, de forma unilateral e independentemente de sua anuência. Ex.: desapropriação de um bem privado, interdição de estabelecimento comercial, apreensão de mercadorias, multa administrativa. Atos de gestão: são praticados pela administração na qualidade de gestora de seus bens e serviços, sem exercício de supremacia sobre os particulares. Ex.: alienação ou aquisição de bens, aluguel a um particular de um imóvel, atos negociais em geral, autorização, permissão. Atos de expediente: são atos internos da administração pública, relacionados às rotinas de andamento dos variados serviços executados por seus órgãos e entidades administrativos. São caracterizados pela ausência de conteúdo decisório. Ex.: encaminhamento de documentos à autoridade competente; formalização, o preparo Ato complexo SeXO = 2 órgãos e 1 ato. Ato composto Ato principal + ato acessório 2 órgãos e 2 atos. e a movimentação de processos; documentos e petições protocoladas; cadastramento de processos nos sistemas. Atos constitutivos: aqueles que criam uma nova situação jurídica individual para seus destinatários, em relação à administração. Ex.: concessão de licença, nomeação de servidores, aplicação de sanções administrativas. Atos extintivos ou desconstitutivos: aqueles que põem fim a situações jurídicas individuais existentes. Ex.: cassação de uma autorização, demissão de um servidor, decretação de caducidade de uma concessão de serviço público. Atos modificativos: são os que tem por fim alterar situações preexistentes sem provar a sua extinção. Ex.: alteração de horários de uma repartição, mudança de local de uma reunião. Atos declaratórios: são aqueles que apenas afirmam a existência de um fato ou de uma situação jurídica anterior a ele. O ato declaratório atesta um fato ou reconhece um direito ou uma obrigação preexistente. Ex.: expedição de certidão de regularidade fiscal, emissão de uma declaração de tempo de serviço ou de contribuição previdenciária. Ato válido: é o que está em conformidade com o ordenamento jurídico. Não contém qualquer vício, qualquer irregularidade. Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável, normalmente resultante da ausência de um de seus elementos constitutivos. O ato nulo está em desconformidade com a lei ou com os princípios jurídicos e seu defeito não pode ser convalidado (corrigido). Ato anulável: é aquele que apresenta defeito sanável, ou seja, é passível de convalidação pela própria administração que o praticou, desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. Ato inexistente: é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da administração pública, mas em verdade, não se origina de um agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como usurpador de função. Ato perfeito: é aquele que está pronto, terminado, que já concluiu o seu ciclo, suas etapas de formação. Ato eficaz ou exequível: é aquele que já está disponível para a produção de seus efeitos próprios. Um ato inválido pode ser eficaz (em razão da presunção da legitimidade e da imperatividade). Ato pendente: é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. O ato pendente é um ato perfeito que ainda não está apto a produzir efeitos. Ato pendente X ato imperfeito: o ato imperfeito é aquele que não completou o seu ciclo de formação, já o ato pendente, ao contrário, sempre é um ato perfeito, mas que produzirá seus efeitos quando ocorrer um evento futuro que subordina a sua eficácia. Ato consumado ou exaurido: é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir, que já esgotou sua possibilidade de produzir efeitos. Perfeito Válido Eficaz P V E P V I P I E P I I Extinção dos atos administrativos Anulação: deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade ou legitimidade. É sempre controle de legalidade. Efeito retroativo = ex tunc. Devem ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé. Isso não significa que o ato nulo gere direito adquirido. Não há direito adquirido à produção de efeitos de um ato nulo. Revogação: é a retirada de um ato válido, do mundo jurídico, mas que, segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. É a supressão de um ato adm legítimo e eficaz. É sempre o controle de mérito. Efeito não retroativo = ex nunc. A to a dm in is tr at iv o Incompleto É um ato imperfeito Completo É um ato perfeito Eficaz (disponível para produzir efeitos) Pendente (sujeito a condição para inciar seus efeitos) DESFAZIMENTO DO ATO ADM VOLITIVO Resultante da Vontade expressa da adm pública ou do Poder Judiciário. Anulação Revogação Cassação NÃO VOLITIVO Independem de manifestação expressa. Extinção natural, subjetiva e objetiva. Caducidade Contraposição J. S. Carvalho Filho Tem fundamento no poder discricionário, portanto, aplica-se somente aos atos discricionários. Cassação: é a extinção do ato adm quando seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos. Caducidade: quando surge nova lei que contraria aquela que respaldava a prática do ato. Contraposição: outro ato com efeitos contrários derruba o ato anterior. Extinção natural: desfaz um ato adm pelo mero cumprimento normal de seus efeitos. Extinção subjetiva: ocorre quando há desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. Extinção objetiva: ocorre quando desaparece o próprio objeto do ato praticado. Convalidação de ato administrativo Convalidar um ato é corrigi-lo, regulariza-lo, desde a origem (ex tunc), de tal sorte que: Os efeitos já produzidos passem a ser considerados efeitos válidos, não passíveis de desconstituição; e Esse ato permaneça no mundo jurídico como um ato válido. Atos adm anuláveis são os que podem ser objeto de convalidação (ou saneamento), dependendo das circunstâncias e do juízo de oportunidade e conveniência. Condições cumulativas para que um ato seja convalidado: Defeito sanável; Não acarreta lesão ao interesse público; Não acarreta lesão a terceiros; Decisão discricionária acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato. S ã o in s u s c e tí v ei s d e r e v o g a çã o Atos consumados. Atos vinculados. Atos que geraram direitos adquiridos. Atos que integram procedimento. Meros atos administrativos (certidão,atestado). DEFEITOS SANÁVEIS Vício na competência Desde que não se trate de competência exclusiva. Vício na forma Desde que não seja essencial à validade do ato. Vício no objeto Di Pietro Não cabe convalidação. J. S. Carvalho Filho Admite-se convalidação quando for ato plúrimo, mediante conversão ou reforma. F o rm a s d e c o n v a li d aç ã o (J . S . C ar va lh o F ilh o) Ratificação Quando a convalidação é realizada pela mesma autoridade que praticou o ato Confirmação É quando há defeito em relação ao objeto que seja plurimo e a administração retira o objeto inválido e deixa o objeto valido. Conversão É quando também há vicio em relação ao objeto prurimos, mas neste caso é retirado o objeto inválido e incluído outro objeto válido. Deveres Dever de agir: dever de exercício das competências, o que o agente público não pode dispor (é imposição, não é faculdade). Dever de eficiência: exigência de elevado padrão de qualidade na atividade adm. Atuação pautada por celeridade, perfeição técnica, economicidade, presteza, rendimento funcional, entre outros. Dever de probidade: agir com ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o princípio da moralidade administrativa. Dever de prestar contas: decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do interesse público, sendo inerente à função do administrador público, mero gestor de bens e interesses alheios do povo. Poder vinculado Apenas possibilita à administração executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais. Quando pratica um ato vinculado a administração está muito mais cumprindo um dever do que exercendo uma prerrogativa. O poder vinculado é fundamento também dos atos discricionários nos seguintes elementos: Competência Finalidade Forma Poder discricionário É aquele em que o agente dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato. O núcleo essencial do poder discricionário traduz- se no denominado mérito administrativo. O poder discricionário implica liberdade de atuação administrativa, sempre dentro dos limites expressamente estabelecidos em lei, ou dela decorrentes. A extrapolação dos limites legais, assim como a atuação contrária aos princípios administrativos, configura a denominada arbitrariedade (= atuação ilegal). O ato discricionário ilegal ou ilegítimo poderá ser anulado tanto pela adm pública quanto pelo PJ. O que não pode ser apreciado pelo PJ é o mérito administrativo, que consiste justamente na atividade valorativa de oportunidade e conveniência que levou o administrador a praticar o ato e, se for o caso escolher o seu objeto, dentro dos limites legalmente fixados, ou decorrentes do texto em lei. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são eficazes limitações impostas ao poder discricionário da adm. Por meio desses princípios, impõem-se limitações à discricionariedade adm, ampliando os aspectos de controle do ato. O postulado da proporcionalidade é importante, sobretudo, no controle de atos sancionatórios, especialmente nos atos de polícia. Poder hierárquico Hierarquia caracteriza-se pela existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Não há hierarquia entre diferentes pessoas jurídicas, nem entre os Poderes da República, nem mesmo entre a administração e os administrados. A prerrogativa de dar ordens, também referida como poder de comando, permite que o superior hierárquico assegure o adequado funcionamento dos serviços sob sua responsabilidade. Os servidores públicos têm o dever de acatar e cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos, exceto quando manifestamente ilegais, hipótese em que surge para o destinatário da ordem o dever de representação contra a ilegalidade. O poder de controle inclui a manutenção de atos válidos, convenientes e oportunos, a convalidação de atos com defeitos sanáveis, quando esta for possível e conveniente, a anulação de atos ilegais e a revogação de atos discricionários inoportunos ou inconvenientes. Competência é irrenunciável, mas a lei admite delegação e avocação. Poder Disciplinar Permite à adm pública: Punir internamente as infrações funcionais de seus servidores; Punir infrações administrativas cometidas por particulares. Toda e qualquer pessoa está sujeita ao poder punitivo do Estado, ao passo que somente as pessoas que possuem algum vínculo jurídico específico com a adm pública são alcançadas pelo poder disciplinar. Poder regulamentar ou normativo Usado tradicionalmente para designar as competências do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos. O exercício do poder regulamentar, em regra, se materializa na edição de decretos e regulamentos destinados a dar fiel execução às leis. Decretos de execução ou regulamentares: são atos normativos secundários, pois situam-se hierarquicamente abaixo da lei. Decretos autônomos: atos primários, isto é, atos que decorrem diretamente do texto constitucional, decretos que não são expedidos em função de alguma lei ou de algum outro ato infraconstitucional. A CF, art. 49, V, atribui competência ao CN para sustar os atos normativos do PE que exorbitem do poder regulamentar. Regulamentos autorizados (ou delegados): quando o PL, na própria lei, autoriza o PE a disciplinar determinadas situações nela não reguladas. Regulamento autorizado é um ato adm secundário infralegal. Regulamento autorizado não se confunde com lei delegada, esta é um ato normativo primário (é uma lei). Admite-se a utilização de regulamento autorizado para a fixação de normas técnicas, desde que a lei que o autoriza estabeleça as diretrizes, os parâmetros, as condições e os limites da atuação do PE. Decretos de execução ou regulamentares Decretos autônomos CF, Art. 84, IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução CF, Art. 84, VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Apenas complementa, regulamenta uma LEI. Não inovando a ordem jurídica. Independe da existência de uma lei. Só pode em 2 hipóteses previstas na CF. Não pode ser delegado. Pode ser delegado a ME, PGR ou AGU. Controle de legalidade. Controle de constitucionalidade. Controle de legalidade: se o ato normativo extrapolou os limites da lei ou se contrariou frontalmente seus comandos, a questão caracterizará, sempre, típica de ilegalidade, e não inconstitucionalidade. Condições cumulativas para que um ato adm seja objeto de controle judicial mediante ADI (ação direta de inconstitucionalidade): É indispensável que ele tenha efetivamente caráter normativo; e É necessário que ele tenha caráter autônomo, o ato deve conflitar diretamente com a CF. Poder de polícia Poder de que dispõe a administração pública para, na forma da lei, condicionar ou restringir o uso de bens, o exercício de direitos e a prática de atividades privadas, visando a proteger os interesses gerais da coletividade. O poder de polícia é inerente à atividade administrativa. Atributos do Poder de Polícia: Discricionariedade: razoável margem de atuação. Coercibilidade: imposição de medidas coativamente, inclusive mediante o emprego da força. Autoexecutoriedade: execução direta pelo poder público, sem ordem judicial. Exigibilidade: meios indiretos de coerção. Ex.: multa. Executoriedade: meios diretos de coerção. Ex.: apreender uma mercadoria. Meios de atuação: Poder de polícia originário: exercido pela AD (U, E, DF, M). Poderde polícia delegado: exercido pela AI com PJDPúblico. Polícia administrativa Polícia judiciária Aquela que inicia na seara das infrações administrativas. Aquela concernente ao ilícito penal. É exercida sobre atividades privadas, bens ou direitos. Incide diretamente sobre as pessoas. É desempenhada, em regra, por órgãos administrativos de caráter fiscalizador. É executada por corporações específicas (polícia civil, polícia federal, polícia militar) Atuação predominante preventiva. Atuação predominante repressiva. STF: é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito – fiscalização, controle e orientação do tráfego, incluída imposição de multas e sanções adm. Atividades jurídicas do Estado Atividades cujo desempenho se funda no poder de império como decorrência da própria noção de soberania. Atividades sociais do Estado Atividades destinadas a incrementar o bem- estar social, que não impliquem exercício de poder de império. Ciclo de polícia Delegação do poder de polícia: sustenta-se que o exercício de atividades de polícia tem fundamento no poder de império e que este não pode ser exercido por nenhuma PJDPrivado. STJ: as fases de consentimento e de fiscalização podem ser delegadas a PJDPrivado. Permitido: PJDPúblico (autarquias e fundações autárquicas). Abuso de poder O postulado da supremacia do interesse público justifica o exercício de poderes administrativos única e exclusivamente na estrita medida em que sejam necessários ao atingimento dos fins públicos. O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo ordenamento jurídico à administração pública caracteriza, genericamente, o denominado abuso de poder. Atenção Poderes administrativos: conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere ao agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins (J.S. Carvalho Filho). Poder de Polícia: representa uma atividade estatal restrita aos interesses privados, limitando ao liberdade e a propriedade individual em favor do interesse público. O Poder de Polícia conferido à Administração para restringir, frenar, condicionar, limitar o exercício de direitos e atividades econômicas dos particulares, a fim de preservar os interesses da coletividade. A subordinação e a vinculação constituem relações jurídicas peculiares ao sistema administrativo. Punições ORDEM • Corresponde à legislação que estabelece os limites. • É a fase inicial. CONSENTIMENTO • Anuência da adm. • Se materializa com atos adm de licenças e autorizações. FISCALIZAÇÃO • Verifica se a prática de uma atividade privada está em conformidade com as condições e os requisitos SANÇÃO • Atuação administrativa coercitiva Abuso de poder Excesso de poder Quando o agente atua fora dos limites de suas competências. Desvio de poder Quando o agente contraria a finalidade. ABUSO DE PODER EXCESSO DE PODER Fora dos limites da Competência. CEP DESVIO DE PODER Fim diverso, desvio de Finalidade. FDP P un iç ão d o s e rv id o r pe la A P d er iv a: Imediatamente Poder Disciplinar Mediatamente Poder Hierárquico P un iç ão d e p a rt ic u la r pe la A P : Com vínculo jurídico Poder Disciplinar Sem vínculo jurídico Poder de Polícia Responsabilidade civil ou extracontratual Consubstancia-se na obrigação de indenizar um dano patrimonial, moral ou estético causado ou possibilitado por um fato humano. Só origina responsabilidade civil, em princípio, o nexo causal direto e imediato, isto é, deve haver ligação lógica direta entre a conduta (comissiva ou omissiva) e o dano efetivo. A responsabilidade civil do Estado é regida por normas e princípios de direito público. Traduz-se ela na obrigação da adm pública, ou dos delegatários de serviços públicos, de indenizar os danos que seus servidores, empregados e prepostos, atuando na qualidade de agentes públicos causem a terceiros. A responsabilidade extracontratual se exaure com a indenização do dano causado. Evolução da responsabilidade do Estado Teoria do risco administrativo Responsabilidade civil objetiva: Independe de comprovação de dolo ou culpa. Fundamento constitucional (art. 37, § 6º): As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Excludentes: Culpa exclusiva da vítima; Força maior; Caso fortuito. Concorrente: Culpa recíproca, haverá mitigação (atenuação) de responsabilidade. Pessoas abrangidas: Todas as PJDPúblico AD e AI; PJDPrivado prestadoras de serviços públicos (incluindo EP e SEM); PJDPrivado não integrantes da AP, delegatárias de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e detentoras de autorização de serviços públicos). Não estão incluídas EP e SEM exploradoras de atividade econômica. STF: É irrelevante perquirir se a vítima de prejuízo causado por prestador de serviço público é, ou não, usuária do serviço, bastando que o dano seja produzido pelo sujeito na qualidade de prestador de serviço público. Nas situações em que o poder público está legalmente na condição de garantidor da integridade de pessoas e coisas, que se encontram sob sua proteção direta, terá que indenizar danos a elas ocasionados, mesmo que não provocados por atuação de agentes estatais. Exceto se ficar comprovada a ocorrência de alguma causa excludente dessa responsabilidade extracontratual objetiva, a exemplo de um evento imprevisível e irresistível, sem relação com qualquer ação ou omissão da administração, caracterizador de hipóteses de força maior ou caso fortuito. Dano Civil Infração Administrativo Crime Penal F A S E S Irresponsabilidade do Estado Teve relevância nos regimes absolutistas. Teoria civilista da culpa comum do E. Refletia o individualismo característico do liberalismo clássico. Estado comparado ao indivíduo. Teoria da culpa administrativa ou culpa anônima Somente se comprovada a ocorrência de uma falha na prestação de um serviço público. Responsabilidade SUBJETIVA Teoria do risco administrativo Presentes o fato do serviço e o nexo direto de causalidade entre o fato e o dano ocorrido nasce o a obrigação de indenizar. Responsabilidade OBJETIVA Teoria do risco integral Basta a existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indenizar para o Estado, sem possibilidade de que este alegue excludentes de sua responsabilidade. Teoria do do risco adm - Respons. Objetiva Fato Dano Nexo Causal A responsabilidade extracontratual se exaure com a indenização do dano causado. Responsabilidade por omissão estatal Responsabilidade civil subjetiva (em regra): Regulada pelos danos ensejados por omissão estatal na prestação de serviços obrigatórios, mas há situações que mesmo em face da omissão, o Estado responde objetivamente. Para que seja reconhecido direito a indenização, o particular deverá demonstrar que a atuação estatal regular, normal, ordinária, teria sido suficiente para evitar o dano a ele infligido. Quando um dano causado a particular não decorre da atuação de agentes públicos, e sim de outras circunstâncias, tais como atos de terceiros ou eventos climáticos, o Estado somente poderá ser obrigado a indenizar a vítima consoante os termos da teoria da culpa administrativa, ou seja, a vítima precisa comprovar que, o resultado danoso, concorreu determinada omissão culposa da administração pública. Força maior e caso fortuito Eventos que sua ocorrência é inescapável e cujos efeitos são inevitáveis
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