Buscar

METODOLOGIA DE ENSINO DE HISTÓRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Texto de apoio – Metodologia de Ensino de História / 12ª Classe/M17SQ
Compilado pelo Professor: Narciso Corrente Mário Marcolino – Licenciado em ciências de educação, opção História.
ÍNDICE
UNIDADE I – A METODOLOGIA DE ENSINO DA HISTÓRIA
1.1 A Metodologia de Ensino da História: Conceito e objecto de estudo…………..…...
1.2 A Metodologia de Ensino de Historia como ciência e a sua relação com outras ciências…………………………………..………………………………………………..
1.2 Princípios Para o Ensino Da História……………………………..……..……………
1.4 Importância da Metodologia de Ensino da História……………………..……………
UNIDADE II – O SISTEMA DE OBJECTIVOS NO ENSINO DA HISTÓRIA
2.1 Conceito de Objectivos …………………………………...………..…………………
2.2 Definição dos objectivos. Orientação do ensino – as taxonomias …………….……...
2.2.3 As Taxonomia dos objectivos educacionais……………………………...…………
2.2.3.1 Domínio Cognitivo de Benjamim Bloom……………………………...…….……
2.2.3.2 Domínio Afectivo de David Krathwohl……………………………..……………
2.2.3.3 Domínio Psicomotor de Anita Harrow……………………………………………
2.3 Importância da Definição dos Objectivos no Ensino da História…………..…...…
UNIDADE III – COMO ENSINAR HISTÓRIA
3.1 O Papel da História na formação do indivíduo………………………………………
3.1.1 O Desenvolvimento das capacidades……………………………………………
3.1.2 Os Valores no Ensino da História…………………………………………….....
3.2 As Formas de Organização do Ensino da História……………………………………
3.2.1 Objecto de estudo da história…………………………...…………………………
3.2.2 A Aula como forma de Organização do Ensino……………………………...……..
3.2.2.1 Estrutura da Aula…………………………………………...……………………..
3.2.2.2 Tipos de Aula em História…………………………………...……………………
3.2.2.3 Preparação da Aula…………………………………...…………………………...
3.3 Os Métodos no Ensino da História……………………………………………….....
3.4 Método por descoberta / ensino pela descoberta……………………………………
3.5 Trabalho com Fontes e Mapas Históricos……………………………………………
UNIDADE IV – OS CONCEITOS EM HISTÓRIA, SUA ABORDAGEM DIDÁCTICA
4.1 Os Conceitos em História………………………………………………………..
4.1.1 Espaço e Tempo……………………………………………………………………
4.1.2 Factos, Fenómenos e Acontecimentos……………………………….…………….
4.2 Vocabulários específicos no ensino da história………………………………………
4.3 História narrativa ou História conceptual……………………………………………
UNIDADE V – A AVALIAÇÃO
5.1 - Conceito e Funções da Avaliação…………………………………………………
5.2 Relação entre os objectivos e a avaliação do ensino…………………………………
5.3 Tipos de avaliação: características e funções…………………………………………
5.3.1 - Avaliação Diagnostica…………………………………………………………...
5.3.2 – Avaliação Formativa…………………………………………………………….
5.3.3 – Avaliação Sumativa…………………………………………………………….
5.4 Instrumentos de avaliação…………………………………………………………
5.5 Tipos de testes e suas características…………………………………………………
5.6 Análise e Interpretação dos Resultados: As Escalas das Avaliações no Ensino Primário………………………………………………………………………………….
5.6.1 Vantagens das escalas………………………………………...……………………..
BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………..
UNIDADE I – A METODOLOGIA DE ENSINO DA HISTÓRIA
1.1 – A Metodologia De Ensino Da História: Conceito e objecto de estudo
A palavra Metodologia é de origem grega e latina, “methodus ou methodos + logos.
Latina “Methodus” caminho ou via para a realização de algo.
Grega “ Methodos” modo de ir atrás de.
Logos “ tratado ou ciência”.
Assim, Metodologia é definida como estudo de métodos ou caminhos a serem seguidos para se chegar a um determinado fim. Tem como objectivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliar suas capacidades, potencialidade, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou implicações da sua utilização.
A didáctica Geral representa o tronco comum sobre os fundamentos pedagógicos que regulam a actuação dos docentes. Mas atendendo a grande complexidade dos conteúdos científicos da história e a sua complexa transmissão, a Didáctica Geral fica limitada por não tratar específicamente os problemas da História. 
Neste contexto, e de acordo as experiências pedagógicas, confirma-se a necessidade da existência de didácticas especiais para cada disciplina. É neste contexto que aparece a Didáctica de História, com um carácter particular por referir-se as questões meramente históricas, já que em determinadas discussões justifica-se a consulta de manuais de História.
Deste modo, a Metodologia de Ensino da História é definida como um ramo das ciências pedagógicas particular que se preocupa do estudo de dados referentes aos métodos, procedimentos, conteúdos, objectivos e meios de ensino apropriados para o ensino da história. É o ramo da Pedagogia que estuda o processo de ensino e aprendizagem da história.
O seu objecto de estudo é o processo de ensino e aprendizagem da história. Desta forma, a organização científica dos alunos deve estar de acordo com as características dos alunos, localidade e o nível de ensino.
Dimensões da Metodologia de ensino da História
A metodologia de ensino da história tem como dimensões de transposição didáctica; dimensão política – social; dimensão projectiva; dimensão prospectiva e a dimensão formativa.
1. Dimensão de transposição didáctica:
2. Dimensão política – social: respeito ao meio em que o aluno está inserido. Ficar atento as diferenças sociais dos alunos.
3. Dimensão projectiva: manifesta-se através da prática pedagógica. Isto é, o futuro professor adquire experiências para que tenha êxitos na sua futura vida profissional.
4. Dimensão prospectiva: faz antevisão de como será o aluno – professor como futuro profissional.
5. Dimensão formativa: faz perceber que a sua formação será desenvolvida ao longo da sua vida profissional numa constante formação continua.
1.2 – A Metodologia de Ensino de Historia como ciência e a sua relação com outras ciências
Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objecto, especialmente obtidos mediante a observação, experiencia dos factos e um método próprio.
A metodologia de ensino da História apesar de ser o ramo da ciência pedagógica, ela torna-se uma ciência autónoma pelo facto de:
· Ter seu objecto de estudo (processo de ensino e aprendizagem da história);
· Possuir um sistema conceptual para estudar o processo de ensino - aprendizagem ou por eleger problemas centrais de investigação a que se dedicam;
· Ter métodos próprios (observação e experimentação no processo docente educativo)
· Ter metas ou objectivos a que se dedica alcançar (preparar o futuro professor de história na sua acção educativa, de forma que este participe no processo de transformação do homem).
A metodologia de ensino da História relaciona-se com a História como ciência (fornece conteúdos de ensino) e as ciências pedagógicas como: a teoria de educação (Pedagogia), a didáctica de ensino, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, sociologia de educação, a tecnologia, desenvolvimento curricular, gestão educativa, a prática educativa a e educação para a cidadania. 
Da pedagogia a M.E.H recebe ou apoia-se aos princípios gerais, como instrumentos de investigação que levam a incorporação da história ao sistema educativo.
A didáctica geral fornece um conjunto de requisitos e condições fundamentais para a sua realização;
A Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem fornece à M.E.H requisitos que ajudam a descobrir os factores que estão na base do aparecimento e mudanças de condutas e, fornecer fundamentos essenciais para aprendizagem (motivação). 
A Sociologia da Educação transmite a ideia de que a educação se dá no contexto de uma sociedade e, que esta sociedade é também resultante de uma educação, procurando deste jeito a integração harmoniosa dos indivíduos num determinado meio social. 
Segundo Emile Durkheim, a sociedade se apresenta como imenso corpo social muitas vezes semelhante ao corpo humano. Ela possui vários órgão, cada qual com desempenhando a sua função, e cada qual depende do outro, de tal forma que se toda a anatomia social funcionar bem, o corpo todo será saudável. Entretanto se uns desses órgãos ficarem doentes ou deixar de funcionar, todo o corpo se ressente. Dentro da nossa sociedade cadainstituição e órgão do corpo social: família, escola, igreja, estado, etc. Neste contexto, podemos notar que cada instituição possui objectivos próprios, diferentes entre si, mas uma depende da outra para que a sociedade funcione harmoniosamente (funcionalismo). Ele defende que o professor deve ter como função formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social 
A Tecnologia transmite a ideia de que é necessário sempre que possível fazer o uso de meios tecnológicos adequados ao processo de ensino-aprendizagem da história para garantir a qualidade no ensino e solidez na aprendizagem.
Desenvolvimento curricular pela sua definição – programa de conhecimentos verdadeiros, validos e essenciais que se transmitem sistematicamente nas escolas para desenvolver a mente e treinar a inteligência, orienta à M.EH sobre o que ensinar, como, quando e porque ensinar. 
A gestão educativa fornece os mecanismos a ter em conta na direcção de uma instituição para garantir a excelência no ensino.
A prática pedagógica fornece a possibilidade do aluno – professor verificar, descobrir, interrogar e aplicar as teorias adquiridas ao longo da sua formação. Profissionaliza o futuro professor através da implementação prática das bases teóricas aprendidas na M.E.H.
A educação para a cidadania inclui educação cívica, valores morais, pois são questões transversais a todo o currículo, já que analisará problemas de ética relacionada com as crianças. Orienta cuidadosamente as condutas que as crianças deverão seguir diante da sociedade.
	1.3 – Princípios Para o Ensino Da História
Para maior qualidade do processo de ensino – aprendizagem da história, é importante que o professor se apegue aos princípios para o seu ensino.
1. Princípio do carácter científico do ensino
Este princípio é cumprido quando no processo de ensino aprendizagem da história se utilizam métodos de ensino que pelo seu carácter se aproximam dos métodos da ciência histórica. O professor deve expor e analisar os factos de acordo ao momento em questão, pois não é permitida a violação dos factos científicos, fazendo considerações tendenciosas.
2. Princípio do carácter sistemático do ensino
Este princípio orienta que o ensino deve ser delineado. Isto é, deve haver ligação das lições históricas anteriores com as novas, que levem os alunos a fazerem boas interpretações dos mesmos. O professor deve ordenar a matéria de ensino e assegurar a sua apropriação sistemática pelos alunos.
3. Ser compreensível e possível de ser assimilado
O conteúdo deve ser compatível com o nível de preparo e desenvolvimento mental dos alunos. O conteúdo não deve ser muito complexo e nem muito acessível, para evitar o desânimo na aprendizagem e diminuir o interesse de aprender mais. Os conteúdos devem ser acessíveis e didacticamente organizados, sem perder a cientificidade, de modo a garantir uma assimilação sólida e duradoura. 
4. Assegurar a relação conhecimento – prática/ princípio educativo do ensino
Exige a ligação da teoria e a prática. O ensino da história não deve basear-se simplesmente na transmissão de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, mas também criar condições que façam com que os alunos tenham capacidades de elaborar teorias que os levem os alunos a aplica-los, tanto nas tarefas escolares como na vida prática. 
5. Garantir a solidez dos conhecimentos 
Exige do professor a frequente recapitulação da matéria, tarefas individualizadas a alunos que apresentam dificuldades dos conhecimentos básicos da matéria.
6. Levar a à vinculação trabalho colectivo – particularidades individuais dos alunos
Exige que o professor trabalhe de tal forma que a matéria seja compreendida para todos alunos, tendo sempre em conta as diferenças individuais e as peculiaridades de aproveitamento escolar. Para tal, o professor deve ser claro na orientação dos objectivos e ficar atento em alguns aspectos como a idade dos alunos, o comportamento, as deficiências visuais e auditivas e o nível de assimilação dos mesmos.
1.4 – Importância da Metodologia de Ensino da História
História é o que se consegue lembrar. O maior desafio que um professor tem de enfrentar é tornar esta lembrança numa cadeira envolvente, isto é, injectar vidar ao passado morto ou tentar criar empatia através de um envolvimento imaginativo.
Para isto é necessário que haja uma disciplina específica que capacite o professor de técnicas próprias para ensino da História – a Metodologia de Ensino da História. Ela é importante pelo facto de:
1. Ensinar os fundamentos ou maneira de com ensinar História;
2. Fornecer instrumentos técnicos – científicos que permitem ao futuro professor analisar de forma crítica os programas de história do ensino primário, sugerir melhorias e adaptar sempre que possível à realidade do meio circundante;
3. Capacitar o futuro professor de conhecimentos que o levem a promover o gosto para o ensino da história.
UNIDADE II – O SISTEMA DE OBJECTIVOS NO ENSINO DA HISTÓRIA
	2.1 – Conceito de Objectivos 
	A palavra objectivo vem do latim “ objectus” que significa lançado adiante ou o que está afrente. É tudo aquilo que se deseja fazer em termos de futuro.
	Objectivo de ensino: é a descrição de condutas que o aluno deve ser capaz de fazer no fim de um período de aprendizagem ou fim de uma acção de formação. É o elemento orientador do processo docente educativo, pois é a partir dele que o professor determina os outros elementos metodológicos da estrutura da aula como os conteúdos, métodos e procedimentos para o ensino da história.
	Algumas regas gerais a ter em conta na definição dos objectivos de ensino
1. O objectivo não deve referir o que vai fazer o professor, mas sim os resultados que se esperam dos alunos;
Exemplo: explicar aos alunos a localização geográfica do Egipto. Mencionar a localização geográfica do Egipto.
2. O objectivo não é uma descrição ou sumario de um conteúdo, mas sim a actividade do aluno em termos de conduta final.
Exemplo: os primeiros países independentes de África. Mencionar os primeiros países independentes de África.
3. O verbo a ser usado na definição dos objectivos deve estar no infinito.
Exemplo. Classificar, identificar, descrever, etc.
4. Os objectivos devem ser definidos primeiro os do nível geral e em seguida os do nível específicos.
Instâncias definidoras dos Objectivos Educacionais
A definição dos objectivos educacionais cabe primeiramente ao poder político (Assembleia Nacional); em seguida às Instituições Pedagógicas (Ministério da Educação) e por último aos professores (Escolas).
2.2 – Definição dos objectivos. Orientação do ensino – as taxonomias 
	Os objectivos classificam-se em Gerais e Específicos.
2.2.1. Objectivos Gerais: são aqueles mais abrangentes, que para o seu cumprimento só é possível após um longo período de uma unidade, final de um curso ou formação. 
	Para a sua definição seguem – se as seguintes regras: 
1. Deve ser definido com um verbo que exprima o nível de generalidade que se pretende. Ex. Conhecer, compreender, analisar, aplicar, etc;
2. Só se deve incluir-se em cada objectivo um resultado de aprendizagem;
2.2.2 Objectivos específicos: são aqueles que nos levam a cumpri-los em um período de curto prazo, isto é, no final de uma aula.
	Têm a função de revelar o alcance e significados dos termos revelados nos objectivos gerais e descrever através de determinadas condutas os resultados de aprendizagem, comprovativos de que os objectivos gerais foram alcançados.
	Para a sua definição seguem algumas regras como:
1. Colocar sob cada objectivo geral uma lista de resultados específicos de aprendizagem necessária para a consecução do objectivo geral;
2. Definir os objectivos específicos com verbos que indiquem um comportamento observável;
3. Seleccionar condutas específicas que sejam importantes e adequados ao objectivo geral que descreve;
4. As condutas específicas definidas não podem exigir operações mentais de um nível cognitivo mais elevado do que o nível definido no objctivo geral.
Os objectivos específicos dividem-se em instrutivos e educativos.Os objectivos instrutivos são aqueles dirigidos a formação de conhecimentos e habilidades, ao passo que os educativos são aqueles dirigidos a formação da personalidade, mudanças de comportamento, formação de valores e respeito pelas normas de convivência social. Deve ser definido sempre após o instrutivo, visto que é a partir deste que é extraído (objectivo educativo).	Exemplo. Mencionar as principais actividades económicas do reino do Kongo. Incentivar a pratica da agricultura como base do desenvolvimento económico do país.
2.2.3 As Taxonomia dos objectivos educacionais
Para melhor definir os objectivos de ensino, recorre-se às taxonomias de objectivos educacionais, por servirem de meios de auxílio ao professor na tarefa de definição dos objectivos e por constituírem um conjunto de categorias gerais e específicos que inclui todo os possíveis resultados da aprendizagem a esperar pelo aluno.
A taxonomia dos objectivos educacionais foi projectada em 1956 por especialistas norte americanos liderados por Benjamim Bloom a pedido da Associação Americana de Psicologia, com objectivo de criar uma estrutura classificada dos domínios e níveis de aprendizagem. Desta feita, os objectivos educacionais foram classificados em domínios cognitivos, afectivos e psicomotores.
Objectivos do domínio cognitivo: inclui objectivos que dão relevo aos resultados intelectuais, tais como: conhecimentos, compreensão e aptidões de pensamento. Foi desenvolvido por Benjamim Bloom em 1956.
Objectivos do domínio afectivo: inclui os objectivos que realçam sentimentos e emoções, como: receptividade (reconhecimento do outro, tolerância do que é diferente), resposta (ser capaz de ajudar a causa alheia e actuar em beneficio alheio), valoração (respeito ao valor com que o aluno se liga a um determinado assunto); organização (administrar e priorizar acções) e a caracterização (o individuo tem já um sistema de valores que controla o seu comportamento por tempo suficientemente longo para se dizer que construiu um estilo de vida próprio).
Domínio psicomotor: inclui objectivos que dão primazia às aptidões motoras, como exercícios físicos, actividades de representação (desenho) e de identificação.
Dentre estes três, o domínio cognitivo é o mais usado, sendo agrupado em seis categorias: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. 
2.2.3.1 Domínio Cognitivo de Benjamim Bloom
	Categorias do domínio cognitivo
	Exemplo de objectivos gerais
	Exemplo de objectivos específicos
	Conhecimento/Conhecer (memorização): É o relembrar do material previamente aprendido.
	Conhece termos comuns; conhece factos específicos; conhece métodos e procedimentos; conhece conceitos básicos; conhece princípios.
	Define, descreve, identifica, enumera, classifica, enuncia, cita, selecciona, caracterizar, reproduz.
	Compreensão/Compreender: Capacidade de perceber, sendo capaz de reproduzir a informação por ideias próprias.
	Compreende factos e princípios; interpreta materiais verbais; interpreta gráficos; justifica métodos e procedimentos.
	Converte, Justifica, distingue, calcula, explica, parafraseia, prediz, reescreve, sumariza, generaliza, exemplifica (prova).
	Aplicação/ Aplicar: É a capacidade de utilizar o material aprendido em situações novas e concretas. Inclui-se a aplicação de regras, princípios, métodos, conceitos e teorias.
	Aplica conceitos e princípios a novas situações; aplica leis e teorias a situações práticas; resolve problemas de matemática; demonstra a utilização de um método ou procedimento.
	Modifica, calcula, demonstra, manipula, prepara, prediz , mostra, resolve, utiliza, descobre, produz, relaciona
	Analise/Analisar: Capacidade de desfazer o material nas suas partes componentes, para que a sua estrutura organizativa possa ser compreendida. Inclui-se identificação dos componentes, análise das relações entre estes.
	Reconhece suposições não enunciadas; reconhece erros lógicos no raciocínio; distingue entre factos e inferências; avalia a relevância dos dados.
	Decompõe, diferencia, distingue, ilustra, infere, esboça, relaciona, separa e subdivide, sublinha e relata, identifica.
	Síntese/ Sintetizar: É a capacidade de reunir os componentes, de modo que se forme um novo conjunto.
	Escreve um tema bem organizado; faz um discurso bem estruturado; escreve uma peque historia original (poema ou musica); propõe um plano para uma experiencia; integra conhecimentos das áreas diferentes num plano para resolver um problema.
	Categoriza, combina, compila, compõe, cria, inventa, planeia, interpreta, generaliza, modifica, reconstrói, relaciona, reorganiza, revê, reescreve, sumariza, diz, escreve, organiza, planifica.
	Avaliação/ Avaliar: Capacidade de julgar o valor de algo (produtos, ideias) tendo em conta os critérios conhecidos.
	Julga da coexistência lógica do material escrito; julga da adequação das conclusões aos dados respectivos; julga do valor de um trabalho pela utilização de seus critérios.
	Avalia, compara, conclui, critica, constata, discrimina, explica, interpreta, relaciona, confirma, sumariza. justifica, confirmar.
2.2.3.2 Domínio Afectivo de David Krathwohl
	Categorias do domínio afectivo
	Exemplo de objectivos gerais
	Exemplo de objectivos específicos
	Capacidade de recepção: diz respeito à prontidão com que o aluno recebe determinados estímulos na aula.
	Executa atentamente; reconhece a importância da aprendizagem; é sensível as necessidades humanas e aos problemas sociais; aceita as diferenças de raças e culturas; acompanha de perto as actividades escolares.
	Pergunta, escolhe, segue, dá, mantém, nomeia, utiliza, responde.
	Capacidade de resposta: diz respeito à participação activa do aluno, a prontidão para responder. Faz as coisas por prazer.
	Completa os trabalhos indicados para casa; obedece às regras da escola; participa nas discussões da aula; oferece-se para determinados trabalhos; mostra interesse no assunto e gosta de ajudar os outros.
	Ajuda, concorda, obedece, realiza, pratica, lê, diz.
	Capacidade de valorização: diz respeito ao mérito ou valor com que o aluno se liga a um determinado assunto. 
	Demonstra acreditar no progresso democrático; mostra interesse pelo bem-estar dos outros; demonstra envolvimento no progresso social.
	Completa, diferencia, segue, cria, inicia, junta, convida, sensibiliza, contribui, justifica, propõe, reparte, estuda, trabalha.
	Capacidade de organização: diz respeito à capacidade para juntar diferentes valores, resolver conflitos entre eles e começar a construir um sistema de valores próprio. Tem como objectivo, desenvolver uma filosofia de vida.
	Responsabiliza-se pelo próprio comportamento; compreende e aceita as suas próprias capacidades e limitações; elabora um plano de vida de harmonia com as suas capacidades, interesses e convicções.
	Adere, altera, arranja, combina, compara, organiza, prepara, sintetiza.
	Capacidade de caracterização: o indivíduo tem já um sistema de valores que controla o seu comportamento por tempo suficientemente longo para que se possa dizer que ele construiu um estilo de vida próprio.
	Mostra segurança no seu conhecimento; utiliza formas objectivas na resolução de problemas; demonstra pontualidade e auto-disciplina; mantém bons hábitos de saúde. 
	Actua, discrimina, influencia, consciencializa, escuta, modifica, realiza, pratica, propõe, encorajar, utiliza, verifica.
2.2.3.3 Domínio Psicomotor de Anita Harrow
	Categorias do domínio psicomotor
	Exemplo de objectivos gerais
	Exemplo de objectivos específicos
	Percepção: refere-se a utilização de órgãos de sentidos para obter impulsos que orientam toda a actividade motora.
	Reconhece deficiências de funcionamento numa máquina pelo som produzido; Associa uma música a um passo de dança.
	Escolhe, descreve, detecta, diferencia, distingue, identifica, relaciona, selecciona, separa.
	Preparação: refere-se a atitudes de estar preparado (preparação mental e física) para executar um determinado tipo de acção.
	Demonstra a posição correcta do corpo para bater uma bola. Mostradesejo de escrever à máquina com eficiência.
	Começa, evidencia, explica, move, actua, reage, responde, mostra, inicia, age voluntariamente.
	Resposta guiada: está associada as fases elementares da aprendizagem de uma técnica complexa. Inclui a imitação (repetição de um acto demonstrado pelo professor) e a tentativa de execução e erro (identificação da resposta apropriada através de um sistema de resposta múltipla). 
	Executa a melhor maneira de chutar uma bola de futebol como lhe foi ensinado; encontra o melhor método de preparar uma refeição.
	Monta, constrói, calibra, fabrica, mostra, disseca, aperta, repara, mói, aquece, manipula.
	Mecanismo: refere-se as execuções em que as respostas se tornaram habituais e os movimentos são realizados com um determinado grau de confiança e eficiência. 
	Escreve bem e de forma legível; trabalha com um projector de slides.
	Itens da resposta guiada.
	Reposta complexa livre: está relacionado com a execução hábil de actos motores que implicam padrões de movimentos complexos. A este nível considera-se execução correcta quando a acção é rápida, precisa e realizada com um dispêndio mínimo de energia. Esta categoria implica uma realização sem excitações e uma execução automática (os movimentos são executados com vontade e bom controlo muscular).
	Manipula com destreza os objectos; demonstra a posição correcta para nadar;
Mostra destreza na condução de um automóvel;
Toca violino com destreza;
Repara determinados equipamentos com rapidez e eficácia.
	Itens da resposta guiada.
	Adaptação: está relacionada com as capacidades tão bem desenvolvidas que o indivíduo pode fazer alterações nos padrões de movimento conforme as necessidades, para encontrar a melhor solução.
	Num jogo de futebol, ajusta-se ao futebol do adversário.
	Adapta, altera, muda, reorganiza, revê, varia.
	Criatividade: diz respeito à criação de novos padrões de movimentos para se ajustar a uma situação particular ou a um problema específico. Os resultados da aprendizagem a este nível dão relevo à criatividade baseada em capacidades altamente desenvolvidas.
	Cria uma composição musical; cria um novo modelo de vestuário.
	Arranja, combina, compõe, constrói, cria, concebe, dá origem a.
2.3 – Importância da Definição dos Objectivos no Ensino da História
A importância da definição dos objectivos de ensino da história está na sua correcta formulação, já que educar e ensinar implica um objectivo. Isto é, uma meta ou fim a atingir.
Uma vez formulados correctamente os objectivos de ensino, os mesmo contribuirão no êxito da dosificarão da matéria; preparar o que fará o aluno perante a uma situação da de aprendizagem (o resultado que se espero no aluno); contribuir para o estabelecimento de prioridades (estabelecer foco no que interessa, não perder tempo com aspectos de pouca importância, falar sem rodeios).
A definição dos objectivos de ensino é no entanto, uma exigência indispensável para o trabalho docente, requerendo um posicionamento activo do professor e a sua aplicação, seja no planeamento escolar, como do desenvolvimento das aulas. 
	UNIDADE III – COMO ENSINAR HISTÓRIA
	3.1 – O Papel da História na formação do indivíduo
A história alem de transmitir conhecimentos sobre o passado humano, permite desenvolver capacidades e atitudes específicas como:
1. O estudo da História de vários povos permite abrir caminhos a atitudes de tolerância, face a formas de pensar e de agir diferentes da sua. Isto é, a aprendizagem da história pode ajuda-lo a compreender melhor a sua época, a si próprio e aos outros.
2. O estudo da história contribui para o desenvolvimento do espírito crítico e hipóteses fundamentadas;
3. Contribui para adquirir competências específicas no domínio de tratamento, classificação e análise de fontes históricas;
4. Proporcionar a compreensão da relatividade e multiplicidade dos valores em diferentes tempos e espaços;
5. Contribuir para a inserção do aluno na realidade social, política e cultural que o rodeia;
6. Despertar atitudes de respeito e colaboração com os outros seres humanos e com membros de grupos sociais.
3.1.1 O Desenvolvimento das capacidades
No ensino da História normalmente desenvolvem-se as seguintes capacidades: Comunicação, sentido crítico, observação, análise de situações, imaginação e a sensibilidade.
	Para o desenvolvimento destas capacidades torna-se necessária seguir algumas actividades como:
· Capacidade de comunicação: para p seu desenvolvimento, o professor deve criar actividades de debates e c discussões;
· Capacidade de sentido crítico: crítica de um texto ou trabalho.
· Capacidade de análise de situações: comentários de textos, filmes e gravuras;
· Capacidade de observação: desenvolver actividades de comentários de gravuras, filmes, esculturas, etc.
· Capacidades de sensibilidade: criar actividades de dramatizações como teatro.
3.1.2 Os Valores no Ensino da História
É de realçar que valores é a característica do bem ou tudo aquilo que desperta interesse nas pessoas, impedindo-as de ficar indiferentes.
A história pela natureza específica do seu objecto de estudo, os valores estão presentes no seu ensino. Face a esta situação, qual será a atitude do professor na transmissão dos mesmos?
Com base a esta questão, importa-nos mencionar alguns graus de influência que a educação pode ter na transmissão de valores: imposição de valores, promoção de valores, clarificação valores e a não – intervenção aos valores.
1. Imposição de valores: forçar o aluno a adoptar valores que foram escolhidos para ele. Posição dos sistemas totalitários que se têm servido da História como veiculo de transmissão ideológica.
2. Promoção de valores: persuadir o educando a aceitar certos valores que foram escolhidos para eles.
3. Clarificação valores: dar informação sobre os valores e ajudar o aluno nas suas escolhas. Processo de construção individual de valores. Será a mais adequada à uma educação democrática em que se pretende formar um cidadão capaz de intervir criticamente.
4. Não – intervenção aos valores: deixar o educando completamente abandonado. Posição do deixa andar ou correr, que não chega a ser uma verdadeira educação.
O ensino da História não deve contribuir para impor valores e nem limitar-se a não – intervenção, mas sim:
· Contribuir em dar informações sobre os valores e ajudar os alunos nas suas escolhas; 
· Encorajar a diversidade de opiniões e ao debate de situações pessoais ou sociais de modo a levar o aluno a intervir criticamente aos problemas que acontecem na sua sociedade; 
· Fazer com que o aluno reconheça que os valores orientam as acções humanas e, que a opção por determinados valores implica uma vivência coerente com os mesmos; 
· Fazer com que os homens sejam livres para fazerem suas escolhas em matérias de valores, uma vez que existe uma relatividade dos mesmos.
Neste sentido, os alunos perceberão que os valores não são absolutos e nem imutáveis, eles evoluíram ao longo dos tempos de acordo as civilizações e culturas. A noção de beleza pode se diferente entre um europeu e africano.
3.2 – As Formas de Organização do Ensino da História
É de realçar que as formas de organização do ensino em história são de diversas maneiras como: ensino frontal e colectivo – aula, excursão, trabalho independente e ensino com base as necessidades dos alunos.
· Ensino frontal e colectivo – aula: os alunos são colocados em sala de aula, o professor se posiciona afrente deles, e por sua vez, os alunos um trás do outro escutam o professor em face deles e observam os seus movimentos. O professor se dirige à toda turma e recolhe toas as informações dos alunos.
· Excursão: é uma viagem de carácter pedagógica que possui objectivos bem estruturados, como estudo ou observação de um determinado lugares históricos (sítios) ou observação geográfica. É uma viagem de carácter pedagógica por trata-se de um método de ensino prático. A ela deve se relacionar com um outro tema já estudado. Na excursão usa-se os métodos como narração, conversações, demonstrações, etc. 
· Trabalho independente: esta formaconsiste em desenvolver as capacidades mentais dos alunos ou consolidação dos conhecimentos através da realização de trabalhos individuais ou colectivos. 
· Ensino com base as necessidades dos alunos: esta forma de organização de ensino acontece quando se detecta alunos com baixo nível de rendimento escolar.
3.2.1 Objecto de estudo da história.
A história como ciência tem como objecto de estudo a acção humana praticada no passado; o homem no tempo ou ainda o facto histórico.
O objecto de estudo da história baseando-se ao passado humano, é compreendido através de testemunhos deste mesmo passado. Daí a importância das fontes no ensino da história.
3.2.2 A Aula como forma de Organização do Ensino
A aula é a forma superior de organização do ensino, mediante o qual o professor num tempo estabelecido e num lugar em condições dirige a actividade cognitiva dos alunos, utilizando métodos e meios apropriados para o cumprimento do plano. 
É um determinado período de tempo vivido entre professor e alunos em que aquele orienta as actividades destes, tendo em vista orientá-los a alcançar certos objectivos pré-determinados. É ainda definida como actividade do aluno sob a direcção do professor. 
Para que a aula seja efectiva é necessário que o professor tenha uma preparação científico – pedagógica. Isto é, domínio de metodologia de ensino, programas, textos de apoio e da capacidade criadora do professor.
Ao preparar uma aula é muito importante estar atento as exigências pedagógicas como: Aspectos pedagógicos, Aspectos lógicos e Aspectos psicológicos.
· Aspectos pedagógicos: refere-se a actividades ligadas a selecção dos métodos, meios de ensino adequados a aula.
· Aspectos lógicos: compreende a sequência dos conteúdos, de modo a favorecer o desenvolvimento das habilidades dos alunos, permitindo uma sólida aprendizagem. 
· Aspectos psicológicos: refere-se as capacidades de estimular as actividades cognitivas dos alunos, como a orientação clara dos objectivos, domínio do conteúdo e o uso racional do tempo.
3.2.2.1 Estrutura da Aula
A estrutura da aula é a organização, sequência e inter-relação dos momentos do processo de ensino – aprendizagem. Esta estrutura está estabelecida por etapas didácticas como: preparação ou introdução da matéria, tratamento didáctico da matéria nova, consolidação dos conhecimentos e habilidades, e aplicação de conhecimentos e habilidades, verificação/avaliação dos conhecimentos e habilidades, e a tarefa para casa.
1. Preparação ou Introdução: esta etapa tem como objectivo criar conhecimento ou motivar os alunos para a matéria nova. Compreende as actividades de resolução de conhecimentos anteriores e a orientação dos objectivos da nova aula.
2. Tratamento didáctico da matéria nova: é nesta etapa onde se faz a activa transmissão sistemática dos conhecimentos, bem como a sua assimilação sistemática pelos alunos, através da discussão, uso do livro didáctico, etc. O objectivo desta fase é fazer com que os alunos formem ideias claras sobre o assunto e vão juntando elementos para compreensão.
3. Consolidação dos conhecimentos e habilidades: o objectivo nesta etapa é fazer com que os conhecimentos se tornem sólidos, através da realização de determinados exercícios de recordação da matéria.
4. Aplicação de conhecimentos, habilidades: esta etapa tem como objectivo fazer com que o aluno tenha a capacidade de aplicar os conhecimentos aprendidos na vida prática, uma vês que só deste jeito se atinge a coroa do processo de ensino-aprendizagem.
5. Verificação e avaliação dos conhecimentos e habilidades: o objectivo para esta etapa é verificar o nível de assimilação conseguido pelos alunos. Deste modo, o professor conseguirá perceber que os alunos aprenderam, que algumas lacunas ainda permanecem e, a partir disso, cria-se condições para projecção de uma aula de revisão.
6. Tarefa de casa: é nesta etapa em que o professor convida os alunos a rever a matéria devido a elaboração de alguns exercícios para serem resolvidos em casa. Além de ter a função pedagógica, ela cumpre ainda uma função social em função da integração da família às actividades escolares.
3.2.2.2 Tipos de Aula em História
Existem vários tipos de aulas, sendo desta feita, cada uma com as suas particularidades, diferenciando-se uma das outras por meio das tarefas efectuadas em cada uma delas. Desta feita, destacam-se os seguintes tipos de aula:
1. Aula de preparação e introdução da matéria: é aquela feita no início de uma unidade ou tema, com objectivo de apresentar os subtemas referentes à unidade ou tema, bem como a síntese de cada uma delas ou ainda, apresenta-se nesta aula o resumo geral da unidade ou tema. Ela serve de motivação aos alunos para o estudo de um tema ou disciplina.
2. Aula de desenvolvimento de novos conteúdos (aula nova): é aquela em que efectua-se os tratamentos mais sistematizados de novos conhecimentos ou ainda, é aquela em que os alunos entram em contacto com o novo conteúdo. Neste tipo de aula os alunos podem trabalhar individualmente, em equipa ou de forma colectiva. A função didáctica desta aula é transmitir novos conhecimentos aos alunos.
3. Aula de consolidação: é a aula que é dada no final de uma unidade programada ou, quando dar-se conta que os alunos não reúnem as qualidades da aula dada anteriormente. Tem como função didáctica tornar mais estáveis ou consistentes os conhecimentos adquiridos pelos alunos. 
4. Aula de controlo/Avaliação: é aquele tipo de aula em que o principal objectivo é conhecer o grau de assimilação dos conhecimentos dos alunos. 
3.2.2.3 Preparação da Aula
A preparação da aula é a condição básica para o sucesso do processo de ensino – aprendizagem. A sua realização compete exclusivamente ao professor, porque através dela se manifesta a preparação metodológica, psicológica e científica do professor. 
Entretanto, ela obedece algumas etapas de que o professor é sujeito a cumpri-las, como:
· Consulta do programa da disciplina;
· Formulação dos objectivos de ensino;
· Selecção dos conteúdos;
· Selecção dos métodos e procedimentos adequados à aula;
· Selecção dos meios de ensino;
· Selecção do sistema de avaliação;
· Elaboração de um trabalho para casa.
3.3 – Os Métodos no Ensino da História
	Os métodos de ensino são as acções do professor pelas quais se organiza as actividades de ensino e dos alunos para atingir objectivos de trabalho docente em função a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interacção entre ensino e aprendizagem, entre professor e alunos, cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimentos pelos alunos, (Libâneo, 1994)
	Método de ensino é o conjunto de procedimentos, lógica e psicologicamente ordenados, de que se vale o professor para levar o educando a elaborar conhecimentos, adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideias, (Nérice, 1992).
	Existem diferentes tipos de métodos de ensino, mas a disciplina de História tendo em conta a sua natureza, foram seleccionados métodos que cuja as suas características se adequam ao ensino da História, tais como: 
2.1 Método expositivo: é um método caracterizado principalmente pela autoridade do professor diante do aluno, e permanecendo estes passivos no trabalho escolar. 
Além das críticas que lhe são feitas, ela pode ser útil no ensino quando é bem usado. Para a sua execução no ensino da história, obedece-se as seguintes técnicas ou procedimentos: Exposição verbal; Explicação; a ilustração e a demonstração e a exemplificação.
· Exposição verbal: é aquela que ocorre nas situações em que o assunto é desconhecido ou quando as ideias dos alunos são insuficientes. Ela por sua vez tem os seguintes procedimentos: Narração, Relato e a Descrição.
Narração: é a técnica de exposição verbal que permite expor um acontecimento histórico de forma viva e emocional e, em muitos casos é acompanhada pela improvisação ou embelezamento. Devido ao seu carácter emocional, a narração contribui muito para a educação moral e ideológica dos alunos nos primeiros níveis de ensino.
Relato: é a técnica de exposição verbal quepermite expor um acontecimento histórico de forma racional, concentrando na sua essência, sem ter em conta os pormenores.
Descrição: consiste na enumeração das s particularidades essenciais dos factos históricos. Ela pode ser Pragmática e Viva ou Emocional.
É Pragmática quando apresenta as características dos objectos históricos e, é Viva ou emocional quando apresenta as condições sociais do passado, como as condições dos escravos, dos trabalhadores nas primeiras fábricas, etc.
· Explicação: é um procedimento que permite aprofundar os conteúdos e compreender os factos históricos. Esta explicação do professo deve ser limitada de modo a convidar a participação dos alunos na aula. Ela pode ser causal, funcional, estrutural e genética.
Explicação causal: refere-se à explicação das causas de um determinado facto histórico. Devemos diferenciar as causas fundamentais das secundárias e as causas externas das internas. 
Explicação funcional: acontece quando apresentamos os efeitos (as consequências) de um determinado facto histórico.
Explicação estrutural: acontece quando apresentamos a estrutura de um dado facto histórico. Isto é, a sua organização.
Explicação genética: acontece quando se relaciona o facto em estudo com o facto anterior, e posteriormente se faz enquadramento do facto em estudo numa cadeia de factos que provocaram a sua origem.
· Ilustração: é uma forma de representação gráfica de factos e fenómenos da realidade. Em história é feita pelos seguintes meios de ensino: fotografia, retratos, gravuras, mapas, gráficos, objectos da cultura material, etc. Para que haja êxitos, o professor deve fazer interrogações, de forma a provocar uma atitude activa do aluno (observar atentamente, analisar e descrever o que observou).
· Demonstração: é uma forma de representar fenómenos e processos que ocorrem na realidade. Em história ela é feita com recurso a dramatizações e projecção de filmes históricos. O professor deve ter a mesma atitude que da ilustração.
· Exemplificação: é uma forma de exposição que ocorre quando o professor ensina o modo correcto de realizar tarefa: usar o dicionário, fazer leitura em voz alta para que os alunos observem e depois repetem.
2.2 Método de elaboração conjunta: é um método caracterizado pela interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação, consolidação, conhecimentos e convicções já adquiridas.
Nas aulas de história, o método de elaboração conjunta é caracterizado por um diálogo entre o professor e os alunos para que estes penetrem na essência dos factos históricos, através de um trabalho realizado em conjunto. O professor exerce o papel de orientador.
Para a sua execução no ensino da história, obedece-se as seguintes técnicas ou procedimentos: conversação, discussão e o debate.
Conversação: é a técnica de elaboração conjunta que visa levar o aluno a se aproximar gradativamente da organização lógica dos conhecimentos de forma independente.
A conversação atinge seus objectivos quando os temas da matéria se tomam actividade de pensamento dos alunos e meios de desenvolvimento das suas capacidades mentais. Tem um grande valor didáctico, pois desenvolve nos alunos as habilidades de expressar opiniões fundamentadas, discutir, argumentar, refutar opiniões dos outros, aprender a escutar e interpretar. 
A forma usual de organizar a conversação é através das perguntas, tanto do professor quanto dos alunos. A conversação com base as perguntas pode ser feita sobre a condução directa e indirecta pelo professor. É directa quando conversa com a turma toda, é indirecta ao professor quando é feita entre grupos. As perguntas não devem basear-se apenas em perguntas fechadas, mas sim abertas de modo a levar os alunos ao raciocínio e desenvolvimento do pensamento.
Discussão: é a deliberação cooperativa sobre problemas, por pessoas que pensam e conversam em grupos, sob direcção de um coordenador com objectivo de chegar a um entendimento.
Debate: é a técnica da elaboração conjunta que ocorre quando cada aluno expõe e defende os seus pontos de vista sobre um assunto, esforçando-se por apresentar uma argumentação convincente, sendo os outros criticando os pontos de vista apresentado. O debate não deve ser feito em tom de agressividade, nem de desrespeito ao adversário. Logo o professor deve ter o papel de moderador. 
2.3 Método de trabalho independente: é um método caracterizado pelas tarefas dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente ou sem intervenção directa do professor. Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica é necessário que o professor oriente tarefas claras e adequadas aos alunos e que os mesmos devem saber precisamente o que fazer e como trabalhar.
Para a sua execução no ensino da história, obedece-se as seguintes técnicas ou procedimentos: solução de tarefas, busca parcial e a investigação (Silva, E e Baxe, H.,1987).
Solução de tarefas: pressupõe a marcação de tarefas pelo professor, as quais devem ser resolvidas pelo aluno, na própria aula ou em casa.
 Busca parcial: baseia-se na colocação de questões (como parte de um problema) aos alunos par conduzi – los à solução independente do problema. Aqui o professor decompõe o problema em questões parciais que apresenta aos alunos, leva-os a elaborar hipóteses e tirar conclusões a partir dos factos apresentados.
Investigação: consiste em organizar a actividade de busca criadora dos alunos e resolver problemas de forma integral.
Segundo Libâneo (2004), os procedimentos do método de trabalho independente podem ser: tarefa preparatória, tarefa de assimilação e tarefa de elaboração pessoal.
Tarefa preparatória: os alunos escrevem o que pensam sobre o assunto que será tratado, colhem dados e observações, respondem um breve questionário ou teste, fazem uma redacção sobre um tema. Serve para levantar questões prévias dos alunos, levantar problemas que depois serão aprofundados, despertar interesse pelo assunto, provocar uma atitude interrogativa no aluno;
Tarefa de assimilação: são exercícios de aprofundamentos e aplicação de temas já tratados, estudo dirigido, solução de problemas, pesquisa com base num problema novo, leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula. Essas tarefas servem para preparar os alunos para revisar conhecimentos e assimilar a solução correcta.
Tarefa de elaboração pessoal: são exercícios nos quais os alunos produzem respostas sugeridas do seu próprio pensamento. O modo prático de solicitar esse tipo de tarefa é fazer uma pergunta ao aluno que o leve a pensar: o que aconteceria se.., o que devemos fazer quando…, para que serve. O aluno também pode relatar o que viu e observou ou contar o que aprendeu.
	2.4 Método por descoberta / ensino pela descoberta
	Actualmente defende-se que o professor abandone a posição de ser o único detentor do saber, para se tornar um animador de situações de aprendizagem. Segundo esta visão, o professor deve limitar a exposição oral e promover a aprendizagem através de livros, documentos, gravuras, filmes e outros materiais. A procura de informações pelos alunos em textos ou outros materiais e o subsequente tratamento dessas informações, contribuem para o desenvolvimento da inteligência activa aos alunos. 
Mais do que transmitir conhecimentos é importante ensinar o aluno a pensar de modo a construir o seu próprio saber. Esta posição perante o ensino pode concretizar-se através do método por descoberta ou ensino pela descoberta, que cujo objectivo é levar o aluno a construir suas próprias ideias sobre um dado assunto. Este método contribui para o desenvolvimento de capacidades como, analise e síntese e o gosto pela pesquisa.
3.5 Trabalho com Fontes e Mapas Históricos
O trabalho com fontes e mapas diz respeito aos meios de ensino de que são por sua vez, componentes essenciais para o trabalho do professor. Para isso, é importante abordarmos aqui dois conceitos fundamentais quando se fala de trabalho comfontes.
Fontes históricas: são materiais de que o investigador ou historiador se serve para a sua investigação.
Documento Histórico: é toda fonte ou material de que o investigador saiba tirar proveito para o conhecimento de tudo o que ocorre, em função da pergunta que lhe é feita.
As fontes são classificadas de diversas formas, assim como:
1. Fontes quanto à intencionalidade: Documentos Conscientes e Documentos Inconscientes.
· Documentos Conscientes: testemunhas de relatos registados por homens que assistiram ou participaram nos factos ou não participaram, mas que são capazes de os relatar com exactidão. Ex. Memórias, autobiografia, narrativa de viagem.
· Documentos Inconscientes: refere-se a vestígios deixados pelo homem nos lugares em que viveram. Ex. Habitações, utensílios deixados pelo homem, etc.
2. Fontes quanto à forma e ao material: Documentos Figurado; Documentos Escrito e Documentos Registados.
· Documentos Figurado: Conjunto de fontes que ilustram a historia de um povo. Ex. Vestígios de construções antigas, objectos de adorno (embelezamento), vestuário, esqueletos, moedas, medalhas, fortalezas.
· Documentos Escritos: é toda fonte obtida através de determinados textos, como escritas em pedras, metal, papel, etc.
· Documentos Registados (áudios ou audiovisuais): é um tipo de fonte muito recente, caracterizado pelo uso de tecnológicos de registos como: a fotografia, CD, DVD, pintura, o mapa etc.
3. Fontes Primárias ou directas e secundárias ou indirectas 
· Fontes Primárias ou directas: são todo tipo de documentos originais directamente relacionados com o tema a investigar. Ex. Testemunhos das pessoas vivas, utensílios, ossos, cartam, diários, declaração da independência, etc.
· Fontes secundárias ou indirectas: são os trabalhos ou estudos que se fazem a partir de documentos que precisaram de outras fontes para a sua constituição. Ex. Revistas, contribuição de outras ciências etc.
Trabalho com Mapas Históricos
Mapas: são instrumentos de comunicação que servem para representação visual de uma dada área do espaço terrestre.
Existem vários tipos de mapas, entre os quais temos o mapa histórico, que é o mapa utilizado para representar algum acontecimento em algum dado período histórico. Ex. Os países colonizados por Portugal em África.
Para o seu devido uso, os alunos devem conhecer os elementos que constituem um mapa, assim como: título, legenda, orientação, etc.
Existem dois grandes problemas no uso do mapa: a falta de preparo por parte do professor em entender e utilizar o mapa e, a dificuldade do aluno de fazer leitura sobre o mapa.
Quando bem usado, o mapa é um meio de ensino muito importante, porque para além de dar maior solidez no processo de ensino-aprendizagem da História, desenvolve nos alunos habilidades de trabalho com os mesmos.
UNIDADE IV – OS CONCEITOS EM HISTÓRIA, SUA ABORDAGEM DIDÁCTICA
4. 1 – OS CONCEITOS EM HISTÓRIA
4.1.1 ESPAÇO E TEMPO
A definição de tempo abarca uma diversidade de concepções e formas. O tempo é uma construção do homem, para poder situar-se no mundo. O tempo é algo imaterial, diferente do espaço que é material. Com isto a sociedade criou instrumentos que permitem que o tempo seja comum a todos, como o calendário, a cronologia, tornando desta forma o tempo objectivo e quantificável.
Tempo: é a sucessão de momentos em que se desenrolam acontecimentos ou, é um período contínuo e indefinido no qual os eventos se sucedem. Ex. 1975-2002 (guerra civil em Angola), 1991-1992 (acordo de Bicesse e eleições gerais em Angola).
O domínio do tempo implica o domínio de cronologia, calendário e tempo histórico.
Tempo Histórico: é a sucessão dos intervalos de tempo entre acontecimentos. Ex. 1975-2002 (guerra civil em Angola), 1991-1992 (acordo de Bicesse e eleições gerais em Angola). 
As crianças têm dificuldades na aquisição de tempo, tais como:
As crianças têm dificuldades de noção de duração temporal por não terem a capacidade de conservar as quantidades temporais e, porque não compreendem as relações entre as partes e o todo.
Falta de domínio de cálculos matemáticos, implica na noção de tempo uma vez que é a sequência de acontecimentos.
Falta de domínio da linguagem específica de tempo, como os termos a.C, d.C, era, geração, ano, década, século, período, progresso e regressão. 
Espaço: tal como o tempo, também abarca várias concepções. É um termo que vem do Latim Spatium e Significa extensão que contem a matéria existente. Ou ainda é definida como parte que ocupa um objecto sensível e a capacidade de terreno ou lugar. Toda investigação histórica além de exigir a sua localização no tempo, também exige no espaço, daí a razão de recorrer à Geografia.
4.1.2 Factos, Fenómenos e Acontecimentos
Para uma melhor compreensão da História, aconselha-se a definição e distinção dos seus conceitos específicos, que devem ser apreendidos e utilizados de forma correcta por alunos e professores.
	Facto histórico: É uma abstracção, é um acontecimento do passado, construído pelos historiadores a partir da interpretação de fontes históricas. É algo mais abrangente que um acontecimento, pois, para além de ser um acontecimento, pode ser um processo. Em termos de duração, pode ser curta e longa em relação ao outro. Ex. O imperialismo (facto longo) e a primeira guerra mundial (facto curto).
	Acontecimento Histórico: é algo de concreto, tem indicação exacta da data e local da ocorrência, é localizado no tempo e no espaço de forma rigorosa, é único, não se repete. É breve em termos de duração. Ex. A morte de um rei, uma batalha, uma revolução, assinatura de um acordo.
	Fenómeno histórico: representam tendências, repetição de comportamentos que se mantêm ao longo de um tempo ou médio, podendo serem sociais, culturais, económicos, etc. Correspondem ainda aos mais lentos movimentos de marcha da humanidade, como: técnicas, rituais de um povo, vestuários e modo de produção.
	4.2 Vocabulários específicos no ensino da história
 Para a compreensão do conhecimento histórico, é importante que os alunos dominem o vocabulário especifico de história, assim como:
Vocabulário de tempo histórico: era, século, milénio, período, medieval, antiguidade, modernidade.
Vocabulário de processo histórico: causa, cronologia, semelhança, diferenças, etc. 
Outros vocabulários: Feudo, mensageiro, monarquia, manufactura, ordem/classe, revolução, galeão, castelo, vila, roca, cavaleiro, democracia etc. 
4.3 História narrativa ou História conceptual
Estes dois termos referem-se as diferentes concepções de história.
História narrativa ou factual: é aquela que caracterizada pela descrição de actividades políticas, batalha militar, e que se limita a descrever os factos. Ex. Quais foram os favoritos de Luís III?
História conceptual: é a história caracterizada pela interpretação de fontes e construção de sínteses históricas. Não despreza os factos políticos e militares, mas analisa-os e interpreta-os de maneira diferente. O que é um favorito?
Podemos dizer que ambas têm as suas potencialidades para o ensino da história, desde que a utilizamos de forma correcta, assim como respeitar as idades dos alunos para cada uma das formas de transmitir história. Deste modo aconselha-se usar a história narrativa para o nível inicial ou primário e a conceptual para o nível médio. 
UNIDADE V – A AVALIAÇÃO
5.1 – Conceito e Funções da Avaliação
A Avaliação é definida como recolha e organização sistemática de informação para permitir a formação de juízos de valores que ajudem na tomada de decisões.
É ainda definida como um processo contínuo e sistemático que permite detectar em que medida os objectivos educacionais foram atingidos.
Demos conta que alcançamos os nossos objectivos, a partir da avaliação que fizemos sobre os mesmos. Desta feita, a avaliação tem como funções de:
· Função informativa, baseada na recolha de informações de um determinado assunto no decorrer do processo de ensino-aprendizagem;
· Melhorar e facilitar o ensino e aprendizagem, associada à avaliação diagnóstica e formativa;
· Comprovar a eficácia do trabalho do professore alunos;
· Seleccionar e certificar, associada à avaliação sumativa.
5.2 Relação entre os objectivos e a avaliação do ensino
A avaliação é feita por um propósito, isto é, interrogarmo-nos sobre se atingimos ou não os objectivos propostos. Nesta actividade torna-se fundamental procurar os meios mais adequados para atingir os objectivos que devem estar claramente definidos. 
Pela avaliação estamos permanentemente confrontados com a consecução dos objectivos. Com avaliação há um feed-beck constante que nos permite uma constante auto-regulamentação. Se estes estão a ser atingidos não há necessidades de reformulação, caso o professor encontre dificuldades há que proceder a ajustamentos e correcções, desenvolvendo então estratégias de remediação.
No entanto, há uma grande relação entre os objectivos e a avaliação de ensino, uma vez que só demos conta que alcançamos os nossos objectivos através de uma avaliação. Ainda assim, esta mesma avaliação é feita em função daquilo que queremos que os alunos aprendam. A avaliação é usada como um meio de informação, até que ponto os objectivos foram alcançados.
5.3 Tipos de avaliação: características e funções
Já vimos que a avaliação é um processo contínuo que implica que o professor se interrogue sobre determinadas questões como: que objectivos pretende que os alunos atinjam? Que estratégias deve utilizar? Que progresso os alunos estão realizar? Como melhorar o processo de ensino-aprendizagem? Como reformular objectivos?
Agora, vamos ver os diferentes tipos de avaliações:
5.3.1 - Avaliação Diagnostica: é um tipo de avaliação que tem a função de diagnosticar ou detectar o estado do aluno em relação à matéria a leccionar e para ter uma visão das suas possibilidades e deficiências. Ela é normalmente utilizada no início do processo de ensino-aprendizagem ou no início de uma unidade didáctica, curso, trimestre e Ano lectivo. 
Para tal, o professor deve fazer um levantamento prévio dos conhecimentos que o aluno deve possuir e que são necessários à aprendizagem dos conteúdos didácticos, como: 
· Elaborar um teste diagnóstico sobre os pré-requisitos previamente definidos;
· Realizar um trabalho, em grupos pequenos que vise a aplicações dos conhecimentos ou aptidões necessárias à aprendizagem da unidade de ensino;
· Proceder oralmente à detecção do estado dos alunos em relação aos pré-requisitos definidos.
Características principais: tem um carácter preventivo, já que ao conhecer as dificuldades do aluno no início do processo educativo é possível prever suas reais necessidades e trabalhar em prol do seu entendimento. Uma outra característica é a possibilidade de determinar as causas das dificuldades de aprendizagens persistentes em alguns alunos.
5.3.2 – Avaliação Formativa: é aquela que se realiza no decorrer de uma unidade de ensino, com funções de controlar o processo de ensino-aprendizagem e de identificar onde e porquê o aluno sente dificuldades e procurar informá-lo; verificar se a aprendizagem está a decorrer como previsto, nomeadamente no que respeita aos objectivos e conteúdos essenciais. 
Características principais: é uma avaliação para aprendizagem; ocorre em uma base contínua, mensal ou trimestral; é usada para melhorar a aprendizagem dos alunos; assume o papel de controlo.
5.3.3 – Avaliação Sumativa: é aquela que ocorre após a realização de uma unidade de ensino, curso, trimestre e Ano lectivo, com funções de classificar o nível de aprendizagem dos alunos ou fazer um balanço final daquilo que os alunos aprenderam. Reflecte sobre segmentos vastos de matéria, selecciona conteúdos relevantes e fornece uma visão de conjunto sobre aquilo que os alunos aprenderam. Baseia-se na atribuição de notas.
Características principais: é uma avaliação de aprendizagem; ocorre em intervalos específicos, como final de uma unidade didáctica ou final de um curso; é usada para avaliar o desempenho do aluno; é de natureza classificativa. 
5.4 Instrumentos de avaliação
Para avaliar as aprendizagens dos alunos o professor deve utilizar um conjunto de instrumentos de avaliação para ajuda-lo a verificar a evolução dos seus alunos.
Entre os instrumentos de avaliação destacamos:
· Relatórios;
· Testes fichas ou provas;
· A observação directa;
· Trabalhos independentes (em grupos e individuais).
Relatório: é um instrumento usado para fazer relato de uma visita de estudo, reflexão de trabalho de pesquisa autónomo, individual ou em grupo, como resultado de reflexão de trabalho em aprendizagem cooperativa após uma avaliação de processo. Para o seu devido efeito, o professor deve orientar normas que os alunos deverão seguir. Pela sua natureza, é aconselhável no ensino da história.
Testes fichas ou provas: acção ou efeito de provar ou fazer exame das qualidades de alguém ou de algo. Trabalho escolar, composto de uma série de perguntas, que tem por finalidade avaliar os conhecimentos do aluno.
Observação directa: é um dos instrumentos mais usado para avaliar os alunos, assim como os testes fichas ou provas. É através dela que se pode perceber dos progressos e dificuldades dos alunos e assim agir atempadamente. Através delas se podem avaliar certas atitudes como processos de pensamentos e comportamentos. Para a observação deve obedecer-se algumas regras como:
· A observação deve basear-se em objectivos claramente definidos;
· O professor deve estar atento a todos comportamentos importantes, não apenas observar aquilo que traçou como meta;
· O professor não deve interpretar os dados precipitadamente. Só depois de um longo período, e de ter observado o aluno em diversas situações o professor poderá tirar conclusões. Uma observação raramente é significativa.
· As reuniões de professores da mesma turma são ocasiões ideais para confrontar e completar dados recolhidos, assim como para validar ou invalidar as interpretações feitas por cada professor.
5.5 Tipos de testes e suas características
Os testes ou provas podem ser: orais, práticos e escritas.
Os testes orais: são os realizados na base de diálogo entre o professor e os alunos. Para a sua realização o professor deve manter uma conversa amigável com aluno para que este se sinta a vontade; dar tempo suficiente para dar resposta as questões; não passar imediatamente a outra questão enquanto o aluno raciocina; formular perguntas de níveis baixo em primeiro e só depois de níveis exigido. 
Testes práticos: são aqueles que levam o aluno a aplicar os conhecimentos, técnicas ou habilidades apreendidas durante um determinado período de formação.
Testes escritos: são as realizadas na base da escrita. Os testes ou provas escritas podem ser de perguntas objectivas (resposta curta) e testes de composição ou ensaio (resposta longa).
Testes de composição ou ensaio (resposta longa): são testes em que o aluno responde às perguntas formuladas tendo uma relativa liberdade na forma de abordar o problema, na organização da resposta e na ênfase a atribuir a cada aspecto da resposta. Estes podem ser:
· Questões de resposta livre: nestas coloca-se uma pergunta e o aluno tem a autonomia para responder. Neste tipo de questão indica-se apenas a extensão máxima da resposta. 
· Questões de resposta orientada: coloca-se a questão e indicam-se alguns dos pontos que devem ser focados.
Sugestões: o enunciado deve ser claro e compreendido pelos alunos sem margem para dúvidas.
Vantagens: permite avaliar conhecimentos de um nível taxonómico elevado; selecção de ideias chaves; organização do raciocínio; criatividade e imaginação.
Desvantagens: difíceis de classificar, consomem muito tempo; favorecem alunos com maiores capacidades de expressão. 
Testes objectivos: são tipos de testes constituídas por questões tão específicas que, cada uma delas só admite uma resposta previamente determinada. Estes podem ser: 
Testes de perguntas e respostas curtas: Caracterizados por perguntas claras e curtas, e que requerem também uma resposta clara e sem rodeio. São indicados para avaliar conhecimentos de factos, definição de conceitos, princípios e procedimentos. Quando associadas a imagens, gráficos,permitem avaliar capacidades de interpretação, fazer deduções. Como sugestão para esta questão deve-se usar frases curtas e de forma interrogativa.
Vantagens: são fáceis de serem criadas, permitem avaliar uma boa parte da matéria no mesmo teste, e são fáceis de serem corrigidas. 
Desvantagens: dificilmente se avalia aprendizagens incompletas, permitem aprendizagens de memorização e mecânica, dada a sua facilidade e rapidez de construção, não são elaborados com antecedência necessária para que possam ser revistas.
Pergunta de completamento: são aquelas compostas por frases incompletas, em que deixa-se lacunas para ser preenchido com uma só resposta certa pelo aluno.
Ex. a independência de Angola foi proclamada por ___________, no ano de_________. 
Sugestão: apesar de depender da idade, não se deve colocar um grande número de espaços para preencher; a lacuna não deve aparecer no inicio da frase.
As vantagens e desvantagens são similares ao das respostas curtas.
Perguntas de verdadeiras e falsas: refere-se a apresentação de varias afirmações que depois nos levam a perguntar aos alunos se qual delas é verdadeira ou falsa. 
Sugestão: Devem ser afirmações curtas e sem ambiguidades, devem evitar-se termos que proporcionem duvidas como às vezes ou em certos casos.
Vantagens: permitem colocar um grande número de conteúdos e demorando pouco tempo de responder, são rápidas de corrigir.
Desvantagens: propicias à respostas de probabilidades e de um modo geral avaliam aprendizagens básicas.
Perguntas de associação: são aquelas perguntas que nos levam a colocar numa coluna (A) uma lista de elementos e noutra coluna (B) outra lista de dados. Para o seu procedimento deve-se fazer a ligação ou associação através de uma linha, letra ou número, os elementos de uma coluna que se relacionam com os de outra coluna. São indicados para avaliar as capacidades de estabelecer relações ou conhecimentos memorizados. 
Sugestões: Incluir maior número de elementos na coluna da direita – B (respostas) duque na esquerda - A (perguntas); os elementos da direita devem ser mais curtos com relação da esquerda; tem de aparecer tudo na mesma página; os itens da coluna B, devem ser as possíveis respostas.
Vantagens: num só item avalia-se um conjunto de aprendizagens relacionadas; recomenda-se à história por permitir estabelecer relações causais, temporais, espaciais e outras de forma muito simples, a resposta por acaso é reduzida.
Desvantagens: não se adequam a todos conteúdos; necessitam elementos homogéneos (semelhantes); não avalia-se aprendizagens complexas, não são muito fáceis de construir.
Pergunta de escolha múltipla: são aquelas compostas de uma pergunta seguida de várias alternativas de respostas onde apenas uma alternativa é certa. É um tipo de questão que nos leva a avaliar uma variadíssima gama de competências.
Sugestão: O tronco deve colocar-se de forma clara; só deve existir uma alternativa correcta; não se deve utilizar como alternativa “todas são correctas ou nenhuma correcta”.
Vantagens: são facilmente compreendidas pelos alunos de diversas idades; a probabilidade de adivinhar respostas é diminuta; são fáceis de corrigir.
Desvantagens: são difíceis de elaborar e requerem muito tempo; não avalia todas competências.
5.6 Análise e Interpretação dos Resultados: As Escalas das Avaliações no Ensino Primário
Escalas: são meios que permitem registar as características observáveis e os graus de apreciação da sua intensidade. Existem três categorias fundamentais de escalas: 	escalas numéricas, escalas gráficas, e escalas descritivas.
Escalas numéricas: é aquela que cujo os graus em que pode ser apreciada a intensidade do comportamento representam-se por números cujo significado, previamente determinado se mantêm constante. Normalmente estas escalas têm cinco graus.
5 – Muitíssimo			
4 – Muito
 3 – Médio
 2 – Pouco
 1 – Muito pouco
Ex. O aluno manifesta espírito de iniciativa
	 
Aspectos observados Graus
	5
	4
	3
	2
	1
	Apresenta sugestões variadas
É original nas sugestões que apresenta
Procura resolver problemas concretos
Põe em prática ideias novas
	
x
	x
	
x
	
x
	
Escalas gráficas: são aquelas em que os graus são representados numa linha horizontal em que se refere, também, o significado de cada número.
Ex. O aluno é pontual
1 2 3 4 5
 Nunca raras algumas Muitas sempre
 vezes vezes vezes 
Escalas descritivas: são escalas que descrevem de forma sucinta as características a observar. Ela permite uma avaliação mais objectiva que as referidas anteriormente.
Ex. O aluno coopera em trabalho de grupo
	Não dá nem permite ajuda. Evita todo o trabalho em grupo
	Permite ajuda ocasional. Prefere trabalhar só. 
	Presta ajuda ocasional. Trabalha em grupo, mas sem mostrar interesse.
	Sempre disposto a ajudar e a permitir ajuda dos colegas. Coloca o êxito do trabalho colectivo acima do trabalho pessoal.
No nosso país, a escala de avaliação das aprendizagens para o ensino primário varia entre zero (0) a dez (10) valores. Optou-se por esta escala porque para um aluno que tenha negativa nesta escala, o efeito psicológico de nunca atingir a nota máxima é menor que a escola de zero (0) a vinte (20).
Ex. Um aluno que teve quatro valores na escala de 0 a 10 fica menos desmotivado em atingir 10, nota máxima, pois precisa 6 valores apenas para tal. Ao passo que aquele que obtiver 8 na escala de 0 a 20, precisa de 12 valores para atingir vinte valores.
Para além dos factores psicológicos já citados, existe outro do ponto de vista pedagógico. Este diz que quanto menor for a escala de avaliação, menos subjectivo se torna o processo de classificação da avaliação.
Para poder perceber melhor o significado de cada um dos valores dessa escala existe uma subdivisão por níveis de cumprimento dos objectivos de acordo com o perfil em relação ao saber, saber fazer e saber ser, que a seguir se apresenta no quadro a baixo mencionado.
	NÍVEIS (GRAUS) DE CUMPRIMENTO DE OBJECTIVOS
	PERFIL DO ALUNO
	
De 0 a 2: MAU
	Quase que não progride, está muito baixo da média (atinge até 20% dos objectivos básicos como a leitura, compreensão, escrita e cálculo).
Quase nunca faz trabalhos para casa e, quando os faz, faz de forma errada.
	
De 3 a 4: MEDÍOCRE
	Progride abaixo da média (atinge entre 30 a 40% dos objectivos básicos como a leitura, compreensão, escrita e cálculo).
Faz poucas vezes as tarefas para casa e, nem sempre os faz de forma correcta.
	
De 5 a 6: SUFICIENTE
	Progride ao nível da média (atinge entre 50 a 60% dos objectivos básicos como a leitura, compreensão, escrita e cálculo).
Faz frequentemente as tarefas, quase sempre de forma correcta.
	
De 7 a 8: BOM
	Progride acima da média (atinge entre70 a 80% dos objectivos básicos como a leitura, compreensão, escrita e cálculo).
Faz frequentemente as tarefas, sempre de forma correcta e exprime-se bem oralmente.
	
De 9 a 10: MUITO BOM
	Progride rapidamente e com segurança, está no topo (atinge entre 90 a 100% dos objectivos básicos como a leitura, compreensão, escrita e cálculo).
Faz frequentemente as tarefas, sempre de forma correcta e exprime-se bem oralmente. É muito criativo e ajuda os colegas a ultrapassarem dificuldades.
	
	5.6.1 Vantagens das escalas
1. Permitem informar, com muita clareza os alunos e encarregados de educação;
2. Facilitam a interpretação das características observadas;
3. Permitem um melhor conhecimento do progresso do aluno através da análise dos dados que vão sendo recolhidos;
4. Levam o professor a estar mais atento em relação às características a observar.
		BIBLIOGRAFIADE FREITAS, Maria Luisa V., SOLÉ, Gloria Santos & PEREIRA, Sara – (2010), Metodologia de ensino de História – Plural Editores, Luanda – Angola. 
PROENÇA, Maria Cândida – (2006), Didáctica da História – Universidade Aberta, Lisboa – Portugal. 
DA COSTA, Izabel da Conceição Soares – (2013), A Sociologia da Educação na Formação de Professores: Potencialidades e limitações – Escola Superior de Educação Almeida Garrett, Lisboa – Portugal.
JÚNIOR, Alceu de Souza Brito – (1995), Introdução a Metodologia Científica – Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Paraná, Brasil.
DIOGO, Fernando – (2015), Desenvolvimento Curricular – Plural editores, Porto – Portugal.
LIBÂNEO, José Carlos – (2004), Didáctica – Cortez editora, São Paulo – Brasil. 
FERREIRA, Ângelo; BUQUE, Américo; ALICE, Morar & RITA, Inês – (2007), Manual da disciplina de metodologias de ensino e treinamento – Faculdade de Ciências Pedagógicas, Maputo – Moçambique.
INSTITUTO ANTÓNIO HOUAISS – (2001), Dicionário Electrónico Houaiss da Língua Portuguesa – editora objectiva Ltda, Rio de Janeiro – Brasil.
ANTÓNIO, Osvaldino Wilson Mwenleyavo – (2013), Texto de apoio de Didáctica de História – ISCED, Sumbe – Angola.
SANTOS, Arlinda – (2019), Didáctica Geral – ISCED, Sumbe – Angola
	ANACLETO, Querido – (2017), Apontamentos de Metodologia de ensino de 
	História – Magistério do Sumbe, Sumbe – Angola.
16

Continue navegando