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DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING AULA 05 Prof. Clóvis Teixeira Filho 2 CONVERSA INICIAL Olá, estudante! Seja bem-vindo à quinta aula de Administração de Marketing! Você já sabe que é importante a empresa realizar uma análise mercadológica para conhecer o mercado em que se está inserida. E que nesse processo, também é necessário conhecer todos os envolvidos, ou seja, fornecedores, concorrentes e clientes. Com a evolução do mercado, em que a quantidade de concorrentes e o poder de compra nas mãos dos clientes aumenta cada vez mais, as empresas necessitam construir marcas fortes, capazes de transformar sua identidade em uma imagem que seja captada pelos consumidores, criando uma forte conexão entre eles. E é sobre este cenário que trabalharemos nessa rota. Nela, iremos discutir o papel das marcas no processo de conexão com os clientes, desde a sua concepção até o seu possível reposicionamento. CONTEXTUALIZANDO Será que a marca influencia na venda de um produto? Ou é a qualidade de um produto que valoriza a marca? A empresa “Mons’F”, reconhecida nacionalmente por fabricar pneus para carros utilizados como táxis, decidiu lançar um novo produto fora de sua linha habitual. Trata-se do macaco hidráulico Monster, que fará parte da linha Monster de Pneus. Neste caso, essa marca será: a. Própria. b. Família. c. Individual. d. Fabricante. e. Extensão de linha. 3 Quer conferir a justificativa da opção correta? Leia a seguir: A alternativa que apresenta a resposta correta é a (e), pois a marca de extensão de linha é quando a empresa usa a marca existente para lançar um novo produto de extensão de sua linha, ou um produto de outra categoria. A alternativa (a) está errada, pois a marca própria é criada pelos intermediários. A alternativa (b) é incorreta, a marca de família é aquela que é utilizada para as linhas de produtos. A alternativa (c) é inverídica, pois a marca individual é a marca do produto, que pode ou não ser o nome do fabricante. Por fim, a alternativa (d) é incorreta, pois a marca do fabricante é aquela criada para sinalizar o produto de um determinado fabricante. E já que estamos falando de marcas, você já reparou o quanto evoluiu a marca do banco Itaú desde sua fundação? Clique no link, a seguir, e leia uma reportagem sobre essa evolução. http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/07/ita-feito-para-voc.html O PAPEL DAS MARCAS Segundo Kotler e Keller (2006) “na essência de uma marca bem-sucedida existe um excelente produto ou serviço, sustentado por um marketing desenvolvido e executado com criatividade”. Tal afirmativa se justifica pelos argumentos de Andrade (2010) que afirma que “as marcas surgiram como necessidade de identificação, de sinalização de propriedade (...) transformando- se em um diferencial que agrega valor ao produto e ao serviço”. Mas afinal, o que é uma Marca? Segundo a American Marketing Association (AMA), marca é “um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinado a identificar os produtos e os serviços (...) para diferenciá-los de outros concorrentes”. Ou seja, é o papel da marca identificar a empresa e seus 4 produtos, tendo em vista que ela oferece a primeira imagem que o cliente tem contato. Assim, entendemos que “a marca é um símbolo cuja função é revelar as qualidades escondidas no produto, inacessíveis ao contato (visão, toque, audição, odor) e, eventualmente, aquelas acessíveis pela experiência, quando o consumidor não quiser fazer uso desta última, a fim de não correr riscos. (KAPFERER, 2003 apud ALVES; MONFORT; ROLON, 2014, p. 146). Você já ouviu falar no termo “branding”? Ele vem da palavra inglesa brand (marca) e é muito utilizado na área de marketing. Confira, a seguir, a definição de três grandes especialistas em marketing sobre este termo. Segundo Kotler e Keller (2006) branding é “dotar produtos e serviços com o poder de uma marca. Está totalmente relacionado a criar diferenciais”. Pavitt (2003) explica que “branding é principalmente o processo de afixar um nome e uma reputação para algo ou alguém”. Já para Guimarães (2003) “branding é uma filosofia de gestão de marca, ou seja, uma maneira de agir e pensar sobre uma determinada marca”. Você também encontrará o termo brand equity que significa “o valor agregado atribuído a produtos e serviços. Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade da marca”. (KOTLER; KELLER, 2006, p.268). Da mesma forma, Aaker (1998) define brand equity como “o conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que somam ou subtraem o valor proporcionado por um produto ou serviço para uma empresa e/ou para seus consumidores”. Dessa forma, além de identificar os produtos e serviços, a marca é um ativo intangível que representa um grande valor financeiro e psicológico para as empresas, afinal, seus produtos ou serviços são vendidos por meio delas. 5 Como você pôde analisar no quadro, houve uma grande mudança dos valores das empresas de 2010 para 2015. Dentre elas, podemos destacar o Facebook, que em 2010 valia US$ 170 bilhões e em 2015 valia US$ 238 bilhões. Além do mais, é importante destacar que no caso do Facebook, assim como outras empresas do mercado atual, só o valor da marca é maior do que todo o ativo da empresa, ou seja máquinas, equipamentos e outros patrimônios. De acordo com Veronesi (2013), existem dez empresas que controlam (quase) tudo que nós consumimos. Não acredita? Dê uma olhada no gráfico publicado pelo site PolicyMic, chamado “The illusion of Choise” (A Ilusão da Escolha). Fonte: Veronesi (2013) Você percebeu que dez grandes marcas detêm outras grandes marcas, mas essa construção e arquitetura será nosso próximo tema de estudo. Neste momento, o importante é ter a consciência de que as marcas vão além da percepção de identificação do produto, elas são um instrumento valioso pelo qual os consumidores se apaixonam, e por meio delas é que se inicia a conexão entre clientes e organizações. As marcas são os ativos intangíveis das organizações. 6 Leitura Obrigatória: KELLER, Kevin Lane; MACHADO, Marcos. Gestão Estratégica de Marcas. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2006, cap. 1, p.1-33. Saiba Mais Com certeza você conhece a Apple, a empresa que revolucionou produtos eletrônicos como computadores pessoais, tablets e smartphones. Mas, você conhece a história dessa marca? Clique no link, a seguir, e fique por dentro deste assunto! http://www.tecmundo.com.br/apple/2114-a-historia-da-apple-a-marca-da- maca.htm O impacto das marcas é tão forte nos consumidores que até mesmo crianças conseguem identificá-las por meio de seus elementos gráficos. Assista, no vídeo a seguir, um exemplo bem claro disso. https://www.youtube.com/watch?v=G03rIeO0pgI CONSTRUÇÃO E ARQUITETURA DE MARCA Existem vários tipos de marca, e cada uma delas deve ser construída com base no que a empresa pretende comunicar e na ideia de como os clientes estarão conectados a ela. Kotler e Keller (2006), afirmam que existem seis critérios na escolha dos elementos da marca, sendo eles: memorável, significativo, desejável, transferível, adaptável e protegido. Memorável: com que facilidade o elemento da marca é lembrado? Com que facilidade é reconhecido? Isso é válido tanto para a compra como parao consumo. Nesse caso, nomes de marcas curtos podem ajudar, como: Omo, Tam, Gol e Yoki. 7 Significativo: até que ponto o elemento de marca é digno de crédito e sugestivo para a categoria correspondente? Ele sugere algo sobre um ingrediente do produto ou o tipo de pessoa que poderia utilizar a marca? Exemplos: (Desodorizador) BomAr e (absorvente feminino) Sempre Livre. Desejável”: esteticamente, até que ponto os consumidores acham o elemento da marca cativante? Por si só, ele é desejável visualmente, oralmente ou em outros aspectos? Exemplos: Brilhante, Seda e Claro. Transferível: o elemento de marca pode ser usado para apresentar novos produtos na mesma ou em outras categorias? Até que ponto o elemento marca colabora com o brand equity em outros países e segmentos de mercado? Por exemplo: A Volkswagen batizou um utilitário de Tuareg, nome de uma tribo nômade saariana que é conhecida por ter um histórico de posse de escravos. Tal marca criou uma reação negativa nos EUA. Outro caso é o do carro “The Best” da Kia que no Brasil virou “Best”. Adaptável: o elemento de marca é adaptável e atualizável? Por exemplo: a marca 20th Century Fox precisou ser atualizada para 21st Century Fox. Protegido: o elemento de marca pode ser protegido juridicamente? Até que ponto pode ser protegido em termos concorrenciais? Pode ser copiado com facilidade? Principalmente quando a marca se torna o sinônimo do produto. Gillette, Maisena, Xerox, Bombril. Dessa forma, a construção de uma marca deve levar em consideração esses valores, pois quanto maior for o conhecimento a respeito do público-alvo, bem como de cada cliente pela marca, maior será a conexão entre eles. Para entender como os clientes enxergam esses valores, os bancos de dados dos clientes e o database marketing são excelentes ferramentas, pois alinham o comportamento do consumidor a sua personalidade e estilo de vida. Por exemplo, ao pensarmos na marca Ferrari, já sabemos exatamente os valores que ela passa, o tipo de cliente que ela atrai e como se dá essa conexão. Outra questão importante na construção da marca, é identificar os tipos. Vejamos quais são eles: 8 Marca Individual: a marca individual é a do produto, que pode ou não ter o nome do fabricante. Por exemplo, a Coca-Cola fabrica um produto com o seu nome, mas também produz vários outros como a Fanta e o Sprite. Já a P&G fabrica vários produtos, cada um com uma marca individual, como a fraldas Pampers. Marca de Fabricante: a marca de fabricante é aquela criada para sinalizar que um produto pertence a determinado fabricante. Como por exemplo, os produtos da marca P&G. Marcas Próprias: as marcas próprias são aquelas que são criadas por empresas intermediárias. Como no caso dos produtos cujas marcas são dos supermercados que os revendem, como Carrefour e Mercadorama. Marca de Família: as marcas de família são aquelas utilizadas para as linhas de produtos. Como, por exemplo, os diversos produtos de higiene da marca Colgate. Marca de Extensão de Linha: a marca de extensão de linha ocorre quando uma empresa usa a marca de um produto para lançar um novo, podendo ser da mesma categoria ou não. Por exemplo: a marca de carros Ferrari lançou um perfume com o mesmo nome. Marca de Terceiros ou Licenciada: a marca de terceiros ou licenciada ocorre quando alguma marca utiliza o nome de artistas ou personalidades por meio de um contrato de licenciamento. É muito comum no lançamento de perfumes e alguns produtos de higiene. Você sabe como construir uma marca forte? Barreto (2011) elenca 4 passos conquistar esse objetivo? Vamos conhecê-los? Introduzir um produto de qualidade no mercado: pode parecer óbvio, mas é extremamente importante introduzir um produto que tenha uma resposta positiva dos consumidores. Isso pode ser conquistado com testes de qualidade e cuidado com os prazos, que são medidas fundamentais para gerar conforto e confiança ao consumidor. 9 Acompanhar tendências e concorrentes: uma marca forte precisa ter a capacidade de se adaptar às mudanças no mercado. Para que isso aconteça, as empresas devem acompanhar as tendências do seu segmento e estudar o que os concorrentes andam fazendo. Manter a imagem da marca consistente: é importante proporcionar experiências positivas aos consumidores. Fique atento ao suporte e mantenha a comunicação clara e eficiente. Fique atento às respostas dos clientes: para potencializar o poder da sua marca, é necessário que as empresas analisem o feedback dado pelos clientes. Assim, a construção de uma marca deve levar em consideração todos esses aspectos, além de ser de fácil memorização, traduzir as qualidades e atributos do produto, e acima de tudo criar uma conexão com os clientes. Leitura Obrigatória: KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 14 ed. São Paulo: Pearson Pratice Hall, 2012, cap. 9. Saiba Mais Para saber mais sobre o processo de construção de marca, leia um artigo sobre a Harley-Davidson e assista ao vídeo sobre a história desta empresa. Esses materiais estão disponíveis nos links a seguir. AZEVEDO, Bonnie Moraes Manhães; ARAÚJO, Marcella Maria Custódio Nunes de. A Marca Harley-Davidson no Brasil: o “sonho” e os entraves à reprodução de uma estratégia de sucesso. In V Encontro Nacional de Estudos do Consumo (ENEC). Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM RJ). Setembro de 2010. Rio de Janeiro. http://www.estudosdoconsumo.com.br/artigosdoenec/6.2.5- Azevedo_e_Araujo-A_marca_Harley-Davidson_no_Brasil.pdf 10 https://www.youtube.com/watch?v=GuyfDpXtQwo IDENTIDADE E IMAGEM DE MARCA Quando se trata de marca, não podemos esquecer da sua identidade e sua imagem perante o mercado, principalmente no mercado consumidor. Assis, Cardoso e Serralvo (2012) afirmam que “entende-se que o processo de construção de uma marca faz parte de uma estratégia de marketing de longo prazo que acarretará à organização ser detentora de uma marca sólida, valiosa e de sucesso”. Porém, antes de falar de identidade, se faz necessário entendermos um pouco sobre fidelidade à marca. Observe a figura, a seguir. Fonte: Aaker (1998, apud Assis, Cardoso e Serralvo, 2012) Nota-se que, na base da pirâmide aparece o perfil do consumidor indiferente à marca, que decide a compra do produto ou serviço pelo preço 11 (nesse nível, não existe lealdade à marca). À medida que o nível da pirâmide vai subindo, ocorre menor vulnerabilidade às mudanças, pois nesse nível os consumidores temem mudar de marca e não aprová-la. No topo da pirâmide, os consumidores estão mais do que ligados emocionalmente à marca, confiam nela, são seus defensores e recomendam-na com prazer ao seu círculo de convivência. (ASSIS; CARDOSO; SERRALVO, 2012, p. 184) Assim, podemos considerar que o comprador comprometido é aquele que chega ao extremo de identificação com a marca. Mas, o que é a identidade da marca? Segundo Pontes (2009), “A identidade de marca origina-se na empresa. É como a empresa vê a si mesma, sendo responsável por criar a diferenciação de produtos e serviços por meio de aspectos únicos que compõe a oferta da empresa”. Por outro lado, a “imagem da marca é a percepção que o consumidor tem da marca, sendo o resultado das interações entre a marca e seus públicos”. (RUÃO, 2003 apud PONTES, 2009). Dessa forma, entendemos que é preciso transformar a identidade da marca em imagem da marca, ou seja, levar até os consumidores os valores expressos na marca. Com isso, a imaginamos como um ser que possui uma personalidade,em que os valores organizacionais são incorporados e reconhecidos pelos consumidores. O processo de transformação da identidade em imagem de marca possui quatro etapas que seguem um fluxo cíclico: valores expostos (identidade), percepção interna, valores reconhecidos (inter-ação) e percepção do consumidor (imagem). 12 Fonte: Chernatony e Drury (2004, apud Pontes, 2009 Na questão de identidade, temos o discernimento que ela é única, assim como cada pessoa é única, ou seja, “a identidade de marca é a impressão digital única que torna a marca diferenciada” (UPSHAW,1995 apud Pontes, 2009). A identidade é uma forma de tornar tangível os elementos intangíveis da marca, como, por exemplo, o psicológico. Pense em uma marca que você utiliza, e agora reflita sobre os motivos que te levaram a utilizá-la. Você efetivamente se identificou? Sente ou percebe que possui os valores empregados pela marca? Se sim, significa que o sistema de identidade da marca foi eficaz e que a empresa soube identificar bem o mercado de atuação e seus clientes. Clique no link, a seguir, e analise o modelo de planejamento da identidade de uma marca. http://172.16.0.8/dev/designer/michel/ccdd_grad/adm/admMarketing2/a5/ includes/pdf/modelo.pdf Aaker (2007 apud Pontes, 2009) descreve que a identidade de marca é um conjunto exclusivo de associações elaboradas pelo estrategista de marcas com a ambição de criar e manter conexões com o cliente. A seguir, e conheça cada uma dessas associações. A Marca como Produto: representada pelos seus atributos funcionais, qualidade, valor e usos. 13 A Marca como Organização: representada pela cultura, valores e outros atributos organizacionais. A Marca como Pessoa: representada pela personalidade de marca e a relação marca-cliente. A Marca como Símbolo: representado através das imagens projetadas ao consumidor e suas mentalizações ou auto expressões. A identidade é expressa por meio da imagem da marca. Veja, a seguir, como funcionam os seus processos de emissão e recepção. Fonte: Kapferer (2004, apud Pontes, 2009) A concepção de imagem se completa com os fatores determinantes propostos por Biel (1992 apud PONTES, 2009). Veja quais são eles. A imagem do Fabricante: a imagem do fabricante pode ser considerada como a imagem da organização como um todo: sua cultura, valores, relacionamentos e reputação. No varejo, a imagem corporativa representa a imagem geral da organização ou da rede. A imagem do Produto: a imagem do produto é a imagem de cada produto oferecido pela empresa. No varejo ela é substituída pela imagem dos produtos que a loja carrega. Compõem a imagem do produto: qualidade, variabilidade, preço e aspectos de inovação e design. A imagem do Usuário: a imagem do usuário é a imagem do cliente que compra certa marca. As características tangíveis (idade, sexo, ocupação, etc.) e 14 as intangíveis (personalidade, atitude, estilo de vida, etc.) determinam esta imagem. A imagem da Concorrência: assim como a identidade, a imagem da marca é determinada principalmente pelo seu posicionamento e personalidade. A imagem da marca é uma e é influenciada pelas marcas concorrentes, uma vez que o consumidor relaciona e compara os concorrentes para diferenciar e selecionar suas opções de compra. Dessa forma, temos o êxito quando uma empresa consegue extrapolar a sua identidade e encontra eco na percepção do consumidor, de tal maneira que ambos fiquem conectados. E para que isso aconteça, é necessária a atuação da estratégia de posicionamento de marca, nosso próximo tema de estudo. Leitura Obrigatória: KELLER, Kevin Lane; MACHADO, Marcos. Gestão Estratégica de Marcas. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2006, cap. 1, p.35-66. Saiba Mais Vamos ver uma estratégia de identidade e imagem na prática? Leia esse manual da marca e da identidade visual do Senac, disponível no link a seguir! http://www.senac.br/media/3203/manual_final_simplificado_site.pdf Agora, assista ao vídeo de apresentação da nova marca desta mesma empresa. Será que eles obtiveram êxito na elaboração da identidade e margem desta marca? Confira isso clicando no link a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=nVDTXQ3HPBc 15 POSICIONAMENTO/ ESTRATÉGIAS DA MARCA Segundo Pontes (2009) para se criar um posicionamento consistente e relevante, é preciso considerar alguns elementos fundamentais: público-alvo, quadro de referência e ponto de diferença. Conheça melhor cada um deles: Público-Alvo: deve-se ter uma boa descrição de quem é o consumidor alvo e quais as suas características principais, como fatores demográficos ou etnográficos. Quadro de Referência: as referências da marca podem ser abstratas ou funcionais. Referências funcionais são metas claras de uso geralmente descritas pela utilidade de um produto ou serviço. Referências abstratas podem ser criadas quando o consumidor cria simbologias ao classificar a utilidade ou meta da marca. A referência, neste caso, torna-se simbólica e não funcional. Ponto de Diferença: é como a marca se destaca da concorrência através de benefícios funcionais ou emocionais. O ponto de diferença é melhor representado e comunicado através de oposições binárias. Também devemos levar em conta o fator segmentação, em que para se atingir o público-alvo, cada anúncio deve se posicionar de uma determinada maneira. Por exemplo: quando o cliente a ser atingido pertente à população em geral, o posicionamento do anúncio é mais voltado à variedade e comodidade, já quando o público-alvo pertence a um nicho específico, o anúncio precisa ser mais personalizado. Como você pôde observar nas peças promocionais, a diferença de posicionamento é bem perceptível, inclusive no slogan em que no “Itaú varejo” é “Feito para você” enquanto no “Itaú Personnalité” é “Perfeito para você”. Ou seja, há um jogo com o prefixo “per”. Isso faz muito sentido na escolha dos métodos de comunicação utilizados em propagandas. Perceba que até pouco tempo atrás, ‘carne não possuía marca’, agora sinônimo de carne é Friboi. E essa relação foi transmitida não só 16 apenas por meio da televisão, mas também pelo uso de memes em redes sociais, que adequam a linguagem a esse tipo de canal (mais leve e divertida). Fonte: http://www.fapcom.edu.br/wp-content/uploads/2014/10/image.png Aliás, você sabe o que é um meme? Se você tem dúvidas a respeito deste conceito, clique no link a seguir e conheça a sua definição. http://www.infoescola.com/comunicacao/memes/ Kotler e Keller (2006) afirmam que existem algumas possibilidades de diferenciação. Veja quais são elas! Baseada no Produto: as principais diferenciações de produto são as características, desempenho, conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de conserto, estilo e design. Exemplo: Apple. Baseada no Serviço: a diferenciação de serviço é definida como um ato ou desempenho intangível, que uma parte pode oferecer a outra, podendo ou não estar ligado a um produto concreto. Ou seja, para se diferenciar, fabricantes, distribuidores e varejistas podem oferecer serviços de valor agregado ou simplesmente um excelente atendimento ao cliente. Exemplo: Vivo (telefonia). Baseada no Canal: esta diferenciação se dá em desenvolver canais eficientes, onde os produtos estão mais expostos do que de seus concorrentes, inclusive em maiores pontos. Exemplo: Coca-cola. Baseada em Funcionários: esta diferenciação ocorre quando a organização conta com uma equipe de profissionais bem treinados, tornando isso uma vantagemcompetitiva. Seis características se destacam nesses 17 profissionais: competência, cortesia, credibilidade, confiabilidade, capacidade de resposta e comunicação. Exemplo: Disney. Baseada em Imagem: nesta diferenciação, a imagem da empresa é excessivamente trabalhada para cativar os consumidores. Uma imagem efetiva neste aspecto precisa, em primeiro lugar, estabelecer a personalidade do produto e a proposta de valor, em segundo, ela deve transmitir essa personalidade de maneira que não seja confundida com concorrentes e em terceiro lugar, deve comunicar um poder emocional que vai além de uma imagem mental. Exemplo: Google. Desse modo, uma marca ganha o consumidor se posicionando de forma peculiar entre as suas concorrentes. Leitura Obrigatória: ALVES, Elizeu Barroso; MONFORT, Mariana Barboza; ROLON, Vanessa Estela Kotovicz. Marketing de Relacionamento: como construir e manter relacionamentos lucrativos. Curitiba: InterSaberes, 2014, cap. 4, p.141-178. Saiba Mais Você já assistiu algum episódio da série Mad Men? Aclamada pela crítica, esta série mostra o ambiente das agências de publicidade da Avenida Madison em Nova York nos anos 60. Já em seu primeiro episódio, é mostrado como a criatividade e a audácia dos publicitários é utilizada para promover a marca de cigarros Lucky Strike. Imperdível! MAD Men. Episódio 1: Smoke Gets in Your Eyes. Direção: Alan Taylor. Produção: Matthew Weiner. Intérpretes: Jon Hamm; Elisabeth Moss; Vincent Kartheiser; January Jonese, entre outros. Roteiro: Matthew Weiner. Los Angeles: AMC, 2007. 1 DVD (48MIN), Color. Distribuído por Universal Pictures. Caso ainda não conheça a série, confira o seu trailer, no link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=ztk2HUDRtWw 18 ESTRATÉGIAS DE REPOSICIONAMENTO Kotler e Keller (2006) são enfáticos ao explanar que “os gerentes de marketing devem pressupor que, em algum momento, a marca enfrentará algum tipo de crise”. Ou seja, em muitos momentos a marca perde sua identidade com os consumidores ou então torna-se defasada. Por isso, o melhor caminho é reposicionar a marca novamente no mercado e principalmente na mente do consumidor. Até as maiores marcas passam por mudanças. Segundo Araújo (2010) “o reposicionamento de uma marca, na maioria das vezes, deve acontecer quando o consumidor muda. É a percepção do cliente em relação aos produtos, serviços e marcas que deve estar de acordo com as ações da empresa para a sua consolidação”. Dessa forma, Schmidt (2001), a “equação é marca = identidade, ou seja, as marcas são identificadoras que mostram a propriedade e garantem a qualidade”. Para Kotler; Keller (2006) para recuperar o sucesso a marca precisa “retomar as suas raízes” e restaurar as fontes de brand equity perdidas, ou ainda estabelecer novas fontes de brand equity. Independentemente da abordagem adotada, as marcas na trilha da recuperação devem incluir mais mudanças revolucionárias. Kotler e Keller (2006), afirmam que se deve maximizar o valor da marca através de um gerenciamento estratégico desta, o qual consiste em quatro etapas principais: identificação e posicionamento da marca, planejamento e implementação do marketing da marca, avaliação do desempenho da marca e finalização na sustentação do valor da marca. Troise (2013), sugere quatro etapas para reposicionar a marca. Clique nos botões, a seguir, e confira quais são eles. Entenda como a marca está posicionada: antes de mudar o nome, logo, cores ou outros elementos, entenda como a marca está posicionada. Esse é o momento de encarar os fatos e aceitar críticas. Estude a história da empresa e faça uma boa análise do que deu certo e errado nos últimos anos. Dê uma boa 19 olhada no mercado e nos competidores. Essa etapa é fundamental para a criação da nova estratégia. Decida qual caminho a marca vai seguir: crie cenários para cada caminho que você pode explorar. Essa decisão parece ser simples, mas afetará toda a empresa. Pois, não adianta dizer que sua marca é moderna se a empresa é velha e burocrática, não é mesmo? Mudar a identidade significa assumir essa nova personalidade e cumprir as promessas. É um erro achar que a identidade da marca está separada da ideologia da empresa. Decida qual caminho a marca vai seguir e monte um plano de ação para executar as mudanças. Se comprometa com as mudanças e transmita a nova identidade: para concluir o processo você precisa se comprometer com a nova identidade da marca. Comece internamente: mude tudo que for necessário na estrutura da empresa, na forma como as pessoas trabalham, no atendimento e nos valores. Depois, execute campanhas de marketing para transmitir essa nova identidade para o mercado (clientes, fornecedores, seguidores da marca, etc). Nessa etapa a comunicação e o comprometimento são simplesmente essenciais: transmita as mudanças e cumpra com o que foi dito. Mostre ao mercado que a marca evoluiu e entrou em uma nova fase. Escute o mercado e adapte-se: críticas sempre existirão e depois de lançar a nova identidade é bom ficar de olho na reação do mercado. Nem sempre uma nova identidade é bem vista e às vezes é necessário tomar uma decisão rápida para evitar associações negativas com a marca. Atualizar uma marca é mais complicado do que lançar uma marca nova porque as pessoas já têm uma referência do que ela representa. Ao lançar uma nova identidade acompanhe a reação do mercado e controle suas estratégias. Foi isso o que a Apple fez em 1998, segundo Schmitt (2001), confira como se deu esse processo. Em 1998 a Apple estava em processo de transformação. Substituiu o logotipo com as cores do arco-íris, que aparentemente eram uma lembrança forte demais dos anos setenta, por um de uma única cor. Lançou o iMac em seis “sabores” (não cores!), tratava-se de um novo computador, com um processador incrivelmente rápido, que vendeu 278 mil unidades em seis semanas, 20 transformando-se em um dos lançamentos mais bem-sucedidos na área em todos os tempos. Segundo Steve Jobs, CEO da Apple: “A Apple voltou às suas origens, começando a inovar novamente”. E o designer do iMac, Jonathan Ive, disse: “Ser diferente está nos genes da empresa”. Dessa forma, a Apple conseguiu se tornar a marca mais valiosa do mundo, dando uma reviravolta no mercado ao ponto de transformar clientes em fãs! Leitura Obrigatória: KOTLER, Philip. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. 2 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005, cap. 11, p.229-246. Saiba Mais: Leia uma entrevista com Mario Persona sobre um dos casos de reposicionamento de maior sucesso no Brasil: o caso Havaianas. Depois, aprofunde o seu conhecimento com uma matéria sobre as Havaianas e a Colcci. Basta clicar nos botões, a seguir! http://entrevistado.blogspot.com.br/2010/02/reposicionamento-de- marca.html http://www.thinkmarketing.com.br/artigos/016_ANDRE_DANGELO.pdf TROCANDO IDEIAS Imagine que a empresa Sadia pretende reposicionar sua marca para o segmento de clientes que moram sozinhos, e você fosse o profissional de marketing responsável pelo reposicionamento de sua imagem. O que você faria? Reflita sobre este desafio e troque uma ideia com seus colegas no fórum disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). 21 NA PRÁTICA Quer saber como todo esse conteúdo teórico se converte na prática? No seu material digital o professor Ricardo Pimentel aborda um exemplo bem próximo do seu dia a dia. Confira! Você conhece a marca Alphabet, a nova empresa do Google? Saiba mais sobre ela lendo as duas reportagens a seguir. http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/o-que-significa-a-marca-alphabet-nova-empresa-do-google http://www.amanha.com.br/posts/view/1191/lies-que-sua-empresa-pode- aprender-com-a-reformulao-da-marca-do-google Com base nos dados apresentados nesses dois textos, responda as seguintes questões: a. Identifique e descreva qual o tipo de marca é a Alphabet e a diferencie do tipo da marca Google. Busque elementos do texto para justificar sua resposta. b. Imagine que a Alphabet queira fazer uma extensão de linha com a marca Google, como por exemplo, nomeá-la para o carro a ser lançado em 2016. Qual estratégia seria utilizada nesse caso e como ela se configuraria? c. Identifique e descreva como a explicação dada por Larry Page explicita como a marca Alphabet se posiciona. d. Quando se constrói uma marca, vários elementos devem ser levados em consideração, dentre eles, a preocupação em tornar a marca memorável e atual. Identifique e descreva o porquê o Google possui tais elementos, e porque a empresa deve monitorar a reação do mercado por conta da criação da nova marca. SÍNTESE Nesta aula você aprendeu a aplicar os conceitos de branding, ou seja, é capaz de ver a marca como um ativo empresarial valioso e saber quais são os passos necessários para construí-la fortemente. Sim, construir, pois as marcas 22 devem ser um investimento a longo prazo, onde seu maior feito é criar uma conexão entre a empresa e os clientes. As marcas são o ápice da organização, já que o seu valor precisa ser percebido pelos consumidores. Nela está a identidade organizacional que por meio de estratégias tornam-se imagens. Apesar da construção de uma marca parecer fácil, a empresa tem que ter a consciência de que deve empenhar inúmeros esforços para concebê-la de modo que ela fique na cabeça dos consumidores por muito tempo. Além disso, também é preciso saber o momento certo de revigorá-la pois, assim como os mercados, as marcas são dinâmicas. REFERÊNCIAS AAKER, David A. Marcas-Brand Equity: gerenciando o valor da marca. 2 ed. São Paulo: Negócio, 1998. ANDRADE, Carlos Frederico. Marketing: O que é? Quem faz? Quais as tendências? Curitiba: InterSaberes, 2010. ALVES, Elizeu Barroso; MONFORT, Mariana Barboza; ROLON, Vanessa Estela Kotovicz. Marketing de Relacionamento: como construir e manter relacionamentos lucrativos. Curitiba: InterSaberes, 2014. ASSIS, Evange Elias; CARDOSO, Onésimo Oliveira; SERRALVO, Francisco Antônio. O Processo de Construção de uma Marca Forte que se Popularizou: o caso Consul. Organizações em contexto, São Bernardo do Campo, v. 8, n. 15, jan./jun. 2012. BARRETO, Diogo. 4 passos para construção de uma marca forte. Disponível em <http://blogdemarketingdigital.com.br/4-passos-para-construcao- de-uma-marca-forte/>. 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