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Livro Eletrônico
AULA 10 - Resumo
Direitos Humanos e Cidadania p/ PRF - Policial - 2017/2018
Professor: Ricardo Torques
 
 
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Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 
Teor ia e questões 
Aula 10 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Aula 10 
Compilado de 
Resumos 
Sum ário 
Considerações I niciais .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 
I nt rodução ao Estudo dos Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 
Teoria Geral dos Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 
Direitos Humanos na Const ituição Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 
Polít ica e Programa Nacional de Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 
DUDH e Pactos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 
Sistema Global de Direitos Humanos (parte 01) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 
Convenção I nternacional sobre a Elim inação de todas as Formas de Discrim inação Racial . . . 69 
Convenção sobre a Elim inação de todas as Formas de Discrim inação cont ra Mulher .. . . . . . . . . . . 71 
Convenção cont ra a Tortura e out ros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
 ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 
Sistema Global de Direitos Humanos (parte 02) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 
Convenções sobre o Direito das Crianças ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 
Convenção I nternacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e 
dos Membros das suas Famílias .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 
Proteção às Pessoas Deficientes ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 
Sistema Regional de Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) .. . . . . . . . . . . . 87 
Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador)
 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 
Direitos Humanos sob a Perspect iva Sociológica e Conflitos no Espaço Público .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 
Considerações Finais .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 
 
 
 
 
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COMPI LADO DE RESUMOS 
Considerações I n icia is 
Olá Pessoal. Hoje t razem os um com pilado com os resum os de aula. 
Trata-se de um m aterial para você usar e abusar na revisão! 
Bons estudos. 
I nt rodução ao Estudo dos Dire itos Hum anos 
 CONCEITO: conjunto de faculdades e inst ituições que, em cada m om ento 
histór ico, concret izam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade 
hum anas, as quais devem ser reconhecidas posit ivam ente pelos ordenam entos 
jurídicos em nível nacional e internacional. 
 dignidade: base dos Direitos Hum anos é a dignidade da pessoa . 
 Dire itos Hum anos versus Dire itos Fundam enta is . 
 
 ESTRUTURA NORMATIVA 
 
 Princípios fundam entais da est rutura norm at iva: 
• Dignidade da pessoa hum ana; 
• Dem ocracia; e 
• Razoabilidade-proporcionalidade. 
 NORMAS: 
 no âm bito internacional: 
a) aos t ra tados internaciona is ; 
b) aos costum es ; e 
c) aos pr incípios gera is do Dire ito I nternaciona l . 
 no âm bito interno destaca-se: 
a) Const itu ição Federa l ; 
DI REI TOS HUMANOS
conjunto de valores e direitos na ordem 
internacional para a proteção da 
dignidade da pessoa
DI REI TOS FUNDAMENTAI S
conjunto de valores e direitos 
posit ivados na ordem interna de 
determ inado país para a proteção da 
dignidade da pessoa.
ESTRUTURA NORMATI VA DOS 
DI REI TOS HUMANOS
possuem normat ividade aberta, 
com maior incidência de pr incípios 
que de regras
 
 
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b) Leis específicas; e 
c) Atos norm at ivos secundár ios ( com o decretos execut ivos) . 
 CLASSI FI CAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS 
{ TEORIA DOS STATUS DE JELLINEK 
 4 status, a part ir da relação ent re o hom em e o Estado: 
 
 classificação dos Direitos Hum anos com base nos status acim a: 
 
{ CLASSIFICAÇÃO DO CASO LÜTH 
{ CONCEITO: todos os direitos possuem um viés negativo e positivo ao mesmo 
tem po. O que varia é a carga ent re um a e out ra, de m odo que os direitos ditos 
prestacionais possuem tão som ente um a carga prestacional m ais significat iva, ao 
passo que os direitos negat ivos, possuem um a carga abstencionista m ais intensa. 
 
status subject ionis
relação na qual a pessoa encont ra-se 
em estado de sujeição em relação ao 
Estado.
status negat ivus
relação na qual a pessoa detém tão 
somente a prerrogat iva de exigir uma 
abstenção do Estado
status posit ivus
relação na qual a pessoa tem a 
possibilidade de exigir prestações do 
Estado
status act ivus
relação na qual a pessoa poderá 
part icipar na formação da vontade do 
Estado
DI REI TOS DE 
DEFESA
defesa dos 
direitos 
liberdade
exigem uma 
abstenção 
estal
negat ivos
DI REI TOS 
PRESTACI ONAI S
promoção dos 
direitos de 
igualdade
exigem uma 
atuação 
estatual
posit ivos
DI REI TOS DE 
PARTI CI PAÇÃO
viabilizam a 
part icipação do 
indivíduo na 
sociedade
exigem, ao 
mesmo tempo, 
abstenção e 
prestação
m isto
 
 
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 FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS 
I mpossibilidade de 
delim itação dos Fundamentos 
Nega a poss ibilidade de fundam entação dosdire itos 
hum anos, por vár ios m ot ivos: 
 h á divergências quanto à abrangência ; 
 estão em constante evolução; 
 const ituem categor ia heterogênea; 
 são consagrados a par t ir de juízos de va lor , que 
não podem ser just if icados e com provados. 
 const itu i disciplina universalm ente aceita e 
fundada na m ora l . 
 
Em sum a: 
 
Teor ia Gera l dos Dire itos Hum anos 
Afirm ação histór ica dos Dire itos Hum anos 
 O estudo da afirm ação histór ica dos Direito Hum anos rem ete à análise dos 
fatos histór icos que levaram ao surgim ento de direitos e garant ias protet ivos da 
dignidade das pessoas. 
 O estudo é dividido em 2 partes: 
1º . afirm ação do conceito de pessoa na histór ia ; 
• Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um
conjunto de ideias, fruto da razão humana.
• CRÍ TI CA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e
superiores a quaisquer espécie normat iva, mas decorrente da evolução
histórica da sociedade
FUNDAMENTO JUSNATURALI STA
• São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade
posit ivados no ordenamento.
• CRÍ TI CA: considerá- lo como único fundamento enfraquece a proteção, porque
diante da om issão legislat iva ou cont rária à dignidade, perm ite-se a
precarização de tais direitos
FUNDAMENTO POSI TI VI STA
• Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas posit ivadas, mas diretamente de valores m orais da
colet ividade humana.
FUNDAMENTO MORAL
É possível delim itar os fundamentos dos 
Direitos Humanos que se consagraram ao 
longo do tempo segundo diversas corrente 
filosóficas.
Juntos, os fundamentos j usnaturalista, 
posit iv ista e moral just ificam a importância 
dos Direitos Humanos para a sociedade 
contemporânea.
==114a0==
 
 
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2º . g randes etapas histór icas na a firm ação dos dire itos hum anos . 
 AFIRMAÇÃO DO CONCEITO DE PESSOA NA HISTÓRIA 
GRÉCI A E 
ATENAS 
A lei escrita e os costumes são considerados o fundamento de toda a 
sociedade, repercut indo no regramento dos assuntos, de modo que a pessoa 
passou a ser objeto de reflexão. 
FI LOSOFI A 
ESTOI CA 
Cent rou a discussão em torno da unidade moral do ser humano e da dignidade 
do homem, pelo qual devemos compreender todos como iguais embora 
existam muitas diferenças individuais. 
CRI STI ANI SMO 
O cr ist ianismo prega que Jesus é modelo ét ico de pessoa, uma representação 
fact ível de Deus e de suas dout r inas na terra, que defende a igualdade ent re 
as pessoas. 
FI LOSOFI A 
KANTI ANA 
Segundo a filosofia de Emmanuel Kant , a igualdade é a essência da pessoa, 
responsável pelo núcleo do conceito de direitos humanos. Por conta disso, a 
dignidade da pessoa deve ser considerada um fim em si mesmo, não 
inst rumento para se chegar a determ inado objet ivo. 
PENSAMENTO 
MARXI STA 
Compreende que houve uma inversão de valores com o desenvolvim ento do 
modelo capitalista, na medida em que o operário passou a ser considerado 
coisa, deixando de ser sujeito de direito. 
 A com preensão em torno da pessoa foi valor izada. Juntam ente, alguns 
conceitos at relados à ét ica e aos com portam entos m orais prevaleceram , 
indicando a necessidade de serem protegidos a lguns dire itos essencia is 
ao hom em , em razão de sua natureza . 
 GRANDES ETAPAS HISTÓRICAS NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
AFI RMAÇÃO HSTÓRI CA DOS DI REI TOS HUMANOS 
Const itui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, cont r ibuíram para o 
desenvolvimento e para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra, estão 
relacionados a: 
 At rocidades, guerras e surtos de violência; ou 
 Descobertas cient íficas ou invenções técnicas. 
PERÍ ODO OBSERVAÇÕES 
PERÍ ODO AXI AL 
Marca a passagem do pensamento filosófico, que passa a 
ser cent rado no ser humano, reconhecendo que o homem é 
o cent ro das atenções. 
REI NO DAVÍ DI CO , DEMOCRACI A 
ATENI ENSE E REPÚBLI CA ROMANA 
Const ituem formas polít icas nas quais o poder polít ico 
encont ra-se subordinado à lei, seja por interesse divino 
(Reino de Davi) , por interesse dem ocrát ico (Atenas) ou pela 
est rutura segmentada e organizada da sociedade (Roma) . 
BAI XA I DADE MÉDI A 
Marca a reação de setores da sociedade cont ra a retomada 
do poder, exigindo o respeito a direitos de liberdade. 
 
 
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- Declaração das Cortes de Lesão de 1188; e 
 - Magna Carta de 1215. 
SÉCULO XVI I 
Marca o renascimento de ideais republicanos e 
democrát icos, com destaque para o sent imento de liberdade 
e de resistência a governos absolut istas: 
- cr iação do habeas corpus 
- Bill Of Rights 
I NDEPENDÊNCI A AMERI CANA E 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com 
despontamento da legit im idade democrát ica, resguardo aos 
direitos de cidadania e valorização da dignidade. 
- Declaração de I ndependência dos EUA; e 
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
RECONHECI MENTO DOS D I REI TOS 
HUMANOS SOCI AI S D E 
ECONÔMI COS E SOCI AI S 
Marca a reação da classe operár ia e difusão do pensamento 
socialista, que viabilizou o reconhecimento dos direitos 
econôm icos e sociais como Direitos Humanos. 
PRI MEI RA FASE DE 
I NTERNACI ONALI ZAÇÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
Marca o surgimento do Direito Humanitár io (Cruz Vermelha) 
– vertente dos Direitos Humanos – a luta cont ra a 
escravidão (Ato Geral da Conferência de Bruxelas) , bem 
como a regulação dos direitos t rabalhistas (cr iação da OI T) 
EVOLUÇÃO DOS D I REI TOS 
HUMANOS A PARTI R DE 1 9 4 5 
Marca a efet iva internacionalização dos Direitos Humanos, 
com o reconhecimento da dignidade da pessoa como valor 
supremo. 
Proteção I nternacional dos Dire itos Hum anos 
 A parte do Direito I nternacional Público, que se responsabiliza pela tem át ica 
dos direitos hum anos, por m eio de um conjunto de norm as e de m edidas 
internacionais voltadas à proteção da dignidade da pessoa em sent ido am plo. 
 PRECEDENTES HI STÓRI COS 
 
 
PRECEDENTES HISTÓRICOS
Direito Humanitário Liga das Nações OIT
 
 
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 I NTERNACI ONALI ZAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS 
 A expansão, para além das fronteiras nacionais, dos direitos fundam entais da 
pessoa hum ana, bem com o a consagração das norm as “ jus cogens” . 
 Quest iona - se o m ot ivo pelo qua l os Estado aceitam se condicionar aos 
t r a tados internaciona is de dire itos hum anos , um a vez que esses t ratados 
t razem apenas deveres aos países acordantes, ao cont rár io, por exem plo, de 
t ratados e acordos econôm icos que t razem ônus e benefícios para os signatár ios. 
 Mot ivos que levaram à intern aciona lização dos Dire itos Hum anos : 
1. repúdio às barbáries da 2ª Guerra Mundial; 
2. vontade dos Estados de adquir ir legit im idade na arena internacional; 
3. form a de estabelecer o diálogo ét ico ent re os povos; 
4. finalidade de garant ir um patam ar m ínim o de direitos dignos; 
5. intensa atuação da sociedade civil organizada; e 
6. indignação da com unidade com o um todo cont ra desrespeito a direitos. 
 Em síntese: 
 
 SI STEMAS DE PROTEÇÃO I NTERNACI ONAL DOS DI REI TOS HUMANOS 
A expansão dos Direitos Hum anos ocorreuno planeta todo em planos 
diferentes . 
D I REI TO HUMANI TÁRI O
conjunto de norm as e 
de m edidas que 
objet ivam proteger 
direitos hum anos dos 
envolvidos em 
períodos de guerra.
Movimento da Cruz 
Vermelha
L I GA DAS NAÇÕES
organism o 
internacional cr iado 
com o intuito de 
prom over a 
cooperação, a paz e a 
segurança 
internacional.
"embrião da ONU"
OI T
organism o 
internacional que 
teve por objet ivo 
inst ituir e prom over 
norm as internacionais 
de condições m ínim as 
e digna de t rabalho.
I NTERNACI ONALI ZAÇÃO 
DOS DI REI TOS HUMANOS
Const itui a expansão, para além das 
fronteiras nacionais, dos direitos 
fundam entais da pessoa hum ana, bem 
com o a consagração das norm as “ jus 
cogens”
 
 
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 Para além dos sistem as internacionais de Direitos Hum anos, cada país possui 
um a organização específica em relação ao tem a, denom inados sistem as nacionais 
de proteção aos Direitos Hum anos. 
 
 RELAÇÃO ENTRE SISTEMAS 
SISTEMAS INTERNACIONAIS
DE DIREITOS HUMANOS
Sistema Global (ONU) Sistemas Regionais
Sistema Europeu de Direitos 
Humanos
Organização dos Estados 
Americanos (OEA)
Organização da Unidade 
Africana
PROTEÇÃO 
DOS 
DI REI TOS 
HUMANOS 
NO BRASI L
Sistema I nterno 
de Proteção aos 
Direitos 
Humanos
Sistema Global 
de Proteção aos 
Direitos 
Humanos
Sistema 
Americano de 
Proteção aos 
Direitos 
Humanos
 
 
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 O sistem a internaciona l é subsidiár io , atuando apenas na om issão das 
norm as de direito interno. 
 
 A proteção por vár ios planos é posit iva para a m áxim a efet iv idade da 
proteção . Há ent re os sistem as um a re lação de com plem entar idade , em 
função de que um sistem a com plem enta out ro que eventualm ente não preveja 
determ inada regra de proteção específica. 
 Em caso de conflito, será defin ido de acordo com a norm a m ais benéfica 
à pessoa hum ana (assem elha-se ao in dubio pro operar io, do Direito do 
Trabalho) 1. 
 Em síntese: 
 
 TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO I NTERNACI ONAL 
 
1 Envolvendo a temát ica de aplicação da norma mais favorável à dignidade da pessoa, sugere-se 
a leitura do nosso art igo I nterpretação “pro hom ine” dos Dire itos Hum a nos , disponível em 
ht tps: / / www.est rategiaconcursos.com.br/ blog/ interpretacao-pro-homine-dos-direitos-
humanos/ , acesso em 22.10.2014. 
SI STEMAS
I NTERNOS DE
CADA PAÍ S
SI STEMA
GLOBAL
SI STEMAS
REGI ONAI S
Os sistemas internacionais de proteção aos Direitos 
Humanos (globais ou regionais) são subsidiár ios ao dever 
interno de atuação.
• A máxima efet ividade dos sistemas de proteção.
• A relação de complementaridade ent re sistemas
para a integral proteção aos direitos humanos.
• A aplicação da norma mais favorável à vít ima de
violação a direito humano, quando tutelado por
dois ou mais sistemas.
I NTER- RELACI ONAMENTO 
ENTRE SI STEMAS
 
 
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 Separação em ram os de proteção internaciona l ( conceito atualm ente 
cr it icado) 
 
 
Dire itos Hum anos e Responsabilização Estata l 
 CONCEI TO E ELEMENTOS 
 A responsabilidade internacional do Estado é o inst ituto jurídico que visa 
responsabilizar um a potência soberana pela prát ica de um ato atentatório ( ilícito) 
ao direito internacional perpet rado cont ra os direitos ou a dignidade de out ro 
Estado, prevendo certa reparação a este últ im o pelos prejuízos e gravam es que 
injustam ente sofreu. 
 elem entos : 
V
E
R
T
E
N
T
E
S
D
E
P
R
O
T
E
Ç
Ã
O
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T
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A
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IO
N
A
L
D
O
S
D
IR
E
IT
O
S
H
U
M
A
N
O
S Direitos Humanos
Direito Humanitár io
Direito dos Refugiados
1 ª VERTENTE: 
D I REI TOS HUMANOS
• Proteção
internaciona l à
dignidade da pessoa
hum ana (conceito) .
• Característ icas: a)
legit im idade at iva do
signatário do t ratado
para denunciar lesões a
direito humanos; e b)
possibilidade de
pet icionamento pelo
indivíduo que teve seu
direito violado junto aos
orgãos internacionais.
• Organismos
I nternacionais: a) ONU;
e b) OEA.
• Documentos: a) Carta
das Nações Unidas; e b)
Convenção Americana
de Direitos Humanos.
2 ª VERTENTE: D I REI TO
HUMANI TÁRI O
• Garant ia de paz e
segurança dos grupos
vulneráveis em razão
de conflitos m ilita res
e bélicos (conceito) .
• Característ icas: a)
consolida a posição do
indivíduo como sujeito
passivo de direito
internacional; e b)
impossibilidade de
pet icionamento pelo
indivíduo que teve seu
direito humano violado.
• Organismos
I nternacionais: a)
Movimento I nternacional
da Cruz Vermelha; e b)
Tribunal Penal
I nternacional.
• Documento: Direito de
Genebra.
3 ª VERTENTE: D I REI TO
DOS REFUGI ADOS
• Proteção cont ra
violações a dire itos
civis, em decorrência
de discr im inações, de
lim itações às
liberdades de
expressão e à opinião
polít ica (conceito) .
• Marco Histórico: pós 2ª
Guerra Mundial, quando
houve a necessidade de
repat r iamento das
vít imas dos conflitos
bélicos.
• Documento: Estatuto
dos Refugiados, de
1951.
• Princípios: a) princípio
do in dubio pro
refugiado; e b) princípio
da não-devolução.
 
 
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Teor ia e questões 
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 A responsabilização em regra é reparatór ia, ou seja, busca retornar ao status 
anterior à violação. Se isso não for possível, é com um a com unidade recorrer à 
indenização financeira com o form a com pensatória. 
 A responsabilização penal em nosso estudo é excepcional (genocídio, cr im es 
de guerra e cr im es cont ra a hum anidade) 
 A responsabilização por atos ilícitos de direitos hum anos é objet iva . Vale dizer, 
o Estado será responsabilizado pela sim ples violação da norm a internacional, 
independentem ente da dem onst ração de intenção ou culpa. 
 FI NALI DADE DA RESPONSABI LI DADE I NTERNACI ONAL 
 
 SUJEI TOS PASSI VO E ATI VO 
 São suje itos a t ivos os t itu lares de dire itos e obr igações no plano 
internaciona l . 
ELEMENTOS PARA A 
RESPONSABI LI ZAÇÃO
ato ilícito
ação ou om issão 
cont rária à norma 
internacional de direitos 
humanos
imputabilidade
nexo ent re o ato ilícito e 
o agente causador 
responsável
prejuízo
dano ao direito humanos 
da vít ima
FI NALI DADES DA 
RESPONSABI LI ZAÇÃO
prevent iva
busca coagir os Estados a 
observarem as obrigações 
assum idas
repressiva busca reparar atos ilícitos prat icados pelos Estados
lim itat iva
busca impor lim ites à atuação 
leviana e arbit rár ia dos 
Estados, capaz de abalar as 
relações pacíficas.
 
 
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 Os suje itos passivos são as pessoas, com unidades ou grupos que 
sofram a violação de dire itos hum anos . 
 PRÉ-REQUISITOS PARA A RESPONSABILI ZAÇÃO 
 
 CONSEQUÊNCI AS 
OBRI GAÇÕES DOS ESTADOS DECORRENTES DE VI OLAÇÃO A DI REI TOS HUMANOS 
Consequência Observações: 
Cessação da 
violação de direito 
 Os Estados são obrigados a agir, incondicionalmente, para a cessação 
de violaçõesde Direitos Humanos. Consiste no dever de garant ir a 
dignidade das pessoas. 
Omissão de futuras 
violações 
 O Estado deve abster-se de prat icar futuras condutas violadoras de 
direitos humanos 
Rest ituição natural 
 Uma vez violado o direito humano, compete ao Estado repará- lo, 
retornando ao status quo ante. 
SUJEI TOS PASSÍ VEI S DE
RESPONSABI LI ZAÇÃO
ESTADO
direta, decorrente 
de ação ou de 
om issão
pelas violações que 
causar a seus nacionais 
ou cont ra out ro Estado, 
indivíduos ou grupo de 
indivíduos
indireta, 
decorrente de 
om issão estatal
pelas violações 
perpet radas por 
residentes cont ra 
indivíduo ou grupo de 
indivíduos, quando o 
Estado NÃO tomar 
providências.
PRÉ- REQUI SI TOS PARA A 
RESPONSABI LI ZAÇÃO
aplicação das norm as de Direitos 
Hum anos às pessoas não signatárias 
dos t ratados internacionais
esgotam ento dos m ecanism os internos 
antes da aplicação das norm as de 
Direito I nternacional
 
 
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Sat isfação 
 Corresponde a todas as formas imateriais de sat isfação de violações 
a Direitos Humanos como desculpas oficiais, programas de formação e 
capacitação dos responsáveis pela violação a Direitos Humanos. 
I ndenização 
 Se a rest ituição natural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a 
indenização, que pode const ituir em compensação pecuniária. 
 RESPONSABI LI DADE E NORMAS DE JUS COGENS 
 
Dire itos Hum anos e Globalização 
 CONSEQUÊNCIAS NEGATI VAS 
• agravam ento de tendências dest rut ivas da vida social e da vida natural; 
• const ituição de grandes ent idades privadas t ransnacionais que 
funcionam com o espécies de “estados privados m undiais” , dispostas a 
se subm eter aos estados nacionais; 
• adequação de um a única potência hegem ônica m undial que possui a 
prerrogat iva de im por sua própria com preensão prát ica, polít ica, 
econôm ica, social e cultural a todo o m undo; 
• surgim ento de fenôm eno cultural legit im ador da lógica do sistem a, na 
perspect iva da afirm ação do pensam ento único. 
 cr ise dos dire itos hum anos , em decorrência da globalização: 
a) pela ausência de direitos para a população m undial; 
b) pela atuação cont raditór ia de Estados que, m esm o signatários de t ratados 
internacionais, violam direitos hum anos; 
c) pelo esvaziam ento do conteúdo das ações em ancipatórias, na m edida em 
que os direitos humanos tornaram -se discurso oficial e inst itucional; e 
d) crise quanto a acepção dos diretos hum anos ante da dita hegem onia de 
pensam ento único. 
 CONSEQUÊNCIAS POSITI VAS DOS DIREITOS HUMANOS 
 a globa lização com o um projeto civiliza tór io com im plicações profícuas 
em nosso objeto de estudo. 
• esca lada m undia l que se concret iza no plano loca l ( nas m ais 
diversas sociedades) cer tos padrões de just iça e de solidar iedade, 
• Dever de cooperação mútuo da sociedade para por fim ao estado de
violação.
• Não se aceita violação, por nenhum Estado, das normas j us cogens, ainda
que o Estado violador não tenha assum ido comprom isso internacional de
respeitá- lo.
• Aplicação de sanções de caráter punit ivo e educat ivo em razão do
denominado regime agravado de responsabilidade nas violações de normas
j us cogens.
RESPONSABI LI DADE E NORMAS "JUS COGENS"
 
 
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com vistas à proteção da dignidade da pessoa . Trata-se de um a 
postura universalista em relação ao com part ilham ento dos valores 
dem ocrát icos. 
• a globalização, pela aproxim ação de diversos polos, conduz a um 
pensam ento universa l dem ocrát ico, ent re cujos projetos está a 
proteção à pessoa . 
• a globalização tem o condão de expor a ju lgam ento a condução de 
governos loca is . Em razão disso, eventua is violações a Dire itos 
Hum anos vêm à tona na sociedade m undia l , favorecendo a 
m obilização da sociedade cont ra tais com portam entos. 
GLOBALI ZAÇÃO E D I REI TOS HUMANOS 
GLOBALI ZAÇÃO EM 
SENTIDO ESTRI TO 
 globalização econôm ica; 
 prejudicial à proteção almejada pelos Direitos Humanos; e 
 a globalização enquanto um processo econôm ico t rouxe mais 
malefícios que benefícios aos direitos humanos, especialmente 
violações dos direitos sociais, econôm icos e culturais (direitos de 
segunda dimensão) . 
GLOBALI ZAÇÃO EM 
SENTIDO AMPLO 
 globalização civilizatória; 
 favorável à expansão dos Direitos Humanos; e 
 em out ro turno a globalização considerada em sent ido amplo 
favoreceu à dissem inação de polít icas e condutas protet ivas dos 
direitos humanos e age como mecanismo inibidor de violações a esses 
direitos pela exposição internacional. 
Dire itos Hum anos na Const itu ição Federa l ( par te 0 1 ) 
Histór ico dos Dire itos Hum anos no Brasil 
 No Brasil os dire itos hum anos foram previstos para o futuro , com o 
norm as program át icas , para futura e progressiva im plantação. 
 Enfrentam os, com frequência, o problem a da efet iv idade dos direitos. Em bora 
prescr itos e em pleno vigor, não são aplicados e assegurados na prát ica. 
Dire itos Hum anos na Const itu ição da República de 1 9 8 8 
 PRINCÍ PIOS FUNDAMENTAIS 
 República Federat iva do Brasil 
 
 
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 Fundam entos da República 
 
 SEPARAÇÃO DOS PODERES - assegura a repart ição equilibrada dos poderes 
ent re órgãos dist intos. Essa dist r ibuição de poderes, confere equilíbr io à 
Federação. Paralelam ente, foi inst ituído um sistem a de freios e cont rapesos, de 
form a que nenhum possa ult rapassar os lim ites, sem ser cont ido pelos dem ais. 
 OBJETI VOS DO ESTADO BRASILEI RO 
FORMA DE 
GOVERNO República
FORMA DE 
ESTADO Federação
REGI ME DE 
GOVERNO Democrát ico
FUNDAMENTOS DA 
REPÚBLI CA
soberania
cidadania
dignidade da pessoa 
humana
valores sociais do 
t rabalho e da livre 
iniciat iva
pluralismo polít ico
SO-CI -DI -VAL-PLU
 
 
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 fundamentos versus objet ivos: 
 
 PREVALÊNCIA DOS DIREI TOS HUMANOS COMO PRINCÍPIO REGENTE DAS 
RELAÇÕES INTERNACIONAI S 
 
 APLICAÇÃO IMEDIATA E CATÁLOGO ABERTO DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
objet ivos 
fundamentais
sociedade 
livre, justa e 
solidária
desenvolvimen
to nacional
erradicão da 
pobreza e da 
marginalização
redução das 
desigualdades 
sociais e 
regionais
promoção do 
bem de todos
• base de sustentação
• define o ponto de part ida
FUNDAMENTOS
• define o ponto de chegadaOBJETI VOS
• independência nacional
• prevalência dos direitos humanos
• autodeterm inação dos povos
• não- intervenção
• igualdade ent re os Estado
• defesa da paz
• solução pacífica dos conflitos
• repúdio ao terrorismo e ao racismo
• cooperação ent re os povos para o progresso da humanidade
• concessão de asilo polít ico
PRI NCÍ PI OS QUE REGEM A REPÚBLI CA NAS RELAÇÕES
I NTERNACI ONAI S
 
 
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 a aplicabilidade im edia ta dos direitos e garant ias fundam enta is , cuja 
concret ização jurídica não está condicionada a nenhum out ro fator. 
 “catá logo aberto de dire itos ” - os dire itos hum anos posit ivados na 
Const itu ição não esgot am a proteção à pessoa . 
 DIREI TOS E GARANTIAS I NDIVIDUAIS COMO CLÁUSULAS PÉTREAS 
 Não será objeto de deliberação a proposta de em enda tendente a abolir os 
direitos e garant ias individuais. 
 REGRAMENTO DIFERENCIADO DOS TRATADOS E CONVENÇÕES 
INTERNACIONAIS DE DIREI TOS HUMANOS 
 Os t ratados internacionais podem assum ir diferentes posições, perante a 
organização hierárquica das norm as no direito brasileiro. Conform e atual 
posicionam ento do STF: 
• t ratados internacionais de Dire itos Hum anos aprovados com quórum de 
em enda const ituciona l : possuem status de em enda const itucional, no 
m esm o patam ar hierárquico da Const ituição Federlal; 
• t ratados internacionais de Dire itos Hum anos aprovados com quórum de 
norm a infraconst ituciona is : possuem status de norm a supralegal, em 
ponto interm ediár io, acim a das leis, abaixo da Const ituição Federal. 
• dem ais t ra tados internacionais, independentem ente do quórum de 
aprovação : possuem status de norm a infraconst itucional. 
 SUBMI SSÃO AO TRI BUNAL PENAL I NTERNACI ONAL 
 O Brasil se submete à jur isdição de Tribunal Penal I nternacional a cuja cr iação 
tenha m anifestado adesão. 
 INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTI ÇA FEDERAL 
EM CASO DE GRAVE VIOLAÇÃO A DIREITO HUMANO 
 
 MODIFI CAÇÕES PERPETRADAS NA CF PERPETRADAS EM DIREI TOS HUMANOS 
• somente o PGR poderá ingressar com o incidente;
• a pet ição deverá ser apresentada perante o STJ; e
• o expediente processual tem por finalidade deslocar o
julgamento de determ inado processo da just iça
especializada ou just iça estadual para a just iça federal.
I MPORTANTE!
 
 
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Noções de Teor ia Gera l dos Dire itos Fundam enta is 
 ORI GEM E CONCEI TO 
 Os direitos fundam entais nada m ais são do que os direitos hum anos 
posit ivados no texto const itucional. 
DI REI TOS HUMANOS = DI REI TOS FUNDAMENTAI S 
 Dim ensões: 
 
Dignidade da pessoa 
humana como fundamento 
da República, valor cent ral e 
orientador de todo o 
ordenamento jurídico 
brasileiro.
Dignidade da pessoa 
humana como objet ivo da 
Federação.
Prevalência dos Direitos 
Humanos como princípio 
orientador do Brasil nas 
relações internacionais.
Posit ivação expressa de um 
rol de Direitos Humanos
Aplicabilidade I mediata dos 
Direitos Humanos
Catálogo aberto de Direitos 
Humanos (aceitação dos 
previstos nos inst rumentos 
internacionais)
Direitos Sociais como 
espécie de Direitos 
Fundamentais;
Direitos e garant ias 
individuais como cláusulas 
pét reas de nosso Estado.
Formação de Tribunal 
I nternacional dos Direitos 
Humanos.
Regramento diferenciado dos 
t ratados internacionais de 
Direitos Humanos.
Possibilidade de subm issão 
ao Tribunal Penal 
I nterncional
I ncidente de descolamento 
de competência para a 
Just iça Federal em caso de 
grave violação a direito 
humano.
 
 
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 1 ª D I MENSÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
2 ª D I MENSÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
3 ª D I MENSÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
direitos direitos civis e polít icos direitos sociais, 
culturais e 
econôm icos 
direitos difusos e 
colet ivos 
associação ao 
lem a da 
Revolução 
Francesa 
Liberdade igualdade fraternidade 
m arco histórico  Revolução Glor iosa na 
I nglaterra 
 I ndependência dos 
EUA 
 Revolução Francesa 
 Revolução Mexicana 
 Revolução Russa 
 Pós-2ª Guerra Mundial 
 Surgimento da ONU 
m arco teórico  “Segundo Tratado 
sobre o Governo” (John 
Locke) 
 “O Cont rato Social” 
(Jean-Jacques 
Rousseau) 
 “Encíclica Rerum 
Novarum” (Papa Leão 
XI I I ) 
 “Manifesto do 
Part ido Comunista” 
(Karl Marx e Frederich 
Engels” 
 t rabalhos acadêm icos 
que visem à proteção 
universal e solidár ia da 
humanidade 
m arco jurídico  Const ituição 
Americana de 1787 
 Declaração Francesa 
dos Direitos do Homem e 
do Cidadão de 1789 
 Const ituição 
Mexicana de 1917 
 Const ituição de 
Weimar de 1919 
Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, de 
1948 
evolução da 
sociedade 
passagem do Estado 
Absolut ista para o Estado 
de Liberal 
passagem do Estado 
Liberal para o Estado 
Social 
Revolta da sociedade 
cont ra as at rocidades das 
guerras mundiais 
exem plo direito à liberdade de 
expressão 
direito à saúde direito ao meio ambiente 
 
 4 ª D I MENSÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
5 ª D I MENSÃO DOS 
D I REI TOS HUMANOS 
direito  pesquisas biológicas e à 
manipulação do pat r imônio 
genét ico das pessoas 
(Norberto Bobbio) 
direitos à paz 
 tutela da democracia, do 
direito à informação e o 
pluralismo polít ico (Paulo 
Bonavides) 
m arco 
histór ico 
Lei de Biossegurança (Lei 
11.105/ 2005) 
11 de Setembro 
 
 DIREI TOS FUNDAMENTAIS VERSUS GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
1
 
 
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 Dire ito fundam enta l const itui um in teresse ou um a faculdade 
jur idicam ente protegida em razão de possui valores essenciais da ordem 
jurídica. 
 Garant ia fundam enta l , por sua vez, const itui um procedim ento 
específ ico , um a salvaguarda, cuja f ina lidade é confer ir e f iciente prote ção 
a dire itos fundam enta is . 
 CLASSI FICAÇÃO DAS GARANTIAS 
GARANTI AS 
PROCESSUAI S 
 são os remédios const itucionais  habeas corpus, habeas data etc. 
GARANTI AS 
MATERI AI S 
 São as garant ias propriamente 
ditas 
 sigilo bancário é garant ia material da 
privacidade, da int im idade etc. 
GARANTI AS 
I NSTI TUCI ONAI S 
 são inst itutos que a CF 
consagra e que visa em últ ima 
instância preservar o Estado 
Democrát ico de Direito em que se 
baseiam os direitos 
fundamentais. 
 independência do Poder Judiciár io é 
garant ia inst itucional de todos os 
direitos na medida em que os protege 
de violação do próprio Estado; 
separação de Poderes visa proteger a 
liberdade humana etc. 
 FUNDAMENTOS 
 
 TI TULARI DADE 
T I TULARI DADE ATI VA T I TULA RI DADE PASSI VA 
 Pessoas natura is : t itular idade de todos os direitos 
fundamentais. 
 Pessoas jur ídicas : t itular idade dos direitos fundamentais 
compat íveis, como o direito à propriedade. 
 Poder Público : 
abrangendo o Poder 
Execut ivo, Legislat ivo e 
Judiciár io. 
• Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um
conjunto de ideias, fruto da razão humana.
• CRÍ TI CA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e
superiores a quaisquer espécie normat iva, mas decorrente da evolução
histórica da sociedade
FUNDAMENTO JUSNATURALI STA
• São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade
posit ivados no ordenamento.
• CRÍ TI CA: considera os Direitos Humanos como único fundamento enfraquece
a proteção, porque diante da om issão legislat iva ou de cont rária à dignidade
perm ite-se a precarização de tais direitos
FUNDAMENTO POSI TI VI STA
• Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas posit ivadas, mas diretamente de valores morais da
colet ividade humana.
FUNDAMENTO MORAL
1
 
 
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 Poder público : t itular idade de direitos fundamentais 
compat íveis, como as garantais processual do cont raditór io, ampla 
defesa etc. 
 Entes despersonalizados : são t itulares considerando os direitos 
de 3ª dimensão como as comunidades indígenas. 
E os anim ais, são t itulares de dire itos fundam enta is? 
Embora haja internacionalm ente países que at r ibuam direitos 
fundamentais aos animais, nosssa CF adota adita uma visão 
ant ropocêntr ica (homem é o cent ro) de forma que a fauna e a flora 
são objetos de tutela const itucional na qualidade de bens jurídicos, 
e não de sujeitos de direitos. 
 Ordem I nternacional. 
 A própria sociedade. 
 LI MI TAÇÕES AOS DI REI TOS FUNDAMENTAI S 
 Não há direito absoluto em nosso ordenam ento. Até m esm o o direito à vida 
poderá ser rest r ingido em hipóteses excepcionais. 
 Alguns direitos fundam entais sofrem lim itação pela própria Const ituição. 
Existem direitos fundam entais sujeitos à reserva legal qualif icada. 
 Existem tam bém direitos fundamentais que sofrem lim itação em razão da 
tutela de out ro direito fundam ental. É o que se denom ina de reserva legal 
sim ples. Nesses casos, quando dois direitos fundam entais colidem , eles cedem 
para sejam resolvidos os conflitos sociais. 
 
Dire itos Fundam enta is em Espécie 
 DIREI TOS INDIVIDUAIS VERSUS DI REITOS COLETIVOS 
 Direitos individuais - são os direitos fundam enta is do hom em enquanto 
indivíduo isolado . São aqueles que reconhecem autonom ia aos part iculares, 
garant indo a iniciat iva e independência diante dos dem ais m em bros da sociedade 
polít ica e do próprio Estado. Por isso, a dout r ina costum a englobá- los na 
concepção de liberdade - autonom ia . 
 Direitos colet ivos - são direitos fundam entais aplicáveis às pessoas enquanto 
colet iv idade. 
 DIREI TOS BÁSICOS DO CAPUT DO ART. 5º 
LI MI TAÇÕES DE 
DI REI TOS
Reserva Legal 
Qualificada
lim itação pela 
própria CF
Reserva Legal 
Simples
lim itação em razão 
da colisão ent re 
direitos 
fundamentais
4
 
 
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Teor ia e questões 
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 DIREI TO À IGUALDADE (OU ISONOMIA) 
 igualdade versus gerações de direito 
 
 O pr incípio da isonom ia opera em dois planos dist intos . 
 
 ações afirm at ivas: 
DI REI TOS BÁSI COS DO ART. 5 º
Direito a 
I gualdade Direito a Vida
Direito a 
Liberdade
Direito a 
Segurança
Direito a 
Propriedade
1 ª GERAÇÃO igualdade form al
2 º GERAÇÃO igualdade substancial
3 º GERAÇÃO igualdade pluralista (direito de ser diferente)
• É a igualdade frente ao legislador ou ao próprio
execut ivo, na edição de leis de um modo geral,
impedindo que se possa conferir t ratamento
abusivamente diferenciado a pessoas que se
encont ram em situações idênt icas.
I GUALDADE NA LEI
• I mplica na obrigator iedade do intérprete de aplicar
a lei de maneira igualitár ia, sem estabelecimento
de diferenciações em razão de sexo, religião,
convicções filosóficas ou polít icas, raça, classe
social.
I GUALDADE PERANTE A LEI
a
 
 
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Teor ia e questões 
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 DIREI TO À VIDA 
 Quando com eça a vida? Em bora não haja um posicionam ento uníssono, o 
entendimento atual m ajoritár io é no sent ido de que a vida inicia-se com o 
nascim ento, contudo, a legislação protege os direitos do concepturo (em brião 
concebido, porém não nascido) . 
 Aborto 
NECESSÁRI O ( ou terapêut ico) Envolve as situações de r isco de vida para a mãe, 
hipótese em que surge conflito de dois direitos 
fundamentais de igual natureza: a vida da mãe e 
do feto. 
É perm it ido, tem previsão no Código Penal e não 
depende autorização judicial. 
SENTI MENTAL ( ou hum anitár io) Envolve os casos de estupro. Do mesmo modo, há 
conflito ent re direitos fundamentais: a vida do feto 
e a honra ou liberdade sexual da mãe. 
Do mesmo modo, é perm it ido, conforme disposto 
na legislação penal, contudo, depende de anuência 
da genitora ou do representante legal. 
EUGENÉSI CO POR 
I MPOSSI BI LI DADE DE 
SOBREVI VÊNCI A DO FETO POR 
DEFORMAÇÃO FÍ SI CA OU GENÉTI CA 
Envolve o conflito de dois direitos fundamentais de 
naturezas diferentes: a vida do feto e a integridade 
física ou psicológica da mãe. 
O STF, conferindo interpretação conforme a 
Const ituição à t ipificação legal do cr ime de aborto, 
entendeu possível o aborto de anecéfalos se ficar 
constatada a impossibilidade de vide ext rauterina. 
EUGENÉSI CO POR RI SCO DE 
ENFERMI DADE 
É o aborto em razões de r isco de deformação do 
feto. Nesse caso, surge conflito de dois direitos 
fundamentais de naturezas diferentes: a vida do 
feto e a liberdade e o conforto dos pais. 
Não é adm it ido no Brasil. 
SOCI AL Situações em o aborto é realizado por conveniência. 
Não é adm it ido no Brasil. 
AÇÕES 
AFI RMATI VAS
São mecanismos dest inados a proteger certos 
grupos, enfocando-os a part ir de uma realidade 
histórica de marginalização social ou de 
hipossuficiência decorrente de out ros fatores, 
estabelecendo medidas de compensação, 
enquanto persist irem tais fatores, para 
concret izar, ao menos em parte, uma igualdade 
de oportunidades com os demais indivíduos que 
não sofreram as mesmas espécies de rest r ições 
(cotas para negros, mulheres, portadores de 
deficiência) .
0
 
 
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Teor ia e questões 
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 Morte 
EUTANÁSI A A eutanásia pode ocorrer por aplicação de remédios quando se deixar de ser 
adotada medida para salvação, quando alguém a vida de alguém está em 
condição de sofr imento insuportável e que não tem perspect ivas de melhoras. 
Não é perm it ido no Brasil. 
ORTANÁSI A Const itui a morte natural, sem interferência da ciência, perm it indo ao paciente 
morte digna, sem sofr imento, deixando a evolução e percurso da doença. 
Nesse caso são evitados métodos ext raordinários de suporte de vida, como 
medicamentos e aparelhos, em pacientes irrecuperáveis e que já foram 
submet idos a suporte avançado de vida. 
 DIREI TO À LIBERDADE 
 Os direitos de liberdade são denom inados de direitos de pr im eira dim ensão, 
tam bém conhecidos com o liberdades públicas. 
 O direito de liberdade fundam enta a autonom ia pr ivada e decorre do pr incípio 
dem ocrát ico. Ao longo dos incisos do texto const itucional haverá vár ios out ros 
incisos que são decorrências do direito à liberdade. 
 DIREI TO À SEGURANÇA – com preende: 
1. A segurança em geral, decorrentes dos pr incípios da legalidade e da 
irret roat iv idade. Im plica na garant ia que lhe assegura o direito de fazer 
tudo aquilo que não est iver vedado por lei. É um a segurança para o 
indivíduo no exercício de suas ações. 
2. A segurança à vida int im a, que im plica no respeito à pr ivacidade, honra e 
im agem ; e 
3. A segurança em m atéria judiciár ia, que envolve direitos ligados aos 
processos judiciais, com o a garant ia da coisa julgada, direito adquir ido e 
ato jurídico perfeito; e 
4. A segurança em m atéria penal, que reporta-se ao dever do Estado de 
m anter a ordem e o Estado Const itucional de Direito. 
 INCISOS DO ART. 5º 
* vam os destacar os principais incisos, que caem com m ais frequência em provas. 
 é livre a m anifestação dopensam ento, sendo VEDADO o anonim ato. 
 é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garant ida, na form a da lei, a proteção aos locais 
de culto e a suas liturgias. 
 NINGUÉM será privado de direitos por m ot ivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou polít ica, SALVO se as invocar para exim ir-se de obr igação 
legal a todos im posta E recusar-se a cum prir prestação alternat iva, fixada em lei. 
 é livre a expressão da at iv idade intelectual, art íst ica, cient ífica e de 
com unicação, INDEPENDENTEMENTE de censura ou licença. 
 são invioláveis a int im idade, a vida privada, a honra e a im agem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano m aterial ou m oral decorrente de 
sua violação. 
 
 
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 A casa é asilo inviolável do indivíduo, NINGUÉM nela podendo penet rar sem 
consent im ento do m orador, SALVO em caso de flagrante delito ou desast re, ou 
para prestar socorro, ou, DURANTE O DIA, por determ inação judicial. 
 É inviolável o sigilo da correspondência e das com unicações telegráficas, de 
dados e das com unicações telefônicas, SALVO, no últ im o caso [ com unicações 
telefônicas] , por ordem judicial, nas hipóteses e na form a que a lei estabelecer 
para fins de invest igação cr im inal ou inst rução processual penal. 
 É livre o exercício de qualquer t rabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualif icações profissionais que a lei estabelecer; 
 Todos podem reunir-se pacificam ente, sem arm as, em locais abertos ao 
público, I NDEPENDENTEMENTE de autor ização, DESDE QUE não frust rem out ra 
reunião anteriorm ente convocada para o m esm o local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autor idade com petente; 
 É plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter 
param ilitar. 
 A cr iação de associações e, na form a da lei, a de cooperat ivas INDEPENDEM 
de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionam ento. 
 As associações só poderão ser com pulsor iam ente dissolvidas ou ter suas 
at iv idades suspensas por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no prim eiro caso, o 
t rânsito em julgado. 
 NINGUÉM poderá ser com pelido a associar-se ou a perm anecer associado. 
 As ent idades associat ivas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm 
legit im idade para representar seus filiados judicial ou ext rajudicialm ente. 
 A lei estabelecerá o procedim ento para desapropriação por necessidade ou 
ut ilidade pública, OU por interesse social, m ediante justa e prévia indenização 
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Const ituição. 
 No caso de im inente perigo público, a autor idade com petente poderá usar de 
propriedade part icular, assegurada ao proprietár io indenização ulter ior, se houver 
dano [ requisição adm inist rat iva] . 
 A pequena propriedade rural, assim definida em lei, DESDE QUE t rabalhada 
pela fam ília, NÃO será objeto de penhora para pagam ento de débitos decorrentes 
de sua at iv idade produt iva, dispondo a lei sobre os m eios de financiar o seu 
desenvolvim ento. 
 Todos têm direito a receber dos órgãos públicos inform ações de seu interesse 
part icular, ou de interesse colet ivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, RESSALVADAS aquelas cujo sigilo seja 
im prescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
 A prát ica do racism o const itui cr im e I NAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito 
à pena de reclusão, nos term os da lei. 
 A lei considerará cr im es INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU 
ANISTIA a prát ica da tortura , o t ráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
 
 
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terror ism o e os definidos com o cr im es hediondos, por eles respondendo os 
m andantes, os executores e os que, podendo evitá- los, se om it irem . 
 Const itui cr im e I NAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos arm ados, 
civ is ou m ilitares, cont ra a ordem const itucional e o Estado Dem ocrát ico. 
 NENHUM brasileiro será ext raditado, SALVO o naturalizado, em CASO DE 
CRIME COMUM, PRATICADO ANTES DA NATURALIZAÇÃO, ou de com provado 
ENVOLVI MENTO EM TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS 
[ pode ser após regular naturalização] , na form a da lei. 
 NÃO será concedida ext radição de est rangeiro por cr im e polít ico ou de opinião. 
 NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo 
inadim plem ento voluntár io e inescusável de obrigação alim ent ícia e a do 
depositár io infiel [ não m ais aplicável] . 
Tute las Const itucionais das Liberdades 
 HABEAS CORPUS  conceder-se-á "habeas-corpus" sem pre que alguém sofrer 
ou se achar am eaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locom oção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 MANDADO DE SEGURANÇA 
 Conceder-se-á m andado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não am parado por "habeas-corpus" ou "habeas-data" , quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autor idade pública ou agente de pessoa jurídica 
no exercício de at r ibuições do Poder Público; 
 Mandado de segurança colet ivo pode ser im pet rado por: 
• part ido polít ico com representação no Congresso Nacional; 
• organização sindical, ent idade de classe ou associação legalm ente 
const ituída e em funcionam ento há pelo m enos um ano, em defesa dos 
interesses de seus m em bros ou associados. 
 AÇÃO POPULAR  qualquer cidadão é parte legít im a para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao pat r im ônio público ou de ent idade de que o Estado 
part icipe, à m oralidade adm inist rat iva, ao m eio am biente e ao pat r im ônio 
histór ico e cultural, ficando o autor, salvo com provada m á- fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência. 
 HABEAS DATA 
 Conceder-se-á "habeas-data" : 
• para assegurar o conhecim ento de inform ações relat ivas à pessoa do 
im pet rante, constantes de regist ros ou bancos de dados de ent idades 
governam entais ou de caráter público; 
• para a ret if icação de dados, quando não se prefira fazê- lo por processo 
sigiloso, j udicial ou adm inist rat ivo. 
 MANDADO DE INJUNÇÃO  conceder-se-á m andado de injunção sem pre que 
a falta de norm a regulam entadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades const itucionais e das prerrogat ivas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
 
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Dire itos Hum anos na Const itu ição Federa l ( par te 0 2 ) 
Dire itos Socia is 
 DI MENSÃO: espécie de Direitos Hum anos de segunda dim ensão. 
 CONCEITO: são um conjunto de prerrogat ivas que objet ivam a im plem entação 
de direitos hum anos por m eio da atuação estatal. São, por isso, denom inados 
de dire itos prestaciona is , que exigem um a atuação efet iva e m aterial do 
Estado na sua prom oção. 
 CLÁUSULAS PÉTREAS: 
 
 CLASSI FICAÇÃO: 
 
 DI REI TOS SOCI AI S  caput do art . 6º 
 
 VEDAÇÃO DO RETROCESSO 
 Por vedação ao ret rocesso, aplicada aos direitos sociais, devem os com preender 
que os direitos vinculam o legislador infraconst ituciona l, ex igindo um 
com portam ento a t ivo na prom oção dos direitos prestacionais assegurados. 
Parte-se da ideia que esses dire itos devem ser incessantemente buscados 
e constantem ente am pliados de form a at ingirm os os objet ivos fundam entais 
que estam os no art . 3º . 
 DI REI TOS DOS TRABALHADORES 
DI REI TOS SOCI AI S também são protegidos como cláusulas pét reas
D I REI TOS
SOCI AI S
• direitos sociais genéricos
• direitos sociais individuais do t rabalhador;
• direitos de proteção ao t rabalho;
• direitos de proteção à cont raprestação ao empregado
• direitos relacionados à duração, descansos e intervalos de 
jornada;
• direitos de não-discrim inação na relação de t rabalho;
• direitos de saúde e medicina do t rabalho;
• direitos colet ivos do t rabalho;
• liberdade de associação profissionais ou sindical;
• direito de greve.
saúde alimentação t rabalho moradia lazer
segurança previdência social
proteção à 
maternidade e à 
infância
assistência aos 
desamparados t ransporte
 
 
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 princípios 
 
 dest inatários: 
DESTI NATÁRI OS DOS DI R EI TOS CONSTI TUCI ONALMENTE ASSEGURADOS , DE ACORDO COM TEXTO DA 
CRFB 
aplicam-se todos os direitos 
previstos aos: 
aplicam-se apenas parte dos 
direitos aos: 
não se aplicam os direitos 
aos: 
Empregados urbanos (assim 
considerados aqueles que se 
amoldam ao art . 2º , da CLT) . 
Empregados domést icos 
(assim considerados aqueles 
que se amoldam ao art . 1º , da 
LC 150/ 2015. 
Trabalhador eventual (cujo 
conceito é ext raído do art . 12, 
I V, da Lei 8.212/ 1991) . 
Empregados rurais (assim 
considerados aqueles que se 
amoldam ao art . 2º , da Lei 
5.889/ 1973) . 
 
Trabalhador autônomo (cujo 
conceito é ext raído do art . 12, 
V, da Lei 8.212/ 1991) . 
Trabalhador avulso (cujo 
conceito é ext raído do art . 12, 
VI , da lei 8.212/ 1991) . 
 
Trabalhador temporário 
(assim considerados aqueles 
que se amoldam ao art . 2º , da 
Lei 6.019/ 1974) . 
 Caput do art . 7º , da CRFB 
 
 Direitos dos Trabalhadores em espécie ( incisos do art . 7º ) (destacam os os 
principais direitos) 
• re lação de em prego protegida cont ra despedida arbit rár ia ou sem 
justa causa , nos term os de lei com plem entar, que preverá indenização 
com pensatória, dent re out ros direitos; 
• a im portância que a CF conferiu ao t rabalho; e
• a necessidade de conjugá- los harm onicam ente com
as at ividades da iniciat iva privada e a ordem
econôm ica.
ESSES DI SPOSI TI VOS 
EVI DENCI AM
RESERVA DO 
POSSÍ VEL
implementação segundo condições 
econôm ico- financeiras do Estado.
MÍ NI MO 
EXI STENCI AL
conjunto de direitos sociais 
imprescindíveis à vida digna.
VEDAÇÃO AO 
RETROCESSO
garant ia de estabilidade a direito social 
efet ivado.
Empregados urbanos e empregados 
rurais recebem o mesmo 
t ratamento const itucional em 
relação aos seus direitos.
O rol constante do art . 7º , da CF, é 
exemplificat ivo. Às leis, aos 
t ratados internacionais e à 
negociação colet iva é dada a tarefa 
de ampliar esses direitos
 
 
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• seguro - desem prego , em caso de desem prego involuntár io ; 
• sa lár io m ínim o , fixado em lei, nacionalm ente unificado, capaz de atender 
a suas necessidades vitais básicas e às de sua fam ília com m oradia, 
alim entação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, t ransporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisit ivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim ; 
• duração do t rabalho norm al não superior a oito horas diár ias e quarenta e 
quat ro sem anais, facultada a com pensação de horár ios e a redução da 
jornada, m ediante acordo ou convenção colet iva de t rabalho; 
• repouso sem anal rem unerado, preferencialm ente aos dom ingos; 
• rem uneração do serviço ext raordinár io superior, no m ínim o, em cinqüenta 
por cento à do norm al; 
• gozo de fér ias anuais rem uneradas com , pelo m enos, um terço a m ais do 
que o salário norm al; 
• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascim ento até 5 
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
• seguro cont ra acidentes de t rabalho, a cargo do em pregador, sem excluir 
a indenização a que este está obr igado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
• ação, quanto aos créditos resultantes das relações de t rabalho, com prazo 
prescr icional de cinco anos para os t rabalhadores urbanos e rurais, até o 
lim ite de dois anos após a ext inção do cont rato de t rabalho; 
• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cr itér io de 
adm issão por m ot ivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
• proibição de dist inção ent re t rabalho m anual, técnico e intelectual ou ent re 
os profissionais respect ivos; 
• proibição de t rabalho noturno, per igoso ou insalubre a m enores de dezoito 
e de qualquer t rabalho a m enores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a part ir de quatorze anos; 
• igualdade de direitos ent re o t rabalhador com vínculo em pregat ício 
perm anente e o t rabalhador avulso. 
 Proteção const itucional aos em pregados dom ést icos (§ único do art . 7º , da CF) 
( 1 ) São direitos assegurados desde logo aos t rabalhadores dom ést icos 
independentem ente de regulam entação infraconst itucional: 
I V Salár io m ínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, t ransporte e previdência social, com reajustes 
periódicos que lhe preservem o poder aquisit ivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim . 
VI I rredut ibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo colet ivo. 
VI I Garant ia de salár io, nunca inferior ao m ínim o, para os que percebem remuneração 
variável. 
VI I I Décimo terceiro salár io com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria. 
X Proteção do salário na forma da lei, const ituindo crime sua retenção dolosa. 
 
 
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XI I I Duração do t rabalho normal não superior a oito horas diár ias e quarenta e quat ro 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção colet iva de t rabalho. 
XV Repouso semanal remunerado, preferencialm ente aos dom ingos. 
XVI Remuneração do serviço ext raordinário superior, no m ínimo, em cinquenta por cento 
à do normal. 
XVI I Gozo de fér ias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salár io normal. 
XVI I I Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e 
vinte dias. 
XI X Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. 
XXI Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no m ínimo de t r inta dias, nos 
termos da lei. 
XXI I Redução dos r iscos inerentes ao t rabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança. 
XXI V Aposentadoria. 
XXVI Reconhecimento das convenções e acordos colet ivos de t rabalho. 
XXX Proibição de diferença de salár ios, de exercício de funções e de cr itér io de adm issão 
por mot ivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
XXXI Proibição de qualquer discrim inação no tocante a salário e cr itér ios de adm issão do 
t rabalhador portador de deficiência. 
XXXI I I Proibição de dist inção ent re t rabalho manual, técnico e intelectual ou ent re os 
profissionais respect ivos. 
( 2 ) São direitos assegurados aos em pregadosdom ést icos, que foram 
regulam entados pela Lei Com plem entar nº 150/ 2015. 
I 
Relação de emprego protegida cont ra despedida arbit rár ia ou sem justa causa, nos 
termos de lei complem entar, que preverá indenização compensatória, dent re out ros 
direitos. 
I I Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. 
I I I Fundo de garant ia do tempo de serviço. 
I X Remuneração do t rabalho noturno superior à do diurno. 
 
 
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XI I 
Salár io- família pago em razão do dependente do t rabalhador de baixa renda nos 
termos da lei. 
XXV 
Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos 
de idade em creches e pré-escolas. 
XXVI I I 
Seguro cont ra acidentes de t rabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
Dire itos de Naciona lidade na Const itu ição Fede r a l 
 POVO v ersus NACI ONALI DADE 
 
 MODOS E CRI TÉRI OS DE AQUI SI ÇÃO DA NACI ONALI DADE 
 
 
 NACI ONALI DADE BRASI LEI RA 
 Brasileiro Nato 
NASCI DOS NO BRASI L (art . 12, I , a, da CF) . 
NACI ONALI DADE
A nacionalidade é considerada o v ínculo 
jur ídico- polít ico estabelecido ent re o 
indivíduo e determ inado Estado .
NACI ONALI DADE
ORI GI NÁRI A
nato
ADQUI RI DA
naturalizado
CRI TÉRI OS PARA AFERI ÇÃO DA 
NACI ONALI DADE
• terr itor ial ( ius soli)
• sanguíneo ( ius sanguini)
 
 
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NASCI DO NO ESTRANGEI RO EM QUE UM DOS PAI S É BRASI LEI RO E 
ESTEJA A SERVI ÇO DO BRASI L (art . 12, I , b, da CF) . 
 
NASCI DO NO ESTRANGEI RO, DE PAI OU MÃE BRASI LEI RA, QUE SEJA 
REGI STRADO EM REPARTI ÇÃO BRASI LEI RA OU QUE VENHA A RESI DI R 
EM NOSSO PAÍ S E OPTE PELA NACI ONALI DADE BRASI LEI RA APÓS 
ATI NGI R A MAI ORI DADE CI VI L (art . 12, I , c, da CF) . 
Síntese: 
 
 Brasileiro Naturalizado 
FI LHO DE PAI S ESTRANGEI ROS QUE 
NASCE NO BRASI L
regra
brasileiro
exceção
est rangeiro
SE AO MENOS UM DOS PAI S ESTI VER A SERVI ÇO 
DO PAÍ S DE ORI GEM
Ao menos um dos pais brasileiros E
Esse genitor deve estar a serviço do Brasil
B
R
A
S
IL
E
IR
O
 N
A
T
O
nascer no Brasil, desde que os pais 
est rangeiros não estejam a serviço de 
seus respect ivos países
nascer no est rangeiro, porém filho de 
pai e/ ou mãe brasileiros, que estão no 
exterior a serviço do Brasil
nascido no est rangeiro, de pai ou mãe 
brasileiros, que não estejam à serviço 
do Brasil, desde que:
seja resgist rado em repart ição 
competente OU
venha residir no Brasil e opte, em 
qualquer tempo depois de at ingir a 
maioridade civil, pela nacionalidade 
brasileira.
 
 
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NATURALI ZAÇÃO TÁCI TA 
NÃO EXI STE EM NOSSO ORDENAMENTO j urídico atual a naturalização tácita. 
NATURALI ZAÇÃO EXPRESSA 
A naturalização expressa é a que depende de requer im ento, pelo qual a pessoa 
interessada dem onst ra que pretende ser brasileiro. 
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRI A 
Em relação aos est rangeiros or iginár ios de países que falam a língua portuguesa, 
são dois os requisitos exigidos no art . 12, I I , a, da CF: 
 
 
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (QUINZENÁRIA) 
Condições em que será possível aos dem ais est ra ngeiros se tornar brasileiro 
naturalizado. São t rês os requisitos: 
NATURALI ZADOS
tácita expressa
ordinária ext raordinária
1º - residência por um ano ininterrupto
2º - idoneidade moral
NATURALI ZAÇÃO ORDI NÁRI A
aplica-se a todos os países que falarem o português oficialmente
requisitos
1º - residência por um ano 
ininterrupto
2º - idoneidade moral
 
 
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Síntese: 
NATURALI ZAÇÃO 
ORDI NÁRI A 
NATURALI ZAÇÃO 
EXTRAORDINÁRI A 
OBSERVAÇÕES 
NATURALI ZAÇÃO 
DAQUELES QUE 
FALAM PORTUGUÊS 
NATURALI ZAÇÃO 
DOS DEMAI S 
Residência por 1 ano 
ininterrupto 
Residência por 15 
anos ininterruptos 
 Notem que naturalização ext raordinária 
exige muito mais tempo de permanência no 
Brasil. 
I doneidade m oral Ausência de 
condenação penal 
 Notem que na naturalização ext raordinária 
a pessoa não poderá ter qualquer 
envolvimento com prát icas ilícitas. 
- - Requerim ento do 
interessado 
 Em relação ao requerimento, embora a CF 
exija-o expressamente na naturalização 
ext raordinária apenas, tal requisito também é 
exigido na naturalização ordinária, segundo 
legislação infraconst itucional. 
Discricionár ia Vinculada  quanto à decisão 
 QUASE- NACI ONALI DADE 
 Tem por finalidade conferir um t ratam ento diferenciado aos portugueses que, 
em bora não desejem se tornar brasileiros, aqui perm aneçam . 
1º - Residência por 15 anos ininterruptos
2º - Ausência de condenação penal
3º - Requerimento do interessado
NATURALI ZAÇÃO ORDI NÁRI A 
(portugueses) DI SCRI CI ONÁRI A
NATURALI ZAÇÃO 
EXTRAORDI NÁRI A (demais) VI NCULADA
NATURALI ZAÇÃO DOS DEMAI S 
ESTRANGEI ROS
requisitos
1º - 15 anos de 
residência ininterrupta
2º - ausência de 
condenação penal
3º - requerimento do 
interessado
 
 
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 A CF assegura aos quase - naciona is os dire itos inerentes aos 
brasile iros , a não ser as exceções const itucionais. 
 A CF exige seja observada a RECI PROCI DADE de t ratam ento dos 
portugueses em relação ao Brasil. 
 Para conc essão da reciprocidade é necessár io a aquiescência form al do 
Estado brasile iro e o requer im ento por par te do por tuguês interessado . 
 
 TRATAMENTO JURÍ DI CO DO BRASI LEI RO NATO E NATURALI ZADO 
NÃO EXI STE TRATAMENTO DI FERENCI ADO ENTRE BRASI LEI ROS NATOS 
E NATURALI ZADOS, SALVO RESTRI ÇÕES PREVI STAS NA CF . 
 Ext radição (art . 5º , LI ) 
 
 
 Perda da nacionalidade (art . 12, § 4º , I ) 
São duas as hipóteses, portanto, em que o brasileiro poderá perder a 
nacionalidade. 
1 ª hip ótese : perde-se a nacionalidade se p ra t icado a lgum ato nocivo 
ao interesse naciona l . Essa hipótese é pr ivat iva para brasile iro 
n atura lizado , pois m enciona o cancelam ento da naturalização. 
2 ª hipótese : se a pessoa optar livrem ente por out ra naciona lidade 
perderá a nossa . Nesse caso, a perda da nacionalidade se aplicará tanto 
ao brasile iro nato com o ao brasile iro natura lizado . 
O quase- n aciona l não é natura lizado!
QUASE
NACI ONALI DADE
• I gualdade de direitos conferida aos portugueses de
Portugal.
• São conferidos os direitos de brasileiros naturalizados.
• Poderão votar e ser votados ( implica na suspensão dos
direitos polít icos em Portugal)
• Exige-se a reciprocidade.
• A igualdade é regulam entada pelo Tratado de Amizade,
Cooperação e Consulta.
• Difere da naturalização ordinária.
EXTRADI ÇÃO
brasileiro nato
NUNCA
brasileiro 
naturalizado
2 hipóteses:
cr ime prat icado antes da 
naturalização
crime de t ráfico de entorpecentes 
prat icado a qualquer tempo
 
 
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 Exercício de cargos pr ivat ivos de brasileiros natos (12, § 3º ) 
 
Dire itos Polít icos 
 I NTRODUÇÃO 
Os direitos polít icos const ituem o conjunto de norm as que confere ao 
cidadão o dire ito de par t icipar da vida polít ica do Estado . 
 
PERDA DA NACI ONALI DADE 
BRASI LEI RA
at ividade nociva ao interesse 
nacional
adquir ir out ra nacionalidade, 
SALVO
reconhecimento da 
nacionalidade brasileira como 
originária
imposição da naturalização 
como condição para
permanecer no país 
est rangeiro ou
o exercício de direitos civis
C
A
R
G
O
S
 D
E
 B
R
A
S
IL
E
IR
O
S
 
N
A
T
O
S
linha sucessória
Presidente e Vice
Presidente da Câmara dos Deputados
Presidente do Senado Federal
Minist ro do STF
segurança nacional
cargos de carreira diplomát ica
oficial das Forças Armadas
Minist ro de Estado da Defesa.
DI REI TOS 
POLÍ TI COS
• Direito Fundamental de Primeira Dimensão.
• Conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de 
part icipar da vida polít ica do Estado.
 
 
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Um conceito im portante correlato ao de “direitos polít icos” é o de cidadania. 
Ser cidadão é ter capacidade de exercer a t iva e passivam ente seus 
dire itos polít icos . 
 
 DEMOCRACI A 
 
Pergunta - se: 
O Brasil adota qua l dos m odelos dem ocrát icos acim a? 
Nossa dem ocracia é sem idireta ou part icipat iva, pois escolhem os um grupo de 
pessoas para exercer o poder polít ico no Brasil. Há, tam bém , m ecanism os diretos 
de dem ocracia, todos previstos no Texto Const itucional, que destacam os abaixo: 
 
 VOTO, SUFRÁGI O E ESCRUTÍ NI O 
Logo, podem os af irm ar que a naciona lidade é 
p ressuposto da cidadania. E com a cidadania é 
possíve l exercer os dire itos polít icos. 
DEMOCRACI A 
DI RETA
o cidadão exerce o poder 
diretamente, sem representantes
DEMOCRACI A 
REPRESENTATI VA
o cidadão exerce o poder 
indiretamente, por intermédio de 
representantes escolhidos
DEMOCRACI A 
SEMI DI RETA OU 
PARTI CI PATI VA
o cidadão exerce o poder 
diretamente e indiretamente
I NSTRUMENTOS DE DEMOCRACI A DI RETA
direito de pet ição (art . 5.º , XXXI V, a)
plebiscito (art . 14, I )
referendo (art . 14, I I )
iniciat iva popular (art . 14, I I I )
ação popular (art . 5.º , LXXI I I ) 
direito de part icipação (art . 37, § 3.º )
 
 
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Antes de analisarm os as form as dem ocrát icas de part icipação, é im portante 
dist inguir voto , sufrágio e escrut ín io . 
 
 DEMOCRACI A REPRESENTATI VA 
O voto, por sua vez, é inst rum ento de ação polít ica, ou seja, é a form a de o 
cidadão exercer seus direitos polít icos. Daí dizer que o voto é o exercício do 
sufrágio. 
O voto, à luz do nosso ordenam ento e de acordo com o que leciona a dout r ina, 
possui diversas característ icas: 
DEMOCRACI A 
DI RETA part icipat iva
plebiscito, referendo 
e iniciat iva popular
DEMOCRACI A 
I NDI RETA representat iva voto
SUFRÁGI O
• Direito do cidadão de
eleger, ser eleito e de
part icipar da
organização e da
at ividade do Estado.
VOTO
• Exercício do sufrágio.
• Modo de manifestar a
vontade numa
deliberação colet iva,
pela qual se escolhe
quem irá ocupar os
cargos polít icos-elet ivos
em nosso País.
ESCRUTÍ NI O
• Contagem dos votos
colhidos no decorrer de
uma eleição, fase do
processo de apuração
dos votos.
• Concluída a recepção de
votos, as respect ivas
urnas são remet idas à
junta eleitoral para
apuração (Código
Eleitoral, art . 154, VI ) .
A part ir desse momento
inicia-se o escrut ínio da
eleição, ou seja, a
apuração.
 
 
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 DEMOCRACI A PARTI CI PATI VA 
 I n icia t iva Popular 
I N I CI ATI VA POPULAR FEDERAL 
 1% do eleitorado nacional, dist r ibuídos em pelo menos 5 estados-membros com, no 
m ínimo, 0,3% dos eleitores em cada um dos Estados. 
I N I CI ATI VA POPULAR ESTADUAL 
 Disciplinado pela Const ituição de cada Estado. 
I N I CI ATI VA POPULAR MUNI CI PAL 
 5% do eleitoral do município respect ivo. 
 Plebiscito e Referendo Popular 
 
 AQUI SI ÇÃO DOS DI REI TOS POLÍ TI COS 
 A listam ento Ele itora l 
O a listam ento e le itora l const itu i um procedim ento adm inist ra t ivo pelo 
qua l o interessado preenche o requer im ento para se cadast rar com o 
e le itor . 
DI RETO voto exercido direta e pessoalmente pelo eleitor (sem intermediários)
SECRETO não ident ificado
DE I GUAL VALOR cada voto possui mesmo peso
OBRI GATÓRI O todos devem votar (há exceções)
UNI VERSAL exercício por todas as pessoas (que se adequem às condições legais)
PERÍ ODI CO exercido de tempos em tempos
PLEBI SCI TO
consulta popular p révia pela qual os 
cidadãos decidem a respeito de 
assuntos relevantes
REFERENDO
manifestação popular pela qual os 
cidadãos aprovam ou rejeitam 
matéria j á editada
 
 
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 Capacidade e le itora l passiva e a t iva 
 
 Capacidade eleitoral at iva 
A capacidade eleitoral at iva consiste na possibilidade de a pessoa part icipar do 
processo dem ocrát ico, seja por interm édio do voto, seja diretam ente em casos 
de plebiscitos, referendos ou iniciat iva popular. 
 Alistam ento e voto obr igatór ios 
 
 Alistam ento e voto facultat ivos 
 
 Alistam ento e voto não perm it idos 
 
Finalizam os assim a parte relat iva à capacidade eleitoral at iva, analisando os 
principais aspectos da m atéria, que podem ser objeto de prova. 
CAPACI DADE ELEI TORAL 
ATI VA
direito de votar e part icipar 
diretamente da vida polít ica 
do Estado
CAPACI DADE ELEI TORAL 
PASSI VA
direito de ser votado
ALI STAMENTO E 
VOTO 
OBRI GATÓRI OS
aos maiores de 18 anos
ALI STAMENTO E 
VOTO FACULTATI VOS
analfabeto, maiores de 70 anos e 
adolescentes ent re 16 e 18 anos.
NÃO PODEM SE 
ALI STAR
est rangeiro
conscrito
 
 
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 Capacidade e le itora l passiva 
 
 Condições de e legibilidade 
A elegibilidade const itui o direito fundam ental conferido ao cidadão para postular 
um cargo elet ivo no Poder Legislat ivo ou no Poder Execut ivo. Para tanto deverá 
observar certos requisitos. 
 
Vejam os, agora, um esquem a com cada um a das condições de elegibilidade: 
C
A
P
A
C
ID
A
D
E
 E
LE
IT
O
R
A
L 
A
T
IV
A
alistamento e voto 
obrigatórios
maiores de 18 anos (e 
menores de 70)
alistamento e voto 
facultat ivos
analfabetos
maiores de 70
ent re 16 e 18 anos
alistamento e voto não 
perm it idos
est rangeiros
conscritos
PARA A CAPACI DADE ELEI TORAL 
PASSI VA
observar os requisitos de elegibilidade não incorrer nas hipóteses de inelegibilidades
Lei Ordinária
Condições de 
Elegibilidade
Lei 
complementar
Hipóteses de 
I nelegibilidade
 
 
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