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Livro Eletrônico AULA 10 - Resumo Direitos Humanos e Cidadania p/ PRF - Policial - 2017/2018 Professor: Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 1 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Aula 10 Compilado de Resumos Sum ário Considerações I niciais .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 I nt rodução ao Estudo dos Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Teoria Geral dos Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Direitos Humanos na Const ituição Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Polít ica e Programa Nacional de Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 DUDH e Pactos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Sistema Global de Direitos Humanos (parte 01) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Convenção I nternacional sobre a Elim inação de todas as Formas de Discrim inação Racial . . . 69 Convenção sobre a Elim inação de todas as Formas de Discrim inação cont ra Mulher .. . . . . . . . . . . 71 Convenção cont ra a Tortura e out ros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Sistema Global de Direitos Humanos (parte 02) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Convenções sobre o Direito das Crianças ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Convenção I nternacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Proteção às Pessoas Deficientes ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Sistema Regional de Direitos Humanos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) .. . . . . . . . . . . . 87 Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Direitos Humanos sob a Perspect iva Sociológica e Conflitos no Espaço Público .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Considerações Finais .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 2 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques COMPI LADO DE RESUMOS Considerações I n icia is Olá Pessoal. Hoje t razem os um com pilado com os resum os de aula. Trata-se de um m aterial para você usar e abusar na revisão! Bons estudos. I nt rodução ao Estudo dos Dire itos Hum anos CONCEITO: conjunto de faculdades e inst ituições que, em cada m om ento histór ico, concret izam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade hum anas, as quais devem ser reconhecidas posit ivam ente pelos ordenam entos jurídicos em nível nacional e internacional. dignidade: base dos Direitos Hum anos é a dignidade da pessoa . Dire itos Hum anos versus Dire itos Fundam enta is . ESTRUTURA NORMATIVA Princípios fundam entais da est rutura norm at iva: • Dignidade da pessoa hum ana; • Dem ocracia; e • Razoabilidade-proporcionalidade. NORMAS: no âm bito internacional: a) aos t ra tados internaciona is ; b) aos costum es ; e c) aos pr incípios gera is do Dire ito I nternaciona l . no âm bito interno destaca-se: a) Const itu ição Federa l ; DI REI TOS HUMANOS conjunto de valores e direitos na ordem internacional para a proteção da dignidade da pessoa DI REI TOS FUNDAMENTAI S conjunto de valores e direitos posit ivados na ordem interna de determ inado país para a proteção da dignidade da pessoa. ESTRUTURA NORMATI VA DOS DI REI TOS HUMANOS possuem normat ividade aberta, com maior incidência de pr incípios que de regras Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 3 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques b) Leis específicas; e c) Atos norm at ivos secundár ios ( com o decretos execut ivos) . CLASSI FI CAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS { TEORIA DOS STATUS DE JELLINEK 4 status, a part ir da relação ent re o hom em e o Estado: classificação dos Direitos Hum anos com base nos status acim a: { CLASSIFICAÇÃO DO CASO LÜTH { CONCEITO: todos os direitos possuem um viés negativo e positivo ao mesmo tem po. O que varia é a carga ent re um a e out ra, de m odo que os direitos ditos prestacionais possuem tão som ente um a carga prestacional m ais significat iva, ao passo que os direitos negat ivos, possuem um a carga abstencionista m ais intensa. status subject ionis relação na qual a pessoa encont ra-se em estado de sujeição em relação ao Estado. status negat ivus relação na qual a pessoa detém tão somente a prerrogat iva de exigir uma abstenção do Estado status posit ivus relação na qual a pessoa tem a possibilidade de exigir prestações do Estado status act ivus relação na qual a pessoa poderá part icipar na formação da vontade do Estado DI REI TOS DE DEFESA defesa dos direitos liberdade exigem uma abstenção estal negat ivos DI REI TOS PRESTACI ONAI S promoção dos direitos de igualdade exigem uma atuação estatual posit ivos DI REI TOS DE PARTI CI PAÇÃO viabilizam a part icipação do indivíduo na sociedade exigem, ao mesmo tempo, abstenção e prestação m isto Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 4 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS I mpossibilidade de delim itação dos Fundamentos Nega a poss ibilidade de fundam entação dosdire itos hum anos, por vár ios m ot ivos: h á divergências quanto à abrangência ; estão em constante evolução; const ituem categor ia heterogênea; são consagrados a par t ir de juízos de va lor , que não podem ser just if icados e com provados. const itu i disciplina universalm ente aceita e fundada na m ora l . Em sum a: Teor ia Gera l dos Dire itos Hum anos Afirm ação histór ica dos Dire itos Hum anos O estudo da afirm ação histór ica dos Direito Hum anos rem ete à análise dos fatos histór icos que levaram ao surgim ento de direitos e garant ias protet ivos da dignidade das pessoas. O estudo é dividido em 2 partes: 1º . afirm ação do conceito de pessoa na histór ia ; • Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um conjunto de ideias, fruto da razão humana. • CRÍ TI CA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e superiores a quaisquer espécie normat iva, mas decorrente da evolução histórica da sociedade FUNDAMENTO JUSNATURALI STA • São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade posit ivados no ordenamento. • CRÍ TI CA: considerá- lo como único fundamento enfraquece a proteção, porque diante da om issão legislat iva ou cont rária à dignidade, perm ite-se a precarização de tais direitos FUNDAMENTO POSI TI VI STA • Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem sua validade por normas posit ivadas, mas diretamente de valores m orais da colet ividade humana. FUNDAMENTO MORAL É possível delim itar os fundamentos dos Direitos Humanos que se consagraram ao longo do tempo segundo diversas corrente filosóficas. Juntos, os fundamentos j usnaturalista, posit iv ista e moral just ificam a importância dos Direitos Humanos para a sociedade contemporânea. ==114a0== Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 5 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques 2º . g randes etapas histór icas na a firm ação dos dire itos hum anos . AFIRMAÇÃO DO CONCEITO DE PESSOA NA HISTÓRIA GRÉCI A E ATENAS A lei escrita e os costumes são considerados o fundamento de toda a sociedade, repercut indo no regramento dos assuntos, de modo que a pessoa passou a ser objeto de reflexão. FI LOSOFI A ESTOI CA Cent rou a discussão em torno da unidade moral do ser humano e da dignidade do homem, pelo qual devemos compreender todos como iguais embora existam muitas diferenças individuais. CRI STI ANI SMO O cr ist ianismo prega que Jesus é modelo ét ico de pessoa, uma representação fact ível de Deus e de suas dout r inas na terra, que defende a igualdade ent re as pessoas. FI LOSOFI A KANTI ANA Segundo a filosofia de Emmanuel Kant , a igualdade é a essência da pessoa, responsável pelo núcleo do conceito de direitos humanos. Por conta disso, a dignidade da pessoa deve ser considerada um fim em si mesmo, não inst rumento para se chegar a determ inado objet ivo. PENSAMENTO MARXI STA Compreende que houve uma inversão de valores com o desenvolvim ento do modelo capitalista, na medida em que o operário passou a ser considerado coisa, deixando de ser sujeito de direito. A com preensão em torno da pessoa foi valor izada. Juntam ente, alguns conceitos at relados à ét ica e aos com portam entos m orais prevaleceram , indicando a necessidade de serem protegidos a lguns dire itos essencia is ao hom em , em razão de sua natureza . GRANDES ETAPAS HISTÓRICAS NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS AFI RMAÇÃO HSTÓRI CA DOS DI REI TOS HUMANOS Const itui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, cont r ibuíram para o desenvolvimento e para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra, estão relacionados a: At rocidades, guerras e surtos de violência; ou Descobertas cient íficas ou invenções técnicas. PERÍ ODO OBSERVAÇÕES PERÍ ODO AXI AL Marca a passagem do pensamento filosófico, que passa a ser cent rado no ser humano, reconhecendo que o homem é o cent ro das atenções. REI NO DAVÍ DI CO , DEMOCRACI A ATENI ENSE E REPÚBLI CA ROMANA Const ituem formas polít icas nas quais o poder polít ico encont ra-se subordinado à lei, seja por interesse divino (Reino de Davi) , por interesse dem ocrát ico (Atenas) ou pela est rutura segmentada e organizada da sociedade (Roma) . BAI XA I DADE MÉDI A Marca a reação de setores da sociedade cont ra a retomada do poder, exigindo o respeito a direitos de liberdade. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 6 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques - Declaração das Cortes de Lesão de 1188; e - Magna Carta de 1215. SÉCULO XVI I Marca o renascimento de ideais republicanos e democrát icos, com destaque para o sent imento de liberdade e de resistência a governos absolut istas: - cr iação do habeas corpus - Bill Of Rights I NDEPENDÊNCI A AMERI CANA E REVOLUÇÃO FRANCESA Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com despontamento da legit im idade democrát ica, resguardo aos direitos de cidadania e valorização da dignidade. - Declaração de I ndependência dos EUA; e - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. RECONHECI MENTO DOS D I REI TOS HUMANOS SOCI AI S D E ECONÔMI COS E SOCI AI S Marca a reação da classe operár ia e difusão do pensamento socialista, que viabilizou o reconhecimento dos direitos econôm icos e sociais como Direitos Humanos. PRI MEI RA FASE DE I NTERNACI ONALI ZAÇÃO DOS D I REI TOS HUMANOS Marca o surgimento do Direito Humanitár io (Cruz Vermelha) – vertente dos Direitos Humanos – a luta cont ra a escravidão (Ato Geral da Conferência de Bruxelas) , bem como a regulação dos direitos t rabalhistas (cr iação da OI T) EVOLUÇÃO DOS D I REI TOS HUMANOS A PARTI R DE 1 9 4 5 Marca a efet iva internacionalização dos Direitos Humanos, com o reconhecimento da dignidade da pessoa como valor supremo. Proteção I nternacional dos Dire itos Hum anos A parte do Direito I nternacional Público, que se responsabiliza pela tem át ica dos direitos hum anos, por m eio de um conjunto de norm as e de m edidas internacionais voltadas à proteção da dignidade da pessoa em sent ido am plo. PRECEDENTES HI STÓRI COS PRECEDENTES HISTÓRICOS Direito Humanitário Liga das Nações OIT Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 7 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques I NTERNACI ONALI ZAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS A expansão, para além das fronteiras nacionais, dos direitos fundam entais da pessoa hum ana, bem com o a consagração das norm as “ jus cogens” . Quest iona - se o m ot ivo pelo qua l os Estado aceitam se condicionar aos t r a tados internaciona is de dire itos hum anos , um a vez que esses t ratados t razem apenas deveres aos países acordantes, ao cont rár io, por exem plo, de t ratados e acordos econôm icos que t razem ônus e benefícios para os signatár ios. Mot ivos que levaram à intern aciona lização dos Dire itos Hum anos : 1. repúdio às barbáries da 2ª Guerra Mundial; 2. vontade dos Estados de adquir ir legit im idade na arena internacional; 3. form a de estabelecer o diálogo ét ico ent re os povos; 4. finalidade de garant ir um patam ar m ínim o de direitos dignos; 5. intensa atuação da sociedade civil organizada; e 6. indignação da com unidade com o um todo cont ra desrespeito a direitos. Em síntese: SI STEMAS DE PROTEÇÃO I NTERNACI ONAL DOS DI REI TOS HUMANOS A expansão dos Direitos Hum anos ocorreuno planeta todo em planos diferentes . D I REI TO HUMANI TÁRI O conjunto de norm as e de m edidas que objet ivam proteger direitos hum anos dos envolvidos em períodos de guerra. Movimento da Cruz Vermelha L I GA DAS NAÇÕES organism o internacional cr iado com o intuito de prom over a cooperação, a paz e a segurança internacional. "embrião da ONU" OI T organism o internacional que teve por objet ivo inst ituir e prom over norm as internacionais de condições m ínim as e digna de t rabalho. I NTERNACI ONALI ZAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS Const itui a expansão, para além das fronteiras nacionais, dos direitos fundam entais da pessoa hum ana, bem com o a consagração das norm as “ jus cogens” Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 8 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Para além dos sistem as internacionais de Direitos Hum anos, cada país possui um a organização específica em relação ao tem a, denom inados sistem as nacionais de proteção aos Direitos Hum anos. RELAÇÃO ENTRE SISTEMAS SISTEMAS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Sistema Global (ONU) Sistemas Regionais Sistema Europeu de Direitos Humanos Organização dos Estados Americanos (OEA) Organização da Unidade Africana PROTEÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS NO BRASI L Sistema I nterno de Proteção aos Direitos Humanos Sistema Global de Proteção aos Direitos Humanos Sistema Americano de Proteção aos Direitos Humanos Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 9 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques O sistem a internaciona l é subsidiár io , atuando apenas na om issão das norm as de direito interno. A proteção por vár ios planos é posit iva para a m áxim a efet iv idade da proteção . Há ent re os sistem as um a re lação de com plem entar idade , em função de que um sistem a com plem enta out ro que eventualm ente não preveja determ inada regra de proteção específica. Em caso de conflito, será defin ido de acordo com a norm a m ais benéfica à pessoa hum ana (assem elha-se ao in dubio pro operar io, do Direito do Trabalho) 1. Em síntese: TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO I NTERNACI ONAL 1 Envolvendo a temát ica de aplicação da norma mais favorável à dignidade da pessoa, sugere-se a leitura do nosso art igo I nterpretação “pro hom ine” dos Dire itos Hum a nos , disponível em ht tps: / / www.est rategiaconcursos.com.br/ blog/ interpretacao-pro-homine-dos-direitos- humanos/ , acesso em 22.10.2014. SI STEMAS I NTERNOS DE CADA PAÍ S SI STEMA GLOBAL SI STEMAS REGI ONAI S Os sistemas internacionais de proteção aos Direitos Humanos (globais ou regionais) são subsidiár ios ao dever interno de atuação. • A máxima efet ividade dos sistemas de proteção. • A relação de complementaridade ent re sistemas para a integral proteção aos direitos humanos. • A aplicação da norma mais favorável à vít ima de violação a direito humano, quando tutelado por dois ou mais sistemas. I NTER- RELACI ONAMENTO ENTRE SI STEMAS Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 10 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Separação em ram os de proteção internaciona l ( conceito atualm ente cr it icado) Dire itos Hum anos e Responsabilização Estata l CONCEI TO E ELEMENTOS A responsabilidade internacional do Estado é o inst ituto jurídico que visa responsabilizar um a potência soberana pela prát ica de um ato atentatório ( ilícito) ao direito internacional perpet rado cont ra os direitos ou a dignidade de out ro Estado, prevendo certa reparação a este últ im o pelos prejuízos e gravam es que injustam ente sofreu. elem entos : V E R T E N T E S D E P R O T E Ç Ã O IN T E R N A C IO N A L D O S D IR E IT O S H U M A N O S Direitos Humanos Direito Humanitár io Direito dos Refugiados 1 ª VERTENTE: D I REI TOS HUMANOS • Proteção internaciona l à dignidade da pessoa hum ana (conceito) . • Característ icas: a) legit im idade at iva do signatário do t ratado para denunciar lesões a direito humanos; e b) possibilidade de pet icionamento pelo indivíduo que teve seu direito violado junto aos orgãos internacionais. • Organismos I nternacionais: a) ONU; e b) OEA. • Documentos: a) Carta das Nações Unidas; e b) Convenção Americana de Direitos Humanos. 2 ª VERTENTE: D I REI TO HUMANI TÁRI O • Garant ia de paz e segurança dos grupos vulneráveis em razão de conflitos m ilita res e bélicos (conceito) . • Característ icas: a) consolida a posição do indivíduo como sujeito passivo de direito internacional; e b) impossibilidade de pet icionamento pelo indivíduo que teve seu direito humano violado. • Organismos I nternacionais: a) Movimento I nternacional da Cruz Vermelha; e b) Tribunal Penal I nternacional. • Documento: Direito de Genebra. 3 ª VERTENTE: D I REI TO DOS REFUGI ADOS • Proteção cont ra violações a dire itos civis, em decorrência de discr im inações, de lim itações às liberdades de expressão e à opinião polít ica (conceito) . • Marco Histórico: pós 2ª Guerra Mundial, quando houve a necessidade de repat r iamento das vít imas dos conflitos bélicos. • Documento: Estatuto dos Refugiados, de 1951. • Princípios: a) princípio do in dubio pro refugiado; e b) princípio da não-devolução. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 11 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques A responsabilização em regra é reparatór ia, ou seja, busca retornar ao status anterior à violação. Se isso não for possível, é com um a com unidade recorrer à indenização financeira com o form a com pensatória. A responsabilização penal em nosso estudo é excepcional (genocídio, cr im es de guerra e cr im es cont ra a hum anidade) A responsabilização por atos ilícitos de direitos hum anos é objet iva . Vale dizer, o Estado será responsabilizado pela sim ples violação da norm a internacional, independentem ente da dem onst ração de intenção ou culpa. FI NALI DADE DA RESPONSABI LI DADE I NTERNACI ONAL SUJEI TOS PASSI VO E ATI VO São suje itos a t ivos os t itu lares de dire itos e obr igações no plano internaciona l . ELEMENTOS PARA A RESPONSABI LI ZAÇÃO ato ilícito ação ou om issão cont rária à norma internacional de direitos humanos imputabilidade nexo ent re o ato ilícito e o agente causador responsável prejuízo dano ao direito humanos da vít ima FI NALI DADES DA RESPONSABI LI ZAÇÃO prevent iva busca coagir os Estados a observarem as obrigações assum idas repressiva busca reparar atos ilícitos prat icados pelos Estados lim itat iva busca impor lim ites à atuação leviana e arbit rár ia dos Estados, capaz de abalar as relações pacíficas. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 12 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Os suje itos passivos são as pessoas, com unidades ou grupos que sofram a violação de dire itos hum anos . PRÉ-REQUISITOS PARA A RESPONSABILI ZAÇÃO CONSEQUÊNCI AS OBRI GAÇÕES DOS ESTADOS DECORRENTES DE VI OLAÇÃO A DI REI TOS HUMANOS Consequência Observações: Cessação da violação de direito Os Estados são obrigados a agir, incondicionalmente, para a cessação de violaçõesde Direitos Humanos. Consiste no dever de garant ir a dignidade das pessoas. Omissão de futuras violações O Estado deve abster-se de prat icar futuras condutas violadoras de direitos humanos Rest ituição natural Uma vez violado o direito humano, compete ao Estado repará- lo, retornando ao status quo ante. SUJEI TOS PASSÍ VEI S DE RESPONSABI LI ZAÇÃO ESTADO direta, decorrente de ação ou de om issão pelas violações que causar a seus nacionais ou cont ra out ro Estado, indivíduos ou grupo de indivíduos indireta, decorrente de om issão estatal pelas violações perpet radas por residentes cont ra indivíduo ou grupo de indivíduos, quando o Estado NÃO tomar providências. PRÉ- REQUI SI TOS PARA A RESPONSABI LI ZAÇÃO aplicação das norm as de Direitos Hum anos às pessoas não signatárias dos t ratados internacionais esgotam ento dos m ecanism os internos antes da aplicação das norm as de Direito I nternacional Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 13 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Sat isfação Corresponde a todas as formas imateriais de sat isfação de violações a Direitos Humanos como desculpas oficiais, programas de formação e capacitação dos responsáveis pela violação a Direitos Humanos. I ndenização Se a rest ituição natural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a indenização, que pode const ituir em compensação pecuniária. RESPONSABI LI DADE E NORMAS DE JUS COGENS Dire itos Hum anos e Globalização CONSEQUÊNCIAS NEGATI VAS • agravam ento de tendências dest rut ivas da vida social e da vida natural; • const ituição de grandes ent idades privadas t ransnacionais que funcionam com o espécies de “estados privados m undiais” , dispostas a se subm eter aos estados nacionais; • adequação de um a única potência hegem ônica m undial que possui a prerrogat iva de im por sua própria com preensão prát ica, polít ica, econôm ica, social e cultural a todo o m undo; • surgim ento de fenôm eno cultural legit im ador da lógica do sistem a, na perspect iva da afirm ação do pensam ento único. cr ise dos dire itos hum anos , em decorrência da globalização: a) pela ausência de direitos para a população m undial; b) pela atuação cont raditór ia de Estados que, m esm o signatários de t ratados internacionais, violam direitos hum anos; c) pelo esvaziam ento do conteúdo das ações em ancipatórias, na m edida em que os direitos humanos tornaram -se discurso oficial e inst itucional; e d) crise quanto a acepção dos diretos hum anos ante da dita hegem onia de pensam ento único. CONSEQUÊNCIAS POSITI VAS DOS DIREITOS HUMANOS a globa lização com o um projeto civiliza tór io com im plicações profícuas em nosso objeto de estudo. • esca lada m undia l que se concret iza no plano loca l ( nas m ais diversas sociedades) cer tos padrões de just iça e de solidar iedade, • Dever de cooperação mútuo da sociedade para por fim ao estado de violação. • Não se aceita violação, por nenhum Estado, das normas j us cogens, ainda que o Estado violador não tenha assum ido comprom isso internacional de respeitá- lo. • Aplicação de sanções de caráter punit ivo e educat ivo em razão do denominado regime agravado de responsabilidade nas violações de normas j us cogens. RESPONSABI LI DADE E NORMAS "JUS COGENS" Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 14 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques com vistas à proteção da dignidade da pessoa . Trata-se de um a postura universalista em relação ao com part ilham ento dos valores dem ocrát icos. • a globalização, pela aproxim ação de diversos polos, conduz a um pensam ento universa l dem ocrát ico, ent re cujos projetos está a proteção à pessoa . • a globalização tem o condão de expor a ju lgam ento a condução de governos loca is . Em razão disso, eventua is violações a Dire itos Hum anos vêm à tona na sociedade m undia l , favorecendo a m obilização da sociedade cont ra tais com portam entos. GLOBALI ZAÇÃO E D I REI TOS HUMANOS GLOBALI ZAÇÃO EM SENTIDO ESTRI TO globalização econôm ica; prejudicial à proteção almejada pelos Direitos Humanos; e a globalização enquanto um processo econôm ico t rouxe mais malefícios que benefícios aos direitos humanos, especialmente violações dos direitos sociais, econôm icos e culturais (direitos de segunda dimensão) . GLOBALI ZAÇÃO EM SENTIDO AMPLO globalização civilizatória; favorável à expansão dos Direitos Humanos; e em out ro turno a globalização considerada em sent ido amplo favoreceu à dissem inação de polít icas e condutas protet ivas dos direitos humanos e age como mecanismo inibidor de violações a esses direitos pela exposição internacional. Dire itos Hum anos na Const itu ição Federa l ( par te 0 1 ) Histór ico dos Dire itos Hum anos no Brasil No Brasil os dire itos hum anos foram previstos para o futuro , com o norm as program át icas , para futura e progressiva im plantação. Enfrentam os, com frequência, o problem a da efet iv idade dos direitos. Em bora prescr itos e em pleno vigor, não são aplicados e assegurados na prát ica. Dire itos Hum anos na Const itu ição da República de 1 9 8 8 PRINCÍ PIOS FUNDAMENTAIS República Federat iva do Brasil Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 15 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Fundam entos da República SEPARAÇÃO DOS PODERES - assegura a repart ição equilibrada dos poderes ent re órgãos dist intos. Essa dist r ibuição de poderes, confere equilíbr io à Federação. Paralelam ente, foi inst ituído um sistem a de freios e cont rapesos, de form a que nenhum possa ult rapassar os lim ites, sem ser cont ido pelos dem ais. OBJETI VOS DO ESTADO BRASILEI RO FORMA DE GOVERNO República FORMA DE ESTADO Federação REGI ME DE GOVERNO Democrát ico FUNDAMENTOS DA REPÚBLI CA soberania cidadania dignidade da pessoa humana valores sociais do t rabalho e da livre iniciat iva pluralismo polít ico SO-CI -DI -VAL-PLU Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 16 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques fundamentos versus objet ivos: PREVALÊNCIA DOS DIREI TOS HUMANOS COMO PRINCÍPIO REGENTE DAS RELAÇÕES INTERNACIONAI S APLICAÇÃO IMEDIATA E CATÁLOGO ABERTO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS objet ivos fundamentais sociedade livre, justa e solidária desenvolvimen to nacional erradicão da pobreza e da marginalização redução das desigualdades sociais e regionais promoção do bem de todos • base de sustentação • define o ponto de part ida FUNDAMENTOS • define o ponto de chegadaOBJETI VOS • independência nacional • prevalência dos direitos humanos • autodeterm inação dos povos • não- intervenção • igualdade ent re os Estado • defesa da paz • solução pacífica dos conflitos • repúdio ao terrorismo e ao racismo • cooperação ent re os povos para o progresso da humanidade • concessão de asilo polít ico PRI NCÍ PI OS QUE REGEM A REPÚBLI CA NAS RELAÇÕES I NTERNACI ONAI S Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 17 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques a aplicabilidade im edia ta dos direitos e garant ias fundam enta is , cuja concret ização jurídica não está condicionada a nenhum out ro fator. “catá logo aberto de dire itos ” - os dire itos hum anos posit ivados na Const itu ição não esgot am a proteção à pessoa . DIREI TOS E GARANTIAS I NDIVIDUAIS COMO CLÁUSULAS PÉTREAS Não será objeto de deliberação a proposta de em enda tendente a abolir os direitos e garant ias individuais. REGRAMENTO DIFERENCIADO DOS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DE DIREI TOS HUMANOS Os t ratados internacionais podem assum ir diferentes posições, perante a organização hierárquica das norm as no direito brasileiro. Conform e atual posicionam ento do STF: • t ratados internacionais de Dire itos Hum anos aprovados com quórum de em enda const ituciona l : possuem status de em enda const itucional, no m esm o patam ar hierárquico da Const ituição Federlal; • t ratados internacionais de Dire itos Hum anos aprovados com quórum de norm a infraconst ituciona is : possuem status de norm a supralegal, em ponto interm ediár io, acim a das leis, abaixo da Const ituição Federal. • dem ais t ra tados internacionais, independentem ente do quórum de aprovação : possuem status de norm a infraconst itucional. SUBMI SSÃO AO TRI BUNAL PENAL I NTERNACI ONAL O Brasil se submete à jur isdição de Tribunal Penal I nternacional a cuja cr iação tenha m anifestado adesão. INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTI ÇA FEDERAL EM CASO DE GRAVE VIOLAÇÃO A DIREITO HUMANO MODIFI CAÇÕES PERPETRADAS NA CF PERPETRADAS EM DIREI TOS HUMANOS • somente o PGR poderá ingressar com o incidente; • a pet ição deverá ser apresentada perante o STJ; e • o expediente processual tem por finalidade deslocar o julgamento de determ inado processo da just iça especializada ou just iça estadual para a just iça federal. I MPORTANTE! Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 18 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Noções de Teor ia Gera l dos Dire itos Fundam enta is ORI GEM E CONCEI TO Os direitos fundam entais nada m ais são do que os direitos hum anos posit ivados no texto const itucional. DI REI TOS HUMANOS = DI REI TOS FUNDAMENTAI S Dim ensões: Dignidade da pessoa humana como fundamento da República, valor cent ral e orientador de todo o ordenamento jurídico brasileiro. Dignidade da pessoa humana como objet ivo da Federação. Prevalência dos Direitos Humanos como princípio orientador do Brasil nas relações internacionais. Posit ivação expressa de um rol de Direitos Humanos Aplicabilidade I mediata dos Direitos Humanos Catálogo aberto de Direitos Humanos (aceitação dos previstos nos inst rumentos internacionais) Direitos Sociais como espécie de Direitos Fundamentais; Direitos e garant ias individuais como cláusulas pét reas de nosso Estado. Formação de Tribunal I nternacional dos Direitos Humanos. Regramento diferenciado dos t ratados internacionais de Direitos Humanos. Possibilidade de subm issão ao Tribunal Penal I nterncional I ncidente de descolamento de competência para a Just iça Federal em caso de grave violação a direito humano. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 19 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques 1 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS HUMANOS 2 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS HUMANOS 3 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS HUMANOS direitos direitos civis e polít icos direitos sociais, culturais e econôm icos direitos difusos e colet ivos associação ao lem a da Revolução Francesa Liberdade igualdade fraternidade m arco histórico Revolução Glor iosa na I nglaterra I ndependência dos EUA Revolução Francesa Revolução Mexicana Revolução Russa Pós-2ª Guerra Mundial Surgimento da ONU m arco teórico “Segundo Tratado sobre o Governo” (John Locke) “O Cont rato Social” (Jean-Jacques Rousseau) “Encíclica Rerum Novarum” (Papa Leão XI I I ) “Manifesto do Part ido Comunista” (Karl Marx e Frederich Engels” t rabalhos acadêm icos que visem à proteção universal e solidár ia da humanidade m arco jurídico Const ituição Americana de 1787 Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 Const ituição Mexicana de 1917 Const ituição de Weimar de 1919 Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 evolução da sociedade passagem do Estado Absolut ista para o Estado de Liberal passagem do Estado Liberal para o Estado Social Revolta da sociedade cont ra as at rocidades das guerras mundiais exem plo direito à liberdade de expressão direito à saúde direito ao meio ambiente 4 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS HUMANOS 5 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS HUMANOS direito pesquisas biológicas e à manipulação do pat r imônio genét ico das pessoas (Norberto Bobbio) direitos à paz tutela da democracia, do direito à informação e o pluralismo polít ico (Paulo Bonavides) m arco histór ico Lei de Biossegurança (Lei 11.105/ 2005) 11 de Setembro DIREI TOS FUNDAMENTAIS VERSUS GARANTIAS FUNDAMENTAIS 1 Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 20 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Dire ito fundam enta l const itui um in teresse ou um a faculdade jur idicam ente protegida em razão de possui valores essenciais da ordem jurídica. Garant ia fundam enta l , por sua vez, const itui um procedim ento específ ico , um a salvaguarda, cuja f ina lidade é confer ir e f iciente prote ção a dire itos fundam enta is . CLASSI FICAÇÃO DAS GARANTIAS GARANTI AS PROCESSUAI S são os remédios const itucionais habeas corpus, habeas data etc. GARANTI AS MATERI AI S São as garant ias propriamente ditas sigilo bancário é garant ia material da privacidade, da int im idade etc. GARANTI AS I NSTI TUCI ONAI S são inst itutos que a CF consagra e que visa em últ ima instância preservar o Estado Democrát ico de Direito em que se baseiam os direitos fundamentais. independência do Poder Judiciár io é garant ia inst itucional de todos os direitos na medida em que os protege de violação do próprio Estado; separação de Poderes visa proteger a liberdade humana etc. FUNDAMENTOS TI TULARI DADE T I TULARI DADE ATI VA T I TULA RI DADE PASSI VA Pessoas natura is : t itular idade de todos os direitos fundamentais. Pessoas jur ídicas : t itular idade dos direitos fundamentais compat íveis, como o direito à propriedade. Poder Público : abrangendo o Poder Execut ivo, Legislat ivo e Judiciár io. • Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um conjunto de ideias, fruto da razão humana. • CRÍ TI CA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e superiores a quaisquer espécie normat iva, mas decorrente da evolução histórica da sociedade FUNDAMENTO JUSNATURALI STA • São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade posit ivados no ordenamento. • CRÍ TI CA: considera os Direitos Humanos como único fundamento enfraquece a proteção, porque diante da om issão legislat iva ou de cont rária à dignidade perm ite-se a precarização de tais direitos FUNDAMENTO POSI TI VI STA • Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem sua validade por normas posit ivadas, mas diretamente de valores morais da colet ividade humana. FUNDAMENTO MORAL 1 Prof. Ricardo Torques w w w.est ra tegiaconcursos.com .br 21 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Poder público : t itular idade de direitos fundamentais compat íveis, como as garantais processual do cont raditór io, ampla defesa etc. Entes despersonalizados : são t itulares considerando os direitos de 3ª dimensão como as comunidades indígenas. E os anim ais, são t itulares de dire itos fundam enta is? Embora haja internacionalm ente países que at r ibuam direitos fundamentais aos animais, nosssa CF adota adita uma visão ant ropocêntr ica (homem é o cent ro) de forma que a fauna e a flora são objetos de tutela const itucional na qualidade de bens jurídicos, e não de sujeitos de direitos. Ordem I nternacional. A própria sociedade. LI MI TAÇÕES AOS DI REI TOS FUNDAMENTAI S Não há direito absoluto em nosso ordenam ento. Até m esm o o direito à vida poderá ser rest r ingido em hipóteses excepcionais. Alguns direitos fundam entais sofrem lim itação pela própria Const ituição. Existem direitos fundam entais sujeitos à reserva legal qualif icada. Existem tam bém direitos fundamentais que sofrem lim itação em razão da tutela de out ro direito fundam ental. É o que se denom ina de reserva legal sim ples. Nesses casos, quando dois direitos fundam entais colidem , eles cedem para sejam resolvidos os conflitos sociais. Dire itos Fundam enta is em Espécie DIREI TOS INDIVIDUAIS VERSUS DI REITOS COLETIVOS Direitos individuais - são os direitos fundam enta is do hom em enquanto indivíduo isolado . São aqueles que reconhecem autonom ia aos part iculares, garant indo a iniciat iva e independência diante dos dem ais m em bros da sociedade polít ica e do próprio Estado. Por isso, a dout r ina costum a englobá- los na concepção de liberdade - autonom ia . Direitos colet ivos - são direitos fundam entais aplicáveis às pessoas enquanto colet iv idade. DIREI TOS BÁSICOS DO CAPUT DO ART. 5º LI MI TAÇÕES DE DI REI TOS Reserva Legal Qualificada lim itação pela própria CF Reserva Legal Simples lim itação em razão da colisão ent re direitos fundamentais 4 Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 22 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques DIREI TO À IGUALDADE (OU ISONOMIA) igualdade versus gerações de direito O pr incípio da isonom ia opera em dois planos dist intos . ações afirm at ivas: DI REI TOS BÁSI COS DO ART. 5 º Direito a I gualdade Direito a Vida Direito a Liberdade Direito a Segurança Direito a Propriedade 1 ª GERAÇÃO igualdade form al 2 º GERAÇÃO igualdade substancial 3 º GERAÇÃO igualdade pluralista (direito de ser diferente) • É a igualdade frente ao legislador ou ao próprio execut ivo, na edição de leis de um modo geral, impedindo que se possa conferir t ratamento abusivamente diferenciado a pessoas que se encont ram em situações idênt icas. I GUALDADE NA LEI • I mplica na obrigator iedade do intérprete de aplicar a lei de maneira igualitár ia, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou polít icas, raça, classe social. I GUALDADE PERANTE A LEI a Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 23 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques DIREI TO À VIDA Quando com eça a vida? Em bora não haja um posicionam ento uníssono, o entendimento atual m ajoritár io é no sent ido de que a vida inicia-se com o nascim ento, contudo, a legislação protege os direitos do concepturo (em brião concebido, porém não nascido) . Aborto NECESSÁRI O ( ou terapêut ico) Envolve as situações de r isco de vida para a mãe, hipótese em que surge conflito de dois direitos fundamentais de igual natureza: a vida da mãe e do feto. É perm it ido, tem previsão no Código Penal e não depende autorização judicial. SENTI MENTAL ( ou hum anitár io) Envolve os casos de estupro. Do mesmo modo, há conflito ent re direitos fundamentais: a vida do feto e a honra ou liberdade sexual da mãe. Do mesmo modo, é perm it ido, conforme disposto na legislação penal, contudo, depende de anuência da genitora ou do representante legal. EUGENÉSI CO POR I MPOSSI BI LI DADE DE SOBREVI VÊNCI A DO FETO POR DEFORMAÇÃO FÍ SI CA OU GENÉTI CA Envolve o conflito de dois direitos fundamentais de naturezas diferentes: a vida do feto e a integridade física ou psicológica da mãe. O STF, conferindo interpretação conforme a Const ituição à t ipificação legal do cr ime de aborto, entendeu possível o aborto de anecéfalos se ficar constatada a impossibilidade de vide ext rauterina. EUGENÉSI CO POR RI SCO DE ENFERMI DADE É o aborto em razões de r isco de deformação do feto. Nesse caso, surge conflito de dois direitos fundamentais de naturezas diferentes: a vida do feto e a liberdade e o conforto dos pais. Não é adm it ido no Brasil. SOCI AL Situações em o aborto é realizado por conveniência. Não é adm it ido no Brasil. AÇÕES AFI RMATI VAS São mecanismos dest inados a proteger certos grupos, enfocando-os a part ir de uma realidade histórica de marginalização social ou de hipossuficiência decorrente de out ros fatores, estabelecendo medidas de compensação, enquanto persist irem tais fatores, para concret izar, ao menos em parte, uma igualdade de oportunidades com os demais indivíduos que não sofreram as mesmas espécies de rest r ições (cotas para negros, mulheres, portadores de deficiência) . 0 Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 24 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Morte EUTANÁSI A A eutanásia pode ocorrer por aplicação de remédios quando se deixar de ser adotada medida para salvação, quando alguém a vida de alguém está em condição de sofr imento insuportável e que não tem perspect ivas de melhoras. Não é perm it ido no Brasil. ORTANÁSI A Const itui a morte natural, sem interferência da ciência, perm it indo ao paciente morte digna, sem sofr imento, deixando a evolução e percurso da doença. Nesse caso são evitados métodos ext raordinários de suporte de vida, como medicamentos e aparelhos, em pacientes irrecuperáveis e que já foram submet idos a suporte avançado de vida. DIREI TO À LIBERDADE Os direitos de liberdade são denom inados de direitos de pr im eira dim ensão, tam bém conhecidos com o liberdades públicas. O direito de liberdade fundam enta a autonom ia pr ivada e decorre do pr incípio dem ocrát ico. Ao longo dos incisos do texto const itucional haverá vár ios out ros incisos que são decorrências do direito à liberdade. DIREI TO À SEGURANÇA – com preende: 1. A segurança em geral, decorrentes dos pr incípios da legalidade e da irret roat iv idade. Im plica na garant ia que lhe assegura o direito de fazer tudo aquilo que não est iver vedado por lei. É um a segurança para o indivíduo no exercício de suas ações. 2. A segurança à vida int im a, que im plica no respeito à pr ivacidade, honra e im agem ; e 3. A segurança em m atéria judiciár ia, que envolve direitos ligados aos processos judiciais, com o a garant ia da coisa julgada, direito adquir ido e ato jurídico perfeito; e 4. A segurança em m atéria penal, que reporta-se ao dever do Estado de m anter a ordem e o Estado Const itucional de Direito. INCISOS DO ART. 5º * vam os destacar os principais incisos, que caem com m ais frequência em provas. é livre a m anifestação dopensam ento, sendo VEDADO o anonim ato. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garant ida, na form a da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. NINGUÉM será privado de direitos por m ot ivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou polít ica, SALVO se as invocar para exim ir-se de obr igação legal a todos im posta E recusar-se a cum prir prestação alternat iva, fixada em lei. é livre a expressão da at iv idade intelectual, art íst ica, cient ífica e de com unicação, INDEPENDENTEMENTE de censura ou licença. são invioláveis a int im idade, a vida privada, a honra e a im agem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano m aterial ou m oral decorrente de sua violação. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 25 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques A casa é asilo inviolável do indivíduo, NINGUÉM nela podendo penet rar sem consent im ento do m orador, SALVO em caso de flagrante delito ou desast re, ou para prestar socorro, ou, DURANTE O DIA, por determ inação judicial. É inviolável o sigilo da correspondência e das com unicações telegráficas, de dados e das com unicações telefônicas, SALVO, no últ im o caso [ com unicações telefônicas] , por ordem judicial, nas hipóteses e na form a que a lei estabelecer para fins de invest igação cr im inal ou inst rução processual penal. É livre o exercício de qualquer t rabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualif icações profissionais que a lei estabelecer; Todos podem reunir-se pacificam ente, sem arm as, em locais abertos ao público, I NDEPENDENTEMENTE de autor ização, DESDE QUE não frust rem out ra reunião anteriorm ente convocada para o m esm o local, sendo apenas exigido prévio aviso à autor idade com petente; É plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter param ilitar. A cr iação de associações e, na form a da lei, a de cooperat ivas INDEPENDEM de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionam ento. As associações só poderão ser com pulsor iam ente dissolvidas ou ter suas at iv idades suspensas por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no prim eiro caso, o t rânsito em julgado. NINGUÉM poderá ser com pelido a associar-se ou a perm anecer associado. As ent idades associat ivas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legit im idade para representar seus filiados judicial ou ext rajudicialm ente. A lei estabelecerá o procedim ento para desapropriação por necessidade ou ut ilidade pública, OU por interesse social, m ediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Const ituição. No caso de im inente perigo público, a autor idade com petente poderá usar de propriedade part icular, assegurada ao proprietár io indenização ulter ior, se houver dano [ requisição adm inist rat iva] . A pequena propriedade rural, assim definida em lei, DESDE QUE t rabalhada pela fam ília, NÃO será objeto de penhora para pagam ento de débitos decorrentes de sua at iv idade produt iva, dispondo a lei sobre os m eios de financiar o seu desenvolvim ento. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos inform ações de seu interesse part icular, ou de interesse colet ivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, RESSALVADAS aquelas cujo sigilo seja im prescindível à segurança da sociedade e do Estado. A prát ica do racism o const itui cr im e I NAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena de reclusão, nos term os da lei. A lei considerará cr im es INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA a prát ica da tortura , o t ráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 26 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques terror ism o e os definidos com o cr im es hediondos, por eles respondendo os m andantes, os executores e os que, podendo evitá- los, se om it irem . Const itui cr im e I NAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos arm ados, civ is ou m ilitares, cont ra a ordem const itucional e o Estado Dem ocrát ico. NENHUM brasileiro será ext raditado, SALVO o naturalizado, em CASO DE CRIME COMUM, PRATICADO ANTES DA NATURALIZAÇÃO, ou de com provado ENVOLVI MENTO EM TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS [ pode ser após regular naturalização] , na form a da lei. NÃO será concedida ext radição de est rangeiro por cr im e polít ico ou de opinião. NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo inadim plem ento voluntár io e inescusável de obrigação alim ent ícia e a do depositár io infiel [ não m ais aplicável] . Tute las Const itucionais das Liberdades HABEAS CORPUS conceder-se-á "habeas-corpus" sem pre que alguém sofrer ou se achar am eaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locom oção, por ilegalidade ou abuso de poder. MANDADO DE SEGURANÇA Conceder-se-á m andado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am parado por "habeas-corpus" ou "habeas-data" , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autor idade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de at r ibuições do Poder Público; Mandado de segurança colet ivo pode ser im pet rado por: • part ido polít ico com representação no Congresso Nacional; • organização sindical, ent idade de classe ou associação legalm ente const ituída e em funcionam ento há pelo m enos um ano, em defesa dos interesses de seus m em bros ou associados. AÇÃO POPULAR qualquer cidadão é parte legít im a para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pat r im ônio público ou de ent idade de que o Estado part icipe, à m oralidade adm inist rat iva, ao m eio am biente e ao pat r im ônio histór ico e cultural, ficando o autor, salvo com provada m á- fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. HABEAS DATA Conceder-se-á "habeas-data" : • para assegurar o conhecim ento de inform ações relat ivas à pessoa do im pet rante, constantes de regist ros ou bancos de dados de ent idades governam entais ou de caráter público; • para a ret if icação de dados, quando não se prefira fazê- lo por processo sigiloso, j udicial ou adm inist rat ivo. MANDADO DE INJUNÇÃO conceder-se-á m andado de injunção sem pre que a falta de norm a regulam entadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades const itucionais e das prerrogat ivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 27 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Dire itos Hum anos na Const itu ição Federa l ( par te 0 2 ) Dire itos Socia is DI MENSÃO: espécie de Direitos Hum anos de segunda dim ensão. CONCEITO: são um conjunto de prerrogat ivas que objet ivam a im plem entação de direitos hum anos por m eio da atuação estatal. São, por isso, denom inados de dire itos prestaciona is , que exigem um a atuação efet iva e m aterial do Estado na sua prom oção. CLÁUSULAS PÉTREAS: CLASSI FICAÇÃO: DI REI TOS SOCI AI S caput do art . 6º VEDAÇÃO DO RETROCESSO Por vedação ao ret rocesso, aplicada aos direitos sociais, devem os com preender que os direitos vinculam o legislador infraconst ituciona l, ex igindo um com portam ento a t ivo na prom oção dos direitos prestacionais assegurados. Parte-se da ideia que esses dire itos devem ser incessantemente buscados e constantem ente am pliados de form a at ingirm os os objet ivos fundam entais que estam os no art . 3º . DI REI TOS DOS TRABALHADORES DI REI TOS SOCI AI S também são protegidos como cláusulas pét reas D I REI TOS SOCI AI S • direitos sociais genéricos • direitos sociais individuais do t rabalhador; • direitos de proteção ao t rabalho; • direitos de proteção à cont raprestação ao empregado • direitos relacionados à duração, descansos e intervalos de jornada; • direitos de não-discrim inação na relação de t rabalho; • direitos de saúde e medicina do t rabalho; • direitos colet ivos do t rabalho; • liberdade de associação profissionais ou sindical; • direito de greve. saúde alimentação t rabalho moradia lazer segurança previdência social proteção à maternidade e à infância assistência aos desamparados t ransporte Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 28 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques princípios dest inatários: DESTI NATÁRI OS DOS DI R EI TOS CONSTI TUCI ONALMENTE ASSEGURADOS , DE ACORDO COM TEXTO DA CRFB aplicam-se todos os direitos previstos aos: aplicam-se apenas parte dos direitos aos: não se aplicam os direitos aos: Empregados urbanos (assim considerados aqueles que se amoldam ao art . 2º , da CLT) . Empregados domést icos (assim considerados aqueles que se amoldam ao art . 1º , da LC 150/ 2015. Trabalhador eventual (cujo conceito é ext raído do art . 12, I V, da Lei 8.212/ 1991) . Empregados rurais (assim considerados aqueles que se amoldam ao art . 2º , da Lei 5.889/ 1973) . Trabalhador autônomo (cujo conceito é ext raído do art . 12, V, da Lei 8.212/ 1991) . Trabalhador avulso (cujo conceito é ext raído do art . 12, VI , da lei 8.212/ 1991) . Trabalhador temporário (assim considerados aqueles que se amoldam ao art . 2º , da Lei 6.019/ 1974) . Caput do art . 7º , da CRFB Direitos dos Trabalhadores em espécie ( incisos do art . 7º ) (destacam os os principais direitos) • re lação de em prego protegida cont ra despedida arbit rár ia ou sem justa causa , nos term os de lei com plem entar, que preverá indenização com pensatória, dent re out ros direitos; • a im portância que a CF conferiu ao t rabalho; e • a necessidade de conjugá- los harm onicam ente com as at ividades da iniciat iva privada e a ordem econôm ica. ESSES DI SPOSI TI VOS EVI DENCI AM RESERVA DO POSSÍ VEL implementação segundo condições econôm ico- financeiras do Estado. MÍ NI MO EXI STENCI AL conjunto de direitos sociais imprescindíveis à vida digna. VEDAÇÃO AO RETROCESSO garant ia de estabilidade a direito social efet ivado. Empregados urbanos e empregados rurais recebem o mesmo t ratamento const itucional em relação aos seus direitos. O rol constante do art . 7º , da CF, é exemplificat ivo. Às leis, aos t ratados internacionais e à negociação colet iva é dada a tarefa de ampliar esses direitos Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 29 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques • seguro - desem prego , em caso de desem prego involuntár io ; • sa lár io m ínim o , fixado em lei, nacionalm ente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fam ília com m oradia, alim entação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, t ransporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisit ivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim ; • duração do t rabalho norm al não superior a oito horas diár ias e quarenta e quat ro sem anais, facultada a com pensação de horár ios e a redução da jornada, m ediante acordo ou convenção colet iva de t rabalho; • repouso sem anal rem unerado, preferencialm ente aos dom ingos; • rem uneração do serviço ext raordinár io superior, no m ínim o, em cinqüenta por cento à do norm al; • gozo de fér ias anuais rem uneradas com , pelo m enos, um terço a m ais do que o salário norm al; • assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascim ento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; • seguro cont ra acidentes de t rabalho, a cargo do em pregador, sem excluir a indenização a que este está obr igado, quando incorrer em dolo ou culpa; • ação, quanto aos créditos resultantes das relações de t rabalho, com prazo prescr icional de cinco anos para os t rabalhadores urbanos e rurais, até o lim ite de dois anos após a ext inção do cont rato de t rabalho; • proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cr itér io de adm issão por m ot ivo de sexo, idade, cor ou estado civil; • proibição de dist inção ent re t rabalho m anual, técnico e intelectual ou ent re os profissionais respect ivos; • proibição de t rabalho noturno, per igoso ou insalubre a m enores de dezoito e de qualquer t rabalho a m enores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a part ir de quatorze anos; • igualdade de direitos ent re o t rabalhador com vínculo em pregat ício perm anente e o t rabalhador avulso. Proteção const itucional aos em pregados dom ést icos (§ único do art . 7º , da CF) ( 1 ) São direitos assegurados desde logo aos t rabalhadores dom ést icos independentem ente de regulam entação infraconst itucional: I V Salár io m ínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, t ransporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisit ivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim . VI I rredut ibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo colet ivo. VI I Garant ia de salár io, nunca inferior ao m ínim o, para os que percebem remuneração variável. VI I I Décimo terceiro salár io com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. X Proteção do salário na forma da lei, const ituindo crime sua retenção dolosa. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 30 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques XI I I Duração do t rabalho normal não superior a oito horas diár ias e quarenta e quat ro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção colet iva de t rabalho. XV Repouso semanal remunerado, preferencialm ente aos dom ingos. XVI Remuneração do serviço ext raordinário superior, no m ínimo, em cinquenta por cento à do normal. XVI I Gozo de fér ias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salár io normal. XVI I I Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias. XI X Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. XXI Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no m ínimo de t r inta dias, nos termos da lei. XXI I Redução dos r iscos inerentes ao t rabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. XXI V Aposentadoria. XXVI Reconhecimento das convenções e acordos colet ivos de t rabalho. XXX Proibição de diferença de salár ios, de exercício de funções e de cr itér io de adm issão por mot ivo de sexo, idade, cor ou estado civil. XXXI Proibição de qualquer discrim inação no tocante a salário e cr itér ios de adm issão do t rabalhador portador de deficiência. XXXI I I Proibição de dist inção ent re t rabalho manual, técnico e intelectual ou ent re os profissionais respect ivos. ( 2 ) São direitos assegurados aos em pregadosdom ést icos, que foram regulam entados pela Lei Com plem entar nº 150/ 2015. I Relação de emprego protegida cont ra despedida arbit rár ia ou sem justa causa, nos termos de lei complem entar, que preverá indenização compensatória, dent re out ros direitos. I I Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. I I I Fundo de garant ia do tempo de serviço. I X Remuneração do t rabalho noturno superior à do diurno. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 31 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques XI I Salár io- família pago em razão do dependente do t rabalhador de baixa renda nos termos da lei. XXV Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas. XXVI I I Seguro cont ra acidentes de t rabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Dire itos de Naciona lidade na Const itu ição Fede r a l POVO v ersus NACI ONALI DADE MODOS E CRI TÉRI OS DE AQUI SI ÇÃO DA NACI ONALI DADE NACI ONALI DADE BRASI LEI RA Brasileiro Nato NASCI DOS NO BRASI L (art . 12, I , a, da CF) . NACI ONALI DADE A nacionalidade é considerada o v ínculo jur ídico- polít ico estabelecido ent re o indivíduo e determ inado Estado . NACI ONALI DADE ORI GI NÁRI A nato ADQUI RI DA naturalizado CRI TÉRI OS PARA AFERI ÇÃO DA NACI ONALI DADE • terr itor ial ( ius soli) • sanguíneo ( ius sanguini) Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 32 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques NASCI DO NO ESTRANGEI RO EM QUE UM DOS PAI S É BRASI LEI RO E ESTEJA A SERVI ÇO DO BRASI L (art . 12, I , b, da CF) . NASCI DO NO ESTRANGEI RO, DE PAI OU MÃE BRASI LEI RA, QUE SEJA REGI STRADO EM REPARTI ÇÃO BRASI LEI RA OU QUE VENHA A RESI DI R EM NOSSO PAÍ S E OPTE PELA NACI ONALI DADE BRASI LEI RA APÓS ATI NGI R A MAI ORI DADE CI VI L (art . 12, I , c, da CF) . Síntese: Brasileiro Naturalizado FI LHO DE PAI S ESTRANGEI ROS QUE NASCE NO BRASI L regra brasileiro exceção est rangeiro SE AO MENOS UM DOS PAI S ESTI VER A SERVI ÇO DO PAÍ S DE ORI GEM Ao menos um dos pais brasileiros E Esse genitor deve estar a serviço do Brasil B R A S IL E IR O N A T O nascer no Brasil, desde que os pais est rangeiros não estejam a serviço de seus respect ivos países nascer no est rangeiro, porém filho de pai e/ ou mãe brasileiros, que estão no exterior a serviço do Brasil nascido no est rangeiro, de pai ou mãe brasileiros, que não estejam à serviço do Brasil, desde que: seja resgist rado em repart ição competente OU venha residir no Brasil e opte, em qualquer tempo depois de at ingir a maioridade civil, pela nacionalidade brasileira. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 33 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques NATURALI ZAÇÃO TÁCI TA NÃO EXI STE EM NOSSO ORDENAMENTO j urídico atual a naturalização tácita. NATURALI ZAÇÃO EXPRESSA A naturalização expressa é a que depende de requer im ento, pelo qual a pessoa interessada dem onst ra que pretende ser brasileiro. NATURALIZAÇÃO ORDINÁRI A Em relação aos est rangeiros or iginár ios de países que falam a língua portuguesa, são dois os requisitos exigidos no art . 12, I I , a, da CF: NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (QUINZENÁRIA) Condições em que será possível aos dem ais est ra ngeiros se tornar brasileiro naturalizado. São t rês os requisitos: NATURALI ZADOS tácita expressa ordinária ext raordinária 1º - residência por um ano ininterrupto 2º - idoneidade moral NATURALI ZAÇÃO ORDI NÁRI A aplica-se a todos os países que falarem o português oficialmente requisitos 1º - residência por um ano ininterrupto 2º - idoneidade moral Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 34 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Síntese: NATURALI ZAÇÃO ORDI NÁRI A NATURALI ZAÇÃO EXTRAORDINÁRI A OBSERVAÇÕES NATURALI ZAÇÃO DAQUELES QUE FALAM PORTUGUÊS NATURALI ZAÇÃO DOS DEMAI S Residência por 1 ano ininterrupto Residência por 15 anos ininterruptos Notem que naturalização ext raordinária exige muito mais tempo de permanência no Brasil. I doneidade m oral Ausência de condenação penal Notem que na naturalização ext raordinária a pessoa não poderá ter qualquer envolvimento com prát icas ilícitas. - - Requerim ento do interessado Em relação ao requerimento, embora a CF exija-o expressamente na naturalização ext raordinária apenas, tal requisito também é exigido na naturalização ordinária, segundo legislação infraconst itucional. Discricionár ia Vinculada quanto à decisão QUASE- NACI ONALI DADE Tem por finalidade conferir um t ratam ento diferenciado aos portugueses que, em bora não desejem se tornar brasileiros, aqui perm aneçam . 1º - Residência por 15 anos ininterruptos 2º - Ausência de condenação penal 3º - Requerimento do interessado NATURALI ZAÇÃO ORDI NÁRI A (portugueses) DI SCRI CI ONÁRI A NATURALI ZAÇÃO EXTRAORDI NÁRI A (demais) VI NCULADA NATURALI ZAÇÃO DOS DEMAI S ESTRANGEI ROS requisitos 1º - 15 anos de residência ininterrupta 2º - ausência de condenação penal 3º - requerimento do interessado Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 35 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques A CF assegura aos quase - naciona is os dire itos inerentes aos brasile iros , a não ser as exceções const itucionais. A CF exige seja observada a RECI PROCI DADE de t ratam ento dos portugueses em relação ao Brasil. Para conc essão da reciprocidade é necessár io a aquiescência form al do Estado brasile iro e o requer im ento por par te do por tuguês interessado . TRATAMENTO JURÍ DI CO DO BRASI LEI RO NATO E NATURALI ZADO NÃO EXI STE TRATAMENTO DI FERENCI ADO ENTRE BRASI LEI ROS NATOS E NATURALI ZADOS, SALVO RESTRI ÇÕES PREVI STAS NA CF . Ext radição (art . 5º , LI ) Perda da nacionalidade (art . 12, § 4º , I ) São duas as hipóteses, portanto, em que o brasileiro poderá perder a nacionalidade. 1 ª hip ótese : perde-se a nacionalidade se p ra t icado a lgum ato nocivo ao interesse naciona l . Essa hipótese é pr ivat iva para brasile iro n atura lizado , pois m enciona o cancelam ento da naturalização. 2 ª hipótese : se a pessoa optar livrem ente por out ra naciona lidade perderá a nossa . Nesse caso, a perda da nacionalidade se aplicará tanto ao brasile iro nato com o ao brasile iro natura lizado . O quase- n aciona l não é natura lizado! QUASE NACI ONALI DADE • I gualdade de direitos conferida aos portugueses de Portugal. • São conferidos os direitos de brasileiros naturalizados. • Poderão votar e ser votados ( implica na suspensão dos direitos polít icos em Portugal) • Exige-se a reciprocidade. • A igualdade é regulam entada pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta. • Difere da naturalização ordinária. EXTRADI ÇÃO brasileiro nato NUNCA brasileiro naturalizado 2 hipóteses: cr ime prat icado antes da naturalização crime de t ráfico de entorpecentes prat icado a qualquer tempo Prof. Ricardo Torques w w w .est rategiaconcursos.com .br 36 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Exercício de cargos pr ivat ivos de brasileiros natos (12, § 3º ) Dire itos Polít icos I NTRODUÇÃO Os direitos polít icos const ituem o conjunto de norm as que confere ao cidadão o dire ito de par t icipar da vida polít ica do Estado . PERDA DA NACI ONALI DADE BRASI LEI RA at ividade nociva ao interesse nacional adquir ir out ra nacionalidade, SALVO reconhecimento da nacionalidade brasileira como originária imposição da naturalização como condição para permanecer no país est rangeiro ou o exercício de direitos civis C A R G O S D E B R A S IL E IR O S N A T O S linha sucessória Presidente e Vice Presidente da Câmara dos Deputados Presidente do Senado Federal Minist ro do STF segurança nacional cargos de carreira diplomát ica oficial das Forças Armadas Minist ro de Estado da Defesa. DI REI TOS POLÍ TI COS • Direito Fundamental de Primeira Dimensão. • Conjunto de normas que confere ao cidadão o direito de part icipar da vida polít ica do Estado. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 37 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Um conceito im portante correlato ao de “direitos polít icos” é o de cidadania. Ser cidadão é ter capacidade de exercer a t iva e passivam ente seus dire itos polít icos . DEMOCRACI A Pergunta - se: O Brasil adota qua l dos m odelos dem ocrát icos acim a? Nossa dem ocracia é sem idireta ou part icipat iva, pois escolhem os um grupo de pessoas para exercer o poder polít ico no Brasil. Há, tam bém , m ecanism os diretos de dem ocracia, todos previstos no Texto Const itucional, que destacam os abaixo: VOTO, SUFRÁGI O E ESCRUTÍ NI O Logo, podem os af irm ar que a naciona lidade é p ressuposto da cidadania. E com a cidadania é possíve l exercer os dire itos polít icos. DEMOCRACI A DI RETA o cidadão exerce o poder diretamente, sem representantes DEMOCRACI A REPRESENTATI VA o cidadão exerce o poder indiretamente, por intermédio de representantes escolhidos DEMOCRACI A SEMI DI RETA OU PARTI CI PATI VA o cidadão exerce o poder diretamente e indiretamente I NSTRUMENTOS DE DEMOCRACI A DI RETA direito de pet ição (art . 5.º , XXXI V, a) plebiscito (art . 14, I ) referendo (art . 14, I I ) iniciat iva popular (art . 14, I I I ) ação popular (art . 5.º , LXXI I I ) direito de part icipação (art . 37, § 3.º ) Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 38 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Antes de analisarm os as form as dem ocrát icas de part icipação, é im portante dist inguir voto , sufrágio e escrut ín io . DEMOCRACI A REPRESENTATI VA O voto, por sua vez, é inst rum ento de ação polít ica, ou seja, é a form a de o cidadão exercer seus direitos polít icos. Daí dizer que o voto é o exercício do sufrágio. O voto, à luz do nosso ordenam ento e de acordo com o que leciona a dout r ina, possui diversas característ icas: DEMOCRACI A DI RETA part icipat iva plebiscito, referendo e iniciat iva popular DEMOCRACI A I NDI RETA representat iva voto SUFRÁGI O • Direito do cidadão de eleger, ser eleito e de part icipar da organização e da at ividade do Estado. VOTO • Exercício do sufrágio. • Modo de manifestar a vontade numa deliberação colet iva, pela qual se escolhe quem irá ocupar os cargos polít icos-elet ivos em nosso País. ESCRUTÍ NI O • Contagem dos votos colhidos no decorrer de uma eleição, fase do processo de apuração dos votos. • Concluída a recepção de votos, as respect ivas urnas são remet idas à junta eleitoral para apuração (Código Eleitoral, art . 154, VI ) . A part ir desse momento inicia-se o escrut ínio da eleição, ou seja, a apuração. Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 39 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques DEMOCRACI A PARTI CI PATI VA I n icia t iva Popular I N I CI ATI VA POPULAR FEDERAL 1% do eleitorado nacional, dist r ibuídos em pelo menos 5 estados-membros com, no m ínimo, 0,3% dos eleitores em cada um dos Estados. I N I CI ATI VA POPULAR ESTADUAL Disciplinado pela Const ituição de cada Estado. I N I CI ATI VA POPULAR MUNI CI PAL 5% do eleitoral do município respect ivo. Plebiscito e Referendo Popular AQUI SI ÇÃO DOS DI REI TOS POLÍ TI COS A listam ento Ele itora l O a listam ento e le itora l const itu i um procedim ento adm inist ra t ivo pelo qua l o interessado preenche o requer im ento para se cadast rar com o e le itor . DI RETO voto exercido direta e pessoalmente pelo eleitor (sem intermediários) SECRETO não ident ificado DE I GUAL VALOR cada voto possui mesmo peso OBRI GATÓRI O todos devem votar (há exceções) UNI VERSAL exercício por todas as pessoas (que se adequem às condições legais) PERÍ ODI CO exercido de tempos em tempos PLEBI SCI TO consulta popular p révia pela qual os cidadãos decidem a respeito de assuntos relevantes REFERENDO manifestação popular pela qual os cidadãos aprovam ou rejeitam matéria j á editada Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 40 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Capacidade e le itora l passiva e a t iva Capacidade eleitoral at iva A capacidade eleitoral at iva consiste na possibilidade de a pessoa part icipar do processo dem ocrát ico, seja por interm édio do voto, seja diretam ente em casos de plebiscitos, referendos ou iniciat iva popular. Alistam ento e voto obr igatór ios Alistam ento e voto facultat ivos Alistam ento e voto não perm it idos Finalizam os assim a parte relat iva à capacidade eleitoral at iva, analisando os principais aspectos da m atéria, que podem ser objeto de prova. CAPACI DADE ELEI TORAL ATI VA direito de votar e part icipar diretamente da vida polít ica do Estado CAPACI DADE ELEI TORAL PASSI VA direito de ser votado ALI STAMENTO E VOTO OBRI GATÓRI OS aos maiores de 18 anos ALI STAMENTO E VOTO FACULTATI VOS analfabeto, maiores de 70 anos e adolescentes ent re 16 e 18 anos. NÃO PODEM SE ALI STAR est rangeiro conscrito Prof. Ricardo Torques w w w .est ra tegiaconcursos.com .br 41 de 108 Dire itos Hum anos e Cidadania PRF 2 0 1 7 / 2 0 1 8 Teor ia e questões Aula 10 - Prof. Ricardo Torques Capacidade e le itora l passiva Condições de e legibilidade A elegibilidade const itui o direito fundam ental conferido ao cidadão para postular um cargo elet ivo no Poder Legislat ivo ou no Poder Execut ivo. Para tanto deverá observar certos requisitos. Vejam os, agora, um esquem a com cada um a das condições de elegibilidade: C A P A C ID A D E E LE IT O R A L A T IV A alistamento e voto obrigatórios maiores de 18 anos (e menores de 70) alistamento e voto facultat ivos analfabetos maiores de 70 ent re 16 e 18 anos alistamento e voto não perm it idos est rangeiros conscritos PARA A CAPACI DADE ELEI TORAL PASSI VA observar os requisitos de elegibilidade não incorrer nas hipóteses de inelegibilidades Lei Ordinária Condições de Elegibilidade Lei complementar Hipóteses de I nelegibilidade Prof. Ricardo Torques
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