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2016 - Chuquela_ Rosa Apilosse

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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL 
 DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL 
 
 
 
 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação 
da agricultura de conservação na localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
 
 
Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural 
 
 
 
 
 
 
 Autora: 
Rosa Apilosse Chuquela 
 
 
 
Vilankulo, Junho de 2016 
 
Rosa Apilosse Chuquela 
 
Avaliação do Contributo dos Serviços de Extensão no Âmbito da Implementação 
da Agricultura de Conservação Localidade de Golo - Distrito de Homoíne 
 
 
 
Trabalho de Culminação de Curso 
apresentado ao Departamento de 
Sociologia Rural da Escola 
Superior de Desenvolvimento 
Rural – Universidade Eduardo 
Mondlane para a obtenção do 
grau de Licenciatura em 
Comunicação e Extensão Rural. 
 
 Supervisora: 
 Engª.Carla Mite Viagem 
 
 
 
 
UEM - ESUDER 
Vilankulo 
2016 
 
 
DECLARAÇÃO DE HONRA 
 
Declaro por minha honra, que o presente trabalho de licenciatura em Comunicação e Extensão 
Rural foi da minha própria autoria, tendo como bases as referências bibliográficas mencionadas 
no trabalho. Nunca foi apresentado na íntegra por uma instituição de ensino para obtenção de 
qualquer grau académico. 
 
 
 
 
 
 
 
Vilankulo, Junho de 2016 
 
 
______________________________________ 
(Rosa Apilosse Chuquela) 
i 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho aos meus pais Apilosse chuquela e Mafalda Simião, pela educação e 
cuidado nos momentos necessários. 
Aos meus amados irmãos e primos: Júlia, Liontina, Edna, Lia, Belive, Lucas, pela força e pelo 
apoio que me foi dado durante o período de formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
AGRADECIMENTOS 
O meu mais especial agradecimento, vai a Deus pelo dom da vida e por tudo que Ele fez por 
mim durante o período da minha formação académica. 
Agradeço aos meus pais Apilosse chuquela e Mafalda Simeão, pelo esforço feito e pelas 
providências feitas para que a minha formação fosse possível. 
Agradeço a minha supervisora Carla Mite, pelo cuidado, esforço e pelo auxílio concedido 
para a realização do trabalho. 
Aos meus irmãos e primos: Júlia, Liontina, Edna, Lia, Belive, Lucas, Recília e José pelo amor 
e incentivo para não desistir dos meus sonhos. 
Agradeço a todos meus companheiros na fé pela força e amor que nunca me faltou e aos meus 
amigos e colegas de turma pela cooperação e cumplicidade durante o período de formação. 
Agradeço aos Serviços Distritais de Actividades Económicas, pelas portas que me foram 
abertas para que o meu trabalho se realizasse e a toda comunidade de Golo que me facultou a 
coleta de dados. 
Muito abrigada a todos que contribuíram directa e indirectamente para minha formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBIOLO 
Abreviaturas 
EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural 
ESUDER - Escola Superior de Desenvolvimento Rural 
Eng ª - Engenheira 
HA - Hectare 
KM - Kilometros 
TON - Tonelada 
NR - Número 
MINAG - Ministério de Agricultura 
ORAM - Organizações de Ajuda Mútua 
Siglas 
CM - Conselho de Ministros 
DNEA - Direcção Nacional de Extensão Agrária 
AC - Agricultura de Conservação 
ECA - Estratégias de Comercialização Agrícola 
FAO - Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas 
GTZ - Cooperação Técnica Alemã 
INE - Instituto Nacional de Estatística 
MAE - Ministério da Administração Estatal 
iv 
 
ONGˈS - Organizações não-governamentais 
PARPA - Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta 
PEDSA - Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário 
ROSA - Rede Das Organizações Para a Segurança Alimentar 
S/D - Sem Data 
SDAE - Serviço Distrital de Actividades Económicas 
TIA - Trabalho de Inquérito Agrícola 
UEM - Universidade Eduardo Mondlane 
IIAM – Instituto de Investigação Agraria de Moçambique 
Símbolos 
%- Percentagem 
 
 
 
 
 
v 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Lista de tabelas 
Tabela n°1: Agricultores entrevistados (sexo e idade) ............................................................ 20 
Tabela n°2: Quantidade de Milho e batata-doce ton/ha antes e depois da assistência ............ 27 
Lista de figuras 
Figura n°1: Técnicas disseminadas pelos serviços de extensão ............................................. 26 
 
 
vi 
 
LISTA DE APÊNDICES 
Apêndice n°1: Guião de entrevista dirigido aos agricultores ..................................................... I 
Apêndice n°2: Guião de entrevista dirigido aos extensionista ................................................ III 
Apêndice n°3: Crescimento de culturas no sistema de agricultura de conservação ................. V 
Apêndice n°4: Cobertura morta num campo de agricultura de conservação ........................... V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
RESUMO 
O presente trabalho visa a avaliar a contribuição dos serviços de extensão no âmbito da 
implementação da agricultura de conservação (AC) realizada na localidade de Golo, distrito 
de Homoíne uma vez que é um sistema de produção que bem implementado favorece a 
sustentabilidade do solo através de práticas agrícolas conservacionistas (redução ou 
eliminação da lavoura, eliminação da queima de restolhos com vista a garantir a cobertura do 
solo). Para alcançar os objectivos pretendidos usou-se uma combinação de técnicas de colecta 
de dados como revisão bibliográfica, observação directa e entrevistas semi-estruturadas 
através de um guião de perguntas previamente elaboradas dirigido aos agricultores e aos 
técnicos de extensão (vide apêndice 1 e 2) onde foi usada a amostragem não probabilística 
intencional ou por tipicidade, pela sua facilidade na selecção do grupo alvo onde por sua vez 
permitiu obter uma amostra de 27 entrevistados. Depois da colecta de dados fez-se o cálculo 
das percentagens, através do pacote Excel para elaboração de tabelas, gráficos, colocação dos 
resultados e a sua respectiva discussão através da sustentação de ideias de autores em relação 
a realidade do campo. Durante a pesquisa foi possível constatar que os agricultores do sector 
familiar praticam a AC que é caracterizada por áreas entre 1ha a 1,5ha, destinada a auto-
consumo, produzindo culturas de subsistência e explorando o uso de instrumentos como 
enxada para produção agrícola e que os serviços de extensão dedicam-se na disseminação de 
prácticas culturais como preparo do solo, adubação de fundo, sementeira directa e controlo 
fitossanitário para implementação da AC com vista a capacitar os agricultores em matéria de 
conhecimento em relação a mesma, verificou-se também um aumento da produção em 0,14 
ton/ha na cultura de Milho e um aumento de 0,3 ton/ha no caso da Batata-doce practicando a 
AC. De forma conclusiva é de referir que os serviços de extensão tem contribuído bastante 
para o processo de disseminação da AC visto que os agricultores tem apostado na 
implementação e consecutivamente nota-se um aumento gradual da produção, devido a 
eliminação de prácticas agrícolas que contribuíam para a degradação dos solos optando-se 
desta forma pelas prácticas que visam a sustentabilidade do solo e aumento da capacidade 
produtiva. 
Palavras-chaves: Agricultura de conservação, Serviços de extensão, produção.
 
 
 
ÍNDICE 
Conteúdo Página 
 
I. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1 
1.1.Problema ............................................................................................................................... 2 
1.2.Justificativa ........................................................................................................................... 2 
1.3.Objectivos ............................................................................................................................. 3 
1.3.1.Geral: ................................................................................................................................. 3 
1.3.2.Específicos: ........................................................................................................................ 3 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 4 
2.1.Breve historial sobre Extensão Rural ................................................................................... 4 
2.1.1.Conceitos básicos .............................................................................................................. 5 
2.1.1.1.Extensionista ................................................................................................................... 5 
2.1.2.Importância da Extensão Rural.......................................................................................... 6 
2.1.2.Papel do extensionista ....................................................................................................... 6 
2.1.Caractéristicas da agricultura em Moçambique.................................................................... 9 
2.2.Agricultura de conservação ................................................................................................ 10 
2.2.1.Princípios da agricultura de conservação ........................................................................ 10 
2.3.Técnicas de Produção na Agricultura de conservação ....................................................... 11 
2.3.1.Maneio de Plantas de cobertura ....................................................................................... 11 
2.3.2.Preparo do Solo ............................................................................................................... 11 
2.3.3.Sementeira Directa .......................................................................................................... 12 
2.3.4.Consorciação e Rotação de culturas ................................................................................ 13 
2.3.6.Controlo de infestantes .................................................................................................... 15 
2.3.7.Maneio de pragas e doenças ............................................................................................ 16 
2.4.Importância da Agricultura de Conservação ...................................................................... 16 
2.5.Desafio para a Agricultura de Conservação ....................................................................... 17 
III. METODOLOGIA ............................................................................................................... 18 
3.1.Descrição da área de estudo: .............................................................................................. 18 
 
 
 
Divisão administrativa .............................................................................................................. 18 
3.1.1.Clima e Hidrografia ......................................................................................................... 18 
3.1.2.Economias e Serviços ...................................................................................................... 18 
3.1.3.Caracterização do grupo alvo .......................................................................................... 19 
3.2.Amostragem ....................................................................................................................... 19 
3.2.1.Seleção da amostra .......................................................................................................... 19 
3.3.Técnica de colecta de dados ............................................................................................... 20 
3.3.2.Observação Directa.......................................................................................................... 21 
3.3.3.Entrevistas Semi-Estruturadas ......................................................................................... 21 
3.4.Análise de dados ................................................................................................................. 22 
3.4.1.Coincidência de padrões .................................................................................................. 22 
4.1.Características da agricultura de conservação praticada na localidade de Golo ................ 23 
4.2.Actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da implementação da 
agricultura de conservação na localidade de Golo. .................................................................. 24 
4.2.1.Preparo do Solo ............................................................................................................... 24 
4.2.2.Adubação de fundo .......................................................................................................... 24 
4.2.3.Sementeira directa ........................................................................................................... 25 
4.2.4.Controle fitossanitário ..................................................................................................... 25 
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 29 
5.1.Conclusões .......................................................................................................................... 29 
5.2.Recomendaçoes .................................................................................................................. 30 
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 31 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 1 
 
I. INTRODUÇÃO 
A extensão rural é um processo educativo que tem como objectivo a transmissão de 
informações úteis a população, ajudando-a a aprender como utilizá-la para melhorar a sua 
vida, assim como a dos seus familiares e comunidades. A extensão pode ser combinada ou 
integrada com outras actividades de transferência de tecnologia, como sucede na maior parte 
dos projectos de aumento da produção destinada ao mercado (AMÉRICO, 2010). 
A agricultura é uma atividade econômica que começou há aproximadamente dez mil 
anos, quando o homem passou a plantar, cultivar e aperfeiçoar ervas, raízes e árvores 
comestíveis e domesticou, colocando sob sua dependência, algumas espécies de animais, em 
troca de alimento e da proteção que podia oferecer. Com a agricultura o homem passou de 
coletor para produtor de alimentos (ROMANIELLO & THIAGO, 2015). 
O sucesso da agricultura de conservação é impulsionado pelo comportamento dos 
agricultores ao receberem informações difundidas pelos serviços de extensão e na localidade 
de Golo, o extensionista tem-se empenhado em transmitir técnicas aos agricultores, com vista 
a garantir o progresso da implementação da mesma e consecutivamente o alcance dos níveis 
de produção desejados no âmbito da agricultura de conservação. Uma vez que segundo 
(BARROS & FREIXIAL, 2011), a agricultura de conservação visa produzir melhorando a 
fertilidade do solo, de forma que as gerações futuras possam obter produtividades iguais ou 
superiores as que se obtém no modo convencional, melhorando a sua qualidade de vida. 
O trabalho tem a disposição de 5capítulos, designadamente: capítulo I é composto por 
aspectos introdutórios, como: introdução onde aborda-se aspectos que facilitam a 
compreensão do tema de um modo geral e sua relevância, os objectivos da pesquisa, o 
problema em estudo e a justificação da escolha do tema, capitulo II constituído pela revisão 
bibliográfica que apresenta a fundamentação teórica de itens relacionados ao tema, capitulo 
III que descreve a metodologia usada no trabalho, capitulo IV que consiste na apresentação de 
resultados obtidos no campo e discussões com base nas sustentações de diversos autores 
mostrando o seu ponto de vista em relação a realidade do campo, capitulo V apresentam-se as 
conclusões tiradas durante a pesquisa e algumas recomendações e por fim as referências 
bibliográficas. 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 2 
 
1.1.Problema 
Segundo MOUZINHO et al., (2013), agricultura de conservação em Moçambique tem 
sido promovida desde meados dos anos 1990 e de acordo com MILDER et al., (2011), ONGˈs 
tais como a FAO, GTZ dentre outras, juntamente com os agricultores tem focalizado suas 
atenções no aproveitamento do potencial da agricultura de conservação como meio para 
adquirir maior produtividade e sustentabilidade agrícola, assim como resolver a questão da 
insegurança alimentar. 
A localidade de Golo-distrito de Homoíne apresenta um potencial agrícola, que se pode 
notar pela existência solos férteis típicos do clima tropical, o que a torna propícia para 
produção de espécies tais como hortícolas, gramíneas, tubérculos, dentre outras, porém nos 
últimos 2 anos, desde 2013 tem-se verificado chuvas irregulares, face a esta situação os 
serviços de extensão tem incentivado os agricultores a apostar na agricultura de conservação, 
com vista a melhorar os níveis de produção uma vez que a agricultura de conservação reduz 
prácticas que visam o desgaste do solo e usa técnicas que contribuem para a sustentabilidade 
do solo. Entretanto apesar do acompanhamento técnico verifica-se o predomínio do uso de 
técnicas não adequados como a queima de restolhos para efeito de limpeza no campo, 
eliminando desta forma a presença e a accão dos microorganismos no solo, cuja função é de 
produzir hormônios que estimulam o crescimento das plantas e melhorar o desempenho do 
solo, sendo assim, surge a seguinte pergunta de partida: Ate que ponto os serviços de 
extensão contribuem para o aumento dos níveis de produção na localidade de Golo-
distrito de Homoíne? 
1.2.Justificativa 
A escolha do tema “ Avaliação do contributo dos serviços de extensão no âmbito da 
implementação de agricultura de conservação na localidade de Golo” deveu-se ao facto dos 
serviços de extensão, desempenharem um papel importante em Moçambique particularmente 
no distrito de Homoíne, no que diz respeito ao processo de disseminação de técnicas de 
produção na AC isto é para que essas técnicas sejam conhecidas e practicadas pelos 
agricultores precisam ser acompanhados, informados, com vista a incentivar os agricultores a 
produzir conservando o solo de modo que seja proveitoso por mais tempo e garantir a 
segurança alimentar das famílias na localidade de Golo através do aumento da produção. 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 3 
 
A agricultura de conservação é um sistema de produção que reduz práticas que 
contribuem para degradação do solo ao longo do processo de produção, como uso de 
instrumentos que compactem o solo, queimada de restos de culturas da campanha anterior na 
superfície do solo e uso de químicos com vista o aumento da fertilidade do solo. Por ser uma 
forma de produção que garante a sustentabilidade do solo, assume-se que desenvolvendo a 
agricultura de conservação de acordo com as orientações dos serviços de extensão é possível 
produzir e gradualmente aumentar os níveis de produção. 
1.3.Objectivos 
1.3.1.Geral: 
 Avaliar a contribuição dos Serviços de Extensão no Âmbito da Implementação da 
Agricultura de Conservação na Localidade de Golo-Distrito de Homoíne. 
1.3.2.Específicos: 
 Caracterizar agricultura de conservação praticada pelos agricultores na localidade de 
Golo; 
 Descrever as actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da 
implementação da agricultura de conservação; 
 Comparar os níveis de produção das culturas de (Milho e Batata-doce) produzidas na 
Agricultura de conservação antes e depois da assistência dos serviços de extensão. 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 4 
 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1.Breve historial sobre Extensão Rural 
De acordo com ADAMS (1982), citado por SAMBO (2003), o termo extensão foi 
inicialmente usado em conexão com a educação há cerca de 100 anos. A extensão era então 
usada pela universidade de Cambridge, na Inglaterra para descrever o método de difusão de 
conhecimentos, as populações que viviam ao seu redor. 
O surgimento da Extensão é tratado em diversos momentos históricos da formação da 
humanidade. Entretanto, a institucionalização da extensão rural ocorreu nos Estados Unidos 
em meados do século XVIII, no ano de 1914, numa época de grandes transformações de 
diversos sectores da economia americana, a partir da revolução industrial (ROMANIELLO & 
ASSIS, 2015). 
O pioneiro deste sistema foi Richard Moulton, conferencista em literatura. Embora a 
primeira extensão não tivesse ligações com a agricultura, ela caracterizava-se por quatro 
elementos comuns aos modernos programas de extensão agrícola “o conhecimento por ser 
difundido, o povo a ser servido, a organização central de extensão e o extensionista ou o 
homem de contacto” (SAMBO, 2003). 
A maior parte dos serviços de extensão em África surgiram nos finais da década 60 e 
princípios da década de 70, como resultado da independência de muitos países africanos. Em 
Moçambique, os serviços de extensão agrária vêm sendo praticados desde o período colonial 
na produção de sisal, cana- de-açúcar, algodão, arroz e coco. Nessa altura, o “commodity 
based approach” era o modelo de extensão praticado pelas empresas agrárias. (MUCAVEL & 
MABOTE, 2005). 
Segundo CAPORAL (2003), associa o início desta actividade com o período histórico 
neolítico2, visto que foi a partir deste momento que o homem passou a exercer as suas 
actividades com o surgimento do sistema capitalista, entre os séculos XVI e XVII. E nesta 
época o interesse deixa de ser a subsistência humana, passando a centralizar-se no aumento da 
produtividade e na acumulação de capital, o que provocou a necessidade da existência de 
serviços mais especializados na agricultura. Este facto oportunizou o surgimento de categorias 
intermediárias de trabalhadores, que assumiam o papel de “transmissores de informações” 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 5 
 
favorecendo assim a divisão entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, iniciando assim 
as primeiras actividades extensionistas, que foram se acentuando em função do 
desenvolvimento do sistema capitalista. 
A extensão rural abarca todo o tipo de questões: saúde, educação, produção, consumo, 
transportes e outras que afectam o desenvolvimento. A tarefa principal da extensão rural, 
como processo de comunicação e educação, é desenvolver o conhecimento, as habilidades e o 
querer (atitude) daspessoas para resolverem os seus problemas, mobilizando os meios 
disponíveis (ajudando-se a si próprios) DIRECÇÃO NACIONAL DE EXTENSÃO 
AGRÁRIA (DNEA, 2008). 
2.1.1.Conceitos básicos 
2.1.1.1.Extensionista 
Segundo GASPAR (2010), o agente de extensão é um agente de mudança, ele intervém 
para promover a mudança, de modo a melhorar a vida dos agricultores e das suas famílias, por 
outras palavras o agente de extensão deve ser capaz de planear o trabalho de extensão, de 
organizar a sua realização e de um modo geral de gerir e efectivamente controlar um 
escritório de extensão e as suas actividades. 
2.1.1.2.Extensão Rural 
Segundo (DNEA, 2008), Extensão Rural é um processo contínuo de transmissão de 
informações (dimensão de comunicação) e de apoio ao grupo-alvo para que possa adquirir 
conhecimentos, capacidades e atitudes (dimensão de educação não formal) necessárias ao seu 
próprio desenvolvimento. 
2.1.1.3.Assistência técnica 
 Assistência Técnica é definida como serviço de educação não formal, de caráter 
contínuo no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e 
comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive 
das actividades agroextrativistas, florestais e artesanais EMPREZA DE ASSISTÊNCIA 
TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (EMATER, 2010). 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 6 
 
2.1.2.Importância da Extensão Rural 
O serviço de assistência técnica e extensão rural constitui um importante instrumento de 
apoio ao desenvolvimento rural. Em Moçambique, torna-se ainda mais importante dada a 
realidade do País, e considerando o imenso problema social com que hoje se defronta, ou seja, 
o elevado número de moçambicanos que não tem acesso aos factores básicos e indispensáveis 
da cidadania: alimentação, educação, saúde e emprego (OAKLEY & GARFORTH, 1992). 
Contudo a extensão rural tem um papel muito importante que é de Proporcionar aos 
agricultores melhores condições de vida, acesso as políticas públicas voltadas para o sector 
primário e a oportunidade de trabalhar com as novas tecnologias da agricultura, que facilitam 
a actividade do homem no campo e participar mais frequentemente na tomada de decisões que 
afectam as actividades de extensão rural, seja directamente ou através de representantes 
(MARQUES, 2003). 
Assim, DONGA (2007), citado HAZEL (2000), aponta a continuação do crescimento 
do sector agrícola, como uma necessidade, e não uma opção para a maioria dos países em vias 
desenvolvimento. Esse crescimento deve ser extensivo as pequenas e médias explorações 
agrícolas, ser orientado para o mercado, participativo e descentralizado, e estimulado pelas 
transformações tecnológicas que favorecem o aumento da produtividade dos factores. 
Mudanças na adopção de tecnologia estão associadas a mudanças no acesso de extensão 
e mudanças no acesso ao crédito bem como o estado inicial do agregado familiar no acesso ao 
crédito e acesso aos serviços de extensão (UAIENE, 2011). 
Segundo SWANSON (1991), nos países em desenvolvimento, há uma tendência dos 
serviços de extensão rural ajudarem as comunidades locais a aumentarem seus campos de 
produção e respectivamente o aumento dos seus rendimentos, mesmo com défice de recursos. 
2.1.2.Papel do extensionista 
O papel da Assistência Técnica e Extensão Rural insere-se na perspectiva de construir 
processos que promovam o desenvolvimento local de forma sustentável (assumindo aqui as 
múltiplas dimensões da sustentabilidade: o social, o ambiental, o econômico, o político, o 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 7 
 
ético e o cultural) ORGANIZAÇÃO DE AJUDA MÚTUA & REDE DAS 
ORGANIZAÇÕES PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR (ORAM & ROSA, 2010). 
 A filosofia da extensão agrícola está em como resolver o problema da adopção e 
assimilação dos resultados da pesquisa tecnológica na agricultura, isto é, em como fazer os 
agricultores colocarem a tecnologia a sua disposição. Essa tarefa exige que a extensão tenha 
um serviço de consultas e de educação bem equipado e organizado (TIMMER, 1952), citado 
por (MUBAI, 2014). 
A Política Agrária refere que a actividade de extensão poderá proporcionar o aumento 
da produtividade e da produção através da introdução ou aplicação de tecnologias adequadas. 
Refere ainda que a actividade de extensão é desenvolvida pelo estado e por organizações não-
governamentais, organizações comunitárias, assim como por empresas privadas vocacionadas 
(ORAM & ROSA, 2010). 
A extensão tem, então, um papel de disseminar informações sobre legislações 
ambientais entre as famílias e desenvolver uma assessoria de caráter educativo para ampliar a 
consciência conservacionista e ambientalista da população, visando a formas sustentáveis de 
agricultura. Para isso, uma forma é trabalhar em conjunto com os agricultores, fazendo uso de 
seus conhecimentos e ajudar agricultores no processo de aprendizagem (não apenas transferir 
conhecimentos) (ROMANIELLO & ASSIS, 2015). 
A extensão pode ajudar os produtores a aumentar a produtividade da sua agricultura e, 
sobretudo gerar e fortalecer sua autonomia e capacidade de iniciativa, no entanto, as origens 
de uma mudança específica na produtividade são mais complexas e múltiplas do que é 
comumente apreciado. Aumentar a produtividade envolve a necessidade de mudanças 
estruturais (sociais, políticas, econômicas) e metodológicas, exige que os técnicos 
extensionistas sejam também educadores (GHIZELINI, 2007). 
 Cultura de Milho 
A cultura do milho (Zea mays L.) constitui um dos mais importantes cereais cultivados e 
consumidos no mundo, por apresentar considerado potencial produtivo, composição química, 
valor nutricional e multiplicidade de aplicações (matéria-prima para agroindústrias, 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 8 
 
alimentação humana e animal), assume relevante papel socioeconômico (FANCELLI & 
NETO, 2004). 
Para o caso particular de Moçambique, o milho é a principal cultura alimentar 
produzida. O milho é importante uma vez que ajuda alcançar a segurança alimentar e é 
importante para o sustento das pessoas que vivem nas áreas rurais, o crescimento da produção 
de milho através de produtividade agrícola melhorada, em Moçambique estimulará o 
crescimento em outros sectores económicos com os quais a agricultura tem ligações fortes 
(PITORO et al., 2006). 
Em Moçambique, a maior parte da produção é usado para consumo humano sendo uma 
pequena fracção destinada a alimentação animal e a outra a indústria. Este cereal é cultivado 
em todo país, desde os solos pobres e arenosos até aos ricos e argilosos. Em quase todas as 
regiões, as populações cultivam milho durante todo ano, mas a principal época é a quente e 
chuvosa, sendo feito investigações e libertação de variedades de milho com alto potencial de 
rendimento adaptadas para as diferentes zonas agro-ecológicas por exemplo, a variedade 
Matuba INSTITUTO DE INVESTIGAÇAO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE (IIAM, 2011). 
O milho, ocupa cerca de 1/3 da área total cultivada no país. Esta cultura tanto pode ser 
considerada uma cultura alimentar básica assim como uma cultura de rendimento, sendo 
produzida na região sul (nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane) principalmente para a 
subsistência (MUDEMA et al., 2012). 
Cultura de batata-doce 
A batata-doce é uma raiz tuberosa que se pode classificar segundo o formato, tamanho, 
cor interna, doçura, precocidade, cor das folhas e ate das flores.Segundo NIEDERWIESER 
(2004), a batata-doce (Ipomea batatas) pertence a família convolvulácea é originária da 
América Latina. Ela pode ser usada como forrageira na alimentação animal, na alimentação 
humana e como matéria-prima na indústria para a produção de sumos, pães, doces e outros 
derivados. A variação na sua coloração interna é o indicador de maior concentração de 
betacaroteno, tido como maior precursor da vitamina A, isto é, quanto mais escura for a 
tonalidade da cor interna, maior será a concentração de betacaroteno. A batata-doce que não 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 9 
 
apresenta coloração é conhecida como sendo de polpa branca, portanto, a cor constitui aqui 
um dos importantes elementos de distinção entre as variedades. 
2.1.Caractéristicas da agricultura em Moçambique 
O sector agrário em Moçambique, é constituído essencialmente pelo sector familiar e 
nas zonas rurais de Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por 
pequenas explorações (aquelas que cultivam menos de 5 ha), este sector concentra cerca de 
99% das unidades agrícolas e ocupa mais de 95% da área cultivada no país. No concernente 
ao uso de meios de produção e serviços, cerca de 16% das explorações contratam mão-de-
obra, apenas cerca de 11% usam rega dentro das pequenas explorações, em termos do uso de 
insumos, somente 3.7% das pequenas explorações utilizam fertilizantes e 6.7% utilizam 
pesticidas (SITOE, 2005). 
De um modo geral em Moçambique, a produção agrícola é realizada por pequenos 
agricultores, destinando grande parte da sua produção para o auto-consumo, a mão-de-obra, é 
constituída principalmente pelo agregado familiar e, em tarefas que exijam maior quantidade 
de trabalho, são utilizados esquemas tradicionais de entre ajuda, com meios de produção 
rudimentares com o predomínio da enxada ESTRATÉGIAS DE COMERCIALIZAÇAO 
AGRÍCOLA (ECA, 2006). 
Apesar do fraco desenvolvimento da agricultura em Moçambique, o país possui um 
grande potencial para médio e longo prazo para desenvolver uma agricultura que assegura um 
crescimento sustentável. As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom 
potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais 
permanentes do que no Sul. A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por um 
regime de precipitação irregular e de baixas quantidades (SITOE, 2005). 
A agricultura de subsistência é em geral de natureza familiar, é bem menos tecnificada, 
conta com poucas possibilidades do emprego de tecnologias mais avançadas, resultando em 
produtividade que em geral é sensivelmente mais baixa (PAERTERIANI, 2001). 
A chuva constitui a principal fonte de disponibilidade de água para a agricultura 
moçambicana, que é principalmente de sequeiro e orientada para a subsistência. Apesar disso, 
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localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
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é cada vez mais generalizada a opinião de que o clima mudou muito no Sul do país, o que tem 
repercutido na mudança no calendário agrícola (SITOE, 2010). 
Os insumos melhorados como fertilizantes, sementes melhoradas e herbicidas são 
raramente utilizados devido ao seu custo de aquisição. A produção de alimentos básicos, 
constitui a principal fonte de subsistência do sector familiar, onde está sujeita a grandes 
variações devido a incerteza do clima e a secas recorrentes. E um dos problemas principais 
que afecta o sector agrário é a sua baixa produtividade que deve-se a combinação de alguns 
factores, que incluem a aplicação de práticas de cultivo tradicionais e a baixa utilização de 
insumos TRABALHO DE INQUÉRITO AGRÁRIO (TIA, 2008). 
2.2.Agricultura de conservação 
 Segundo BARBITO (2015), A agricultura de conservação é um sistema agrícola que 
utiliza um conjunto de técnicas agrícolas que têm como função proteger o solo da erosão, 
melhorar a fertilidade do solo, aumentar a sua rentabilidade, contribuindo para a proteção do 
meio ambiente, melhorando deste modo a sustentabilidade social. 
Segundo NHANCALE (2010), Agricultura de conservação é um conjunto de práticas de 
gestão de solo, água e culturas com o objectivo de aumentar a produtividade agrícola e ao 
mesmo tempo conservando os recursos naturais. 
A prática da agricultura de conservação consiste em fazer o uso da terra para a 
agricultura sem revolver o solo. Assim, os resíduos das culturas anteriores permanecem sobre 
a superfície do solo, e as sementeiras são feitas directamente sobre a cobertura morta (ORAM 
& ROSA, 2010). 
2.2.1.Princípios da agricultura de conservação 
 Segundo CALAGARI & TAIMO (2005), o sistema de agricultura de conservação vem 
sendo desenvolvido em diferentes continentes, nas mais diversas regiões agro-ecológicas. 
Este sistema é governado por alguns princípios fundamentais nas regiões do mundo onde se 
desenvolve esta agricultura, e a sua aplicação pode promover benefícios conduzindo ao 
desenvolvimento de uma agricultura sustentável que compõe-se basicamente em: 
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Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 11 
 
 Não remover o solo (distúrbio mínimo do solo), devendo efectuar a sementeira 
directamente sobre o solo; 
 Manter o solo coberto o máximo possível; 
 Efectuar rotação de culturas e também plantas de cobertura, com maior diversificação e 
consequentemente mais equilíbrio. 
2.3.Técnicas de Produção na Agricultura de conservação 
2.3.1.Maneio de Plantas de cobertura 
As plantas de cobertura ao atingirem o pleno florescimento, os nutrientes se encontram 
distribuídos em todas as partes da planta, sendo o momento recomendado para se fazer o 
maneio. Em algumas situações onde se deseja que os resíduos permaneçam por mais tempo 
sobre o solo, este maneio poderá ser retardado um pouco. Dessa forma, quando as plantas 
atravessam a fase de crescimento vegetativo e entram na fase reprodutiva (florescimento e 
enchimento de grãos), ocorre uma migração dos nutrientes das folhas e de outras partes da 
planta para a inflorescência e, com isso principalmente pelo aumento das cadeias carbónicas, 
os tecidos das plantas irão se tornando com uma maior relação C/N e assim com maior 
presença de lignina torna-se mais difícil e demorada a decomposição desses resíduos no solo. 
Por outro lado, caso o maneio das plantas seja efectuado antes do florescimento, a relação 
carbono nitrogénio nos tecidos será menor (cadeias carbónicas menores) e, consequentemente 
decomposição no solo será bem rápida. Isto, principalmente em função da oferta elevada de N 
aos microorganismos, que assim multiplicam-se muito rapidamente e decompõe os resíduos 
orgânicos em menor tempo (CALAGARI & TAIMO, 2005). 
2.3.2.Preparo do Solo 
 São utilizadas algumas técnicas de manejo dos solos através das práticas de 
conservação onde fundamenta-se a eliminação da queimada de restolhos, redução ou ausência 
de revolvimento do solo através de operações como lavoura, aração, gradagens, 
escarificações. Em sua cobertura permanente e na rotação de culturas torna-se possível manter 
a fertilidade do solo e evitar problemas comuns, como erosão, compactação, degradação do 
solo e redução no custo de produção. A conservação do solo consiste em dar o uso e o maneio 
adequado das características químicas, físicas e biológicas do solo, visando a manutenção do 
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equilíbrio ou recuperação através da incorporação de restos vegetais na superfície ou 
parcialmente incorporados, com a função de aumentar o acréscimo de matéria orgânica nas 
camadas do solo (ARF & BOLONHEZI, 2012). 
A manutenção da cobertura do solo propícia o controle de plantas daninhas e 
estabilização da produção, acúmulo de matéria orgânica no solo, que conjuntamente cria um 
ambiente favorável e melhoram as características químicas, físicas e físico hídricas garantindo 
a recuperação ou manutenção da qualidade do solo (MENEZES et al., 2009). 
Cobertura morta 
Consiste na utilização de restos culturais ou coberturas vegetais sobre solo, com o 
objetivo de evitar o impacto das gotas da chuva. O fogo é a maneira mais fácil e econômica 
do agricultor limpar uma área, combater certas pragas e doenças. Entretanto o fogo além de 
diminuir a fertilidade do solo através da redução da matéria orgânica e perda de nutrientes 
como N e S por volatilização, causa aumento da erosão devido ao fato de deixar o solo 
desnudo e sujeito a acção directa da chuva (ARF & BOLONHEZI, 2012). 
A cobertura permanente do solo com uma camada de resíduos vegetais (mulch) é de 
extrema importância para o êxito do sistema de agricultura de conservação/sementeira directa. 
A manutenção de um coberto permanente de resíduos homogeneamente distribuídos a 
superfície, protege o solo contra a erosão provocada pelo impacto directo da gota de chuva, 
ajuda no controlo de infestantes, possui um efeito positivo na conservação da humidade e 
temperatura do solo, e contribui para a melhoria das características químicas (teor de matéria 
orgânica), físicas e biológicas do solo (BARROS & FREXIAL, 2011). 
2.3.3.Sementeira Directa 
Sementeira directa é a técnica de colocação da semente em sulco ou cova em solo não 
revolvido, com largura e profundidade suficiente para obter uma adequada cobertura e um 
adequado contato da semente com o solo (ARF & BOLONHEZI, 2012). 
Na agricultura de Conservação o ideal é semear directamente podendo recorrer a 
enxada, pau afiado e matraca que facilita a sementeira directa e também usar a enxada para 
retirar as ervas (CALAGARI & TAIMO, 2005). 
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A sementeira directa implica a existência de resíduos na superfície do solo os quais 
evitam ou diminuem a formação de crostas, assegura a existência de substâncias orgânicas na 
superfície que fornecem os alimentos necessários para manutenção e desenvolvimento dos 
organismos no solo, também uma melhor estrutura interna com poros contínuos que ligam a 
superfície as camadas inferiores do solo, aumenta a infiltração da água e pelo facto de não 
mobilizar o solo, aumentar a incorporação de resíduos, contribui em larga escala para 
aumentar o teor de matéria orgânica e consequentemente melhorar a estrutura dos solos 
(BARROS & FREXIAL, 2011). 
2.3.4.Consorciação e Rotação de culturas 
A consorciação e a rotação de cultura ajudam na fixação dos nutrientes do solo e 
previnem o controlo de pragas e doenças. Isto é vantajoso no sentido em que ela garante a 
diversidade de alimentos para consumo familiar, consequentemente contribui a queda de 
preços no mercado, e isso pode gerar um impacto positivo na sustentabilidade social (KECK, 
2011) citado por (BARBITO, 2015). 
Normalmente é feita a consorciação de culturas de milho, mapira e feijão e é importante 
a rotação de culturas com leguminosas para melhorar a qualidade do solo (CALEGARI & 
TAIMO, 2005). 
As leguminosas são importantes por que fornecerem nitrogênio através do processo de 
fixação simbiótica das bactérias. As gramíneas devem ser incluídas como produtoras de 
biomassa que, por fornecerem carbono, mantêm e aumentam o teor de matéria orgânica e 
favorecem a microbiota benéfica ao solo. A adubação verde é realizada geralmente, com uma 
leguminosa cultivada e cortada no início, ou antes de seu florescimento, e deixada sobre a 
superfície do solo ou a ele incorporada. A terminologia adubos verdes vem sendo substituída 
por cobertura verde do solo ou, simplesmente plantas de cobertura, em algumas regiões do 
país (ARF &BOLONHEZI, 2012). 
Rotação de culturas é praticada como meio de prevenir o surgimento de altas 
populações de certas espécies de plantas daninhas mais adaptáveis a uma determinada cultura. 
Cada cultura agrícola é geralmente infestada por plantas daninhas que possuem as mesmas 
exigências da cultura e apresentam os mesmos hábitos de crescimento. Quando são aplicadas 
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as mesmas culturas seguidas, ano após ano no mesmo solo, a associação plantas 
daninhas/cultura tende a multiplicar-se rapidamente, aumentando sua interferência sobre 
acultura. Para escolher uma planta para fazer rotação, deve-se escolher plantas com 
características culturais e hábito de crescimento bastante contrastantes (IDO & OLIVEIRA, 
s/d). 
2.3.5.Fertilizantes 
A compostagem é o processo biológico de tratamento dos resíduos orgânicos, através do 
qual o material orgânico é transformado, pela acção de microrganismos, em material 
estabilizado e utilizável na preparação de correctivos orgânicos do solo e de substratos para as 
culturas. O objectivo da compostagem é converter o material orgânico que não está em 
condições de ser incorporado no solo num material que é admissível para misturar com o solo. 
A compostagem pode ser conduzida de diversas formas: em grandes instalações centralizadas 
com matéria orgânica recolhida selectivamente, em explorações agrícolas ou agro-pecuárias e 
em pequenas unidades de carácter familiar (compostagem doméstica) (MUNICÍPIO DE 
TERRAS DE BOURO, 2006). 
Os fertilizantes usados em AC são os fertilizantes orgânicos que compreendem produtos 
de origem animal ou vegetal. Os seus custos são insignificantes porque são preparados de 
acordo com os recursos locais disponíveis como: estrume de animais, terra, plantas verdes, 
restos de comida da cozinha e água (para o composto) e estrume de animais e água para o 
fertilizante líquido (KECK, 2011) citado por (BARBITO, 2015). 
Fertilizantes biológicos ou orgânicos são que compreendem produtos de origem animal 
ou vegetal como restos de culturas (palhas, ramos, folhas), extratos de plantas (caldas à base 
de vegetais), estercos de animais e microorganismos encontrados no ambiente natural. Os 
restos de culturas, quando incorporados no solo, têm uma decomposição mais rápida, 
liberando os nutrientes neles contidos (ARF & BOLONHEZI, 2012). 
Os materiais utilizados para a compostagem podem ser divididos em duas classes: 
materiais ricos em carbono e materiais ricos em azoto. Entre os materiais ricos em carbono 
podemos considerar os materiais lenhosos como a casca de árvores, aparas de madeira e o 
serrim, as podas dos jardins, folhas das árvores, palhas fenos, e papel. Entre os materiais 
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azotados incluem-se as folhas verdes, estrumes animais, urinas, restos de plantas hortícolas, 
erva (MUNICÍPIO DE TERRAS DE BOURO, 2006). 
2.3.6.Controlo de infestantes 
As plantas de cobertura e seus resíduos, através da formação de cobertura morta e pelos 
seus efeitos físicos e químicos (aleopáticos) afectam qualitativa e quantitativamente distintas 
infestações de espécies invasoras. Espécies como: mucunas, feijão bóer, mexoeira, crotalaria 
juncea, calopogônio, feijão de porco, aveia preta, centeio, azevém,ervilhacas, nabo 
forrageiro, etc. tem comprovado seus efeitos no controle de diferentes espécies de plantas 
invasoras. Sendo indicado o uso e manejo dessas espécies em rotação quando se pretende 
diminuir populações de algumas invasoras (CALEGARI & TAIMO, 2005). 
Caso a quantidade de infestantes de folha larga (dicotiledóneas) seja muito elevada e já 
numa fase avançada do seu desenvolvimento, o agricultor poderá optar por misturar o 
glifosato com um herbicida hormonal, o que poderá aumentar a eficiência no control 
(BARROS & FREXIAL, 2011). 
A dose a aplicar dependerá do tipo, da quantidade, e do estádio de desenvolvimento das 
infestantes presentes, mas para culturas de Outono/Inverno, a dose normalmente utilizada é de 
1 a 1,5 L ha-1 (com uma concentração de glifosato de 360 gramas por litro de produto), para 
um volume de calda igual ou inferior a 100 L ha-1. De salientar que este herbicida aumenta a 
sua eficácia até um volume de calda de 60 L ha-1. O controle integrado pode ser realizado 
através de herbicidas (glifosato) + plantas de cobertura eficientes tais como: Mucuna + lablab 
– óptimos resultados foram alcançados na Suazilândia no controle de Cynodon com o uso de 
Roundup, seguidos de cobertura por plantas de mucuna + lablab (FAO, 2005) citado por 
(CALEGARI & TAIMO, 2005). 
 
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2.3.7.Maneio de pragas e doenças 
Urina de vaca 
Pode-se misturar 3 litros do sumo de plantas + 5 litros da urina fermentada + 100 litros 
de água e pulverizar em 1 hectare. Esta mistura irá controlar pragas (lagartas, ácaros, 
gafanhotos, trips, brocas, cigarrinhas, vaquinhas, lagarta do cartucho do milho (Spodoptera 
frugiperda) e outras pragas, também irá funcionar como fungicida e bio-fertilizante (presença 
de nutrientes e substancias que activam enzimas activando o metabolismo das plantas e, 
promovem um rápido crescimento das plantas). A urina após colectada dos animais é deixada 
em meio anaeróbico em torno de 20-30 dias. Após isso é retirada e utilizada na mistura acima. 
É recomendável a aplicação sobre milho, feijão e outras culturas logo após a sua germinação, 
e uma nova aplicação aos 20 dias da semeadura, o que irá favorecer o controlo das pragas e o 
rápido crescimento das plantas (CALEGARI & TAIMO, 2005). 
A Rotação de culturas e consorciação é eficiente no controle de pragas e doenças mais 
específicas nas culturas, e é recomendado para o controle da maioria das doenças das plantas. 
O uso de sementes sadias é uma prática importante no controle de doenças transmitidas por 
sementes, e o controle mecânico é utilizado em pequenas áreas, consiste na catação manual 
das pragas (ARF &BOLONHEZI, 2012). 
2.3.8.Colheita 
Ao colher a cultura principal os agricultores deixam os respectivos resíduos e a cultura 
de cobertura no campo. Isto protege o solo do sol e da chuva e permite controlar ainda mais as 
ervas daninhas (CALEGARI & TAIMO, 2005). 
2.4.Importância da Agricultura de Conservação 
As inúmeras experiências de agricultores e resultados obtidos por pesquisas mostram 
que o sistema de agricultura de conservação, é importante porque promove a conservação e 
recuperação dos solos, aproveita melhor a humidade, e equilíbrio dos nutrientes, melhora a 
capacidade produtiva do solo, diminui os custos de produção e diminuição da pobreza no 
meio rural. A melhoria dos processos de uso do solo, maneio do solo, e manutenção da 
capacidade produtiva do mesmo, é um meio de viabilizar a manutenção da família de forma 
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sustentável e compatível tanto com os recursos naturais sob o ponto de vista de qualidade 
ambiental, assim como no aspecto socio-económico, no aspecto de segurança alimentar e 
qualidade de vida dos camponeses (CALAGARI & TAIMO, 2005). 
 2.5.Desafio para a Agricultura de Conservação 
A agricultura de Conservação tem o potencial de melhorar a vida dos agricultores, mas 
o seu sucesso não é automático é possível enfrentar vários desafios dos quais se podem 
destacar segundo (CALAGARI & TAIMO, 2005): 
 Mudança de atitude: Passar para a agricultura de conservação envolve uma mudança 
fundamental de atitude. Por exemplo os agricultores devem deixar as suas práticas 
tradicionais de preparar a terra com enxada ou charrua e pelo contrário, confiar na 
lavoura biológica, pelas raízes de plantas e os microrganismos do solo; 
 Resto de Culturas: Manter o solo coberto é importante na agricultura de conservação, 
porém pode ser difícil por que os agricultores dão utilidade aos restos das culturas como 
forragem para cobertura do teto, combustível e como alimento para animais. Se for para 
manter o solo coberto, os agricultores terão de proteger os seus campos e encontrar 
fontes alternativas de combustível e forragem; 
 Outros desafios: pode ser difícil para os agricultores trabalhar em grupos, formar 
organizações ou conseguir o apoio que precisam para iniciar a práctica da agricultura de 
Conservação. 
 
 
 
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III. METODOLOGIA 
3.1.Descrição da área de estudo: 
Limites 
A presente pesquisa foi realizada na localidade de Golo, distrito de Homoíne que situa-
se a oeste da província de Inhambane, cerca de 87km da capital provincial, tendo como 
limites o distrito de Funhalouro a Norte, o distrito de Jangamo a sul, a cidade da Maxixe a 
Este, o distrito de Panda a Oeste e o distrito de Morrumbene a Nordeste MINISTÉRIO DA 
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE, 2005). 
Divisão administrativa 
O distrito possui dois postos administrativos: Sede e Pembe, em que por sua vez o posto 
administrativo de Sede possui 7 localidades a destacar: Vila de Homoíne, Manhiça, 
Inhamússa, Golo, Mubécua, Chindjinguir e Chizapela e o posto de Pembe pelas seguintes 
localidades: Pembe e Nnhaulane (MAE, 2005). 
3.1.1.Clima e Hidrografia 
O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco-árido, com uma 
precipitação média anual na ordem dos 800mm e é banhado pelos rios Dom-Dom, Nhanombe, 
Nhalihave e alguns cursos de água que nascem no distrito, e tem duas Lagoas: Pembe e 
Nhavarre. A vegetação é típica de clima Tropical, predominando a vegetação de savana, 
destacando-se uma cobertura de coqueiros na zona sul, nomeadamente nas localidades de 
Manhiça, Chindjinguir, Golo e Inhamússa. A norte da zona interior é caracterizada pela 
ocorrência de solos delgados e característicos da cobertura arenosa de espessura variável. Tais 
condições são agravadas pela grande irregularidade da quantidade de precipitação ao longo da 
estação chuvosa e por conseguinte a ocorrência de frequentes períodos secos durante o 
período de crescimento das culturas (MAE, 2005). 
3.1.2.Economias e Serviços 
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares 
comparativamente aos outros distritos, agricultura é practicada em regime de sequeiro e 
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manualmente em pequenas explorações familiares e em regime de consociação de culturas 
com base em variedades locais como milho, mandioca, feijão-nhemba, amendoim, batata-
doce, arroz, mapira e feijão-manteiga. O fomento pecuário tem fraco potencial, porém o 
investimento privado e a tradição na criação de gado e uso de tracçãoanimal, conduziram ao 
crescimento do efectivo bovino de sete mil cabeças em 2000, para cerca de 8.600 em 2004. 
As doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, são os principais obstáculos ao seu 
desenvolvimento. O distrito mantém ligações comerciais com outros distritos e província, os 
produtos são transaccionados principalmente nos mercados locais, mas também nos distritos 
locais. (MAE, 2005). 
3.1.3.Caracterização do grupo alvo 
O grupo alvo é composto por 25 agricultores, sendo 18 mulheres e 7 homens que 
practicam a AC desde a segunda campanha agrícola de 2012, e encontram-se organizados em 
grupos de 25 agricultores para facilitar o trabalho dos técnicos de extensão onde dedicam-se a 
prácticas de culturas como: Milho, Feijão nhemba, amendoim, mandioca, arroz, hortícolas e 
batata-doce. 
3.2.Amostragem 
É o procedimento pelo qual um grupo de pessoas ou um subconjunto de uma população 
é escolhido com vista a obter informações relacionadas com um fenómeno, e de tal forma que 
a população inteira que interessa esteja representada. O Plano de amostragem serve para 
descrever a estratégia a utilizar para seleccionar a amostra. Este plano fornece os detalhes 
sobre a forma de proceder relativamente a utilização de um método de amostragem para 
determinado estudo (POCINHO, 2009). 
3.2.1.Seleção da amostra 
Para a seleção da amostra recorreu-se a amostragem não-probabilística por tipicidade ou 
intencional, onde de acordo com GIL (2008), a amostragem não probabilística por tipicidade 
ou intencional consiste em seleccionar um subgrupo da população que, com base nas 
informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população, entretanto 
requer considerável conhecimento da população e do subgrupo selecionado. Por sua vez 
MARCONI & LAKATOS (2003), fundamentam que neste tipo de amostragem o pesquisador 
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na 
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interessa-se com a opinião de determinados elementos da população por mais que não seja 
representativa da mesma admitindo que estes possam de alguma forma representar o universo. 
3.2.2.1.Definição do Tamanho da Amostra 
Para obtenção do tamanho da amostra representativa nesta pesquisa, obedeceu-se a ideia 
de MATAKALA & MACUCULE (1998), onde afirmam que a amostragem mínima para o 
estudo depende do número total da população ou universo. Define-se 15% da amostra se a 
população total abrangida não for superior a 100, 10% se estiver no intervalo de 100 a 500 e 
5% se for superior a 500. 
Para definição do tamanho da amostra, retirou-se 10% do universo de 250 agricultores, 
tendo-se obtido 25 agricultores como representativos e foram entrevistados 2 técnicos de 
extensão o que totalizou uma amostra de 27 entrevistados. Com base na amostra foi possível 
obter dados necessários para prosseguir com a pesquisa através dos resultados obtidos na 
entrevista. Da amostra extraída, os agricultores foram agrupadas de acordo com a tabela 
abaixo. 
Tabela n° 1: Agricultores entrevistados (Idade e sexo). 
Número de agricultores entrevistados 
Idade Feminino Masculino 
Jovens (18-35) 9 2 
Adultos (36-59) 7 5 
Idosos (60 em diante) 2 0 
Fonte: Autora (2016), com base nos dados da pesquisa. 
3.3.Técnica de colecta de dados 
Para a colecta de dados recorreu-se aos seguintes procedimentos técnicos: Revisão 
bibliográfica, observação directa e entrevistas semi-estruturadas, onde segundo GIL (2008), a 
escolha destes métodos na pesquisa, deve-se ao facto destes, auxiliarem o investigador na 
compreensão clara das percepções e os discursos dos indivíduos entrevistados, num contexto 
social em que estes estão inseridos. 
 
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 3.3.1.Revisão Bibliográfica 
Segundo SANTOS (2012), a revisão bibliográfica visa demonstrar o estágio actual da 
contribuição académica em torno de um determinado assunto. Ela proporciona uma visão 
abrangente de pesquisas e contribuições anteriores, conduzindo ao ponto necessário para 
investigações futuras e desenvolvimento de estudos posteriores. 
A revisão bibliográfica na presente pesquisa consistiu, na busca de conjunto de 
informações acumuladas de diversas fontes como manuais e monografias já publicadas com 
vista a auxiliar em matéria de conhecimento acerca da contribuição dos serviços de extensão 
no âmbito da implementação da AC. Com base nas informações adquiridas foi possível 
discutir ideias de diversos autores com a real situação do campo. 
3.3.2.Observação Directa 
A observação directa pode ser conceptualizada como a utilização dos sentidos na 
obtenção de dados de determinados aspectos da realidade, onde o pesquisador presencia o 
facto, mas não participa. Consiste na observação e no registo por parte do entrevistador de um 
ou mais indivíduos, relativamente a uma ou mais características que se pretende estudar 
(SERRA, 2003). 
Baseando-se nas definições da observação directa, os dados foram colectados mediante 
a observação directa no campo dos agricultores, onde através desta foi possível visualizar a 
realidade da produção dos agricultores e registar os dados necessários para avaliar a 
contribuição dos serviços de extensão no âmbito da implementação da AC na localidade de 
Golo. 
3.3.3.Entrevistas Semi-Estruturadas 
De acordo com UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS, 
2009), esta constitui uma técnica alternativa, para se colectarem dados não documentados 
sobre determinado tema. É uma técnica de interacção social, uma forma de diálogo 
assimétrico, em que uma das partes busca obter dados, e a outra se apresenta como fonte de 
informação. Na entrevista semi-estruturada o pesquisador organiza um conjunto de questões 
(roteiro) sobre o tema que está sendo estudado, permite e as vezes até incentiva que o 
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entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema 
principal. 
A entrevista semi-estruturada tornou-se possível através do contacto directo com os 25 
agricultores e 2 técnicos de extensão, que forneceram dados necessários, por meio da 
combinação de perguntas abertas e fechadas, o que possibilitou maior aprofundamento das 
questões levantadas, além do que foi estruturado ou previsto. 
3.4.Análise de dados 
Para o procedimento analítico das informações teve-se como base de suporte da análise 
qualitativa e quantitativa. Usou-se o método qualitativo para analisar a percepção, e opinião 
dos agricultores nas respostas similares e diferentes dadas durante a entrevista em relação a 
AC para facultar as conclusões e o método quantitativo foi usado para agrupar os dados no 
Excel de modo a efectuar o cálculo das percentagens com vista de construir gráfico, tabelas, 
permitindo desta forma a interpretar os resultados. 
3.4.1.Coincidência de padrões 
De acordo com MATAKALA & MACUCULE (1998), esta técnica, envolve a junção 
de respostas e situações similares verificadas no campo durante a recolha de dados e 
explicação das diferenças tirando-se assim as conclusões relevantes. 
Esta técnica, foi usada para análise das respostas fornecidas no acto da entrevista aos 
agricultores que practicam a AC, onde foram selecionadas respostas similares e respostas 
diferentes com vista a reiterar as respectivas conclusões. 
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localidade de Golo-distrito de HomoíneLicenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 23 
 
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1.Características da agricultura de conservação praticada na localidade de Golo 
Durante a pesquisa de campo que decorreu na localidade de Golo, constatou-se que a 
AC é practicada pelos agricultores do sector familiar, por pequenos agricultores em áreas 
estimadas entre 1ha a 1,5ha, onde a produção é destinada ao autoconsumo e dependem 
essencialmente da produção de alimentos para a sua subsistência. A mão-de-obra é muitas 
vezes composta pelos agregados familiares através da divisão de tarefas, produzindo culturas 
como milho, mapira, feijão nhemba, batata-doce e amendoim. Quanto aos instrumentos de 
produção, o uso da enxada é bastante expressiva sendo usada por 23 agricultores 
correspondentes a 92%, e os restantes 2 agricultores que correspondem a 8%, recorrem a 
tracção animal. 
Os resultados vão de com SITOE (2005), quando afirma que o sector agrário em 
Moçambique, é constituído essencialmente pelo sector familiar e nas zonas rurais de 
Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações 
(aquelas que cultivam menos de 5 ha) e sustentada ainda por ECA (2006), ao dizer que de um 
modo geral, em Moçambique, a produção agrícola é realizada por pequenos agricultores, 
destinando grande parte da sua produção ao auto-consumo, a mão-de-obra é constituída 
principalmente pelo agregado familiar, e em tarefas que exijam maior quantidade de trabalho, 
são utilizados esquemas tradicionais de entre ajuda, com meios de produção rudimentares 
com o predomínio da enxada. 
Em relação a rega, 10 agricultores correspondentes a 40% usam rega manual, com 
recurso a regador, 13 agricultores correspondentes a 52% produzem em regime de sequeiro, 
dependendo desta forma das chuvas para efeito da rega, o que contribui para baixa produção 
pois verificam-se chuvas irregulares e consequentemente atrasos da sementeira durante as 
épocas agrícolas, por que os agricultores esperam a chuva para realizar a sementeira e 2 
agricultores correspondentes a 8% usam rega por gravidade, onde tem sido abastecido pelo rio 
nhanombe. 
Os resultados expostos convergem com SITOE (2010), ao referir que a chuva constitui 
a principal fonte de disponibilidade de água para a agricultura moçambicana, que é 
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localidade de Golo-distrito de Homoíne 
 
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 24 
 
principalmente a de sequeiro orientada para a subsistência. Apesar disso, é cada vez mais 
generalizada a opinião de que o clima mudou muito no Sul do país, o que tem repercutido na 
mudança no calendário agrícola. Na mesma visão os resultados expostos vão em 
conformidade com SITOE (2005), ao enfatizar que as zonas Norte e Centro de Moçambique 
possui um bom potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento 
mais permanentes do que no Sul. A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por 
um regime de precipitação irregular e de baixas quantidades. 
4.2.Actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da implementação da 
agricultura de conservação na localidade de Golo. 
4.2.1.Preparo do Solo 
Segundo a pesquisa, na localidade de Golo o técnico de extensão recomendou aos 
agricultores que a técnica do preparo do solo deve ser feita através da incorporação de 
restolhos, onde são deixados na superfície do solo, para sua decomposição e 
consequentemente aumento da matéria orgânica nas camadas do solo, evitando desta forma a 
realização da lavoura ou revolvimento do solo e a queima de restolhos, Mas no entanto 
verificou-se que 23 agricultores correspondentes a 92% usam esta técnica recomendada pelo 
extensionista e 2 agricultores correspondentes a 8% continuam usando tracção animal e 
fazendo a queima de restolhos na superfície do solo. 
Os resultados vão de acordo com ARF & BOLONHEZI (2012), o afirmar que são 
utilizadas algumas técnicas de manejo dos solos através das práticas de conservação onde 
fundamenta-se a eliminação da queimada de restolhos, redução ou ausência de revolvimento 
do solo através de operações como lavoura, aração, gradagens, escarificações. Em sua 
cobertura permanente e na rotação de culturas torna-se possível manter a fertilidade do solo e 
evitar problemas comuns, como a erosão, compactação, desagregação do solo e redução no 
custo de produção e os restos vegetais na superfície ou parcialmente incorporados, podem 
levar ao acréscimo de matéria orgânica nas camadas do solo. 
4.2.2.Adubação de fundo 
De acordo com a pesquisa, o técnico de extensão disseminou a técnica da adubação de 
fundo, que consiste na abertura de covachos para efeito de deposição de estercos de animais e 
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água no covacho para os agricultores que fazem rega, e para o caso dos agricultores que 
produzem em regime de sequeiro depositam no covacho e esperam as chuvas para efeito de 
decomposição do mesmo para de seguida realizar a sementeira. Sendo assim constatou-se que 
22 agricultores correspondentes a 88% practicam a adubação orgânica de acordo com a 
recomendação do técnico de extensão e 3 agricultores correspondentes a 12% fazem a 
adubação misturando adubos orgânicos e inorgânicos (NPK). 
As constatações feitas convergem com (KECK, 2011), citado por BARBITO (2015), ao 
dizer que os fertilizantes usados em AC são os fertilizantes orgânicos que compreendem 
produtos de origem animal ou vegetal. Os seus custos são insignificantes porque são 
preparados de acordo com os recursos locais disponíveis como: estrume de animais, terra, 
plantas verdes, restos de comida da cozinha e água (para o composto), estrume de animais e 
água para o fertilizante líquido. 
4.2.3.Sementeira directa 
Segundo dados da pesquisa verificou-se que o técnico de extensão, recomendou aos 
agricultores que para a realização da sementeira directa abrem-se os covachos com recurso a 
enxada ou pau afiado e introduz-se a semente depois tapa-se, e que para a sementeira directa o 
melhor compasso para milho é de 90 por 50 cm e 75 por 60cm, para cultura de batata-doce 90 
por 90cm onde nesse processo é feita a consociação com culturas como milho, mapira, feijão 
nhemba e amendoim. 
As constatações feitas durante a pesquisa convergem com CALAGARI & TAIMO 
(2005), quando diz que na agricultura de conservação o ideal é semear directamente podendo 
recorrer a enxada, pau afiado e matraca que facilita a sementeira directa e que normalmente é 
feita a consorciação de culturas como milho, mapira, feijão e é importante a rotação de 
culturas com leguminosas para melhorar a qualidade do solo. 
4.2.4.Controle fitossanitário 
Durante a pesquisa constatou-se que o técnico de extensão difundiu técnicas para 
maneio de pragas e doenças, onde é feito através da rotação de culturas e consorciação (milho, 
feijão nhemba, amendoim e mapira) o que contribui para redução da resistência de inimigos 
naturais de pragas. Pode ser feito o controlo manual que consiste na captação e incineração 
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das plantas e ou folhas atacadas e também pode se fazer o preparo do pesticida natural através 
de uma proporção de 1kg de folhas de ceringueira pilada com 200g de alho para 1litro de água 
com sabão líquido, deixando-as em molho por um período de 24horas, depois filtra-se e mete-
se num pulverizador e aplica-se nas culturas como insecticida repelente. 
Os resultados convergem com (ARF & BOLONHEZI, 2012),quando afirma que a 
rotação de culturas e consorciação é eficiente no controle de pragas e doenças mais 
específicas das culturas é e recomendado para o controle da maioria das doenças de plantas e 
o controle mecânico é utilizado em pequenas áreas, consiste na catação manual das pragas. 
 
Figura n° 1: Técnicas disseminadas pelos serviços de extensão. 
Fonte: Autora (2016), com base nos dados da pesquisa. 
 
 
 
0 
5 
10 
15 
20 
25 
Preparo do 
solo 
Adubação de 
fundo 
Sementeira 
directa 
Controlo 
fitossanitário 
23 
22 
25 25 
2 
3 
TÉCNICAS DISSEMINADAS 
Número de gricultores 
praticantes 
Número agricultores não 
praticantes 
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4.3.Comparação dos níveis de produção das culturas de (Milho e Batata-doce) 
produzidas na Agricultura de conservação antes e depois da assistência dos serviços de 
Extensão na localidade de Golo. 
Tabela n° 2: Quantidade de Milho e batata-doce em ton/ha antes e depois da assistência. 
Aréa/ha 
Nr de 
agric. % 
Quantidade (ton)/ha 
Antes da assistência 
técnica 
Quantidade (ton)/ha 
Depois da assistência 
técnica 
 
Milho Batata-doce Milho Batata-doce 
0,25 10 40 0,21 0,20 0,25 0,25 
0,5 11 44 0,28 0,25 0,33 0,35 
0,5-1 4 16 0,35 0,30 0,40 0,45 
Total 25 100 0,84 0,75 0,98 1,05 
Fonte: Autora (2016) com base nos dados da pesquisa 
De acordo com a tabela acima, 10 Agricultores que correspondem a 40% produzem 
milho numa área de 0,25ha onde antes da assistência técnica obtiveram apenas 0,21 ton/ha e 
depois da assistência houve um aumento ligeiro para 0,25ton/ha e 11agricultores 
correspondentes a 44% que produzem em uma área de 0,5ha obtiveram 0,28 ton/ha antes da 
assistência e depois houve um aumento para 0,33 ton/ha, e por fim 4 agricultores 
correspondentes a 16% que produzem num intervalo de 0,5-1ha obtiveram antes da 
assistência técnica 0,35ton/ha e depois da assistência técnica houve um aumento considerável 
para 0,40 ton/ha. 
Para o caso da batata-doce de acordo com os resultados da pesquisa 10 agricultores 
correspondentes a 40% produzem batata-doce numa área de 0,5 ha onde antes da assistência 
técnica obtiveram 0,20 ton/ha e depois da assistência houve um aumento ligeiro 0,25 ton/ha, 
11 agricultores correspondentes a 44% obtiveram 0,25 ton/ha antes da assistência técnica e 
depois da assistência técnica houve um aumento para 0,35 ton/ha produzindo numa área de 
0,5ha e por fim 4 agricultores correspondentes a 16% que produzem num intervalo de 0,5-1ha 
a produção obtida antes da assistência técnica foi de 0,30 ton/ha e depois da assistência houve 
um aumento considerável para 0,45 ton/ha devido a implementação da AC e das orientações 
transmitidas pelos dos serviços de extensão aos agricultores. 
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Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 28 
 
As baixas produções verificadas antes da assistência estiveram relacionadas a razões 
como chuvas irregulares que comprometeram a produção dos agricultores que produzem em 
regime de sequeiro e baixo nível de matéria orgânica e depois da assistência técnica houve um 
aumento nas quantidades produzidas de milho e batata-doce devido a influência das técnicas 
disseminadas pela equipe de extensão e a implementação da AC, que contribuiu para o 
aumento da produção, consecutivamente garantir a segurança alimentar das famílias através 
da implementação das técnicas disseminadas aos agricultores. 
Este cenário vai ao encontro com o estudo levado a cabo por SWANSON (1991), 
quando diz que nos países em desenvolvimento, há uma tendência dos serviços de extensão 
rural ajudarem as comunidades locais a aumentarem seus campos de produção e 
respectivamente o aumento dos seus rendimentos, mesmo com défice de recursos. Na mesma 
visão GASPAR (2010), afirma que o agente de extensão é o agente de mudança, ele intervém 
para promover a mudança, de modo a melhorar a vida dos agricultores e das suas famílias e 
associado ainda a ideia de BARBITO (2015), quando diz que a agricultura de conservação é 
um sistema agrícola que utiliza um conjunto de técnicas agrícolas que têm como função 
proteger o solo da erosão, melhorar a fertilidade do solo, aumentar a sua rentabilidade, 
contribuindo para a proteção do meio ambiente, melhorando deste modo a sustentabilidade 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
5.1.Conclusões 
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, foi possível concluir que na 
localidade de Golo o sector familiar tem-se empenhado na implementação da AC que é uma 
agricultura que ajuda na sustentabilidade do solo, e requer menos trabalho ou prácticas 
culturais desde a sementeira até a colheita. 
No âmbito da implementação da AC, o extensionista difundiu actividades relacionadas 
ao preparo do solo, sementeira directa, adubação de fundo e controlo fitossanitário. Ela tem 
desempenhado um papel preponderante na garantia da segurança alimentar das famílias 
rurais, a medida em que de acordo com os dados do inquérito verificou-se um aumento de 
0,14 ton/ha nos níveis de produção de milho e um aumento de 0,3 ton/ha na cultura de batata-
doce depois da assistência técnica, practicando a agricultura de conservação. 
Foi possível constatar que novas formas de produção são investidas no sector agrícola 
por meio dos serviços de extensão, onde verifica-se que o processo de implementação na sua 
totalidade, dessas formas de produção constitui ainda um desafio aos agricultores devido os 
constrangimentos que acompanham esse processo. 
Como forma de responder a pergunta de partida feita constatou-se que os serviços de 
extensão tem contribuído bastante para o processo de disseminação de novas formas de 
produção visto que os agricultores tem apostado na implementação da mesma e 
consecutivamente nota-se um aumento gradual da produção, devido a eliminação de prácticas 
agrícolas que contribuíam para a degradação dos solos optando-se desta forma pelas prácticas 
que visam a sustentabilidade do solo e aumento da capacidade produtiva uma vez que a 
agricultura é o sector de actividade de maior ocupação para as famílias rurais. 
 
 
 
 
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5.2.Recomendaçoes 
Aos extensionista: 
 Contínuo supervisionamento das actividades realizadas pelos agricultores; 
 Incentivar os agricultores em relação ao aumento das áreas de produção; 
 Sensibilizar líderes comunitários e comunidade sobre a importância e benefícios de AC. 
Aos agricultores: 
 Colaboração e participação efectiva nas actividades desenvolvidas pelos técnicos de 
extensão; 
 Implementação efectiva das actividades disseminadas pelos técnicos na produção 
agrícola usando a AC, com vista a aumentar os níveis de produção e garantir a 
segurança alimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 AMÉRICO, J. (2010). Modelo de Extensão Rural Agrícola no Distrito de Bobonaro – 
Timor-Leste. Lisboa. 
 ANDERSON, J. & FEDER, G. (2003). Rural Extension Services. Policy Research

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