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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA 
Vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do 
Estado de São Paulo 
 
 
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA 
 
 
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA – ÁREA 4 
 
DESENHO TÉCNICO MECÂNICO II 
 
 
 
 
ELEMENTOS DE DESENHO PROJETIVO 
(1° E 3° DIEDROS) 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. M. Sc. Edson Del Mastro 
2008 
Desenho Técnico Mecânico II 2 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 2 
ELEMENTOS DE DESENHO PROJETIVO 
 
ÍNDICE 
 
A- GENERALIDADES ..................................................................................................... 3 
1.Esclarecimento Inicial ................................................................................................... 3 
2. Novas Responsabilidades ........................................................................................... 3 
 
 
B- PROJEÇÕES ............................................................................................................. 4 
3. Projeção ...................................................................................................................... 4 
4. Projeção Cônica (ou central, ou perspectiva) .............................................................. 4 
5. Projeção Cilíndrica ....................................................................................................... 4 
6. Projeção Cilíndrica Oblíqua ......................................................................................... 5 
7. Projeção Cilíndrica Ortogonal ...................................................................................... 6 
8. PROJEÇÕES – Classificação ...................................................................................... 7 
 
 
C- PROJEÇÕES NO DIEDRO ......................................................................................... 9 
9. Geometria Descritiva ................................................................................................... 9 
10. Método Mongeano de Projeção ................................................................................. 9 
11. Os Diedros .............................................................................................................. 10 
12. O 1º e 3º Diedros .................................................................................................... 12 
 
 
D- PROJEÇÕES NO TRIEDRO .................................................................................... 14 
13. Os Triedros (as vistas essenciais) ........................................................................... 14 
 
 
E- PROJEÇÕES NO HEXAEDRO ................................................................................. 18 
14. OS HEXAEDROS (As seis vistas principais) ........................................................... 18 
15. AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS NO 1º DIEDRO ...................................................... 18 
16. AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS NO 3º DIEDRO ...................................................... 21 
17. Aplicações: As seis vistas principais e as VNS ........................................................ 24 
 
 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 29 
Agradecimentos ............................................................................................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos de Desenho Projetivo 3 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 3 
A- GENERALIDADES 
 
 
1. ESCLARECIMENTO INICIAL 
 
Pode parecer estranha a colocação destes FUNDAMENTOS da representação da 
forma em Desenho Técnico no meio do curso de DTM II e não no início de DTM I – que 
seria sua origem lógica. 
Segundo Jean Piaget, o “papa” da Psicologia da Inteligência, “a inteligência 
pragmática precede a inteligência teórica”. Esta colocação também é endossada pela 
chamada “ESCOLA NOVA”. Ela recomenda “partir do próximo para o distante, do 
presente para o remoto, do simples para o mais complexo, do concreto para o abstrato”. 
Assim, a inserção desse assunto teórico foi protelada o mais possível, visando uma 
maior eficiência na aprendizagem supondo o conhecimento prático anterior que o aluno já 
possui nesta altura do curso de Desenho Técnico. A intenção foi submeter o assunto a 
uma ordem didática. 
 
2. NOVAS RESPONSABILIDADES 
 
A partir do estudo deste módulo o aluno tem duas novas responsabilidades: 
2.1- Ler e executar desenhos técnicos no primeiro (geral) ou no terceiro diedro 
(USA, Canadá, Japão). 
2.2- Executar desenhos técnicos (no primeiro ou terceiro diedro) em VNS (vistas 
necessárias e suficientes), com o menor número de tracejadas, colocando na Vista 
Frontal (ou principal) a peça em sua posição principal de utilização ou de trabalho, o que 
melhor convier no caso. Ou seja, a Vista Frontal é a vista mais informativa de um objeto. 
As peças que podem ser usadas em qualquer posição, serão desenhadas de preferência 
na posição principal de fabricação ou de montagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico Mecânico II 4 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 4 
B- PROJEÇÕES 
 
3. PROJEÇÃO 
 
A idéia prática de projeção é a “vista”. Quando de um centro de projeção (0) 
partem raios projetantes que incidem sobre uma figura no espaço e seus prolongamentos 
perfuram um plano (que não contém o plano 0), as intersecções desses raios projetantes 
com o plano formam neste último uma figura plana que denominamos de PROJEÇÃO. 
Dependendo da posição relativa do centro de projeção (0), a PROJEÇÃO se 
classifica em: 
 CÔNICA (ponto 0 finito); 
 CILÍNDRICA (ponto 0 no infinito). 
 
4. PROJEÇÃO CÔNICA (OU CENTRAL, OU PERSPECTIVA) 
 
Neste sistema o centro de projeção (0) é conhecido (finito) e, em conseqüência, as 
projetantes são convergentes (cônicas) (fig. 1). 
 
 
 
Fig.1- Projeção Cônica 
 
Devido a convergência das projetantes, o tamanho das projeções varia de acordo 
com a posição do plano em relação à figura projetada. 
Se o plano de projeção está além da figura, a PROJEÇÃO será tanto maior quanto 
maior for a distância entre eles (por exemplo, com uma lanterna projeto a sombra de um 
homem contra uma parede atrás dele. Quanto mais o homem caminha em direção à 
lanterna, maior a sombra). Outro exemplo: projetor de cinema. 
Se o plano de projeção está aquém da figura, acontece o contrário. A projeção será 
tanto menor quanto maior for as distâncias entre eles. (Por exemplo, a máquina 
fotográfica - quanto mais a pessoa se afasta da máquina, menor o tamanho dela na 
fotografia). 
Elementos de Desenho Projetivo 5 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 5 
Este tipo de projeção é a denominada “PERSPECTIVA EXATA” que teria sua 
melhor aplicação em arquitetura e outras grandes estruturas. Entretanto, ela 
tradicionalmente tem sido pouco usada por ser muito “trabalhosa” – quando feita na 
prancheta. Atualmente, no computador, com softwares adequados, ela se tornou de fácil 
execução. 
Variantes simplificadas deste tipo de perspectiva têm tido maior emprego: cônicas, 
bicônicas e tricônicas. 
 
5. PROJEÇÃO CILÍNDRICA 
 
Neste sistema de projeção o centro de projeção (0) é um ponto impróprio (está no 
infinito) e, portanto, as projetantes são paralelas entre si (e não paralelas ao plano). 
 
 
Fig.2 – Projeção Cilíndrica 
 
Dependendo do ângulo formado entre o plano de projeção e as projetantes, as 
projeções cilíndricas se dividem em: 
-oblíquas; 
-ortogonais. 
 
Desenho Técnico Mecânico II 6 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 6 
6. PROJEÇÃO CILÍNDRICA OBLÍQUA 
 
É uma projeção cilíndrica onde as projetantes incidem obliquamente no plano de 
projeção. Exemplo: a perspectiva cavaleira é um caso particular deste tipo de projeção. 
Uma das faces do objeto se situa num plano paralelo ao plano de projeção (a face maior 
ou a mais complexa) (fig. 3). 
 
 
Fig.3 – Perspectiva Cavaleira 
 
 
 
 
 
Elementos de Desenho Projetivo 7 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba7 
7. PROJEÇÃO CILÍNDRICA ORTOGONAL 
 
 É uma projeção cilíndrica onde a projetantes incidem perpendicularmente no plano 
de projeção (fig. 4). 
 
Fig. 4 – Projeção Cilíndrica Ortogonal 
 
 Já que só a projeção cilíndrica pode ser ortogonal, ela é chamada simplesmente de 
projeção ortogonal. É interessante lembrar que para termos uma PROJEÇÃO 
ORTOGONAL são necessárias só duas condições: 
a) as projetantes serem paralelas, e que 
b) perfurem ortogonalmente o plano de projeção . 
Observemos que nada se fala da posição do objeto no espaço. Dependendo dessa 
posição do objeto podemos ter: 
7.1- as “vistas” do desenho (superior, frontal, cortes, vistas auxiliares, etc.): quando 
uma face do objeto é paralela ao plano de projeção (folha de desenho). 
Obs: na projeção ortogonal, o fato de o plano de projeção estar atrás do objeto 
(1°diedro) ou na frente (3°diedro) não altera a PROJEÇÃO (no caso a “vista”). 
7.2- as perspectivas “paralelas” (ou axonométricas, isométrica, dimétrica, 
trimétrica): quando colocamos o objeto numa posição angular estratégica para 
que apareçam três faces do mesmo. 
 
Fig. 5 – Perspectivas 
Desenho Técnico Mecânico II 8 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 8 
8. PROJEÇÕES – CLASSIFICAÇÃO 
 
PROJEÇÕES 
em plano(s) 
CÔNICA 
projetantes convergentes 
CILÍNDRICA 
projetantes paralelas 
PERSPECTIVAS 
CÔNICAS 
um só plano 
ORTOGONAL 
projetantes perpendiculares ao plano 
de projeção 
OBLÍQÜA 
projetantes inclinadas em relação 
ao plano de projeção 
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Só usaremos estas projeções em nosso curso de DTM I e II 
Elementos de Desenho Projetivo 9 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 9 
C- PROJEÇÕES NO DIEDRO 
 
 
9. GEOMETRIA DESCRITIVA 
 
 “Parte da matemática aplicada em que se representam e estudam os sólidos 
tridimensionais mediante projeções destes sólidos em planos” (Ferreira, 1986:846). 
 A geometria descritiva, tal como é difundida hoje, foi desenvolvida por Gaspard 
Monge (matemático e geometra francês – 1746-1815). 
 “... aperfeiçoou a Geometria Descritiva, criando o sistema projetivo ortogonal que 
leva seu nome; autor de GEOMETRIA DESCRITIVA” (Barsa, 1978:15 – 361). 
 
10. MÉTODO MONGEANO DE PROJEÇÃO 
 
 Neste método só se usam “projeções ortogonais”. 
 A partir de um diedro de referência (ângulo formado pela intersecção de dois 
planos ortogonais entre si), Monge estabeleceu a correspondência biunívoca entre os 
pontos do espaço tridimensional e suas projeções nos planos. E, através de um artifício, 
rebateu o plano horizontal girando-o até coincidir com o vertical, ficando as duas 
projeções num só plano (épura). A projeção no plano vertical chama-se vista frontal ou 
principal e a do plano horizontal, vista superior (fig. 6 e 7). 
 
Fig.6 – A: projeções; B: rebatimento; C: épura 
 
Fig.7 – A: projeções; B: rebatimento; C: épura 
Desenho Técnico Mecânico II 10 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 10 
11. OS DIEDROS 
 
 Na realidade, a intersecção dos dois planos ortogonais divide o espaço em quatro 
diedros, assim enumerados (fig. 8). 
 
 
Fig. 8 – Os quatro diedros 
 
 A Geometria Descritiva, como ciência que é, pode projetar e estudar as figuras 
espaciais em quaisquer dos quatro diedros. 
 Já para o DESENHO TÉCNICO, onde clareza é importante, só o 1° e 3° diedros 
apresentam interesse. Vejamos porquê: 
 Se tomarmos separadamente os diedros (fig.9) e, em cada um deles fizermos o 
rebatimento do plano horizontal (PH), sempre no sentido horário, veremos que o 2° e o 4° 
diedros resultam em PV e PH superpostos, em suas respectivas épuras (fig.10, 11, 12 e 
13). 
 
Fig.9 – Os quatro diedros, separadamente 
Elementos de Desenho Projetivo 11 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 11 
 
 
Fig.10 – 1° diedro 
 
 
Fig.11 – 2° diedro 
 
 
Fig.12 – 3° diedro 
 
 
Fig.13 – 4° diedro 
Desenho Técnico Mecânico II 12 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 12 
12. O 1° E O 3° DIEDRO 
 
Olhando as figuras 11 e 13 vemos que no 2° e 4° diedros a vista superior e a 
frontal ficam superpostas – que representa um desastre para a CLAREZA. Por essa 
razão esses diedros não são usados pelo Desenho Técnico. 
 Por outro lado, nas figuras 10 e 12, vemos que no primeiro e terceiro diedros essas 
vistas estão uma ao lado da outra e, “alinhadas”. O que é bom para a CLAREZA exigida 
na linguagem técnica. 
 Vejamos, agora, as diferenças básicas do 1° com o 3° diedro. 
 
 12.1 – Seqüência nas projeções 
Para fazermos as projeções tanto no 1° como no 3° diedro, olhamos de cima para 
baixo e da direita para a esquerda (DESENHO TÉCNICO). Isto resulta em seqüências 
diferentes na feitura das projeções em cada diedro: 
 Seqüência para o primeiro diedro: observador→ objeto→ plano de projeção (fig.14). 
 Seqüência para o terceiro diedro: observador→ plano de projeção→ objeto (fig.15). 
 
 
Fig.14 – O 1° diedro 
 
Fig.15 – O 3° diedro 
Elementos de Desenho Projetivo 13 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 13 
12.2 – Rebatimento (posição das vistas) 
 No 1° diedro (sistema universal), girando o PH (plano horizontal) no sentido horário até 
coincidir com o PV (plano vertical), o PH fica na parte de baixo. Ou seja, a vista 
principal fica em cima (PV) e, a superior (PH) fica em baixo (fig.14). 
 No 3° diedro (sistema usado nos USA, Canadá, Japão, etc), girando o PH no mesmo 
sentido, ele resulta na parte de cima. Ou seja, a vista principalfica embaixo (PV) e a 
superior fica em cima (PH) (fig.15). 
12.3 – Regras Práticas 
Os rebatimentos diferentes (12.2) podem ser conseguidos pelas respectivas regras 
práticas: 
 No 1° diedro – “regra da dobradiça”: girar a peça 90° como se fosse a aba de uma 
dobradiça e desenhar a nova vista no novo local. 
 No 3° diedro – “segurar em cima e passar o pé embaixo”: girar a peça 90° 
“escorregando embaixo”. A nova vista será desenhada na direção que foi “passado o 
pé”. 
 
Obs. 1 – Estas diferenças são importantes do ponto de vista prático para feitura e 
interpretação de desenhos técnicos. Além disso, o que foi visto aqui para os diedros 
(12.1, 12.2 e 12.3) continua valendo para o triedro e para o hexaedro. 
 
Obs. 2 – A ISO (International Organization for Standardization) criou símbolos indicativos 
de 1° e 3° diedros – um cone truncado (ISO R-128) que devem ser desenhados (um ou 
outro) junto aos desenhos técnicos, ou indicados na respectiva legenda. Esses 
símbolos podem ser acompanhados da expressão: “1° diedro” ou “3° diedro”, 
respectivamente. 
 
Todas as associações de normas nacionais filiadas à ISO (DIN, ABNT, UNI, JIS, etc) 
adotaram os mesmos símbolos. 
 
Em todo desenho técnico é obrigatório o uso de um desses dois símbolos (fig. 14, 15, 
17, 18, 21, 22,...). 
 
 
Desenho Técnico Mecânico II 14 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 14 
D- PROJEÇÕES NO TRIEDRO 
 
 
13. OS TRIEDROS (AS VISTAS ESSENCIAIS) 
 
 Diversos teóricos, principalmente os discípulos de Monge, ampliaram conceitos ou 
aperfeiçoaram métodos da Geometria Descritiva. Gino Loria, um deles, imaginou um 
terceiro plano de projeção (lateral) ortogonal aos outros dois, colocado atrás dos diedros. 
 Isso possibilitou fazer três vistas: uma em cada direção de três eixos triortogonais 
x, y, z. 
 Essas três vistas constituem as vistas essenciais do Desenho Técnico (vista 
superior, frontal e lateral). 
 Esses triedros trirretangulares guardam as mesmas características dos respectivos 
diedros originais (1º ou 3º) quanto à seqüência da projeção e o rebatimento dos planos 
(ver 12.2 e 12.1, respectivamente). 
 Também continuam válidas as regras práticas de rebatimento (12.3): 
 No 1º diedro: ''regra da dobradiça''; 
 No 3º diedro: ''segurar em cima e passar o pé embaixo''. 
 
Obs.: O plano vertical (P.V.) é o único plano que está sempre coincidente com o plano 
do desenho (folha de desenho). Isto é válido no caso do diedro, do triedro e 
também do hexaedro como veremos adiante. Os demais planos são rebatidos (fig. 
16, 17 e 18, 1º diedro; fig. 19, 20, 21 e 22, 3º diedro). 
 
 
Fig. 16 – Triedro (1° diedro) 
 
Elementos de Desenho Projetivo 15 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 15 
 
Fig. 17 – As vistas essenciais no 1° diedro (triedro) 
 
 
Fig. 18 – As vistas essenciais no 1° diedro (triedro) 
Desenho Técnico Mecânico II 16 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 16 
 
Fig. 19 – Triedro (3° diedro) – posição original no espaço 
 
 
Fig. 20 – Triedro (3° diedro) – posição didática, girado 90° 
 
 
Fig. 21 – As vistas essenciais no 3°diedro (triedro) 
Elementos de Desenho Projetivo 17 
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Fig. 22 – As vistas essenciais no 3° diedro (triedro) 
Desenho Técnico Mecânico II 18 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 18 
E- PROJEÇÕES NO HEXAEDRO 
 
 
14. OS HEXAEDROS (AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS) 
 
 As seis vistas principais (externas) podem ser conseguidas colocando-se o objeto 
no interior de hexaedro regular (cubo) cujas faces são os planos de projeções. 
 As projeções são feitas nas três direções tri-ortogonais x, y, z – como nos triedros. 
Só que em ambos os sentidos de cada uma dessas direções. Assim, no sentido vertical a 
vista superior e a vista inferior; no longitudinal, a vista lateral esquerda e a vista lateral 
direita, no transversal, a vista frontal e vista posterior. 
 Como visto em 12.1 e 12.2, a seqüência nas projeções e o rebatimento no caso de 
hexaedro, guardam as mesmas características dos diedros e triedros. Também 
permanecem constantes as regras práticas de rebatimento no 1º e no 3º diedros. 
 
15. AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS NO 1º DIEDRO 
 
15.1– Projeções: colocado o objeto dentro do ''cubo'', fazer as projeções olhando 
perpendicularmente em cada uma das seis faces. Reparar que a seqüência no 
primeiro diedro é observador, objeto, plano de projeção. Isto é, o que você vê na 
frente, projeta no plano de trás. (fig. 23) 
 
 
Fig. 23 – Projeções: as seis vistas principais no 1º diedro 
Elementos de Desenho Projetivo 19 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 19 
15.2 – Rebatimento: lembrar que o P.V. (o único plano que coincide com a folha do 
desenho), no 1º diedro, é o plano de trás. Portanto neste diedro abre-se na frente 
e é rebatido para trás. Em cada uma das 4 bordas do P.V. gira um plano até 
coincidir com ele. O plano posterior fica normalmente na extrema direita (fig.24). 
 
 
Fig. 24 – Rebatimento: as seis vistas principais no 1º diedro 
 
Desenho Técnico Mecânico II 20 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 20 
15.3 – Posição das vistas e denominação 
 
A denominação das vistas é a seguinte (ABNT): 
 (a) – vista frontal 
 (b) – vista superior vistas essenciais 
 (c) – vista lateral esquerda 
 (d) – vista lateral direita vistas principais 
 (e) – vista inferior 
 (f) – vista posterior 
 
Com referência à Vista Frontal (a), a posição das vistas, no diedro, é a seguinte (fig. 25): 
A vista superior (b) é localizada em baixo; 
A vista inferior (e) é localizada em cima; 
A vista lateral esquerda (c) é localizada à direita; 
A vista lateral direita (d) é localizada à esquerda; 
A vista posterior (f) pode ser localizada na extrema esquerda ou direita, o que for mais 
conveniente. 
 
 
Fig. 25 – Posição das seis vistas principais no 1º diedro 
 
Observação: O sistema de projeções no primeiro diedro é também chamado de ''Sistema 
Europeu de Projeções''. 
 
Elementos de Desenho Projetivo 21 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 21 
16. AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS NO 3º DIEDRO 
 
16.1 – Projeções: Estando o objeto dentro do ''cubo'', fazer as projeções olhando 
perpendicularmente em cada uma das seis faces. Notar que a seqüência no 3º 
diedro é: observador, plano de projeção, objeto. Isto é, a face que você vê do objeto 
é projetada no plano que está entre o observador e o objeto (fig. 26). 
 
 
Fig. 26 – Projeções – as seis vistas principais do 3º diedro 
Desenho Técnico Mecânico II 22 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 22 
16.2 – Rebatimento: no 3º diedro o P.V. fica na frente (único plano coincidente com a 
folha de desenho). Portanto este diedro abre-se atrás e é rebatido para a frente. 
Em cada uma das 4 bordas do P.V. gira um plano até coincidir com ele. Nos 
Estados Unidos o plano posterior tradicionalmente fica na extrema esquerda, mas 
para a norma ISO ele pode também ser rebatido para a direita (fig. 27). 
 
 
Fig. 27 – Rebatimento – as seis vistas principais no 3º diedro 
 
 
Elementos de Desenho Projetivo 23 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 23 
16.3 – Posições da vistas e denominação: a denominação das vistas é a mesma que 
no 1º diedro (ver 15.3). 
Com referência à Vista Frontal (a), a posição das vistas no 3º diedro é a seguinte (fig. 
28): 
A vista superior (b) é localizada em cima. 
A vista inferior (e) é localizada embaixo. 
A vista lateral esquerda (c) é localizada à esquerda. 
A vista lateral direita (d) é localizada à direita. 
A vista posterior (f) pode ser localizada na extrema esquerda ou direita, o que for mais 
conveniente. 
 
 
 
Fig. 28 – Posição das seis vistas principais no 3º diedro 
 
Desenho Técnico Mecânico II 24 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 24 
17. APLICAÇÕES: AS SEIS VISTAS PRINCIPAIS E AS VNS 
 
 (VNS = Vistas Necessárias e Suficientes) 
 A execução das seis vistas principais (1º ou 3º diedros) é apenas uma 
possibilidade. Em geral isso não acontece por diversasrazões: 
17.1 – Linhas de Contorno: cada contorno é repetido duas vezes nas seis vistas e as 
linhas de contorno são as mais interessantes de cada vista, tanto para ver o 
detalhe (forma) quanto para cotar. Sob essa ótica, linhas de contorno, o objeto se 
definiria com três vistas essenciais (vistas a, b e c), que apresentam cada contorno 
uma só vez. 
17.2 – VNS: mesmo as três vistas essenciais nem sempre são necessárias (costumamos 
eliminar aquelas que não apresentam detalhes no contorno). 
 Por outro lado, o conceito de VNS é mais abrangente que as seis vistas principais 
(externas). As VNS englobam também os cortes, seções, vistas auxiliares (primárias e 
secundárias), detalhes, vistas parciais e '' vistas de...'' 
 
''Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes, elas devem ser selecionadas 
conforme os seguintes critérios: 
 a) limitar ao máximo o número de vistas, 
 b) evitar repetições de detalhes, 
 c) evitar linhas tracejadas desnecessárias. '' 
(ABNT – NBR 10067/1987 – pág.3) 
 
''O número de vistas (incluindo cortes e seções) deve ser limitado ao mínimo necessário e 
suficiente para representar o objeto sem ambigüidade. '' 
 
(tradução – ISO R128-1959 – pág.6) 
 
17.3 – Aplicações (das seis vistas principais): a aplicação das seis vistas num único 
desenho é muito rara, mas podemos usá-las parcialmente (de 1 a 6 vistas) 
conforme necessidade, desde que as vistas desenhadas sejam, cada uma, 
conseqüência de rebatimento de outra. Em qualquer desenho é necessário estar 
sempre presente a vista frontal, no mínimo (fig. 29). 
 
Elementos de Desenho Projetivo 25 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 25 
 
 
Fig. 29 – Alguns exemplos do uso parcial das seis vistas principais (1º ou 3º diedros) 
 
Desenho Técnico Mecânico II 26 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 26 
Isto nos deixa em condições de atender uma ''nova responsabilidade'' (v. 2.2). 
 Por exemplo, desenhar as VNS, no 1º diedro, da peça da figura 22. Considerando 
que a vista frontal deve ser a mesma, (a mais representativa), será melhor desenhar a 
vista lateral direita (d) do que a lateral esquerda (c), evitando 3 tracejadas (fig. 30). 
 
 
Fig. 30 – Uso das vistas a, b, e d no 1º diedro (um exemplo) 
 
 O emprego de quatro ou mais vistas num mesmo desenho é devido à necessidade 
de destacarmos outras linhas nas superfícies das peças, como ressaltos, rebaixos ou 
gravações não lineares, já que estaremos desenhando duas ou mais vistas com 
contornos repetidos. Nesses casos (4 ou mais vistas) costuma-se omitir as tracejadas 
desnecessárias de uma vista quando a vista oposta é desenhada, (vistas opostas: 
superior ↔ inferior, frontal ↔ posterior, lateral esquerda ↔ lateral direita) (fig. 31). 
Elementos de Desenho Projetivo 27 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 27 
 
Fig. 31 – Exemplo de um desenho com 4 vistas 
 
Desenho Técnico Mecânico II 28 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 28 
Elementos de Desenho Projetivo 29 
Faculdade de Tecnologia de Sorocaba 29 
BIBLIOGRAFIA 
 ENCICLOPÉDIA BARSA 
ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA EDITORES LTDA – 16 VOLUMES 
 FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA 
NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA 
ED. NOVA FRONTEIRA – RIO DE JANEIRO – 1986 – 2ª EDIÇÃO 
 FRENCH, THOMAS E. 
DESENHO TÉCNICO 
ED. GLOBO S.A. - PORTO ALEGRE – 1958 – 4ª EDIÇÃO 
 FRENCH, T. E. E VIERCK, C.J. 
DESENHO TÉCNICO E TECNOLOGIA GRÁFICA 
ED. GLOBO – SÃO PAULO – 1989 – 2ª EDIÇÃO 
 MACHADO, ADERVAN 
GEOMETRIA DESCRITIVA 
ED. McGRAW HILL DO BRASIL LTDA – SÃO PAULO – 1974 
 MANFÉ, G. E OUTROS 
DESENHO TÉCNICO MECÂNICO – 3 VOLUMES 
HEMUS LIVRARIA E EDITORA – SÃO PAULO – 1977 
 NORMAS ISO E ABNT 
ISO R-128 EDIÇÃO SUÍÇA (INGLÊS) – 1959 
ABNT – COLETÂNEA DE NORMAS PARA DESENHO TÉCNICO – SENAI – SP – 
1990 
 PROVENZA, F. 
DESENHISTA DE MÁQUINAS 
ED. F. PROVENZA – SÃO PAULO – 1991 – EDIÇÃO 
 
 
AGRADECIMENTOS: 
 Arte final: Andrea Kövesdy Bravo 
 Levi Bravo 
 Marcelo B. Mitsuda Del Mastro 
 
 Exame dos Originais: prof. João Henrique Machado 
 prof. Mauro Tomazela 
 Inst. Michele da Rocha Moreira

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