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2 Revoltas populares

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• Grão-Pará e Maranhão
• Atividades: extração de riquezas da floresta e produção 
de açúcar
• Mão de obra predominante: indígenas escravizados
• Problema inicial: proibição da escravização de indígenas
• Criação da Companhia de Comércio do Maranhão
• Demandas dos colonos não atendidas
• Revolta dos colonos contra a Companhia, os jesuítas e o 
governador local
• Líder: Manuel Beckman
• Repressão dos rebeldes, mas extinção da Companhia 
de Comércio do Maranhão e liberação da escravização 
de indígenas
Revolta de Beckman 
(1684)
• Região atualmente pertencente a Minas Gerais
• Descoberta de ouro onde hoje se localiza a cidade de Sabará 
(MG)
• Grande fluxo de pessoas de Portugal, Rio de Janeiro, Bahia, São 
Paulo e outros pontos do território colonial, além de africanos 
escravizados
• Conflitos entre os paulistas (emboabas) e os forasteiros 
• Os paulistas são proibidos de entrar na região das minas e 
reagem com armas
• Manoel Nunes é aclamado governador de todas as Minas pelos 
emboabas
• Vitória dos emboabas e consequências político-administrativas
• Maior controle da região pela metrópole
• Novo governador para o Rio de Janeiro; criação da Capitania de 
São Paulo e das Minas de ouro; e elevação de povoados a vilas
Guerra dos Emboabas 
(1707-1709)
Rebeliões na América portuguesa
1
• Olinda e Recife
• Contexto: queda do preço do açúcar 
brasileiro no mercado europeu
• Empobrecimento dos senhores de engenho 
de Olinda e endividamento com os 
comerciantes de Recife
• A riqueza dos comerciantes de Recife era 
incompatível com a ausência de poder 
político
• O poder político estava concentrado nas 
mãos dos senhores de Olinda, através do 
controle da Câmara Municipal
• Comerciantes de Recife pedem ao rei a 
elevação de seu povoado a vila, para terem 
sua própria Câmara Municipal
• O rei de Portugal atende o pedido dos 
comerciantes de Recife, que se apressam em 
construir um pelourinho
• Os senhores de Olinda se armam, invadem 
Recife e destroem o pelourinho
• O rei manda reprimir a revolta em favor dos 
recifenses, mantendo a elevação do povoado 
a vila e transformando-a na capital de 
Pernambuco
Guerra dos 
Mascates 
(1710-1711)
• Região atualmente pertencente a Minas Gerais
• Contexto: criação da Intendência das Minas 
para aumentar o controle da Coroa sobre a 
extração mineral
• Impostos diversos: sobre homens livres e 
escravizados, tecidos, ferramentas, gêneros 
agrícolas e ouro – o quinto (20% de todo ouro 
extraído)
• Maior opressão fiscal = maior reação 
(contrabando)
• Criação das Casas de Fundição
• Aumento do preço dos alimentos e insatisfação 
e revolta das pessoas
• Exigências dos rebeldes: redução no preço dos 
alimentos e anulação do decreto que criava as 
casas de Fundição
• Repressão violenta: Felipe dos Santos e Pascoal 
Guimarães foram presos; Felipe dos Santos foi 
executado e seu corpo foi esquartejado e 
espalhado nas estradas
• Consequências político-administrativas: 
separação de Minas Gerais e São Paulo, com a 
criação da capitania de Minas Gerais
Revolta de Vila Rica 
(1720)
2
Ocupação e povoamento de áreas no 
interior do território
Florescimento da vida urbana = 
nascimentos de vilas e cidades
Mudança da capital de Salvador para 
o Rio de Janeiro
Crescimento do mercado interno
Contribuição da mineração de ouro e diamantes para as mudanças ocorridas na colônia 
portuguesa na América:
3
Conjuração Mineira (1789)
Apenas Tiradentes 
foi condenado à 
morte e teve seu 
corpo esquartejado 
→ punição 
exemplar
Denúncia da 
conjuração; 
suspensão da 
derrama e 
repressão dos 
conjurados
Diversidade das 
aspirações dos 
conjurados: ideais 
iluministas; objetivos 
diretos (fim dos 
impostos); 
divergências sobre a 
escravidão
Homens locais, em 
sua maioria ricos, 
começam a se reunir 
para planejar uma 
rebelião contra a 
coroa
1788: anúncio de uma 
derrama e 
instauração de um 
clima de revolta
Empobrecimento da 
população de Minas 
Gerais e aumento do 
medo e da 
insegurança
Continuidade da 
cobrança de impostos 
e proibições de outras 
atividades 
econômicas
1760: as jazidas 
mineiras começam a 
se esgotar
Os conjurados defendiam a independência
de Minas Gerais; a proclamação de
uma república com capital em São João
del-Rei;
e a criação, em Vila Rica, de uma
universidade e de uma Casa da Moeda
para controlar a emissão de dinheiro.
4
Conjuração Baiana (1798)
Formação étnica de Salvador: 60 mil habitantes, dos quais 40 mil eram afrodescendentes
• Crescimento da população e do comércio, enriquecendo senhores de terras e grandes comerciantes
• Péssimas condições de vida para a maior parte da população (altos preços de produtos básicos e impostos abusivos)
• Forte racismo contra a os afrodescendentes
Contexto socioeconômico: insatisfação da maior parte da população
• População pobre: artesãos, soldados, trabalhadores escravizados e libertos
• Intelectuais que pregavam ideias de liberdade, igualdade e fraternidade
• Homens ricos interessados em romper com Portugal
Crescimento das agitações nas ruas de Salvador
• Fim do domínio português na Bahia; proclamação de uma república em que todos tivessem igualdade de tratamento; a abertura do 
porto de Salvador para o livre-comércio; a diminuição dos impostos e o aumento dos soldos e da oferta de alimentos; fim do 
preconceito contra os negros
12 de agosto de 1798: panfletos são afixados exigindo a revolução
Temor das autoridades dos dois lados do Atlântico (Revolução Americana, Revolução Francesa e lutas por liberdade no Haiti
Forte repressão: quatro líderes afrodescendentes e pobres foram executados
5
Insurreição 
Pernambucana 
(1817)
Insatisfação com os 
impostos pagos para 
o Rio de Janeiro
Controle dos 
portugueses sobre o 
comércio varejista
Preferência dada aos 
portugueses quando 
havia promoção entre 
militares
Crise agrícola de 1816 
com aumento do 
preço dos alimentos e 
fome nas cidades
Motivos de insatisfação da população
Ec
lo
sã
o
Os pernambucanos 
expulsam o governador e 
proclamam uma república 
separada do Rio de 
Janeiro e de Portugal
Governo provisório 
formado por pessoas de 
diferentes grupos sociais
D
if
u
sã
o
Paraibanos, potiguares e 
cearenses tomam o 
poder em suas 
províncias e passam a se 
autogovernar
Buscam, sem sucesso, o 
apoio da Grã-Bretanha e 
dos Estados Unidos
A
çõ
es
Criação de uma nova 
bandeira
Abolição de vários 
impostos
Aumento do salário dos 
soldados
Liberdade de imprensa e 
tolerância religiosa
Discordavam sobre o fim 
da escravidão
R
ep
re
ss
ão
Após 74 dias o 
movimento foi reprimido 
com a ajuda de 
comerciantes 
portugueses e 
proprietários de terras
Reestabelecimento da 
ordem social e étnica
Punições segundo o 
modelo do Antigo 
Regime: enforcamento
6
Reinado de D. Pedro I: uma cidadania limitada
Lutas pela independência
Bahia Piauí
Ceará Maranhão
Grão-Pará
Província 
Cisplatina
Na época, a independência não foi aceita no 
país todo. Em várias províncias brasileiras o 
povo pegou em armas para combater militares 
fiéis a Portugal.
7
Reconhecimento e preço da independência
Estados 
Unidos
Primeiro país a 
reconhecer a 
independência do 
Brasil
Doutrina Monroe: “A 
América para os 
americanos”
Contra a interferência 
da Europa
Portugal
Reconheceu a 
soberania do Brasil 
em 1825, mediante 
indenização
Valor da indenização: 
2 milhões de libras 
esterlinas
O governo brasileiro 
pediu empréstimo à 
Inglaterra
Inglaterra
Reconheceu a 
soberania do Brasil 
em 1827
Exigiu a renovação do 
Tratado de Comércio 
e Navegação por mais 
15 anos
Exigiu a extinção do 
tráfico de africanos 
escravizados no prazo 
de três anos
8
• Agitações de rua, revoltas 
escravas e rebeliões 
republicanas. 
• Manifestações relacionadas ao 
alto custo de vida nas cidades 
brasileiras, ao escravismo e ao 
autoritarismo dos regentes. 
• Pobres e ricos, peões e 
fazendeiros, indígenas, mestiços, 
negros e brancos se uniram para 
combater o governo central. 
• Enquantoas elites provinciais 
lutavam pela autonomia das 
províncias, os oprimidos 
batalhavam por liberdade e uma 
vida melhor.
Rebeliões regenciais
9
Local
Grão-Pará 
(1835-1840)
Contexto
População 
majoritariamente 
pobre; 15% de 
brancos e 85% de 
índios, negros e 
mestiços
Aspirações dos 
cabanos
Terras para 
plantar e o fim da 
escravidão
Aspirações dos 
fazendeiros: 
escolher os 
presidentes da 
província
Tomam o poder e 
proclamaram 
uma república 
em agosto de 
1835
Divergências 
entre os líderes e 
inferioridade 
bélica
Repressão brutal: 
o governo matou 
cerca de 40% da 
população
Cabanagem
Farrapos
Malês
Local
RS e SC 
(1835-1845)
Contexto
Região produtora 
de charque para 
o mercado 
interno
Reclamações
O governo não 
favorecia as 
atividades 
econômicas 
locais
Revoltam-se em 
1835 e, em 1836, 
proclamam a 
República Rio-
-Grandense
Em 1839 
conquista SC e 
proclamam a 
República Juliana
Em 1842, o 
governo envia 12 
mil homens para 
combater os 
farroupilhas
Tratado do 
Poncho Verde: 
“paz honrosa” 
(1845)
Local
Salvador 
(1835)
Revolta escrava: 
a mais 
importante já 
ocorrida no Brasil
Aspirações
A libertação dos 
escravos e a 
garantia de 
liberdade de 
culto
Os principais 
líderes eram 
malês e 70% dos 
rebeldes eram de 
etnia nagô
Lutaram durante 
uma madrugada 
com espadas, 
facas e lanças
A revolta foi 
brutalmente 
reprimida
Centenas de 
africanos foram 
enviados para a 
África e outros 
tantos, expulsos 
da Bahia
10
Local
Bahia
(1837-1838)
Motivações
Imposição de 
governantes e 
temor de serem 
convocados a 
lutar contra os 
farroupilhas
Militares se 
unem ao Dr. 
Sabino, que 
conclamava o 
povo a lutar pela 
República
Tomam o forte de 
São Pedro, em 
Salvador, e 
proclamam a 
República até a 
maioridade de 
Pedro de 
Alcântara 
Prometem 
liberdade aos 
escravos que 
lutassem com 
eles e perdem 
apoio dos 
proprietários de 
escravos 
envolvidos
São derrotados 
pelas forças 
governamentais 
com ajuda de 
senhores de 
engenho do 
Recôncavo 
baiano
Repressão brutal: 
1,2 mil mortos, 3 
mil presos e os 
líderes 
sobreviventes 
foram expulsos 
da Bahia
Sabinada
Balaiada
Local
Maranhão e Piauí 
(1838-1841)
Contexto
Desigualdade 
social e péssimas 
condições de 
vida para a maior 
parte da 
população
Composição
Revolta popular, 
formada por 
desempregados, 
vaqueiros, 
quilombolas e 
indígenas
Bandos 
populares 
atacam fazendas, 
atemorizando os 
proprietários
Exigem a 
substituição do 
presidente da 
província, a 
expulsão dos 
comerciantes 
portugueses e o 
fim da escravidão
Liberais e 
conservadores, 
antes em 
disputa, se unem 
para ajudar na 
repressão ao 
movimento 
Repressão 
violenta: cerca de 
11 mil balaios 
foram 
assassinados
Com o fim das rebeliões regenciais e a ascensão do café no Vale do Paraíba, o governo central foi se 
firmando no poder e garantindo a unidade do imenso Império brasileiro.
11
Fim do tráfico internacional de africanos escravizados
Pressão inglesa
Após lucrar por séculos com o
tráfico atlântico, a Inglaterra se
posicionou contra esse comércio:
1) Líder da Revolução
Industrial, tinha interesse em
ampliar o mercado para os
seus produtos.
2) Com o fim do tráfico, o
dinheiro que os proprietários
brasileiros gastariam na
compra de escravizados
poderia ser investido na
aquisição de manufaturados.
3) Parte da população e dos
políticos ingleses havia
aderido às ideias iluministas
e opunha-se à escravidão.
1827: a Inglaterra exige o 
fim do tráfico como 
condição para 
reconhecer a 
independência do Brasil
1831: lei brasileira 
declara ilegal o comércio 
de africanos para o Brasil
A lei de 1831 se torna 
“letra morta”
1844: A Inglaterra exige 
a renovação do acordo 
de 1827
D. Pedro II se recusa a 
renovar o acordo
1845: a Inglaterra 
declara o Bill Aberdeen
1850: Lei Eusébio de 
Queiroz
1850: Lei de Terras
Aumento do tráfico 
interprovincial de 
escravos
Racismo e políticas de 
branqueamento da 
população brasileira
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Abolição, imigração e indigenismo no Império
A
b
o
liç
ão
 d
a 
es
cr
av
id
ão Pressão inglesa
Resistência dos escravizados
Movimento abolicionista
RESISTÊNCIA DOS 
ESCRAVIZADOS
Desobediência
Fuga e formação de quilombos
Levantes urbanos
Busca de liberdade para prática 
de suas culturas e religiões
Inúmeras revoltas no século XIX: 
mais de 20 na Bahia
MOVIMENTO ABOLICIONISTA
Ganha força na segunda 
metade do século XIX
Luta na imprensa
Passeatas e comícios
Compra de cartas de alforria
O movimento ganha forças com 
o fim da Guerra do Paraguai
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Ano Nome ou origem da lei Conteúdo da lei Lei X Realidade
1831
Lei criada para atender a 
exigência da Inglaterra para 
reconhecer a independência do 
Brasil
Declarava ilegal o comércio de africanos para o Brasil
Não teve efeitos, pois, após um breve momentos inicial, o 
tráfico cresceu em vez de diminuir.
1850 Lei Eusébio de Queiroz
Proibia definitivamente a entrada de escravizados no 
Brasil
De fato não entraram mais escravizados vindos da África, 
mas houve um aumento significativo do tráfico 
interprovincial.
1871 Lei do Ventre Livre
Definia que os filhos de escravos nascidos a partir 
daquela data seriam considerados livres
Foi elaborada segundo os interesses dos proprietários de 
escravos, pois a lei previa que os escravos poderiam ficar 
sob a autoridade do senhor até os 21 anos de idade.
1885 Lei dos Sexagenários
Declarava que os escravos a partir de 60 anos eram 
livres
A lei previa que os escravos deveriam trabalhar por mais 
três anos. Mesmo que eles conseguissem sobreviver, não 
conseguiriam arrumar emprego com aquela idade.
1889 Lei Áurea Declarou extinta a escravidão no Brasil
De fato foi aplicada, mas os ex-escravos foram deixados 
em uma situação muito precária.
As leis e a realidade
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A vida difícil dos recém-libertos
Recém-libertos sem terra, sem instrução, sem 
dinheiro e sem apoio do governo
Alguns negociaram sua 
permanência nas fazendas 
em troca de modestos 
salários ou do direito de ter 
uma roça
Alguns migraram para as 
cidades
Foram obrigados a aceitar 
os piores serviços, os mais 
baixos salários e a 
convivência com o racismo
Alguns poucos ascenderam 
socialmente
Para amenizar a 
luta diária pela 
sobrevivência, 
organizavam-
-se em centros 
religiosos, clubes 
esportivos e 
grupos de lazer
15
Teorias racistas
Darwinismo 
social
• Teoria segundo a qual apenas as raças 
superiores sobrevivem e triunfam
Raças superiores 
×
Raças inferiores
• Erro 1: Não existem raças humanas, apenas a raça 
humana da qual fazem parte todas as etnias
• Erro 2: Não há nenhuma etnia superior à outra
Necessidade de 
civilizar as raças 
inferiores
• “Missão civilizadora” a partir da qual se 
cometeram vários crimes contra a 
humanidade
• Justificativa para a dominação imperialista
Fardo do homem 
branco
16

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