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Revoltas-Nativistas

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REVOLTAS NATIVISTAS
Durante a colonização do Brasil, muitos problemas foram se apresentando. Tais problemas abrangiam situações como a forma de concessão de terrenos para colonos e aventureiros que vinham de Portugal para aqui se estabelecer, a extração de recursos naturais, como o pau-brasil, o apresamento e o tráfico de indígenas, entre outras coisas. Essas situações acabaram promovendo as chamadas contradições da colonização. De tais contradições, as Rebeliões Nativistas acabariam por se tornar emblemáticas.
A expressão “Rebeliões Nativistas” refere-se às revoltas e tentativas de revoluções políticas que se desenrolaram em solo brasileiro entre os séculos XVII e XVIII. Essas rebeliões aconteceram nesse período especialmente porque o sistema colonial (começado efetivamente em 1530) já estava consolidado no Brasil e a Corte Portuguesa já conseguia exercer sua autoridade na maior parte do território que dominava, sobretudo naqueles que se tornaram os grandes polos de atividade econômica: a Capitania de Pernambuco e a Capitania de Minas Gerais.
Contudo, o estabelecimento pela Coroa de regras e de exigências para os colonos, como a cobrança de impostos sobre o que se produzia, chocava-se com as perspectivas dos próprios nativos, que aqui passaram a fazer suas próprias regras, inclusive, em alguns momentos, articulando-se com outros povos europeus, como os holandeses e os espanhóis. Esse choque de perspectivas gerou situações extremas, provocando confrontos e tentativas de instituição de governos paralelos com autonomia política.
Aclamação de Amador Bueno
O advento da União Ibérica, apesar de não promover a mudança dos grupos sociais que controlavam o poder no Brasil colonial, estabeleceu uma série de mudanças sobre alguns aspectos da colônia. A dominação espanhola significou o fim do Tratado de Tordesilhas e a crise no abastecimento de escravos africanos em terras brasileiras. Nesse contexto é que percebemos a ascensão dos bandeirantes no interior da colônia.
Embrenhando-se pelas matas do interior, os bandeirantes aventuravam-se em busca das drogas do sertão, a recaptura dos escravos africanos fugidos nos quilombos e a prospecção aurífera. Além dessas atividades, os bandeirantes tinham grandes lucros com o apresamento de índios destinados ao trabalho escravo nas grandes propriedades da região litorânea. A falta de escravos africanos e o valor mais baixo do escravo indígena criaram um amplo mercado consumidor desse tipo de mão-de-obra.
A comercialização desses índios escravizados desenvolveu-se a ponto dos bandeirantes passarem a estabelecer contatos com os colonizadores espanhóis da região do Rio da Prata. Toda essa rede de negócio estabelecida teve sua ação empreendida ao longo dos séculos XVI e XVII, e já representava uma importante atividade comercial no interior da colônia. Até mesmo alguns fazendeiros chegaram a se envolver com a captura e venda de mão-de-obra indígena.
Com o fim da União Ibérica, em 1640, a Coroa Portuguesa interferiu diretamente na questão da escravização indígena. Economicamente enfraquecidos com o período de dominação hispânica, Portugal proibiu a escravização dos índios. Com tal medida, a Coroa portuguesa buscava ampliar seus lucros com o comércio dos escravos africanos trazidos das regiões da costa africana.
· 
Sentindo-se diretamente prejudicados com tal medida, um grupo de bandeirantes paulistas organizou uma represália que expulsou os padres jesuítas, também contrários à escravidão indígena, da Vila de São Paulo. Além disso, eles tentaram aliar-se ao fazendeiro e bandeirante Amador Bueno nessa revolta contra a administração lusitana. Os bandeirantes paulistas pretendiam elevar Amador Bueno à condição de governador de São Paulo.
Amador Bueno, que temia por algum tipo de represália por parte de Portugal, não aderiu ao movimento e jurou fidelidade à Coroa. Com isso, o movimento dos bandeirantes paulistas perdeu sua sustentação e a ordem pelo fim da escravidão indígena foi mantida.
Revolta de Beckman
Com a saída dos holandeses do Brasil e a crise da economia açucareira, a região Nordeste tornou-se lugar de recorrentes crises de abastecimento e estagnação econômica. Ao final do século XVII, esses problemas fizeram do Maranhão uma das regiões mais carentes de todo o nordeste brasileiro. Tentando intervir na economia local, Portugal, em 1682, decidiu criar a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão.
Essa companhia deveria desempenhar duas obrigações essenciais: comprar os gêneros agrícolas da região, vender produtos manufaturados e suprir as elites coloniais com um carregamento anual de quinhentos escravos. Essa última medida serviria para que os conflitos entre os fazendeiros e jesuítas, em torno do uso de índios como escravos, chegassem ao seu fim. Dessa forma, o monopólio comercial lusitano seria uma medida que ampliaria os lucros da metrópole, ao mesmo tempo em que encerraria as dificuldades dos colonizadores.
No entanto, ao longo do tempo, a ineficácia financeira e administrativa lusitana em nada melhorou a situação. Os fazendeiros não recebiam os lotes de escravos do governo e desgastavam-se em conflitos contra os jesuítas que impediam a escravização dos índios. Além disso, a companhia não adquiria toda produção agrícola e negociava manufaturados de má qualidade e com altos preços. Dessa forma, a população maranhense tinha seus problemas de ordem econômica agravados mediante sua dependência em relação à Coroa.
Em 24 de fevereiro de 1684, aproveitando da ausência do governador, um grupo de manifestantes promoveu um grande rebuliço em São Luís. Os revoltosos prenderam o governador interino, invadiram os colégios jesuítas e saquearam os galpões da Companhia de Comércio. Liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, a revolta exigia a melhora das relações entre Maranhão e Portugal. Ao longo de quase um ano, Manuel Beckman, também conhecido como Bequimão, controlou uma junta revolucionária que tomou o poder político da província.
· 
Nesse meio tempo, Tomás Beckman dirigiu-se a Portugal para reafirmar lealdade às autoridades lusitanas e denunciar as infrações cometidas pela Companhia de Comércio. Impassível a uma possível negociação, Portugal respondeu o levante com a nomeação de um novo governador para o Maranhão e o envio de tropas que deveriam aniquilar o movimento. Ao chegar ao Maranhão, as tropas deram fim ao levante e os irmãos Beckman foram condenados ao enforcamento. Em 1685, com a confirmação das denúncias, a Companhia foi extinta pela Coroa.
Guerra dos Mascates
A partir de 1654, a expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco provocou uma grande mudança no cenário econômico daquela região. Os grandes produtores de açúcar que anteriormente usufruíram dos investimentos holandeses, agora viviam uma crise decorrente da baixa do açúcar no mercado internacional e a concorrência do açúcar produzido nas Antilhas. Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o controle do cenário político local por meio do poder exercido na câmara municipal de Olinda.
Em contrapartida, Recife – região vizinha e politicamente subordinada à Olinda – era considerado o principal polo de desenvolvimento econômico de Pernambuco. O comércio da cidade trazia grandes lucros aos portugueses, que controlavam a atividade comercial da região. Essa posição favorável tinha como motivação as diversas melhorias empreendidas na cidade com a colonização holandesa, que havia transformado a cidade em seu principal centro administrativo.
Com o passar do tempo, a divergência da situação política e econômica entre os fazendeiros de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife criou uma tensão local. Inicialmente, os senhores de engenho de Olinda, vivendo sérias dificuldades para investirem no negócio açucareiro, pediram vários empréstimos aos comerciantes portugueses de Recife. Contudo, a partir da deflagração da crise açucareira, muitos dos senhores de engenho acabaram não tendo condições de honrar seus compromissos.
Nessa mesma época, a complicada situação econômica de Olinda somou-se aocompleto sucateamento da cidade, que sofreu com as guerras que expulsaram os holandeses. Com isso, a câmara de Olinda decidiu aumentar os impostos de toda a região, incluindo Recife, para que fosse possível recuperar o centro administrativo pernambucano. Inconformados, os comerciantes portugueses, pejorativamente chamados de “mascates”, buscaram se livrar da dominação política olindense.
Para tanto, os comerciantes de Recife conseguiram elevar o seu povoado à categoria de vila, tendo dessa maneira o direito a formar uma câmara municipal autônoma. A medida deixou os latifundiários de Olinda bastante apreensivos, pois temiam que dessa forma os comerciantes portugueses tivessem meios para exigir o pagamento imediato das dívidas que tinham a receber. Dessa forma, a definição das fronteiras dos dois municípios serviu como estopim para o conflito.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar a nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle de sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou, em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José.
Revolta de Vila Rica
Durante as primeiras décadas após a descoberta de ouro na região das Minas Gerais, a colônia de Portugal na América passou a ser fiscalizada mais de perto pelos funcionários da Coroa Portuguesa. A exploração do ouro, sua comercialização e circulação entre os habitantes das vilas da região das Minas sem que houvesse uma rígida fiscalização não agradavam a Metrópole portuguesa. A criação de impostos e a intensificação de suas cobranças também não agradavam os habitantes da região. Foi nesse contexto de tensão social que eclodiu a Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos.
A situação era tão tensa nas Minas que a região chegou a ser descrita da seguinte maneira:
“(...) a terra parece que evapora tumultos; a água exalta motins; o ouro troca desaforos; destilam liberdade os ares; vomitam insolências as nuvens; influem desordem os astros; o clima é tumba da paz e berço da rebelião; a natureza anda inquieta consigo, e amotinada lá por dentro, é como no inferno”. [1]
Em 1719, a Coroa Portuguesa passou a intensificar a cobrança do quinto através das Casas de Fundição. O quinto consistia na entrega à Metrópole da quinta parte (20%) do ouro extraído nas minas. Nas Casas de Fundição, o ouro era fundido, em barras, o que facilitava o controle sobre sua circulação, garantia a eficiência da cobrança e evitava o contrabando, realizado geralmente com o ouro em pó.
Essas medidas de maior controle de fiscalização desagradavam boa parte da população de Vila Rica, tanto as camadas mais altas da sociedade quanto as camadas mais baixas. Com essa insatisfação, em julho de 1720, os sediciosos deram início à Revolta de Vila Rica. Os grupos armados formados por escravos e homens livres desceram dos morros ao redor para o centro cidade, onde invadiram casas para ampliar o apoio à luta. Os sediciosos invadiram ainda a casa do Ouvidor da vila, destruindo papeis oficiais, à frente da multidão revoltosa. Poucos dias depois, Vila Rica estava nas mãos dos revoltosos.
Entre outros participantes da revolta encontravam-se militares, religiosos, doutores, camaristas e comerciantes, bem como negros e/ou índios flecheiros. Entre eles, encontrava-se Filipe dos Santos, tropeiro de origem portuguesa, que ganhava a vida trabalhando na troca de mercadorias proporcionada pelo comércio interno que se desenvolvia naquele período colonial, insuflado pela riqueza do ouro e a incipiente urbanização da região das Minas.
O objetivo deles era extinguir as Casas de Fundição, forçar a retirada de D. Pedro de Almeida, Conde de Assumar, do cargo de governador da capitania das Minas, além da acusação de corrupção a diversos outros funcionários da Coroa no local. Como o Conde não se encontrava em Vila Rica, mas sim em Vila do Carmo, foi para lá que os revoltosos se dirigiram para verem atendidas as suas reivindicações.
Conde de Assumar recebeu os revoltosos e iniciou negociações, afirmando que iria atender às reivindicações. Tal postura nada mais era que uma forma de ganhar tempo para reunir forças militares capazes de enfrentar os grupos que haviam se sublevado. Em 17 de julho de 1720, o Conde de Assumar decretou a prisão dos líderes da Revolta, após conseguir reunir cerca de 1500 homens armados que se dirigiram para Vila Rica. Em dois dias, a rebelião foi reprimida e os líderes presos.
Em 19 e 20 de julho, Filipe dos Santos foi julgado e condenado à morte pela participação na Revolta. Ele foi arrastado pelas ruas da cidade e esquartejado. O objetivo era que sua morte servisse de exemplo aos que ousassem enfrentar os funcionários e a Coroa Portuguesa, principalmente no que se referia à cobrança de impostos sobre a exploração das riquezas minerais da colônia.
As consequências da Revolta de Vila Rica foram a separação da região das minas da capitania de São Paulo e o aumento da fiscalização sobre a extração aurífera, garantindo assim o envio do ouro para a Metrópole.
Inconfidência Mineira
No século XVIII, a ascensão da economia mineradora trouxe um intenso processo de criação de centros urbanos pela colônia acompanhada pela formação de camadas sociais intermediárias. Os filhos das elites mineradoras, buscando concluir sua formação educacional, eram enviados para os principais centros universitários europeus. Nessa época, os ideais de igualdade e liberdade do pensamento iluminista espalhavam-se nos meios intelectuais da Europa.
Na segunda metade do século XVIII, a economia mineradora dava seus primeiros sinais claros de enfraquecimento. O problema do contrabando, o escasseamento das reservas auríferas e a profunda dependência econômica fizeram com que Portugal aumentasse os impostos e a fiscalização sobre as atividades empreendidas na colônia. Entre outras medidas, as cem arrobas de ouro anuais configuravam uma nova modalidade de cobrança que tentava garantir os lucros lusitanos.
No entanto, com o progressivo desaparecimento das regiões auríferas, os colonos tinham grandes dificuldades em cumprir a exigência estabelecida. Portugal, inconformado com a diminuição dos lucros, resolveu empreender um novo imposto: a derrama. Sua cobrança serviria para complementar os valores das dívidas que os mineradores acumulavam junto à Coroa. Sua arrecadação era feita pelo confisco de bens e propriedades que pudessem ser de interesse da Coroa.
Esse imposto era extremamente impopular, pois muitos colonos consideravam sua prática extremamente abusiva. Com isso, as elites intelectuais e econômicas da economia mineradora, influenciadas pelo iluminismo, começaram a se articular em oposição à dominação portuguesa. No ano de 1789, um grupo de poetas, profissionais liberais, mineradores e fazendeiros tramavam tomar controle de Minas Gerais. O plano seria colocado em prática em fevereiro de 1789, data marcada para a cobrança da derrama.
Aproveitando da agitação contra a cobrança do imposto, os inconfidentes contaram com a mobilização popular para alcançarem seus objetivos. Entre os inconfidentes estavam poetas como Claudio Manoel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga; os padres Carlos Correia de Toledo, o coronel Joaquim Silvério dos Reis; e o alferes Tiradentes, um dos poucos participantes de origem popular dessa rebelião. Eles iriam proclamar a independência e a proclamação de uma repúblicana região de Minas.
Com a aproximação da cobrança metropolitana, as reuniões e expectativas em torno da inconfidência tornavam-se cada vez mais intensas. Chegada a data da derrama, sua cobrança fora revogada pelas autoridades lusitanas. Nesse meio tempo, as autoridades metropolitanas estabeleceram um inquérito para apurar uma denúncia sobre a insurreição na região de Minas. Através da delação de Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou seus companheiros pelo perdão de suas dívidas, várias pessoas foram presas pelas autoridades de Portugal.
Tratando-se de um movimento composto por influentes integrantes das elites, alguns poucos denunciados foram condenados à prisão e ao degredo na África. O único a assumir as responsabilidades pela trama foi Tiradentes. Para reprimir outras possíveis revoltas, Portugal decretou o enforcamento e o esquartejamento do inconfidente de origem menos abastada. Seu corpo foi exposto nas vias que davam acesso a Minas Gerais. Era o fim da Inconfidência Mineira.
Mesmo tendo caráter separatista, os inconfidentes impunham limites ao seu projeto. Não pretendiam dar fim à escravidão africana e não possuíam algum tipo de ideal que lutasse pela independência da “nação brasileira”. Dessa forma, podemos ver que a inconfidência foi um movimento restrito e incapaz de articular algum tipo de mobilização que definitivamente desse fim à exploração colonial lusitana.
Inconfidência Baiana
No século XVIII, a insatisfação da população baiana contra a administração colonial se avolumava por conta da ausência de produtos, da fome e outras mazelas que assolavam a população. Além disso, percebemos que, nesse mesmo período, os conteúdos do pensamento iluminista ali se manifestavam sob o signo da liberdade, da igualdade e da fraternidade. De fato, a experiência revolucionária ocorrida na França servia de inspiração contra o domínio dos colonizadores.
Desde a transferência da capital para o Rio de Janeiro, os moradores da cidade de Salvador manifestavam a sua revolta com ataques contra as autoridades locais. Em geral, a elevação do preço dos alimentos, o saque aos armazéns e o incêndio do Pelourinho incorporavam o desenvolvimento de um ambiente revolucionário. Aos poucos, os integrantes das mais variadas camadas sociais passaram a defender alguma transformação mais substanciosa.
No ano de 1797, sob a influência da maçonaria francesa, formou-se em Salvador uma sociedade secreta que tinha como foco inicial realizar a disseminação do iluminismo. Composta por membros da elite intelectual baiana, essa loja maçônica promovia a leitura de textos de Voltaire e Rousseau. Além disso, seus integrantes, também conhecidos como “Cavaleiros da Luz”, passaram a circular panfletos que criticavam o governo local e defendiam a criação de uma República na Bahia.
Com o passar do tempo, esse processo de doutrinamento político ganhou forças com o expresso apoio de outros extratos da sociedade local. Em agosto de 1798, o número de integrantes do movimento se avolumou, assim como a variabilidade das reivindicações. Entre estas, destacamos a criação de um governo de inspiração jacobina, a transformação do sistema tributário, a melhoria nos salários dos oficiais, a liberdade econômica e intelectual, e a libertação dos escravos.
A inserção de líderes e demandas populares logo motivou o afastamento dos Cavaleiros da Luz, que interpretavam negativamente o aprofundamento da conjuração. Logo em seguida, por meio de investigações e denúncias, as autoridades lusitanas foram determinando quais eram os principais líderes da Inconfidência Baiana. A essa altura, nenhum membro das elites estava entre os indivíduos sujeitos à prisão e julgamento oficial.
Os soldados Lucas Dantas de Aromam e Luís Gonzaga das Virgens, e os alfaiates Manuel Faustino dos Santos e João de Deus Nascimento foram condenados à forca e esquartejamento. Outros sete acusados foram encaminhados ao exílio na África. Alguns dos escravos envolvidos no episódio foram condenados ao sofrimento de penas físicas ou vendidos para outras capitanias. Com isso, a possibilidade de uma rebelião popular foi reprimida pelos portugueses.
Exercícios
1) A elevação de Recife à condição de vila; os protestos contra a implantação das Casas de Fundição e contra a cobrança de quinto; a extrema miséria e carestia reinantes em Salvador, no final do século XVIII, foram episódios que colaboraram, respectivamente, para as seguintes sublevações coloniais:
a) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e Conjura dos Alfaiates.
b) Guerra dos Mascates, Motim do Pitangui e Revolta dos Malês.
c) Conspiração dos Suassunas, Inconfidência Mineira e Revolta do Maneta.
d) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos Santos e Revolta dos Malês.
e) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos e Conjura dos Alfaiates.
2) "A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-Io numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural."
(Evaldo Cabral de Mello. A fronda dos mazombos, São Paulo, Cia. das Letras, 1995, p. 123).
O autor refere-se:
a) ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) à chamada Guerra dos Mascates.
c) aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco.
e) às guerras de Independência em Pernambuco.
3. Responder, relacionando o nome dos movimentos sociais apresentados na coluna “A” com suas respectivas características, na coluna “B”: 
Coluna A
1 – Revolta de Beckman
2 – Guerra dos Emboabas
3 – Guerra dos Mascates
4 – Revolta de Filipe dos Santos
Coluna B
( ) Luta dos comerciantes para elevar Recife à categoria de vila, em oposição aos produtores de açúcar de Olinda.
( ) Movimento em oposição às casas de fundição, que haviam aumentado a exploração da Coroa sobre os mineiros.
( ) Combate ao monopólio e aos altos preços praticados pela Companhia de Comércio do Maranhão, e também aos jesuítas, que queriam impedir os grandes proprietários de escravizar os indígenas.
( ) Luta entre paulistas e forasteiros pelo domínio da região das Minas Gerais, reivindicada por aqueles. Levou à separação da região das minas da Capitania de São Paulo e à criação da Capitania de Minas Gerais.
A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é:
A - 1 – 3 – 4 – 2
B - 1 – 2 – 4 – 3
C - 2 – 4 – 3 – 1
D - 3 – 4 – 1 – 2
E - 4 – 1 – 3 – 2
4. Abaixo, na coluna da esquerda, são citadas seis revoltas ocorridas durante o período colonial brasileiro. Na coluna da direita, são apresentadas as motivações de quatro daquelas revoltas. Associe adequadamente as colunas:
1 – Inconfidência Mineira
2 – Revolta de Beckman
3 – Guerra dos Emboabas
4 – Guerra dos Mascates
5 – Revolta de Filipe dos Santos
6 – Inconfidência Baiana
( ) Insatisfação da comunidade mercantil recifense com o domínio político dos senhores de engenho olindenses.
( ) Proibição da circulação de ouro em pó na região mineira e criação das Casas de Fundição.
( ) Criação da Companhia Geral do Comércio do Maranhão e oposição dos jesuítas à utilização da mão-de-obra indígena pelos colonos.
( ) Insatisfação dos colonos com a tentativa de monopolização das minas auríferas pelos paulistas.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A - 4 – 5 – 2 – 3.
B - 1 – 2 – 3 – 6.
C - 5 – 1 – 2 – 4.
D - 3 – 2 – 6 – 5.
E - 4 – 1 – 3 – 6.
5) A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como:
a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, nas diversas capitanias, com a intenção de se criarem governos republicanos;
b) movimentos de defesadas terras brasileiras, que resultaram num sentimento nacionalista, visando à independência política;
c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam alguns aspectos da política econômica de dominação do governo português;
d) manifestações das camadas populares das regiões envolvidas, contra as elites locais, negando a autoridade do governo metropolitano.
e) manifestações separatistas de ideologia liberal contrárias ao domínio português.
6) O ideário político de conteúdo liberal da Inconfidência Mineira apresentava algumas contradições, dentre elas:
a) manutenção do regime de trabalho escravo;
b) adoção de um regime político republicano;
c) estabelecimento de uma Universidade em Vila Rica;
d) separação e independência dos poderes executivo, legislativo e judiciário;
e) manutenção dos antigos privilégios concedidos às companhias de comércio.
7) Sobre a Inconfidência Mineira é correto afirmar:
a) Foi um movimento que contou com uma ampla participação de homens livres não-proprietários e até mesmo de muitos escravos negros.
b) O clero de Minas Gerais não teve nenhuma participação na conspiração, que tinha uma forte conotação anti-eclesiástica;
c) Entre os planos unanimemente aprovados pelos conspiradores de Minas estava a abolição da escravatura;
d) Entre os fatores que influenciaram os “inconfidentes” estavam as “idéias francesas” (o Iluminismo, o Enciclopedismo) e a “justificação pelo exemplo”, da Independência Norte-Americana.
e) Os “inconfidentes” jamais pensaram seriamente em proclamar a Independência do Brasil em relação a Portugal, pretendendo apenas forçar a Coroa a suspender a cobrança da “derrama”.
8) A Inconfidência Mineira, no plano das idéias, foi inspirada:
a) nas reivindicações das camadas menos favorecidas da colônia;
b) no pensamento liberal dos filósofos da ilustração européia;
c) nos princípios do socialismo utópico de Saint-Simon;
d) nas idéias absolutistas defendidas pelos pensadores iluministas;
e) nas fórmulas políticas desenvolvidas pelos comerciantes do rio de Janeiro.
9) A partir de seus conhecimentos sobre a Conjuração Mineira (1789), EXAMINE as afirmativas abaixo:
I – Inspirados pelas idéias iluministas, os conjurados mineiros defenderam a liberdade do comércio e a independência da região das minas.
II – Dentre os grupos sociais envolvidos no movimento, destacaram-se os proprietários de lavras e de terras, oficiais militares, clérigos, letrados e escravos.
III – O exemplo da possibilidade de quebra do vínculo colonial representado pela independência das Treze Colônias exerceu influência entre aqueles que planejaram a conspiração.
IV – O declínio da exploração aurífera, na segunda metade do século XVIII, ao lado da iminente cobrança da derrama foram fatores que contribuíram para aumentar a insatisfação dos colonos mineiros com a Coroa portuguesa.
ASSINALE a alternativa correta:
A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
C) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
D) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
10) Dentre as rebeliões coloniais, a que marcou o início do processo de emancipação política no Brasil, por questionar a dominação metropolitana na colônia, foi a
a) Revolta de Beckman.
b) Guerra dos Mascates.
c) Guerra dos Emboabas.
d) Inconfidência Mineira.
e) Confederação do Equador.
11) A Inconfidência Mineira foi uma conspiração que ocorreu em Vila Rica, hoje Ouro Preto, com caráter separatista. Sobre esse movimento é correto afirmar que
a) "foi um mero sintoma da generalização do pensamento socialista que vai explodir na geração seguinte. Apesar de sua existência efêmera representou um marco de resistência colonial contra a opressão metropolitana..."
b) "inspirada nos ideais revolucionários franceses, visava à igualdade social, liberdade de comércio, trabalho livre e fim das distinções de raça e de cor."
c) "o movimento reflete o clima de tensão social e política vivida na região. Foi nesta região que se desenvolveu a maioria das sociedades secretas que divulgaram os ideais revolucionários de liberdade."
d) "foi um movimento que abortou antes de se iniciar, mas que mostrou um sintoma de desagregação do Império português na América. Embora não tenha recebido influência direta da Revolução Francesa os ideais iluministas e liberais estavam presentes no movimento."
e) "defendendo o federalismo, os insurretos pretendiam proclamar a independência e organizar o governo com base nos princípios de soberania popular e participação das camadas mais pobres nas decisões políticas."
12) "A falta de consistência ideológica não invalida o significado (...) do movimento. Era um sintoma da desagregação do Império português da América. A Coroa portuguesa bem o sentiu e tentou, por um castigo exemplar (1792), deter a marcha do processamento histórico e impedir, pelo terror, que seus domínios seguissem o exemplo da América inglesa. Refletia, por outro lado, os impulsos de um povo que tomava consciência de sua realidade, suas particularidades e suas possibilidades. Esse sentido foi nacionalista."
O texto descreve uma realidade que pode ser associada à
a) Inconfidência Mineira.
b) Guerra dos Farrapos.
c) Revolta dos Alfaiates.
d) Revolução Pernambucana.
e) Confederação do Equador.
13) "Cada hum soldado he cidadão mormente os homens pardos e pretos que vivem escornados, e abandonados, todos serão iguaes, não haverá diferença, só haverá liberdade, igualdade e fraternidade."
                        (Manifesto dirigido ao "Poderoso e Magnífico Povo Bahiense Republicano", em 1798. Cit. por NEVES, Joana e NADAI, Elza. HISTÓRIA DO BRASIL. DA COLÔNIA À REPÚBLICA. 13� ed. São Paulo: Saraiva, 1990. p. 119.)
Assinale a opção que melhor expressa as diferenças entre a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira:
a) os mineiros eram mais radicais do que os baianos com relação à escravidão, pois defendiam não só liberdade dos negros mas sua participação no governo
b) enquanto em Minas os revoltosos evitavam tocar em questões delicadas como a escravidão, na Bahia a influência da Revolução Francesa era mais marcante
c) a revolta na Bahia foi liderada e apoiada por setores instruídos da população, o que ditou seu tom mais moderado, mas em Minas a população pobre foi às ruas e expulsou as lideranças conciliadoras
d) a influência da Independência dos EUA foi mais intensa na revolta baiana, enquanto que, em Minas, a presença dos ideais franceses foi mais forte
14) Associe as revoltas coloniais (coluna A) às suas características essenciais (coluna B).
Coluna A
1. Revolta dos Beckman
2. Guerra dos Emboabas
3. Guerra dos Mascates
4. Revolta de Vila Rica
5. Inconfidência Mineira
Coluna B
(     ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses.
(     ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus.
(     ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer 4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte por cento) sobre o ouro.
(     ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes), primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias.
A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é
a) 3 – 1 – 4 – 2   
b) 1 – 2 – 3 – 5   
c) 3 – 4 – 1 – 2   
d) 2 – 3– 4 – 5   
e) 3 – 4 – 5 – 2   
15) À medida que o século chegava ao fim, agravava-se a tensão entre os comerciantes portugueses residentes em Recife e os produtores luso-brasileiros. Esse atrito assumiu a forma de uma contenda municipal entre Recife e Olinda, ou seja, entre o credor urbano e o devedor rural. Olinda era a principal cidade de Pernambuco e sediava as principais instituições locais. Lá os senhores de engenho tinham suas casas. Por outro lado, o porto de Recife, a poucos quilômetros de distância era o principal local do embarque das exportações de açúcar da capitania. 
(Adriana Lopez, Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação)
A tensão mencionada no texto contribuiu para desencadear qual das rebeliões coloniais citadas abaixo:  
a) Aclamação de Amador Bueno da Ribeira.   
b) Revolta de Beckman.   
c) Guerra dos Mascates.    
d) Guerra dos Emboabas.    
e) Revolta de Felipe dos Santos.   
16) Tanto na Conjuração Mineira, quanto na Baiana, com graus e níveis diferenciados de envolvimento dos grupos mais pobres da população, estão presentes os seguintes aspectos do pensamento iluminista.
(João A. de Freitas Neto e Célio Ricardo Tasinafo. História Geral e do Brasil. SP. Editora Habra).
Assinale a alternativa que aponta aspectos desta influência iluminista: 
a) A Conjuração Baiana defendia o regime monárquico e não teve a participação popular como o da Mineira, embora adotasse as ideias liberais.    
b) O movimento rebelde que teria sido deflagrado na Capitania de Minas Gerais em 1789 defendia o centralismo lusitano, porque sua principal preocupação era com a libertação dos escravos.   
c) As noções de que os governos deveriam existir para garantir direitos naturais dos homens, como a liberdade e a ideia de que a soberania residia no povo e não em monarca.    
d) Compreendiam que as Leis deveriam expressar a vontade da nobreza e do clero e não a dos escravos.    
e) A experiência de independência dos Estados Unidos da América em 1776 não influenciou as Conjurações Baiana e Mineira, apesar de ambas defenderem ideias liberais.    
17) Considerando os conflitos sociais que ocorreram no período colonial, é CORRETO afirmar:
a) Todos os conflitos ocorridos no período colonial ocorridos entre colonos e forças metropolitanas são considerados precursores da independência, sendo iniciados por grupos de colonos sempre oprimidos que buscavam mais liberdade, igualdade e fraternidade.   
b) Foram movimentos nativistas que, estimulados pelo antiabsolutismo e por ideias liberais, lutavam pela independência do Brasil.    
c) A Revolta de Vila Rica de 1720, que teve a liderança de Felipe dos Santos, foi motivada pela crise da economia aurífera e tinha como principal objetivo a independência do Brasil.    
d) A maior parte dos conflitos nos trezentos anos de administração portuguesa não teve por finalidade a separação do Brasil em relação a Portugal.    
e) Não há registros de participação popular e muito menos de escravos em nenhum dos conflitos ocorridos na América Portuguesa. 
18)  No Brasil colônia, particularmente no séc. XVIII, ocorreram dois movimentos revolucionários que ficaram conhecidos como Inconfidência Mineira (1789) e Conjuração Baiana (1798).
Quais características são comuns entre eles?
a) A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas da elite da sociedade local.   
b) Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e pretendiam acabar com a escravidão.   
c) Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.   
d) Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia grande participação de pessoas ligadas à elite da sociedade local.   
e) Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência política do Brasil.   
19) Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal – conde de Assumar – se casou em 1715 com D. Maria José de Lencastre. Daí a dois anos partiria para o Brasil como governador da capitania de São Paulo e Minas Gerais. Nas Minas, não teria sossego, dividido entre o cuidado ante virtuais levantes escravos e efetivos levantes de poderosos; o mais sério destes o celebrizaria como algoz: foi o conde de Assumar que, em 1720, mandou executar Felipe dos Santos sem julgamento, sendo a seguir chamado a Lisboa e amargurado um longo ostracismo. 
(Laura de Mello e Souza, Norma e conflito: aspectos da história de Minas no século XVIII)
A morte de Felipe dos Santos esteve vinculada a
a) uma sublevação em Vila Rica, que envolveu vários grupos sociais, descontentes com a decisão de levar todo ouro extraído para ser quintado nas Casas de Fundição.   
b) um movimento popular que exigia a autonomia das Minas Gerais da capitania do Rio de Janeiro e o imediato cancelamento das atividades da Companhia de Comércio do Brasil.
c) uma revolta denominada Guerra do Sertão, comandada por potentados locais, que não aceitavam as imposições colonialistas portuguesas, como a proibição do comércio com a Bahia.   
d) uma insurreição comandada pela elite colonial, inspirada no sebastianismo, que defendia a emancipação da região das Minas do restante da América portuguesa, com a criação de uma nova monarquia.   
e) uma rebelião, que contrapôs os paulistas – descobridores das minas e primeiros exploradores – e os chamados emboabas ou forasteiros – pessoas de outras regiões do Brasil, que vieram atrás das riquezas de Minas.  
20) No bloco superior, abaixo, são citadas quatro razões que justificaram a articulação de movimentos sociais no período de 1708 a 1789, na região das Minas Gerais; no inferior, são listados três desses movimentos sociais. Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1. A mobilização partiu dos setores subalternos da sociedade colonial, particularmente de escravos e libertos, que reivindicavam melhores condições de vida.
2. A supremacia paulista na região mineradora foi ameaçada pela chegada de forasteiros.
3. A criação das Casas de Fundição para a devida cobrança dos quintos e a proibição da circulação de ouro em pó levaram à insurreição da população local.
4. A decadência da produção aurífera e a ameaça da “derrama” sobre os habitantes da capitania acentuavam a crise do sistema colonial.
(     ) Guerra dos Emboabas 
(     ) Revolta de Vila Rica 
(     ) Inconfidência Mineira
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 2 – 3 – 4.   
b) 4 – 1 – 2.   
c) 3 – 1 – 4.   
d) 4 – 3 – 1.   
e) 2 – 3 – 1.   
21) A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como:
a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, nas diversas capitanias, com a intenção de se criarem governos republicanos;
b) movimentos de defesa das terras brasileiras, que resultaram num sentimento nacionalista, visando à independência política;
c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam alguns aspectos da política econômica de dominação do governo português;
d) manifestações das camadas populares das regiões envolvidas, contra as elites locais, negando a autoridade do governo metropolitano;
e) manifestações separatistas de ideologia liberal contrárias ao domínio português.
22) A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco em 1710, deveu-se
a) ao surgimento de um sentimento nativista brasileiro, em oposição aos colonizadores portugueses.
b) ao orgulho ferido dos habitantes da vila de Olinda, menosprezados pelos portugueses.
c) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda pelo controle da mão-de-obra escrava.
d) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda cujas relações comerciais eram, respectivamente, de credores e devedores.
e) a uma disputa interna entre grupos de comerciantes, que eram chamados depreciativamente de mascates.
23) Qual foi o nome dado ao movimento em oposição às casas de fundição, que haviam aumentado a exploração da Coroa Portuguesa sobre os mineiros?
a) InconfidênciaMineira
b) Revolta de Beckman
c) Guerra dos Emboabas
d) Guerra dos Mascates
e) Revolta de Filipe dos Santos
24) A colonização brasileira foi sempre marcada por confrontos que refletiam a diversidade de interesses presentes na sociedade colonial como pode ser observado nos(as):
a) conflitos internos, sem conteúdo emancipacionista, como as Guerras dos Emboabas e dos Mascates.
b) ideais monárquicos e democráticos defendidos pelos mineradores e agricultores na Conjuração Mineira.
c) projetos imperiais adotados pela Revolução Pernambucana de 1817 por influência da burocracia lusitana.
d) reações contrárias aos monopólios, como na Conjuração Baiana, organizada pelos comerciantes locais.
e) características nacionalistas de todos os movimentos ocorridos no período colonial, como nas Revoltas do Rio de Janeiro e de Beckman.
25) Sobre a assim chamada Guerra dos Mascates, pode-se afirmar corretamente que:
a) significou a retomada de Recife pelos portugueses, após um período de dominação holandesa.
b) os produtores de cana-de-açúcar de Recife, endividados, revoltaram-se contra os comerciantes de Olinda.
c) resultou de conflitos entre comerciantes de Recife e senhores de engenho de Olinda a respeito do controle político-administrativo da região.
d) foi uma típica revolta anti-colonialista, pois os "mascates" eram os comerciantes portugueses que dominavam a economia local, com o apoio dos senhores de engenho.

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