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PONTE EM ARCO 
 
 
● INTRODUÇÃO 
 
As pontes são obras bem conhecidas da humanidade. Elas estão presentes em 
todos os continentes e nas mais diversas realidades. Ao interligarem pontos separados de 
regiões distintas, as pontes e/ou viadutos contribuem para o desenvolvimento social e 
econômico das mesmas. Elas possibilitam o comércio de mercadorias, entre cidades 
separadas por grandes vales ou rios, e facilitam a interação social das diferentes culturas de 
cada região, promovendo a difusão cultura. 
 
Dentre os diversos modelos estruturais, as pontes em arco são uma das mais 
antigas tipologias em uso. Estas obras recebem esta denominação pelo fato de a 
mesoestrutura destas pontes ser constituída por arcos ou abóbadas. Os chineses e os 
romanos aplicavam esta solução estrutural nas diversas obras realizadas por estes mestres 
da construção. Os materiais utilizados na antiguidade limitavam os vãos destas estruturas. 
Com a ascensão do concreto armado na execução de pontes, as dimensões destas 
estruturas foram aumentando. 
 
À medida que a engenharia e a arquitetura progridem, podemos construir pontes 
cada vez mais compridas e com menos pilares de sustentação. Isso acontece porque, 
atualmente, o homem possui mais conhecimento sobre as forças que incidem sobre esses 
corpos e utiliza-se de métodos para minimizá-las ou, então, transferi-las para pontos mais 
resistentes da estrutura. 
 
Este tipo de ponte permite transpor um rio ou um vale profundo sem construir um 
pilar de sustentação que obstrua o rio ou que seja muito alto. As pontes em arco também 
estão entre as mais baratas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● DESENVOLVIMENTO 
 
As estruturas em arco permitem o emprego do concreto armado convencional em 
grandes vãos com pequeno consumo de material. O eixo do arco pode ser projetado em 
coincidência com a linha de pressões devida à carga permanente, aproveitando, assim, a 
boa resistência a esforços de compressão proporcionada pelo concreto. 
 
O arco, com sua forma curva desenvolvida segundo a linha de pressões, devido ao 
peso próprio, é o tipo estrutural mais apropriado para os materiais de construção 
denominados “maciços” (pedras, concreto), desde que o terreno de fundação seja resistente 
e que o empuxo do arco possa ser absorvido por uma fundação economicamente viável. As 
pontes em arco, executadas com pedras naturais de boa qualidade possuem durabilidade 
praticamente ilimitada e, via de regra, não necessitam de juntas de dilatação. No caso do 
concreto, entretanto, é preciso levar em consideração as deformações devido à retração, à 
variação de temperatura e à fluência, o que tem influência na forma do arco e torna 
necessária a existência de juntas. 
 
As estruturas em arco podem ser projetadas com tabuleiro superior, sustentado por 
montantes, ou com tabuleiro inferior, sustentado por tirantes ou pendurais. Existe ainda o 
sistema misto com o arco intermediário, sustentado lateralmente por montantes e, no 
centro, por pendurais. 
As pontes em arco com tabuleiro inferior são mais indicadas para pequenos vãos e 
para grandes vãos utiliza-se a ponte em arco com tabuleiro superior. As pontes em arco 
com tabuleiro intermediário são menos utilizadas uma vez que a interseção do arco com o 
tabuleiro representa problemas construtivos. 
Inicialmente a tipologia de construção escolhida para confecção, será a de 
tabuleiro superior e arco inferior, a qual será mais detalhada abaixo. 
 
 
 
 
As pontes com arco inferior e intermediário apresentam grandes esforços horizontais 
na base do arco. Este fator exige um excelente terreno de fundação. Caso a ponte seja 
construída em concreto armado, deve-se prever um bom plano de concretagem a fim de 
evitar os efeitos de retração e deformação lenta do material. 
 
 
● ELEMENTOS DA PONTE EM ARCO INFERIOR 
 
Conforme imagem apresentada abaixo, as pontes desta tipologia são divididas em 
tais elementos: 
 
Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/110119/000951912.pdf?sequence=1 
 
- Tabuleiro:​ É o nome dado ao pavimento de uma ponte ou seja a sua estrutura que 
suporta as cargas da circulação e as transmitem aos apoios laterais; 
 
- Vão: ​Define o comprimento do arco e do tabuleiro; 
 
- Tímpano: ​São os elementos de ligação entre o arco e o tabuleiro, e tem por 
finalidade transmitir ao arco todas as cargas aplicadas no tabuleiro; 
 
- Aduela: ​O nome do bloco em cunha que compõe a zona curva do arco; 
 
- Extradorso:​ Face curva exterior do arco; 
 
- Intradorso:​ Face curva interior do arco; 
 
- Flecha: ​Distância vertical compreendida entre o fecho do arco e o eixo dos 
encontros; 
 
- Encontros: ​Paredes em concreto armado, que possuem a função de proteger as 
extremidades do aterro contra a erosão, e absorver os esforços horizontais de 
aceleração e frenagem aplicados no tabuleiro. 
 
 
 
 
 
 
● FORÇAS 
 
A ponte em arco inferior têm que superar basicamente duas forças: compressão 
e flexão. Um encurvamento pode ocorrer quando a compressão atinge certos níveis, 
e um estalamento pode acontecer quando a tensão de flexão atinge certos níveis. As 
pontes transferem ou dissipam as forças a fim de superá -las. Para dissipar uma 
força, a ponte tem que espalhá-la por uma área maior e para transferir a força, ela tem 
de deslocá-la de um ponto fraco para um mais forte. Em generalidade nessas pontes são 
considerados 3 tipos de carregamentos, os quais são: 
 
- Carregamentos permanentes: ​Carregamentos que possuem valor constante 
durante toda a vida útil da obra, ou seja, o peso próprio dos elementos 
portantes (estrutura). São consideradas portanto as cargas permanentes de 
lajes, de vigas, de arcos, de pilares, de pavimentação, e de guarda-corpo. 
 
- Carregamentos variáveis: ​É aquele tipo de carga que possui variação em 
seu valor durante a vida útil da estrutura. São consideradas como exemplo: 
cargas móveis, cargas devido à aceleração e frenagem, ação dos ventos e 
carga devido à variação de temperatura. 
 
- Carregamentos excepcionais: ​São aqueles cuja ocorrência se dá em 
circunstâncias anormais. Como: choques de veículos em pilares, esforço 
horizontal devido à terremotos e choques de embarcações nos pilares da ponte. 
 
● COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DO ARCO INFERIOR 
 
As pontes, tendo em vista a funcionalidade estrutural, podem ser divididas em três 
partes principais: infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura. Ainda pode existir uma 
quarta parte que se refere às obras de encontro, utilizado em algumas estruturas com a 
finalidade de absorver os empuxos de aterros. 
 
a) ​superestrutura​: corresponde à parte superior, isto é, ao tabuleiro da ponte e ao 
vigamento principal e secundário, que absorvem todas as cargas do tráfego, transmitindo-as 
à mesoestrutura; 
 
b) ​mesoestrutura​: é formada pelos arcos e pilares, que recebem os esforços da 
superestrutura, e transferem-nos para as fundações. Esta parte intermediária da estrutura 
também recebe diretamente outras forças solicitantes importantes, tais como pressões do 
vento e da água em movimento; 
 
c) ​infraestrutura​: é composta pelas fundações e tem o objetivo de distribuir os 
esforços da mesoestrutura ao terreno; . 
 
O arco é uma estrutura resistente, cuja forma faz com que esteja submetida 
maioritariamente a esforços de compressão. Os arcos suportam grande parte das ações 
 
aplicadas na estrutura e as encaminham para os encontros que, por sua vez, as transmitem 
às fundações. Para isso, a forma do arco tem de coincidir o mais possível com o 
anti-funicular das cargas que atuam permanentemente na estrutura. No caso ideal, a forma 
do arco coincide precisamente com o fluxo de esforços. A forma do arco varia assim de 
acordo com as cargas aplicadas. 
 
 
 
● GEOMETRIA 
 
Um dos métodos adequado paradeterminar uma geometria do arco, de forma a este 
estar em compressão, consiste em determinar os momentos fletores devidos ao peso 
próprio do arco e das cargas provenientes do tabuleiro numa viga simplesmente apoiada 
com o mesmo vão do arco. 
 
 
 
 
Um arco pode ser duplamente engastado, biarticulado ou triarticulado. Nestes três 
tipos os esforços horizontais são quase os mesmos, no entanto os momentos fletores têm 
 
grandes variações quando solicitados por uma carga distribuída. Nota-se um 
comportamento semelhante para as deformações impostas, como por exemplo movimentos 
horizontais das fundações, temperatura, fluência ou retração. Os momentos produzidos no 
arco são tanto maiores quanto mais hiperestático for o arco. Para o arco triarticulado, não 
existem momentos fletores. 
 
● METODOLOGIA CONSTRUTIVA 
 
Mesmo sendo o tipo mais simples e teoricamente mais fácil de ser executada, uma 
série de fatores devem ser considerados para se definir o tipo de ponte a ser construído. 
O vão a ser atravessado, o tipo de solo, fluxo, estética e tipos de tráfego entre outros dados 
serão levados em conta antes dessa definição. 
 
A metodologia construtiva de uma ponte em arco inferior é dependente de vários fatores, 
tais como: 
 
- Condições locais; 
- Custos de aquisição; 
- Prazo de execução; 
- Capacidade técnica da equipe da obra. 
 
Porém, usualmente estas são construídas de concreto armado ou de largos 
blocos (geralmente ocos para torná -los mais leves) que são pré -fabricados em terra e 
erguidos para sobre os apoios, onde as barras são soldadas e os blocos são colados um ao 
outro por uma forte argamassa de cimento. Como já explicitado acima, uma ponte com arco 
inferior necessita de um solo com boa capacidade de resistência, para que no mesmo 
sejam ancorados os encontros e fundações, portanto a construção deve ser realizada por 
meio de escoramento fixo, que consiste na montagem de apoios temporários, retirados 
após a sua utilização, podendo ou não ser reutilizados em outras etapas da construção da 
ponte, sendo feitos utilizando uma estrutura de suporte provisória de madeira ou metálica. 
 
Após definida a solução estrutural e as fundações da ponte deve-se realizar o seu 
dimensionamento através da interação global da superestrutura com a meso e a 
infra-estrutura, fixando a distribuição de esforços. Em seguida deve ser feito um estudo 
detalhado de cada parte componente da obra, iniciando-se pela superestrutura. 
 
Segundo a NBR 7187, a estrutura deve ser projetada e calculada considerando todas as 
combinações possíveis de ações durante sua construção e utilização. A estrutura deve 
atender a todos os estados limites últimos e de utilização exigíveis, assim como às 
condições de durabilidade requerida. 
 
 
● MATERIAIS 
 
Atualmente existem pontes em arco construídas nos mais diversos materiais: alvenaria de 
pedra ou tijolo, ferro fundido, aço, betão simples, betão armado e alumínio. As pontes em 
 
arco são bastante sofisticadas, são utilizados materiais modernos, criadas esculturas, 
ícones em cidades, onde a função estética tem um papel relevante, especialmente nas 
pontes pedonais nos centros urbanos. Prática comum também é a presença de um 
arquiteto na equipa de projeto. 
 
A construção de pontes em concreto armado moldado no local é um dos métodos mais 
antigos e mais utilizáveis para a construção de pontes. Constitui-se basicamente de fôrmas 
montadas sobre um escoramento, nas quais o concreto é lançado. 
 
Este tipo de obra exige um cuidado especial com o projeto de escoramentos, principalmente 
porque deve ser compatível com o tipo de obra e com o plano de concretagem. 
Antigamente, para o caso de pontes em arcos, foram executadas verdadeiras obras de 
carpintaria e mesmo os escoramentos em si já representavam grandes realizações. 
 
O concreto ou betão é o material mais utilizado na construção civil, sendo composto por 
uma mistura de água, cimento e agregados. É, certamente, o mais importante, já que entre 
suas principais funções está a função fundamental e essencial de suportar os esforços 
estruturais e o peso das demais partes da estrutura do imóvel ou da obra de infraestrutura.

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