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HALLESSA PIMENTEL ENFERMEIRA GRADUADA - UFPA MESTRE EM SAÚDE COLETIVA - UFPA ESP. SAUDE DA MULHER E CRIANÇA – UEPA PRECEPTORA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA MEMBRO DO GT SAÚDE DA MULHER – COREN-PARÁ UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE TURMA GERENCIADA BIOSSEGURANÇA BRASIL – O “câncer de colo do útero = câncer cervical”, é o 4º tipo de câncer mais comum entre as mulheres (INCA,2014) Com exceção do câncer de pele, esse tumor é oque apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. (BRASIL,2016) Estima-se que 12% a 20% das brasileiras entre 25 e 64 anos nunca realizaram o exame citopatológico Fonte: INCA, 2018 CÂNCER latim Denominação dada a um conjunto de doenças que têm em comum um crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo (INCA, 2007) Figura 1 – Relações anatômicas do útero Fonte: Google,2016. ÚTERO - órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no abdome inferior, por trás da bexiga e na frente do reto Dividido em : FUNDO, CORPO ,COLO COLO DO ÚTERO: porção localizada dentro do canal vaginal Endocérvice: canal cervical produtora de muco Ectocérvice: parte externa, que mantém contato com a vagina Caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão Comprometendo o tecido subjacente Podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou a distância. Fonte: Google,2016. Figura 2 – Câncer de colo uterino Infecção pelo HPV Tabagismo Início precoce da vida sexual Multiplicidade de parceiros sexuaisO uso de pílula anticoncepcional Imunossupressão (HIV) A idade Infecção por HPV mundialmente: • 25% e 50% da população feminina • 50% da população masculina É considerado atualmente principal causa de IST´s; Esta diretamente relacionado ao câncer de colo de útero e verruga genitais Transmissão: pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual ou durante o parto O HPV é um vírus que apresenta mais de 150 genótipos diferentes, sendo 13 deles considerados oncogênicos; Outros tipos de câncer que podem estar associados ao HPV são de vagina, de vulva, de pênis, de ânus e de orofaringe A maioria das infecções por HPV - assintomática ou inaparente e de caráter transitório, ou seja, regride espontaneamente. Habitualmente são lesões microscópicas ou não produzem lesões, o que chamamos de infecção latente Lesões clínicas – “Verrugas”= Condilomas Acuminados, “Crista de galo", “Figueira" ou “Cavalo de crista". Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres podem aparecer: colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens podem surgir: pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. As lesões podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos. Câncer do colo do útero No estágio invasor da doença os principais sintomas : Sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço) Leucorreia (corrimento) Dor pélvica Podem estar associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes. Teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero. Esfregaço Cervicovaginal ou Colpocitologia oncótica cervical. Principal estratégia para detectar lesões precocemente e fazer o diagnóstico da doença bem no início, antes que a mulher tenha sintomas Por que se chama Papanicolau? Homenagem ao patologista grego Georges Papanicolau, que criou o método no início do século XX. Realização em postos de Saúde RESOLUÇÃO COFEN Nº 381/2011 - Privativo do Enfermeiro O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada. Evitar o uso de duchas vaginais, medicamentos vaginais, anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. Evitar relações sexuais Não estar menstruada O consultório ou sala de coleta deve ser equipado para a realização do exame ginecológico com: Mesa ginecológica. Escada de dois degraus. Mesa auxiliar. Foco de luz com cabo flexível. Biombo ou local reservado para troca de roupa. Cesto de lixo. Espéculo de tamanhos variados, preferencialmente descartáveis; se instrumental metálico deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes. Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável. Lâminas de vidro com extremidade fosca. Espátula de Ayre. Escova endocervical. Par de luvas descartáveis. Pinça de Cherron. Solução fixadora, álcool a 96% ou spray de polietilenoglicol. Gaze. Recipiente para acondicionamento das lâminas mais adequado para o tipo de solução Fixadora adotada pela unidade, tais como: frasco porta-lâmina, tipo tubete, ou caixa de Madeira ou plástica para transporte de lâminas. Formulários de requisição do exame citopatológico. Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos. Lápis grafite ou preto nº 2 Avental ou camisola, preferencialmente descartáveis. Lençóis, preferencialmente descartáveis IDENTIFICAÇÃO INFORMAÇÃO HISTÓRIA CLÍNICA Checar nome / Data de nascimento Endereço / Telefone Explicar o propósito do exame citopatológico e as etapas do procedimento Data da Ultima Menstruação; Faz uso de métodos anticoncepcionais? Utilizou espermicidas, medicamentos vaginais, realizou exames intravaginais ou teve relações sexuais com preservativos nas 48 horas anteriores? Quando foi realizado o último exame citopatológico; Ocorrência de exames citopatológicos anormais, investigações e/ou tratamentos; Sangramentos vaginais pós-coito ou anormais; História obstétrica. Solicite que a mulher esvazie a bexiga e troque a roupa, em local reservado, por um avental ou camisola. O profissional de saúde deve lavar as mãos com água e sabão e secá-las com papel- toalha, antes e após o atendimento. A mulher deve ser colocada na posição ginecológica adequada, o mais confortável possível. Cubra-a com o lençol. Posicionar o foco de luz. Colocar as luvas descartáveis. Sob boa iluminação avaliar a genitália externa Monte de Vênus Fonte: Google,2016. Períneo Colocar o espéculo, que deve ter o tamanho escolhido de acordo com as características perineais e vaginais da mulher a ser examinada. Espéculo Vaginal de plástico Descartável Espéculo Vaginal em Aço Inox Fonte: Google Imagens, 2016 Fonte: Google Imagens, 2016 COLO DO ÚTERO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ESPÁTULA DE AYRE Fonte: Google Imagens, 2016 Escova de coleta endocervical Fonte: Google Imagens, 2016 ECTOPIA CISTO DE NABOTH PÓLIPOS CERVICAIS Útero lesionado Fonte: Google Imagens, 2016 AMOSTRA ECTOCERVICAL - deve ser disposta no sentido transversal, na metade superior da lâmina, próximo da região fosca AMOSTRA ENDOCERVICAL - deve ser colocado na metade inferior da lâmina, no sentido longitudinal. O esfregaço obtido deve ser imediatamente fixado para evitar o dessecamento do material. ÁLCOOL A 96% : a lâmina deve ser colocada dentro do frasco com álcool em quantidade suficiente para que todo o esfregaço seja coberto SPRAY DE POLIETILENOGLICOL: borrifa-se a lâmina, que deve estar em posição horizontal, imediatamente após a coleta, com o spray fixador, a uma distânciade 20cm. O estudo citológico colpocervical, ou exame de Papanicolaou, agora pode ser feito com o acondicionamento do material colhido em meio líquido, em lugar dos tradicionais esfregaços em lâminas de vidro. Esse procedimento, que não tem custo adicional, permite a homogeneização do preparo técnico das lâminas e possibilita, quando necessário, a inclusão de outros testes diagnósticos. A coleta não difere da tradicional, mas é necessário que a amostra seja acondicionada em meio fixador específico. O material tem estabilidade por dois meses e pode ser usado para testes complementares, como a pesquisa de HPV. Fonte: BRASIL, 2016 No colo do útero são chamadas de: Lesões Intra-epiteliais de Baixo Grau (NIC I): Neoplasia Intra-epitelial grau I (NIC I), que refletem apenas a presença do vírus Lesões Intra-epiteliais de Alto Grau (NIC II e NIC III): Neoplasia Intra-epitelial graus II ou III (NIC II ou III), que são as verdadeiras lesões precursoras do câncer do colo do útero Fonte: BRASIL, 2016 NIC I NIC II NIC III Se for detectado anormalidade nas células o médico irá indicar exames complementares, como a Colposcopia que avalia o tecido de revestimento do colo da vagina através da ampliação da imagem e da aplicação de reagentes TESTE DE SCHILLER Fases do Câncer de colo do útero Fonte: Google Imagens, 2013 O intervalo entre os exames deve ser de 03 anos, após 02 exames negativos anuais; O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual; Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos 02 exames negativos consecutivos nos últimos 05 anos Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar 02 exames com intervalo de 01 a 03 anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais (BRASIL, 2013) Gestantes Pós-menopausa Histerectomizadas Mulheres sem história de atividade sexual Imunossuprimidas : HIV + Transplantadas Tratamento de Câncer Mulheres virgens ou grávidas também podem fazer o exame? A coleta do material, neste caso, é feita por meio da utilização de espéculo próprio para mulheres virgens, com o auxílio de uma espécie de cotonete, e não há prejuízo para a paciente, nem risco de ruptura do hímen. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê. Quais doenças o papanicolau ajuda a detectar? Infecções vaginais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs. Não é específico para detectar HPV. No entanto, o exame pode detectar a presença de anormalidades nas células do colo ou da vagina que são causadas pelo HPV (Vírus do papiloma humano - vírus que infecta os queratinócitos “células diferenciadas do tecido epitelial” da pele e mucosas). O uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal Tomar Vacina anti-HPV ● Existem duas vacinas comercializadas no mundo e que estão aprovadas pelos órgãos reguladores para utilização no Brasil. ● Vacina Quadrivalente: HPV tipos 16 e 18 - 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo o mundo HPV tipos 6 e 11 - 90% dos casos de verrugas genitais. ● A outra vacina é a bivalente que protege contra o HPV dos tipos 16 e 18. A VACINA- Por que a Quadrivalente? • Adolescentes do sexo feminino na faixa etária: de 11 a 13 anos (2014) de 9 a 11 anos (2015) de 9 anos (a partir do 2016) Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) Ano População alvo 2014 Adolescentes do sexo feminino de 11 anos a 13 anos 11meses e 29 dias 2015 Adolescentes do sexo feminino de 9 anos a 11 anos 11meses e 29 dias 2016 em diante Adolescentes do sexo feminino de 9 anos 11meses e 29 dias A vacina HPV também está disponível para as mulheres e homens de 9 a 26 anos de idade vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos, sendo o esquema vacinal de três doses (0, 2 e 6 meses) Administração de 2 doses: 0, 6 meses Esquema é recomendado pela OPAS é adotado por países como Canadá, Suíça, México e Colômbia Intervalo de 6 meses entre a 1ª e a 2ª doses - gera resposta imunológica mais robusta Cronograma de vacinação DOSE ESQUEMA (Meses) 1ª Dose (d1) 0 2ª Dose (d2) 6 Fonte: Ministério da Saúde, 2016. ULTIMA ATUALIZAÇÃO CALENDÁRIO VACINAL HPV PARA MENINOS DE 20/06/2017 73 BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2014: incidência de câncer no Brasil/ Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: INCA, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de Câncer de Colo de Útero e de Mama. Brasília, 2013. (Cadernos da Atenção Básica, n. 13) BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: INCA, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde; Instituto Nacional de Câncer. Ações de enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2. ed. Rio de Janeiro: INCA; 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. HIV/aids,
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