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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional Home Page: www.crc.org.br E-mail: cursos@crcrj.org.br CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS Antonio Luiz Costa Soares E-mail: antonioluizcontabilidade@gmail.com Rio de Janeiro Setembro – 2014 1 SUMÁRIO UNIDADE I – Administração Financeira Introdução …............................................................................................................................................................................. 04 Comprovantes contábeis revestidos de formalidades legais …................................................................................................ 05 Recibos – Definição …............................................................................................................................................................. 05 Recibos por Serviços Prestados …........................................................................................................................................... 05 O que considerar nos documentos …....................................................................................................................................... 05 Tempo de guarda dos documentos contábeis (período prescricional) …................................................................................. 06 Documentos a manusear no CAIXA …................................................................................................................................... 06 Ingresso de Caixa – Recebimentos …...................................................................................................................................... 06 Desembolsos com cheques – Documentos ….......................................................................................................................... 07 Documentos a manusear no BANCO …................................................................................................................................. 07 Bancos – Normas de controle internos …................................................................................................................................ 07 Abertura de conta bancária ….................................................................................................................................................. 07 Transações com cheques recebidos pela Igreja …................................................................................................................... 07 Dicas especiais nas transações bancárias …............................................................................................................................. 08 Cópia de cheque – modelo …................................................................................................................................................... 09 Fundo Rotativo ........................................................................................................................................09 Vale Despesas …...................................................................................................................................................................... 09 UNIDADE II – Fraudes Contábeis A atração e facilidade do dinheiro …....................................................................................................................................... 10 Proteção contra a fraude no Caixa …....................................................................................................................................... 10 Conciliação Bancária …........................................................................................................................................................... 10 UNIDADE III – Introdução à metodologia da Contabilidade Aplicação da Contabilidade às Igrejas …................................................................................................................................. 11 Estatuto – Definição …............................................................................................................................................................ 11 Igrejas – Definição …............................................................................................................................................................. 11 Sem finalidade de Lucros ….................................................................................................................................................... 11 Objetivos Sociais …................................................................................................................................................................. 11 Estatuto / Finalidades …........................................................................................................................................................... 12 Contabilidade – Definição …................................................................................................................................................... 13 Objetivo da Contabilidade …................................................................................................................................................... 13 Finalidade da Contabilidade …................................................................................................................................................ 13 Configurações do Patrimônio ….............................................................................................................................................. 13 Representação Gráfica …......................................................................................................................................................... 13 Princípios e fundamentos da Contabilidade …........................................................................................................................ 14 Patrimônio das Igrejas …......................................................................................................................................................... 15 Plano de Contas …................................................................................................................................................................... 15 Função da contas básicas …..................................................................................................................................................... 18 Igrejas – Tributação das atividades imunes …......................................................................................................................... 20 2 UNIDADE IV – Balanço de Abertura Introdução …............................................................................................................................................................................ 22 Tipos de Balanço de Abertura …............................................................................................................................................. 22 Escrituração Contábil ….......................................................................................................................................................... 22 UNIDADE V – Técnicas Contábeis Dados principais referente a Igreja …...................................................................................................................................... 23 Lançamentos Contábeis – Prática …........................................................................................................................................ 23 Monografia ….......................................................................................................................................................................... 24 Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1….............................................................................................................. 30 Razonetes …............................................................................................................................................................................. 31 1° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 34 Encerramento das Contas de Resultado …............................................................................................................................... 35 2° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 36 UNIDADE VI – Demonstrações Contábeis Balanço Patrimonial …............................................................................................................................................................ 37 Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício............................................................................................................... 39 Demonstração das Mutações do Patrimônio Social …............................................................................................................ 40 Demonstração dos Fluxos de Caixa …..................................................................................................................................... 41 Notas Explicativas …............................................................................................................................................................... 42 Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis …................................................................................................................ 43 Referências ….......................................................................................................................................................................... 44 ANEXOS/ ARTIGOS Imposto de Renda – Igrejas e Pastores (I) ….............................….......................................................................................... 46 As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil. ….................................................................................................................... 47 Novos tempos, novos templos, novos desafios. …................................................................................................................. 48 Igrejas e a Obrigação de entregar o SPED Contábil................................................................................................................ 49 Quais os riscos de manter empregados sem carteira assinada?................................................................................................ 50 Ações Trabalhistas- Aprenda como evitar esse prejuízo.......................................................................................................... 51 Fraudes contra o Imposto de Renda na Declaração Pessoa Física do Pastor.......................................................................... 52/54 Isenção da Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndio - Decreto …....................................................................................... 55/56 Aprovada isenção no pagamento da taxa de incêndio a Igrejas e Templos............................................................................. 57 IPTU ….................................................................................................................................................................................... 58 A segurança dos fiéis nas Igrejas e Organizações Religiosas …............................................................................................. 59 Reflexão................................................................................................................................................................................... 60 Percentuais de Encargos Previdenciários e de terceiros para Igrejas ….................................................................................. 61 3 UNIDADE I – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTRODUÇÃO O motivo que nos levou a desenvolver esta APOSTILA, foi o fato de conviver diariamente com exigências pertinentes à Constituição, Emendas, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Resoluções do Senado, Decretos Legislativos, Resoluções, Tratados Internacionais, etc. e outros ordenamentos jurídicos que de certa forma, também recaem sobre as IGREJAS. De acordo com as inovações trazidas pelo Código Civil conforme especificado em seu artigo 1179, que diz: "O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva e apurar anualmente o Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme previsto também na NBC IG 26 ou na Seção 3 da NBC IG 1000, quando aplicável”. Destacamos, alertamos e orientamos que as IGREJAS ou qualquer outra organização religiosa, deverá contratar os serviços de Contabilidade de profissionais devidamente habilitados. De acordo também com o artigo 1182 C.C, que diz: " Os registros contábeis deverão ser realizados no Livro Diário , a emissão de relatórios, peças, análises, mapas e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva do contador ou técnico em contabilidade, legalmente habilitado, completando-se com as assinaturas do Contabilista e do titular ou representante legal da Igreja ".(GRIFO NOSSO) Conclusão: A Igreja para fins legais e equipara-se a empresa. Isto esta claro pela redação da NBCT 21 - Das formalidades da escrituração contábil, que esclarece o seguinte: “O Livro Diário é uma exigência obrigatória para a escrituração contábil das Empresas e seu registro competente, é condição legal e fiscal como elemento de prova.” 4 COMPROVANTES CONTÁBEIS REVESTIDOS DE FORMALIDADES LEGAIS Originais •Notas Fiscais de Compras (DANFE - Nota Fiscal Eletrônica e D1); •Cupom Fiscal com mercadorias detalhadas •Recibos RECIBOS - DEFINIÇÃO Recibos Definição: É um documento pelo qual quem o assina declara que recebeu alguma coisa,seja dinheiro,seja um objeto qualquer. Os recibos deverão ser de redação fácil e simples. RECIBO POR SERVIÇOS PRESTADOS (MODELO) Modelo Recibo por Serviços Prestados Recebi da IGREJA ____________________________________________________ a importância de R$____________(_______________________________________) referente a ___________________________________________________________ Rio de Janeiro______de___________________de 201________________________ Assinatura (o):________________________________________________________ Nome:_______________________________________________________________ Endereço:____________________________________________________________ Identidade:_______________________Emissor:___________CPF:______________ O QUE CONSIDERAR NOS DOCUMENTOS Todo fato registrado deve estar habilmente documentado Na comprovação dos documentos deve-se considerar: •Se está em nome da Igreja; •Se a data é compatível com o mês em exercício; •Se o comprovante atende as exigências fiscais; •Original ou cópia; •Se está devidamente aprovado e de acordo com a política da Igreja; •Se o documento apresentado e coerente com a transação efetuada. Exemplo: Uma nota fiscal dificilmente comprovará a aquisição de um terreno. 5 TEMPO DE GUARDA DOS DOCUMENTOS CONTÁBEIS (PERÍODO PRESCRICIONAL) •Guias de recolhimentos de tributos: Documento Período IPTU, IRRF, PIS 05 anos INSS 10 anos FGTS 30 anos Folha de Pagamento Recomenda-se 35 anos Recibos de Proventos Pastorais Recomenda-se 35 anosComprovantes de receitas e despesas não relacionadas Acima de 05 anos Notas Fiscais de Bens do Ativo Imobilizado. Enquanto o bem permanecer como propriedade da Igreja, ainda que totalmente obsoleto ou depreciado DOCUMENTOS A MANUSEAR NO CAIXA No exame das disponibilidades de Caixa o Contador deverá certificar-se: •As entradas correspondem à normalidade do movimento •Se as saídas estão suficientemente alicerçadas em comprovantes idôneos e legais. INGRESSOS DE CAIXA – RECEBIMENTOS Sugerimos a seguinte planilha como instrumento de controle das entradas de dinheiro na Igreja. DOCUMENTO DE RECEBIMENTOS Recebemos a importância de R$ referente aos seguintes finalidades: CONTA HISTÓRICO VALOR 01 Dízimos 02 Contribuições Regulares 03 Missões Mundiais 04 Missões Nacionais 05 Missões Urbanas 06 Construção 07 Assistência Social 08 Cantina 09 10 11 Total Comissão de Contagem de Numerário: Rio de Janeiro, ____de_________de________ Tesoureiro 6 1ª Via (Amarela) – Contabilidade; 2ª Via (verde) – Comissão de Contagem e 3ª Via (Branca) – Cópia fixa do Bloco. DESEMBOLSOS COM CHEQUES - DOCUMENTOS Desembolsos com Cheques Documentos Compras Realizadas � Notas Fiscais e /ou Duplicatas originais quitadas Prestações � Recibo ou Boleto quitado Aluguéis, Água, Energia Elétrica e Telefone � Recibos e Contas Pagas Salários e Ordenados � Contra Cheques Mão de Obra � Recibo de Pagamentos a Autônomos (RPA) Impostos,Taxas,GPS,FGTS � Guias de Recolhimentos quitados DOCUMENTOS A MANUSEAR NO BANCO Depósitos Bancários Documento de Recebimentos Notas Fiscais e Recibos Pagos Cheque Nominal BANCOS: NORMAS DE CONTROLE INTERNO O Tesoureiro deverá guardar em casa o mínimo necessário para as pequenas despesas. O restante do dinheiro deverá ficar depositado em Bancos. O sistema de Controle Interno de Bancos deve abranger principalmente os seguintes pontos de controle: Caixa, depósitos bancários, emissões e cópias de cheques, registros contábeis e extratos bancários. ABERTURA DE CONTA BANCÁRIA Evitar que a conta(s) bancária(s) da Igreja seja movimentada em contas particulares do pastor, diácono, associado ou tesoureiro, por mais conceituado que seja. Abertura de conta bancária somente em nome da Igreja. TRANSAÇÕES COM CHEQUES RECEBIDOS PELA IGREJA Podem ser dos seguintes tipos: ao portador, nominativo a Igreja, repassados por associados ou pré- datados. Todos os cheques citados deverão ser depositados em nome da IGREJA. 7 DOCUMENTOS DOCUMENTOS FUNDO ROTATIVO CHEQUE NOMINAL ENTRADAS SAÍDAS LIMITE R$1.0000,00 ACIMA DE R$ 100,00 DICAS ESPECIAIS NAS TRANSAÇÕES BANCÁRIAS •Todo cheque emitido deverá ser acostado a cópia de cheque identificando a transação efetuada. A cópia de cheque deverá ser nominal e conter a data, o valor da transação, o número do cheque, a utilização do pagamento realizado e assinaturas; •Os cheques deverão ser assinados com pelo menos duas assinaturas; •Deverá existir limite para pagamento em dinheiro. Acima dele, os pagamentos só deverão ser realizados por meio de cheques; •Quando receber um cheque ao portador, transforme-o imediatamente em cheque nominal a Igreja; •Cruze, de imediato, (se não vier cruzado), qualquer tipo de cheque; •Coloque de imediato, no verso, o n° do banco, agência e conta onde o cheque deve ser obrigatoriamente depositado; •No caso de cheques pré-datados, grampear, de imediato, uma papeleta com os dizeres: “bom para o dia ( ___/___/___ ). É permitido escrever esses dizeres no próprio cheque; •No caso de cheques de terceiros, recebidos de associados, o associado que repassou o cheque, deve colocar seu nome legível e telefone no verso do cheque; •Cuidado especial com cheques pré-datados. Se tais cheques forem depositados antes da data nele transcrita, mesmo assim, o banco pagará. Se não houver fundo, o cheque será devolvido causando dano moral para o emitente e constrangimento para Igreja. São inúmeros os casos de ações na Justiça bem sucedidas, por danos morais em acontecimentos desse tipo; •Depositar na 2ª feira, todos os cheques (exceto os pré-datados); •Ocorrendo a devolução de cheques por insuficiência de fundos ou outros motivos, comunicar-se com o emitente, antes de reapresentá-lo; •Relacionar todos os cheques a serem depositados; da relação deverá constar: os números dos bancos, agência e conta, valor e nome do correntista; •Ao receber talão de cheques no estabelecimento bancário, verificar na presença do funcionário a numeração, a fim de ver se no talão não faltam cheques; •Ao cancelar um cheque, recorte o número e cole no canhoto. Se o cheque já estiver sido assinado, recortar a assinatura e devolvê-la a quem assinou; •Os talões de cheques devem ser guardados com a mesma segurança com que se guarda dinheiro em espécie; •No caso de extravio de talões de cheques e de cheques emitidos a favor da Igreja, o banco deve ser comunicado de imediato, por telefone, e logo em seguida o banco deve ser comunicado através de carta; •Exija que a carta seja protocolada. O associado que emitir o cheque também deve ser avisado para fazer sustar junto ao seu banco o pagamento do cheque. dependendo da situação registrar queixa na delegacia. •Fazer mensalmente conciliações bancárias; •É também de excelente controle que quem assina o cheque não deve ter acesso ao talão e quem preenche o cheque não deve ter autorização para assiná-lo; •Não se deve deixar cheque em branco assinado, nem por um e nem pelos dois emitentes quando se exigir duas assinaturas; •Esta prática também deve ser evitada: Aquisição de produtos para Igreja, mediante cartão de crédito de uso pessoal do pastor, associado ou do próprio tesoureiro. •Na hora de fechar a conta não basta parar de usar a conta corrente para que ela seja encerrada. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Igreja (Grifo Nosso)que quiser fechar sua conta deve fazer a solicitação por escrito. O Banco deve emitir um protocolo e um demonstrativo das obrigações que a Igreja deverá cumprir para encerrar a conta. A partir daí, as tarifas de pacotes de serviços deixam de ser cobradas e o banco tem 30 dias para fechar a conta. Atenção: a conta não poderá ser encerrada em quanto existir saldo devedor. “ É importante que, ao encerrar a conta, a Igreja tenha crédito suficiente para pagar todos os compromissos assumidos com o banco, como cheques pré-datados e débitos automáticos”, diz Gustavo Marrone, diretor de Autorregulação da FEBRABAN. 8 CÓPIA DE CHEQUE- MODELO FUNDO ROTATIVO As Igrejas, por questões de controles internos, não devem utilizar a conta CAIXA, devendo depositar integralmente os valores recebidos (dízimos e ofertas ). Dessa forma, não existirão transações em dinheiro. Entretanto, as Igrejas necessitam manter uma determinada quantia em seu poder, para atender a pequenas despesas, tais como: condução, selos, lanches, papelaria, material de escritório de pequeno valor, etc. Para tanto, estabelece uma determinada importância de dinheiro que é entregue a um associado que ficará responsável, sendo todos os pagamentos de pequena monta pagos em espécie (dinheiro) e realizados através desse fundo. A quantia geralmente tem um valor fixo e quando todos os pagamentos atingem a uma determinada importância, o valor gasto é reembolsado ao associado responsável pela quantia gasta. Assim a qualquer momento o responsável pelo valor numerário deve ter em seu poder o valor que lhe foi entregue, podendo ser composto tanto por dinheiro em espécie quanto por comprovantes de despesas efetuadas. Periodicamente os comprovantes são entregues a Igreja e o valor correspondente as despesas realizadas é reembolsado ao responsável pelo fundo fixo. VALE DESPESAS – MODELO 9 UNIDADE II FRAUDES CONTÁBEIS A ATRAÇÃO E FACILIDADE DO DINHEIRO. Tenho observado que a maior parte do extravio dedinheiro, nas Igrejas, ocorrem no MOVIMENTO DE CAIXA . O acesso ao dinheiro provoca a atração por subtraí-lo ainda que, com o desejo de repor posteriormente e que geralmente não acontece. O fato é que tem sido milenar a preocupação do controle do dinheiro. PROTEÇÃO CONTRA A FRAUDE NO CAIXA Procurando evitar o extravio de dinheiro, as Igrejas devem adotar o critério de: •Depositar integralmente, todo dinheiro que recebem; •Realizar todos os pagamentos através de cheques nominativos e cruzados. •Criar, então um fundo fixo ou caixa pequena, com um “valor fixo” e menor, aproximadamente R$ 1.000,00, por exemplo, para atender aos pagamentos que não tornam viáveis a emissão de cheques. O suprimento do Fundo Rotativo feita pelo Tesoureiro sempre no mesmo valor mediante uma prestação de contas, no qual o responsável pelo fundo rotativo apresenta: •Resumo dos pagamentos; •Os comprovantes dos pagamentos; •O saldo que ficou em dinheiro e que é, então, devolvido ou depositado (essa é a melhor opção). Movimento de Caixa Recebimentos Pagamentos Depositar Integral Somente por Cheques nominativos e Cruzados ou via Internet Bank Fundo Rotativo Pequenos Pagamentos CONCILIAÇÃO BANCÁRIA MOVIMENTO BANCÁRIO X EXTRATOS BANCÁRIOS Pelo menos mensalmente, devem ser reconciliados os saldos das contas bancárias com extratos resumidos. A reconciliação deve ser feita por funcionário não implicado no processo de movimento de Caixa e de escrituração do movimento financeiro. As providências tomadas para regularizar as divergências devem ser anotadas na reconciliação. Qualquer ajuste que implique despesa para a Igreja deve ser avisado ao Presidente e a Assembléia. Pendências mais antigas deve ser objeto de análise mais apurada. 10 UNIDADE III INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA CONTABILIDADE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ÀS IGREJAS 1.A Constituição ocorre sobre a exigência de três requisitos a saber: •A manifestação de vontade; •A formação de acordo com a Lei; •Que os propósitos sejam lícitos. Assim quando duas ou mais pessoas reunem esforços ou recursos financeiros com uma finalidade comum de – CULTUAR A DEUS – mediante um acordo e para fins não econômicos. Entidades dessa natureza são denominadas de ASSOCIAÇÕES, neste caso às IGREJAS. Para ganhar reconhecimento jurídico é necessário registrarem seus Estatutos em um Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Destaco, que é através do Estatuto registrado que a Igreja se torna Pessoa Jurídica de Direito Privado, sendo necessário o seu cadastro junto a Receita Federal para inscrição no CNPJ – CADASTRO NACIONAL DE PESSOAS JURÍDICAS. ESTATUTO – DEFINIÇÃO É o documento fundamental constituído de um grupo de pessoas, onde se fixam direitos e obrigações em relação a Associação a que o Estatuto se refere. É também o conjunto de normas e princípios que estabelecem e determinam a estrutura e a organização de como a Igreja será conduzida. IGREJAS – DEFINIÇÃO São pessoas jurídicas de Direito Privado (Associações), formadas pela união de pessoas com o propósito de realizarem fins não econômicos. Destacamos que não precisa contar com PATRIMÔNIO PRÉVIO . SEM FINALIDADE DE LUCROS A Igreja não distribui entre seus dirigentes, empregados ou associados, eventuais excedentes operacionais (superávit auferido), dividendos, bonificações ou participação do seu Patrimônio, auferido mediante o exercício de suas atividades e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social. Destaco, que as Igrejas são parte importante da Economia moderna. Embora não visem LUCRO , elas precisam de serviços de todos os tipos e pagam por eles, certamente. É um excelente campo para os profissionais de Contabilidade, visto que nos dias de hoje elas estão profissionalizando suas estruturas administrativas e seus controles internos. OBJETIVOS SOCIAIS A Igreja existe para as seguintes finalidades: a) Reunir-se regularmente para culto de adoração a DEUS, estudo da Bíblia e a pregação do Evangelho. b) Promover, por todos os meios e modos a seu alcance, o estabelecimento do Reino de DEUS, na terra, coordenando com as demais Igrejas nessa missão. 11 Estatuto FINALIDADES Capítulo I – Da denominação, natureza, sede e fins Igreja Batista A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões, e não está sujeita a qualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, que não seja por ela reconhecida na forma deste Estatuto, reconhecendo apena como único cabeça e suprema autoridade somente a JESUS CRISTO, o filho de DEUS. Reconhece também a Bíblia como único livro escrito por homens divinamente inspirados, adotando-a como regra de fé e prática para os associados e em matéria de culto e disciplina, conduta, ordem, fé e prática do Novo Testamento, reconhecendo e respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia. Igreja Assembléia de Deus A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita a qualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendo e respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia. Parágrafo Único: A Igreja aceita como fiel interpretação bíblica o documento denominado “Declaração Doutrinaria da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil”, adotada pela Convenção das Assembleias de Deus. Outras Denominações A Igreja _________________________ é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita a qualquer outra Igreja, Convenção ou autoridade eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade do NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendo e respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia. 12 CONTABILIDADE – DEFINIÇÃO Abaixo transcrevemos conceitos emitidos por renomados autores para definir ou conceituar Contabilidade. OBJETIVO DA CONTABILIDADE Estudo do Patrimônio FINALIDADE DA CONTABILIDADE E assegurar o adequado controle da Patrimônio e fornecer INFORMAÇÕES sobre suas composições e variações, para orientar os múltiplos usuários na tomada de decisão. CONFIGURAÇÕES DO PATRIMÔNIO 1.Patrimônio – é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa jurídica ou física avaliados em moeda. 2.Patrimônio Líquido – é a diferença entre a soma dos valores dos bens e direitos menos as obrigações (dívidas). Em Contabilidade os Bens e os Direitos são classificados no ATIVO , e as Obrigações, incluindo o Patrimônio Líquido, no PASSIVO. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Bens R$ 80.000 Obrigações R$ 30.000 Direitos R$ 20.000 Patrimônio Líquido Fundo Patrimonial R$ 60.000 Resultado do Exercício (+) SUPERÁVIT do Exercício R$ 10.000 (-) DÉFICIT do Exercício TOTAL R$ 100.000 TOTAL R$ 100.000 Com base nos dados anteriores, informe: 1. O valor do Patrimônio Líquido 2. O valor do Capital de Terceiros 3. O valor do Capital Próprio 4. As Aplicações de Recursos 5. As Origens dos Recursos 13 “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle, de registros à Administração Econômica”. (I Congresso de Contabilistas 1924, Conceito Oficial) A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para maioria das empresas”. (Marion José Carlos. Contabilidade Básica – 7º Ed. - SP – ED. Atlas2007.) PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE Resolução CFC nº 1.409/12 Aprova a ITG 2012 – Entidade Sem Finalidade de Lucros. O CFC, no exercício de suas atribuições legais e regulamentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6 do Decreto - Lei nº 9.295, alterado pela Lei nº 12.249/10, RESOLVE: Art.1º Aprovar a Interpretação ITG 2012 – Entidade sem Finalidade de Lucros. Art.2º Revogar as Resoluções CFC nº 837/99, 838/99, 852/99, 877/00, 926/01 e 966/03, publicadas no D.O.U., de 02/03/99, 25/08/99, 20/04/00, 03/01/02 e 04/06/2003 Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos exercícios iniciados a partir de 1º de Janeiro de 2012. Brasília, 21 de setembro de 2012. Contador Juares Domingues Carneiro Presidente Apresentação de forma resumida e para efeito didático: OBJETIVO Esta interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas da entidade sem finalidade de lucros. ALCANCE 2. A entidade sem finalidade de lucros pode ser constituída sob a natureza de fundação de direito privado, associação, organização social, organização religiosa, partido político e entidade sindical. 3. Esta interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidades imune, isenta de impostos e contribuições para a seguridade social, beneficente de assistência social e atendimento aos ministérios que, direta ou indiretamente tem relação com entidades sem finalidade de lucro. RECONHECIMENTO 4. As receitas e despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o regime contábil de competência. 5. Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit e déficit, de forma segregada, identificadas por tipos de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demais atividades. 6. O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social. 14 PATRIMÔNIO DAS IGREJAS Penetrar nos mecanismos da gestão e da Contabilidade para Igrejas significa antes de mais nada conhecer realidade na qual ela funciona, isto é, analisar a Igreja em suas etapas administrativas fundamentais para tornar possível, correta e dinâmica o funcionamento da Contabilidade. Uma Igreja necessita de reunir recursos financeiros, isto é , dinheiro ou bens que lhe permitam instalar- se e desenvolver suas atividades. O Capital Inicial é formado pelos recursos financeiros trazidos pelos associados, sob a forma de dízimos e ofertas para constituição da Igreja e seus acréscimos posteriores formam os Recursos Próprios. No entanto, nem sempre os recursos são suficientes para dar andamento as suas atividades sociais, sendo comum valer-se de recursos de terceiros. Estes são valores em poder da Igreja ou que ela recebe de terceiros, mas terá de pagar. Exemplo: material de construção adquiridos a prazo, financiamentos mediante empréstimos bancários, etc. O Patrimônio da Igreja é autônomo e não se confunde com o patrimônio do pastor-presidente, pastores auxiliares, membros da diretoria e associados no caso de Pessoa Jurídica. O Patrimônio Social pertence a Igreja. A confusão patrimonial (PJ x PF), pode ser entendida junto a Receita Federal do Brasil, como distribuição de vantagens, ou seja, a utilização do dinheiro em benefício próprio. Cabe a Contabilidade alertar, separar e controlar a aplicação desses recursos de maneira que tornem possível o funcionamento de uma Igreja. O objeto da Contabilidade proposto nesta APOSTILA é o Patrimônio das Igrejas. Através de relatórios financeiros preparados pela Contabilidade. Ao final de cada Exercício Social (1 ano), a Igreja é obrigada a elaborar, com base na sua escrituração contábil, as suas Demonstração Contábeis, as quais deverão exprimir com clareza a situação do Patrimônio e as Mutações ocorridas no Exercício Social. Tais demonstrações são as seguintes: •Balanço Patrimonial; •Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício; •Demonstração das Mutações do Patrimônio Social (DMPS); •Demonstração do Fluxo de Caixa; •Notas Explicativas. PLANO DE CONTAS Representa uma relação de contas codificadas, com a descrição da natureza do saldo e quando deve ser debitada e creditada. O objetivo principal do Plano de Contas é possibilitar o registro ordenado e consistente das transações ocorridas pela Igreja. A seguir apresentaremos um exemplo simplificado da relação de contas do Balanço Patrimonial e das Demonstrações do Resultado do Exercício, aplicáveis a uma Igreja . 15 IGREJAS PLANO DE CONTAS A – CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONÍVEL OBRIGAÇÕES Caixa Bancos Conta – Movimento – Cheque Especial Fundo Rotativo Duplicatas a Pagar Bancos Conta Movimento Contas a Pagar Banco Conta Movimento Poupança Aluguéis a Pagar Aplicações Financeiras Promissórias a Pagar DIREITOS A RECEBER Financiamentosa Pagar Adiantamento de Salários Consórcios a Pagar Adiantamento a Fornecedores Salários a Pagar Adiantamento a Receber Quitações a Pagar Promissórias a Receber Honorários a Pagar ESTOQUE S Renda Eclesiástica a Pagar Estoque de Materiais de Escritório INSS a Recolher Estoque de Materiais de Consumo IRRF a Recolher DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE FGTS a Recolher Prêmios de Seguros a Vencer PIS a Recolher Aluguéis Passivos a Vencer Sindical a Recolher Assinaturas e Publicações a Vencer Confederativa a Recolher Assistencial a Recolher NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Aplicações Financeiras OBRIGAÇÕES Promissórias a Receber Promissórias a Pagar INVESTIMENTOS Financiamentos a Pagar Imóveis para Renda Consórcios a Pagar Adiantamentos de Consórcios IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Terrenos FUNDO PATRIMONIAL Imóveis Patrimônio Social Móveis e Utensílios Superavit ou Déficit Acumulados (+ ou -) Computadores e Periféricos Superavit ou Déficit no Exercício (+ ou-) Instrumentos Musicais Ajustes de Avaliação Patrimonial (+ ou-) Equipamentos de Sonorização Máquinas e Equipamentos Ferramentas Biblioteca Veículos Utilitários Depreciação Acumulada (-) IMOBILIZADO EM FORMAÇÃO Construção em Andamento INTANGÍVEL Desenvolvimento de Sites Direito de Uso de SOFTWARES Benfeitorias em Locação Amortização Acumulada (-) 16 IGREJAS PLANO DE CONTAS B – CONTAS DE RESULTADO RECEITAS DESPESAS Transporte OPERACIONAIS OPERACIONAIS Manutenção de Veículos ORDINÁRIAS ORDINÁRIAS Combustíveis e Lubrificantes Dízimos e Ofertas PESSOAL Seguros Ofertas para Missões Salários e Ordenados Revistas e Publicações Ofertas para Construção Gratificação Serviços Profissionais – Pessoa Jurídica Ofertas para Assistência SocialPrevidência Social Honorários Contábeis Ofertas Especiais FGTS Gás Vale Transporte Gêneros Alimentícios Vale Refeição Medicamentos Cesta Básica Tecidos e Vestuários PROVENTOS PASTORAIS Bens de Valores Irrelevantes Renda Eclesiástica Despesas Eventuais NÃO OPERACIONAIS REPRESENTAÇÃO PASTORAL Bens de Valores Irrelevantes EXTRAORDINÁRIAS FGTM Despesas Eventuais Ganho na Venda de Bens Locação e Condomínio IMPOSTOS E TAXAS Doações Plano de Saúde Imposto Predial (IPTU) Previdência Privada IPVA Mensalidades Escolares Multa de Trânsito Viagens e Estadas Taxas Diversas LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO TRIBUTÁRIAS Locação de Máquinas e EquipamentosPIS Folha de Pagamento Locação de Vigilância e MonitoramentoMISSÕES E EVANGELISMOS Internet Gratificação Eclesiástica ADMINISTRATIVAS Literaturas Evangélicas Aluguéis e Condomínios Material de Ceia Luz e Força Convenção Água e Esgoto Missões Telefones e Telefonemas Cursos Teológicos Material de Escritório Acampamentos e Retiros Material de Consumo Plano Cooperativo Material Elétrico Oferta a Preletores Manutenção e Reparos Beneficência Lanches e Refeições Donativos e Contribuições CorreiosPrograma de Rádio Conduções Viagens e Hospedagem Legais e Judiciais DESPESAS FINANCEIRAS Reproduções Juros de Mora Fretes e Carretos Despesas Bancárias Funerais RECEITAS FINANCEIRAS (+) Homenagens e Comemorações Juros Ativos Brindes e Presentes Descontos Obtidos Decoração e Ornamentação Rendimentos Financeiros NÃO OPERACIONAIS DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS A Transportar Perda na Venda de Bens C – CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO RESULTADO DO EXERCÍCIO BALANÇO DE ABERTURA 17 FUNÇÃO DAS CONTAS BÁSICAS ATIVO CAIXA Conta devedora. A Conta é DEBITADA pelos recebimentos (entradas) e CREDITADA pelos pagamentos (saídas). BANCOS CONTA MOVIMENTO Conta devedora. Representa as disponibilidades da Igreja em poder de bancos. É debitada pelos depósitos efetuados e creditada pelos saques e/ou emissões de cheques. FUNDO ROTATIVO Conta devedora. Representa o adiantamento concedido ao responsável pelo fundo rotativo. Deve ser analisada dedicando-se uma subconta para cada pessoa física responsável. É debitada pelo adiantamento concedido é creditada contra apresentação dos comprovantes dos gastos efetuados através de um cheque nominal ao responsável pelo fundo rotativo. MÓVEIS E UTENSÍLIOS Conta devedora. Representa as aquisições em mesas, cadeiras, estantes, arquivos, púlpito, etc. adquiridos pela Igreja. EQUIPAMENTOS MUSICAIS Conta Devedora. Representa as aquisições em baterias, teclado, guitarras, violões, etc. adquiridos pela Igreja. VEÍCULOS UTILITÁRIOS Conta devedora. Representa as aquisições em veículos utilitários, tais como: Kombi, Van, Besta, Ônibus, Camionete e outros similares adquiridos pela Igreja. LEGISLAÇÃO O artigo 32 da Lei 9430 de 1990 e artigos 172 e 173 do RIR/99, no que se refere as ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS de qualquer natureza só podem adquirir para uso próprio – VEÍCULOS UTILITÁRIOS. É, portanto proibido adquirir carros de passeio, os quais a RFB entende que são para levar membros da diretoria para casa, ao mercado, seus filhos a escola e para realizar passeios de lazer. A RFB exige que na nota fiscal ou cupom fiscal fornecido pelo posto de gasolina, contenha a marca do veículo, o número da placa e o nome da Igreja. IMÓVEIS Conta devedora. Registra as aquisições em galpões, edifícios e imóveis a qual pertence a Igreja. CONSTRUÇÃO EM ANDAMENTO Conta devedora. Destina-se a registrar as despesas de obras e construção empreendidas pela Igreja para uso próprio. É debitada pelas despesas ou aplicações efetuadas e creditada pelo valor das obras ou construções terminadas, por transferência para conta própria. 18 PASSIVO OBRIGAÇÕES DUPLICATAS A PAGAR Conta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pela quitação da duplicata e creditada pela obrigação assumida pela Igreja. CONTAS A PAGAR Conta credora. Representa as obrigações assumidas e pagamentos efetuados. É debitada pela quitação da conta e creditada pela obrigações assumidas pelo consumo das contas pela Igreja. PROMISSÓRIAS A PAGAR Conta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pela quitação da nota promissória e creditada pelos compromissos assumidos pela Igreja junto a terceiros. PATRIMÔNIO LÍQUIDO PATRIMÔNIO SOCIAL Conta Credora. Representa os excedentes operacionais auferido mediante o exercício de suas atividades e aplicado integralmente na consecução do seu objetivo social. SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOS Representa o resultado apurado pela Igreja em exercícios anteriores. SUPERAVIT / DÉFICIT NO EXERCÍCIO (+ OU -) Representa o resultado apurado pela Igreja no Exercício atual AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMÔNIAL (+ OU -) Representa os valores apurados em exercícios anteriores, enquanto não computados no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. RECEITAS DÍZIMOS E OFERTAS Conta credora. É creditada durante o exercício, pelo valor dos dízimos e ofertas recebidos. É debitada no final do Exercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-) do Exercício. DESPESAS RENDA ECLESIÁSTICA E/OU REPRESENTAÇÃO PASTORAL Conta Devedora destinada a registrar a remuneração recebida pelos ministros de confissão religiosa, pastores ou auxiliares, que percebem valores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela RFB, sob qualquer título, de forma DIRETA , que o sustento ministerial ou INDIRETA , que podem ser FGTM, ajuda de aluguel do imóvel, condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, mensalidades escolares, viagens, etc. Conta Credora no final de Exercício Social, para apuração do Superávit (+) ou Deficit (-) do Exercício. 19 IGREJAS TRIBUTAÇÃO DAS ATIVIDADES IMUNES OBJETO DO CAPÍTULO Compreender o alcance dos termos imunidade na legislação tributária federal. ENTIDADES IMUNES Inicialmente é importante informar que as atividades imunes correspondem por cerca de 5% do total de declarações recebidas pela SRF na última informação divulgada pelo órgão. TEMPLOS DE QUALQUER CULTO Os templos de qualquer culto são imunes ao pagamento de impostos sobre a renda, patrimônio e serviços relacionados com suas atividades essenciais. A imunidade e prevista no artigo 150 da CF: impedindo a União, os Estados e os Municípios de instituir e cobrar impostos sobre o patrimônio, renda e serviços das Igrejas (grifo nosso). Devemos destacar também, que as Igrejas devem reter e recolher os impostos e contribuições que são devidos pela Igreja como contribuinte responsável, como o IRRF e o INSS descontados de seus funcionários. As Igrejas podem remunerar seus dirigentes e religiosos, assim como enviar missionários a serviços no Exterior, sem perder a condição de entidade imune (decisão nº 39/1998 da SRFB). O problema, que infelizmente acontece no Brasil, é a utilização indevida dos benefícios concedidos pela Lei, com pessoas aproveitando estes benefícios em proveito próprio, deixando de lado o interesse coletivo. PIS PAGO SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO O art. 8 da Lei nº 10.637/2002, define que as atividades imunes permanecem pagando o PIS com base na folha de pagamento e não sobre as receitas. CÁLCULO DO PIS O PIS nas IGREJAS, será calculado pela aplicação da alíquota de 1% (um por cento) sobre o total da folha de pagamento. O seu recolhimento deve ser efetuado sempre no dia 25 do mês seguinte a respectiva competência da folha de pagamento de seus empregados. Como folha de pagamento considera-se os rendimentos do trabalho assalariado de qualquer natureza, como salários, férias, décimo terceiro salário, gratificação, horas extras, ajuda de custo, adicional noturno, etc. . 20 S HIPÓTESE: A funcionária recebeu no mês de dezembro 20X2, da Comunidade Evangélica Caminho para o Céu o salário bruto de R$ 1.500,00, deduzindo-se os descontos na ordem de R$ 148,00, apurando-se a título de salário líquido a importância de R$ 1.352,00. Pede-se: Efetuar os seguintes lançamentos no diário: a) Provisão do PIS no mês dezembro/20X2, no valor de R$ 15,00 Provisão mês Dezembro/20X2. b) No dia 25/01/20X3 a Igreja efetuou o recolhimento do PIS mês Dezembro/20X2com cheque: DARF – Código para recolhimento: 8301 – R$ 15,00 Recolhimento mês Dezembro/20X2 RAZONETES PIS Folha de Pagamento PIS a Recolher Bancos Conta Movimento 1.500,00 Função da Conta PIS Folha de Pagamento O PIS é uma contribuição social com função fiscal, ou seja de arrecadação. Incide sobre o total da folha de pagamento de seus empregados (fato gerador). É um tributo de competência da União. Conta Devedora: Destinada a registrar o valor da contribuição social mensal devida ao Governo Federal. Representa uma Despesa Tributária. (Para efeito didático:Impostos, Taxas e Contribuições) e Credora por ocasião do encerramento do Exercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-) do Exercício. PIS a Recolher (Obrigações) Registra – os valores que a Igreja deve ao Governo Federal. Débito – pelos recolhimentos ou pagamentos Crédito – pelas obrigações assumidas pela Igreja. 21 UNIDADE IV – BALANÇO DE ABERTURA INTRODUÇÃO É utilizado para contabilização dos saldos existentes no Ativo e Passivo para dar início a escrituração contábil em Igrejas, que anteriormente só usavam o LIVRO CAIXA. Qualquer Igreja independente do seu porte necessita manter escrituração contábil completa, inclusive no LIVRO DIÁRIO, para controlar o seu PATRIMÔNIO e gerenciar adequadamente as suas atividades. Entretanto, a escrituração contábil está contida como exigência expressa em diversas legislações citadas anteriormente. Há dois tipos de Balanço de Abertura: 1. Igrejas fundadas a vários anos Nesta situação deverá escriturar os últimos 5 (cinco) anos e preparar um Balanço de Abertura antes de iniciar a escrituração contábil. 2. Igrejas registradas recentemente Nesta situação iniciar os registros contábeis a partir a data de abertura consignada no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. O Balanço de Abertura consiste na realização de um Inventário físico e documental, que permita identificar os bens, os direitos e as obrigações da Igreja em determinado momento. Conhecidos os bens, direitos e obrigações e estabelecido os respectivos valores, deverá o Contabilista estruturar o Balanço de Abertura, que será sintetizado com base no ordenamento feito previamente no Plano de Contas. No ATIVO, serão devidamente agrupadas as contas que representam os bens e direitos. No PASSIVO, irão figurar as obrigações. Para obter-se a igualdade: ATIVO = PASSIVO deve-se considerar, juntamente com o PASSIVO, o valor do PATRIMÔNIO LÍQUIDO. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Qualquer que seja o tipo de BALANÇO DE ABERTURA utilizado, haverá necessidade de proceder ao registro os elementos ATIVOS e PASSIVOS, para início da escrituração contábil no LIVRO DIÁRIO. Exemplo: REGISTROS DOS ELEMENTOS ATIVOS D CAIXA D BANCOS CONTA MOVIMENTO (se houver) D MÓVEIS E UTENSÍLIOS D INSTRUMENTOS MUSICAIS C BALANÇO DE ABERTURA DOS ELEMENTOS PASSIVOS D BALANÇO DE ABERTURA C DUPLICATAS A PAGAR (Fornecedores) C CONTAS A PAGAR C OBRIGAÇÕES SOCIAIS (trabalhistas e Previdenciárias) REGISTRO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO D BALANÇO DE ABERTURA C PATRIMÔNIO SOCIAL NOTA IMPORTANTE A conta BALANÇO DE ABERTURA é uma conta transitória podendo ser aberta no grupo do Patrimônio Líquido e será utilizada apenas uma vez, quando da escrituração contábil. 22 UNIDADE V – TÉCNICAS CONTÁBEIS Dados principais referente a Igreja NÚMERO DE INSCRIÇÃO : 62.266.***/0001-24 DATA DA ABERTURA : 30/11/20X1 NOME EMPRESARIAL : COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU NOME FANTASIA : CAMINHO PARA O CÉU CÓDIGO : 94.91-0-00 ATIVIDADE ECONÔMICA : ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA CÓDIGO : 399-9 NATUREZA JURÍDICA : ASSOCIAÇÃO PRIVADA LOGRADOURO : RUA TOQUIO, 233 CEP : 25545-003 BAIRRO : CENTRO MUNICÍPIO : RIO DE JANEIRO PASTOR PRESIDENTE : JOÃO DE DEUS LANÇAMENTOS CONTÁBEIS PRÁTICA 1. Dados iniciais para composição do Balanço de Abertura em 30/11/20X1. DOC FATOS ADMINISTRATIVOS VALOR ELEMENTOS DO ATIVO (A) 80.000,00 01 Saldo em dinheiro em poder do tesoureiro 20.000,00 02 Móveis Diversos conforme relação 34.000,00 03 Instrumentos Musicais conforme relação 18.000,00 04 Computadores e Periféricos conforme relação 5.000,00 05 Estoque de Material de Escritório 1.700,00 06 Estoque de Material de Consumo 1.300,00 ELEMENTOS DO PASSIVO (B) 29.000,00 07 Fornecedores por Duplicatas 10.000,00 08 Light S.A. conta mês 11/20X1 2.000,00 09 Telemar S.A. conta mês11/20X1 1.200,00 10 Aluguel recibo mês 11/20X1 1.000,00 11 Renda Eclesiástica mês 11/20X1 4.800,00 12 Empréstimo concedido pelo irmão Generoso Silva em 20 parcelas, restando 10 notas promissórias de R$ 1.000,00 cada, a serem quitadas 10.000,00 PATRIMÔNIO SOCIAL APURADO (A – B) 51.000,00 23 RESOLVENDO LANÇAMENTO NO DIÁRIO ELEMENTOS ATIVOS Saldo existente nesta data ELEMENTOS PASSIVOS Saldo existente nesta data REGISTRO NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Resultado apurado no período Pede – se: 1. Transportado para os razonetes (lançado nas páginas 31 a 33); S 2. Emitir o Balancete de Verificação em 31/12/20X1 (lançado na página 30); 3. Elaborar o Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1. (lançar na página 38) MONOGRAFIA Iniciamos abaixo de forma didática um período de fatos administrativos ocorridos pela IGREJA, sendo cumulativo com os saldos já apurados no Balanço de Abertura de 30/11/20X1. 24 Durante o mês de dezembro de 20X2, a Igreja contabilizou os seguintes fatos: DOC Fatos Administrativos 13 Abertura de Conta Corrente no Banco Alfa S.A. No valor de R$ 10.000,00 14 Aquisição de mesas e cadeiras no valor de R$ 8.800,00, pago da seguinte forma: Entrada R$ 2.200,00 com ch. Nº 001 (+) 03 parcelas de R$ 2.200,00 a prazo. 15 Aquisição de um computador no valor de R$ 4.000,00, dividido em 02 parcelas iguais, a 1ª paga no ato da compra em dinheiro e a 2ª para 30 dias. 16 Abertura de Fundo Rotativo estabelecido e entregue ao responsável na ordem de R$ 600,00 com ch. 002. 17 Aquisição de 50 cadeiras estofadas no valor total de R$ 20.000,00, sendo pago da seguinte forma: 20% em dinheiro, 30% com ch. 003 e o restante a prazo em 10 parcelas de R$ 1.000,00 cada, no montante de R$ 10.000,00. 18 Recebido dízimos e ofertas de seus associados e destinado aos seus objetivos sociais previsto no Estatuto a importância de R$ 40.000,00 (em dinheiro). 19 Depósito no valor de R$ 35.000,00. 20 Aplicação Financeira no valor de R$ 15.000,00, mediante débito em conta. PAGAMENTOS COM CHEQUES: 21 CH. Nº 004 – Pagamento de duplicata no valor de R$ 10.000,00. 22 CH. Nº 005 – Pagamento 1ª parcela das mesas e cadeiras no valor de R$ 2.200,00 + 6% juros. 23 CH. Nº 006 – Pagamento 2ª parcela do computador no valor de R$ 2.000,00. 24 CH. Nº 007 – Pagamento 1ª parcela das cadeiras no valor de R$ 1.000,00 com desconto de 20%. 25 CH. Nº 008 – Pagamento conta de energia elétrica mês 11/20X1 R$ 2.000,00. 26 CH. Nº 009 – Pagamento conta de telefone mês 11/20X1 R$ 1.200,00. 27 CH. Nº 010 – Adiantamento quinzenal ao zelador referente mês 12/20X1 R$ 500,00. 28 CH. Nº 011 – Pagamento aluguel mês 11/20X1 R$ 1.000,00. 29 CH. Nº 012 – Pago Renda Eclesiástica mês 11/20X1 R$ 4.800,00. 30 Resgate de aplicação financeira no valor de R$ 15.600,00, incluindo rendimento da aplicação no mês na ordem de R$ 600,00. 31 Aquisição de um veículo utilitário Kombi mediante consórcio no valor de R$ 36.000,00 a serem pagas em 60 parcelas de R$ 600,00 cada. Sendo a 1ª parcela paga no ato com ch. Nº 013 no ato da assinatura do contrato. Sendo 12 parcelas lançadas no Passivo Circulante PC e 48 parcelas no Exigível a Longo Prazo (ELP) 32 Aquisição de uma bateria à vista com ch. Nº 014 no valor de R$ 5.000,00. 33 PROVISÕES RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – PASTOR REMUNERAÇÕES VALOR TOTAL RENDA ECLESIÁSTICA 4.000,00 FGTM (10%) 400,00 LOCAÇÃO E CONDOMÍNIO 1.000,00 PLANO DE SAÚDE 600,00 6.000,00 DESCONTOS (-) IRRF - (800,00) RENDA LÍQUIDA - 5.200,00 25 34 RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – FUNCIONÁRIO REMUNERAÇÃO VALOR TOTAL Salário Bruto - 1.200,00 Descontos (-) - (648,00) Previdência (9%) 108,00 Sindical 40,00 Adiantamento 500,00 Salário Líquido 552,00 ENCARGOS SOCIAIS SOBRE A FOLHA 35 •INSS 26,8% x R$ 1.200,00 R$ 321,6036 •FGTS 8,0% x R$ 1.200,00 R$ 96,00 37 •PIS 1,0% x R$ 1.200,00 R$ 12,00 CONTAS VENCIDAS E NÃO PAGAS 38 LIGHT S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.700,00 39 Telemar S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.300,00 40 Aluguel Mês 12/20X1 R$ 1.000,00 Material consumido no mês 41 Material de Escritório R$ 800,00 42 Material de Consumo R$ 1.100,00 PRESTAÇÃO DE CONTAS FUNDO ROTATIVO 43 Condução Papelaria Correios Refeições Cópias TOTAL R$ 120,00 R$ 180,00 R$ 90,00 R$ 140,00 R$ 40,00 R$ 570,00 44 Reembolso de despesa ao responsável no montante de R$ 570,00 com cheque nº 015 Com base na solução do Exemplo Prático apresentado, transportar para os razonetes, emitir o 1º Balancete de Verificação em 31/12/20X2, e elaborar as seguintes Demonstrações Contábeis da Igreja – COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU, evidenciando somente a posição em 31/12/20X2: a. Balanço Patrimonial; b. Demonstração de Resultado do Exercício; c. Demonstração do Superávit ou Deficit do Exercício; d. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 26 DOC FATOS ADMINISTRATIVOS RESOLVENDO LANÇAMENTOS NO DIÁRIO 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 27 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 31. 28 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 29 42. 43. 44. Ao final da apuração a IGREJA apresentava os seguintes dados para emissão do Balancete de Verificação em 31/12/20X1. COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU CNPJ Nº 62.266.***/0001-24 BALANÇO PATRIMONIAL DE ABERTURA EM 31/12/20X1 Nos CONTAS SALDOS DÉBITO CRÉDITO 01 Caixa 20.000 06 Estoque de Materiais de Escritório 1.700 07 Estoque de Materiais de Consumo 1.300 09 Móveis e Utensílios 34.000 10 Computadores e Periféricos 5.000 11 Instrumentos Musicais 18.000 32 Duplicatas a Pagar 10.000 33 Contas a Pagar 3.200 34 Aluguéis a Pagar 1.000 35 Promissórias a Pagar 10.000 38 Renda Eclesiástica a Pagar 4.800 44 Patrimônio Social 51.000 TOTAL 80.000 80.000 30 RAZONETES TRANSPORTAR OS VALORES APURADOS ATIVO (+) DESPESAS ATIVO 01 - CAIXA 03 – Banco Conta Movimento 05 – Adiantamentos de Salários 20.000 06 – Estoque Mat. Escritório 1.700 07 – Estoque Mat. Consumo 1.300 02 – Fundo Rotativo 08 – Adiantamentos de Consórcios 09 – Móveis e Utensílios 34.000 04 – Aplicações Financeiras 10 – Computadores e Periféricos 11 – Instrumentos Musicais 5.000 18.000 DESPESAS DESPESAS OPERACIONAIS PESSOAL 12 – Salário e Ordenados 13 – Previdência Social 14 - FGTS PROVENTOS PASTORAIS 15 – Renda Eclesiástica 16 – FGTM 17 – Locação e Condomínio 18 – Plano de Saúde 31 S S S S S S ADMINISTRATIVAS 19 – Aluguéis e Condomínios 20 – Luz e Força 21 – Telefones e Telefonemas 22 – Material Escritório 23 – Material Consumo 24 – Lanches e Refeições 25 – Correios 26 – Conduções 27 – Reproduções IMPOSTOS E TAXAS 28 – PIS Folha Pagamento FINANCEIRAS 29 – Juros de Mora RECEITAS FINANCEIRAS 30 – Descontos Obtidos 31 – Rendimentos Financeiros PASSIVO + PL + RECEITAS PASSIVO 32 – Duplicatas a Pagar 33 – Contas a Pagar (Light S.A.) 33 – Contas a Pagar (Telemar S.A.) 10.000 2.000 1.200 34 – Aluguéis a Pagar 35 – Promissórias a Pagar 1.000 10.000 32 SSS S S 36 – Consórcios a Pagar 37 – Salários a Pagar 38 – Renda Eclesiástica a Pagar 4.800 39 – INSS a Recolher 40 – IRRF a Recolher 41 – FGTS a Recolher 42 – PIS a Recolher 43 – Sindical a Recolher EXÍGÍVEL A LONGO PRAZO 44 – Consórcios a Pagar PATRIMÔNIO LÍQUIDO 45 – Patrimônio Social 46 – Superávit/ Déficit no Exercício 51.000 RECEITAS OPERACIONAIS 47 – Dízimos e Ofertas CONTAS TRANSITÓRIAS CONTAS DE APURAÇÃO DO EXERCÍCIO 48 – Resultado do Exercício 49 – Balanço de Abertura 33 S S COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU CNPJ Nº 62.266.***/0001-24 1º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2 CONTAS Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO 01 CAIXA 02 Fundo Rotativo 03 Bancos Conta Movimento 04 Aplicações Financeiras 05 Adiantamentos de Salários 06 Estoque de Materiais de Escritório 07 Estoque de Materiais de Consumo 08 Adiantamentos de Consórcios 09 Móveis e Utensílios 10 Computadores e Periféricos 11 Instrumentos Musicais 12 Salários e Ordenados 13 Previdência Social 14 FGTS 15 Renda Eclesiástica 16 FGTM 17 Locação e Condomínios 18 Plano de Saúde 19 Aluguéis e Condomínios 20 Luz e Força 21 Telefones e Telefonemas 22 Material de Escritório 23 Material de Consumo 24 Lanches e Refeições 25 Correios 26 Conduções 27 Reproduções 28 PIS Folha de Pagamento 29 Juros de Mora 30 Descontos Obtidos 31 Rendimentos Financeiros 32 Duplicatas a Pagar 33 Contas a Pagar ( Light S.A + Telemar S.A) 34 Aluguéis a Pagar 35 Promissórias a Pagar 36 Consórcios a Pagar 37 Salários a Pagar 38 Renda Eclesiástica a Pagar 39 INSS a Recolher 40 IRRF a Recolher 41 FGTS a Recolher 42 PIS a Recolher 43 Sindical a Recolher 44 Consórcios a Pagar 45 Patrimônio Social 46 Superavit/ Déficit do Exercício 47 Dízimos e Ofertas 48 Resultado do Exercício 49 Balanço de Abertura TOTAL 34 ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO RECEITAS Encerramento de Balanço DESPESAS Encerramento de balanço APURAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO Apurado neste Exercício Social 35 2º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2 Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO 01 CAIXA 02 Fundo Rotativo 03 Bancos Conta Movimento 06 Estoque de Material de Escritório 07 Estoque de Material de Consumo 08 Adiantamentos de Consórcios 09 Móveis e Utensílios 10 Computadores e Periféricos 11 Instrumentos Musicais 32 Duplicatas a Pagar 33 Contas a Pagar 34 Aluguéis a Pagar 35 Promissórias a Pagar 36 Consórcios a Pagar 37 Salários a Pagar 38 Renda Eclesiástica a Pagar 39 INSS a Recolher 40 IRRF a Recolher 41 FGTS a Recolher 42 PIS a Recolher 43 Sindical a Recolher 44 Consórcios a Pagar 45 Patrimônio Social 46 Superavit/ Déficit do Exercício TOTAL 36 UNIDADE VI – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BALANÇO PATRIMONIAL INTRODUÇÃO A Contabilidade, na qualidade de metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas, seja este pessoa física, ENTIDADE DE FINALIDADES NÃO LUCRATIVAS , empresa, ou mesmo pessoa de Direito Público, tais como: União, Estado, Município, Autarquia, etc., tem um campo de atuação circunscrito às entidades supramencionadas, o que equivale a dizer muito amplo. Texto extraído do livro Contabilidade Introdutória. Autores: Vários (1992 , p.23) Editora Atlas – SP DEFINIÇÃO Transmissão de algumas definições emitidas por alguns autores: 1. “É a representação sintética dos elementos que formam o Patrimônio, evidenciando o diferencial que completa a equação entre seus valores positivos e negativos.” (Franco, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanço – SP – Ed. Atlas). 2. “É uma das mais importantes Demonstrações Contábeis, através da qual podemos apurar (atestar) a situação patrimonial de uma entidade em determinado momento. Nesta demonstração estão claramente evidenciados o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido da entidade.” (Equipe de Professores da USP – SP – Ed. Atlas). 37 ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU BALANÇO PATRIMONIAL EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2 CONTAS EXERCÍCIOS 20X2 20X1 ATIVO (A+B+C+D) CIRCULANTE (A+B) DISPONÍVEL (A) CAIXA FUNDO ROTATIVO BANCOS CONTA MOVIMENTO ESTOQUES (B) ESTOQUE DE MATERIAL DE ESCRITÓRIO ESTOQUE DE MATERIAL DE CONSUMO NÃO CIRCULANTE(C+D) INVESTIMENTOS (C) ADIANTAMENTOS DE CONSÓRCIOS IMOBILIZADO (D) MÓVEIS E UTENSÍLIOS COMPUTADORES E PERIFÉRICOS INSTRUMENTOS MUSICAIS CONTAS EXERCÍCIOS 20X2 20X1 PASSIVO (A+B+C) CIRCULANTE (A) OBRIGAÇÕES DUPLICATAS A PAGAR CONTAS A PAGAR ALUGUÉIS A PAGAR PROMISSÓRIAS A PAGAR CONSÓRCIOS A PAGAR SALÁRIOS A PAGAR RENDA ECLESIÁSTICA A PAGAR INSS A RECOLHER IRRF A RECOLHER FGTS A RECOLHER PIS A RECOLHER SINDICAL A RECOLHER NÃO CIRCULANTE (B) EXIGÍVEL A LONGO PRAZO OBRIGAÇÕES CONSÓRCIOS A PAGAR PATRIMÔNIO LÍQUIDO (C) FUNDO PATRIMONIAL PATRIMÔNIO SOCIAL SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOS SUPERÁVIT/ DÉFICIT NO EXERCÍCIO 38 DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO DEFINIÇÃO: A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade. Aplicação nas IGREJAS: No caso das ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS, a Denominação do Resultado é alterada para DEMONSTRAÇÃO DO SUPERAVIT OU DÉFICIT. ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2 DESCRIÇÃO EXERCÍCIOS 20X2 20X1 01 RECEITAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS 02 DÍZIMOS E OFERTAS 03 (-) DESPESAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS 04 PESSOAL 05 PROVENTOS PASTORAIS 06 LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO 07 ADMINISTRATIVAS 08 IMPOSTOS E TAXAS 09 MISSÕES E EVANGELISMOS 10 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT OPERACIONAIS ORDINÁRIAS 11 (+) RECEITAS FINANCEIRAS 12 (-) DESPESAS FINANCEIRAS 13 (+ou -) RECEITAS OU DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS 14 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO 39 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMP S) DEFINIÇÃO: A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado momento, a movimentação das contas que integram o Patrimônio da entidade . Aplicação nas IGREJAS: Neste caso, a denominação DLPA é alterada para DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMPS), que deve evidenciar, num determinado período a movimentação das contas que integram o seu Patrimônio. ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMP S) EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2 DESCRIÇÃO EXERCÍCIOS 20X2 20X1 01 SALDO NO INÍCIO DO PERÍODO 02 AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 03 SALDO AJUSTADO 04 SUPERÁVIT/ DÉFICIT ACUMULADOS 05 SUPERÁVIT/ DÉFICIT DO EXERCÍCIO 06 SALDO NO FIM DO EXERCÍCIO 40 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) Definição: é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provocam modificações no saldo da conta CAIXA. Compreende o movimento de entradas e saídas de dinheiro na Igreja . ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2 EXERCÍCIOS DESCRIÇÃO 20X2 20X1 GERAÇÃO OPERACIONAL •RESULTADO DO EXERCÍCIO / PERÍODO •DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO •RESULTADO NA VENDA DE ATIVOS NÃO CIRCULANTES (=) (+ou -) RESULTADO LÍQUIDO AJUSTADO RECEBIMENTOS •DÍZIMOS E OFERTAS •OUTROS RECEBIMENTOS PAGAMENTOS •VALORES PAGOS A FORNECEDORES E SERVIÇOS •VALORES PAGOS AO PASTOR PRESIDENTE •VALORES PAGOS AOS EMPREGADOS •ENCARGOS SOCIAIS PAGOS •DESPESAS ADMINISTRATIVAS PAGAS •DESPESAS TRIBUTÁRIAS PAGAS •OUTROS PAGAMENTOS •FINANCEIRAS LÍQUIDAS ( + OU - ) A – ATIVIDADES OPERACIONAIS B – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS •AQUISIÇÕES – IMOBILIZADO •AQUISIÇÕES – INVESTIMENTOS •VENDA – IMOBILIZADO •VENDA – INVESTIMENTOS C – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS •EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS •AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS RESUMO (DISPONIBILIDADES GERADAS) SALDOS (+) CAIXA NO PERÍODO (+) BANCO NO PERÍODO 41 NOTAS EXPLICATIVAS Definição: São esclarecimentos que visam completar as demonstrações contábeis e informar os critérios utilizados pela Igreja e a composição dos saldos de determinadas contas. As citadas notas são parte integrante das demonstrações contábeis. Na sua elaboração devem ser observados os seguintes aspectos: •as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância. •Os textos devem ser simples, objetivo, claro e concisos. •Os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contas que os compõem. •Os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores. 42 ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU. NOTAS EXPLICATIVAS AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Período: 01/01/20X2 a 31/12/20X2 EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/2011 PREPARADO POR : (Nome do Contador) 1. CONTEXTO OPERACIONAL A Comunidade Evangélica Caminho para o Céu cadastrada no CNPJ nº 62.266.***/0001-24, com data de abertura em 30/11/20X1, sediada no Município do Rio de Janeiro – RJ, sendo uma ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA , situada na Rua Tóquio, 233 – Centro – Nova Iguaçu – RJ – CEP 25545-003. 2. INTRODUÇÃO A elaboração das Demonstrações Contábeis estão de acordo com o que dispõe os parágrafos nº 4 e 5 do artigo 176 da Lei 6404/1976 atualizado conforme Lei nº 11.638/2007 e MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11941/2009 e as Normas Tributárias Internacionais (IFRS) pertinentes e do CPC (Código de Processo Civil). 3. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 43 Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso básico de contabilidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 1998. BARBOSA, Maria Nazare Lins. Manual de ONGS: Guia Prático de orientação jurídica/ Maria Nazare Lins Barboza e Carolina Felippe de Oliveira; 3º ed. Atual. Rio de Janeiro; FGV, 2002 BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade intermediária. São Paulo: IOB – Thompson, 2005. – (Coleção cursos IOB). CHEVITARESE, salvador. Contabilidade industrial. 4º ed. Rio de Janeiro: Fev,1978. DUARTE, Cicero Augusto G. Igrejas na mira da lei. 2. ed. São Paulo: Bom pastor, 2003. FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1983. ________________. A contabilidade na era da globalização. São Paulo: Atlas, 2008. GOUVEIA, Nelson. Contabilidade. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil. 1976. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral esquematizado. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 2011 PEREIRA, Genésio. Igreja pessoa jurídica- registro e controle. 2. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1992. ________________.Administração financeira para igrejas. Rio de Janeiro. PRAZERES, Helvio Tadeu Cury. Administração financeira nas pequenas empresas. Minas Gerais: CPT, 2007. _______________. Como administrar pequenas empresas. Minas Gerais: CPT, 2007. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 26. Ed. Ampl. e atual. São Paulo; Saraiva 2009. SÁ, Antonio Lopes de. Auditoria básica. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982. ROMÃO,Valdo; Oliveira, Aristeu de. Manual do terceiro setor e instituição religiosa trabalhista, previdenciária, contábil e fiscal. São Paulo: Atlas, 2006. Sá, Antônio Lopes de. Auditoria básica.Rio de Janeiro:tecnoprint, 1982. _______________. Fraudes contábeis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982. SANTOS, Eli Rozendo Moreira. 1001 informações úteis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1986. SILVA, Edison Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. São Paulo: Atlas, 2005. SILVA, Lourivaldo Lopes Da. Contabilidade geral e tributária. 5 ed. São Paulo: IOB, 2009. UHL, Franz; FERNANDES, João Teodorico F.S. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1982. 44 ANEXOS / ARTIGOS 45 Direito Nosso Imposto de Renda Igrejas e Pastores (I) Gilberto Garcia - Jornal Novas nº 221 - 06/2009 “Pastor é condenado por sonegação fiscal em Maringá a dois anos e meio de prisão e 200 dias-multa, valor que pode ultrapassar R$ 40 mil. (…). A sentença foi firmada no dia 16 de fevereiro, pelo juiz substituto da Vara Federal Criminal de Maringá/ PR.” Os réus (o pastor e sua esposa) alegaram que viviam da venda de produtos particulares, como livros, bíblias e CDs, e que o dinheiro obtido com essas vendas era depositado nas contas da Igreja Só o Senhor é Deus. Para o Juiz, essas declarações, quando junto com as demais provas, demonstram a intenção dos acusados de esconderem os fatos - “ou seja, a utilização em proveito próprio do dinheiro da Igreja Evangélica Missionária Só o Senhor e Deus, sem a declaração de tais rendimentos no ajuste anual do Imposto de Renda de pessoa física”.[...]. Como noticiou o jornal Paraná On-Line. Esta notícia não é isolada, demonstrando uma realidade que precisamos estar atentos, pelo que, temos conhecimento através de membros das Igrejas que existem pastores que estão orientando as Igrejas que estas não devem proceder a retenção do Imposto de Renda na Fonte, por isso é vital alertar as lideranças eclesiásticas que pelo Regulamento do Imposto de Renda vigente, é da Igreja – Pessoa Jurídica de Direito Privado, a responsabilidade pelo desconto no Sustento Ministerial concedido ao Pastor-Ministro, bem como, o recolhimento junto a Receita Federal, devendo o obreiro lançar em sua declaração anual de renda os valores retidos. De igual maneira, estão sujeitos os Ministros de Confissão Religiosa, pastor ou auxiliares, que percebem valores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela Receita Federal do Brasil, sob qualquer título, de forma direta, que é sustento ministerial, ou indireta , que podem ser, ajuda de aluguel de imóvel, condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, escola dos filhos, cursos, viagens, etc, em espécie ou em benefícios concedidos pela Igreja, e aí reter na fonte, e, recolher referidos valores devidos aos cofres federais, como declarado por um auditor fiscal a uma Igreja. A imunidade fiscal da Igreja - Pessoa Jurídica, que é prerrogativa constitucional, não se confunde com as Pessoas Físicas que as integram, por isso, não exime as Igrejas e Organizações Religiosas da obrigação de descontar o Imposto de Renda e recolher ao Fisco, sendo objetivo quando menciona que os rendimentos pagos ou creditados, como se caracterizam: “Sustento Ministerial”, “Rendimento Eclesiástico”, “Provento Pastoral”, “Prebenda Religiosa” etc, estão sujeitos a retenção do IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte. Daí sua incidência legal, como disciplina o Artigo 167 do Regulamento do Imposto de Renda/99, “As imunidades, isenções e não incidências de que trata este Capítulo não eximem as pessoas jurídicas das demais obrigações previstas neste Decreto, especialmente as relativas à retenção e recolhimento de impostos sobre rendimentos pagos ou creditados e à prestação de informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33). Parágrafo único: A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delas percebam rendimentos sob qualquer título e forma (Decreto – Lei nº 5.844, de 1943, art.31).” Desta forma, referida a obrigação fiscal das Igrejas e Organizações Religiosas só podem ser alterada através de lei federal, como por exemplo é nos EUA, onde a norma legal não prevê a incidência de imposto de renda sobre o rendimento dos ministros religiosos, bem como, contempla que as doações dos fiéis concedidas as Igrejas podem ser deduzidas do Imposto de Renda, o que também não é possível em nosso sistema legal. Já temos notícia de Igrejas e Organizações Religiosas que foram multadas, processadas judicialmente e, inclusive, de algumas perderam a prerrogativa da imunidade, na medida em que é Pessoa Jurídica de Direito Privado que responde diante as Receita Federal do Brasil ou “Super-Receita”. Com a aglutinação da Secretaria da Receita Federal com os órgãos do INSS responsáveis pelo recolhimento e fiscalização previdenciária, a “Super-Receita” tem apertado a fiscalização, especialmente de quem não tem feito a retenção ou o não recolhimento dos valores devidos ao Fisco Nacional. 46 As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil Gilberto Garcia - Folha Gospel – O Jornal Online do Brasil, 02/08/2009 Entre as grandes inovações que o Código Civil de 2002 trouxe para a sociedade brasileira esta o tratamento especialíssimo dado às atribuições do contabilista, podendo ser considerados até responsáveis solidariamente pelos atos dolosos, inclusive estando inserido na Lei 10.406/2002, na Seção III - Do Contabilista e Outros Auxiliares, nos artigos 1.177 a 1.178, e, ainda, Capítulo IV - Da Escrituração, dos artigos 1.179 a 1.195. Registra o art. 1.177, “Os assentamentos lançados nos livros ou fichas do proponente, por qualquer dos proponentes encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedimento de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos”, grifo nosso. Por isso, alertamos as Igrejas, que são organizações de fins não econômicos, mas que são legalmente obrigadas a manterem sua contabilidade em ordem, tendo necessidade de contarem com profissionais idôneos na área contábil. Aprofundando essa responsabilidade ainda mais o legislador estabeleceu no art. 1.178, “Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito. Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados pelos atos fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.”, grifo nosso. Desta forma, os líderes de organizações religiosas necessitam estar atentos na contratação de escritórios de contabilidade, entregando sua escrita a contadores experientes, competentes e atualizados, os quais, por consequência devem ser bem remunerados em seus honorários, para que prestem serviços profissionais de excelência, à luz de suas responsabilidades legais. O próprio texto da lei é por si só um alerta para a sociedade empresária, que se aplica, por analogia a todas as instituições, como consta do art. 1.179, “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.”, grifo nosso. A atuação legal do contador relativa a escrituração está registrada no art. 1.182, “(...) a escrituração
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