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Trabalho - Terminação Contratual e Proteção em face da dispensa

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – POLO GARANHUNS
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO E DIREITO PREVIDENCIÁRIO.
RESENHA DO CASO: GRAVIDEZ DURANTE O AVISO PRÉVIO DÁ DIREITO A ESTABILIDADE.
VALÉRIA CLAUDINO TAVARES
Disciplina: Terminação Contratual e Proteção em face da dispensa.
GARANHUNS
2019
TÍTULO:   Gravidez no decurso do Aviso Prévio e a Estabilidade Gestante.
O artigo objeto de análise é o intitulado de “GRAVIDEZ DURANTE O AVISO PRÉVIO DÁ DIREITO A ESTABILIDADE”. Trata-se de uma decisão proferida pela Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, estabelecendo que mulheres que engravidarem durante o aviso prévio terão direito à estabilidade até o quinto mês depois do parto. A estabilidade da gestante compreende o período em que a trabalhadora tem garantida sua permanência no emprego, mesmo contra a vontade do empregador. Inicia-se com a confirmação da gravidez e estende-se até cinco meses após o parto, consoante previsão expressa no artigo 10, II, b, do ADT da Constituição Federal.
Ocorre que o direito do trabalho, assim como a constituição federal, dão proteção à mulher no que se refere a manutenção do seu trabalho, igualdade salarial, etc. Visando proteger o trabalho da mulher da dispensa arbitrária, é que a legislação trabalhista assegura a estabilidade no emprego quando a mulher estiver no período gestacional, prorrogando-se até o quinto mês após o parto mesmo que o estado gravídico tenha ocorrido durante o aviso prévio. A lei Federal 12.812 de 16 de maio de 2013, garantindo expressamente ao acrescentar o artigo 391-A à CLT.
Conforme o referido artigo: A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013).
 Portanto, o direito à estabilidade provisória decorrente de gravidez é garantido, mesmo que os exames mostrem que estimativa da concepção tenha ocorrido durante o aviso prévio, e independe do conhecimento da empregada ou do empregado. Ou seja, é garantida a estabilidade, mesmo que o empregador ou a empregada não tenham conhecimento da gravidez no momento da demissão.
Nesse sentido, seguem entendimentos jurisprudenciais a respeito do tema:
GESTANTE - ESTABILIDADE - AVISO PRÉVIO. - O objetivo da estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, é a tutela do nascituro, assegurando-se à empregada grávida segurança emocional e financeira durante a gestação e nos primeiros meses de vida do recém-nascido. Incontroversa a estabilidade da qual a Reclamante era detentora e inviável a reintegração, não se pode subtrair da empregada parcelas que lhe seriam devidas, caso não tivesse sido dispensada durante o período da garantia provisória, devendo ser considerado também o período do aviso prévio indenizado.
(TRT-3 - RO: 00117473820165030143 0011747-38.2016.5.03.0143, Relator: Emilia Facchini, Terceira Turma);
GARANTIA DE EMPREGO E INDENIZAÇÃO RELATIVA AO PERÍODO DE ESTABILIDADE GESTANTE. CIÊNCIA DO ESTADO GRAVÍDICO PELO EMPREGADOR. GRAVIDEZ NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. O direito à estabilidade provisória é reconhecido à empregada gestante, mesmo que o estado gravídico seja desconhecido do empregador, consoante se depreende da Súmula nº 244, I, do TST. O art. 391 da CLT assegura, ainda, a estabilidade provisória gestante, mesmo que a gravidez advenha no curso do aviso prévio trabalhado ou indenizado, na medida em que este integra o contrato para todos os fins (art. 487, § 1º, da CLT e OJ nº 82 do TST). Demais disso, a indenização substitutiva, quando inviável a reintegração no emprego, compreenderá o período de estabilidade gestante previsto no art. 10, II, b, do ADCT. Recurso da ré conhecido e improvido no particular.
(TRT-1 - RO: 01014409520165010302 RJ, Relator: SAYONARA GRILLO COUTINHO LEONARDO DA SILVA, Sétima Turma, Data de Publicação: 19/06/2017).
Ao entendermos as finalidades da estabilidade e do aviso prévio, passamos a compreender que trata-se de meio de segurança, de uma proteção necessária. Por conseguinte, a presença do aviso prévio, não pode embaraçar a obtenção do direito à estabilidade, vez que a tal figura surge para expandir a proteção ao empregado. Porém, a estabilidade não é nenhuma espécie de prêmio, é uma necessidade que deve ser analisada em conjunto, mas também conforme cada caso de forma que não cause prejuízos a nenhum dos envolvidos na relação empregada/empregador.
Sendo assim, no caso posto em tela, objeto desse trabalho, nota-se que é indiscutível o direito da gestante a estabilidade quando a gestação ocorre durante o aviso prévio, mesmo indenizado, e cabe preferencialmente a reintegração da funcionária a empresa, caso seja possível, e em caso de impossibilidade a indenização pelo tempo estabilidade, até 5 meses após o parto.

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