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Aula do dia 29/02/20 MONETIZAÇÃO E DESMONETIZAÇÃO Os meios de pagamento representam a liquidez da economia. É a forma pela qual as pessoas compram e pagam tudo que compram. Os meios de pagamento são, portanto, representados pelo dinheiro em circulação, pela moeda. Esta moeda está distribuída entre moeda manual e moeda escritural. O grau de monetização de uma economia é mensurado pela relação entre os meios de pagamento (moeda manual e moeda escritural) e todos os ativos financeiros desta economia. O coeficiente resultante fica entre zero até 1. Quando mais próximo de 1 é o resultado, mais monetizada é a economia, portanto maior é o grau de liquidez, porque maior é o volume dos meios de pagamento no conjunto dos ativos financeiros, e vice-versa. As atividades do Banco Central se resumem em grande parte a medidas que monetizam ou desmonetizam a economia, conforme suas necessidades de controle dos preços e dos movimentos da moeda. Grau de Liquidez = Meios de Pagamento Ativos Financeiros ATIVOS FINANCEIROS Na Economia temos os ativos reais e os ativos financeiros. Os ativos reais são representados pelos bens e direitos de propriedade, já os ativos financeiros são representados pela moeda e pelas aplicações financeiras, onde a moeda passa a ser denominada “quase-moeda”. Podemos dividir esta quase-moeda em Títulos Públicos (emitidos pelo Governo), Caderneta de Poupança, Fundos em Geral (aplicações em fundos financeiros), e Títulos Privados (aplicações financeiras nas Bolsas e nos Bancos). Portanto todos os recursos monetários da sociedade estão sob a forma de Ativos Financeiros, representados pela “moeda” e pela “quase-moeda”. OFERTA DE MOEDA A oferta de moeda na economia é dada pela disponibilidade de meios de pagamento, acessível à sociedade, para realizarem todas suas transações de troca e de crédito, com foco no presente ou no futuro. Dois tipos de instituições são responsáveis pela oferta de moeda: Instituições do Governo – Banco Central, porque emite a moeda em sua forma metálica ou em papel, e forma a base monetária da economia. Instituições bancárias – Bancos Comerciais, porque recebem depósitos à vista, são capazes de criarem moeda, neste caso, denominada moeda escritural, porque é representada pelo simples registro. A criação de moeda é efetivada quando os bancos realizam empréstimos para a sociedade, tendo como lastro os recursos de terceiros depositados em suas contas correntes. No quadro a seguir podemos demonstrar ao extremo, como os bancos criam a moeda escritural e em que dimensões. Banco Depósito à Vista Depósito Compulsório (40%) Empréstimos A 100.000 40.000 60.000 B 60.000 24.000 36.000 C 36.000 14.400 21.600 D 21.600 8.640 12.960 E 12.960 5.184 7.776 Demais Bancos 19.440 7.776 11.664 Total 250.000 100.000 150.000 Suponhamos que o Banco Central emita $ 100 mil em moeda. É a base monetária. E que este dinheiro, ao circular, caia na mão de alguém que o deposite integralmente no Banco A. O Banco Central estabelece um depósito compulsório de 40%. Isto significa dizer que os bancos vão compulsoriamente depositar junto ao Banco Central 40% de todo depósito à vista que aparecer nas contas correntes de seus clientes, diariamente. Assim sendo 40 mil serão depositados no BC, sobre o primeiro depósito e 60 mil são totalmente emprestados para outro cliente. Este cliente, por sua vez, deposita todo o dinheiro em sua conta no banco B. Este agora retira 24 mil e deposita no BC e empresta o restante: 36 mil. O banco B, portanto, empresta todo o dinheiro para outro cliente e este outro deposita todo o recurso em sua conta no banco C. E assim por diante até não existir absolutamente mais nada para emprestar. Depois do banco E, todos os depósitos seguintes somados são de 19.440, enquanto todo o depósito no BC é de 7.776. Neste caso, os 100 mil da base monetária retornou totalmente ao BC, do ponto de vista físico, porque permanecem registrados como créditos na conta do primeiro depositante no banco A. Enquanto isto vários outros clientes também têm créditos em suas contas nos diversos bancos B, C, D... dos mesmos recursos que o receberam por empréstimo, até ser impossível empresar mais alguma coisa. Somando-se todos os saldos credores das contas de todos os clientes vamos perceber que há 250 mil. Tudo isto é moeda escritural, pois é apenas um registro nas contas, não há mais dinheiro físico (moeda manual). Deste montante, 150 mil foi a moeda escritura criada pelos bancos, e 250 mil é todo o “dinheiro” que pertencem às pessoas representado pelos saldos em suas contas, ou seja, é o total de moeda agora na economia, não mais os 100 mil, que representavam a base monetária. INTRODUÇÃO AO MULTIPLICADOR MONETÁRIO O multiplicador monetário é um coeficiente calculado a partir das taxas médias de reservas vigentes no sistema financeiro. Essas reservas são provenientes das Reservas Técnicas dos bancos, que guardam recursos por segurança, e das reservas do Banco Central, representadas pelos recursos dos bancos depositados sob a forma de Depósitos Compulsórios. Este multiplicador permite conhecer a quantidade de moeda que os bancos comerciais poderão criar e passa a ser um instrumento de controle do Banco Central. No caso do exemplo do quadro, esta taxa de reserva era apenas o depósito compulsório, mas na prática, os bancos também possuem reservas próprias, para lhes dar maior segurança em suas transações, porque todos os dias há pessoas sacando dinheiro. Assim, aquela taxa que era apenas depósito compulsório agora congrega todas as taxas de reserva, na média, de todos os bancos. Ao se aplicar a taxa de 40% ao multiplicador monetário, temos 1/0,4 que é igual a 2,5. Este coeficiente é o multiplicador monetário. Isto significa que a essa taxa, qualquer base monetária da economia será multiplicada por 2,5. No exemplo, 100 mil x 2,5 = 250 mil. Veja os slides representados nos folhetos para acompanhamento das aulas. Portanto não é necessário montar o quadro acima para se saber qual o montante de moeda que os bancos vão criar e qual o total de meios de pagamentos da Economia. Basta utilizar a fórmula do Multiplicador Monetário, para termos essas soluções, sendo “r” a taxa de reservas (reservas técnicas dos bancos + reserva do Banco Central - o depósito compulsório). m = 1 r
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