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Arquitetura Paleocristã Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo Arquitetura Paleocristã INTRODUÇÃO • Cristianismo - Cristãos → pessoas unidas pela fé em Jesus Cristo; - Perseguições nos primeiros séculos: - A celebração da Eucaristia e a catequese aconteciam em casas privadas que algumas famílias punham à disposição da Igreja →primitivas Igrejas domésticas (chamadas de Títulos, em Roma); - Títulos → tabuinhas de madeira que se penduravam na entrada das vilas romanas; onde estava escrito o apelido do proprietário; - Não se refletia na fisionomia urbana; Moradas privadas Cemitérios Missas triclinium (sala jantar) Eucaristia (mesa) Oferendas (mesa) Terrenos apropriados Catacumbas subterrâneos Arquitetura Paleocristã INTRODUÇÃO • Cristianismo - Conversão de Constantino ao cristianismo: - Edito de Milão (313) → liberdade de culto aos cristãos; - Muitas domus doadas à Igreja para construção de templos cristãos; O processo trilhado pela arte primitiva cristã, que, de simples e grosseira nas catacumbas passa a ser rica e apurada nas basílicas, prediz mudanças que determinam uma nova época na história da humanidade, e indica o grau de comprometimento entre arte e doutrina cristã, que se tornará maior a cada dia e se consolidará na Idade Média. Arquitetura Paleocristã INTRODUÇÃO • Arte cristã primitiva - Principais características: - Espiritualidade; - Simbolismo; - Inspiração em temas bíblicos; - Simplicidade. - Dividida em dois períodos: -Fase catacumbária; -Fase basilical. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária - Período em que o povo cristão era intolerado e perseguido pelos romanos → viviam na clandestinidade; - Os cristão preferiam enterrar os corpos (ao invés de cremar como faziam em Roma); - Primeiras manifestações → pinturas feitas nas paredes e tetos das catacumbas, onde os cristãos secretamente se reuniam; - Pintura → mural, ornamental e figurativa • técnica do afresco; • uso de símbolos (pomba, peixe, fênix, cruz, etc); • objetivo de divulgar a palavra de Cristo. - Temas de pinturas: - O Bom Pastor (Jesus Cristo); - O peixe e o pão (símbolos cristãos); - Cristãos louvando a Deus; - Cenas do Antigo Testamento. Catacumbas → primeiros cemitérios cristãos, em túneis escavados na rocha, alguns metros abaixo da superfície da terra. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Catacumbas de Santa Priscila, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Ambulacra (passagem subterrânea) Loculo (nicho retangular) Catacumbas de Santa Priscila, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária O Bom Pastor – Catacumba de Priscila, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Catacumbas de São Calixto Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Catacumba de Siracusa Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Catacumba de Santa Domitila Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Símbolos cristãos: o peixe e o pão eucarístico Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Primeira fase: catacumbária Jonas deitado ao mar, Catacumb as de S. Pedro, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Imperador Constantino → reconhecimento do cristianismo como religião oficial do Império Romano; - Fim da perseguição aos cristãos; - Arte cristã → deixa seu esconderijo nas catacumbas; - Edificações para reunião dos cultos: - Mausoléus ; - Batistérios ; - Basílicas. “Quando é concedida aos cristãos liberdade para construírem os seus templos, a arquitetura pagã encontra-se no auge de suas possibilidades técnicas. (...) Os construtores dos edifícios cristãos baseiam-se necessariamente nesta herança”. (BENEVOLO, Leonardo. Introdução à arquitetura. Grifo nosso) Por que não se utilizaram os templos existentes? Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus: - Monumento funerário; - Decorados com mosaicos e pinturas; - Adotaram a planta geralmente centrada (circular ou poligonal) → influência oriental e helenística; Mausoléu de Santa Constanza (filha de Constantino), em Roma (354) Restos dos muro perimetrais da antiga Basílica de Sant’Agnese Estrutura redonda, com três seções cilíndricas superpostas de diferentes dimensões Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Planta e corte do Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Edifício de planta centrada, constituído por uma galeria circular interna, com nichos murais para altares e sarcófagos, separada da zona central por uma arcada de doze colunas duplas e coberta por uma abóbada de berço. Possuía também um peristilo exterior. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Detalhe cúpula interior rodeada de janelas Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Parede interna com recortes com nichos Paredes em tijolos, que tinham acabamento em mármore colorido Recortes nas paredes formando nichos Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Vista interior do Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Arcada circular: 12 colunas duplas de granito com capitéis coríntios Mosaicos no teto abobadado Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Mausoléus Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Batistério - Edifícios sagrados destinados à celebração do batismo; - O ritual do batismo implicava um banho de imersão → pia batismal; - Edifício central independente, muitas vezes octogonal; Fachada do Batistério de Albenga (Séc. VI), em Savona, na Itália Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Batistério Planta e seção do Batistério de Albenga (Séc. VI), em Savona, na Itália Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Batistério Vistas do interior do Batistério de Albenga (Séc. VI), em Savona, na Itália Pia batismal Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Princípio tipológico tem suas origens na basílica romana; Basílica romana Basílica paleocristã - Edifícios multifuncionais; - Caráter representativo; - Não estavam relacionadas a culto; - Reunião das largas congregações; - Caráter simbólico e religioso; - Lugares que representam a eterna “cidade de Deus”; - Relações simbólicas espaciais → “tour”: intenção do homem para chegar a Deus; - “luz”: que vem de cima, luz divina que ilumina o espaço sacro; Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica romana: - Partido longitudinal; - Três naves (a central mais alta, recebendo iluminação natural de ambos os lados) separadas por colunatas; - Absides em ambas as extremidades, funcionando como tribunas; Planta e corte típicos de uma basílica romana ArquiteturaPaleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica romana: - Acesso → quase sempre em um ou ambos os lados mais longos; - Absides → nos lados mais curtos; onde ficava o tribunal judicial; Planta típica de uma basílica romana Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: - Alterações em relação à basílica romana; - Mudança no acesso para um dos lados mais curtos, substituindo a abside por um pórtico e, no lado oposto, colocado na frente de uma abside, o altar; Planta e corte típicos de uma basílica paleocristã Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: - Tratamento exterior → simples, sem adornos, geralmente tijolo ou pedra à vista; Exterior da Basílica de Santo Apolinário em Classe, em Ravena, na Itália (500) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: - Tratamento interior → mais luxuoso, feito e decorado com materiais preciosos, mármores de diferentes cores, objetos de ouro e prata, tetos de ouro; Interior da Basílica de Santo Apolinário em Classe, em Ravena, na Itália (500) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: Detalhe do mosaico da abside da Basílica de Santo Apolinário Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: - Acréscimo de um transepto → eixo perpendicular à nave; - Intenção simbólica de representar em planta a cruz latina, símbolo máximo do cristianismo. Planta da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma (318) Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: Interior da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma (318) Catedral → igreja que contém o assento ou cátedra de um bispo. Embora sejam normalmente maiores que as igrejas comuns, nem toda grande igreja é uma catedral. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: Planta da antiga Basílica de São Pedro do Vaticano, em Roma (319-322) (1) Abside; (2) Transepto; (3) Navecentral; (4) Naves laterais; (5) Atrium. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas Alpendre Transepto Atrium Nave centralNave lateral Ambulatório Nártex Fonte Abside Basílica de São Pedro do Vaticano, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas - Tipologia basílica paleocristã: Desenho esquemático da antiga Basílica de São Pedro do Vaticano, em Roma Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Nártex: - Zona de entrada de uma basílica; - Também chamada de pronaos, átrio, vestíbulo, galilé ou paraíso. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o nártex. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Nave: - Originário do grego naos e do latim medieval navis; - Refere-se à ala central, onde se reúnem os fiéis para assistirem ao serviço religioso. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para a nave central e as naves laterais. Nave central Naves laterais Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Transepto: - Parte que atravessam perpendicularmente o corpo principal da nave (ou naves); - Dá ao edifício o formato da planta em cruz. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o transepto. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Cruzeiro: - Área de interseção da nave central com o transepto; - Dá acesso a oeste à nave; a norte ao braço norte do transepto; ao sul ao braço sul do transepto e a leste ao coro; - No exterior do edifício, esta área é normalmente assinalada por uma torre-lanterna ou uma cúpula. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o cruzeiro. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Coro: - Onde se encontra o altar-mor; - Situada, geralmente, a leste da igreja, entre a nave (ou transepto) e a abside; - Reservada ao clero que se ocupa do canto litúrgico. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o coro. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Abside: - Ala que se projeta para fora de forma semi-cilíndrica ou poliédrica, onde o remate superior é geralmente uma semi- cúpula (planta circular) ou abóbada (planta poligonal); - É aberto para o interior (capela-mor) no seguimento do eixo da nave, situando-se na extremidade leste. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para a abside. Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Deambulatório: - Originário do latim ambulatorium, significa local para andar, deambular; - Ala processional onde os fiéis podem ter acesso visual ao altar ou a alguma cripta; Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o deambulatório Arquitetura Paleocristã ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA • Segunda fase: basilical - Basílicas: elementos arquitetônicos - Capelas radiantes: - Pequena capela secundária; - Pode ser de forma circular ou poligonal. Representação esquemática de uma basílica, com destaque para as capelas radiantes
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