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MD_AULA 08_Arq paleocrista

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Arquitetura 
Paleocristã
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo
Arquitetura Paleocristã
INTRODUÇÃO
• Cristianismo
- Cristãos → pessoas unidas pela fé em Jesus Cristo;
- Perseguições nos primeiros séculos:
- A celebração da Eucaristia e a catequese aconteciam em casas 
privadas que algumas famílias punham à disposição da Igreja 
→primitivas Igrejas domésticas (chamadas de Títulos, em Roma);
- Títulos → tabuinhas de madeira que se penduravam na entrada das 
vilas romanas; onde estava escrito o apelido do proprietário;
- Não se refletia na fisionomia urbana;
Moradas privadas
Cemitérios
Missas triclinium (sala jantar)
Eucaristia (mesa)
Oferendas (mesa)
Terrenos apropriados
Catacumbas subterrâneos 
Arquitetura Paleocristã
INTRODUÇÃO
• Cristianismo
- Conversão de Constantino ao cristianismo:
- Edito de Milão (313) → liberdade de culto aos cristãos;
- Muitas domus doadas à Igreja para construção de templos cristãos;
O processo trilhado pela arte primitiva cristã, que, de simples e 
grosseira nas catacumbas passa a ser rica e apurada nas basílicas, 
prediz mudanças que determinam uma nova época na história da 
humanidade, e indica o grau de comprometimento entre arte e 
doutrina cristã, que se tornará maior a cada dia e se consolidará 
na Idade Média.
Arquitetura Paleocristã
INTRODUÇÃO
• Arte cristã primitiva
- Principais características:
- Espiritualidade;
- Simbolismo;
- Inspiração em temas bíblicos;
- Simplicidade.
- Dividida em dois períodos:
-Fase catacumbária;
-Fase basilical.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
- Período em que o povo cristão era intolerado e perseguido pelos 
romanos → viviam na clandestinidade;
- Os cristão preferiam enterrar os corpos (ao invés de cremar como 
faziam em Roma);
- Primeiras manifestações → pinturas feitas nas paredes e tetos das 
catacumbas, onde os cristãos secretamente se reuniam;
- Pintura → mural, ornamental e figurativa 
• técnica do afresco;
• uso de símbolos (pomba, peixe, fênix, cruz, etc);
• objetivo de divulgar a palavra de Cristo.
- Temas de pinturas:
- O Bom Pastor (Jesus Cristo);
- O peixe e o pão (símbolos cristãos);
- Cristãos louvando a Deus;
- Cenas do Antigo Testamento.
Catacumbas → primeiros 
cemitérios cristãos, em 
túneis escavados na rocha, 
alguns metros abaixo da 
superfície da terra.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Catacumbas de Santa Priscila, em Roma
Arquitetura Paleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Ambulacra 
(passagem 
subterrânea)
Loculo (nicho 
retangular)
Catacumbas de Santa Priscila, em Roma
Arquitetura Paleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
O Bom Pastor –
Catacumba de Priscila, 
em Roma
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Catacumbas de São Calixto
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Catacumba de Siracusa
Arquitetura Paleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Catacumba 
de Santa 
Domitila
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Símbolos cristãos: o peixe e o pão eucarístico
Arquitetura Paleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Primeira fase: catacumbária
Jonas 
deitado ao 
mar, 
Catacumb
as de S. 
Pedro, em 
Roma
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Imperador Constantino → reconhecimento do cristianismo como 
religião oficial do Império Romano;
- Fim da perseguição aos cristãos;
- Arte cristã → deixa seu esconderijo nas catacumbas;
- Edificações para reunião dos cultos:
- Mausoléus ;
- Batistérios ;
- Basílicas.
“Quando é concedida aos cristãos liberdade para construírem 
os seus templos, a arquitetura pagã encontra-se no auge de 
suas possibilidades técnicas. (...) Os construtores dos edifícios 
cristãos baseiam-se necessariamente nesta herança”.
(BENEVOLO, Leonardo. Introdução à arquitetura. Grifo nosso)
Por que não se utilizaram os templos existentes?
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Mausoléus:
- Monumento funerário;
- Decorados com mosaicos e pinturas;
- Adotaram a planta geralmente centrada (circular ou poligonal) → 
influência oriental e helenística;
Mausoléu de Santa Constanza (filha de Constantino), em Roma (354)
Restos dos muro 
perimetrais da 
antiga Basílica de 
Sant’Agnese
Estrutura redonda, com três 
seções cilíndricas superpostas de 
diferentes dimensões
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu 
de Santa 
Constanza, 
em Roma 
(354)
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• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Planta e corte do Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354)
Edifício de planta centrada, constituído por uma galeria circular interna, 
com nichos murais para altares e sarcófagos, separada da zona central por 
uma arcada de doze colunas duplas e coberta por uma abóbada de berço. 
Possuía também um peristilo exterior.
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• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354)
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• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu de Santa 
Constanza, em Roma (354)
Detalhe cúpula interior 
rodeada de janelas
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu de 
Santa 
Constanza, em 
Roma (354)
Arquitetura Paleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu de Santa 
Constanza, em Roma (354)
Parede interna com recortes 
com nichos
Paredes em tijolos, 
que tinham 
acabamento em 
mármore colorido
Recortes nas 
paredes 
formando nichos
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Vista interior do Mausoléu de Santa Constanza, em Roma (354)
Arcada circular: 
12 colunas duplas 
de granito com 
capitéis coríntios
Mosaicos no teto 
abobadado
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• Segunda fase: basilical
- Mausoléus
Mausoléu de 
Santa 
Constanza, 
em Roma 
(354)
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• Segunda fase: basilical
- Batistério
- Edifícios sagrados destinados à celebração do batismo;
- O ritual do batismo implicava um banho de imersão → pia batismal;
- Edifício central independente, muitas vezes octogonal;
Fachada do Batistério 
de Albenga (Séc. VI), 
em Savona, na Itália
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Batistério
Planta e seção do Batistério de Albenga (Séc. VI), em Savona, na Itália
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• Segunda fase: basilical
- Batistério
Vistas do interior do Batistério de Albenga (Séc. VI), em Savona, na Itália
Pia batismal
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Princípio tipológico tem suas origens na basílica romana;
Basílica romana Basílica paleocristã
- Edifícios multifuncionais;
- Caráter representativo;
- Não estavam relacionadas a 
culto;
- Reunião das largas congregações;
- Caráter simbólico e religioso;
- Lugares que representam a 
eterna “cidade de Deus”;
- Relações simbólicas espaciais → 
“tour”: intenção do homem para 
chegar a Deus;
- “luz”: que vem de cima, luz 
divina que ilumina o espaço 
sacro;
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica romana:
- Partido longitudinal;
- Três naves (a central mais alta, recebendo iluminação natural de 
ambos os lados) separadas por colunatas;
- Absides em ambas as extremidades, funcionando como tribunas;
Planta e corte típicos de uma basílica romana
ArquiteturaPaleocristã
ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica romana:
- Acesso → quase sempre em um ou ambos os lados mais longos;
- Absides → nos lados mais curtos; onde ficava o tribunal judicial;
Planta típica de uma basílica romana
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
- Alterações em relação à basílica romana;
- Mudança no acesso para um dos lados mais curtos, substituindo 
a abside por um pórtico e, no lado oposto, colocado na frente de 
uma abside, o altar;
Planta e corte típicos de uma basílica paleocristã
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
- Tratamento exterior →
simples, sem adornos,
geralmente tijolo ou pedra à
vista;
Exterior da Basílica de 
Santo Apolinário em 
Classe, em Ravena, na 
Itália (500) 
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
- Tratamento interior → mais luxuoso, feito e decorado com 
materiais preciosos, mármores de diferentes cores, objetos de 
ouro e prata, tetos de ouro;
Interior da 
Basílica de 
Santo 
Apolinário 
em Classe, 
em Ravena, 
na Itália (500)
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
Detalhe do mosaico da abside da Basílica de Santo Apolinário
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
- Acréscimo de um transepto → eixo perpendicular à nave;
- Intenção simbólica de representar em planta a cruz latina, 
símbolo máximo do cristianismo.
Planta da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma (318)
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
Interior da Basílica 
de São João de 
Latrão, Catedral 
de Roma (318)
Catedral → igreja que contém 
o assento ou cátedra de um 
bispo. Embora sejam 
normalmente maiores que as 
igrejas comuns, nem toda 
grande igreja é uma catedral.
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
Planta da antiga Basílica de São Pedro do Vaticano, em Roma (319-322)
(1) Abside;
(2) Transepto;
(3) Navecentral;
(4) Naves laterais;
(5) Atrium.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas
Alpendre
Transepto
Atrium
Nave centralNave lateral
Ambulatório
Nártex
Fonte
Abside
Basílica de São Pedro do 
Vaticano, em Roma
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas
- Tipologia basílica paleocristã:
Desenho esquemático da antiga Basílica de São Pedro do Vaticano, em Roma
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Nártex:
- Zona de entrada de uma basílica;
- Também chamada de pronaos, átrio, vestíbulo, galilé ou paraíso.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o nártex.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Nave:
- Originário do grego naos e do latim medieval navis;
- Refere-se à ala central, onde se reúnem os fiéis para assistirem 
ao serviço religioso.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para a nave 
central e as naves laterais.
Nave central Naves laterais
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Transepto:
- Parte que atravessam perpendicularmente o corpo principal da 
nave (ou naves);
- Dá ao edifício o formato da planta em cruz.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o transepto.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Cruzeiro:
- Área de interseção da nave central com o transepto;
- Dá acesso a oeste à nave; a norte ao braço norte do transepto; 
ao sul ao braço sul do transepto e a leste ao coro;
- No exterior do edifício, esta área é normalmente assinalada por 
uma torre-lanterna ou uma cúpula.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o cruzeiro.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Coro:
- Onde se encontra o altar-mor;
- Situada, geralmente, a leste da igreja, entre a nave (ou transepto) 
e a abside;
- Reservada ao clero que se ocupa do canto litúrgico.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o coro.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Abside:
- Ala que se projeta para fora de forma semi-cilíndrica ou 
poliédrica, onde o remate superior é geralmente uma semi-
cúpula (planta circular) ou abóbada (planta poligonal);
- É aberto para o interior (capela-mor) no seguimento do eixo da 
nave, situando-se na extremidade leste.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para a abside.
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ARQUITETURA CRISTÃ PRIMITIVA
• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Deambulatório:
- Originário do latim ambulatorium, significa local para andar, 
deambular;
- Ala processional onde os fiéis podem ter acesso visual ao altar ou 
a alguma cripta;
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para o 
deambulatório
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• Segunda fase: basilical
- Basílicas: elementos arquitetônicos
- Capelas radiantes:
- Pequena capela secundária;
- Pode ser de forma circular ou poligonal.
Representação esquemática de uma basílica, com destaque para as 
capelas radiantes

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