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caso 44.1 CÂNCER LINGUAL Homem, 57 anos, tabagista de 1 maço de cigarros/dia durante 30 anos, procurou consultório odontológico queixando-se de alterações da superfície da língua. Referiu ainda que no local apareceu “feridas” que “nunca cicatrizavam”. Ao exame físico apresentou lesão séssil, de superfície irregular escamosa, ocupando a metade direita da extremidade anterior da língua. O estudo histopatológico confirmou suspeita de câncer da língua. Como já havia acometido os linfonodos cervicais o paciente foi submetido a ressecção da lesão e linfadenectomia alargada A) Para o tratamento de lesões da cavidade oral é importante o conhecimento dos limites dessa cavidade. Detalhe a cavidade bucal e defina vestíbulo/mucosa jugal Músculos da mastigação, músculos supra hióideos, músculos infra hióideos A boca ou cavidade oral está situada na cabeça, entre as fossas nasais e a região supra-hióidea. Estende-se desde os lábios e bochechas, externamente até os arcos palatoglossos das fauces, internamente, onde se continua a parte oral da faringe. A boca está relacionada principalmente a ingestão e a mastigação dos alimentos, que é função essencialmente dos dentes. A boca também participa da fonação e da ventilação. Ela tem formato oval, na sua maior direção do eixo ântero-posterior, está dividida pelos arcos alvéolos dentais em duas porções: - vestíbulo: área externa aos dentes, ou seja, o espaço entre os dentes e as bochechas. O vestíbulo da boca e um espaço semelhante a uma fenda entre os lábios e bochechas de um lado e os dentes do outro. Quando os dentes ocluem, o vestíbulo e um espaço fechado que se comunica apenas com a cavidade própria da boca nas regiões retro molares, atras do último molar de cada lado. Onde a mucosa que cobre o osso alveolar da mandíbula e refletida para os lábios e bochechas, um canal ou sulco e formado é chamado de fornice vestibular. Um número variável de pregas em forma de foice contendo tecido conjuntivo frouxo percorre o fórnix vestibular. Na linha mediana, estes são os freios (ou frênulos) superiores e inferiores. Outras pregas podem atravessar o fórnice próximo dos caninos ou pré-molares. As pregas na parte inferior do fórnice são consideradas mais pronunciadas do que aquelas na parte superior do fórnice. O frênulo do lábio superior e normalmente fixado abaixo da crista alveolar. Um grande frênulo com uma inserção próxima ou na crista pode estar associado a um intervalo na linha mediana (diastema) entre os incisivos centrais superiores. Ele pode ser corrigido através de remoção cirúrgica simples do frênulo (frenectomia), pois não contém estruturas de importância clínica. O freio proeminente pode comprometer a estabilidade de dentaduras. - cavidade oral: O palato ou teto da cavidade oral é dividido em uma porção anterior - palato duro (ósseo) e outra posterior - palato mole (véu palatino). A mucosa que reveste o palato duro é espessa e unida ao periósteo (mucoperiósteo). A rafe palatina é uma saliência linear encontrada na porção mediana do palato, vestígio da união embriológica das duas maxilas. Na linha mediana e atrás dos dentes incisivos centrais superiores, encontramos a papila incisiva que recebe este nome por sua localização e por estar em cima da fossa incisiva. Partindo lateralmente da papila incisiva, encontramos as pregas palatinas transversas (rugas palatinas), que têm por função auxiliar na mastigação ao prender o alimento contra a língua. Estas pregas são características de cada indivíduo, em número e forma. Do palato mole se projeta uma estrutura cônica no plano mediano, denominada úvula (popularmente chamada de “sininho”) e lateralmente duas pregas denominadas, arco palatoglosso (mais anterior) e arco palatofaríngeo (mais posterior). Entre os arcos existe outra estrutura chamada de tonsila palatina (ou amígdala quando em processos infecciosos) onde se aloja na fossa tonsilar.Os limites do istmo das fauces (comunica a cavidade bucal com orofaringe) que são, superiormente, a úvula, inferiormente, o dorso da língua e lateralmente, os arcos. O soalho da boca é formado exclusivamente por tecidos moles, sendo totalmente recoberto por uma mucosa delgada, vermelha, translúcida e apresentando-se frouxamente fixada aos planos profundos. A mucosa do soalho da boca continua com a mucosa da língua. Quando a ponta da língua é levantada em direção ao palato, encontramos uma prega mucosa mediana que atinge em cima a face inferior da língua, o frênulo da língua. Em alguns casos, este frênulo pode se fixar muito alto na face lingual do processo alveolar mandibular, dificultando, principalmente, a fonação e deve ser corrigido cirurgicamente. Próximo da extremidade anterior de cada frênulo da língua, encontramos a carúncula sublingual, onde se abrem os ductos das glândulas submandibulares. Em direção lateroposterior, e mais ou menos paralela ao corpo da mandíbula, encontramos outra elevação denominada prega sublingual, que é formada devido ao relevo da glândula sublingual e do ducto da glândula submandibular Abaixo da mucosa do soalho da boca encontramos os músculos milo-hióideos, de ambos os lados, que formam um diafragma incompleto, permitindo a comunicação entre as regiões sublingual e supra-hióidea. No espaço entre o músculo milo-hióideo e a mucosa, encontramos vários elementos anatômicos importantes como a glândula sublingual, ducto da glândula submandibular, músculo gênio-hióideo, nervos lingual e hipoglosso e vasos sublinguais. A língua é um órgão muscular, localizada na cavidade própria da boca, presa por sua base ao soalho da cavidade oral, constituída por músculos extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos a prendem à mandíbula, ao osso hioide, ao processo estiloide e ao palato. Quando estes músculos se contraem, movimentam a língua em todas as direções. Os músculos intrínsecos, por sua vez, estão contidos inteiramente na língua, com origem e inserção nela e são responsáveis pela alteração de sua forma. A língua é dividida em dois terços anteriores (dorso, margens, face inferior e ápice) e um terço posterior (raiz da língua). A face inferior da língua está voltada para diante e em contato com o soalho da boca, sendo que sua mucosa adere intimamente e de forma contínua com a musculatura lingual. Nesta face, encontramos na linha mediana uma prega mucosa, o freio lingual. Próximo da extremidade anterior e mais apical do freio lingual, notamos o aparecimento de outra prega mucosa com bordas onduladas e irregulares que recebe o nome de prega franjada. Ainda na porção do ápice da língua, estão as glândulas salivares menores (glândula lingual anterior). Devido à translucidez da mucosa que recobre a face inferior da língua, podemos notar alguns vasos sanguíneos, principalmente a veia lingual. A face dorsal da língua é dividida em terços. Os dois terços anteriores estão separados do terço posterior por um sulco em forma de V, o sulco terminal. Este sulco temseu vértice mediano voltado para o terço posterior; nele encontramos um forame de profundidade variável, o forame cego. O terço posterior da língua, que também é sua raiz, está voltado para a parte oral da faringe (orofaringe). A raiz da língua limita-se com a epiglote por meio de pregas, sendo uma mediana, a prega glossoepiglótica mediana, e duas laterais, as pregas glossoepiglóticas laterais. São estas papilas que dão um aspecto piloso à língua. Apresentam corpúsculos relacionados ao tato e não apresentam corpúsculos gustativos como as anteriores. É um órgão muscular revestido por mucosa e que exerce importantes funções na mastigação, deglutição, gustação e articulação de palavras. A parede inferior é formada pela língua e região sub-lingual, cujo assoalho é formado pelo músculo milo-hióideo . B) Cite as divisões do palato, bem como os respectivos … e músculos. Cite as principais ações desses músculos O palato mole é a extensão muscular posterior do palato duro, e juntos eles formam o teto da cavidade oral e o assoalho da cavidade nasal. Composto por cinco estruturas musculares que conjuntamente são multifuncionais e agem auxiliando na fala e na pronúncia de consoantes, previne a entrada de alimentos e líquidos na cavidade nasal durante a deglutição e participam do reflexo do vômito. Limites - sup. mucosa respiratória da cavidade nasal; inf. mucosa da cavidade oral; póstero-lateral. pregas palatoglossal e palatofaríngea; ant. palato duro. Musculatura: m. uvular, tensor do véu palatino, levantador do véu palatino, m. palatofaríngeo e m. palatoglosso. O m. uvular se origina da espinha nasal post. e da aponeurose palatina. Eleva e puxa a uvula lateralmente. É inervado pelo plexo faríngeo (n. vago - X e n. acessório - XI ) m. levantador do véu palatino: se origina da porção cartilaginosa da tuba auditiva e da parte petrosa do osso temporal. Ele se insere na aponeurose palatina, bem como nas fibras do m. do lado oposto. Eleva o palato mole e o traciona post, o que ajuda a fechar a nasofaringe durante a deglutição. O m. tensor do véu palatino: se origina da parte cartilaginosa da tuba auditiva, bem como da fossa escafoide do osso esfenoide. Ele se insere na aponeurose palatina e alarga o palato mole, ao tracionar lateralmente. É inervado por um ramo muscular do n. mandibular - V/III. O m. palatofaríngeo se une proximalmente na borda posterior do palato duro e também a aponeurose palatina. Distalmente ele se insere no aspecto posterior da lâmina da cartilagem tireóidea da laringe. Ele ajuda a fechar a nasofaringe, bem como a elevar a laringe e a faringe. m. palatoglosso: se origina na aponeurose palatina e termina no aspecto lateral da língua, onde suas fibras se entrelaçam com a m. intrínseca da língua. Age estreitando o istmo orofaríngeo durante a digestão, e também elevando a língua. A) Alguns tumores da cavidade oral podem causar aumento da salivação. Descreva as glândulas salivares mencionadas e a localização de cada uma e seus respectivos locais de drenagem na cavidade oral glândula parótida situa-se por trás da borda posterior do ramo da mandíbula e adiante do músculo esternocleidomastóideo. Acima mantém relações de proximidade com a articulação temporomandibular (ATM) e o meato acústico cartilagíneo e abaixo se estende até o nível do ângulo da mandíbula e a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo. Profundamente estende-se até a faringe. Esta glândula é formada por uma parte superficial e outra profunda, sendo unidas por um istmo. Devido a sua forma, ambas as partes da glândula abraçam as faces medial e lateral do ramo da mandíbula, onde estão inseridos os músculos pterigóideo medial e masseter, respectivamente. Anteriormente, a parte superficial, maior que a profunda, estende-se por sobre grande parte do músculo masseter, normalmente apresentando uma extensão anterior localizada abaixo do arco zigomático. Esta extensão anterior, por vezes destacada da glândula, recebe o nome de glândula parótida acessória. A parte profunda da glândula é menor e localiza-se entre o músculo pterigóideo medial e os músculos que se relacionam com o processo estiloide (estilo-hióideo, estiloglosso e estilofaríngeo). No istmo, encontramos o nervo facial perfurando-o horizontalmente e a veia retromandibular verticalmente. No lobo profundo, temos a artéria carótida externa atravessando verticalmente a glândula, e a artéria maxilar emergindo daí. O nervo facial (VII par craniano) ramifica-se entre as duas partes e seus ramos emergem pelas bordas da glândula parótida. A glândula parótida está completamente envolvida por uma extensão da fáscia cervical chamada de fáscia parotídea. Esta fáscia se prende ao arco zigomático, ao processo estiloide e se fusiona com a fáscia massetérica e a fáscia do esternocleidomastóideo. O ducto parotídeo emerge da borda anterior da glândula, cruza paralelamente o músculo masseter em direção a sua borda anterior, onde, após contorná- -la, passa ao lado do corpo adiposo da bochecha, atravessa a superfície externa do músculo bucinador e abre-se no vestíbulo da boca, próximo ao segundo molar superior, numa saliência denominada papila parotídea. A glândula parótida é inervada pelo nervo glossofaríngeo (IX par craniano). A glândula submandibular apresenta uma forma ovoide ou de um corpo alongado, tendo um tamanho que corresponde à metade da parótida. Está localizada no compartimento ou triângulo submandibular formado em parte pela fáscia cervical, sendo que esta fáscia está frouxamente aderida à glândula. A superfície da glândula não é lisa, visto que é composta por um número variável de lóbulos unidos entre si por tecido conjuntivo. A glândula submandibular pode ser dividida em duas porções: uma superficial, maior, arredondada e contínua com outra menor, que forma a porção profunda. Parte da porção superficial da glândula relaciona-se com a face medial do corpo da mandíbula, na fóvea submandibular, ficando desta forma oculta acima pela mandíbula. Já a parte visível da glândula é coberta pelo músculo platisma e pela pele, ocupando assim o importante triângulo submandibular. A porção medial da glândula relaciona-se com os músculos milo-hióideo e hioglosso, que formam entre si um espaço ou interstício pelo qual se tem acesso à região sublingual. É justamente por este espaço que passam o prolongamento profundo da glândula e o ducto submandibular. O ducto da glândula submandibular abre-se ao lado do freio da língua, na carúncula sublingual. A glândula recebe inervação do nervo facial (VII par craniano). A glândula sublingual está em contato com a fóvea sublingual, depressão óssea localizada na face interna da mandíbula. Está localizada no soalho da boca e apresenta uma forma alongada e achatada. Na porção anterior e interna da mandíbula, as duas glândulas entram em contato uma com a outra, por suas extremidades anteriores. Repousa sobre o músculo milo-hióideo e sua presença provoca uma saliência na mucosa do soalhoda boca, a prega sublingual. Relaciona-se no compartimento sublingual com o ducto da glândula submandibular, nervo lingual e músculo genioglosso. Não apresentam ducto excretor único, mas sim aproximadamente uma dúzia de ductos sublinguais menores, que se abrem separadamente na prega sublingual. Algumas vezes podemos encontrar um ducto maior, chamado ducto sublingual maior, que se une ao ducto submandibular ou se abre na carúncula sublingual juntamente com o submandibular. A glândula sublingual recebe inervação do nervo facial (VII par craniano)
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