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Ana Laura Octávio – TXXII SISTEMA DIGESTÓRIO INTRODUÇÃO - Para que o organismo se mantenha vivo e funcionante é necessário que ele receba suprimento constante de material nutritivo. Nesse contexto, entram os alimentos, os quais precisam ser tornados solúveis e sofrer modificações químicas para que sejam absorvidos, assimilados e digeridos. - Funções dos órgãos do sistema digestório: ✓ Preensão. ✓ Mastigação. ✓ Transformação química. ✓ Absorção dos alimentos. ✓ Expulsão de resíduos. - A atividade enzimática e a motilidade são os dois mais complexos mecanismos pelos quais o alimento é reduzido à sua forma mais simples para ser absorvido. DIVISÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO - A grande divisão do sistema digestório compreende o canal alimentar e os órgãos anexos: CANAL ALIMENTAR – cavidade da boca, fauces, faringe, esôfago, estomago, intestinos (delgado e grosso), reto e ânus. ÓRGÃOS ANEXOS – glândulas salivares, fígado e pâncreas. PARTE I – BOCA ASPECTOS GERIAS - Início: orifício interlabial (rima da boca). - Final: no nível dos arcos palatoglossos (limite anterior das fauses). CONSTITUINTES GERAIS: - Lábios: delimitam a rima da boca, são pregas cutaneomiomucosas, com faces cutânea e mucosa: ▪ Face cutânea – a superior apresenta um sulco ventral mediano (filtro). Ana Laura Octávio – TXXII ▪ Face mucosa – ambos os lábios (inferior e superior) apresentam em suas faces mucosas um frênulo. Os lábios se unem para formar a comissura dos lábios (também conhecida como ângulo da boca), uma em cada extremidade. - A cavidade da boca é dividida em duas porções: ✓ Vestíbulo da boca. ✓ Cavidade própria da boca. CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA - Delimitações: ▪ Situa-se entre as arcadas dentárias, anteriormente, e os arcos palatoglossos, posteriormente. ▪ Seu teto é formado pelos palatos (duro e mole). Já seu assoalho, constitui-se da língua e do sulco a separa das gengivas, o sulco gengival. OBS.: Incluem-se no assoalho da boca estruturas musculares que servem de sustentação para a língua, entre os quais se destaca os músculos milo-hióideos, que formam o chamado diafragma da boca. LÍNGUA - Capaz de captar a sensibilidade gustativa e importante na mastigação, deglutição e na fala. - É essencialmente muscular, revestida, em parte, por uma túnica mucosa. - Dividida em quatro partes: ▪ ÁPICE – arredondado, coloca-se junto aos dentes incisivos e dele parte as margens da língua em contato com dentes e gengiva. Porção mais anterior da língua. ▪ DORSO – os 2/3 anteriores dessa parte estão na cavidade própria da boca, o 1/3 posterior, na parte oral da faringe. 1 – Comissura da boca 2 – Rima bucal. 3 – Filtro. 4 – Sulco nasolabial. 5 – Sulco labiomentoniano. 7 – Mucosa alveolar. 8 – Fórnice do vestíbulo. 9 – Freio labial superior. 10 – Freio lateral. Ana Laura Octávio – TXXII - Essa divisão tem como referência o sulco terminal, com o formato da letra V (ápice posterior, onde existe um a pequena depressão, o forame cego). - Acompanhando o sulco terminal, há duas fileiras de papilas circunvaladas, as quais conferem à língua um aspecto aveludado (são receptores gustativos e aberturas para glândulas serosas). - A porção faríngea do dorso da língua apresenta um revestimento mucoso irregular pela presença de tecido linfoide na submucosa, o qual forma a tonsila lingual. ▪ FACE INFERIOR – situa-se exclusivamente na cavidade própria da boca e está em conexão com o assoalho da boca por meio de uma prega mediana da mucosa, o frênulo da língua. - Através da mucosa, é possível observar, de cada lado do frênulo, a artéria e veia profunda da língua. OBS.: Administração de drogas na veia sublingual (vantajoso, pois não deixa cicatriz). - Além disso, de cada lado do frênulo, estão as pregas franjadas e as carúnculas da língua (terminações dos ductos das glândulas sublingual e submandibular). - Existem também, presas ao assoalho da bola, duas pregas sublinguais. ▪ RAIZ – parte faríngea da língua. OBS.: Considerada, por alguns autores, a parte da língua que repousa sobre os músculos gênio-hióide e milo-hióideo. - A língua, em seu limite posterior, está unida à epiglote pelas pregas glossoepiglóticas (mediana e lateral), que limitam as valéculas epiglóticas (direita e esquerda). Ana Laura Octávio – TXXII PALATO - Constitui o teto da cavidade da boca e o assoalho da cavidade nasal. - É dividido em duas partes: os dois terços anteriores representam o palato duro e o terço posterior, palato mole. I) PALATO DURO - Anterior e ósseo, é formado pelos processos palatinos das maxilas e pelas lâminas horizontais do palatino. - Está recoberto, superiormente, pela mucosa da cavidade nasal, e, inferiormente, pelo mucoperiósteo do palato duro, que contém vasos sanguíneos e glândulas palatinas, do tipo mucoso. - Apresenta uma rafe mediana. - Apresenta várias pregas palatinas transversas que ajudam a prender o alimento contra a língua durante a mastigação. II) PALATO MOLE - Estrutura fibromuscular móvel, está fixada à margem posterior do palato duro. - Possui função de obliterar (fechar, diminuir, moldar) o istmo faríngeo na deglutição e fonação (quando há deglutição, ele é tracionado). Ana Laura Octávio – TXXII - Dele, projeta-se uma saliência cônica e mediana, de comprimento variável, a úvula palatina. - Lateralmente, projetam-se duas pregas denominadas arco palatoglossos, mais anterior, e arco palatofaríngeo, mais posterior. - Entre esses dois arcos existe uma fossa, chamada fossa tonsilar, ocupada pela tonsila palatina (amígdala). OBS.: A margem posterior do palato mole e os arcos palatofaríngeos são considerados como limite do istmo faríngeo que separa as partes nasal e oral da faringe. VESTÍBULO DA BOCA - Espaço situado entre os lábios e bochechas, externamente, e dentes e as gengivas, internamente. - Está em comunicação com o exterior através da rima da boca (fenda entre os lábios inferior e superior). - O ducto parótideo abre-se no vestíbulo, no nível do 2º dente molar superior. OBS.: Quando os dentes estão em oclusão, o vestíbulo se comunica com a cavidade própria da boca por estreita passagem entre o último molar e o ramo da mandíbula. DENTES - São estruturas rígidas, implantadas em cavidades da maxila e da mandíbula, denominadas alvéolos dentais. - Exercem função de mastigação, desenvolvimento e proteção de estruturas adjacentes e articulação da palavra. - Em cada dente, distingue-se três partes: ▪ RAIZ – implantada no alvéolo. ▪ COROA – livre. ▪ COLO – entre a raiz e coroa, é uma zona estreitada, circundada pela gengiva. ▪ 1 – Palato duro 2 – Palato mole 3 – Língua Ana Laura Octávio – TXXII - Os mamíferos são os únicos animais que apresentam heterodontia, ou seja, diferenças morfológicas entres os dentes. São eles: ▪ Incisivos – possuem raiz única e estão situados anteriormente na arcada dentária. Possuem função de cortar os alimentos. ▪ Caninos – com coroa cônica, terminando em ponto, localizam-se lateralmente aos caninos e possuem função de rasgar os alimentos. ▪ Pré-molares – lateralmente aos caninos, ajudam a triturar os alimentos. ▪ Molares – possuem coroa com três a cinco tubérculos, trituram e moem os alimentos. - Nos humanos, há duas dentições: I) DENTES PRIMÁRIOS ou DECÍDUOS - Aparecem na cavidade oral entre 6 meses e 2 anos. - São 20, cinco e cada quadrante: 2 incisivos, 1 canino e 2 molares. OBS.: O aparecimento do dente na cavidade oral é denominado erupção. II) DENTES SECUNDÁRIOS ou PERMANENTES - Começa por volta dos 6 anos e termina, em geral, aos 12 anos. - São 32, oito em cada quadrante:2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares e 3 molares. PARTE II – GLÂNDULAS SALIVARES INTRODUÇÃO - As glândulas salivares são consideradas órgãos anexos do sistema digestório. - Sua secreção, a saliva, é responsável pelo: ▪ Umedecimento, dissolução e lubrificação do alimento. ▪ Início da digestão de polissacarídeos por ação da enzima amilase/ptialina. OBS.: Função de adicional de manter presente uma camada líquida (mantém a túnica mucosa da boca sadia). DIVISÃO DAS GLÂNDULAS SALIVARES I) GLÂNDULAS SALIVARES MENORES - Estão espalhadas por todo o interior da boca, e recebem nomes de acordo com sua localização. - Labiais (superiores e inferiores), bucais, palatinas, linguais, incisivas e molares. Ana Laura Octávio – TXXII II) GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES - Parótidas, submandibulares e sublinguais. GLÂNDULA PARÓTIDA - Maior das glândulas, está situada lateralmente na face e anteriormente à orelha. - Aloja-se no espaço entre a margem posterior do ramo da mandíbula e as margens anteriores do processo mastoide e do músculo esternocleidomastóideo. OBS.: Em virtude dessas relações, a parte profunda da glândula é comprimida entre a mandíbula e o osso situado posteriormente quando a boca é aberta. - Ela cobre o músculo masseter. OBS.: O processo infeccioso que se asseta na parótida é conhecido como caxumba. - A parótida é envolvida por uma bainha (fáscia parótica) derivada da fáscia cervical. - Algumas estruturas estão situadas parcialmente dentro da glândula parótida, como o nervo facial, a artéria carótida externa e as veias temporal superficial e maxilar. DUCTO PAROTÍDEO - É o canal excretor da glândula, que leva a secreção até a cavidade bucal. - O ducto parotídeo emerge da borda anterior da glândula e corre anteriormente sobre o músculo masseter. Após isso, curva-se medialmente para perfurar o corpo adiposo da bochecha e o músculo bucinador, abrindo-se no vestíbulo da bola, no nível do 2º dente molar superior (depois de atravessar o musculo bucinador). OBS.: Sua desembocadura pode ser marcada por uma papila, a papila do ducto parotídeo. - O nervo glossofaríngeo é o responsável pela inervação parassimpática da glândula com fibras secretomotoras de percurso bastante complexo. - Além disso, a glândula é irrigada por ramos que se originam na artéria carótida externa. Músculo masseter Ana Laura Octávio – TXXII GLÂNDULA SUBMANDIBULAR - Localiza-se anteriormente à parte mais inferior da parótida, protegida pelo corpo da mandíbula. - É constituída de: ▪ Um corpo: porção maior, superficial. - Situa-se, em sua maior parte, no trígono digástrico. ▪ Um processo profundo: menor. OBS.: Eles se continuam em torno da margem posterior do músculo milo-hióideo. - Uma lâmina da fáscia cervical estende-se, superiormente, do corpo do osso híoide, e envolve a glândula, fixando-a a mandíbula. DUCTO SUBMANDIBULAR - Emerge do processo profundo da glândula, é cruzado lateralmente pelo nervo lingual e a seguir caminha entre a glândula sublingual e o músculo genioglosso. - O ducto submandibular abre-se no assoalho da boca, abaixo da língua, próximo ao plano mediano, numa elevação denominada papila sublingual, ao lado do frênulo da língua. Ducto parótideo Ana Laura Octávio – TXXII GLÂNDULA SUBLINGUAL - Menor das três principais, situa-se lateral e inferiormente a língua, sob a mucosa que reveste o assoalho da boca. - Lateralmente, está em contato com a face medial do corpo da mandíbula, no nível da fossa sublingual, e medialmente, relaciona-se com os músculos hioglosso e genioglosso. - Sua secreção é lançada na cavidade da boca, sob a porção mais anterior da língua, por canais que desembocam, independentemente, por uma série de orifícios, no assoalho da cavidade da boca. DUCTOS SUBLINGUAIS - Há um maior e outros menores (de 10 a 30), que se abrem separadamente na cavidade oral, no nível de uma crista no sulco entre a língua e a gengiva (prega sublingual).
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