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Profa. Adriana Cardoso Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Departamento de Fitotecnia e Zootecnia Laboratório de Melhoramento e Produção Vegetal Cultivo da mamona (origem, importância econômica, botânica, clima e solo) Cultura da Mamona Origem: Etiópia Brasil: portugueses Clima tropical Resistente a seca Pequenos produtores Cultura da Mamona Cultivada em quase todas as regiões brasileiras Grãos (importância econômica) óleo de mamona (produto) torta de mamona (subproduto) Óleo: biocombustível, ceras, lubrificantes, cosméticos, plásticos, tintas, adesivos Alimentação animal (tóxico) Países Produção Produtividade (t) (kg ha-1) Índia 1.630.000 1.455,3 China 170.000 894,3 Moçambique 62.000 335,1 Brasil 25.989 307,9 Tailândia 12.500 925,9 Paquistão 4.200 1.400,0 Produção mundial de mamona (2012) Fonte: FAO (2014) Produção do Brasil (2001 a 2012) 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012 Fonte: FAO (2014) Produtividade do Brasil (2001 a 2012) Fonte: FAO (2014) Prod 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012 582.29999999999995 625 731 601.9 571.29999999999995 576.4 307.89999999999992 Ano Produtividade (kg ha-1) Fatores que contribuem para redução da produtividade da cultura: A desorganização e a inadequação dos sistemas de produção vigentes, em virtude da reduzida oferta de sementes de cultivares melhoradas geneticamente A utilização de sementes impróprias para o plantio A utilização de práticas culturais inadequadas Baixos preços pagos ao produtor agrícola A utilização da mesma área para sucessivos plantios da cultura Regiões Produção (t) Nordeste 23.072 Sudeste 2.256 Sul 661 Produção de mamona nas regiões brasileiras (2012) Fonte: IBGE (2014) Produção de mamona nas regiões brasileiras (2012) Nordeste Sul Sudeste Fonte: IBGE, 2014 (88,8%) (2,5%) (8,7%) Estados Produção (t) Bahia 20.329 Ceará 2.409 Minas Gerais 2.129 Paraná 316 São Paulo 127 Rio Grande do Sul 36 Paraíba 14 Rio Grande do Norte 4 Produção de mamona nos estados brasileiros (2012) Fonte: IBGE (2014) Município Produção (t) São Gabriel 3.200 Morro do Chapéu 2.160 Lapão 2.125 Jussara 1.500 Presidente Dutra 1.350 Ibititá 1.250 Várzea Nova 1.080 Piritiba 780 Mirangaba 480 Produção de mamona nos municípios baianos (2012) Fonte: IBGE (2014) Distribuição do número de agricultores familiares fornecedores de matéria prima no PNPB PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel) Subdivisão: Fanerogamae ou espermatophita Filo: Angiospermae Classe: Dicotiledonae Subclasse: Archichlamydeae Ordem: Geraniales Família: Euphorbiaceae Gênero: Ricinus Espécie: Ricinus communis Subespécie: R. communis communis Cultivares: +100 Aspecto botânico Planta perene, podendo ser arbórea Altura: 0,8m a 12 m Ciclo: 120 a 260 dias Mamona Esquema ilustrativo da planta da mamoneira Anatomia da Mamoneira Caule Tenro, coloração verde, vermelha ou roxa, recoberto ou não por cera Sistema radicular Sistema radicular pivotante (de 1,5 a 3,0 m) Sistema radicular da mamoneira aos 27 dias após a emergência Raiz pivotante a) Fixar a planta no solo b) Absorver água de camadas profundas Raízes secundárias a) Absorver água de camadas superficiais b) Absorver nutrientes Raiz pivotante Raízes secundárias Folhas Folhas (tamanho e cor) Folha verde com cera, folíolos estreitos Folha verde avermelhada, folíolos estreitos Folha verde, sem cera, folíolos largos Folha roxa, sem cera, folíolos estreitos Folhas Inflorescência Ramos terminam com uma inflorescência, apresentando flores masculinas e femininas, chamadas de racemo. A flor masculina após a abertura, libera grãos de pólen viáveis por 1 a 2 dias e depois cai. Cada flor chega a ter mais de 60.000 grãos de pólen. Flores femininas: 50 a 70% Flores masculinas: 30 a 50% Inflorescência de duas cultivares de mamona com flores masculinas na região basal e femininas na porção terminal apresentando maturação diferenciada (A) cv. Cafelista (B) cv. AL-Guarany 2002. Frutos: podem ser liso ou rugosos, com presença ou não de espinhos Podem ser deiscentes, semidescentes e indeiscentes Podem variar em relação à cor, tamanho, peso, forma, presença de carúncula e aderência do pigmento ao endosperma Fruto Fruto Frutos: podem ser liso ou rugosos, com presença ou não de espinhos Fruto Medianamente Papilado Inerme liso Inerme rugoso Muito papilado Pouco papilado Medianamente papilado TIPOS DE FRUTOS DA MAMONEIRA Cor do fruto Verde claro Verde escuro Vermelho Rosa Cultivares As cultivares atuais de mamoneira utilizadas para a produção são classificadas segundo seu porte e o grau de deiscência do fruto maduro. Porte: Baixo: até 1,8m Médio: 1,8 a 2,5m c) Alto: 2,5 a 5,0m d) Arbóreo: 5,0m Porte da planta Porte baixo Porte médio Porte alto Deiscência do fruto são classificadas como: Deiscente Semideiscente Indeiscente SIPEAL 28, IAC 38, Campinas, BRS 149 Nordestina, BRS-188 Paraguaçu, Guarani, Al Guarani 2000, Al Guarani 2002, IAC 226, Baker 415-9, LC 5116, IAC 80, EPABA 02, Azeitona, Sangue de Boi, Mamona do Belo, Mamona do China, Mirante 10, Maringá Coty, Cafelista, Preta Pernambucana, Paraibana, Amarela de Irecê, BRS Energia, Canela de Juriti, ANÃ CIA entre outras. Híbridos como Baker H. 66, Baker H.72, Híbrido 415 etc. Cultivares Cultivares de mamona mais indicadas para o semiárido nordestino: BRS 188 Paraguaçu BRS 149 Nordestina BRS Energia Lançada em 1998 pela Embrapa Algodão, foi obtida por meio de seleção individual com testes de progênie da variedade local Baianita. Apresenta porte médio e frutos semideiscentes. Cultivares Lançada em 1999, pela Embrapa Algodão, foi obtida por meio de seleção massal realizado na variedade local Sangue de Boi. Apresenta porte baixo, frutos semideiscentes, haste roxa com cera e sementes de coloração preta. Cultivares Cultivares Desenvolvida em rede pela Embrapa, EBDA e Emparn e lançada em 2007. Tem porte baixo, em torno de 1,40m, ciclo entre 120 e 150 dias, caule verde com cera, cachos cônicos com tamanho médio de 60cm, frutos verdes com cera e indeiscentes. Lançada em 2008, resistente ao mofo cinzento, boa produtividade Novas cultivares desenvolvidas em Israel Cultivares Ciclo - dias Tipo de Planta Tolerância Salinidade Peso 100 sementes (gramas) Racemos Kaiima 10 110-120 Compacta e aberta Média 50 Muitos e Pequenos Kaiima 70 110-120 Idem Idem 36 Idem Kaiima 71 120-130 Idem Médio + 40 Médio Kaiima 72 140-150 Forte Alta 45 Muito Grande Kaiima 73 120-130 Compacta e aberta Médio + 40 Muito Grande Kaiima 75 120-130 Idem Idem 40 Idem Kaiima 18 140-150 Compacta com extensa folhagem Alta 45 Grande Produtividade média (PM) e produtividade relativa (PR) da cultivar IAC-2028 e da testemunha Guarani, nas safras 1999/2000, 2002/2003, 2003/2004 e 2006, em três municípios paulistas Fonte: Savy Filho et al., 2007 Frutos indeiscentes Melhoramento genético Objetivos Aumento na produtividade Precocidade Porte da planta Teor de óleo na semente Resistência a pragas e doenças Lenta (8 a 20 dias), dependendo da temperatura Tipo epígea, com ótimo de temperatura de 25ºC Os cotilédones absorvem o endosperma no processo de germinação O teor de óleo na semente varia de 20 a 60%, sendo que 90% é ácido Ricinoléico Germinação 48 É uma planta que apresenta forma juvenil diferente da adulta, em especial com relação às folhasprimárias O crescimento é influenciado pelo ambiente (água) Crescimento e Desenvolvimento Estádios de desenvolvimento da mamona Plântula da mamoneira logo após a germinação Plântula da mamoneira com início da diferenciação das folhas definitivas Estádios de desenvolvimento da mamona Planta da mamoneira no estádio de quatro folhas, além dos cotiledonares Solo e Clima Clima 1. Exigência da planta Evitar sombreamento e competição por luz, água e nutrientes entre plantas 1.1 Clima Altitude: 300 a 1.500 (bom desenvolvimento e produtividade) Temperatura média de 20ºC a 30ºC Chuvas anuais de 500 a 1500 mm Temperatura ótima para maior rendimento: 20 a 26oC, acima de 40oC aborto de sementes Não tolera geadas: – 2o C morte Chuvas regulares durante a fase vegetativa (maior exigência) Períodos secos na maturação dos frutos Pluviosidades 600 a 700 mm proporcionam rendimentos superiores a 1500 kg ha-1 Necessidades hídricas da mamoneira Clima Altitude + Temperatura Teor de óleo (óleo para uso medicinal) Altitude + Temperatura Teor de óleo (óleo para lubrificante) Terrenos com a topografia plana a suavemente onduladas ou com declividade máxima de 12% pH entre 6,0 e 7,0 com boa drenagem e baixa salinidade Solos muitos argilosos e sujeitos a encharcamento (não é recomendado). Solo 57 Solos profundos, férteis, planos e bem drenados são os preferenciais A penetração do sistema radicular em grandes profundidades permite à planta tolerar períodos secos mais prolongados Não tolera sódio, em especial os tipos anãs Tem elevada exigência em nutrientes É esgotante do solo Na escolha da área atentar para: Evitar terrenos com declive por causa da erosão pela chuva; Evitar solos que encharcam, mesmo que seja por pouco tempo; Procurar solos profundos que não tenham camadas compactadas que impeçam o desenvolvimento das raízes; Conferir características estudadas no zoneamento: altitude, temperatura e chuvas. Preparo do solo Limpeza da área 2. Aração 3. Gradagem Preparo periódico do solo Objetivos: Propiciar condições favoráveis para germinação das sementes Restabelecer a porosidade das camadas compactadas Incorporar matéria orgânica, sementes e adubos Preparo periódico do solo Melhorar a drenagem e penetração das raízes Controlar as plantas daninhas Nivelar o terreno para facilitar o desempenho das máquinas do plantio à colheita. Aração e gradagem Solo friável e no sentido da curva de nível do terreno, evitando-se os efeitos causados pela erosão, seguida de 1 ou 2 gradagens, que devem ser feitas para destorroar e nivelar o solo Aração Arado de disco – mais eficiente na incorporação de insumos e material vegetal. Tem desvantagem de compactar o solo. 64 Arado de aiveca – é eficiente na descompactação e incorporação de restos vegetais. Contudo, não mistura bem os insumos. 65 Arado de aiveca fixo, a tração animal Preparo do solo, com arado de aiveca Arado escarificador – faz a descompactação do solo e mantém maior taxa de cobertura morta sobre o solo. Tem baixa eficiência no controle de plantas daninhas e não mistura bem os insumos. 68 Grade niveladora de arrasto Gradagem Profundidade de aração: 15cm para solos arenosos e de 15 a 25cm para solos de textura média. Profundidade da gradagem: 5 a 10cm, para solos arenosos, e de 10 a 20cm para solos de textura média. PREPARO ADEQUADO DO SOLO Facilita a formação de agregados estáveis Melhora a capacidade de infiltração e de armazenamento de água Melhora a conservação e/ou aumento da matéria orgânica e da fauna do solo Reduz a erosão laminar 71 O preparo inadequado do solo se caracteriza por: Uso intensivo e frequente de máquinas e sempre a uma mesma profundidade Direção e sentido da máxima declividade Mobilização de solos inadequados ao cultivo agrícola Mistura de materiais orgânicos com inertes Uso de máquinas que provocam excessiva compactação e/ou degradação das camadas superficiais e subsuperficiais do solo. Penetração da água e das raízes no solo normal Penetração da água e das raízes no solo trabalhado continuamente As raízes e a água devem penetrar no solo sem dificuldade As camadas compactadas reduzem a penetração da água e das raízes no solo Camadas compactadas subsuperficial e em profundidade reduzem drasticamente a penetração da água e das raízes no solo Preparo contínuo provoca a formação de uma camada compactada O tráfego da maquinaria provoca a compactação do solo Efeito do Rodado Traseiro do Trator na Compactação do Solo em Operação de Preparo Práticas de conservação do solo Controle da erosão Plantios em locais com declividade até 12% devem ser feito por meio da realização de curvas de nível ou terraceamento, protegendo o solo contra a erosão. 010.00020.00030.00040.00050.00060.00070.00080.00090.000100.000110.000120.000130.000140.000150.000160.000170.000180.0002013202320332043205320632073Produtividade (kg ha -1 )Ano 0204060801001201401º Mês2º Mês3º Mês4º Mês5º Mês6º Mês7º Mês8º Mês Necessidades hídricas da mamoneira, segundo a Elf Atochen Gráf1 Necessidades hídricas da mamoneira, segundo a Elf Atochen 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês 6º Mês 7º Mês 8º Mês 125 100 100 100 60 30 25 0 Plan1 Necessidades hídricas da mamoneira, segundo a Elf Atochen 1º Mês 125 2º Mês 100 3º Mês 100 4º Mês 100 5º Mês 60 6º Mês 30 7º Mês 25 8º Mês 0 Necessidades hídricas da mamoneira, segundo a Elf Atochen 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês 6º Mês 7º Mês 8º Mês 125 100 100 100 60 30 25 0 Plan2 Plan3
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