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1 PROCESSO PENAL Luiz Souza Prova: pode consultar o vade; Trabalho: vale 3 pontos; Bibliografia Básica - TOURINHO FILHO, F. da C. Processo penal. Vol. 2. São Paulo: Saraiva, 2013. - TOURINHO FILHO, F. da C. Processo penal. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2013. - OLIVEIRA, Eugênio P. de. Curso de processo penal. Rio de Janeiro: Atlas, 2012. Bibliografia Complementar - FEITOZA, Denilson. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. - AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. Rio de Janeiro: Método, 2014. - MOREIRA, Rômulo de A. Estudos de direito processual penal. São Paulo: BH, 2006. - LIMA, Marcellus P. Manual de processo penal. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2012. - BONFIM, Edilson C. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2012. Conteúdo: 1. Direito processual penal: introdução e evolução histórica. Direito de punir: pretensão punitiva e apresentação da lide penal; conceito; características; posição enciclopédica; e relações com os demais ramos do direito e ciências afins. 07/08/18 2 2. Direito processual penal: princípios; estado de inocência; contraditório; verdade real; oralidade; publicidade; obrigatoriedade; oficialidade; indivisibilidade; indisponibilidade; juiz natural; ampla defesa; princípio da ação; e impulso oficial. 3. Direito processual penal: fontes; classificação; fonte de produção; as fontes em espécie; lei; costume; jurisprudência; princípios gerais do direito; e analogia. Aplicação do direito processual penal: lei processual no tempo e no espaço. 4. Hipóteses de lei processual penal em relação às pessoas: noções gerais; imunidades diplomáticas; imunidade parlamentar material e processual; e prerrogativa. Interpretação da lei processual penal: conceito e espécies. 5. Inquérito policial: noções gerais persecução penal; polícia judiciária; conceito de inquérito policial; noções sobre outra forma de investigação criminal; natureza do inquérito policial; finalidade; características; atribuições; e valor probatório. 6. Notícia do crime: modalidades de instauração do inquérito policial; procedimento do inquérito policial; indiciamento; curador ao menor; incomunicabilidade face a constituição federal; relatório; e arquivamento. 7. Ação penal: conceito; condições e pressupostos; classificações; ação penal pública incondicionada e particularidades; ação penal pública condicionada - espécies; representação e requisição; direção; destinatários; e procedimentos. 8. Ação penal privada: natureza; titularidade; princípios. Ação penal exclusiva e subsidiária: denúncia e queixa (requisitos, prazos, diligências, aditamento, rejeição e recebimento); os poderes expressos para a queixa; e a extinção da punibilidade. 9. Competência: conceito; espécies; prevenção; unidade e separação de processos; competência na Constituição Federal; e competências especiais. Responsabilidade civil por ilícito penal: ações e efeitos da absolvição. 10. Partes: juiz; ministério público; acusado; defensor; e assistência. Jurisdição: civil e penal; princípios; características; elementos; e divisões. Questões de processos incidentes: questões prejudiciais; exceções; incompatibilidade; e impedimentos;. 11. Conflito de jurisdição: restituição de coisas apreendidas; medidas assecuratórias ou cautelares; incidente de falsidade; incidente de insanidade mental do acusado; sequestro; hipoteca legal; e arresto - hipóteses de cabimento. 3 12. Teoria geral da prova: conceitos: prova; elemento de prova: meio de prova; fonte de prova; meio de investigação da prova (objeto de prova). Princípios: contraditório; imediatidade do juiz; concentração; e comunhão das provas. 13. Fatos que independem de prova: axiomáticos e intuitivos; notórios; presunções legais; e ônus da prova. Sistemas de apreciação da prova: convicção íntima do juiz ou certeza moral; e livre convencimento motivado do juiz ou persuasão racional. 14. Prova emprestada. Liberdade de prova. Prova proibida e prova ilícita. Meios: perícia (exame de corpo de delito); interrogatório - confissão; declarações do ofendido; testemunhas; reconhecimento de pessoas e coisas; acareação; documentos; e indícios. INTRODUÇÃO: 1. DIREITO DE PUNIR (JUS PUNIENDI) /PRETENSÃO PUNITIVA / LIDE PENAL: I) Os conflitos eram resolvidos com a força, com a vingança privada. Até que o Estado chamou para si a administração da justiça. - Art.345, CP (fazer justiça com as próprias mãos) - Legislação (legitima defesa - LD; EN, ERD, ELDL) II) Bens Fundamentais – Ilícito penal / Infração Penal - Lei 9605/98 (art.49 – o legislador errou a mão aqui. “Maltratar uma planta de ornamentação”). Muitas leis são feitas no calor da discussão, sai uma lei mal pensada isso pode ser discutido a inconstitucionalidade. Tirando esse problema, o legislador vai lá e cria um ilícito, tipifica uma situação que passa a ser criminosa. - P. da legalidade; - P. da anterioridade; III) Direito de Punir o Estado cria o tipo penal. Quem é vítima? A pessoa cuja o interesse foi lesado. Mas o estado tbm é vítima. Nasce para o estado o direito de punir. Quando que o direito de punir vai surgir? 4 - Tenho o Direito de punir abstrato que existe dentro da norma penal que é feita. No momento em que a pessoa pratica o crime, o direito de punir abstrato passa a ser concreto e nasce para o Estado a pretensão punitiva estatal. Quem ta por trás de tudo isso é a COLETIVIDADE. - Com a pratica ilícita eu tenho o interesse da coletividade que foi violado. - Quem leva a pretensão punitiva ? MP - A pretensão punitiva é exercitada pelo MP no caso de ações penais públicas e pelo particular quando se trata de ação penal privada. Mas remanesce na mão do Estado nas duas situações. - Art, 106, §2º, CP n se admite o perdão depois que transitar a sentença penal condenatória. (Vc pode perdoar o sujeito ate o transito em julgado da sentença, depois o Estado que decide) IV) Existe Lide Penal? Lide é uma pretensão resistida. Alguns autores dizem que sim, que existe entre a pretensão punitiva estatal (direito de punir) e o direito de liberdade do indivíduo. - MP órgão responsável em levar a pretensão em juízo. Quando o MP vai em juízo ele quer que a pretensão seja corretamente avaliada, que se de um resultado justo ao processo. Quando eu peço absolvição a minha pretensão deixa de existir. Portanto não existe uma verdadeira lide penal. - Alguns autores dizem que existe a lide penal, que é a pretensão punitiva do estado. Mas vários autores dizem que não pois são imparciais, podem dar a absolvição. 2. PROCESSO PENAL: I) CONCEITO: É o ramo do Direito cuja as normas fornecem instrumentos, meios e caminhos para que se efetive a aplicação da pena ao caso concreto. - Caráter Instrumental do processo penal. (O processo penal é o instrumento de realização do Direito Penal material.) É o meio que eu utilizo para a realização do processo material. O caráter do processo penal portanto é Instrumental. II) NATUREZA JURÍRIDA: é um direito de natureza instrumental. III) FINALIDADE: - mediata (é a pacificação social); 5 - imediata (é a aplicação da lei penal. Aplicar no caso concreto) IV) CARACTERÍSTICAS: a) Autonomia nosso direito processual penal tem autonomia em relação ao direito penal. O Direito processual penal tem normas, princípios. Os princípios são totalmente independentes do direito penal. b) Instrumentalidade o direito processual penal é um instrumento de realização do direito penal. Só o direito penal não adianta, precisa do processual. c) Normatividade nossa disciplina é dogmática. V) POSIÇÃO DO PROCESSO PENAL: Ramo do direito público, porque aqui eu estou operando para que um estado posso impor a punição, a pena. VI) RELAÇÃO DO PROCESSO PENAL COM OUTROSRAMOS DO DIREITO: Direito Constitucional os princípios (de maneira implícita ou explicita). Os instrumentos (HC, Mandado de segurança) Direito Civil art.155, CPP. CPC é utilizado subsidiariamente. Prova emprestada e Inspeção judicial (eu me valho do processo civil dentro do processo penal.) Direito Administrativo na execução penal. Ex: quando o preso tem que ser (morte de um parente) se você for pedir pro juiz, o enterro já ocorreu. Tem algumas situações que quem decide é o diretor do presídio. Agora se são aquelas situações que são 4 vezes ao ano (dia dos pais), quem decide é o juiz. Quem cumpre as decisões judiciais são os órgãos da administração. Mesmo dentro do próprio judiciário eu tenho um amplo espectro administrativo. Quem é que acaba aplicando as normas de execução é a administração pública. PRINCÍPIOS: 08/08/18 6 1. Dignidade da pessoa humana: Art. 1º, III, CPP. É um supra principio. É o reflexo do mundo material daquilo que vc é concebido espiritualmente. É algo que vai mudando ao longo do tempo, uma coisa que era digna a 10 anos atrás não é mais hoje. É o conjunto de atributos para atingir a plenitude. No campo processual penal vc precisa ter um processo ético e justo para que vc consiga atingir a ampla defesa. Ex: Súmulas Vinculantes nº 11 (so pode usar algema em caso de extrema necessidade. Segurança pública;) e 14 (direito do defensor de ter acesso aos elementos de provas produzidos) do STF. 2. Acesso à jurisdição/justiça criminal: estamos tratando de acessibilidade econômica e técnica. Acesso da pessoa a justiça criminal com todos os meios possíveis. - Econômica: art. 5º, LXXIV, CF - Técnica: é ter uma pessoa com conhecimento tecnico. 3. Devido Processo Legal (DPL): art. 5º, LIV, CF. É o conjunto de normas, garantias e princípios que resguardam os direitos fundamentais do individuo, principalmente vida, patrimônio e liberdade durante o desenrolar do processo. DPL não te isenta. Ele cria um sistema de proteção em que eu so posso incidir nele em determinadas ocasiões. - DPL tem duas dimensões: a) Substantivo ou substancial para que eu possa aplicar normas, princípios e garantias no processo primeiro eu tenho que criar essas normas. No Paraguai você acha que tem DPL? Não. O conjunto normativo tem que ser criado de maneira justa, plena, com restrições mínimas aos direitos fundamentais. O conjunto normativo tem que trazer restrições mínimas. Proibição do excesso. Tem que ter um conjunto normativo que te assegure (quando, onde). Depois que eu crio o conjunto normativo eu vou para o DPL formal/judicial/procedimental. b) Formal/Judicial/Procedimental eu tenho o conjunto normativo e eu aplico no processo; ai cabe o juiz fazer. Aqui é a aplicação do processo. Se o juiz n aplicar cabe nulidade absoluta ou inexistência do ato. efeito prático. - o DPL é um “grande guarda chuva” o que ele traz dentro dele? Os direitos e garantias. Ele é um supra principio que guarda todos os outros dentro. 4. Contraditório e Ampla Defesa: art. 5º, LV, CF. 7 a) CONTRADITÓRIO: antes o conceito é a ciência bilateral dos atos no processo e possibilidade de contrariar, de reação. Tem que ter ciência de todos os atos no processo. Atualmente tem que ter ciência e reação efetiva. O conceito evoluiu de uma mera possibilidade de reação para uma reação efetiva. Os requisitos do contraditório são: Eu tenho que dar ciência as partes (através de citação, notificação e intimação) daquilo que ela pode e deve reagir; Efetiva contrariedade (tenho que garantir a reação); OBS: NÃO EXISTE REU REVEL NO PROCESSO PENAL. Se eu citar o réu e ele não aparecer no processo, eu não posso ter um processo sem defensor. Art. 261,CPP. Não se preocupar com a acusação, pois ela se resolve. A questão é a defesa, pq tenho que garantir a reação. Se o réu não se defender o tribunal anula. Quando a defesa é deficiente vc analisa se houve prejuízo. O contraditório pode ser: Real/Direto/Imediato: exercitado no momento em que eu estou produzindo a prova. É o melhor. Diferido/Indireto/Mediato: Ex: se eu tenho uma pericia feito no dia do crime, não apareceu nenhum advogado. Ele vai poder fazer o contraditório indireto ? Não. Ele vai fazer só na audiência. Eu postergo ele para outro momento. O contraditório diferido ocorre quando as provas são produzidas na fase do inquérito, quando eu não tenho advogado. É postergado para o momento pq nós não estivemos lá. Contraditório na fase Investigatória: ampliou um pouco com o Estatuto da advocacia art 7º, XXI, a da lei 8906/94 (a defesa pode apresentar razões e quesitos). Quesitos são perguntas que se faz para o perito responder. b) AMPLA DEFESA: 8 CONCEITO: A ampla defesa se consubstancia na contraposição plena e efetiva, em igualdade de condições à parte acusadora, com todos os meios admissíveis pelo ordenamento. REQUISITOS: (para se ter ampla defesa) São 3. Autodefesa (defesa pessoal ou privada); Defesa técnica; Direito a prova; Quando eu tenho essas 3 vertentes pode-se dizer que temos a ampla defesa. No júri temos a “Plenitude de Defesa” é quando eu tenho esses 3 e argumentos não jurídicos (religião...). - Autodefesa: é aquela em que o réu pode pessoalmente fazer. O autor... diz que podemos ter a autodefesa positiva (quando o réu participa de algum ato. Ele pode fazer a recontituição; pode dar sua versão.. Exercita atos para se defender) e a negativa (tem o direito de ficar calado). O interrogatório é um direito que o réu tem e não um dever. Como eu exercito a autodefesa positiva? Com o direito de presença, de audiência e de postular pessoalmente. Direito de presença: tenho o dto de estar presente em todos os atos processuais. Pode ser real ou virtual. Real (HC 130328/SC – STJ e RHC 39287/PB - STJ) e Virtual (RE 602.543/RS – STF. Direito de audiência: é o direito de o réu influenciar a formação da convicção do julgador. Direito de postular pessoalmente: o próprio réu pode postular. - Defesa Técnica: sumula 523 STF. Se n tem dinheiro, o estado te da uma forma de se defender (defensor). - Direito a Prova: vc tem direito de produzir prova. 5. P. da Obrigatoriedade: “os órgãos da percepção penal (“persecutio criminis”- autoridade policial, promotor, MP), presentes os permissivos legais (quando a lei tem a hipótese que te autoriza a atuar), estão obrigados a atuar porque a atividade é de ordem pública, não estando sujeita a juízo de conveniência e oportunidade.” 14/08/18 9 “Na ação penal privada vigora o principio da conveniência e oportunidade.” – A vítima pode deixar de oferecer queixa. 6. P. da Oficialidade: “Os órgãos da percepção penal são públicos,oficiais, cabendo a titularidade da ação penal pública ao MP (CF, 129,I) e a investigação à polícia judiciária (CF, 144,§4º)” 7. P. da Indisponibilidade: Se eu tenho que agir, não posso desistir. Esta ligado com o P. da obrigatoriedade. Não posso dispor da percepção penal. Ex: art.17, CPP (delegado – autoridade policial - não pode arquivar inquérito) / art. 42, CPP (o MP não poderá desistir da ação penal) /art. 576, CPP (se ele chegou ate o final, ele não pode desistir do recurso). - Ação penal privada P. da disponibilidade (A parte privada pode dispor) 8. P. da Ação (ou da demanda, iniciativa das partes, inércia do juiz): estão previstos na CF, art 129, I e art 5º, LIX. O art 129 diz que a iniciativa da ação penal publica é do MP. O art 5º, diz que quando o promotor perde o prazo, eu admito a iniciativa privada no lugar do promotor. - As partes tem que iniciar a ação penal. - Tem ligação com o sistema acusatório: tem como característica principal separação de anular, defender, julgar. - Não há juiz sem autor. (“Nemo judex sine actore”) - Nãopode o juiz proceder de ofício. (“Ne procedat judex ex officio”) - EXCEÇÕES: a) art.574,I, CPP (Recurso de ofício) isso não é bem um recurso e sim um reexame necessário. b) art. 654, §2º, CPP – permite que o juiz conceda HC de oficio. HC é uma ação impugnativa autônoma e não é uma verdadeira ação penal. A única exceção mesmo é a que esta no art. 195, da lei de execuções penais (lei 7.210/84). A doutrina coloca essas exceções, mas que não são bem exceções. Nenhuma dessas 3 exceções fere esse princípio. A que mais se aproxima é a ultima, que eu dou inicio a um processo de execução, eu estou executando uma execução já transitada em julgado. 10 9. P. do Juiz Natural: é o juiz competente para os espanhóis ou juiz legal para os alemães. Juiz pré - constituído legalmente. - Art. 5º, LIII: ninguém será julgado ou sentenciado senão a autoridade competente (juiz natural). - Convenção Americana de Direitos Humanos: art 8º - toda pessoa terá o dto de ser ouvida...por um juiz ou tribunal competente, independete imparcial estabelecido pela lei. - Art. 5º, XXXVII: não haverá juízo no tribunal do exceção, não se cria um tribunal de hoje para amanhã, para julgar um determinado caso. - P. do promotor natural: existe? Sim (pela maior parte da doutrina). Quando fala ninguém será processado é o promotor, sentenciado é o juiz. - P. do defensor natural existe? Defensor não processa e nem sentencia, mas o STJ diz que existe esse princípio segundo a lei orgânica da defensoria – RMS 49902/PR. Ainda tem poucas decisões sobre isso. - P. do delegado natural NÃO EXISTE. 10. P. do Juiz Independente e Imparcial: está no art 5º XXXVII e LIII / e na Convenção Americana de dtos humanos – art 8º. - Aqui o juiz vai ter capacidade subjetiva. - Todo juiz tem que ter 3 capacidades: funcional (tem que ser juiz); competente (capacidade objetiva); subjetivamente ele tem que estar livre, tenho que ter a garantia de que o juiz é independente. 11. P. do Impulso oficial (ou Oficiosidade): - art.251, CPP - O juiz durante a ação cutuca o querelante, a parte. 12. P. da motivação das decisões: - Art.93, IX, CF - Art. 381, III, CPP. - Um dos requisites da sentença é a motivação. 11 - Motivar é dar fundamento de fato e de direito. - A motivação é dirigida as partes e a coletividade. Interessa a coletividade saber pq tal decisão tem determinado sentido. - “Motivação Per Relacione”: é a motivação em que vc aproveita aquilo que a parte escreveu. Você reproduz o que a parte escreveu. Isso é plenamente admissível. - STF – Agravo Regimental (AgR) no HC 130860/SP - STF – Agravo Regimental no HC 137123/BA 13. P. da Persuasão Racional (ou Livre Convencimento, Livre Convicção): - Art. 93, IX, CF - Art. 155, CPP - O juiz tem que dar a razão do seu convencimento. “O que não esta nos autos não está no mundo”. - Existe um livre convencimento absoluto? Não, o que existe é um convencimento regrado qualificado (tem que ser a prova feita em contraditório). Tem que ser as provas feitas nos autos. - Toda prova tem que ser passível de contraditório. - Não tem como chamar de prova se não passou pelo contraditório. - O certo seria chamar de livre convencimento regrado e qualificado. Qualificado pq eu tenho que passar pelos autos. 14. P. da Identidade Física do Juiz: - art 399,§2º , CPP. - O juiz tem o poder de refazer a prova. As vezes porque não compreende a prova. Ele não refaz tudo, mas refaz parte dela. - O juiz que faz a instrução deve sentenciar, salvo afastamento, férias, remoção, etc.; 15/08/18 12 - O juiz assumir o lugar de outro, pode eventualmente pedir para produzir novamente a prova já produzida. Normalmente produz-se uma ou outra e não a instrução toda. 15. P. da Probidade/ Lealdade/ Boa-Fé: - Tem previsão expressa no CPC, art 5º - Quando o réu começa o caso de má Fe, o juiz tem que afastar ele. - NO CPP tem que tomar cuidado quando vc for punir o advogado por lealdade, pq vai ferrar o réu. - Tudo o que for mostrar na audiência tem que mostrar para o Promotor 3 dias antes. Se ocorrer isso fere o P. da lealdade e do contraditório (oportunidade de se falar). - Tem que ter contraditório, não existe surpresa (diferente de filmes americanos). 16. P. da Igualdade / Isonomia / Paridade de armas / Igualdade de oportunidades / Igualdade Processual: - “Par Conditio”: dar a mesma condição para a as duas partes; - Art.5º, caput, CF primeiramente temos aqui a igualdade formal. Só isso basta? Não. Você tem que transformar essa igualdade formal em igualdade material, substancial. - Em um processo justo necessita-se de igualdade substancial. - Quando eu vou na ação penal, eu tenho que ter alvo em favor do réu. (In dúbio pro réu). Isso é para balancear aquela paulada inicial que você tem. - Tenho que dar igualdade durante o processo. - Para dar igualdade real eu tenho que colorir o lado do réu. Por isso eu tenho alguns princípios, institutos que atuam ao lado do réu. 17. P. dos Institutos favoráveis ao réu – “Favor Rei”: 13 - Quando eu tenho um embate entre o direito de punir do estado e o direito de liberdade do réu, eu tenho que prestigiar o direito de liberdade. Na duvida o juiz não prende, ele absolve. - Esse princípio anda junto com o da igualdade. 18. P. da Publicidade: - Art. 5º, LX, CF; - O art 5º, LC da CF diz que todos os atos serão públicos - O art. 93, IX da CF diz que todos os atos serão públicos e as decisões motivadas. Mas isso tem limite. A publicidade pode ser: a) plena, absoluta, irrestrita b) relativa, restrita, interna - A CF não fala que a publicidade é absoluta. Ela pode ter restrições. - Art. 792,§1º, CPP - 251 - Art. 485, CPP (quando a lei limita) 19. P. da Não Incriminação: - “Nemo Tenetur Se Detegere”: Ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo. - OBS:Não existe revelia no Processo Penal. Se o réu não aparecer, o processo continua sem ele. O réu pode mentir. Quem tem que provar que ele esta mentindo é o Poder Público, o Estado, o promotor. - Isso está na convenção americana de direito humanos. – Art 8º, 2g 20. P. da Duração Razoável do Processo: 14 - Eu tenho que olhar caso a caso para definir a duração de um processo; - CF, 5º, LXXVIII 21. P. da Verdade Real: - É a verdade dos fatos. Eu consigo sempre achar a vdd real? Não. - O principio orientar do processo é a verdade real, mas o principio que o juiz usa no julgamento é a verdade processual. - A verdade real é uma utopia. - A prova serve para reconstruir um fato. - Nós trabalhamos com a vdd real, mas vamos aplicar depois a vdd processual. - Art.5º, LVI -56, CF: não são admitidos no processo provas admitidas por meios ilícitos. (o art 157 do CPP diz a mesma coisa) 22. P. da Presunção de inocência: - Art.5º, LVII, CF. - Ninguém será considerado culpado até o transito em julgado. - O princípio da presunção de inocência, você vai apoiar ele em 3 condicionantes cumulativas: a) É um principio que fundamenta o processo penal liberal; b) O imputado deve ser tratado (“dever de tratamento”) durante o processo penal como inocente, reduzindo-se ao máximo as restrições aos seus direitos fundamentais. c) A prova é inteiramente da acusação. (Eu tenho direito de ficar calado; sou presumidamente inocente; se eu sou inocente não tenho que falar nada.) d) Eu tenho que evitar a exposição do réu. (Auri Lopez Junior diz isso) - A ARE (agravo em recurso extraordinário) 964246/SP – RG (repercussão geral). 15 23. P. do Duplo Grau de Jurisdição: - É a possibilidade de revisão de decisões. - Não está escrito na CF. - a) Alguns autores defendem que essa previsão é implícita, pq a CF estabelece a competência recursal do STF e do STJ /Estado democrático / Devido Processo Legal/ Ampla Defesa – 5º, LV. - b) Alguns dizem que a previsão é explicita por força da CF, art 5, §2º. ( Convenção de Direitos Humanos – art 8º, 2h - Duplo grau: é a possibilidade de vc decorrer alegando toda a matéria de direito e de fato processual e mérito. Quando eu decorro da 1ª instancia para o TJ. Fato não se discute no STJ e STF. Ir para o STJ e para o STF não é duplo grau. SISTEMA PROCESSUAL 1. SISTEMA PROCESSUAL INQUISITIVO: - Concentra na mão de um só a acusação e julgamento; 2. SISTEMA PROCESSUAL ACUSATÓRIO: - Separação das funções de acusar, defender e julgar; - Tem a garantia do contraditório; - Tem o juiz imparcial.; - Tem a publicidade do processo; - Gestão das provas das partes. *O STF diz que o nosso sistema é esse. - APN (ação penal) 883/DF - 2018 - HC 127900/AM - 2016 3. SISTEMA PROCESSUAL MISTO: 21/08/18 16 - Os autores Nucci e Badaró sustentam que o nosso sistema é misto e não acusatório. 4. SISTEMA ACUSATÓRIO MITIGADO: - O autor Luiz Flavio Gomes diz que é um sistema acusatório mitigado/relativo - Art. 156, CPP - Art. 196, CPP - No sistema acusatório puro o juiz não pode mandar fazer prova, e aqui pode. - Art. 402, CPP. - Art. 311, CPP (o juiz pode pedir prisão preventiva de oficio) - Art. 384, CPP - Art. 385, CPP - Eles querem dizer que tem uma primeira fase que influencia no processo. - Ele ta questionando o que acontece dentro do processo. - O juiz não faz a gestão; quem faz são as partes. LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO - Temos 3 sistemas para resolver processos no tempo: Conflitos de lei no tempo: eu tenho 1 lei e vem outra. 1. SISTEMA DE UNIDADE PROCESSUAL: - Eu aplico uma lei no inicio do processo até o final. - Começou o processo com a lei X, ele vai até o final com a lei X, embora tenho entrado em vigor a lei Y. 2. SISTEMA DE FASES PROCESSUAIS: - Aplico a lei durante a fase processual - Quando vc inicia uma fase com uma lei, ai termino essa fase com a mesma lei. Se entrar uma nova lei, eu primeiro vou terminar a fase que eu estava com a lei antiga, e na próxima fase eu aplico a lei nova. - Dura até a fase terminar. 17 3. SISTEMA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS / VALIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS / APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS / EFEITO IMEDIATO / APLICAÇÃO IMEDIATA / “tempus reget actum” – o ato processual é regido pela lei que esta em vigor ao tempo dele; - É o que pregamos no Brasil; - Art. 2º, CPP. Diz que quando entrar uma lei processual penal em vigor, amanha quando entrar algo eu já tenho que aplicar a lei nova. O que eu fiz antes da lei nova já era; - Aplicação é imediata; - Aqui tem que aplicar a lei que esta em vigor no tempo do ato; - OBS: Retroatividade da lei penal mais benéfica SÓ NO DIREITO PENAL, no processo penal não. (se aplica de hj para frente) - OBS: lei de introdução ao CP - DL 3931/41 – se você vai entrar com um recurso, e a lei anterior prescrever prazo maior você usa ela, se a lei nova prescrever prazo maior você usa ela. – Art. 3º; Art. 11; Art. 6º. Esse é o sistema valido para as normas processuais penais puras, próprias, comuns, genuínas. – Aplica como regra o art. 2º (quando a norma for pura...) 4. NORMA HÍBRIDA; MISTA; DE CONTEÚDO MISTO; PROCESSUAIS DE EFEITO MATERIAL; IMPURAS/IMPRÓPRIAS: - Tem dentro delas conteúdo material e processual). - Art. 366, CPP -> se eu procuro o cara para citar, se ele não foi encontrado, então ele não conhece a acusação. suspende o processo (caráter processual) e a prescrição (caráter material) - Norma híbrida: Não da pra quebrar no meio. Se vc quebra no meio vc tem um outro sistema. A norma tem que ser aplicada por inteiro. Quem decide é a parte material. - Norma de caráter Material: tudo que estiver ligado a direito de punir estatal. - Norma de caráter Processual: quando a norma fala “suspende o processo” ela é simplesmente processual. - RHC 105730/RJ – STF – Teori Savaski 18 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO - Art. 1º, CPP : extraímos duas regras: I - a) P. da Territorialidade Absoluta: em todo território nacional é um CPP só; b) P. da Unidade: não temo CPP estadual. - EXCEÇÕES: a) Tratados, convenções e regras de direito internacionla tem alguns que não respondem pela nossa lei. “ Embaixadores, secretários de embaixadas, funcionários de organizações internacionais (ex:ONU)/ os familiares de todos tem imunidade absoluta. Respondem pela lei do seu pais. Penal e processual. Essas prerrogativas não são concedidas ás pessoas e sim ao pais. O pais pode abrir mão dessa imunidade. - País que manda o embaixador: = pais acreditante - País que recebe o embaixador: = pais acreditado. - Quando se tratar de cônsul a imunidade é relativa, ou seja, ele responde aqui só por crimes comuns; II - São crimes de responsabilidade; não são crimes de natureza penal. III – Crimes na justiça militar – CPPM – Não aplica diretamente e sim subsidiariamente. (quando faltar a legislação tem que aplicar o CPP, logo é aplicado subsidiariamente.) IV – Tribunal Especial. (não existe mais Tribunal Especial, proibido pela CF.) V – Processo por crime de imprensa (foi revogada) - Utilizar apenas os incisos I, II e III. 19 INQUÉRITO POLICIAL 1. PERSECUÇÃO PENAL: - “Persecutio Criminis” - Perseguição Penal. Toda atividade que eu desenvolvo para perseguir um crime. - É um dos instrumentos que eu uso para fazer a investigação, tem outras formas de investigação. A persecução é bifásica: a) Fase Policial: fase preliminar; preparatória. (é um gênero) - inquisitiva; Inquérito Policial - investigação; b) Fase Processual (in judicio – em juízo) AÇÃO PENAL. Eu vou em juízo; é a fase final para processual. Temos 2 policias que atuam: a) Administrativa: = policia de segurança aquela que faz o policiamento preventivo, ostensivo. Objetivo: evitar que os crimes aconteçam. (Polícia Militar) b) Judiciária: tem a missão do pós-crime (Aspecto Repressivo) – a policia que vai verificar a autoria e materialidade. Existe para apurar o crime. - Art. 144, §4º, CF - Art. 13, CPP. Policia Federal: Art. 144,§ 1º, CF –- Lei 10.446/02 20 2. CONCEITO: - É o conjunto de diligências realizadas pela policia judiciária para apurar uma infração penal (materialidade – existência do crime; e autoria – quem foi o autor), afim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. - Art. 155, CPP. - Não existe verdadeira prova no I.P, serve para vc reunir elementos informativos. Só chamamos de provas quando passa por contraditório. No I.P não tem contraditório. - I.P é onde fazemos a persecução penal; - Posso fazer uma prova antecipada durante o inquérito? Sim, mas ai é o juiz que faz. - Delegado colhe elementos informativos. 3. FINALIDADE: - Reunir(coleta) elementos informativos de materialidade e autoria. Para que o titular da ação penal forme a “opnio delicti”, forme a convicção de que o crime existiu. Quem tem a “opnio delicti” é o promotor. - É de dar a justa causa para a ação penal. Justa Causa (Fumus delicti). Eu tenho que ter em mãos de que o crime aconteceu. Jogou em juízo, juiz leu, não tem justa causa, não vale. - Justa Causa (materialdiade + autoria) prova do crime + indícios de autoria. 4. NATUREZA JURÍDICA: - Procedimento Administrativo; - Caráter Informativo; - Preparatória – Ação penal. 5. DESTINATÁRIOS: a) Direitos/Imediatos: (quem vai dirigir a ação) MP; oficial; representante legal / ofendido 22/08/18 21 b) Indireto/Mediato: juiz – 155 (juiz ao proferir a sentença com base neste art. 155, CPP; juiz só pode usar informações subsidiariamente, desde que tenha sido alvo do contraditório.) 6.CARACTERÍSTICAS: a) Discricionariedade: é na escolha que o delegado faz, das diligências que ele faz no caso. Ele tem uma escolha de diligências. da uma discricionariedade, não segue uma ordem. - Art. 6º e 7º do CPP. (não estão todas as diligências do delegado) - Art. 14 - Exceção: Art. 13,II, CPP / art. 184 – 158, CPP. Art. 7º, XXI, da lei 18906/94 - Exceção: art. 13, II: se juiz ou promotor requer a diligencia, o delegado não tem diligencia, tem que fazer; art. 184: exame de corpo de delito não pode falar que não vai fazer (perderia o crime, porque não teria materialidade), porque o diz art. 158: infração deixar vestígios materiais (perceptível aos olhos) não precisa de corpo de delito; art. 7º, XXI, a: garante ao advogado no inquérito fazer quesitos para pericia e apresentar razões (Estatuto do Advogado Lei nº8906/94). E se o delegado falar não para o advogado? Art. 5º, §2º do CPP: por analogia poderia fazer recurso para chefe de polícia, mas também pode ajuizar mandato de segurança perante o juiz, que ira julgar esse não do delegado. b) Procedimento Escrito: art. 405, §1º,CPP - RHC 53294/RJ – STJ - Art. 9º, CPP: todas as peças do inquérito. Quase todas as delegacias de SP já estão no sistema digital, os inquéritos são digitalizados, então não da pra datilografar. Tem casos que a audiência já é gravada, logo não é transcrito. P. De Legalidade Estrita: teria que falar que tudo deveria estar escrito, caso usasse esse princípio. Art. 405, §1º do CPP: se pode fazer isto na fase processual, porque não poderia no inquérito, grande questão de diversos autores. Julgado do STJ RHC 53294/RS: não precisa transcrever a quebra do sigilo telefônico, apenas que dizer que a defesa teve acesso as gravações. 22 c) Procedimento Sigiloso: i) Nosso sistema processual tem como fundamento publicidade; ( art 5º, XXXIII e LX, CF // art. 93, IX, CF // art. 8º, 5 da CADH. - Juiz pode limitar publicidade, mas não pode ser absoluta. Art. 792, CPP. ii) Inquérito Policial: art. 20: autoridade assegurara no inquérito o sigilo necessário para o interesse da sociedade, da investigação exigir, portanto se não for necessário, será público. É uma exceção. Regra: público. iii) Espécies de sigilo: - Externo: é aquele que é dirigido ao publico em geral; - Interno: imposto ao investigado e ao seu advogado. acesso do advogado – art 7º, XIV do Estatuto de advocacia (Lei 8906/94) acesso à investigação pelo advogado que patrocina os interesses do investigado. Esse acesso é limitado ou ilimitado? Acesso apenas aos elementos que envolvem meu cliente investigado, não tenho acesso a informações de terceiros (ED/HC 94387/RS; Reclamação 13215/SP) . Autoridade Competente: SV. 14 STF: direito do defensor no interesse do representado ter acesso amplo aos elementos de prova já documentados que digam respeito ao direito de defesa. Art. 792, §1º do CPP: limita e não da publicidade a audiência, publicidade externa apenas. Art. 20 trata do sigilo interno. Art. 7º, §11, Lei 8906/94: limita acesso do advogado. Autoridade competente que limite: autoridade que faz investigação, prevalece que é o delegado (corrente majoritário – nossa jurisprudência); outros dizem que competente é o juiz (corrente minoritária – Aury defende isso). Apenas no estatuto do advogado possui essa autoridade competente. Quem vai examinar o que é de interesse do investigado? A autoridade que vai falar se sim ou não, ele que vai falar do que é de interesse do investigado. Por isso muitos dizem que o competente deveria ser o juiz. Usaria na vida o mandato de segurança, mas não admite instrução probatória. O ideal seria já 23 no mandato tentar demonstrar ao juiz porque aquilo é importante, pois o direito aqui tem que ser liquido e certo. É o instrumento que se usa. Se delegado falar não terá acesso ou que não é interesse do seu investigado, único caminho que tenho é o judiciário e a via o mandato de segurança. Deixar claro que aquilo é imprescindível. O que é documentado? Se faço escuta telefônica e esta no meio, ela não esta documentada, se tiver acesso no meio, acabou o telefone. Se tiver acesso quando a busca e apreensão for inicial não tem nada lá. Documentado é quando chega ao fim da diligencia e leva aos autos. d) Oficialidade: órgão da persecução penal é um órgão público oficial (polícia judiciária). É um procedimento que é desenvolvido por um órgão oficial que atua de oficio. e) Oficiosidade: atuar de oficio – crime de ação penal pública incondicionada (autoridade policial pode instaurar inquérito de oficio e depois sua diligencias encaminha de oficio, não precisa ser provocado) – tudo é feito de oficio. Mas quando trata-se de crime de ação penal pública condicionada a representação ou ação privada, apenas a instauração não é de oficio, autoridade oficial tem que ser provocada, após ser provocada o inquérito vai de oficio, ou seja, diligências são todas de oficio. f) Dispensabilidade: inquérito policial não é condição de procedibilidade para eventual ação penal. Pode ter ação penal sem inquérito. Art. 12, do CPP; art. 39, §5º; art. 46, §1º (posso ter inquérito mas não sou obrigado). Sempre tem que ter justa causa (é a prova do crime e indícios suficientes de autoria e não pode estar extinta a punibilidade, se não tiver esses requisitos tem que fazer inquérito, torna-se necessário, não obrigatório – art. 395, III do CPP – faltou justa causa o juiz não recebe a inicial). g) Obrigatoriedade: relacionada ao delegado, significa que se alguém traz ao delegado noticia de um crime, ele tem que obrigatoriamente instaurar o inquérito. Não quer dizer que o inquérito que é obrigatório, pois ele é 24 dispensável. O que é obrigatório é o delegado instaurar o inquérito caso alguém traz a ele a prova de um crime. h) Indisponibilidade: Depois que instaura não pode sumir com o inquérito, delegado não tem poder de arquivar inquérito, tem que morrer na mão do promotor ou juiz. Art. 17 do CPP. i) Autoritariedade: vem de autoridade, quem toca inquérito é delegado, que é autoridade pública, art. 144, §4º da CF j) Inquisitivo: porque não tem contraditório e nem ampla defesa. Nosso sistema é acusatório, não é o pleno, mas é acusatório. É garantido o contraditório e ampla defesa apenas no processo, existe um pequeno caminhar para um contraditório preliminar, basta lembrar da S.V. 14 do STF – diz que não pode obstar o acesso do advogado aos elementos já produzidos no inquérito, acesso da defesa ao processo. Art. 7º, XXI, a, do Estatuto da Advocacia, Lei 8906/94 – advogado pode acompanhar o acusado, apresentando quesitos a pericia. 7. ATRIBUIÇÕES: Quem tem competência? Atribuição para o inquérito? O delegado que opera na circunscrição territorial faz on inquérito – art. 4º, caput, do CPP. Critério material crimes que são de atribuição da polícia federal, o que não for da federal é da polícia estadual. Obs.: polícia municipal esta dentro do critério administrativo. Dentro da circunscrição territorial, posso fazer distribuição em razão da pessoa – delegacia especializada da mulher; do idoso; do consumidor do meio ambiente; do turista. - a) Critério Territorial - b) Distribuição em razão da matéria - c) Distribuição em razão da pessoa 25 8. PRESIDÊNCIA: - Quem preside o inquérito é a autoridade policial não podendo ser o promotor (não impede que ele faça a investigação). - STJ – HC 190146/MG – promotor pode colher elementos não pode presidir inquérito. - Investigado do crimefor promotor ou juiz, quem faz o inquérito é a instituição, ou seja, o MP ou Judiciário. - MP – art. 221 da LCE 734/93 – quando o promotor é investigado. Regula o MP de SP. - Art. 222 – inquérito contra promotor ou juiz. - Judiciário – art. 33, § único, da LC 35/79 lei orgânica da magistratura. 9. VALOR PROBATÓRIO DE UM INQUÉRITO: - Valor probatório relativo porque não há contraditório e ampla defesa, logo não pode dar valor absoluto. - Art. 155 – no inquérito policial não colhe provas, colhe elementos informativos. Prova é aquilo que passou por contraditório, por isso juiz não pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos do inquérito, pois fundamentaria sua decisão em não prova. Pode usar o que tem no inquérito desde que compatível com as provas. - O juiz pode usar elementos colhidos no inquérito para fundamentar decisão? Sim, mas não exclusivamente, se fizer isso, o Tribunal revê. - Agora usar elementos do contraditório + do inquérito para reforço, tudo bem - Prova Antecipada – prova mesmo – Prova durante inquérito, mas perante o juiz, com contraditório, ex.: testemunha que tem apenas 1 mês de vida, peço para juiz produzir antecipadamente a prova, faz uma audiência como se fosse processo, com contraditório, ai a prova esta feita, mesmo que não há a ação penal. Essa prova antecipada é cautelar (antecede em beneficio do processo), há divisão, mas esses dois conceitos se misturam. JUIZ PARTICIPA E ANTECIPA CONTRADITÓRIO. - Prova Cautelar – prova que faz antes para ser discutida depois com o contraditório ferido, ex.: escuta telefônica, não tem como ter contraditório senão a 26 pessoa não fala, faço prova para usar depois no processo, logo contraditório é depois; busca e apreensão. JUIZ NÃO PARTICIPA E TENHO CONTRADITÓRIO POSTERIOR. QUALQUER OUTRA PROVA QUE SE FAZ SUBMETENDO-SE A CONTRADITÓRIO DIFERIDO. - Prova Irrepetível – polícia/pericia faz e não da para repetir, ex.: exame do local do delito. TEM CONTRADITÓRIO DIFERIDO. 10. VÍCIOS DO INQUÉRITO: - Eventual vicio do inquérito não contamina a ação penal. - Agravo Regimental no recurso HC 151141/RS – nulidades processuais só podem ser invocar em juízo, nunca em inquérito. - Excepcionalmente: pode-se soltar a pessoa, temporária tem prazo, enquanto definitiva não, pode retardar termino do inquérito e retarda o prazo do sujeito ficar preso. - Vício do inquérito não reflete negativamente não ação penal. - PROVA, exemplo – delegado de policia recebeu uma noticia, fez tal coisa: 1) conduta esta certa ou errada e porque? Crime de ação penal pública condicionada e pede retratação da pessoa, está certo? Não. 11. INQUÉRITOS NÃO POLICIAIS: - Art. 4º, §único - A) CPI – PODE FAZER O INQUÉRITO. - B) TERMO CIRCUNSTANCIADO – INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – Lei 9.099/95. Quem pratica crime é o autor do fato (ele não precisa falar, quem é imputado a algo pode-se reservar ao direito de ficar calado). - Quando tem infração de menor potencial ofensivo, pode instaurar o inquérito? Sim, pois para instaurar TC precisa ter identificado vítima e autor do fato. Quando não tem autoria esclarecida, crime não esclarecido, não pode lavrar TC, tem que ser inquérito. Agora se tem a certeza de ser infração de menor potencial ofensivo é TC, NÃO PODE ESCOLHER. Inquérito apenas quando se tem duvida da autoria, do crime. - C) INQUÉRITO POLICIAL MILITAR – art. 8º do Código de Processo Militar 27 - D) INQUÉRITO QUANDO TENHO PROMOTOR OU JUIZ SENDO INVESTIGADO. - E) INQUÉRITO CIVIL – instaurado na área civil, para investigar crime contra ambiente, consumidor, entre outros. Art. 129, III da CF. Quem preside é o promotor, ele que faz as diligencias. O promotor ambiental faz a ação civil pública e manda copia para promotor penal e faz a denuncia. APN 537/MT – promotor promoveu denuncia com base em inquérito civil. STF QO/APN 945/AP – perfeitamente possível denunciar sujeito criminalmente com base no inquérito que o promotor fez. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 1. Tudo começa com uma noticia de um crime, do fato = “Notitia Criminis” – pode ser que tenha essa noticia sem ser provocada (passei na rua e ouvi uma conversa) ou pode ser que eu tenha sido provocado por alguém. 2. ESPÉCIES: Imediata; 2.1. Notitia Criminis de Cognição: (art. 5º, I) Espontânea; Mediata; 2.2. Notitia Criminis de Cognição (art.5º, II) Provocada; a) Requisição do MP ou JUIZ. b) Requerimento do ofendido do representante legal: art. 5º, II. – recurso administrativo – chefe de polícia. c) “Delatio Criminis” – art. 5º, §3º - Pode ser: 28 c.1) Inqualificada – anônima. – STJ RHC 64425/SP; RHC 52102MG; RHC 106152/MS; c.2) Postulatória – art. 5º, §4º - a representação da vitima e do representante legal; e a requisição do ministro da justiça são condições de procedibilidade. – Não pode continuar o inquérito sem isso. 2.3. Noticia criminis de cognição coercitiva: - O flagrante leva a instauração do inquérito. DESENVOLVIMENTO DO INQUÉRITO 1. Eu sempre tenho uma PEÇA INAUGURAL Requisição/ Representação/ Flagrante; Portaria. 2. DILIGÊNCIAS: art 6º e 7º do CPP. – Não existe um procedimento, é meio a olhometro. Não tem uma ordem definida. Art 201, CPP – esse “sempre que possível” no art é dirigido ao juiz. Art. 158 Art .167 Art. 184 – a autoridade não pode negar o exame de corpo de delito. 3. INDICIAMENTO: a) Definição: É o ato procedimental pelo qual a policia indica formalmente que aquele investigado é o possível autor da infração. 29 b) Atribuição: quem faz é o delegado. – art 2º, §6º da lei 12.830/13 – HC 324395/SP STJ; - HC 115015/SP STF c) Motivar: eu tenho que motivar. Tem que dizer o porque acha que tem que indiciar. Indícios de autoria; Prova Crime. d) Espécies: - Direto quando o sujeito esta presente; - Indireto por algum motivo o sujeito não esta presente; e) Fases: - Auto de qualificação e interrogatório: art 6º, V. Não é o mesmo interrogatório da fase judicial. Aqui é fase policial. Primeiro eu qualifico e interrogo; - Colheita de dados da vida pregressa – Pregressamento; art 6º, IX DESENVOLVIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 1. PEÇA INAUGURAL: 2. DILIGÊNCIAS (art 6º e 7º) 3. INDICIAMENTO: tem uma sequência. É dentro do inquérito policial. a) CONCEITO: É um ato procedimental. O indiciamento não é obrigatório. b) ATRIBUIÇÃO: é do delegado de polícia. – art 2º, § 6º - lei 12.830/13 c) MOTIVAÇÃO: Sempre tem que ser motivado. Pq eu tenho que fundamentar? Eu só posso indicar que aquela pessoa é a provável autora do delito se eu tenho elementos para isso. Para você indiciar tem que ter elemento, e o delegado tem que indicar esses elementos. Não existe a figura do indiciamento pós denuncia. - Normalmente o indiciamento vem ao final da investigação. 11/09/18 30 d) ESPÉCIES: Temos o indiciamento DIRETO e INDIRETO; e) FASES: i) Qualificação e interrogatório ii) Pregressamento; - colheita dos elementos da vida pregressa. iii) Identificação Criminal – a pessoa que está identificada civilmente (RG) não precisa passar pela identificação criminal. 4. DESINDICIAMENTO: é possível. Se eu ver que eu indiciei errado eu posso voltar a trás. Art. 304, §1º, CPP. 5. VEDAÇÃO AO INDICIAMENTO: existe. Quando a legislação especifica determinar. 6. INCOMUNICABILIDADE: art 21, CPP. Grande parte da doutrina majoritária diz que não existe mais, especialmente em relação aos advogados. Mesmo que a pessoa esteja presa, ela tem direito de manter contato com o seuadvogado. HC 368.217 – MA – STJ 7. CURADOR AO MENOR: Art 15, CPP – antes se o cara tinha de 18 a 21 anos ele tinha que nomear um curador. Depois do CC de 2002 a pessoa maior de 18 anos é totalmente capaz. – Esse artigo não é aplicável mais. 8. PRAZOS: Art. 10, CPP. – a) Regra Geral 10 dias improrrogáveis (prazo penal) se a pessoa esta presa; e 30 dias se ele esta solto. A contagem do prazo se da a partir do dia que se da a ordem de prisão. Quando o cara está preso eu posso pedir dilação de prazo? pode, mas o cara tem que soltar. STJ – Ação Penal (APn) 869-DF. 31 b) Prazos especiais: - Inquéritos a cargo da policia federal. (art 10, da lei 5010/66) - Crime contra a economia popular. (art 10, §1º, da lei 1521/51) - Lei de drogas (art 51, da lei 11.343/06) - Inquéritos Militares (art 20, caput e § 1º do CPPM) c) Contagem de prazos: contar nos termos do art 10, conta a partir do dia que vc cumprir a prisão, se foi preso na sexta, o 10º dia vence no domingo. São dias corridos, logo tem que remeter o inquérito no dia. Não prorroga. Encerra-se em dia não útil. Ex: acaba no sábado, tem 5 dias para baixar a denuncia. 9. ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO: Quando o delegado conclui o inquérito, ele faz um relatório circunstanciado, meramente descritivo, no qual ele faz um resumo das diligencias e não emite juízo de valor. EXCEÇÃO: lei de drogas. 11.343/06 - exige que a autoridade policial indique as razões que a levaram à classificação delitiva. Tenho que dizer porque eu acho ou não acho que é trafico. A autoridade pode pedir pela preventiva da pessoa. Pode fazer uma representação pela preventiva, - juízo de valor. Vai dizer o porque o cara tem que ser preso preventivamente. Requerimento x Representação: no requerimento você faz o pedido e a autoridade que vc esta se dirigindo tem que responder. i) RELATÓRIO: - Nada impede que o delegado faça. - O delegado tem que fazer juízo de valor. - Relatório é meramente descritivo, com exceção da lei de drogas. - O delegado representa; - Requerimento: exige resposta - Representação é diferente de requerimento. 12/09/18 32 ii) O ENCAMINHAMENTO DO INQUÉRITO É FEITO DIRETAMENTE AO MP. - Recurso e mandado de segurança 45165/SP – 2015 iii) CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA: - Quando o crime é de ação penal privada, o inquérito deve ser instaurado a requerimento da vitima ou do ofendido. - Deve ser provocado. - Instauração de inquérito não interrompe , não suspende o prazo decadencial da queixa. - art 19, CPP. – fica em cartório. - PROVA: Se a vitima requerer o arquivamento, ela renunciou ao direito de queixa; e acarreta a extinção de punibilidade. Se a vitima deixar escoar o prazo de 6 meses, operou-se a decadência e também a extinção de punibilidade. iv) CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA: - Quem é que vai funcionar? O MP. - O inquérito cai na mão do MP. - Qual é primeira providencia que o MP vai fazer? 1º - Oferecer a denuncia (e o juiz vai ver se recebe). Quando vc oferece a denuncia você já da inicio a futura ação penal. 2º - artigo 16. - Pode requerer diligências imprescindíveis ao oferecimento da denuncia. - É possível devolver o inquérito para você pensar mais? - Quanto tempo eu tenho para fazer a denuncia quando o cara esta preso? - 15 dias (seja simples ou complicado) Art. 19. - Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 33 v) . 3º - Posso alegar falta de atribuição e dirigir para outra pessoa - PJ/PR . Aqui eu não estou discutindo competência e sim atribuição. 4º - E se eu entender que aquele juiz que eu estou trabalhando n é o competente eu requeiro a remessa do inquérito policial para o juízo competente. EX: imagine que caia na minha mão um IP e eu entendo que é da alçada federal, eu tenho que fazer a remessa para eles. É um crime que cabe a justiça federal decidir. OBS: E se o juiz entender que ele tem competência? Conflito de atribuições. - Conflito de competências. - Conflito de atribuições. - O STF tem dito que o juiz tem que aplicar o 28 por analogia e mandar para o procurador geral da republica ou do estado. - Art 13, II, CPP; Art. 16. - O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. eu tenho que indicar quais são as diligências que eu quero., quais são as prividências. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da prisão preventiva. 34 - Eu tenho 30 dias para dar a prescrição. - A primeira vez que eu mando para uma autoridade, eu “peço”. Se ele não atender meu pedido, eu “requisito” – ordem. PROVIDÊNCIAS QUE O MP DEVE TOMAR: 1º oferecer denuncia. 2º art 16, CPP 3º falta atribuição – outro PJ/PR 4º eu requeiro a remessa do inquérito policial para o juízo competente; 5º eu “requeiro” o arquivamento para o juiz – só ele vai apreciar (aqui estou fazendo para outra instituição que não a minha); já no inquérito civil eu “promovo” a) Quando eu promovo o arquivamento? Quando n tiver justa causa para a denuncia; não tem autoria, materialidade, esta extinta a punibilidade. – Art 395, CPP e aplico por analogia. SITUAÇÕES QUE EU ARQUIVO: - Falta de autoria;; - Inexistência do crime; - Fato atípico; - Extinção de punibilidade (é um pouco diferente). - O juiz tem que decretar antes de mandar pro arquivo. - Excludente de culpabilidade, eu tenho que fazer a denuncia ou não? Sim. O juiz vai sentenciar lá na frente, aplicando medida de segurança ou não. - Excludentes de ilicitude. 35 b) Quando o arquivamento é feito por fato atípico ou extinção da punibilidade faz coisa julgada material, não pode mexer mais. A decisão do juiz é imutável. c) Quando o ARQUIVAMENTO É POR FALTA de prova do crime da autoria coisa julgada formal. Eu posso fazer diligências e reabrir ele lá na frente. Se eu reunir novas provas eu posso ate oferecer a denuncia. d) Na excludente de culpabilidade: não cabe arquivamento. e) Se for excludente de ilicitude: o STF diz que pode reabrir o inquérito pós arquivamento,.O STJ diz que não pode. f) ARGUMNETAR DE OFÍCIO? Não pode, mas no STF acontece; g) E SE HOUVER DISCODÂNCIA DO JUIZ COM O PEDIDO DE ARQUIVAMENTO? – art 28. A discordância do juiz joga no Procurador Geral. Ai vai designar outro promotor para fazer. O outro promotor pode falar não? Não posso, ele será obrigado a fazer, porque ele não age como órgão próprio. - Como funciona se o IP está na mão do Procurador Geral? O tribunal de justiça acolhe. h) DESARQUIVAMENTO: Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamentodo inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 36 - Posso desarquivar IP? Sim, se eu tiver novas provas (no sentido material substancial e não no sentido formal). Que destoem daquelas que já foram feitas e ... - Se eu arquivei por falta de prova pode reabrir. - Se eu arquivei por fato atípico não pode abrir. - Já na excludente de culpabilidade, já foi processo, inquérito já não existe. - Art 18, CPP - Sumula 524, STF AÇÃO PENAL CONCEITO: - “É o direito público subjetivo de pedir ao Estado juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto (a uma infração penal que foi cometida). CARACTERÍSTICAS: a) Direito Autônomo não pode confundir o direito de ação (é autônomo, é um direito instrumental, é o instrumento que eu uso para que o juiz aplique o direito penal ao caso concreto) com o material (é aquele que vc quer que aplique) b) Abstrato vc pode se falar do direito de ação ainda q vc n seja o vencedor. Não depende do resultado do processo, pode ser que eu não ganhe a ação) c) Subjetivo ele é sempre apoiado no sujeito q vai em juízo – no caso é o MP quando se trata de uma ação penal pública ou o oficial de justiça quando é privada. d) Público quando vc aciona, vc aciona para que o Estado/Juiz se manifeste. O exercício que vc provoca é uma atividade pública. e) Instrumental Ação penal é um meio que eu uso para que o direito penal seja aplicado. Aplica direito penal objetivo ao caso concreto. 18/09/18 37 CONDIÇÕES DA AÇÃO: - Condições são condicionantes, requisitos que eu exijo para que eu tenha o direito de ação. Temos um problema, o CPC não fala mais disso. - Art 395, II CPP - Tenho condições da ação genéricas ou específica/especiais 1. CONDIÇÃO GENÉRICA/GERAIS: São exigidas para toda e qualquer ação penal. - são condições da ação: 1.1. Interesse de agir – necessidade, adequação, utilidade - eu tenho necessidade de ir ao juízo para aplicar o direito penal ao caso concreto. Tem que passar pelo devido processo legal. O interesse de necessidade é presumido, não preciso impor pena se não for pelo devido processo legal. / Interesse de adequação: tem que mover a ação adequada que vc pretende – ação penal condenatória – quando vc que impor a pena tem que mover uma ação penal condenatória / Interesse Utilidade – vc moveria uma ação penal quando estivesse extinta a punibilidade? Diante de um fato atípico? 1.2. Legitimidade: “Ad Causam” - ativa (MP - ação pública / Vítima ou seu representante legal – ação privada) e passiva (colocamos no polo passivo aquele que as investigações indicam como provável autor do crime, vc só vai ter certeza depois do devido processo legal). 1.3. Possibilidade Jurídica do Pedido: o pedido tem que estar previsto no ordenamento, o único pedido que eu faço quando eu entro com uma denuncia é a condenação. O processo civil permite todo o tipo de pedido. No processo penal só condenação. Pena vc pede nas alegações finais, nenhum promotor pede pena nas iniciais, somente se pede a condenação. - O pedido só não seria possível se eu tivesse um fato atípico se for extinta a punibilidade ou ilicitude. 1.4. Justa Causa – art 395, III, CPP – é uma das condições da ação no processo penal. – É uma das possibilidades em que eu posso refutar a inicial. – Tem 38 que ter o mínimo probatório de autoria (polo passivo – aqueles que indiquem o autor do crime) e materialidade. 2. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS/ESPECIAIS/DE PROCEDIBILIDADE: Condição que algumas ações penais exigem para que eu possa proceder. São condições para que ajuizar a ação, sem ela eu não posso proceder. 2.1. Representação da vítima ou do representante legal; 2.2. Requisição do Ministro da Justiça. 2.3. Novas Provas – CPP, art 18 - Para desarquivar eu preciso de novas provas. Para eu oferecer denuncia eu preciso de novas provas. Então novas provas é uma condição de procedibilidade. 2.4. Lei de drogas – 11.343/06 – art 50,§ para eu lavrar o flagrante eu tenho que ter um laudo de constatação prévia, provisória – apontando que aquilo é droga. Condições de procedibilidade é tudo aquilo que a lei exige para que possa entrar com a ação 3. MOMENTO EM QUE O JUIZ APRECIA SE AS CONDIÇÕES DA AÇÃO ESTÃO PRESENTES: art 395, II, III – CPP - a maioria da doutrina e jurisprudência : o momento é o 395, se ele não viu problema ele recebe a inicial, se ele recebeu agr ele só poderia enfrentar mérito. - STJ: no RE 1318.180 / DF – admitiu rejeição pós recebimento – Prof não concorda com isso. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 39 - art 397, CPP – absolvição sumária - art 330, I, CPC – P.I for inepta é indeferida. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES: 1. Conforme a NATUREZA do processo: - Ação de conhecimento – quando é uma ação penal condenatória - Ação de execução – aqui falamos da execução da sentença condenatória definitiva. - Ação cautelar – no processo penal eu tenho o HC preventivo, para evitar a prisão. 2. Conforme a TITULARIDADE do direito de ação: - Ação Penal Pública Incondicionada Condicionada - Ação Penal Privada; 3. Ação Penal Pública INCONDICIONADA: a) Titularidade: É aquela que a titularidade é do MP, ele promove essa ação sem nenhuma condição. Prescinde da manifestação de vontade da vítima ou do seu representante legal. b) Princípios Informadores: b.1) Obrigatoriedade / Legalidade – o MP não pode se conduzir pelo critério de conveniência e oportunidade, eu tenho que obrigatoriamente ajuizar a ação.Ele pode não ajuizar a ação, mas tem que fundamentar o porque do não. b.2) Indisponibilidade – eu posso não propor a ação; agora se eu propus eu não posso desistir. Art 576, CPP – o MP é obrigado a recorrer? Não; mas se recorrer não pode desistir. Se eu entrar com o recurso não posso voltar atrás. - Suspensão – o MP oferece a denúncia / faz a proposta na denuncia. 40 b.3) Oficialidade: o MP é um órgão oficial. b.4) Autoritariedade: o promotor é uma autoridade pública. b. 5) Oficiosidade: Porque eu ajo de oficio, sem ser provocado. b.6) Indivisibilidade: eu tenho que acionar todos os autores do crime. Eu tenho que dar soluções para todos. Se eu tiver 5 indiciados, eu tenho que me referir aos 5. Eu posso denunciar 3, e arquivar em relação a 2. Eu tenho 5, e tenho 3 que eu tenho certeza. b.7. Intranscedência /Pessoalidade/ Personalidade: a ação penal tem que ser movida contra autor e partícipe. Não pode atingir terceiros. 4. Ação Penal Pública CONDICIONADA: a) Titularidade: É o MP que é o titular. Ele depende de autorização davítima ou do seu representante legal (não tem na outra) – não pode de oficio entrar com a ação. b) Princípios Informadores: são os mesmo da A.P.P. INCONDICIONADA. c) Representação: é uma condição de procedibilidade; é uma condição especial – sem a qual o MP não pode proceder a ação.- é preciso para o alto de prisão em flagrante; inquérito policial – você não pode nem prender a vítima se não tiver autorização. d) Destinatário da representação: art. 39, §4º e 5º, CP. e) Formalismo: Não precisa ter formalismo. Os dois grandes tribunais dizem que basta que a vitima demonstre que quer processar a pessoa. – Art. 39, § 1º permite que seja oralmente; só que se eu deixar só oral eu tenho que provar com testemunhas depois que fez, por isso a gente coloca por escrito. - STJ - Agravo Regimental – no HC 233.479/MG 19/09/18 41 f) Contagem do Prazo para a representação: art 38, CPP – 6 meses – prazo decadencial (o não exercício gera a extinção de punibilidade – art 107,CP) – Vc vai contar o prazo nos termos do art 10, CP. O dia do começo conta, o dia do vencimento não. Se vencer no fim de semana não vai para segunda-feira. - Uma vez dada a representação para inquérito ela vale. - Quando vc representa, você representa pra tudo. - Começa a contar a partir do dia que você sabe quem é o agente. g) Menor de idade: ART 34, CPP (antes era assim). Se o sujeito tem 18 ou mais, só ele representa. Se ele tem menos de 18, pode ser o representante legal (6 meses). Art. 39. -O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. § 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. § 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. 42 OBS: A prescrição corre normalmente. h) Substituição Processual: art 33, CPP. – vale para representação. Aqui vale para se a pessoa é menor e NÃO tem representante. Você pode nomear um curador especial. i) A representação vincula o MP? Ele é obrigado a fazer a denuncia? Não. A representação é uma autorização para eu proceder e não uma ordem para eu proceder. Se eu não for agir eu tenho que arquivar e fundamentar. j) Eficácia Objetiva: é o alcance subjetivo da representação. 5 pessoa praticaram o crime, a vitima representou apenas contra 2, não ofertou contra 3. Se ela fez contra 2 eu só posso agir contra esses 2. – “Embora haja entendimento minoritário no sentido de que, representando a vítima contra parte dos envolvidos (não representou contra todo mundo), deve o MP provocá-la a se manifestar contra os demais, e, permanecendo a omissão, reconhecer-se a renuncia ao direito de representar, operando-se a extinção de punibilidade em relação a todos (Luiz Flavio Gomes e Nestor pensam assim). A posição majoritária (doutrina e jurisprudência) é no sentido de que ofertada a representação contra alguns isso se estende a todos por força da indivisibilidade da ação penal pública.” k) Retratação: é possível? Art 25, CPP. – a representação será irretratável depois de oferecida a denuncia. / art 102, CP – igual. – Pode até o oferecimento da denuncia. Pode se retratar quantas vezes você quiser. Art. 34. - Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. Art. 33. - Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal Art. 25. - A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 43 l) Requisição do ministro da justiça: ex: crimes praticado pelo Presidente; crimes contra honra; Quando ocorre isso geralmente vai correr na justiça federal, mas tem no nosso sistema. Tem crimes que exigem a requisição do ministro da justiça. – Art 7º,§ 3º, “b”, CP. Art 141, I, CP – crimes que precisa da requisição do ministro da justiça. Destinatário: PGR (Procurador Geral da República Prazo: Não tem prazo (é o prazo de prescrição; enquanto não prescrever pode fazer a requisição); Posso me retratar? 2 entendimento (NÃO – se isso é um ato político, não pode dizer que errei – quem diz isso é o autor Tonin // SIM – a lei não proíbe – a doutrina esta mais aqui) Vinculação ministerial: Não preciso de vinculação ministerial – do MP. Eficácia Objetiva: sim. Se vc ofertar para um, atingir os demais. 5. Ação Penal PRIVADA: - É aquela que o nosso legislador procura garantir a intimidade da vitima. - Permite que a vitima entre com a ação. - Eu deixo você decidir até transitar em julgado. (quando há violência muito grande). - Art 106,§2º,CP ( na próxima pagina) - Temperança: quando vc tem um crime que viola a sua intimidade. Prazo: até o oferecimento da denuncia. a) Titularidade: a vitima ou o seu representante legal. Não é o MP (tem papel secundário – aqui ele é um fiscal da lei) Art. 106. - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 44 b) Princípios Informadores: b.1) Oportunidade ou Conveniência: vc decide se entra com a queixa-crime; vc decide se mantém o processo. Se a vítima ficar inerte, e deixar passar o prazo de 6 meses o que acontece? – decadência/ extinção da punibilidade/ art 107, IV CP / art 38,CPP – não se prorroga o prazo. Eu posso ficar quieto, deixar correr o prazo OU eu posso renunciar expressa ou tacitamente ao direito de ofertar a queixa. Você decide se entra com a queixa crime, semantem o processo. Art. 38, CPP: A vítima ou representante legal pode ficar inerte, se isso ocorrer, e deixarem passar prazo de 6 meses para ofertar a queixa (a contar do dia que soube quem era o autor do crime) o que acontece? Decadência, extinção de punibilidade nos termos do art. 107, IV, do CP. Não interrompe, não prorroga, se vence no sábado tem que oferecer queixa no sábado, oferecimento de inquérito não breca o prazo. Requer que queixa aguarde a conclusão do inquérito, faz a queixa e avisa juiz que o inquérito não acabou e pede para ele deixar suspensa a queixa e quando finalizar inquérito, junta os dois. Ou, é possível a renuncia expressa ou tácita ao direito de ofertar a queixa. Renuncia expressa – por escrito (art. 49) Renúncia tácita – art. 50 Inércia da vítima ou querelante (quem promove ação) – Após 6 meses leva a decadência que é causa de extinção da punibilidade. IP não muda o panorama, não suspende ou prorroga o prazo. A renúncia (art. 57) é um ato voluntário, expresso ou tácito, unilateral (não precisa de aceitação), pré processual (o processo não se iniciou) e irretratável (CP, art. 104, caput e 107, V), e exercida em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá (CPP, 49). Tácita: juiz deve analisar bem a situação. Pra ver se o querelante não foi levado a erro. Admite-se todo tipo de prova para renuncia tácita ou perdão (art. 57). 45 b.2) Disponibilidade: – quem pode propor ou não, pode dispor: 1º situação: Perdão (art. 106 do CP) – o perdão é um ato voluntário, expresso ou tácito, bilateral (exige aceitação - permite a recusa), processual (o processo já está em andamento), irretratável e pode ser concedido até o trânsito em julgado da sentença condenatória. - A renúncia ocorre antes, enquanto que o perdão ocorre depois; Art. 106- O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I- se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II- se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III- se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º- Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º- Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2° situação: Perempção – art. 60 do CPP Quais são as situações de perempção? Art. 60.Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos – neste caso promotor pede a extinção de punibilidade com base no art. 107, V, do CP; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 46 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 – prazo conta do dia da morte; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais – ex.: depoimento pessoal dele vítima, ou deixa de pedir a condenação (doutrina diz que deve ser expressa, par não deixar margem a outro entendimento); IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. (art. 37 do CPP); - Pune-se o atraso não justificado. CP – art. 107, V Art. 107- Extingue-se a punibilidade V- pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; o III) Indivisibilidade da Ação Penal Privada Art. 48 do CPP– a queixa contra 1 obriga todos; Art. 45 do CPP – MP pode aditar a queixa porém não pode incluir querelado que o querelante deixou de fora.É aditamento secundário (ex.: corrigir o dia do crime, não pode adicionar questões principais, apenas secundárias). A queixa não pode ser um instrumento de vingança, não pode haver seleção, acusar alguns e outro não. Quem faz o aditamento é a vítima e não o promotor. ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA: 1. Exclusivamente Privada Propriamente Dita - é aquela que a vitima ou seu representante são titulares da ação penal privada. Se morrer, pode entrar o sucessor. (art. 30 e 31 do CPP – art. 38 1º parte) 47 2. Personalíssima – é aquela que não tenha postulado representante legal e não se admite sucessor. Só a vítima pode entrar. (ÚNICO EXEMPLO: art. 236 e p. único do CP – cônjuge enganado). 3. Ação Penal Subsidiária da Pública/ Supletiva/ Acidentalmente Privada – (art. 38, 2º parte) – quando houve desídia por parte do promotor, o promotor deixou passar o prazo para o oferecimento da denúncia/ arquivamento/ diligência.QUANDO PROMOTOR ficou inerte durante prazo que tinha. MP é interveniente adesivo obrigatório. Se achar que a queixa é ruim, MP pode editar, se achar que a queixa e inepta, pode repudiar, e faz uma denúncia substituta. Juiz pode recusar a queixa ou a denúncia. Se houver negligencia do querelante, não tem percepção, MP retoma a ação como parte principal, e se torna o autor da ação – art. 29. Art. 38.Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. - Quando oferecida a queixa, o MP deve intervir no processo. O MP é interveniente adesivo obrigatório. Opromotor pode: aditar a queixa, repudiar a queixa (a queixa é inepta) → denúncia substitutiva. - Se houver alguma negligencia do querelante não há perempção, o MP retoma a ação. - Inicial Acusatória é a denuncia; ou queixa - Seus requisitos formais são – art. 41: o A) Descrição do Fato – chamada de imputação fática (a primeira coisa a fazer é imputar o fato). É a causa de pedir; É obrigatória; Se não defender, é chamada de denuncia vazia; ausência de descrição do fato conduz a inépcia. Não se permite denuncia alternativa – STJ - HC 179927/RJ 48 o B) Qualificação do Acusado ou esclarecimento que permitam a identificação – art. 259. Se não houver identificação é arquivamento por falta de autoria. o C) Classificação do Crime – Tem que narrar os fatos. É apenas uma sugestão que o promotor faz. O entendimento é que não cabe ao juiz modificar a classificação delitiva ao receber a inicial. Se conserta ao final, na prolação da sentença. o D) Rol de Testemunhas – se for o caso. As vezes se prova o crime do por documento. E se promotor esquecer de colocar testemunhas? Fica na mão do juiz, art. 209 do CPP. Mas há precedentes do STJ, RHC 37587, que admitiu antes de citação adicionar o rol de testemunhas. o E) Prazo: Denuncia – 5 dias se tiver preso ou 15 dias se tiver solto. Queixa – 6 meses, se acabar tem decadência. Preso – 5 dias, mesmo prazo da denuncia. SEGUNDO BIMESTRE SUJEITOS PROCESSUAIS: São os autores do processo, quem ira atuar. Introdução O nosso Processo é do tipo acusatório. Mas na pratica não é acusatório, apenas constitucionalmente falando é. A marca registrada de um processo acusatório é a separação das funções de acusar; defender e julgar. Analisando nossa legislação – CPP – na pratica não tem esse viés acusatório puro, pois temos iniciativa do juiz, coisas que permitimos ao juiz (art.
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