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MATERIAL DIDÁTICO TÓPICOS AVANÇADOS EM AUDITORIA EM SAÚDE CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Impressão e Editoração 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 UNIDADE 1 – CONDUTAS EM AUDITORIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE .............. 6 1.1 CONDUTAS GERAIS ............................................................................................................................... 6 1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AUDITORIA EM RELAÇÃO À PESSOA DO AUDITOR .......................... 7 1.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AUDITORIA EM RELAÇÃO AOS TRABALHOS ...................................... 9 1.4 PAPÉIS DE TRABALHO ........................................................................................................................ 10 1.5 O MÉDICO AUDITOR ............................................................................................................................ 12 1.6 O ENFERMEIRO AUDITOR .................................................................................................................. 15 1.7 CONFLITOS NO AMBIENTE DA AUDITORIA ..................................................................................... 17 UNIDADE 2 – OS PCDT E AS APAC ....................................................................... 20 2.1 PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS ......................................................... 20 2.2 AUTORIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS AMBULATORIAIS DE ALTA COMPLEXIDADE ............ 21 UNIDADE 3 – AUDITORIA EM SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS ............................ 27 3.1 A ODONTOLOGIA NO CAMPO DAS OPME .................................................................................... 30 3.2 AUTORIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE ALTA COMPLEXIDADE (APAC) ........................... 32 UNIDADE 4 – AUDITORIA EM SERVIÇOS DE ONCOLOGIA ................................ 39 4.1 INTRODUÇÃO ÀS NEOPLASIAS .......................................................................................................... 39 4.2 PROCESSOS E PROCEDIMENTOS NA AUDITORIA OPERATIVA ................................................. 41 4.3 AUDITORIA NOS GRUPOS 28 E 29: RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA ................................. 43 4.4 AUTORIZAÇÃO E PAGAMENTO PELO SUS .................................................................................... 45 UNIDADE 5 – A PRÁTICA DO CONTROLE SOCIAL .............................................. 50 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 BÁSICAS .................................................................................................................. 54 COMPLEMENTARES ............................................................................................... 54 3 INTRODUÇÃO Independentemente do tipo e/ou natureza de auditoria a ser realizada, frisamos de imediato que é um trabalho a ser executado por profissionais cuja formação e experiência correspondam às necessidades e expectativas do contratante. As instituições de saúde vem buscando por melhorias em seus processos de trabalho já faz algum tempo. Essa melhoria quer dizer qualidade, que por sua vez é traduzida por diversos autores como atendimento às necessidades e satisfações do cliente. Pensando ciclicamente, a qualidade é consequência da melhoria dos processos, então ficamos assim: melhoria de processos leva à qualidade que pede novas melhorias que leva a mais qualidade... Padilha (2010) afirma que todas as ações propostas que visam melhorias do cuidado necessitam de avaliação sobre os aspectos positivos e negativos, tanto no que se refere à sua aplicabilidade quanto aos profissionais que estarão envolvidos. Caso contrário, as necessidades identificadas não serão supridas de forma eficaz. Portanto, é importante que todos os profissionais compreendam a importância dessa atividade de avaliação, que se traduz na auditoria, para ações específicas em prol da melhoria da qualidade no serviço. Cuidados em desacordo com os padrões aceitáveis podem gerar graves consequências (BAZZANELLA; SLOB, 2013). Assim, para o êxito da qualidade, além desse comprometimento, os profissionais devem conhecer a realidade dos serviços oferecidos para propor melhorias após a identificação dos pontos positivos e negativos. Em se tratando dos(as) enfermeiros(as), Fonseca et al. (2005) afirmam que, com base nos registros de enfermagem, pode-se construir melhores práticas assistenciais, além de implementar ações que visem melhorias nos resultados operacionais. Quanto ao médico auditor, não devemos vê-lo como um profissional que busca reduzir custos, mas sim, como aliado que busca garantir qualidade da assistência prestada ao paciente com custo adequado. A auditoria requer profissionais éticos, com conhecimentos, habilidades e competências específicas e técnicas e na área de saúde precisam ser cuidados para 4 não transformar pessoas em objetos de interesse, tanto que iniciaremos o último módulo específico justamente discorrendo sobre as condutas gerais desse profissional, seja relativo à sua pessoa, aos papéis de trabalho e aos conflitos que por ventura surjam ao longo os mesmos. Figura 1: Ética. Fonte: http://www.socursosgratuitos.com.br Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e a Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade (APAC), Auditoria em serviços odontológicos, no setor de oncologia e a questão do controle social também serão tema de discussão. Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se fazem necessárias: 1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo da leitura e, mais, para manterem-se atualizados. 2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo original1, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também 1 Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou similares. 5 reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância. 3) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento crítico. 4) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Por fim: 5) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl + clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis complementares e/ou outras informações atualizadas.Caso esteja com material impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local. 6 UNIDADE 1 – CONDUTAS EM AUDITORIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Sem entrarmos no mérito de definições concretas e acertadas, iniciamos a unidade falando em ética, moral, conduta... Qualquer delas que usarmos vamos chegar ao mesmo objetivo: atingir uma forma ideal universal do comportamento humano para não prejudicar ou lesar o próximo, afinal de contas não somos seres solitários, ao contrário, vivemos em sociedade, o que, por si só leva os conviventes a travarem batalhas, a participarem de conflitos pessoais e coletivos que necessitam ser mediados por outros e/ou por ações como um comportamento sadio. A convivência em sociedade conduz as pessoas a travarem entre si, grande número de relacionamentos, esses, são fortemente influenciados por aspectos ligados ao relacionamento humano, que por sua vez, recebe influência das crenças e valores que cada um carrega, portanto, é de se esperar que surjam conflitos. Para resolver tais conflitos, cada lado assumirá uma posição e comportamentos próprios, dentro do que acredita ser certo e justo para a situação. O consenso chega quando cada pessoa, dentro de suas fronteiras delimitadas por suas crenças e valores, assumam comportamentos e respeitem seus semelhantes, naquilo que é de seu direito. De outra maneira, é necessário que os próprios agentes contribuam para que se atinja aquele ponto de entendimento. Na auditoria, a ética objetiva proporcionar a comunidade e ao mercado demonstrações contábeis transparentes (ROCHA; BARBOZA, 2006, p. 3). 1.1 Condutas gerais Existem algumas condutas a serem seguidas em auditoria por todos os profissionais que desempenham a função de auditor, sejam os médicos, enfermeiros, dentistas ou outros. Com essa orientação, o trabalho torna-se menos conflitante e mais ameno. Essas condutas no trabalho devem aperfeiçoar-se ao longo do tempo, pois formar o perfil do auditor em saúde não é uma tarefa fácil; exige tempo, paciência, autocontrole e dedicação. Condutas sugeridas para o desempenho no trabalho: 7 conhecer e identificar os aspectos que envolvem o ambiente no qual está inserido; conhecer os aspectos técnico-científicos da área que audita; conhecer os acordos e situações que envolvem as diversas questões do trabalho; trabalhar com honestidade, ponderação e bom-senso; não fazer julgamentos prévios sem ter pleno conhecimento dos fatos; trabalhar em parceria, buscando novas informações; orientar os demais colegas de trabalho quanto a novas situações; discutir e aprender com isso; agir sempre dentro dos preceitos éticos de sua profissão. 1.2 Princípios básicos da auditoria em relação à pessoa do auditor Os auditores são responsáveis não só perante a administração da organização a que prestam serviço, mas também perante aos usuários da mesma. Os que atuam na área de auditoria, por sua vez, devem conduzir-se de modo a justificar a confiança individual e institucional que lhe é depositada (ROCHA; BARBOZA, 2006). O Auditor deve ter: a) Independência – o auditor, no exercício de sua atividade, deve manter uma atitude de independência que assegure a imparcialidade do seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e emissão de seu parecer, bem como nos demais aspectos relacionados com sua atividade profissional. Não devem ter qualquer relação com a área/elemento a ser auditado de forma a preservá-lo de influências que possam afetar os resultados. b) Soberania – durante o desenvolvimento do seu trabalho, o auditor deverá possuir o domínio do julgamento profissional, pautando-se, exclusiva e livremente a seu critério, no planejamento dos seus exames, na seleção e aplicação de procedimentos técnicos e testes de auditoria, na definição de suas conclusões e na elaboração dos seus relatórios e pareceres. c) Imparcialidade – durante o seu trabalho, o auditor está obrigado a abster-se de intervir nos casos pelos quais há conflitos de interesses que possam 8 influenciar a absoluta isenção do seu julgamento. Não deve tomar partido ou emitir opiniões. d) Objetividade – na execução de suas atividades, o auditor se apoiará em fatos e evidências que permitam o convencimento razoável da realidade ou a veracidade dos fatos, documentos ou situações examinadas, permitindo a emissão de opinião com bases consistentes. e) Conhecimento técnico e capacidade profissional – o auditor deve possuir um conjunto de: e.1) conhecimento técnico específico e das diversas áreas relacionadas com as atividades auditadas, o que lhe permitirá comprovar a legitimidade e a legalidade no desempenho dos objetivos do órgão ou entidade sob exame; e.2) experiência obtida de um somatório de atuações, possibilitando o amadurecimento do julgamento profissional e o discernimento entre situações gerais e particulares; e.3) capacidade profissional atualizando-se quanto ao avanço das normas, procedimentos e técnicas aplicáveis. f) Atualização dos conhecimentos técnicos – o auditor deve manter sua competência técnica, atualizando-se quanto ao avanço de normas, procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria. g) Cautela e zelo profissional – no desempenho de suas funções, o auditor deve ater-se aos objetivos da auditoria. Na elaboração do relatório e emissão de sua opinião, deve agir com precaução, zelo, acatar as normas de ética profissional, usar bom senso em seus atos e recomendações, cumprir as normas gerais e o adequado emprego dos procedimentos de auditoria geral ou específica. h) Comportamento ético – como servidor público, o auditor se obriga a proteger os interesses da sociedade, respeitar as normas de: conduta ético profissional, confidencialidade das informações recebidas, salvo nos casos de obrigação legal e profissional de assim proceder; habilidade; precaução; prudência; zelo profissional; bom senso em seus atos e recomendações. i) Sigilo e discrição – o sigilo profissional é regra mandatória e indeclinável no exercício da auditoria. O auditor é obrigado a utilizar os dados e as informações do seu conhecimento tão somente e exclusivamente na execução dos serviços que lhes foram confiados. Salvo determinação legal ou autorização expressa da alta 9 administração, nenhum documento, dados, informações e demonstrações poderão ser fornecidos ou revelados a terceiros, nem deles poderá utilizar-se o auditor, direta ou indiretamente, em proveito e interesses pessoais ou de terceiros (BRASIL, 1998). 1.3 Princípios básicos da auditoria em relação aos trabalhos De acordo com a Resolução CFC Nº 1.024/05, que aprova a NBC T2 11.3 – Papéis de Trabalho e Documentação da Auditoria –, é importante sabermos: O auditor deve documentar as questões que foram consideradas importantes para proporcionar evidência, visando a fundamentar seu parecer da auditoria e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Os papéis de trabalho constituem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a este na execução da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidências da auditoria, por intermédio de informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam. Os papéis de trabalho destinam-se a: a) ajudar, pela análise dos documentos de auditorias anteriores ou pelos coligidos, quando da contratação de uma primeira auditoria, no planejamento e na execução da auditoria; b) facilitar a revisão do trabalho de auditoria; e, c) registrar as evidências do trabalho executado, para fundamentar o parecer do auditor independente. O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão doseu parecer, ou seja, ele deve se atentar aos princípios da confidencialidade, custódia e propriedade dos papéis de trabalho, ou seja: a confidencialidade dos papéis de trabalho é dever permanente do auditor; os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor. Partes ou excertos destes podem, a critério do auditor, ser postos à disposição da entidade; 2 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica. NBC T 11 Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis – Resolução CFC nº 820/97. NBC T 11.3 – Papéis de Trabalho e Documentação da Auditoria – Resolução CFC nº 1.024/05. 10 os papéis de trabalho, quando solicitados por terceiros, somente podem ser disponibilizados após autorização formal da entidade auditada, de acordo com a NBC3 P 1.6. Entende-se por sigilo, para os efeitos da norma NBC P 1.6, a obrigatoriedade do Auditor Independente não revelar, em nenhuma hipótese, salvo as contempladas no documento, as informações que obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada. O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado nas seguintes circunstâncias: a) na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada; b) na relação entre os Auditores Independentes; c) na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e fiscalizadores; e, d) na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros. 1.4 Papéis de trabalho Em todo o trabalho da Auditoria Interna, as ferramentas utilizadas no cumprimento de seus objetivos são instrumentos que o auditor possui para atingir suas metas, definidas no planejamento de auditoria, independentemente do tipo de auditoria praticada. Estas ferramentas auxiliam para que atue de forma eficaz e eficiente, ajustando-se de acordo com as necessidades do auditor, do objetivo e escopo de trabalho. Os papéis de trabalho são definidos por Pinho (2007, p. 87) como conjunto de formulários e documentos que contém as informações e os apontamentos registrados pelo auditor no decurso dos exames, os quais constituem a evidência do trabalho realizado e o fundamento da sua opinião. Os papéis de trabalho, segundo a NBC T 11.3, incluem: a) informações sobre a estrutura organizacional e legal da entidade; b) cópias ou excertos de documentos legais, contratos e atas; c) informações sobre o setor de atividades, ambiente econômico e legal em que a entidade opera; 3 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PROFISSIONAIS. NBC P 1 Normas Profissionais de Auditor Independente – Resolução CFC nº 821/97. 11 d) evidências do processo de planejamento, incluindo programas de auditoria e quaisquer mudanças nesses programas; e) evidências do entendimento, por parte do auditor, do sistema contábil e do controle interno, e sua concordância quanto à eficácia e adequação; f) evidências de avaliação dos riscos de auditoria; g) evidências de avaliação e conclusões do auditor e revisão sobre o trabalho da auditoria interna; h) análises de transações, movimentação e saldos de contas; i) análises de tendências, coeficientes, quocientes, índices e outros indicadores significativos; j) registro da natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria e seus resultados; k) evidências de que o trabalho executado pela equipe técnica foi supervisionado e revisado; l) indicação de quem executou e revisou os procedimentos de auditoria e de quando o fez; m) detalhes dos procedimentos relativos às demonstrações contábeis auditadas por outro auditor; n) cópias de comunicações com outros auditores, peritos, especialistas e terceiros; o) cópias de comunicações à administração da entidade, e suas respostas em relação aos trabalhos, às condições de contratação e às deficiências constatadas, inclusive no controle interno; p) cartas de responsabilidade da administração; q) conclusões do auditor acerca de aspectos significativos, incluindo o modo como foram resolvidas ou tratadas questões não-usuais; r) cópias das demonstrações contábeis, assinadas pela administração da entidade e pelo contabilista responsável, e do parecer e dos relatórios do auditor. Frise-se que os papéis de trabalho padronizados podem melhorar a eficácia dos trabalhos, e sua utilização facilita a delegação de tarefas, proporcionando meio adicional de controle de qualidade. 12 Entre os papéis de trabalho padronizados, encontram-se, além de outros: listas de verificação de procedimentos, cartas de confirmação de saldos, termos de inspeções físicas de caixa, de estoques e de outros ativos. O auditor pode usar quaisquer documentos e demonstrações preparados ou fornecidos pela entidade, desde que avalie sua consistência e se satisfaça com sua forma e conteúdo. Com relação aos procedimentos a serem adotados pelo auditor, estes são de investigações técnicas que, tomadas em conjunto, permitem a formação fundamentada da opinião do auditor sobre o trabalho realizado, oferecendo ao auditor os elementos probatórios necessários à emissão do relatório. Podem ser de caráter físico, documental, testemunhal ou analítico. Caracterizam-se pela adequação, suficiência, relevância e utilidade. Como exemplos de procedimentos de Auditoria, Pinho (2007, p. 64) cita: exames físicos – contagem de caixa, de estoques, de investimentos, de contas a pagar, entre outros; confirmações de contas a receber, advogados, empréstimos, bancos, entre outras; exame de documentos originais – vendas realizadas, apontamentos de mão de obra, entre outros; conferência de cálculos – de listagem de estoque, dos juros a receber/pagar, entre outros. Guarde... Os papéis de trabalho têm como finalidade colher elementos comprobatórios suficientes, visando dar base e sustentáculo à sua opinião; facilitar a revisão por parte do auditor responsável; servir como base para avaliação pessoal dos auditores e, representar na justiça (se necessário) as evidências do trabalho executado. 1.5 O médico auditor Vimos ao longo do curso que a saúde no Brasil vem passando por modificações desde a década de 50 do século passado e que a partir da promulgação da Constituição de 1988 foram muitos os avanços e benefícios em prol da população brasileira, principalmente no quesito saúde. 13 Paes e Maia (2005) explicam que a partir do novo modelo criado (SUS), o país não tinha condições de atender o universo populacional a que se destinava. Diante deste fato, o governo passou a comprar serviços na área da saúde, sendo este o grande passo para o surgimento de todo um mecanismo controlador e ordenador da receita e despesa destinado a levar a todos o direito à saúde. A partir de então, para atender a tal necessidade, foram criados grupos de médicos fiscais, hoje conhecidos como auditores, com atuação mais orientadora do que repressora. Esta atuação profissional vem assumindo, pela própria evolução e características, papel diferente do observado no início da implantação do sistema de saúde. Hoje, a auditoria médica possui um alto grau de especificidade, imposta pelo mercado, que a define como uma especialidade reconhecida pelas entidades médicas de classe (Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira) sendo citada no Código de Ética Médica, com capítulos orientando, controlando, ordenando e atribuindo direitos e deveres para o médico em atividade na área de Auditoria Médico-Pericial (PAES; MAIA, 2005, p. 11). O(a) médico(a) auditor(a) da operadora de planos de saúde realiza trabalhos periciais para dar seu parecer sobre a recomendação dos procedimentos médicos solicitados, analisa as solicitações de procedimentos, os prontuários médicos e realiza visitas hospitalares. A Perícia Médica é realizada nos casos de solicitaçãode cirurgias eletivas em que se queira avaliar as condições do paciente para a liberação do procedimento. Os pacientes são escolhidos de forma aleatória, por amostragem ou nos casos determinados pela empresa (MOTTA, 2010). No serviço de autorização, esse profissional deve realizar as seguintes funções: dar suporte ao serviço de autorizações; verificar se os códigos solicitados estão de acordo com o procedimento a ser realizado; comunicar enganos aos médicos solicitantes de procedimentos, esclarecendo dúvidas; documentar irregularidades frequentes que sejam dolosas; 14 controlar a emissão de notas fiscais de órteses, próteses, sínteses e outros materiais, liberados para procedimentos. Na análise de prontuários médicos: verificar se o prontuário médico está completo com as devidas guias preenchidas, folha de história clínica, evolução médica diária, descrição cirúrgica e ficha anestésica com dados completos, legíveis, assinadas e carimbadas; observar se existe coerência entre o diagnóstico definitivo ou hipótese diagnóstica, com as condutas definidas durante a internação; preencher guias de prorrogações, se houver; avaliar as solicitações de procedimentos; orientar o prestador quanto a equívocos nas cobranças; estudar os valores praticados em tabela e contratos. Na visita hospitalar: visitar os pacientes conveniados nas dependências do hospital, por meio de acordo já estabelecido entre as partes; observar as condições locais para atendimento; visitar os pacientes conveniados dentro de princípios éticos, sem interferir na conduta do médico assistente; avaliar o prontuário dos pacientes internados, verificando todos os aspectos que envolvem sua internação; se o médico auditor julgar necessário, solicitar o prontuário de pacientes já de alta hospitalar. Acima falamos no(a) médico(a) auditor(a) de operadoras de planos de saúde, Motta (2010) lembra que o(a) médico(a) auditor(a) do hospital desenvolve seu trabalho internamente, ou seja, dentro das instalações do hospital, sendo o faturamento realizado não só pelos auxiliares de faturamento, mas por toda equipe de auditoria, em conjunto. O(a) auditor(a) irá basicamente: verificar se o prontuário médico está completo com as devidas guias preenchidas, folha de história clínica, evolução médica diária, descrição 15 cirúrgica e ficha anestésica com dados completos, legíveis, assinadas e carimbadas; observar se existe coerência entre o diagnóstico definitivo ou hipótese diagnóstica, com as condutas definidas durante a internação; desenvolver um trabalho de orientação a toda equipe hospitalar; receber o médico auditor da operadora de planos de saúde sempre que necessário; fazer estudos de gastos e custos hospitalares, com equipe especializada, com base nos contratos e tabelas vigentes, procedimentos realizados, minimizando os erros e evitando as glosas; negociar as correções observadas pela auditoria da operadora de planos de saúde. Guarde... Tanto o prestador de serviços quanto o auditor devem buscar sempre o benefício do paciente, alvo de toda a atenção médica. Sempre haverá como resolver conflitos médicos ou financeiros a posteriori, sem a presença do paciente. A solicitação, por parte do perito, do envio de exames subsidiários ou de relatórios médicos podem dirimir a maior parte das dúvidas existentes. Quanto à auditoria de contas médicas, o auditor deve ter o cuidado de preservar o prontuário médico de suas observações. Anotações poderão ser feitas na folha de faturamento ou nos impressos da contratante de serviços, mas nunca no prontuário médico (PAES; MAIA, 2005). 1.6 O enfermeiro auditor Hoje, devido à grande atuação desse profissional no mercado de auditorias, todos os aspectos relacionados à ela vêm se desenvolvendo. Foi criada uma Sociedade de Enfermeiros Auditores, que luta para respaldar dia a dia legalmente, junto ao órgão competente da categoria, essa prática. Muitas são as dúvidas que surgem diante de situações algumas vezes conflitantes, que só serão resolvidas pela prática diária, conhecimento, bom-senso, honestidade e perseverança (MOTTA, 2010). A mesma autora, com ampla experiência na área de saúde, afirma ser um grande engano dizer que o(a) enfermeiro(a) auditor(a) não está ligado(a) à prática 16 diária do hospital, passando a ser altamente burocrática, perdendo o conhecimento técnico. O(a) enfermeiro(a) auditor(a), em qualquer área de atuação, como os demais de outras especialidades, acompanha o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da enfermagem em um âmbito geral, para adquirir conhecimentos técnico-científicos, formando suas opiniões que vão influenciar no momento da tomada de decisão. O(a) enfermeiro(a) auditor(a), dentro da instituição hospitalar, deve desenvolver seu trabalho com senso crítico, explorando o que há de mais digno em auditoria, que é o seu aspecto educacional e de orientação, não se passando por um instrumento de correção manual de problemas burocráticos e sim atuando como orientadora da equipe interdisciplinar dentro do processo que envolve a internação e cobrança hospitalar. O(a) enfermeiro(a) auditor(a) é um importante auxiliar na administração das instituições hospitalares e operadoras de planos de saúde, pois pode identificar as possíveis irregularidades, prevenindo e corrigindo problemas, resultando em economias e qualidade no atendimento prestado. Dentro do perfil desse profissional encontramos: trabalhar tendo sempre a ética como referência. Os princípios éticos devem predominar; ter conhecimento técnico-científico, acompanhando todo o desenvolvimento tecnológico na saúde em geral e, principalmente, nas especialidades de enfermagem que audita; conhecer os estudos atuais práticos baseados em evidências; conhecer os aspectos legais que regem a profissão; desenvolver a capacidade de persuasão pela experiência anterior, conhecimento, expressão e conhecimento; ter disciplina, não violando os direitos de outros; ter humildade para reconhecer erros e aprender; agir como educadora; ser tolerante. Um tema equivocado que cerca o(as) enfermeiro(as) auditor(es) está relacionado a “o que auditar”, ou seja, há profissionais que, pelo próprio perfil ou determinação da instituição em que trabalham, atuam de modo restrito, somente na 17 verificação da quantidade usada de materiais e medicamentos e sua compatibilidade entre a cobrança hospitalar e o prontuário do paciente. Há outros profissionais que, pelo próprio perfil ou “abertura” e necessidade da empresa, não somente verificam o aspecto citado anteriormente, mas também outros, abrangendo sua área de atuação, realizando análises que podem ser úteis posteriormente na revisão de contratos, de preços e negociações. Enfim, cabe ao enfermeiro(a) auditor(a) determinar o trabalho que pretende desenvolver e em que tipo de instituição pretende atuar. No segundo caso mencionado, é muito importante que o(a) enfermeiro(a) com maior abrangência de atuação dentro da empresa na qual trabalha não realize atividades que não são de sua competência e legalidade, como, por exemplo, conferência de honorários médicos, mas isso não significa que não possam ser detectados erros nesses itens e encaminhados ao médico(a) auditor(a) da equipe de trabalho, como forma de auxiliar no crescimento e consolidação de um trabalho de equipe, e o contrário também pode ocorrer sem problemas. 1.7 Conflitos no ambiente da auditoria Quando se trata de avaliar, conferir, examinar o trabalho de outrem, paira no ar um certo constrangimento, uma desconfiança, cria-se uma possível situação de conflito, enfim, não é uma situação muito agradável de se vivenciar, seja para o auditor seja para o auditado. Os conflitos não possuem apenas aspectosnegativos, porque são as interações antagônicas que mantêm a diferença entre os elementos; estes desapareceriam se essa diferença não se mantivesse (...), porém, as interações antagônicas por si só exacerbariam o sistema e o levariam ao colapso e à destruição. É preciso administrá-los (SUARES, 2002 apud FIORELLI; FIORELLI; MALHADAS JUNIOR, 2008). No contexto da auditoria em serviços de saúde, com ênfase para a enfermagem, provavelmente muitos já se depararam com situações conflitantes, mas não devem se tornar rotina nem um fator imprescindível ao trabalho de auditoria, ao contrário, deve-se buscar espaço para um trabalho harmonioso o que requer maturidade emocional, conhecimento técnico-científico, boa comunicação, equilíbrio e apoio da instituição contratante. 18 Motta (2010) expõe alguns pontos considerados relevantes para gerar conflitos diários em auditoria. História – se analisarmos o aspecto histórico dos serviços de auditoria, detectamos que a auditoria carrega consigo o preconceito de ser uma atividade de fiscalização. Esse conceito, ao longo dos anos, vem mudando, e a postura do auditor “fiscal”, ou seja, o profissional que fiscaliza, aponta erros e pune, vem sendo substituído por atitudes ponderadas, na tentativa de fazer parcerias. Conhecimento – a falta de conhecimento sobre o trabalho fundamentado e lícito da auditoria de enfermagem é outro aspecto a gerar conflitos. As pessoas já aguardam o auditor “armadas” como se fossem para uma batalha, seja o auditor da operadora, seja o do hospital, com receio das críticas, das glosas, das punições. Características próprias – outro aspecto seria uma certa dificuldade por parte dos seres humanos em ouvir críticas, por mais construtivas que sejam. No trabalho da auditoria em saúde, situações equivocadas precisam ser apontadas de modo claro e adequado para serem corrigidas. Isso é um trabalho educativo, mas por mais que a colocação dessas situações seja cuidadosa, ela pode muitas vezes não ser aceita, causando alteração nos ânimos das pessoas envolvidas, pois há os interesses individuais ou da empresa em questão. Resumindo, a história da auditoria associada aos interesses individuais, de um grupo ou instituição e o levantamento de questões falhas formam uma receita que, se mal administrada, pode dar resultados negativos. Para evitar qualquer situação de desgaste, improdutividade, insatisfação e perda de tempo, algumas medidas simples podem ser adotadas no desempenho do trabalho do(a) enfermeiro(a) auditor(a), tanto na operadora de planos de saúde como na instituição hospitalar. 1. Toda atividade nova implantada em qualquer tipo de serviço ou instituição gera vários tipos de sentimentos e reações nas pessoas que participam desse processo. É necessário que o trabalho seja elaborado com uma base feita de conceitos sólidos e de práticas organizadas. 19 2. Conceitos antigos sobre auditoria devem ser úteis para o conhecimento histórico desse serviço e não como modelo de trabalho. 3. O(a) enfermeiro(a) auditor(a) deve agir acima de qualquer interesse individual ou da empresa, dentro da ética e da lei do exercício profissional. 4. O bom-senso e o respeito pelo outro profissional jamais devem ser esquecidos. 5. Dentro das instituições de saúde ou das operadoras de planos de saúde, o(a) enfermeiro(a) auditor(a) deve agregar profissionais para obter parcerias dentro da instituição. 6. Dentro das instituições de saúde ou das operadoras de planos de saúde, o(a) enfermeiro(a) auditor(a) deve orientar e esclarecer todos os profissionais sobre o que é seu trabalho e a importância da participação de todos para que seja efetivo. Esse trabalho deve funcionar como uma via de mão dupla, ou seja, o auditor deve pressupor que todos os prestadores são honestos, e não que todos são fraudulentos em potencial. Os prestadores de serviços devem respeitar o papel do(a) médico(a)/enfermeiro(a) auditor(a), e entender a auditoria médica como um mecanismo natural de controle para o bom funcionamento do sistema. Isso entendido, o cumprimento do código de ética dessas profissões ficam facilitados. A ética é a base de que toda relação humana necessita para ocorrer de modo saudável e isenta ou protegida de percalços (PAES; MAIA, 2005). Essas são algumas dicas que ao longo do trabalho podem mostrar a verdadeira função da enfermeira auditora e como essa atividade pode ser desenvolvida sem grandes conflitos. 20 UNIDADE 2 – OS PCDT E AS APAC 2.1 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas A estratégia de estabelecer protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas teve início nos anos 2000, quando o Ministério da Saúde passou a publicar alguns protocolos de regulação de medicamentos então denominados de alto custo. Já em 2009, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e com o apoio de um projeto de desenvolvimento institucional com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, essa atividade foi sistematizada e intensificada. Desde então, quase uma centena de doenças tiveram seus PCDT elaborados e atualizados regularmente, abrangendo várias especialidades médicas e doenças, como asma, esclerose múltipla, esquizofrenia, fenilcetonúria, entre outras. Os PCDT são os documentos oficiais do SUS para estabelecer os critérios para o: diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde; tratamento preconizado incluindo os medicamentos e demais tecnologias apropriadas; posologias recomendadas; cuidados com a segurança dos doentes; mecanismos de controle clínico; e, o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos a serem buscados pelos profissionais de saúde e gestores do SUS. Para a constituição ou alteração dos PCDT, a Portaria GM n° 2009/2012 instituiu na Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS –, uma Subcomissão Técnica de Avaliação de PCDT, com as seguintes competências: definir os temas para novos PCDT, acompanhar sua elaboração, avaliar as recomendações propostas e as evidências científicas apresentadas, além de revisar periodicamente a cada dois anos, os PCDT vigentes (BRASIL, 2015). Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) visam garantir o melhor cuidado de saúde possível diante do contexto brasileiro e dos recursos disponíveis no Sistema Único de Saúde. 21 Eles podem ser utilizados como material educativo dirigido a profissionais de saúde, como auxílio administrativo aos gestores, como parâmetro de boas práticas assistenciais perante o Poder Judiciário e como documento de garantia de direitos aos usuários do SUS. Além de nortearem uma assistência médica e farmacêutica efetiva e de qualidade, os PCDT auxiliam os gestores de saúde nas três esferas de governo, como instrumento de apoio na disponibilização de procedimentos e na tomada de decisão quanto à aquisição e dispensação de medicamentos tanto no âmbito da atenção primária como no da atenção especializada, cumprindo um papel fundamental nos processos de gerenciamento dos programas de assistência farmacêutica, na educação em saúde, para profissionais e pacientes, e, ainda, nos aspectos legais envolvidos no acesso a medicamentos e na assistência como um todo (BRASIL, 2010). Ações de auditoria devem verificar in loco, por exemplo, a observância destes protocolos; regulação do acesso assistencial; qualidade da autorização; a conformidade da indicação, do implante e do acompanhamento; compatibilidade do procedimento codificado com o diagnóstico; a compatibilidade da cobrança com os serviços executados; a abrangência e a integralidade assistenciais; e o grau de satisfação dos doentes (BRASIL, 2014). Estas novas abordagens de diagnóstico/tratamento para dar suporte à atenção básica, aliadas às auditorias de prescrição e implantação, têm resolvido cerca de 80% dos problemas de saúde, assim, o crescenteapoio ao uso racional de medicamentos e produtos em saúde e o barateamento dos custos da atenção podem se constituir em poderosos instrumentos para que o sistema seja, a um só tempo, amplo e universal e que garanta para o cidadão o melhor que a ciência e a tecnologia podem oferecer (BRASIL, 2014). 2.2 Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade A Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo – APAC é um instrumento específico para autorização, cobrança e informações gerenciais dos procedimentos de Alta Complexidade/Custo e do fornecimento de Medicamentos Excepcionais realizados pelas unidades prestadoras de serviços, 22 cadastradas no Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde – SIA/SUS. Numa APAC vamos encontrar: estabelecimento – código, município, regime jurídico; procedimentos – data, município, grupo (hemodiálise, quimioterapia, cirurgia ambulatorial, patologia clínica, entre outros), principal procedimento, número da APAC , código da doença principal (CID), custo; paciente – sexo, idade, município de residência, município de nascimento. Abaixo temos um modelo de APAC MANUAL, mas vale a pena conferir no Manual Técnico Operacional SIASUS, orientações técnicas, o modelo de APAC- Mag, que é um aplicativo de captação e também se destina ao registro dos procedimentos realizados pelos estabelecimentos de saúde. O que o diferencia do BPA-Mag é que os procedimentos principais registrados em APAC necessitam de autorização previa do gestor de saúde. A sigla APAC significa atualmente Autorização de Procedimento Ambulatorial. Alguns procedimentos principais de APAC permitem a apresentação de determinados procedimentos secundários, sendo que estes procedimentos não exigem autorização. Ao abrir o APAC-Mag será exibida a tela abaixo. Este aplicativo tem uma programação visual e funcional muito diferente do BPA-Mag, pois é programado em linguagem diferente (BRASIL, 2010). Figura 2: APAC-Mag. Fonte: Brasil (2010). 23 A operabilidade do APAC-Mag é simples e contém poucas opções. A tela acima ilustra os menus e submenus do aplicativo: APAC: menu de inclusão, alteração e exclusão de APAC. RELATÓRIO: Emite “espelho” de todas as APAC ou de uma específica. EXPORTAÇÃO: Exporta as APAC para o SIA/SUS. IMPORTAÇÃO: Importa APAC de outro APAC-Mag ou outro aplicativo compatível para o banco de APAC local. OPERADOR: Cria ou restaura cópias de segurança e altera a competência de apresentação de APAC (BRASIL, 2010). 24 Figura 3: Laudo para Procedimentos de Alta Complexidade - APAC. Fonte: Brasil (2010). 25 No SUS, a realização de alguns procedimentos necessita de uma APAC. Essa autorização prévia, que é emitida pelas secretarias de saúde de estados e municípios, identifica o procedimento realizado e o preço a ser pago. Os dados da APAC integram o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do Ministério da Saúde, no qual são registrados os dados do usuário da rede pública de saúde, incluindo o número do Cartão SUS. O cruzamento dessa base de dados com as informações da ANS permite identificar beneficiários de planos de saúde que foram atendidos no SUS (PORTAL BRASIL, 2015). Após essa etapa, a ANS gera um Aviso de Beneficiário Identificado (ABI), que é enviado eletronicamente para a operadora, que tem até 10 dias para tomar ciência do caso e mais 30 para contestar a cobrança ou fazer o ressarcimento do valor identificado. Caso a empresa não se manifeste nesses prazos, ela terá mais 15 dias para efetuar o pagamento. O ressarcimento ocorre quando consumidores dos planos de saúde são atendidos na rede pública. Os pagamentos efetuados para a agência reguladora são repassados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS). Para que isso seja feito, a ANS identifica o paciente atendido pelo sistema público e cruza as informações desse paciente com o banco de dados da agência reguladora, cujo cadastro de usuários é abastecido pelos planos de saúde. A partir da identificação de um usuário com plano de saúde que tenha sido atendido no SUS, a ANS notifica a operadora sobre os valores que devem ser ressarcidos e dá início a um processo administrativo em que a operadora poderá apresentar defesa e contestar a cobrança (PORTAL BRASIL, 2015). No Demonstrativo de Apac, geralmente podem se verificar as variáveis: CNES e Município da Unidade, Paciente, Data de Nascimento, Idade, Sexo, Nome da Mãe, Nº de Apac, Tipo de Apac, CMP – Mês de Realização (competência), Data de Início, Data do Fim (da validade), Data da Solicitação, Data de Autorização, CID Principal, Código de Procedimentos, Origem (Principal e Secundário), Quantidade Produzida, Quantidade Aprovada, Valor Produzido, Valor Aprovado, Encerramento, Data de Ocorrência, Linfonodos, Estadiamento, Data do Exame Histopatológico, Finalidade, Total de Meses Planejados, Total de Meses Autorizados, Inscrição na Lista da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), Data da Primeira Diálise e Acesso Vascular. 26 As colunas do relatório demonstrativo de Apac variam conforme o procedimento a ser auditado. As informações desse relatório devem ser cruzadas com as do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Controle de Óbito da Previdência Social (Sisobi/Dataprev), cobrança de procedimentos indevidos, sendo uma ferramenta para realização da fase operativa da auditoria. Alguns dos procedimentos que utilizam Apac como instrumento de registro são: • ultrassonografia de mama; • ressonância magnética de mama; • cateterismo cardíaco; • deficiência auditiva; • glaucoma; • acompanhamento de paciente pré-dialítico; • radioterapia; • quimioterapia; • iodoterapia; • terapia renal substitutiva; • odontologia especializada (BRASIL, 2016). 27 UNIDADE 3 – AUDITORIA EM SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS Na assistência à saúde, as auditorias podem ser desenvolvidas em vários setores e por diferentes profissionais, destacando-se, entre elas, a auditoria médica, de enfermagem e odontológica. Todas são caracterizadas por uma sequência de ações administrativas, técnicas e observacionais, cujo objetivo é analisar a qualidade dos serviços, a fim de assegurar o seu melhor desempenho e resolubilidade (MOTTA; LEÃO; ZAGATTO, 2005). Figura 4: Auditoria Odontológica. Fonte: http://www.odontomagazine.com.br Segundo Noronha (2003), a auditoria aplicável à área odontológica é uma função de serviço, pois deve estimular boas relações entre todos os segmentos envolvidos no processo, e como nos demais segmentos de saúde, tem como foco principal a melhoria da qualidade, diferentemente da perícia utilizada para referenciar as avaliações feitas sobre os trabalhos técnicos. Devido ao grande aumento no número de planos de saúde do mercado que oferecem cobertura para a saúde bucal, o exercício da auditoria se faz cada vez mais necessário. É um processo educativo, que visa o cumprimento das normais e itens contratuais entre empresas, credenciados e usuários. Para que isso ocorra, são necessárias algumas ferramentas de trabalho, sendo a principal delas a auditoria clínica (COSTA; ALEVATO, 2010). Na área de odontologia, a auditoria é realizada tanto no setor privado, por meio dos planos e convênios de saúde, quanto no Sistema Único de Saúde, pelo 28 Sistema Nacional de Auditoria, nas três esferas de governo. O trabalho consiste em uma análise crítica, ética e sistemática da assistência prestada aos usuários, por meio da conferência do atendimento considerando padrões, indicadores e normas previamente estabelecidos (AYACH; MOIMAZ; GARBIN, 2013). A responsabilidade do auditor odontológico no serviço público é ampla e complexa, não sendo restrita à fiscalização, punição ou a ditador de normas. Ele desenvolve váriasatividades e funções, como acompanhamento das políticas e estratégias de saúde; regulação da oferta de serviço; controle e avaliação dos indicadores; e, principalmente, a identificação das necessidades e expectativas sobre saúde bucal da população (COSTA; ALEVATO, 2010). Figura 5: Auditoria Odontológica. Fonte: http://www.odontomagazine.com.br As atividades da auditoria no serviço odontológico do SUS estão inseridas nas diretrizes preconizadas pelo SNA, sendo desenvolvidas em diferentes níveis de complexidade e também no subsistema (FUNASA), abrangendo desde o cuidado individualizado até os serviços prestados por um conjunto de profissionais (BRASIL, 2005). Atualmente, a auditoria odontológica é integrada ao trabalho das auditorias médica e de enfermagem, avaliando continuamente a qualidade da assistência que as equipes de saúde bucal prestam aos usuários, desde a primeira consulta até o término do tratamento. Isso é alcançado por meio de análise da documentação da 29 assistência registrada nos prontuários, bem como por visitas in loco (SANTOS; BARCELLOS, 2009). A auditoria odontológica pode ser definida como a confrontação dos serviços prestados com a norma estabelecida, para chegar a um relatório de auditoria. Esse processo, ao mesmo tempo em que realiza o controle da qualidade, também controla custos, prevenindo abusos nos sinistros e controle de fraudes (MATA; LEÃO; ZAGALLO, 1996). A atenção especializada de média e alta complexidade está diretamente associada ao tipo de procedimento a ser realizado, principalmente os desenvolvidos no Centro de Especialidade Odontológica, bem como sua relação com outros fatores, tais como cadastros dos equipamentos (raio X comum, panorâmico); de serviços (laboratórios de prótese, implante, ortodontia); e a disponibilidade de profissionais especializados (BRASIL, 2005). O auditor participa da regulação de atendimentos regionais e municipais, organizando as cotas de vagas, acompanhando a referência e a contrarreferência e monitorando se a oferta de serviços é menor ou maior que a demanda, a fim de garantir o acesso dos usuários de maneira racional, para não haver excesso ou a utilização inadequada dos serviços de saúde (BRASIL, 2008). Se pensarmos nas operadoras de planos odontológicos, a auditoria é vista como uma ferramenta imprescindível, não apenas por fornecer um exame de fatos consumados, mas, principalmente, por orientar a otimização dos procedimentos atuais e futuros. Portanto, auditoria é um dos itens chave do sistema, que completa o ciclo de controle com a necessária retroalimentação do sistema, de forma a permitir que as operadoras mantenham e desenvolvam suas capacidades para a redução dos custos e a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Com o aumento do número de empresas de convênio odontológico, a auditoria vem ganhando destaque também na área de atuação da odontologia, pois tais empresas necessitam estabelecer regras contratuais que permitam controlar os custos e a qualidade dentro de preceitos éticos e legais. Assim, as responsabilidades do auditor odontológico se desenvolvem em um campo de ação amplo e a ele competem diferentes funções, entre as quais podemos identificar: análise da situação da saúde oral da população, elaboração de políticas de saúde oral, identificação das necessidades e expectativas do usuário frente ao 30 serviço odontológico, análise da oferta odontológica, avaliação dos serviços de saúde e outros (BUSTAMANTE, 2007). A auditoria odontológica tem como objetivo a análise crítica, ética e sistemática da assistência prestada aos usuários (beneficiários) do sistema odontologia de grupo. Ela se baseia em uma conferência ou verificação do atendimento prestado em relação a padrões de atendimento (indicadores de qualidade) e utilização de normas previamente estabelecidas. A auditoria como controle de qualidade dos tratamentos realizados é reconhecida na legislação vigente, através do Código de Ética Odontológica (Resolução CFO nº 42/2003); da Resolução RDC nº 85 de 2001 da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que instituiu o SIP (Sistema de Informação de Produtos); da Lei nº 8.689, de 27 de julho de 1993, que regulamentou o Sistema Nacional de Auditoria e da Resolução CFO nº 20/2001. O processo de auditoria odontológica ao mesmo tempo que realiza o controle de qualidade da assistência oferecida, também controla custos, prevenindo abusos nos sinistros e prevenindo e controlando fraudes. Esse processo de fraude envolve a busca de indícios e comprovações, visando sua eliminação e de suas consequências. A fraude prejudica todo o sistema, envolvendo desde o contexto das operações da empresa até o seu relacionamento externo com os clientes. As fraudes podem ser evitadas através da verificação de conformidades entre coberturas contratuais do plano odontológico e o sinistro, garantindo a rentabilidade do negócio e uma relação mais justa com o usuário. A auditoria odontológica, portanto, envolve o controle de qualidade, identificação de desperdícios, legislação aplicável, Código de Ética Odontológica e atuação dos profissionais. Como a maioria dos procedimentos em odontologia é rastreável, as operadoras elevaram seus investimentos em tecnologia – bancos de imagens e dados – a fim de tornar a auditoria mais acurada e poupar o beneficiário do custo da realização da auditoria inicial e final (COSTA; ALEVATO, 2010). 3.1 A Odontologia no campo das OPME Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) fazem parte de uma categoria mais ampla de produtos utilizados na realização de procedimentos 31 médicos, odontológicos e fisioterápicos, bem como no diagnóstico, tratamento, reabilitação ou monitoração de pacientes. Em relação à indicação de órteses, próteses e materiais pelo cirurgião- dentista, o CFO publicou a Resolução n° 115/2012 (semelhante a Resolução nº 1.956/2010, do CFM), na qual dispõe que cabe ao cirurgião-dentista determinar as características – como tipo, material e dimensões – das órteses, próteses e materiais especiais de implante, bem como instrumentais compatíveis, necessários e adequados à execução do procedimento odontológico. O cirurgião-dentista requisitante deve justificar clinicamente a indicação do procedimento e materiais a serem utilizados, observadas as evidências científicas e as legislações vigentes. Porém, a Resolução veda ao cirurgião-dentista requisitante a exigência de determinados fornecedor ou marca comercial exclusiva. As autorizações ou negativas devem ser acompanhadas de parecer do cirurgião-dentista responsável, identificado com o nome e número de inscrição no conselho regional de odontologia (BRASIL, 2015). Da mesma forma que na norma do CFM, no caso da odontologia, o cirurgião-dentista requisitante pode recusar o material de implante, bem como todo o instrumental a ser utilizado no procedimento e deve, neste caso, oferecer à operadora e ao estabelecimento público ou privado de saúde pelo menos três marcas de produtos de fabricantes diferentes, regularizados juntos à Anvisa que atendam às características previamente especificadas. Persistindo a divergência, será escolhido por consenso um cirurgião-dentista especialista na área, para a decisão. Se ainda não houver acordo, o Conselho Regional de Odontologia deverá designar um cirurgião-dentista para a arbitragem. Quanto às imputações éticas, o CFO esclarece que estão previstas no artigo 18 da Lei n° 4324/64 (repetidas no artigo 51 do Código de Ética Odontológica vigente, qual seja a Resolução CFO nº 118/2012), as seguintes hipóteses de decisões a serem tomadas no âmbito de processo ético conduzido por conselho regional de odontologia, a saber: a) advertência confidencial, em aviso reservado; b) censura confidencial, em aviso reservado; c) censura pública, em publicação oficial;32 d) suspensão do exercício profissional até 30 dias; e e) cassação do exercício profissional, ad referendum do CFO (BRASIL, 2015). 3.2 Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) Os tratamentos odontológicos pertencem ao subgrupo 07 do Grupo 03 de procedimentos Clínicos. Neste subgrupo, os procedimentos são realizados nas Modalidades de Atendimento Ambulatorial, Hospitalar, Hospital-Dia e Atenção Domiciliar, têm como instrumento de registro o BPA-I4 ou o BPA-C5, o RAAS6, a Apac (procedimento principal) e a AIH (procedimentos especial e secundário). São financiados com recursos da Atenção Básica, do MAC7 e do Faec8, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap9. a) Os procedimentos Instalação de Prótese em Pacientes com Anomalias Crânio e Bucomaxilofacial – código 03.07.04.010-0 e Instalação de Aparelho Ortodôntico e/ou Ortopédico Fixo – código 03.07.04.011-9 são realizados apenas na Modalidade de Atendimento Ambulatorial, têm como instrumento de registro a Apac (procedimento principal) e são financiados pelo Faec. Para realização dos procedimentos: Instalação de Prótese em Pacientes com Anomalias Crânio e Bucomaxilofacial – código 03.07.04.010-0 e Instalação de Aparelho Ortodôntico e/ou Ortopédico Fixo – código 03.07.04.011-9, há necessidade de a unidade possuir habilitação em Alta Complexidade em Odontologia (códigos 04.01, 04.03, 04.04 e 04.05), de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. b) O procedimento Instalação de Aparelho Ortodôntico e/ou Ortopédico Fixo – código 03.07.04.011-9 – tem incremento de 250% no serviço ambulatorial, quando realizado em unidade habilitada com Centro de Tratamento da Má Formação Labiopalatal – código 04.01 –, de acordo com os atributos do procedimento constante no Sigtap. 4 4 BPA-I – Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado. 5 BPA-C – Boletim de Produção Ambulatorial Consolidado. 6 RAAS – Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde. 7 Médio e Alto Custo/Complexidade. 8 FAEC – Fundo de Ações Estratégicas e Compensação. 9 Sigtap – Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. 33 c) Manutenção e/ou Conserto de Aparelho Ortodôntico e/ou Ortopédico – código 03.07.04.012-7 – é realizado apenas na Modalidade de Atendimento Ambulatorial, tem como instrumento de registro o BPA-I e financiado pelo MAC. A unidade deve possuir habilitação em Alta Complexidade em Odontologia (código 04.01), incremento de 50% no serviço ambulatorial, de acordo com os atributos do procedimento constante no Sigtap. d) São procedimentos financiados pelo PAB: Capeamento Pulpar – código 03.07.01.001-5; Restauração de Dente Decíduo – código 03.07.01.002-3; Restauração de Dente Permanente Anterior – código 03.07.01.003-1; Restauração de Dente Permanente Posterior – código 03.07.01.004-0; Acesso a Polpa Dentária e Medicação (por dente) – código 03.07.02.001-0; Curativo de Demora com ou sem Preparo Biomecânico – código 03.07.02.002-9; Pulpotomia Dentária – código 03.07.02.007-0; Raspagem, Alisamento e Polimento Supragengivais (por sextante) – código 03.07.03.001-6; Raspagem e Alisamento Subgengivais (por sextante) – código 03.07.03.002- 4; Moldagem Dento-Gengival para Construção de Prótese Dentária – código 03.07.04.007-0; Cimentação de Prótese Dentária – código 03.07.04.013-5; Adaptação de Prótese Dentária – código 03.07.04.014-3; Ajuste Oclusal – código 03.07.04.015-1; Instalação de Prótese Dentária – código 03.07.04.016-0. e) A Primeira Consulta Odontológica Programática – código 03.01.01.015-3 – inclui avaliação das condições gerais de saúde e realização de exame clínico odontológico com finalidade de diagnóstico e, necessariamente, elaboração de um plano preventivo – o terapêutico. Implica registro das informações em prontuário. Recomenda-se uma consulta/ano por pessoa. Quando feita a análise, verificar se: 34 as ações executadas e lançadas no BPA-I ou no BPA-C e na Apac estão sendo computadas de acordo com a descrição constante no Sigtap, bem como seus atributos para cada procedimento; houve cobrança de procedimento em quantidade superior ao realizado e/ou não comprovado; houve lançamento de procedimento diferente do realizado; os dados da Ficha Clínica são transcritos para o Mapa de Produção Diária ou Boletim Diário de Atendimento Odontológico o qual, consolidado, informará a produção diária da unidade; está sendo preenchida corretamente a Ficha Clínica Odontológica em todos os seus campos; o quantitativo de insumos, equipamentos e instrumental é compatível com o desenvolvimento das ações; os procedimentos endodônticos estão com comprovação radiológica (mínimo duas). No Grupo 04, de Procedimentos Cirúrgicos, teremos no Subgrupo 14 – procedimentos Bucomaxilofacial. Neste subgrupo, os procedimentos são realizados nas modalidades de Atendimento Ambulatorial, Atenção Domiciliar, Hospitalar e Hospital-Dia, têm como instrumento de registro o BPA-I ou o BPA-C, a Apac (procedimento principal), o RAAS e a AIH (procedimentos principal, secundário e especial). São financiados com recursos do PAB, do MAC e do Faec, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. a) Os procedimentos Tratamento Cirúrgico de Dente Incluso em Paciente com Anomalia Crânio e Bucomaxilofacial – código 04.14.01.037-0 – e Implante Dentário Osteointegrado – código 04.14.02.042-1 – são realizados apenas na Modalidade de Atendimento Ambulatorial, têm como instrumento de registro a Apac (procedimento principal) e são financiados com recursos do MAC e do Faec, respectivamente, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. Para a realização do procedimento Implante Dentário Osteointegrado – código 04.14.02.042-1 –, a unidade deverá ser habilitada em alta complexidade 35 como Centro de Especialidade Odontológica ou Centro de Tratamento da Má Formação (códigos 0401, 0403, 0404 e 0405). b) O procedimento Glossorrafia – código 04.14.02.017-0 – é realizado nas modalidades de Atendimento Ambulatorial, Atenção Domiciliar, Hospitalar e Hospital-Dia, tem como instrumento de registro o BPA-I ou o BPA-C, o RAAS e a AIH (procedimento secundário), sendo financiado com recursos do PAB, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. c) Os procedimentos da Atenção Básica, quando realizados em unidades hospitalares, deverão ser pagos pelo gestor municipal, em conformidade com os dispositivos da Portaria MS/SAS nº 9/2000. d) Os procedimentos Tratamento Cirúrgico de Fístula Orossinusal e/ou Oronasal – código 04.14.01.025-6 e Excisão de Cálculo de Glândula Salivar – código 04.14.01.034-5 – são realizados nas modalidades de Atendimento Ambulatorial, Hospitalar e Hospital-Dia, têm como instrumento de registro o BPA-I ou o BPA-C e a AIH (procedimento principal) sendo financiados com recursos do MAC, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. e) São procedimentos realizados nas modalidades de Atendimento Ambulatorial, Hospitalar e Hospital-Dia e têm como instrumento de registro o BPA-I ou o BPA-C e a AIH (procedimento especial), sendo financiados com recursos do MAC, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap: Exérese de Cisto Odontogênico e Não Odontogênico – código 04.14.01.036- 1; Tratamento Cirúrgico de Fístula Intra e/ou Extraoral – código 04.14.01.038-8; Apicectomia com ou sem Obturação Retrógrada – código 04.14.02.002-2; Aprofundamento de Vestíbulo Oral (por sextante) – código 04.14.02.003-0; Correção de Bridas Musculares – código 04.14.02.004-9; Correção de Irregularidades de Rebordo Alveolar – código 04.14.02.005-7; Correção de Tuberosidade do Maxilar –código 04.14.02.006-5; Curetagem Periapical – código 04.14.02.007-3; Enxerto Gengival – código 04.14.02.008-1; Enxerto Ósseo de Área Doadora Intrabucal – código 04.14.02.009-0; Exodontia Múltipla com Alveoloplastia por Sextante – código 04.14.02.014-6; Gengivectomia (por sextante) – código 04.14.02.015-4; 36 Gengivoplastia (por dextante) – código 04.14.02.016-2; Marsupialização de Cistos e Pseudocistos – código 04.14.02.020-0; Odontosecção/Radilectomia/Tunelização – código 04.14.02.021-9; Reimplante e Transplante Dental (por elemento) – código 04.14.02.024-3; Remoção de Dente Retido (incluso/impactado) – código 04.14.02.027-8; Remoção de Torus e Exostoses – código 04.14.02.029-4; Tratamento Cirúrgico para Tracionamento Dental – código 04.14.02.036-7; Tratamento Cirúrgico Periodontal (por sextante) – código 04.14.02.037-5. f) Os procedimentos Exodontia de Dente Decíduo – código 04.14.02.012-0 –, Exodontia de Dente Permanente – código 04.14.02.013-8 –, Tratamento Cirúrgico de Hemorragia Bucodental – código 04.14.02.035-9 –, Tratamento de Alveolite – código 04.14.02.038-3 – e Ulotomia e/ou Ulectomia – código 04.14.02.040-5 – são realizados nas modalidades de Atendimento Ambulatorial, Hospitalar e Hospital-Dia, têm como instrumento de registro o BPA-I ou o BPA-C, e a AIH (procedimento secundário), sendo financiado com recursos do PAB, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. g) Os procedimentos da Atenção Básica, quando realizados em unidades hospitalares, deverão ser pagos pelo gestor municipal, em conformidade com os dispositivos da Portaria MS/SAS nº 9/2000. h) O procedimento Tratamento Odontológico para Pacientes com Necessidades Especiais – código 04.14.02.041-3 – é realizado nas modalidades de Atendimento Hospitalar e Hospital-Dia, tem como instrumento de registro a AIH (procedimento principal), sendo financiado com recursos do Faec, de acordo com os atributos dos procedimentos constantes no Sigtap. Nos procedimentos cobrados por Apac, deverá ser verificado o cumprimento dos dispositivos nas normas do MS/SAS (Portaria MS/SAS nº 431, de 14 de novembro de 2000, Portaria MS/SAS 718, de 20 de dezembro de 2010, e Nota Técnica CGSB/DAB/SAS/MS), como por exemplo, que: o controle de frequência individual deverá ser preenchido em uma via e encaminhado pela UPS ao órgão de secretaria de saúde responsável pela revisão técnica, ao final de cada mês; somente os profissionais odontólogos não vinculados ao SUS, como prestadores de serviços, poderão ser autorizadores; 37 poderá ser emitida mais de uma Apac – I Formulário para o mesmo paciente, na mesma competência, nas situações estabelecidas pela Portaria MS/SAS nº 431/2000; no valor dos procedimentos estão incluídos todos os atos, atividades e materiais necessários à sua realização; as unidades de saúde devem manter arquivados: Demonstrativo de Apac Magnético; Apac Formulário; Laudo Médico para Emissão de Apac; Controle de Frequência Individual e Resultados dos Exames. Quando feita a análise, verificar se: as ações executadas e lançadas no BPA-I ou no BPA-C e na Apac estão sendo computadas de acordo com a descrição constante no Sigtap, bem como seus atributos para cada procedimento; houve cobrança de procedimento em quantidade superior ao realizado e/ou não comprovado; houve lançamento de procedimento diferente do realizado; houve pagamento de procedimento cirúrgico realizado em regime ambulatorial, porém pago na modalidade hospitalar (BRASIL, 2016). Case de ilustração A questão das glosas e da auditoria é tão séria e importante para a qualidade no atendimento e não desperdício dos recursos da saúde que vale a pena ver os resultados de uma pesquisa realizada por Moimaz et al. (2012) com o objetivo de fazer o levantamento das principais justificativas de glosas e o percentual de perdas de produção dos procedimentos odontológicos. O estudo foi epidemiológico de série histórica, retrospectivo e quantitativo, baseado no levantamento dos dados do sistema de informação do DATASUS e relatórios do Sistema Municipal de Auditoria do município de Aquidauana-MS nos anos de 2001 a 2010. Os resultados demonstraram que foram apresentados 921.300 procedimentos odontológicos; sendo 223.226 (24,2%) procedimentos individuais e 698.074 (75,8%) coletivos. Ocorreram 23.881 glosas (2,6%), sendo 10.158 (42,5%) nos procedimentos coletivos e 13.723 (57,5%) nos individuais. A causa mais frequente de glosas referente aos procedimentos individuais foi a repetição de 38 procedimento no mesmo paciente e no mesmo dente (42,4%). Nas atividades coletivas, foi a não realização do programa coletivo de saúde bucal (68,9%). Houve um aumento da perda dos procedimentos individuais passando de menos de 5% no período de 2001 a 2007; para 5,8% em 2008; 8,9% em 2009 e 14,1% em 2010 e nos procedimentos coletivos a perda atingiu 4% em 2010. Os autores concluíram que a causa mais frequente de justificativa de glosas foi a de repetição de procedimento no mesmo paciente e no mesmo dente nos procedimentos individuais e a não realização do programa preventivo de saúde bucal nas atividades coletivas. Nesse sentido, é importante o Sistema de Auditoria como um instrumento confiável aos gestores no planejamento e avaliação das ações de saúde. 39 UNIDADE 4 – AUDITORIA EM SERVIÇOS DE ONCOLOGIA 4.1 Introdução às neoplasias Tentando uniformizar a nomenclatura tumoral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem lançado, em vários idiomas, edições da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (AINDA CID-10). Por ela, é possível classificar os tumores por localização (topografia) e nomenclatura (morfologia), dentro de códigos de letras e números, sendo usada por especialistas em todo o mundo. Exceto pelos procedimentos de radioterapia de doença ou condição benigna (0304010014 e 0304010235), os procedimentos oncológicos em APAC correlacionam-se com tumores classificados pelos códigos de C00 a C97 e D37 a D48, embora não obrigatoriamente todos os incluídos entre esses intervalos. Por isso, para efeito de autorização de radioterapia, o carcinoma in situ, que é o estágio 0 do câncer, deve ser codificado com código do capítulo C (por exemplo, C44 – pele, C50 – mama e C60 – pênis), especificando-se a sua localização no órgão pelo terceiro algarismo, o quarto caractere do código da CID-10 (BRASIL, 2014). Para a autorização de procedimentos de radioterapia e de quimioterapia, é necessária a apresentação de cópia do laudo cito ou histopatológico, e, conforme especificado na descrição dos respectivos procedimentos, é indispensável a comprovação de receptor hormonal positivo, nos casos de mulheres sob hormonioterapia do carcinoma de mama ou do adenocarcinoma de endométrio; da positividade do exame do anti-CD 117/c-Kit, nos casos de tumor do estroma gastrintestinal; do cromossoma Philadelphia ou do gene bcr/abl, nos casos de leucemia mielóide crônica e linfoblástica aguda; do HER-2 (por exame de imunohistoquímica com exame confirmatório por técnica molecular), em casos de câncer de mama; e outros que venham a se estabelecer em portarias específicas. Ressalta-se que o exame citopatológico do colo do útero – exame preventivo, de Papanicolaou – é um exame de triagem e não representa um meio diagnóstico definitivo de câncer, daí a necessidade de, quando sugestivo de malignidade, ter sua confirmação por exame histopatológico. Inexiste indicação de tratamento de câncer sem a confirmação cito ou histopatológica de malignidade. 40 Em caso de tumor primário desconhecido, a definição terapêutica se dá conforme o tipo e subtipo celulares do tumor metastático, identificados por exame cito ou histopatológico. Em casos excepcionais (tumor primárioou metastático cerebral e tumor mediastinal comprimindo veia cava superior) poderá ser o diagnóstico clínico (por exame físico e de imagem) que justifica o início do tratamento solicitado, inclusive o de emergência, ainda sem confirmação de malignidade (BRASIL, 2014). A observância de todos os atributos dos procedimentos oncológicos, mormente as descrições dos procedimentos, orienta as decisões de autorização, e todos os procedimentos podem ser pesquisados no sítio eletrônico: http://sigtap.datasus.gov.br/ Na Tabela Unificada do SUS, os procedimentos oncológicos (assim considerados os cirúrgicos, radioterápicos, quimioterápicos e de iodoterapia do carcinoma diferenciado da tireoide) encontram-se em dois grupos: a) Grupo 03–Procedimentos Clínicos; Sub-Grupo 04–Tratamento em Oncologia, com as seguintes formas de organização (quinto e sexto dígitos dos códigos): 01–Radioterapia, 02–Quimioterapia Paliativa-Adulto, 03–Quimioterapia para Controle Temporário de Doença–Adulto, 04–Quimioterapia Prévia (neoadjuvante/citorredutora)-Adulto, 05–Quimioterapia Adjuvante–Adulto, 06– Quimioterapia Curativa–Adulto, 07–Quimioterapia de Tumores de Criança e Adolescente, 08–Quimioterapia–Procedimentos Especiais, 09-Medicina Nuclear Terapêutica Oncológica e 10–Gerais em Oncologia. b) Grupo 04–Procedimentos Cirúrgicos; Sub-Grupo 16–Cirurgia Oncológica, sendo as formas de organização relacionadas com as diversas especialidades cirúrgicas: 01-Urologia, 02–Sistema Linfático, 03–Cabeça e Pescoço, 04–Esôfago- Gastro-Duodenal e Vísceras Anexas e Outros Órgãos Intra-abdominais, 05–Colo- Proctologia, 06–Ginecologia, 07–Oftalmologia (sem procedimentos, disponibilizados no Subgrupo 05-Cirurgia do Aparelho da Visão), 08–Pele e Cirurgia Plástica, 09– Ossos e Partes Moles, 10–Neurocirurgia (sem procedimentos, disponibilizados no Subgrupo 03), 11–Cirurgia Torácica, 12–Mastologia. Há de se atentar para as habilitações em Oncologia também compatibilizadas com procedimentos de Ortopedia (Grupo 04-Procedimentos Cirúrgicos; Subgrupo 08-Cirurgia do Sistema Ósteo-muscular) e de Oftalmologia 41 (Grupo 04-Procedimentos Cirúrgicos; Subgrupo 05-Cirurgia do Aparelho da Visão), de média e de alta complexidade, seja para o diagnóstico, seja para o para tratamento do câncer, lembrando-se de que a Portaria SAS/MS 288, de 19/05/2008, operacionaliza a Política Nacional de Atenção em Oftalmologia, instituída pela PT GM/MS 957, de 15/05/2008, inclusive no que respeita aos procedimentos oftalmológicos aplicáveis ao tratamento do câncer. Figura 6: Paciente. Fonte: https://informativombpba.jusbrasil.com.br 4.2 Processos e procedimentos na auditoria operativa A auditoria operativa compreende a atividade desenvolvida na própria unidade onde as ações e os serviços são realizados, mediante a observação direta dos controles internos, fatos, dados, documentos e situações encontradas, tendo como objetivos: aferir de modo contínuo a adequação, eficiência, eficácia e os resultados dos serviços de saúde; identificar distorções, promover correções e buscar um aperfeiçoamento do atendimento médico-hospitalar ou ambulatorial, procurando obter melhor relação custo/benefício na política de atendimento das necessidades do paciente; promover processo educativo com vistas à melhoria da qualidade do atendimento na busca da satisfação do usuário. 42 Em se tratando de procedimentos rotineiros, nas auditorias realizadas pelas equipes do Ministério da Saúde, serão emitidos os seguintes documentos, os quais deverão ser levados em mãos pelos auditores: Ofício de Apresentação da equipe de auditoria, no qual constará o objetivo do trabalho, o nome do coordenador da equipe e o período em que o grupo atuará naquele local. Será emitido em duas vias, sendo a primeira destinada ao responsável pela unidade a ser auditada; Comunicado de Auditoria (CA). Deve ser utilizado para solicitar documentos, informações e/ou esclarecimentos pertinentes aos trabalhos de auditoria. Pode ser encaminhado com antecedência, nas situações em que a auditoria se reveste de magnitude e/ou complexidade, evitando-se o comprometimento do tempo destinado à verificação in loco, com busca de documentos. De modo geral, são solicitados, nas auditorias de Unidades Prestadoras de Serviços, os seguintes documentos em cópia: listagem nominal dos diretores com CPF e registro no(s) respectivo(s) conselho(s); dos profissionais médicos e odontólogos com CPF, registros nos Conselhos respectivos, tipo de vínculo, especialidade e carga horária; listagem nominal dos profissionais de enfermagem, com respectivos registros no Coren, tipo de vínculo e carga horária; listagem nominal dos demais profissionais de nível superior, por categoria profissional, com registros correspondentes nos Conselhos e carga horária; listagem nominal dos demais funcionários por categoria; escala mensal do plantão de todos os profissionais; escala mensal do ambulatório de todos os profissionais; cópia do documento que institui a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e ata da última reunião; licença para funcionamento da unidade, expedida pela Vigilância Sanitária Estadual; licença para funcionamento da farmácia (quando houver), expedida pela Vigilância Sanitária Estadual. Podem ainda ser solicitados documentos de atendimento (fichas clínicas, prontuários), de despesas e outros. Durante a programação do trabalho, é necessário que se determine o percentual de amostragem dos documentos a ser examinado. 43 Tal universo poderá variar de 20% a 100% dependendo do volume de documentos apresentado pela unidade a ser auditada, ou do que motivou a auditoria. Para escolha do percentual que será auditado (amostragem), considerar a representatividade e o quantitativo de AIH apresentado, seguindo os critérios: Unidade com até 100 AIH 100%; Unidade com 101 a 200 AIH 75%; Unidade com 201 a 300 AIH 50%; Unidade com 301 a 500 AIH 30%; Unidade com mais de 500 AIH 20%. Quando se verificar, no andamento da auditoria, a incidência de irregularidades superior a 40% do universo que está sendo analisado, o percentual de amostragem deverá ser estendido para 100%. Nas auditorias especiais, nas quais se determina um percentual padronizado, se ocorrer a situação anteriormente descrita, recomendar a extensão dos trabalhos com maior profundidade e abertura de novo processo de auditoria. A Auditoria Operativa Ambulatorial trata do trabalho de verificação da prestação da assistência ambulatorial, por meio da organização e dos serviços oferecidos. Ao avaliar esse aspecto, verifica-se toda a estrutura e organização da Unidade Prestadora de Serviço. Para tanto, utiliza-se o documento de orientação de trabalho, que é o Roteiro de Visita Ambulatorial. A perfeita caracterização da funcionalidade do ambulatório dependerá da aplicação desse roteiro de forma correta e com discernimento. 4.3 Auditoria nos grupos 28 e 29: radioterapia e quimioterapia Verificar se há prontuários dos pacientes em tratamento, devidamente preenchidos e a validade da Apac I Formulário se está de acordo com o estabelecido na Portaria MS/SAS nº 296, de 15/7/99 e Portaria MS/SAS nº 396, de 14/4/00. Observar se estão sendo cumpridas as normas constantes das Portarias MS/GM nº 3.535, de 2/9/98, MS/SAS nº 296, de 15/7/99, MS/GM nº 1.289, de 16/7/02, e o Manual de Bases Técnicas para Autorização de Procedimentos 44 de Alta Complexidade em Oncologia, aprovado pela Portaria MS/GM nº 396, de 12/4/00. O pagamento da quimioterapia é feito por custo médio mensal de um esquema terapêutico e não pelo custo de um ciclo, seja ele aplicado em que intervalo for. Os procedimentos anotados como exclusivos e únicos não podem somar-se a outros, para o mesmo tumor. Verificar a compatibilidade dos procedimentos
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