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CECS - CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS EXPERIMENTO 1 – TROCADORES DE CALOR DE TUBOS CONCÊNTRICOS ADRIANO DINIZ SILVA LIMA - RA: 11100411 JACLES MARTINS COELHO NETO - RA 11117513 LETICIA MENDES - RA: 21070014 MOHAMAD HUSSEIN NASSER - RA: 11024115 VICTOR ANDRADE DOS SANTOS - RA 21074413 PROFESSORA: JULIANA TÓFANO DE CAMPOS LEITE ENTREGUE EM: 22/10/2019 REVISADO EM: 03/11/2019 Santo André, outubro/2019 Sumário RESUMO 3 1 INTRODUÇÃO 4 2 OBJETIVOS 4 2.1 OBJETIVOS GERAIS 4 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4 3 MATERIAL E MÉTODOS 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 4.1 ESCOAMENTO PARALELO 7 4.2 ESCOAMENTO CONTRACORRENTE 10 5 CONCLUSÃO 14 6 REFERENCIAL TEÓRICO – TERMOPARES 15 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18 RESUMO Um trocador de calor é um dispositivo termodinâmico através do qual é possível fazer a troca de calor entre dois ou mais fluidos com temperaturas diferentes e são bastante usados em processos industriais no qual se deseja aquecer ou resfriar um fluido. Um dos trocadores mais comuns são os trocadores de calor de casco e tubos, que são constituídos por um casco e um feixe de tubos em seu interior. Pelos tubos normalmente circula o fluido refrigerante (menor temperatura) enquanto que o fluido a ser refrigerado (maior temperatura) flui em torno da área dos tubos internos, sendo isolado pelo casco do trocador. Neste trabalho foi realizado um estudo comportamental da transferência de calor que ocorre em um trocador de calor casco e tubos através da coleta das temperaturas das correntes fria e quente que circulam pelo sistema. Após uma análise do perfil de temperaturas obtido conclui-se que há uma variação das temperaturas de ambas as correntes no decorrer do tempo até o momento em que elas se aproximam mostrando que ocorreu a transferência de calor esperada e que o modelo matemático proposto é adequado. Após a análise dos resultados experimentais foi observado que as temperaturas das correntes fria e quente variam com o passar do tempo até o momento em que elas se aproximam, ou seja, é possível observar o fenômeno de transferência de calor que ocorre. 1 INTRODUÇÃO Trocadores de calor são equipamentos utilizados em diversas aplicações, onde sua função é realizar a troca de térmica entre dois fluidos que estão a temperaturas diferentes. Tipicamente eles são classificados de acordo com a direção e sentido do escoamento desses fluidos e do tipo de construção de sua estrutura. Nos trocadores de calor mais simples os fluidos quente e frio movem-se no mesmo sentido ou em sentidos opostos, e sua estrutura é formada por tubos concêntricos que permitem a troca térmica sem que haja a mistura dos fluidos. Na configuração de escoamento paralelo, os fluidos quentes e frio entram pela mesma extremidade, escoam no mesmo sentido e deixam o equipamento também na mesma extremidade. Na configuração de escoamento contracorrente, os fluidos entram por extremidades opostas, escoam em sentidos opostos e deixa o equipamento em extremidades opostas. 2 OBJETIVOS Os objetivos deste trabalho foram divididos em: 2.1 OBJETIVOS GERAIS O presente trabalho teve como objetivo geral verificar o desempenho de trocadores de calor de tubos concêntricos, com escoamento paralelo e contracorrente e verificar o efeito da variação da vazão mássica sobre o desempenho do trocador de calor. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Determinar a eficiência do trocador. • Determinar o coeficiente global de transferência de calor. • Analisar o efeito da oscilação da vazão mássica sobre o rendimento do trocador de calor. • Comparar as diferentes configurações - paralelo e contracorrente. • Ter contato com os equipamentos experimentalmente. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS Para ambas as partes do experimento – escoamentos paralelo e contracorrente – foram utilizados um termômetro de mercúrio e o trocador de calor de tubos concêntricos modelo TD360A, marca TecQuipment, mostrado na Figura 1. Constituído por tubo externo (casca) de diâmetro externo de 30 mm e diâmetro interno de 20 mm em acrílico transparente, tubo interno de diâmetro externo de 1 mm e diâmetro interno de 10 mm em aço inoxidável, possui uma área média de transferência de calor de 0,02 m2. Figura 1: Trocador de calor TD360A - TecQuipment Fonte: Elaboração Própria. 3.2 METODOLOGIA Com o trocador de calor instalado e configurado para escoamento paralelo, a temperatura de entrada da água quente foi ajustada para 40°C, com vazão de 3,0 l/min. Mantendo constante os valores da água quente, variou-se a vazão da água fria, inicialmente a 3,5 l/min, e diminuindo em intervalos de 0,5 l/min até a vazão de 0,5 l/min. A cada variação, foram tomados os valores de temperatura de entrada do fluido quente TH1, temperatura de saída do fluido quente TH2, temperatura intermediária quente TH3, temperatura de entrada do fluido frio TC1, temperatura de saída do fluido frio TC2, temperatura intermediária fria TC3. Com o termômetro de mercúrio foi aferida a temperatura ambiente, como referência. A segunda parte do experimento seguiu a mesmo metodologia descrita, variando apenas a configuração do trocador de calor, agora para escoamento contracorrente. 3.3 EQUAÇÕES UTILIZADAS De acordo com INCROPERA et al. (2008), para o cálculo das taxas de transferência de calor (Q), considerando regime permanente, variações de energia potencial e cinética nulas e sem realização de trabalho, obtém-se do balanço de energia, conforme as Equações 1 e 2: Q = mH .cp .(TH, ent - TH,sai ) (1) Q = mC .cp .(TC, sai - TC,ent ) (2) sendo Q a taxa de calor dissipada em J/s, mH e mC referem-se as vazões mássicas da água quente e fria, respectivamente, em kg/s, e cp é o calor específico da água em kJ/kg.°C. Também é possível determinar as taxas de transferência de calor Q em função da média logarítmica das diferenças de temperatura, 𝛥Tml , conforme Equação 3: Q = UA𝛥Tml (3) sendo U o coeficiente de transferência de calor global em kW/m2 .°C e A a área em m2 da superfície de troca térmica. A média logarítmica das diferenças de temperatura 𝛥Tml em °C pode ser obtida pelas Equações 4 e 5: 𝛥Tml = (𝑇𝐻,𝑠𝑎𝑖−𝑇𝐶,𝑠𝑎𝑖)−(𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡) 𝑙𝑛( 𝑇𝐻,𝑠𝑎𝑖−𝑇𝐶,𝑠𝑎𝑖 𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡 ) (4) 𝛥Tml = (𝑇𝐻,𝑠𝑎𝑖−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡)−(𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑠𝑎𝑖) 𝑙𝑛( 𝑇𝐻,𝑠𝑎𝑖−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡 𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑠𝑎𝑖 ) (5) onde a Equação 4 é aplicada para o escoamento paralelo e a Equação 5 para o escoamento contracorrente. A eficiência (η) de um trocador de calor é determinada pela razão da taxa de transferência de calor do fluido frio sobre a taxa de transferência de calor do fluido quente, conforme Equação 6. Por essa equação é possível analisar o desempenho da transferência de calor do fluido quente para o fluido frio. 𝜂= 𝑄𝑙 𝑄ℎ (6) A efetividade (ε) de um trocador de calor pode ser determinada pela razão entre a taxa de transferência de calor real em um trocador de calor e a taxa de transferência de calor máxima possível, conforme a Equação 7: 𝜀 = 𝑄 𝑄𝑚𝑎𝑥 = 𝐶𝐻(𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐻,𝑠𝑎𝑖) 𝐶𝑀𝐼𝑁(𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡) = 𝐶𝐶(𝑇𝐶,𝑠𝑎𝑖−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡) 𝐶𝑀𝐼𝑁(𝑇𝐻,𝑒𝑛𝑡−𝑇𝐶,𝑒𝑛𝑡) (7) 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 ESCOAMENTO PARALELO Os valores obtidos nas medições experimentais do escoamento paralelo são apresentados na Tabela 1 e para determinar as vazões mássicas converteu-se as vazões volumétricas de L/min para m³/s, conforme Tabela 2. Tabela 1: Dados experimentais dos fluidos quente e frio -Escoamento paralelo Temperatura ambiente: 22°C Temperatura tanque de abastecimento: 40°C Ensaio mH (l/min) mC (l/min) TH1 (°C) TH2 (°C) TH3 (°C) TC1 (°C) TC2 (°C) TC3 (°C) 1 3.05 3.50 39.3 36.8 38.1 19.1 21.5 20.5 2 3.05 3.01 39.2 36.8 37.9 19.0 21.7 20.5 3 3.05 2.50 39.7 37.4 38.5 19.0 22.0 20.7 4 3.02 2.02 39.6 37.6 38.7 19.0 22.5 21.0 5 3.02 1.51 39.5 37.7 38.5 19.1 23.1 21.3 6 3.03 1.00 40.0 38.6 39.4 19.1 24.4 22.1 7 2.99 0.51 39.4 38.3 38.9 19.3 26.6 23.6 Fonte: Elaboração Própria. Tabela 2: Conversão de unidades das vazões mássicas - escoamento paralelo Ensaio mH (l/min) mH (m³/s) mH (kg/s) mC (l/min) mC (m³/s) mC (kg/s) 1 3.05 5.08E-05 5.04E-02 3.50 5.83E-05 5.82E-02 2 3.05 5.08E-05 5.04E-02 3.01 5.02E-05 5.00E-02 3 3.05 5.08E-05 5.04E-02 2.50 4.17E-05 4.15E-02 4 3.02 5.03E-05 4.99E-02 2.02 3.37E-05 3.36E-02 5 3.02 5.03E-05 4.99E-02 1.51 2.52E-05 2.51E-02 6 3.03 5.05E-05 5.01E-02 1.00 1.67E-05 1.66E-02 7 2.99 4.98E-05 4.94E-02 0.51 8.50E-06 8.48E-03 Fonte: Elaboração Própria. A Tabela 3 apresenta as taxas de transferência de calor Q para as diferentes vazões consideradas no escoamento paralelo. O subscrito 12 representa a troca de calor total entre os pontos 1 e 2 do trocador, ou seja, entre a entrada e a saída. Já os subscritos 31 e 32 representam as trocas de calor intermediárias, na primeira metade e na segunda metade do trocador de calor, respectivamente. Pode-se notar que Q12 é a soma de Q32 e Q31. Tabela 3: Taxa de transferência de calor Q para diferentes valores de vazão - esc. paralelo Ensaio Fluido quente Fluido frio Q12 (W) Q32 (W) Q31 (W) Q12 (W) Q32 (W) Q31 (W) 1 -528 -274 -253 584 243 341 2 -507 -232 -274 565 251 314 3 -486 -232 -253 522 226 296 4 -418 -230 -188 492 211 281 5 -376 -167 -209 420 189 231 6 -294 -168 -126 369 160 209 7 -228 -124 -103 259 106 153 Fonte: Elaboração Própria. A efetividade e eficiência do trocador de calor para as diferentes vazões para o escoamento paralelo são apresentadas conforme Tabela 4: Tabela 4: Eficiência do trocador de calor para diferentes valores de vazão - esc. paralelo Ensaio ε η 1 0,124 1,11 2 0,128 1,12 3 0,135 1,07 4 0,144 1,18 5 0,177 1,12 6 0,189 1,26 7 0,325 1,14 Fonte: Elaboração Própria. Para todos os ensaios, os valores da eficiência deram todos maiores que 1, o que não era o esperado. Isso pode ser devido aos erros de medição dos equipamentos ou ao fato da temperatura ambiente ser maior que a temperatura do fluido frio, ocasionando uma troca de calor nesse meio. A Tabela 5 apresenta os valores das médias logarítmicas de temperatura para o escoamento paralelo. Tabela 5: Médias logarítmicas das diferenças de temperatura - esc. paralelo Ensaio ΔTlm 1 17.64 2 17.53 3 17.92 4 17.71 5 17.34 6 17.33 7 15.52 Fonte: Elaboração Própria. Tais dados foram úteis para a determinação do coeficiente global de transferência de calor, apresentado na Tabela 6, conforme Equação 3. Tabela 6 - Coeficiente global de transferência de calor para diferentes vazões - esc. paralelo Ensaio Fluido quente Fluido frio 1 -1495 1655 2 -1445 1611 3 -1355 1456 4 -1180 1389 5 -1085 1211 6 -846 1064 7 -733 834 Fonte: Elaboração Própria. 4.2 ESCOAMENTO CONTRACORRENTE Os valores obtidos nas medições experimentais do escoamento contracorrente são apresentados na Tabela 7 e para determinar as vazões mássicas converteu-se as vazões volumétricas de L/min para m³/s, conforme Tabela 8: Tabela 7 - Dados experimentais dos fluidos quente e frio - escoamento contracorrente Temperatura ambiente: 23°C Temperatura tanque de abastecimento: 40°C Ensaio mH (l/min) mC (l/min) TH1 (°C) TH2 (°C) TH3 (°C) TC1 (°C) TC2 (°C) TC3 (°C) 1 2.92 3.50 40.1 38.1 39.3 23.6 25.4 24.4 2 2.96 3.02 39.9 38.0 39.1 23.3 25.4 24.3 3 2.93 2.50 40.2 38.3 39.3 22.9 25.3 24.1 4 2.88 2.00 39.9 38.2 39.1 22.9 25.5 24.1 5 2.91 1.49 40.1 38.6 39.5 22.5 26.0 24.2 6 2.91 0.99 40.0 38.7 39.3 22.4 26.7 24.6 7 2.90 0.51 39.7 38.6 39.2 22.4 28.6 25.8 Fonte: Elaboração Própria. Tabela 8 - Conversão de unidades das vazões mássicas - escoamento contracorrente Ensaio mH (l/min) mH (m³/s) mH (kg/s) mC (l/min) mC (m³/s) mC (kg/s) 1 2.92 4.87E-05 4.83E-02 3.50 5.83E-05 5.82E-02 2 2.96 4.93E-05 4.89E-02 3.02 5.03E-05 5.02E-02 3 2.93 4.88E-05 4.85E-02 2.50 4.17E-05 4.15E-02 4 2.88 4.80E-05 4.76E-02 2.00 3.33E-05 3.32E-02 5 2.91 4.85E-05 4.81E-02 1.49 2.48E-05 2.48E-02 6 2.91 4.85E-05 4.81E-02 0.99 1.65E-05 1.65E-02 7 2.90 4.83E-05 4.80E-02 0.51 8.50E-06 8.48E-03 Fonte: Elaboração Própria. A Tabela 9 apresenta as taxas de transferência de calor Q para as diferentes vazões consideradas no escoamento contracorrente. O subscrito 12 representa a troca de calor total entre os pontos 1 e 2 do trocador, ou seja, entre a entrada e a saída. Já os subscritos 31 e 32 representam as trocas de calor intermediárias, na primeira metade e na segunda metade do trocador de calor, respectivamente. Pode-se notar que Q12 é a soma de Q32 e Q31. Tabela 9 - Taxa de transferência de calor Q para diferentes valores de vazão - esc. contracorrente Ensaio Fluido quente Fluido frio Q12 (W) Q32 (W) Q31 (W) Q12 (W) Q32 (W) Q31 (W) 1 -404 -243 -162 438 243 195 2 -389 -225 -164 441 231 210 3 -385 -203 -183 417 209 209 4 -339 -179 -159 362 195 167 5 -302 -181 -121 363 187 176 6 -262 -121 -141 296 145 151 7 -221 -120 -100 220 99.3 121 Fonte: Elaboração Própria. A efetividade e eficiência do trocador de calor para as diferentes vazões para o escoamento contracorrente são apresentadas conforme Tabela 10: Tabela 10 - Eficiência do trocador de calor para diferentes valores de vazão - esc. contracorrente Ensaio ε η 1 0.121 1,08 2 0.114 1,13 3 0.128 1,08 4 0.143 1,07 5 0.165 1,20 6 0.215 1,13 7 0.360 1,00 Fonte: Elaboração Própria. Para todos os ensaios, os valores da eficiência deram todos maiores que 1, o que não era o esperado. Isso pode ser devido aos erros de medição dos equipamentos ou ao fato da temperatura ambiente ser maior que a temperatura do fluido frio, ocasionando uma troca de calor nesse meio. A Tabela 11 apresentam os valores das media logarítmicas da temperatura para o escoamento contracorrente: Tabela 11 - Médias logarítmicas das diferenças de temperatura - esc. contracorrente Temperatura Média Logarítmica Ensaio ΔTlm 1 14.52 2 14.51 3 15.05 4 14.75 5 14.96 6 14.62 7 13.32 Fonte: Elaboração Própria. Tais dados foram úteis para a determinação do coeficiente global de transferência de calor, apresentado na Tabela 12, conforme Equação 3. Tabela 12 - Coeficiente global de transferência de calor para diferentes vazões - esc. contracorrente Ensaio Fluido quente Fluido frio 1 -1391 1508 2 -1340 1519 3 -1279 1385 4 -1149 1227 5 -1009 1213 6 -896 1012 7 -829 825 Fonte: Elaboração Própria. De posse dos resultados obtidos, é possível concluir que a temperatura varia à medida que o calor é trocado entre os fluidos, ou seja, à medida que o fluido percorre o comprimento do trocador. A temperatura da corrente fria apresenta um comportamento aproximadamente constante, o que reforça a suposição realizada na modelagem matemática do trocador. Comparando-se a efetividade teórica das duas operações, confirma-se mais uma vez que a configuração contracorrente é mais eficiente, sendo que a diferença significativa entre os resultados das efetividades real e teórica não nos permite tomar essa conclusão, devido à não idealidade do trocador de calor utilizado Uma vez que a vazão mássica é reduzida, os valores, a transferência de calor e o coeficiente global são afetados pois os mesmos têm relação direta ou indireta com a velocidade do escoamento. O tamanho do trocador de calor influência nos resultados, por isso algumas hipóteses e simplificaçõespodem não estar de acordo com os valores encontrados. Finalmente, vale ressaltar o motivo da configuração em contracorrente tornar o sistema mais eficiente em relação à configuração em co-corrente: isto ocorre pois, como os dois fluidos correm paralelamente um com o outro na co-corrente o fluxo se dá com os dois fluidos entrando do mesmo lado e saindo do outro lado, fazendo com que a taxa de transfêrencia quase se iguale, pois o fluido frio ganha temperatura à medida que acompanha o fluxo quente. Já em contra- corrente, os fluidos entram por lados diferentes, fazendo com que, mesmo que o fluido frio ganhe temperatura, ele irá trocar calor com o fluido quente do outro lado, pois estará ainda em uma temperatura inferior à do fluido quente. 5 CONCLUSÃO De posse aos dados obtidos experimentalmente, foi possível cumprir os objetivos propostos para o presente relatório. Levando em consideração os possíveis erros associados, seja por imprecisão dos equipamentos ou algum erro operacional, os resultados obtidos podem ser diferentes dos resultados reais, porém foi possível entender o conceito de transferência de calor em um trocador de calor de casco e tubos. 6 REFERENCIAL TEÓRICO – TERMOPARES Termopares são sensores de temperatura de fabricação e formato de utilização bastante simples, onde ele realiza uma medição de temperatura que é identificada através de uma diferença de potencial entre as extremidades. Essa diferença de potencial pode ser facilmente medida através de um voltímetro, tornando assim extremamente aplicável a diversos circuitos eletroeletrônicos. Um termopar é constituído por dois metais distintos unidos em uma das extremidades, a diferença de potencial acontece quando se verifica uma diferença de temperatura entre a extremidade dos metais que está unida e as extremidades livres. Conceitualmente o funcionamento do termopar é baseado no Efeito de Seebeck, este que foi descoberto acidentalmente por um físico chamado Thomas Seebeck em 1822. Existem diversos tipos de combinações de metais que podem ser feitas, além de diversos tipos de termopares, onde cada um possui particularidades de funcionamento e aplicação. 6.1 EFEITO TERMOELÉTRICO OU EFEITO SEEBECK O termopar tem seu princípio de funcionamento baseado no efeito Seebeck, e este efeito demonstra que para grandes diferenças de temperatura a diferença de potencial entre A1 e A2 é dada por uma lei do tipo: V = a + b(t1+t2) + c(t1-t2)² Onde a, b e c são constantes, isso se torna verdadeiro quando uma das junções é mantida a temperatura constante. Isso fica claro através de um exemplo prático: Se uma junção é mantida a 0ºC e a outra a 10ºC a diferença de potencial é diferente do caso onde uma junção é mantida a 100ºC e a outra a 110ºC, apesar da diferença de temperatura ser igual (10ºC) a diferença de potencial não. A diferença de potencial gerada no fenômeno termoelétrico (ou efeito Seebeck) é sempre bastante pequena, exemplo: Em um termopar constituído por Cu e Fe, uma diferença de temperatura de 100ºC gera uma diferença de potencial de ordem de 0,001 V. 6.2 TIPOS DE TERMOPARES De acordo com SILVA (2019), existem diversos tipos e modelos de termopares, cada um dedicado a alguma aplicação diferente pois apresenta aspectos diferentes, conforme Tabela 13: Tabela 13 - Tipos de Termopares e sua Constituição Fonte: SILVA (2019) De acordo com OMEGA BRASIL (2019), a principal diferença entre os tipos de termopares são as combinações dos metais que constituem os termopares e também as calibrações. As quatro calibrações mais comuns são J, K, T e E, além dessas existem também as combinações para altas temperaturas que são R, S, C e GB. Cada calibração apresenta diferentes intervalos de temperatura e pode variar de acordo com o diâmetro do fio utilizado no termopar. Na Tabela 14 é possível verificar as principais características das calibrações J, K, E e T. Tabela 14 - Intervalos de temperatura mais comuns para Termopares Calibração Temperatura Limites Padrão de Erros Limites Especiais de Erros Intervalo J 0° a 750°C (32° a 1382°F) Superior a 2.2°C ou 0.75% Superior a 1.1°C ou 0.4% K -200° a 1250°C (-328° a 2282°F) Superior a 2.2°C ou 0.75% Superior a 1.1°C ou 0.4% E -200° a 900°C (-328° a 1652°F) Superior a 1.7°C ou 0.5% Superior a 1.0°C ou 0.4% T -250° a 350°C (-328° a 662°F) Superior a 1.0°C ou 0.75% Superior a 0.5°C ou 0.4% Fonte: OMEGA BRASIL (2019) 6.3 COMO ESCOLHER UM TERMOPAR Conforme foi dito anteriormente, para cada aplicação existe um termopar ideal a ser utilizado, e para isso existem inúmeros fabricantes e modelos de equipamentos. Mas é importante entender como escolher o termopar ideal para a aplicação, diminuindo assim custos do projeto (evitando superdimensionamento) e também evitando perdas devido a falta de precisão do termopar. Os termopares são amplamente utilizados na indústria, onde possuem sua maior gama de aplicações com diferentes intervalos de temperatura e calibração. Ao escolher um termopar, indica-se avaliar alguns critérios, como: • Intervalo de temperatura • Resistência química do termopar ou material da bainha • Resistência a abrasão e vibração • Compatibilidade com o equipamento existente onde será instalado esse termopar. Com isso, é possível definir um termopar passando por uma lista de atividades bastante básica, e isso vai desde a aquisição de um termopar para um processo industrial quanto para a aquisição de um termopar para estudo ou laboratório de pesquisa, conforme OMEGA BRASIL (2019): 1) Determinar a aplicação onde o termopar será utilizado 2) Analisar a variação de temperatura em que o termopar será exposto 3) Considerar qualquer resistência química necessária para o material do termopar ou bainha 4) Avaliar a necessidade de abrasão e resistência a vibração 5) Listar todos os requisitos de instalação. Figura 2 - Foto ilustrativa de um sensor termopar Fonte: PAKARI (2019) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E-FÍSICA (Site). EFEITO TERMOELÉTRICO OU EFEITO SEEBECK. Disponível em:<http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/termo/efeito_termoeletrico/>. Acesso em: 19 out. 2019. INCROPERA; DEWITT; BERGMAN; LAVIN. Fundamentos da transferência de calor, Notre Dame, 2008. OMEGA BRASIL (Empresa). SAIBA O QUE É UM TERMOPAR. Disponível em: <https://br.omega.com/prodinfo/termopares.html>. Acesso em: 20 out. 2019. PAKARI BRASIL (Empresa). O QUE É UM TERMOPAR. Disponível em: < http://www.pakari.com.br/sensor-termopar> Acesso em: 20 out. 2019. SILVA, Gustavo M. TERMOPARES - Dispositivos para medir temperatura. Disponível em: <http://www.dem.feis.unesp.br/maprotec/termopares-dispositivos-utilizados-para-medir- temperatura.pdf>. Acesso em: 20 out. 2019. http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/termo/efeito_termoeletrico/ https://br.omega.com/prodinfo/termopares.html http://www.pakari.com.br/sensor-termopar
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