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TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO Alexandra Petry¹, Daniela Borges Gonçalves¹ ¹Curso de Engenharia Química. Universidade do Sul de Santa Catarina. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Curso de Graduação em Engenharia Química Disciplina de Laboratório de Fenômenos e Operações de Transferência de Calor Professora: Camila da Silva Gonçalves Palavras Chave: trocador de calor, casco e tubo, co-corrente, contracorrente. Introdução A transferência de calor é energia em trânsito devido a uma diferença de temperatura. Quando existir uma diferença de temperatura em um meio ou entre meios ocorrerá transferência de calor. Se dois corpos com temperaturas diferentes forem colocados em contato, ocorrerá uma troca de calor do corpo de maior temperatura para o corpo de temperatura mais baixa, até que haja um equilíbrio entre eles. O equipamento usado para implementar essa troca é conhecido como trocador de calor. (INCROPERA, et. al. 2008). O trocador de calor é um equipamento de extrema importância para a engenharia. Ao longo dos anos foram desenvolvidos diversos tipos de trocadores de calor para muitos campos da indústria, como usinas elétricas, usinas de processamento químico, em aquecimento e condicionamento de ar. Os trocadores de calor também são comuns nas aplicações domésticas como geladeiras e ar condicionados. O trocador de calor foi projetado com o objetivo de trocar calor entre fluidos, segundo as leis da termodinâmica e, proporcionar o reaproveitamento da energia térmica presente nos fluidos quentes (INCROPERA, et. al. 2008). Tipicamente, os trocadores de calor são classificados em função da classificação do escoamento e do tipo de construção (INCROPERA, et. al. 2008). Existem vários tipos de trocadores de calor, no entanto, os mais comuns para aplicação em processos químicos são os trocadores bitubulares, de casco e tubo e placas (ECO, 2017). Os trocadores de calor de casco e tubos representam algo em torno de 60% de todos os trocadores de calor empregados nos processos industriais, pois podem ser projetados para operar em diferentes escalas de pressão e temperatura em inúmeras aplicações (HEWITT et al, 1993). O modelo de trocador de calor casco e tubo consiste em um tubo externo também chamado de casco composto por um feixe de tubos. Os tubos são presos pelas extremidades a placas perfuradas, chamadas espelhos, que são presas no casco. Os tubos internos atravessam as placas perfuradas (chicanas), que além de ajudarem a dar uma maior resistência aos tubos, serve também para direcionar o fluido que escoa no casco. Neste tipo de trocador de calor passa um fluido nos tubos externos e outro fluido no casco, podendo ser um fluido quente nos tubos internos e um frio no casco ou vice e versa, podendo assim resfriar ou esquentar um dos fluidos. A troca de calor ocorrerá através da parede do tubo interno por convecção e condução. (INCROPERA, et. al. 2008). Ao longo da operação de trocadores de calor, as superfícies estão sujeitas à deposição de impurezas dos fluidos, à formação de ferrugem ou a outras reações entre o fluido e o material que compõe a parede, o que pode aumentar significativamente a resistência à transferência de calor entre fluidos (INCROPERA, et. al. 2008). Em um trocador de calor com escoamento co-corrente, inicialmente a diferença de temperaturas é grande, mas diminui com o aumento de x, aproximando-se assintoticamente de zero. Nesse tipo de trocador de calor, a temperatura do fluido nunca pode ser superior à do fluido quente. Para o escoamento paralelo, tem-se que Tq,ent=Tq,1; Tq,sai=Tq,2; Tf,ent= Tf,1 e Tf,sai=Tf,2 (INCROPERA, et. al 2008). O trocador de calor com o escoamento contracorrente, ao contrário do trocador com escoamento co-corrente, proporciona a transferência de calor entre as parcelas mais quentes dos dois fluidos em uma extremidade, assim como entre as parcelas mais frias na outra extremidade. Por esse motivo, a variação na diferença de temperaturas, = Tq-Tf, em relação ao x não é em posição alguma tão elevada quanto na região de entrada de um trocador de calor com escoamento co-corrente. No escoamento contracorrente, a temperatura de saída do fluido frio é maior do que a temperatura de saída do fluido quente (INCROPERA, et. al. 2008). Para projetar ou prever o desempenho de um trocador de calor é essencial relacionar a taxa total de transferência de calor a grandezas, tais como: as temperaturas de entrada e de saída dos fluidos, o coeficiente global de transferência de calor e área superficial total disponível para a transferência de calor (INCROPERA, et. al .2008). O trocador casco e tubo permite a recuperação direta de calor. A eficiência de troca térmica é definida na Equação 1: (1) Onde, Te e Ts são as temperaturas de entrada e saída dos fluidos frio (f) e quente (q). O coeficiente global de troca térmica experimental (Uexp) pode ser calculado a partir das quantidades de calor trocadas no sistema, pela Equação 2: (2) Onde, q = (qf + qq)/2, sendo qf a quantidade de calor recebida pelo fluido frio e qq a quantidade de calor cedida pelo fluido quente (J/s). At é a área total de troca térmica (m²) e ΔTln é a média logarítmica de diferença de temperatura (K). A quantidade de calor recebida ou cedida, pode ser calculada pela Equação 3: (3) Onde, w = vazão mássica (g/s), Cp é a capacidade calorífica da água quente e fria (J/(g.K)) e ΔT é a diferença de temperaturas entre as entradas e saídas do fluidos (K). A média logarítmica de diferença de temperatura para o escoamento co-corrente e contracorrente é obtida por meio da Equação 4, que serve para escoamento co-corrente e a Equação 5 que serve para escoamento contracorrente: (4) (5) Levando-se em consideração as equações e correlações existentes na literatura, o coeficiente global de troca térmica pode ser estimado pela Equação 6: (6) Onde, hf e hq são os coeficientes de película do lado frio e quente, respectivamente. Para a transferência de calor num trocador casco e tubo, a correlação de Dittus Boelter (Equação 7) é bem aceita: Onde: G = fluxo mássico do fluido entre dois tubos = (w/ AG), sendo w a vazão mássica total (g/s) de AG área total de fluxo no casco, sendo esta de 0,01601 m² ou área total de fluxo no tubo, sendo esta de 0,0009806 m². De = diâmetro externo dos tubos internos, sendo este de 0,0127 m². K = condutividade térmica do fluido, na temperatura média (W/(m.K)); µ= viscosidade do fluido, na temperatura média (N.s/m²) e CP = calor específico do fluido, na temperatura média (J/(g.K)). Devido a troca de calor com o ambiente e, considerando que na maioria dos casos, a diferença de temperatura entre o fluido quente e o ambiente é bem maior que a diferença entre o fluido frio e o ambiente, define-se: - Quantidade de calor prático (qp) como a quantidade de calor que o fluido frio recebe do fluido quente, ou seja (qf); - Quantidade de calor teórico (qt) como a quantidade de calor que o fluido quente transferiria ao fluido frio se não houvesse perdas para o ambiente, ou seja, (qq). Então, o percentual de perdas térmicas é definido pela Equação 8: (8) A seguinte prática teve como objetivos determinar os coeficientes convectivos globais de troca de calor, a eficiência de troca térmica e a quantidade de calor trocado, levando-se em conta as configurações dos escoamentos e as variações de vazão dos fluidos e dimensionar um trocador industrial. Metodologia O equipamento utilizado está apresentado na Figura 1. Figura 1. Bancada de trocador de calor casco e tubo. Fonte: Fornecido pela professora, 2020. O Trocador de Calor de Casco e Tubos, é constituído por: · Do Lado dos Tubos: 12 tubos em aço inox, com as seguintes dimensões: Diâmetro externo 12,7 mm e parede lisa de 1,25mm; Comprimento de 588 mm, montadosem configuração de passe único e arranjo de passagem triangular com Passo entre os tubos de 15,87 mm e Luz (vazio) de 3,4 mm; Área de troca térmica total de 0,2593 m2; · Do Lado do casco: Casco confeccionado em teflon e vidro com 65 mm de diâmetro e 5 mm de espessura de parede lisa; Comprimento de 500 mm; Cinco defletores (chicanas) com espaçamento de 90 mm cada; · Camisa de vácuo, em material transparente, para isolamento térmico da face externa do Casco; · Sistema Aquecedor de água elétrico, com capacidade de aquecimento de 8 litros/min até 65ºC, com sistema de reciclo da água quente ( CFAQ); · Medidores de vazão, tipo Rotâmetro, para os fluidos (água) quente e frio; · Sensores de temperatura para as entradas e saídas dos fluidos e retorno da água reciclada; · Circuito de tubulações em pvc térmico; · 04 Válvulas bloqueio, que permitem realizar as mudanças de configurações de vazão de co-corrente (paralelo) e contracorrente; · 02 Válvulas que permitem a regulagem das vazões dos fluidos quente e frio; · Bomba centrífuga, para o reciclo (reaproveitamento) da água quente; · Bomba de vácuo para o isolamento térmico; · Conjunto de amostras de tubos, avulsos, para verificação de sua geometria e áreas de fluxo do trocador de calor; · Painel elétrico, confeccionado segundo NBR 5410. - Operação em configuração co-corrente Ao iniciar o procedimento experimental, encheu-se o reservatório de água até que o nível de água ficasse cinco centímetros abaixo do topo, no máximo, colocou-se a mangueira (utilizada para corrente de água fria) e abriu-se a válvula VA para que a água passasse pelo filtro, evitando particulados que pudessem causar perda de eficiência devido a aderência na superfície dos tubos do trocador. A válvula VA ficou aberta somente para encher a água, já para a realização do experimento para a passagem de água fria, ela permaneceu fechada. Verificou-se o nível de óleo da bomba de vácuo. Procedeu-se a abertura e fechamento das válvulas de bloqueio adequadamente para a configuração co-corrente. Ligou-se a bomba centrífuga. Regulou-se a vazão da água quente entre 2,5 e 4 L/min. Ajustou-se a temperatura de água quente através do controlador no painel elétrico. Ligou-se a resistência elétrica por meio do botão no painel elétrico. Regulou-se a vazão de água fria através da VR2 e do rotâmetro 2 para 8 L/min. Depois, deixou o sistema entrar em equilíbrio térmico e procedeu-se as leituras de temperatura por meio das termo resistências instaladas no circuito. Repetiu-se o procedimento do item para outras vazões de água fria: 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2 e 1 L/min). Fechou-se totalmente e somente a vazão de água fria (VR2), preparando-se para fazer a segunda etapa do experimento. - Operação em configuração contracorrente Mudou-se o arranjo do fluxo para contracorrente. Para tanto, procedeu-se o manuseio das válvulas de bloqueio adequadamente. Com a vazão de água quente já regulada (mesma do item 4.2), regulou-se a vazão de água fria através da VR2 e do rotâmetro 2 para 8 L/min, e depois deixou-se o sistema entrar em equilíbrio térmico. Após isso procedeu-se a leitura das temperaturas. Regulou-se a corrente de água fria para outras vazões: 7, 6, 5, 4, 3, 2 e 1 L/min. Ao final do experimento, desligou-se o aquecimento elétrico. Fechou-se as válvulas de água VR1 e VR2. Desligou-se a bomba centrifuga. Desligou-se o painel elétrico. Resultados e Discussões Verificando os dados obtidos na Tabela 1 da temperatura observou-se que a temperatura varia na medida em que o calor é trocado entre os fluidos, ou seja, à medida que o fluido percorre o comprimento do trocador. Tabela 1. Temperaturas medias das duas configurações Temperaturas médias (k) Co-corrente Contracorrente Tmédioqte Tmédiofrio Tmédioqte Tmédiofrio 328,3 302,35 328,5 303,15 327,95 300,2 327,65 300,5 327,5 298,8 327,25 299,05 326,7 297,9 327,1 298,05 326,65 297,1 327 297,4 327,05 296,65 326,45 296,95 326,65 296,35 326,7 296,65 326,55 296 326,3 296,3 Fonte: Os autores (2020) Com o auxílio de tabelas de propriedades físicas da água (em anexo) encontradas na literatura foi possível calcular as propriedades físicas dos fluidos quente e frio em suas temperaturas médias, por interpolação, e assim determinou-se a taxa de calor trocado (Tabela 2) para cada fluido em cada situação, bem como a taxa média e o percentual de perda térmica. Tabela 2. Calor trocado Calor trocado (J/s) Co-corrente Contracorrente q quente q frio q quente q frio -61,82936 1067,556 -144,292996 1053,651206 123,70684 1596,007 123,5968738 1429,447071 268,08004 2020,967 371,2244275 1666,736744 639,40863 2306,022 515,6186868 1833,673459 618,85383 2396,573 598,1422823 1840,793475 660,0075 2585,072 701,4253581 1917,324787 825,14094 2821,1 804,4975077 1945,363022 866,42923 2835,739 845,8142973 1834,260849 Fonte: Os autores (2020) De acordo com TADINI et al (2016), o arranjo contracorrente além de ser o mais utilizado, também é o arranjo onde obtém-se o maior potencial térmico possível, o que confirma então a obtenção de maiores valores de eficiência para o trocador em modo contracorrente, conforme Tabela 3. Tabela 3- Eficiência dos fluxos Eficiência (%) Co-corrente Contracorrente E E 45,97014925 46,62576687 34,02366864 31,59509502 28,3625731 24,16918429 24,05797101 19,76047904 20 15,72700297 17,66381766 13,73134328 16,47727273 11,7647059 14,48863636 9,705882353 Fonte: Os autores (2020) De maneira geral, o percentual de perdas térmicas (Tabela 4) apresentou valores maiores para o escoamento co-corrente. Quanto maior a velocidade de escoamento num trocador de calor, maior a intensidade de turbulência criada e melhor deve ser o coeficiente de transporte de energia. No entanto essa turbulência intensa também implica em um maior atrito e perda de carga, podendo até ultrapassar os valores máximos admissíveis. Tabela 4. Perda térmica Perda Térmica (%) Co-corrente Contracorrente (%) (%) 1826,61661 830,216459 -1190,1526 1056,53983 -653,86702 -348,983585 -260,64918 -255,625874 -287,25994 -207,751772 -261,67312 -173,346945 -241,89311 -141,810596 -227,29032 -116,86421 Fonte: Os autores (2020) Observou-se na Tabela 5 que conforme a taxa de calor trocado médio aumentou maior foi o resultado do coeficiente U experimental, tanto na configuração co-corrente como na contracorrente. Tabela 5. Calor trocado médio e coef. U experimental Co-corrente Contracorrente qm Coef. U exp. qm Coef. U exp. (j/s) (w/m².k) (j/s) (w/m².k) 564,6927 86,4189745 454,6791 71,57089 859,8569 121,467761 776,522 111,4924 1144,5233 155,747934 1018,981 139,898 1472,7153 199,844506 1174,646 157,294 1507,7134 198,652283 1219,468 158,99 1622,53975 207,472954 1309,375 171,1747 1823,1205 234,130244 1374,93 176,4549 1851,0841 235,525373 1340,038 170,5579 Fonte: Os autores (2020) Observa-se no Gráfico 1 que a um comportamento com tendência linear do aumento de Uex p com o aumento da vazão de fluido frio em ambas as configurações. Tanto na configuração co-corrente como na contracorrente pode-se dizer que o coeficiente global de troca térmica aumenta linearmente até a vazão 66,48 g/s nesse ponto então a uma pequena queda no valor. Provavelmente isto ocorre porque à medida que o coeficiente aumenta, a troca térmica aumenta até o ponto em que o tempo para esta troca torna-se tão curto que a vazão não gera grande influência no processo. Gráfico 1. Gráfico do coeficiente global experimental por vazão mássica. Fonte: Os autores (2020) Percebe-se que na Tabela 6 que é possível comparar os valores do coeficiente global de troca térmica experimental e do estimado para o sentido co-corrente. O erro entre os dois coeficientes tem o valor acima de 12,59% para todas as vazões do fluido, sendo que a maior diferença ocorre na vazão 99,77 g/s com 25,07% de erro entre os coeficientes, tais erros podem ser decorrentes deerros nas leituras de delta h do manômetro, com os quais se determinou as vazões do fluido. Além disso, que a vazão do fluido quente que deveria ser mantida constante, pode ter variado durante o experimento. Tabela 6. Configuração co-corrente Co-corrente W frio Coef. U exp. U estimado Erro g/s W/m2.K W/m2.K % 16,6062 86,419 105,4945 18,082 33,2159 121,4678 158,7787 23,4987 49,8477 155,7479 199,59 20,9661 66,4828 199,8445 228,6357 12,5926 83,113 198,6523 250,5288 20,7068 99,7656 207,4729 276,8736 25,0658 116,3868 234,1302 287,0442 18,4341 133,0175 235,5254 301,514 21,8858 Fonte: Os autores (2020) Os erros obtidos na configuração contracorrente são maiores do que aqueles do sentido co-corrente. Na Tabela 7 é possível comparar os valores do coeficiente global de troca térmica experimental e do estimado para o sentido contracorrente. O maior erro de 43,27% ocorre na vazão final, diferente no escoamento co-corrente. Verificando os dados das Tabelas 6 e 7 observa-se que em todas as vazões o coeficiente de troca térmica experimental foi inferior ao estimado, tanto no escoamento co-corrente como no contra-corrente. Examinou-se que nas duas configurações que conforme a vazão foi aumentando maior foram os valores do coeficiente global de troca térmica experimental e do estimado. É possível concluir que o cálculo do coeficiente global de troca térmica é complexo, pois envolve vários fatores independentes. Tabela 7. Configuração contracorrente Contracorrente W frio Coef. U exp. U estimado Erro g/s qm/AET.MLDT W/m2.K % 16,6062 71,57089 106,1975 32,6059 33,2159 111,4924 159,2974 30,0099 49,8477 139,898 195,4151 28,4098 66,4828 157,294 226,2648 30,4824 83,113 158,99 249,6017 36,3025 99,7656 171,1747 268,9002 36,3427 116,3868 176,4549 286,0383 38,3107 133,0175 170,5579 300,6739 43,2748 Fonte: Os autores (2020) Observa-se que com o aumento da vazão mássica de corrente fria, as configurações co-corrente e contracorrente prosseguem para menor eficiência, já que para vazões menores o tempo de troca de calor é maior levando a uma diferença maior entre as temperaturas de entrada e saída e consequentemente à uma eficiência mais elevada. Com isso sabe-se que tanto a configuração quanto a vazão têm influência direta em resultados mais ou menos eficientes. Outra observação importante e condizente com a literatura é o fato de a eficiência ser maior no sentido contracorrente, conforme mostra o Gráfico 2. Na configuração contracorrente, temos os fluidos entrando pelas extremidades opostas, e consequentemente escoando em sentidos opostos. decorre nt es de e rros nas le it uras d e Δ h no ma nô m et ro, co m os q ua is se dete r mino u as va zões dos Gráfico 2. Gráfico de eficiência versus vazão mássica de corrente fria. Fonte: Os autores (2020) Pode-se observar no Gráfico 3 que com o aumento da vazão de agua fria, maior é o calor trocado tanto para co-corrente quanto contracorrente, explicado pela intensificação dos efeitos de turbulência dos trocadores à medida que a vazão é aumentada. Sabe-se que as velocidades de escoamento influenciam no desempenho final de um trocador de calor, pois quanto maior a velocidade, maior a intensidade da turbulência criada e melhor deve ser o coeficiente de transporte de energia (SOUZA; MANZELA, 2015). Na configuração contracorrente, temos os fluidos entrando pelas extremidades opostas, consequentemente o escoando em sentidos opostos. Nota-se que para as mesmas configurações o trocador de contracorrente consegue uma diferença de temperaturas maior quando comparado ao com fluxo paralelo, intensificando a troca térmica. Gráfico 3. Gráfico de quantidade média de calor trocado versus vazão mássica de corrente. Fonte: Os autores (2020) Conclusão Com realização deste experimento observou-se o comportamento de um trocador de calor casco e tubo operando em escoamento co-corrente e contracorrente para vazões de água quente e água fria, mantendo- se a vazão de água quente constante. Com o aumento da vazão do fluido frio, de posse dos resultados obtidos, é possível concluir que a temperatura varia à medida que o calor é trocado entre os fluidos, ou seja, a medida que o fluido percorre o comprimento do trocador. A taxa de transferência de calor também aumenta para ambas as configurações de escoamento. Tendo em vista que aumentar a velocidade do escoamento implica em um aumento na turbulência do sistema, espera-se que o coeficiente de transferência de energia tenha um maior valor quanto maior for a vazão de fluido e, consequentemente, maior será a taxa de transferência. Além disso, com os dados experimentais e a utilização de correlações, foi possível calcular os valores dos coeficientes globais de troca térmica experimental e estimado. Comparando os valores dos coeficientes globais experimentais no sentido co-corrente e contracorrente, confirmou- se que a eficiência do processo é maior quando ele opera em contracorrente. Enfim, pôde-se mostrar que a eficiência dos trocadores de calor a placas é fortemente influenciada pelas vazões do fluido frio e pelo arranjo do escoamento. Referências Bibliográficas BICCA, G. B.; SECCHI, A. R.; WADA, K. Modelagem de Trocadores de Calor Casco e Tubos. Porto Alegre RS: Ppgeq, (2005) COSTA, A. Trocadores de Calor – Série Apontamentos. EdUFSCar, 2002. ECO, Educacional. Bancada de trocador de calor casco e tubos. Apostila de Apoio Didático. Unisul, Engenharia Química, 2017. HEWITT, G.F.,SHIRES, G. L.; BOTT, T.R.: Process heat transfer. CRC Press Inc, (1993). INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P. Fundamentos de transferência de calor e de massa.6. ed. Rio de Janeiro: LTC,2008. KERN, D. Q. - Processos de Transmissão de Calor. Editora Guanabara Dois, Rio de Janeiro - RJ, 1983. SOUZA, W.N.T; MANZELA, A.A. Otimização de Desempenho de Trocadores de Calor Compactos. Revista de Engenharia da Faculdade Salesiana, 2015. TADINI, C.C.; TELIS, Vania R N; MEIRELLES, Antonio José de Almeida; Pessoa Filho, P.A. Operações Unitárias na Indústria de Alimentos Vol 2. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 1. 484 Anexo Tabela 8- tabelas de propriedades físicas da água Fonte: INCROPERA, et. al. (2008)
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