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CECS – CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS EXPERIMENTO 2 – NÚMERO DE REYNOLDS ADRIANO DINIZ SILVA LIMA - RA: 11100411 JACLES MARTINS COELHO NETO - RA 11117513 LETICIA MENDES - RA: 21070014 MOHAMAD HUSSEIN NASSER - RA: 11024115 VICTOR ANDRADE DOS SANTOS - RA 21074413 PROFESSORA: JULIANA TÓFANO DE CAMPOS LEITE ENTREGUE EM: 05/11/2019 Santo André, novembro/2019 Sumário RESUMO 3 1 INTRODUÇÃO 4 2 OBJETIVOS 4 2.1 OBJETIVOS GERAIS 4 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4 3 MATERIAL E MÉTODOS 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 5 CONCLUSÃO 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11 RESUMO O escoamento de um fluido em um meio pode ser denominado em dois tipos: laminar ou turbulento. Tal distinção de fluxo é importante em projetos que envolvam esse fenômeno, como na aerodinâmica de uma turbina de um gerador, ou na asa de um avião, por exemplo. O escoamento laminar de um fluido pode ser definido como o deslocamento em que as linhas de corrente seguem paralelas e em velocidade uniforme entre si, enquanto o escoamento turbulento representa o deslocamento desordenado do fluido. O coeficiente de Reynolds é uma constante muito utilizada na mecânica de fluidos de modo a definir o tipo de escoamento através da relação algébrica das propriedades do fluido e do meio. Nesse experimento foi relacionado o número de Reynolds com os tipos de escoamento de fluido através da velocidade de vazão e a determinação da perda de carga no escoamento. 1 INTRODUÇÃO O número de Reynolds, número adimensional criado pelo cientista e matemático britânico Osborne Reynolds em 1883, é um importante parâmetro para determinar a estabilidade do fluido e distinguir os escoamentos laminar e turbulento numa superfície ou tubulação. Representa a razão entre as forças inerciais e forças viscosas, e é dado em função da velocidade do escoamento, viscosidade e massa específica do fluido, diâmetro do conduto - em escoamento interno - ou comprimento da superfície - em escoamento externo. Apesar de não ser possível determinar exatamente as faixas de valores do número de Reynolds para quais o escoamento é laminar ou turbulento, para fins de análise se estabelece os valores de Re≤2000 para caracterizar o escoamento laminar, e Re≥4000 para escoamentos turbulentos. Os valores entre 2100 e 4000 indicam uma condição de transição para o escoamento turbulento. 2 OBJETIVOS Os objetivos deste trabalho foram divididos em: 2.1 OBJETIVOS GERAIS • Identificar a relação entre o número de Reynolds e a vazão do fluido de controle. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Visualizar o efeito causado no fluido em função das diferentes vazões; • Calcular a vazão média de cada tipo de escoamento; • Verificar o número de Reynolds para os diferentes tipos de escoamento; • Relacionar o fator de perda de carga e pressão com o número de Reynolds. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS Nesta prática foram utilizados o Aparato de Osborne Reynolds H215 e o Módulo Aquecedor modelo H215A, ambos da marca Tecquipment, além de um termômetro de mercúrio, um béquer e um cronômetro. O equipamento conta com um tubo de teste de vidro de diâmetro de 0,012 m, comprimento de 0,865 m e área de 1.13x10-4 m2. Figura 1 - Módulo Aquecedor H215A e Aparato de Osborne Reynolds H215. Fonte: TECQUIPMENT (2019) 3.2 METODOLOGIA O módulo aquecedor foi ajustado fornecendo água a temperatura constante de 45°C, verificada com o termômetro. Com o Aparato de Osborne Reynolds montado, a válvula de descarga foi ajustada de forma a alcançar uma vazão em que o filamento de corante se mantivesse linear ao longo do tubo, sem perturbações, caracterizando o escoamento laminar. Para se determinar tal vazão foi preciso cronometrar o tempo necessário para se obter 200ml de água, captada da saída do equipamento. A vazão foi lentamente aumentada, abrindo-se a válvula de descarga, até se obter pequenas perturbações no filamento de corante, caracterizando o ponto de transição entre o escoamento laminar e turbulento. A medida da vazão para esta condição foi feita, pelo método já descrito anteriormente. A vazão foi aumentada novamente, de forma que o filamento de corante se espalhasse rapidamente, caracterizando um escoamento turbulento. Uma nova medida de vazão foi feita para essa condição. Estes procedimentos foram repetidos três vezes, tomando-se assim três medidas de vazão para cada tipo de escoamento. 3.3 EQUAÇÕES UTILIZADAS Segundo FOX (2010), o número adimensional de Reynolds, Re, é determinado conforme Equação 1: 𝑅𝑒 = 𝜌𝑉𝐷ℎ 𝜇 (1) em que 𝜌 é a massa específica do fluido em [kg/m3], V é a velocidade do escoamento em [m/s], D é o diâmetro hidráulico da tubulação em [m] e 𝜇 é a viscosidade dinâmica do fluido em [Ns/m2]. O cálculo da perda de carga distribuída para o escoamento laminar, considerando o diâmetro do tubo constante, escoamento plenamente desenvolvido é conforme Equação 2: ℎ𝑙 = 𝑓 𝐿 𝑉2 𝐷2𝑔 (2) em que f é coeficiente de atrito, L é o comprimento da tubulação em [m], D é o diâmetro da tubulação em [m], v é a velocidade do escoamento em [m/s] e g é a aceleração da gravidade em [m/s2]. O fator de atrito f é um parâmetro adimensional utilizado para o cálculo da perda de carga devido ao atrito. Para escoamentos laminares, o fator de atrito é determinado conforme Equação 3: 𝑓 = 64 𝑅𝑒 (3) Já para escoamentos turbulentos em tubos lisos, utiliza-se a equação de Colebrook, conforme Equação 4: 1 √𝑓 = −1,8 log [( 𝑒 𝐷⁄ 3,7 ) 1,11 + 6,9 𝑅𝑒 ] (4) 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os valores medidos das diversas vazões consideradas e o cálculo correspondente da velocidade do escoamento e o número de Reynolds determinado. A velocidade do fluido foi calculada considerando a área da tubulação de saída de A = 1,13x10-4 m2. Tabela 1 – Vazão medida e determinação do número de Reynolds Propriedades da água a 45°C Massa Específica (kg/m3): 990,1 Viscosidade Dinâmica (Ns/m2): 5,96E-04 Tipo de Escoamento Tempo para 200 ml (s) Vazão (m³/s) V (m/s) Re Laminar 77 2,597E-06 2,30E-02 457,83 Transição 19,22 1,0406E-06 9,20E-02 1834,16 Turbulento 8,78 2,277E-05 2,01E-01 4015,11 Laminar 54 3,7037E-06 3,27E-02 652,83 Transição 27,66 7,230E-06 6,39E-02 1274,50 Turbulento 12,38 1,6155E-05 1,43E-01 2847,55 Laminar 105,94 1,887E-06 1,67E-02 332,76 Transição 27,12 7,3746E-06 6,52E-02 1299,88 Turbulento 12,34 1,6207E-05 1,43E-01 2856,78 Fonte: Elaboração Própria. Os resultados da Tabela 1 apresentaram divergências entre os ensaios, apesar de serem ciclos repetidos. Enquanto o primeiro ciclo apresenta um Número de Reynolds para o tipo de escoamento laminar de 457,83, no segundo ciclo ele apresenta um resultado de 652,83. Essas variações de resultado aconteceram devido a variação da percepção do grupo do que representava um tipo de escoamento laminar no fluído azul que estava sendo observado. Todas as observações foram feitas a olho nu por 3 integrantes do grupo em conjunto, então essas variações de resultados são aceitáveis. A Tabela 2 apresenta os valores calculados do fator de atrito e da perda de carga referentes aos diferentes tipos de escoamento analisados. Para o regime de transição, foram considerados as Equações 3 e 4. Tabela 2 - Valores do fator de atrito e perda de carga para cada tipo de escoamento Tipo de Escoamento Fator de Atrito Perda de Carga (m) Ensaio 1 Laminar 0,140 2,66E-03 Transição - Laminar 0,035 1,06E-02 Transição - Turbulento 0,479 1,46E-01 Turbulento 0,448 6,55E-01 Ensaio 2 Laminar 0,098 3,79E-03 Transição - Laminar 0,050 7,40E-03 Transição - Turbulento 0,495 7,29E-02 Turbulento 0,461 3,39E-01 Ensaio 3 Laminar 0,192 1,93E-03 Transição - Laminar 0,049 7,54E-03 Transição - Turbulento 0,494 7,57E-02 Turbulento0,461 3,41E-01 Fonte: Elaboração Própria. O Gráfico 1 apresenta a relação entre a perda de carga verificada e o número de Reynolds determinado. Os Gráficos 2, 3 e 4 apresenta os resultados para cada tipo de escoamento separadamente. Gráfico 1 - Relação entre o número de Reynolds e a perda de carga. Fonte: Elaboração Própria. Gráfico 2 - Relação entre o número de Reynolds e a perda de carga. Escoamento laminar. Fonte: Elaboração Própria. 0,00E+00 1,00E-01 2,00E-01 3,00E-01 4,00E-01 5,00E-01 6,00E-01 7,00E-01 0,00 500,00 1000,001500,002000,002500,003000,003500,004000,004500,00 P e rd a d e C a rg a ( J/ k g ) Número de Reynolds Laminar Transição Turbulento 0,00E+00 5,00E-04 1,00E-03 1,50E-03 2,00E-03 2,50E-03 3,00E-03 3,50E-03 4,00E-03 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00 650,00 700,00 P e rd a d e C a rg a ( J/ k g ) Número de Reynolds Laminar Gráfico 3 - Relação entre o número de Reynolds e a perda de carga. Escoamento em regime de transição. Fonte: Elaboração Própria. Gráfico 4 - Relação entre o número de Reynolds e a perda de carga. Escoamento turbulento. Fonte: Elaboração Própria. 0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01 1,60E-01 1200,00 1300,00 1400,00 1500,00 1600,00 1700,00 1800,00 1900,00 P e rd a d e C a rg a ( J/ k g ) Número de Reynolds Transição 0,00E+00 1,00E-01 2,00E-01 3,00E-01 4,00E-01 5,00E-01 6,00E-01 7,00E-01 2600,00 2800,00 3000,00 3200,00 3400,00 3600,00 3800,00 4000,00 4200,00 P e rd a d e C a rg a ( J/ k g ) Número de Reynolds Turbulento Assim como na Tabela 1, os resultados divergentes continuaram fazendo com que houvesse uma diferença considerável entre os resultados obtidos para a Tabela 2 e também para os gráficos. Apesar das diferenças entre os ensaios, em cada ensaio é possível observar o comportamento esperado, pois o gráfico demonstra uma linearidade proporcional no aumento da velocidade de vazão e a pressão. Foi possível também verificar que o aspecto do grupo ter observado diferentes aspectos do fluido como cada um dos tipos de escoamento, conforme Figura 2, não alterou o resultado final do experimento, conforme apresentado nos gráficos. Figura 2 - Observação do fluido azul para verificar o tipo de escoamento Fonte: Elaboração Própria. 5 CONCLUSÃO Os resultados obtidos na realização do experimento estavam dentro do previsto. As perdas de carga e pressão são linearmente proporcionais ao aumento da velocidade de vazão, o que demonstra maiores perdas de carga e variação de pressão em regimes turbulentos, em comparação ao laminar, conforme demonstra o gráfico obtido no experimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FOX, Robert W., et al. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Editora LTC. Rio de Janeiro. 7 ed. 2010. TECQUIPMENT (Empresa). H215 – Osborne-Reynolds Apparatus. Disponível em: < https://www.tecquipment.com/assets/documents/datasheets/H215-Osborne-Reynolds- Apparatus-0818.pdf>. Acesso em 30 out. 2019.
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