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6. HEMOSTASIA · Eventos mecânicos e bioquímicos para manter a fluidez do sangue nos vasos sanguíneos - · Coágulo para conter hemorragia – em caso de lesão do vaso · Reparar a lesão – repara o vaso lesado · Desfazer o coágulo – se só tivesse a coagulação, o individuo ia viver com coágulo (a hemostasia vem até essa fase de desfazer o coagulo feito); · Parada do sangramento – primeira intenção é coagular, mas também mantem a fluidez do sangue nos vasos · Distúrbios: - Trombose intravascular – coagulação além do normal - Perda de sangue - - Hemorragias Alterações ALTERAÇÕES HEMOSTASIA · CONGÊNITAS - Deficiência de fator de von Willebrand (vWF) – mais diagnosticada - Hemofilia A, B e C – diagnosticada em várias espécies · ADQUIRIDAS – mais comum na rotina - Hemoparasitoses – mais encontrado na clínica, levando a distúrbios de hemostasia - Deficiência de vitamina K - Acidentes ofídicos – principalmente bootrópicos, em grandes animais - Coagulação intravascular disseminada (CID) - Neoplasias – hematológicas, linfomas - Doenças hepáticas – o fígado é responsável pela produção dos fatores da coagulação HEMOSTASIA 1ª ETAPA (HEMOSTASIA PRIMÁRIA): · Parede vascular – evento entre o vaso (vaso constrito, menor permeabilidade) + plaquetas - Células endoteliais - Células de mm liso - Fibroblastos · Plaquetas circulantes 2ª ETAPA (HEMOSTASIA SECUNDÁRIA): · Fatores de coagulação – cascata de coagulação em si – formadora de fibrina - Proteínas circulantes - Originam fibrina estável 3ªETAPA: importante para desfazer o coágulo · Fatores fibrinóticos – fibrinólise PLAQUETAS · Componente principal - animais com comprometimento medular da linhagem totipotencial, pode ter pancitopenia · Citoplasma do megacariócito – solta pedaços do citoplasma na corrente sanguínea, e uma parte fica retida no baço (como um “depósito”); pode acontecer que alguns pacientes com esplenomegalia, aumenta a quantidade de plaquetas retidas, podendo ter diminuição plaquetária – a função disso é armazenar para uma falta, tipo o pool marginal dos leucócitos · Controladas: - Trombopoetina e eritropoetina – estimulam a liberação de plaquetas (animal anêmico, com liberação de eritropoetina, podem ver macroplaquetas – jovens) · Liberação 3 a 5 dias após estímulo · Vida média: 8 dias Função das Plaquetas: - Impedir hemorragia - Faz o tampão primário (qualquer dano, mesmo que micro, ela tampona – vasos se rompem o tempo todo). Qualquer dano ao vaso ela vai tamponando. Faz o primeiro tamponamento. Por isso e chamada de hemostasia primária FUNÇÃO DAS PLAQUETAS HEMOSTASIA PRIMÁRIA · Após dano: · Exposição colágeno endotelial · Vasoconstrição – diminuir o fluxo sanguíneo para perder menor volume · Diminuição fluxo · Diminuição permeabilidade vascular · Adesão e agregação palquetária · Tampão plaquetário – são ativadas, grudam uma na outra e ficam na lesão; se for microlesão, só as plaquetas resolvem, se for extensa precisa da formação do coágulo para estabilizar o tampão. TAMPÃO PLAQUETÁRIO · Constituído de plaqueta + endotélio vascular, ligado ao fator de von Willebrand (vWF) – precisa desse fator para se aderir nesse sítio, sem ele não tem adesão e não tem tampão (esse fator é como uma proteína de membrana, que fica protegido pelo colágeno; quando tem lesão, e a liberação de atp e tromboxano (ajudam na vasoconstrição e ativação da plaqueta), ai vai ter a exposição desse fator); · Esse fator só vai ser exposto quando tiver lesão do endotélio · O cálcio também participa da cascata, e ativação plaquetária, logo animais com hipocalcemia severa, podem ter diminuição ou retardamento da resposta hemostática HEMOSTASIA SECUNDÁRIA Fatores de coagulação – Cascata de coagulação Formação de fibrina estável A plaqueta após ativada, libera fator plaquetário 3 e dispara a Hemostasia 2ª · A partir do momento em que o tampão se formou, ativa a cascata de coagulação, com a intensão de estabilizar · Vai fazer uma rede de fibrina para estabilizar o tampão plaquetário – quem faz fibrina? CASCATA DE COAGULAÇÃO FATORES DE COAGULAÇÃO · Fibrinogênio I · Pro trombina II · Ca++ · Fatores enzimáticos - VII - IX - X - XII - XIII - HMWK (fator de Fitzgeralg) - PK (fator de Fletcher) TODOS PRODUZIDOS NO FÍGADO · Dentro da cascata de coagulação tem 3 vias: - Extrínseca, intrínseca e via comum Via Intrínseca – a exposição do colágeno (fosfolipideos da membrana), ativa essa via - Sistema de contato - Dano ao endotélio e exposição do colágeno - Colágeno - Ativa a cascata de coagulação pela via Intrínseca - É ativação do fator XII XIIa, é dependente de vitamina K - É ativação do fator XI XIa, é dependente de vitamina K - É ativação do fator X Xa, é dependente de vitamina K Via Extrínseca - Tem lesão tecidual e liberação de tromboplastina tecidual - É ativação do fator VII VIIa, é dependente de vitamina K, ativando o fator X VIA COMUM – após ativação do fator X, as vias seguem juntas TODAS AS VIDAS TÊM FATORES DEPENDENTES DE VITAMINA K – por isso a intoxicação por dicumarinicos causa hemorragia, pois impede a atuação da vit K OBS: O fator X, transforma pro tombrina em trombina – a trombina transforma fibrinogênio em fibrina – o que forma a rede de fribrina. SISTEMA DE RETROALIMENTAÇÃO, a cascata não para, até que pare o estimulo. ‘ FIBRINÓLISE HEMOSTASIA TERCIÁRIA · Mecanismos de Feed back: desfazer o coagulo formado para não ter trombose – pode-se avaliar a fibrinólise pelos produtos da degradação da fibrina (ocorre junto com a reparação da lesão) - Antitrombina - Proteínas C e S - Plasmina · Plasminogênio Plasmina Lisa a fibrina Produtos da degradação da fibrina (fragmentos de coágulo liberados na circulação) Eliminados por macrófagos · Reparação do vaso lesionado QUANDO SOLICITAR EXAMES? · Histórico hemorragias, epistaxe, petéquias, sufusões, hematomas, otohematomas · Cirurgias, traumas, medicamentos - Todo paciente pré-cirúrgico deveriam passar pelas provas de coagulação, para evitar que tenha uma surpresa na cirurgia e ter uma hemorragia de grande calibre - Na medicina veterinária, avalia-se somente a hemostasia primária: quantidade de plaquetas - Não avalia nada da hemostasia secundária TESTES HEMOSTASIA PRIMÁRIA · Sinais clínicos: - Petéquias - Sufusão - Equimoses · Como fazer a avaliação das plaquetas? CONTAGEM DE PLAQUETAS · Esfregaço sanguíneo - É o mais utilizado - Vai contar as plaquetas e vai fazer uma média e multiplicar por um fator de correção - Em média, em pequenos animais, tem aproximadamente de 10 a 12 plaquetas · Câmara de Neubauer - Técnica demorada. Tem caído em desuso · Aparelho automático – qualquer alteração, ocorre leitura errada TROMBOCITOPENIA · Diminuição da contagem de plaquetas · Consumo - Paciente que tem vasculite. Tem uma lesão em todos os vasos do corpo. Está tendo consumo de plaquetas pois as plaquetas estão formando tampão plaquetário · Destruição - Maior quantidade megacariócitos MO - Plaquetas maiores · Produção diminuída – menor quantidade megacariócitos MO · Normalmente associada a outra diminuição (hemácias, neutrófilos) TROMBOCITOSE · Trombocitose essencial: - Distúrbio medular – exames recorrentes com trombocitose; fazer mielograma para avaliar megacariócitos - Associado a sangramentos e trombose - Plaquetas com distúrbios de agregação e adesão - Trombocitose · Fisiológica: - Exercício - Liberação de adrenalina (até por coleta de estresse) - Mobilização de plaquetas do compartimento esplênico e pulmões · Secundária: - Reacional - Alterações hepáticas - Neoplasias - Distúrbios do TGI - Doenças imunomediadas - Hemorragias - Fraturas - Glicocorticóides e antineoplásicos Avaliar somente a quantidade de plaquetas não é fidedigno, pois o animal pode ter valor alto mas tem petéquias e sufusões – ter plaquetas não significa que ela está exercendo sua função, ou sendo ativada TEMPO DE SANGRAMENTO · Faz um corte com uma lanceta, com o mesmo tamanho de corte e profundidade, e vê quanto tempo demora para parar de sangrar (tampão primário) · Mucosa oral ou unha INDICAÇÕES: tem quantidade normal,mas tem sinal clínico · Doença de von Willebrand (DvW) · Trombocitopenia · Defeitos plaquetários qualitativos: - Trombastenia de Glanzmann - Trombopatia do Bassed Hound - Trombopatia do spitz TESTE DE FUNÇÃO OU AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA · Disfunção da hemostasia primária: - Descartar trombocitopenia e DvW - Descartar uso de medicamentos com AAS e AINE (perguntar sempre se está usando medicação pois essas medicações aumetam o tempo para agregação plaquetária) · Agregômetro TESTES HEMOSTASIA SECUNDÁRIA · Microhematócrito - Não está sendo muito utilizado · Tempo de coagulação ativada · Método de Lee-white - Mais utilizado na medicina veterinária FATORES DE COAGULAÇÃO · Coagulopatia - Hemorragia excessiva decorrente de função anormal ou ausência de um ou mais fatores da coagulação - Concentração plasmática dos fatores da coagulação é muito baixa (mg/mL) - Maioria são proteases Indicações: Acidentes ofídicos, otohematoma recorrente, hemoartrose recorrente MÉTODOS 1 – Tubo capilar: · Tubo do tamanho de uma caneta · Enche com sangue e vai quebrando o tudo pedacinho por pedacinho, de minuto em minuto até a formação da fibrina. · Quando formar a fibrina, para. 2 – Método de Lee-White: · É o mais usado · Enche 3 tubos identificados, e dispara o cronometro desde que o sangue chegou na agulha; 1ml em casa, e vê o tempo que coagula o tubo 3 (pois os outros dois estão sendo agitados, e coagulam primeiro) só para quando coagula o tubo 3. O tempo varia por espécie, mas o normal é até 15min. 3 – Tempo de coagulação ativado – TCA: · Mais utilizado na medicina humana – já vem um tubo específico HEMOSTASIA SECUNDÁRIA PROVAS ESPECÍFICAS – após encaminhamento de outro exame que sugere problema na secundária · Tempo tromboplastina Parcial Ativa (TTPA) – via Intrínseca · Tempo de Protombina (TP) - via Extrínseca · Tempo de Trombina (TT) – via comum · Fibrinogênio – funcional (FBG) – via comum · Distúrbios na Via Intrínseca: · Falha nos fatores XII, XI, IX, VIII · Hemofilia A ou B (depende de qual fator para classificar) - Teve um aumento do tempo de coagulação no paciente - Teve um aumento da TTPA, significa que o problema está na via intrínseca (fator XII, XI, IX. Provavelmente o paciente tem hemofilia ...) · Distúrbios na Via Extrínseca: · Falha fator VII · Hepatopatia inicial (sem comprometer todos os fatores) · Antagonismo Vitamina K inicial (não compromete todas as vias) · Distúrbios de múltiplos fatores: · Hepatopatia · CID (coagulação intra vascular) · Deficiência de fatores da Via Comum: · Fatores X · Antagonismo Vitamina K Tempo de trombina: Comum não dar alterado, pois no tempo de trombina, já joga a trombina ativada – ou seja se tiver fibrinogênio, já vira fibrina (independente dos fatos do 2 ao 10 estarem funcionando ou não). E ai, se não tiver baixa de fibrinogênio, a prova da normal – só da alterada se tiver deficiência do fibrinogênio. COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS · Animais jovens · Diátese e Hemorrágica (hemorragias espontâneas) - Hemofilia A - VIII - Hemofilia B - XI - Doenças de Von Villebrand - Deficiência fatores - X - XI - XII - VII COAGULOPATIAS ADQUIRIDAS · Deficiência ou falha na síntese - Deficiência de Vitamina K - Hepatopatias - Rodenticidas (veneno de rato) · Consumo · Inibidores na circulação TROMBOSE · Estado de hipercoagulabilidade · Síndrome nefrótica · Cardiopatias · Hiperadrenocorticismo · AHIM · CID VISÃO GERAL PAINEL HEMOSTÁTICO
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