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A história de Picos

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Picos
	PI
	089
	64600-000
	534,715
Picos faz parte do estado do Piauí. Conhecida como Cidade Modelo e Capital do Mel. Cidade jovem, tem como principal característica social a mistura étnica pois sua população é formada por indivíduos das mais diversas partes do país. Geograficamente é cortada pelo rio Guaribas, que apesar de ser um rio temporário, alivia o famoso calor das tardes picoenses.
Situa-se na região centro-sul do Piauí. É a cidade mais desenvolvida economicamente dessa região. Essa característica aliada ao seu posicionamento geográfico lhe conferem a condição de pólo comercial efervecente no Piauí (especialmente de combustíveis e mel). É cortada pela BR-316 (ou Rodovia Transamazônica), BR-407, BR-230 e fica muito próxima a BR-020. É uma das maiores produtoras de mel do país e destaca-se também por sediar uma unidade do Exército Brasileiro (3º BEC - Batalhão de Engenharia e Construção).
A origem do município de Picos deu-se como a maioria das cidades piauienses mais conhecidas, através da atividade econômica que era a mais desenvolvida neste território, a pecuária (criação de gado). Segundo fontes históricas acredita-se que ela deu origem no povoado de Bocaina, ligado a capital Oeiras. Inicia-se com a chegada dos primeiros fazendeiros de gado vindo de Portugal nos anos de 1740, trazendo alguns escravos e gado, ocupando grandes territórios.
História da cidade de Picos Piauí 
No Século XVIII, o português Félix Borges Leal, vindo da Bahia, instalou no local, a Fazenda Curralinho, às margens do rio Guaribas, região considerada excelente, para agricultura e criação de gado. 
Com o decorrer dos anos, foram chegando vários parentes de Borges Leal que, juntamente com seus 11 filhos, iniciaram o núcleo populacional que deu origem à cidade de Picos, topônimo devido ao aspecto montanhoso da localidade. 
As boas condições do solo, atraíam compradores de Pernambuco e Bahia, que ali realizavam bons negócios. Muitos deles acabaram por fixar residência no local, contribuindo para o crescimento do aglomerado urbano. 
Em 1828, por iniciativa dos descendentes de Borges Leal, foi edificada a primeira capela, inicialmente, com o nome de São José e, mais tarde, de "Coração de Jesus". 
Com adiantado estágio de desenvolvimento, foi a povoação elevada à categoria de Freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios, em 1851, e o seu território desmembrado de Oeiras. O progresso continuou, sendo a Freguesia elevada à categoria de Vila, em 1855. Cinco anos depois, ganhava categoria de Cidade. 
Gentilico: picoense 
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Picos, pela resolução provincial nº 308, de 10-09-1851.
Elevado à categoria de município com a denominação de Picos, pela resolução provincial nº 397, de 17-12-1855, desmembrado de Oeiras. Constituído do distrito sede. Instalado em 13-07-1859.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Picos, pela resolução provincial nº 33, de 12-12-1890.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede
Pelo decreto estadual nº 1279, de 26-06-1931, o município de Picos adquiriu o município de Patrocínio. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Picos e Patrocínio.
Pelo decreto estadual nº 1575, de 17-08-1934, desmembra do município de Picos o distrito de Patrocínio. Elevado à categoria de município. 
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído do distrito sede.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. 
Fonte: IBGE
HISTÓRIA DA CIDADE DE PICOS/PI
Picos 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
 
Aniversário Fundação 12 de dezembro de 1890 
Gentílico picoense 
Prefeito(a) Gil Paraibano PMDB, no cargo até 2008 
Localização 
07° 04' 37" S 41° 28' 01" O Estado Piauí Mesorregião Sudeste Piauiense Microrregião Picos Região metropolitana Municípios limítrofes Norte: Santana do Piauí; Sul: Itainópolis; Leste: Germiniano e Sussuapara; Oeste: Paquetá, Dom Expedito Lopes e Santa Cruz do Piauí Distância até a capital 320 quilômetros Características geográficas Área 803,261 km² População 71.825 hab. est. 2006 Densidade 89,4 hab./km² Altitude 206 metros Clima Tropical Fuso horário UTC -3 Indicadores IDH 0,703 PNUD/2000 PIB R$ 256.098.000,00 IBGE/2004 PIB per capita R$ 3.519,00 IBGE/2004 
Picos é um município brasileiro do estado do Piauí. Localiza-se a uma latitude 07º04'37" sul e a uma longitude 41º28'01" oeste. 
 
Características Picos fica localizada na região centro-sul do Piaui, num ponto estratégico, situado entre picos montanhosos e no cruzamento de várias rodovias. Cortado pelo trecho inicial da Transamazônica, Picos, principal entroncamento rodoviário do Nordeste, liga o Piauí ao Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia. 
A cidade é conhecida em todo o Piauí pelo termo "cidade modelo", por causa do grande desenvolvimento econômico, social e cultural que atingiu, principalmente na área do comércio. Sua região de influência atinge cerca de 50 munícipios, inclusive em outros estados. A versão mais correta para a alcunha de cidade modelo deve-se ao tamanho das propriedades rurais que são de pequeno porte e serviu para definir o módulo rural - o INCRA. 
Ultimamente, Picos tem-se notabilizado pelo crescimento, tanto na produção quanto na qualidade, do mel de abelha. A tal ponto que já é a cidade que mais produz mel em todo o Nordeste e em breve, o mel de toda região será padronizado lá, num moderno Centro Tecnológico. Além disso, o Sebrae também instalou em Picos um moderno Centro de Comercialização de Mandicultura, fomentanto bastante o comércio do produto em questão. 
História 
A origem do município de Picos deu-se no, hoje, município de Bocaina. A construção de um, a capela pelo Sr. Borges Marinho foi o marco inicial dês eu povoamento. Neste período, o território de Picos pertencia ao município de Oeiras. A família Borges Leal, que à época ocupava grandes áreas de terras nos arredores do município, fundou aí uma de suas mais importantes fazendas. O processo de povoamento do futuro município deveu-se à instalação dessas fazendas. A elevação do povoamento à categoria de freguesia deu-se a invocação de Nossa Senhora dos Remédios, através da Resolução nº 308 de 11 de setembro de 1851. Devido ao constante crescimento da freguesia, 4 anos depois veio a elevação á categoria de vila através da resolução Provincial nº 397 de 20 de dezembro de 1859. Como a Lei Provincial nº 468 de 1859, o tempo judiciário de Picos foi desmembrado da comarca de Oeiras, anexando-o a Comarca de Jaicós e assim permanecendo até o ano de 1889. Sendo então desanexada a comarca de picos juntamente com o município de Patrocínio, hoje, Pio IX. A elevação da vila à categoria de cidade verificou-se através da resolução nº 332 de 12 de dezembro de 1890, assinada pelo então chefe de governo Estadual o Barão de Urucuí. Quando da divisão administrativa verificada em 1993, o município de Picos apresentava-se com 02 (dois) distritos, sendo o 2º de Patrocínio, hoje Pio IX. Desde a ultima divisão administrativa até os nossos dias, vários distritos forma desmembradas do município de Picos, vindo a constituírem-se em municípios como os de Bocaina, Francisco Santos, Santo Antônio de Lisboa, São José do Piauí, Monsenhor Hipólito e São João da Canabrava. 
Economia A cidade de Picos apresenta a segunda maior economia do Estado. Sendo que a região fiscal de Picos arrecada mais que as regiões fiscais de Parnaíba, Floriano e Campo Maior juntas. Perdendo apenas para a região fiscal da Capital Teresina. 
Zona urbana 
O Município dispõe de muitos clubes, Clube do 3º BEC, Associação Atlética Banco do Brasil (AABB); Sociedade Civil Picoense Clube; Samambaia Campestre Clube; Clube Recreativo das Industrias Coelho; Recanto dos Maçons; Lions Clube Casa do leão; Clube dosProfessores;Clube dos Médicos; Palladium Casa de Shows; várias pizzarias, restaurantes, hotéis, bares e botequins. 
No aspecto urbano o município conta com várias Avenidas, Praças, Ruas, Três conjuntos habitacionais, tendo a maioria de suas vias públicas pavimentadas. Quanto às estruturas arquitetônicas, pouco se observa prédios antigoz preservados, geralmente dão lugar a novos comércios que encontram-se com fachadas e padrões cada vez mais modernos (por força do comércio local)com uma ligeira verticalização central que não ultrapassa o 3º nível. Em meados do ano 2000, a cidade passou a contar serviços de diversas áreas, mais notadamente na saúde, na educação e habitação como: Hospital Memorial do Carmo, SAMU, Corpo de Bombeiros, reforma do HRJL, ampliação do campus e dos cursos da UFPI, criação do CEFET, doação de terrenos para famílias de baixa renda e construção de um novo conjunto habitacional (COHAB). 
Principais Logradouros Avenida Presidente Getúlio Vargas Avenida Deputado Raymundo de Sá Urtiga Avenida Deputado Severo Eulálio Avenida Senador Helvídio Nunes Avenida Tininha de Sá Urtiga Avenida Ayrton Senna da Silva Avenida Capitão Felipe Avenida Nossa Senhora de Fátima Rua Coronel Francisco Santos Rua Coelho Rodrigues Rua Santo Antônio Rua Marcos Parente Rua Monsenhor Hypólito Rua Coronel Luís Santos 
Pontos Turísticos Catedral de Nossa Senhora dos Remédios (em estilo gótico) Morro da Mariana (onde se tem uma vista panorâmica da cidade, além variados restaurantes e pizzarias e, sobretudo, a maior caracterítica da cidade, que tem a maior concentração urbana vivendo em encostas ou sobre morros do Estado do Piauí) Igreja do Sagrado Coração de Jesus - "igrejinha"(a primeira igreja da cidade de Picos) Museu Ozildo Albano (com peças e gravuras que retrata a história da cidade) Feira-Livre (uma das maiores feiras livres do Piauí e do Nordeste - a diversidade de produtos comercializados serve de atrativo) Prainha do Rio Guaribas Clube Picoense 
Universidades 
UFPI UESPI Cefet Faculdade R. Sá - URSA Fatev Faculdade Cristo Rei 
Cursos Via Satélite CPC Marcato IELF 
 Relevo e hidrografia 
O Município de Picos apresenta em seu relevo varias características, onde se destacam os inúmeros picos que se erguem nas proximidades ribeirinhas, fazendo surgir os denominados baixões agrícolas piauienses. O município conta ainda, com cursos naturais de água, entre eles pode citar: Rio Guaribas, Rio Itaim, Riacho Vermelho, Riacho dos Macacos, Além de possuir o maior lençol freático na região. 
Clima Tropical e semi-árido quente, apresentando uma temperatura média de 30º C, ocorrendo um período seco de 7 a 8 meses por ano. 
 Solo Os solos deste município estão representados pelos seguintes: 
solos com horizonte latossólico, solos pouco desenvolvidos, solos soncrecionários tropicais. 
Vegetação A vegetação de Picos é um ecótono dos biomas cerrado e caatinga, caracterizando-a como uma zona peculiar, com a presença de outras manchas de vegetação como a mata de cocais (predominando a carnaúba). 
As plantas da região compreendem tanto ervas, como árvores e arbustos, pertencentes às várias famílias de angiospermas (dicotiledôneas e monocotiledôneas), não tendo nenhum representante conhecido de gimnosperma. 
As famílias de plantas predominantes na caatinga são Bromeliaceae e Cactaceae, dentre várias outras. 
História
A origem do município de Picos deu-se como a maioria das cidades piauienses mais conhecidas, através da atividade econômica que era a mais desenvolvida neste território, a pecuária (criação de gado). Segundo fontes históricas acredita-se que ela deu origem no povoado de Bocaina, ligado a capital Oeiras. Inicia-se com a chegada dos primeiros fazendeiros de gado vindo de Portugal nos anos de 1740, trazendo alguns escravos e gado, ocupando grandes territórios.
A construção de uma capela em 1754 sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição pelo sertanista Antônio Borges Leal Marinho foi o marco inicial desse seu povoamento. Neste período, o território de Picos pertencia ao município de Oeiras. A família Borges Leal, que à época ocupava grandes áreas de terras nos arredores do município. Félix Borges Leal um dos descedentes, fundou nessa região uma de suas mais importantes fazendas, a Fazenda Curralinho ou Retiro Curralinho, como também era conhecido, aproveitando as terras que eram favoráveis a criação do gado solto e também do rio que fornecia água em abundância.
O processo de povoamento do futuro município deveu-se ao desdobramento dessa fazenda. Recebeu o nome de Picos, devido a se encontrar em uma região rodeada por montes picosos. Local de terras férteis, desenvolveu-se rapidamente graças ao Rio Guaribas que por muito tempo abasteceu a população, oferecendo lhe água e diversas vazantes favorecendo o plantio em suas margens e várzeas. O Rio Guaribas é conhecido como o "Pai de Picos".
A região de Picos por muitos anos atraiu diversas pessoas que buscavam locais para se desenvolver e negociantes vindos da Bahia e Pernambuco, que vinham para negociar animais (principalmente gado e cavalo) e alguns produtos. Era um negócio lucrativo e muito rentável.
A chegada da Coluna Prestes
Fato marcante na história do Nordeste foi a passagem, nos anos de 1925 e 1926, da Coluna Revolucionária de Luiz Carlos Prestes (os conhecidos Revoltosos) e das Tropas Legalistas, que vinham atrás perseguindo esses revoltosos, atemorizando toda a região com as mais adversas truculências. Em Picos, tanto os Revoltosos como as Tropas Federais passaram em janeiro de 1926 e não causaram maiores problemas, em virtude da habilidade do Prefeito (Intendente) Francisco de Sousa Santos que, com seu espírito tranquilo e conciliador, conseguiu amenizar a situação, dando segurança à família picoense.
A seca de 32
Em 1932, a cidade de Picos passou por um período de estiagem, segundo conta foi uma das piores, mesmo com a presença do Rio Guaribas, os efeitos foram quase nulos, que por causa disso concedeu à cidade o status de abrigo seguro para os migrantes vindo de outros estados e municípios.
A época de ouro da cidade de Picos (os verdes anos 50)
Essa época de ouro consagrada no município foi marcante devido a grandes alterações tanto no contexto político, social e econômico. Nos anos 50, segundo dados do censo do IBGE a população do município era de 54.713, sendo que 50.145 (91,65%) na área urbana e 4.568 (8,35%) na área rural. No mesmo ano, cresce a economia em Picos a indústria e o comércio ativo aumentando a demanda de produtos e seus consumidores, a área comercial de Picos cresce, e atualmente hoje é uma das cidades do Piauí que mais se desenvolve ativamente, tanto que atingiu o status de Capital do Centro-sul do Estado.
Nessa época tem relatos de vários acontecimentos marcantes como a chegada da primeira sorveteria, a chegada do candidato a presidência da República pela UDN o brigadeiro Eduardo Gomes, melhorias na rede elétrica e no sitema de abastecimento d'água com a perfuração de vários poços. A partir desse período Picos passa a perder seus territórios a partir de 1954 com a perda do seu primeiro território que passaria a formar o município de Itainópolis.
As enchentes
A população de Picos-PI, em sua história, já sofreu situações catastróficas, com chuvas intensas, provocando grandes enchentes do Rio Guaribas, com suas águas transbordando, alagando as suas margens e atormentando cruelmente as populações ribeirinhas, sobretudo a população da própria cidade, com prejuízos incalculáveis. Segundo história dos povos que viveram esse período de caos, nesse ano foi um período chuvoso em toda região piauiense, o que causou as cheias em diversos rios, o Guaribas por exemplo foi um deles. Esse acúmulo de água que ocorreu, inundou praticamente uma grande área do município de Picos, afetando diversas várzeas, e inundando diversas ruas fazendo com que a população procurasse abrigo nas encontas dos morros (principalmente no Morro da Mariana). Há relatos que a água do rio estavava tão forte que levava tudo que encontrava pela frente, como animaise árvores que foram arracadas. Inclusive a ponte (primeira ponte construída em 1949) construída pelo Rio Guaribas não aguentou e caiu. Com o passar do tempo chegaram alimentos e roupas enviadas pelo Governo Fereral
A primeira grande enchente de que se tem notícia ocorreu nos dias 18 e 19 de janeiro do ano de 1861. Uma segunda enchente, em menor proporção, aconteceu no ano de 1904. Uma terceira grande enchente verificou-se em março de 1960, ocorrendo uma grande catástrofe, pois foram várias enchentes repetidas nos dias 9, 14, 18, 20, 23, 25, 26, 27, 28, 30 e 31 desse mês. Ocorreram mortes de pessoas, de animais, perdas de lavouras, destruição de residências, deixando muitas pessoas desabrigadas. Para se ter uma ideia mais precisa dos prejuízos sofridos, basta dizer que um proprietário em particular, o senhor Mestre Abraão, viu 111 de suas casas desabarem, ou seja, vilas inteiras.
Segundo o depoimento do Sr. José Manoel de Almondes que presenciou a época das enchetes relatou o seguinte:
"Foi um período de muitas chuvas, de chuvas intensas e torrenciais, choveu em muita região do Piauí, as pessoas viviam amedrontadas pela quantidade de água que acumulou em diversas ruas em Picos, muitas plantações destruídas e muitos animais mortos, me recordo muito bem da intensidade da água que foi acumulada no Guaribas. A água era tão intensa que levava tudo que tinha na frente, inclusive vi muitos animais, principalmente o gado sendo levado pela correnteza, presenciei o momento em que em que a ponte caiu, a água carregava tantas árvores que elas se prenderam nos pilares da ponte, e com a força da água ela não suportou, de repente ouvi um estralo muito forte e a ponte caiu, levando todo o material no qual a ponte era constituída. Depois que o período de enchente foi acabando, reconstruíram novamente a ponte, dando acesso a outra parte do município de Picos."
História de Nossa Senhora dos Remédios como padroeira de Picos.
"Na tarde do dia 31 de dezembro de 1847, chegou a Picos a Imagem de Nossa Senhora dos Remédios, conduzida de Salvador, Bahia, até Picos por um escravo, a pé, que, como prêmio, recebeu a carta de alforria.
Segundo a tradição oral e o depoimento de pessoas contemporâneas que viviam ainda o início deste século, a imagem foi encomendada pelo Coronel Victor de Barros Silva, em cumprimento à promessa feita pelo seu vaqueiro João das Dores, para que seu filho e o filho do patrão voltassem sãos e salvos da guerra (Balaiada), para a qual foram, sob o comando do Capitão José Francisco Fontes.
Pela imagem que veio de Portugal para a Bahia, Victor de Barros pagou a importância de $40,00 (Quarenta mil reis), o produto da venda de dez vacas paridas.
Não se conservou o nome do escravo que conduziu, pelos ínvios caminhos do sertão, ao tempo das primeiras águas, a imagem da Padroeira de Picos. Sabe-se, no entanto, que era escravo do mesmo Victor de Barros.
O humilde escravo não sabia de nenhum bendito à Senhora dos Remédios. Na sua simplicidade porém adaptou o de Nossa Senhora do Rosário (Padroeira dos escravos), e vinha, pelos caminhos, sozinho, contando aos ermos e à Virgem:
“Vinde, devotos fiéis,
doces hinos entoar,
à Senhora dos Remédios,
Virgem pura singular!”
Bendito esse que, ainda hoje, se canta e nos comove!
Sabe-se, também, que, por onde passava, a Imagem era recebida festivamente. Na freguesia de Jaicós, fez-se uma procissão e a Imagem de Nossa Senhora das Mercês acompanhou, em andor, a Imagem de Nossa Senhora dos Remédios até a serra. Ao aproximar-se de Picos, na fazenda Samambaia, formou-se um cortejo, acompanhado de fogos, rezas e cânticos. A Imagem de Nossa Senhora dos Remédios entrou no povoado de Picos pela Passagem das Pedras.
Por ter sido benta no Dia de Ano, a Padroeira de Picos foi festejada durante muitos anos a 1.º de Janeiro. O Pe. João Severino de Miranda Barbosa, vigário de Picos (1878-1896) mudou os festejos para o dia 16 de Outubro, data em que, em todos países latinos festeja-se Nossa Senhora dos Remédios. Em 1910, o Pe. João Hipólito de Sousa Ferreira fez voltar a festa para o 1.º de Janeiro. D. Expedito Lopes, 1.º Bispo de Oeiras, transferiu a festa para o dia 15 de Agosto. D. Edilberto Dinkelborg tornou a mudar a festa para o dia 1.º de Janeiro. Finalmente, após consulta aos paroquianos, Nossa Senhora dos Remédios está sendo festejada a 15 de Agosto, data do dogma da Assunção de Maria aos céus.
Fonte: http://www.catedraldepicos.com/p/padroeira.html
Uma bonita história e que muitos dos filhos da cidade conhecem devido ao amor e devoção à Santa Padroeira.
Aspectos Históricos
voltar 
Por volta de 1712, os irmãos Borges Leal vieram de Portugal para a Bahia e tempos depois, na década de 1740, chegaram ao Piauí, trazendo escravos e gado e ocupando grandes áreas de terras, localizando-se Antônio Borges Leal Marinho na região que atualmente fica a Bocaina-PI, casando-se com Maria da Conceição Pereira de Sousa Brito. Albino Borges Leal Marinho ficou na região de Piracuruca-PI., especificamente onde hoje está Buriti dos Lopes-PI, e Francisco Borges Leal Marinho ficou na região de Inhamuns, estremo do Piauí com o Ceará.
          Já nos meados do século XVIII, um dos filhos de Francisco Borges Leal Marinho, de nome  Félix Borges Leal, chegou à região de Picos-PI e se apossou de grandes áreas de terras, fundando ali uma de suas mais importantes fazendas, denominada “Fazenda Curralinho”, situada em férteis várzeas, propícias para a agricultura e  pecuária, onde hoje é localizada a cidade de Picos, às margens do Rio Guaribas e cercada por montes Picosos que inspiraram a denominação de PICOS. O Rio Guaribas tem seu nascedouro na Fazenda “Canavieira”, que fica localizada entre Picos e Valença do Piauí. Seus afluentes são o Rio Itaim e o Riachão, recebendo também água de muitos riachos em seu percurso. Já abaixo da cidade de Oeiras, o Rio Guaribas junta-se ao Rio Canindé. Pelos benefícios proporcionados aos moradores de Picos, o Rio Guaribas recebeu o cognome de “Pai de Picos”. 
          Depois vieram outros Borges Leal, que se juntaram aos onze filhos do desbravador Félix Borges Leal e foram povoando o núcleo que hoje compreende o município de Picos. Em virtude de suas terras férteis, oferecendo boas condições para todo o gênero de criação e plantação, outras pessoas também foram atraídas, especialmente de Pernambuco e da Bahia, tais como negociadores, que ali realizavam bons negócios de compra e venda, inclusive de cavalos. Muitos deles acabaram por fixar residência no local, contribuindo para o crescimento do aglomerado urbano e conseqüente incremento das atividades econômicas na região. 
          O processo de povoamento dessa região deveu-se ao desdobramento da Fazenda Curralinho por outras fazendas instaladas na região, proporcionando maior impulso no crescimento do  povoado. 
          Os descendentes de Félix Borges Leal: Simão Borges Leal, Sebastião Borges Leal e ainda  Manoel de Moura Fé, que se casou na família Borges Leal, e outros edificaram a primeira capela da localidade, em 1828, em homenagem a São José, recebendo a denominação de “São José das Botas”, em virtude da devoção dos vaqueiros da região, pois a sua representação fazia-se com uma vestimenta de vaqueiro. 
     Tempos depois, o Padre João Hipólito de Sousa Ferreira, observando que a capela tornava-se pequena para o número de fiéis que vinham exercer sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus, resolveu fazer uma reforma na capelinha, em acordo firmado com a comunidade local, tendo como “mestre de obra” Dona Sinharinha Monteiro. Depois de concluída, passou a ser chamada de Capela do “Sagrado Coração de Jesus”.
          Alguns anos depois, o Coronel Victor de Barros Silva encomendou uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios, em cumprimento à promessa de seu vaqueiro João das Dores, para que seu filho e o filho do patrão voltassem sãos e salvos  da guerra da Balaiada, que ocorreu no Maranhão, de 1838 a 1841, para a qual foram sob o comando do Capitão José Francisco Fontes.
          Essa imagem de Nossa Senhora dos Remédios,que veio de Portugal para a Bahia, custou a importância de $40,000 (quarenta mil reis), valor da venda de dez vacas paridas, e foi conduzida de Salvador até Picos por um escravo que recebeu como prêmio a alforria, chegando naquela cidade na tarde do dia 31 de dezembro de 1847. Logo no dia 1º de janeiro de 1848, a imagem foi benta pelo Padre cearense Francisco de Paula Moura, primeiro sacerdote de Picos.
          O povoado de Picos alcançou adiantado estágio de desenvolvimento e foi elevado à freguesia, no Governo do Conselheiro Saraiva, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios, por meio da Resolução Civil nº 308, de 11 de setembro de 1851, pois já havia grande devoção à sua veneranda imagem naquela época. A sede da freguesia foi a Capela de “São José das Botas”. A freguesia de Nossa Senhora dos Remédios foi canonicamente reconhecida pelo Bispo do Maranhão, Dom Manoel Joaquim da Silveira, em 2 de janeiro de 1854, tendo como primeiro vigário o Padre José Dias de Freitas, que tomou posse em 7 de maio de 1854.
          Com o crescimento constante da freguesia, Picos foi elevada à categoria de vila por intermédio da Resolução Provincial nº 397, de 20 de dezembro de 1855, cuja instalação oficial se deu apenas em 3 de julho de 1859. Nesse mesmo ano de 1859, com a Lei Provincial nº 468, o Distrito Judiciário de Picos foi desmembrado da Comarca de Oeiras, sendo anexado à Comarca de Jaicós. 
          Por desligamento de Jaicós e juntamente com o município de Patrocínio (atual Pio IX) foi então formada a Comarca de Picos, criada por Decreto de 28 de dezembro de 1889 e instalada pelo seu primeiro juiz, Dr. João Leopoldino Ferreira, e pelo primeiro promotor público, Coronel Josino José Ferreira, membros da mesma família. 
          No ano de 1871, o Padre Dr. José Antônio Maria Pereira Ibiapina (Frei Ibiapina) construiu em apenas noventa dias a Igreja da Padroeira de Picos. A imagem de Nossa Senhora dos Remédios, em festiva procissão, com grande acompanhamento, foi levada da Capela São José para o seu templo, pelo Frei Ibiapina, como era popularmente conhecido aquele venerando apóstolo dos sertões nordestinos. Os sinos da Igreja foram doados naquele mesmo ano pelo fazendeiro Justiniano Antônio de Macedo.
          A vila  de Picos foi elevada à categoria de cidade por meio da Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 1890, assinada pelo então chefe de Governo Estadual, João da Cruz e Santos, o Barão de Uruçuí,  desmembrando-se do Município de Oeiras-PI. 
O município de Picos, na Divisão Administrativa de 1911, aparecia com um só distrito, o da sede.  Já na Divisão Administrativa de 1933, o município apresentava-se com dois distritos, Picos e Patrocínio, voltando a ter um único distrito a partir de 1936, situação que permanece até hoje. 
          Naquela época, como ainda era muito singela a nossa cidade de Picos! 
     Casas pequenas e modestas, muitas com jardins na frente e árvores frutíferas no quintal. Era costume criar galinhas, porcos e outros animais. Cidade tranqüila e pacata. Não havia veículos. O meio de transporte era a utilização intensa de animais para condução de cargas,  para viagens e passeios.
          Havia uma identificação harmoniosa entre os moradores, pois todos se conheciam muito bem. Havia o costume de as famílias sentarem-se às calçadas à tardinha, para o início da noite. Não havia luz elétrica e a iluminação era feita por lamparinas a querosene ou velas de cera de carnaúba. As noites de luar eram sempre bem vindas e agradáveis. A água que se bebia era carregada por jumento em carga de duas ancoretas ou pelos próprios botadores d’água, que usavam duas latas penduradas nas extremidades de um pau que eles levavam sobre os ombros para apanhar água no rio Guaribas, que também servia para os animais beberem e onde eram lavadas as roupas das famílias e ainda  se tomavam os banhos, tanto por crianças como por adultos, condições que permaneceram dessa forma por muitos anos. 
          Fato marcante na história do Nordeste foi a passagem, nos anos de 1925 e 1926, da Coluna Revolucionária de Luiz Carlos Prestes (os conhecidos Revoltosos) e das Tropas Legalistas, que vinham atrás perseguindo esses revoltosos, atemorizando toda a região com as mais adversas truculências. Em Picos, tanto os Revoltosos como as Tropas Federais passaram em janeiro de 1926 e não causaram maiores problemas, em virtude da habilidade do Prefeito (Intendente) Francisco de Sousa Santos que, com seu espírito tranqüilo e conciliador, conseguiu amenizar a situação, dando segurança à família picoense.
          O primeiro automóvel a rodar pelas ruas de Picos, em 1922, pertenceu ao senhor José Raimundo e as pessoas saiam de suas casas para admirar a novidade. Depois, todo mundo queria andar no carro, e as pessoas que podiam, passavam a pagar para andar com a família. O primeiro automóvel comprado em Picos foi em 1925, pelo Coronel Francisco de Sousa Santos, que também instalou, em 15 de fevereiro de 1928, a primeira luz elétrica da cidade, pública e domiciliar, das 18 às 21 horas, cujo motor foi comprado em Juazeiro do Norte-CE e funcionava como uma caldeira a vapor de 36 HP, à base de lenha, e um gerador de 30 KVA, produzindo uma energia fraca. 
     O apelido da caldeira da usina, colocado pelos moradores, era “panela velha”. O operador chamava-se Pedro da Usina. 
Como a Prefeitura não tinha dinheiro suficiente para a compra do motor, o próprio Coronel o financiou, com recursos próprios. Em 1951, foi inaugurada uma usina a óleo diesel, melhorando a iluminação e a duração do fornecimento de energia, que foi estendida até às 23 horas. 
Somente com a Barragem de Boa Esperança (atual Castelo Branco), construída no rio Parnaíba (município de Guadalupe-PI.) e incorporada à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), em 1973, foi desativada a usina a óleo diesel. A Companhia Energética do Piauí SA (CEPISA) foi instalada, em 1968, em Picos.
          Passados mais de 154 anos de sua chegada a Picos, durante várias gerações, a imagem querida de Nossa Senhora dos Remédios continua venerada pelos devotos filhos picoenses, que nunca a esqueceram e que a Ela recorrem em todos os momentos.
          É importante registrar a coragem e a determinação do Padre José Ignácio de Jesus Madeira (Padre Madeira), Pároco de Picos, em iniciar e concluir a grande obra de construção da nova Matriz, no lugar da velha, no decorrer dos anos de 1948 a 1960. 
     Tudo isso só foi possível pelo carisma muito forte que o Padre Madeira tinha junto aos picoenses. Foi construída em estilo gótico, com altares de mármore e vitrais de rara beleza arquitetônica, no centro da cidade, tornando-se marco importante e de destaque na paisagem de Picos, pelo que se constitui no cartão de visita do Município, sendo considerado o mais belo templo do Piauí. Sobre todos os aspectos, a Catedral de Picos é monumental e está incluída entre os maiores templos católicos do Nordeste. 
          O maior acontecimento religioso na história de Picos aconteceu no dia 22 de outubro de 1953, quando ocorreu a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal, em sua primeira peregrinação pelo Brasil. O Arcebispo de Teresina, Dom Avelar Brandão Vilela, esteve presente e fez sermão emocionado no início da noite, diante da multidão de pessoas aglomeradas na praça Frei Ibiapina, ao lado da frente da Igreja Matriz, com a maior quantidade de pessoas já vista na cidade. 
Em uma evocação no sermão, Dom Avelar fez comparação da quantidade de pessoas com os corações ardentes cheios de fé ali presentes como as tantas estrelas que brilhavam intensamente, iluminando o céu naquele momento, acenando com as mãos para o alto, no que foi acompanhado pelos olhares atentos de toda a multidão.
Outro aspecto importante a destacar em Picos, com envolvimento entusiástico da sua  população, foi a Copa Mundial de Futebol, realizada em 1958, na Suécia, em que o Brasil consagrou-se campeão mundial pela primeira vez, e quando Pelé teve sua primeira participação ativa, sendo o jogador mais jovema ganhar uma Copa, com apenas 17 anos. 
Nessa Copa, o nosso jogador Bellini imortalizou o gesto de levantar a taça com as duas mãos acima da cabeça, para todas as pessoas presentes verem, cujo ato vem sendo seguido até hoje e que, com os recursos televisivos, é visto por todo o mundo, como foi o caso agora da Copa Mundial de Futebol de 2002, com o pentacampeonato obtido pelo Brasil, ocasião em que o Capitão Cafu, da Seleção Brasileira, levantou bem alta a taça para todo o mundo ver. 
O autor deste livro, estudante do Ginásio na Copa Mundial de Futebol de 1958, observava como era interessante o comportamento das pessoas e participava também de toda a movimentação, pois onde houvesse uma pessoa com um radinho, ali estavam inúmeras outras pessoas ao redor, para ouvir atentamente a transmissão dos jogos e  explodir, numa efusão de alegria, a cada gol do Brasil! 
Nos horários dos jogos, muitas pessoas dirigiam-se à Praça Getúlio Vargas, localizada no centro da cidade, onde era costumeiro colocar um rádio maior no coreto da praça, a toda altura, e as pessoas, aglomeradas ao derredor, ficavam a ouvir as transmissões dos jogos e, vez por outra, iam ali ao lado, nos bares, para tomar uma e outra bebida, e quando o gol do Brasil acontecia, aí então eram gritos, pulos e abraços de alegria e contentamento, diante dos feitos alcançados pelos bravos jogadores da Seleção Brasileira, conseguindo uma primeira vitória de ordem mundial no futebol, o que foi motivo de grandes manifestações populares em todo o País, em cujas comemorações, a cidade de Picos estava inteiramente sintonizada, demonstrando o seu espírito cívico de brasilidade, em perfeita  integração com o Piauí e com o Brasil. 
Com o passar dos anos, iam aumentando as dificuldades para a obtenção de água, na cidade de Picos-PI, sobretudo no período da seca, e essa situação passou a ser preocupação do Prefeito Helvídio Nunes que, inicialmente, resolveu construir uma barragem no Rio Guaribas, em busca de uma solução para o problema da falta de água. 
O projeto foi submetido à Câmara de Vereadores e o seu Presidente, José Batista, achou a obra faraônica, entendendo que havia o risco de destruição da lavoura de alho, rejeitando o projeto. O prefeito Helvídio Nunes, então, buscou outra solução, resolvendo perfurar poços e instalar motores para puxar a água, cujo primeiro poço foi perfurado em maio de 1958, na Rua São Pedro, e o segundo poço na Rua do Cantinho e, logo no ano seguinte, começaram as instalações de canos para a distribuição de água às residências. Na cidade de Picos, embora o número de poços seja considerável, o lençol freático resiste, sem sinais de desabastecimento.
A população de Picos-PI, em sua história, já sofreu situações catastróficas, com chuvas intensas, provocando grandes enchentes do Rio Guaribas, com suas águas transbordando, alagando as suas margens e atormentando cruelmente as populações ribeirinhas, sobretudo a população da própria cidade, com prejuízos incalculáveis. 
A primeira grande enchente de que se tem notícia ocorreu nos dias 18 e 19 de janeiro do ano de 1861. Uma segunda enchente, em menor proporção, aconteceu no ano de 1904. Uma terceira grande enchente verificou-se em março de 1960, ocorrendo uma grande catástrofe, pois foram várias enchentes repetidas nos dias 9, 14, 18, 20, 23, 25, 26, 27, 28, 30 e 31 desse mês. Ocorreram mortes de pessoas, de animais, perdas de lavouras, destruição de residências, deixando muitas pessoas desabrigadas. Para se ter uma idéia mais precisa dos prejuízos sofridos, basta dizer que um proprietário em particular, o senhor Mestre Abraão, viu 111 de suas casas desabarem, ou seja, vilas inteiras.
          Criada a Diocese de Picos, por Ato do Papa Paulo VI, em 20 de novembro de 1974, foi a Matriz elevada à categoria de Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, em 21 de setembro de 1975. Depois, em 15 de agosto de 1976, o então Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carmine Rocco, consagrou a referida Catedral, que antes fora benta por Dom Edilberto Dinkelborg, então Bispo de Oeiras. 
     O  primeiro Bispo de Picos foi Dom Augusto Alves da Rocha, que ficou por mais de 26 anos, havendo tomado posse em 21.09.1975 e saído em 29.12.2001. Em 2002, Picos estava sem Bispo, tendo como administrador diocesano o Padre Francisco Bezerra Neto. 
     Os Padres da Paróquia de Picos que prestam assistência religiosa aos fiéis de todo o município são: Francisco Bezerra Neto, David Ângelo Leal, Ferdiran Fontes Mendes, Flávio de Sousa Santiago, Sebastião Francisco dos Santos (também Reitor do Seminário Menor de Picos), José Frazzani, Manoel Antônio de Moura (Bairro São José), Mauro Bianchi (Bairro Junco). Ainda pertencendo à Diocese de Picos, temos os Padres: José Albino de Carvalho Mendes (Ipiranga do Piauí), Francisco Pereira Borges (Jaicós), David de Sousa Barros (Monsenhor Hipólito), Antônio Mendes Neto (Simões), Adauto Vieira dos Santos Filho (Fronteiras) e Gregório Leal Lustosa (Paulistana).
A cidade de Picos conta ainda com o Seminário menor São José, da Diocese, criado em 17 de março de 1992, já tendo  sido Reitores o Padre Hermeto Mengarda em 1992, o Padre Francisco Pereira Borges, em 1993, o Padre José Frazzani, de 1994 a 2000, e, a partir de 2001, o Reitor está sendo o Padre Sebastião Santos, já havendo recebido sua formação no próprio Seminário.
          A área territorial inicial definida pelas Divisões Administrativas para o município de Picos era da ordem de 4.756 Km2 e permaneceu incólume por muitos anos.
           Entretanto, pela necessidade imperativa de atender melhor as populações, aglomeradas em comunidades que se vão evoluindo e exigindo maiores atenções do poder público, começou o município de Picos a perder território para a formação de outros novos municípios, tais como o município de Itainópolis, pela Lei Estadual nº 925, de 12 de fevereiro de 1954, seguindo logo depois o município de Monsenhor Hipólito, que recebeu independência pela Lei nº 1.445, de 30 de novembro de 1956, e o município de Francisco Santos, que foi desmembrado pela Lei Estadual nº 1.963, de 09.09.1960. 
          Mais tarde, os municípios de Santo Antônio de Lisboa, Bocaina e São José do Piauí receberam autonomia, respectivamente, pelas Leis de  nos  2.560, 2.561 e 2.562, todas do dia 19 de dezembro de 1963. 
          Em  1988, mais um município, o de São João da Canabrava, foi desmembrado do município de Picos, pela Lei nº 4.192, de 11.04.1988. Depois, foi desmembrado o município de Santana do Piauí, pela Lei nº 4.4.77, de 29.04.1992, e, em 1994, mais os municípios de Geminiano e de Paquetá foram também criados, sendo instalados oficialmente, todavia, em 1997, com a posse dos seus primeiros governantes, eleitos nas eleições de 1996, ficando o município de Picos, depois de todos esses desmembramentos para constituição de novos municípios, com a área de apenas 816 Km2.
HISTORIA PICOS PI
	  
A origem do município de Picos deu-se no povoado de Bocaina. A construção de uma capela soba invocação de Nossa Senhora da Conceição pelo sertanista Sr. Borges Marinho foi o marco inicial desse seu povoamento. Neste período, o território de Picos pertencia ao município de Oeiras. A família Borges Leal, que à época ocupava grandes áreas de terras nos arredores do município, fundou aí uma de suas mais importantes fazendas. O processo de povoamento do futuro município deveu-se à instalação dessas fazendas.
Leis Provinciais e Estaduais
1851
Já bastante desenvolvida, a elevação do povoamento à categoria de freguesia deu-se a invocação de Nossa Senhora dos Remédios, através da Resolução Provincial Nº 308 de 11 de setembro de 1851. O seu primeiro pároco foi o padre José Dias de Freitas.
1855
Devido ao constante crescimento da freguesia, foi desmembrado de Oeiras, mais anexado ao seu Judiciário (Comarca de Oeiras). Foi elevado á categoria de vila através da Resolução Provincial Nº 397 de 20 de dezembro de 1859.
1859
Como a Lei Provincial Nº 468 de 1859, o tempo judiciário de Picos foi desmembrado da Comarca de Oeiras, anexando-oa Comarca de Jaicós e assim permanecendo até o ano de 1889. Sendo então desanexada a Comarca de Picos juntamente com o município de Patrocínio, hoje, Pio IX.
1889
Pelo Decreto de 28 de dezembro de 1889 é instalada a Comarca de Picos pelo seu primeiro Juiz de Direito, Dr. João Leopoldino Ferreira, tendo como promotor o coronel Josino José Ferreira.
1890
A elevação da vila à categoria de cidade verificou-se através da Resolução Estadual Nº 33 de 12 de dezembro de 1890, assinada pelo então chefe de Governo Estadual João da Cruz Santos o Barão de Uruçuí, desmembrando de Oeiras.
Quando da divisão administrativa verificada em 1993, o município de Picos apresentava-se com 02 (dois) distritos, sendo o 2º de Patrocínio, hoje Pio IX.
Um breve resumo sobre a cidade de Picos – PI
sexta-feira, 7 de maio de 2010 
1.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO
O Município de Picos teve sua origem no povoado Bocaina, onde Borges Marinho edificou uma capela, ainda hoje existente. Inicialmente, Picos foi uma unidade do vizinho município de Oeiras. O local onde está situada a cidade constituía uma fazenda de gado vacum, de propriedade da família Borges Leal, que se subdividiu por todo o município. Está localizada numa fertilíssima várzea à margem direita do rio Guaribas e cercada por montes picosos daí a origem de seu nome.
As terras do Município ofereciam boas condições de pastagens e outras vantagens para todo gênero de criação. Em razão disso, vários compradores de eqüinos das então províncias de Pernambuco e Bahia eram atraídos, iniciando-se assim, o povoamento da região.
Já bastante desenvolvido, foi criado, através da revolução provincial nº 308, de 11 de setembro de 1851, o povoado sob o orago de Nossa Senhora dos Remédios, tendo como seu primeiro pároco o Pe. José Dias de Freitas. Depois de desmembrado de Oeiras, a cujo termo foi anexado o seu distrito judiciário, foi o povoado, através da resolução provincial nº 397, de 20 de dezembro de 1855, elevado à categoria de vila, cuja instalação se verificou a 3 de julho de 1959. Na ordem judiciária ficou pertencendo à comarca de Jaicós, da qual foi desligado, para formar com o município de Patrocínio (atualmente Pio IX ), a comarca de Picos, criada pelo Decreto de 28 de dezembro de 1889 e instalada pelo seu primeiro Juiz de Direito, Dr. João Leopoldino Ferreira. O primeiro Promotor Público foi o coronel Josino José Ferreira.
A Câmara Municipal teve como primeiro presidente o coronel Clementino de Sousa Martins, filho do legendário piauiense Major Manoel Clementino de Sousa Martins – herói da Balaiada.
A 12 de dezembro de 1890, a vila foi elevada à categoria de cidade, pela resolução nº 33, baixada pelo governo do Estado, chefiado naquela época pelo Barão de Uruçuí.
Pelo quadro administrativo relativo ao ano de 1933, o Município apareceu com dois distritos: o do mesmo nome e o de Patrocínio, que perdeu a categoria de vila e município, em virtude do Decreto Estadual nº 1.279, de 26 de junho de 1931. Nas divisões territoriais vigentes em 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, bem como anexo ao Decreto – lei Estadual nº 52, de 29 de março de 1938, o Município de Picos apresentava-se integrado apenas pelo distrito-sede. Em 1954, pela Lei Estadual nº 925, de 12 de fevereiro do mesmo ano, Picos perdeu parte de seu território para a formação do Município de Itainópolis. Mais tarde foram criados outros municípios, também desmembrados de seu território, que são os seguintes: Bocaina (Lei nº 2.560, de 19 de dezembro de 1963), São José do Piauí 9 Lei nº 2.562, de 19 de dezembro de 1963) e Monsenhor Hipólito (Lei nº 1.445, de 30 de novembro de 1956). O município consta atualmente de um único distrito e é sede de comarca de 4ª entrância. A atual legislatura foi instalada no ano de 1977, tendo sido eleito Prefeito Municipal o Dr. Severo Maria Eulálio e constituída a Câmara Municipal de 13 vereadores.
1.2 MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS E RELIGIOSAS
É costume popular, no Município, celebrarem-se, no período compreendido entre o dia 24 de dezembro e 6 de janeiro, determinados festejos, nos quais se exibem danças e cânticos em torno de figuras de animais de crendices populares, tais como, o “boi”, a “burrinha”, o “jagurá”, o “lobisomem, a “alma”, a “velha da cabeça-de-fogo” etc.
A padroeira da cidade é nossa senhora dos Remédios, cuja festa se realiza a 16 de agosto, com novenário, procissão, parque de diversões, barraquinhas, manifestações folclóricas e artesanato. Outras festas religiosas são comemoradas como: Sagrado Coração de Jesus, que tem inicio a 1º de julho e se prolonga até o dia 29. O natal é também festivamente comemorado.
Para dar maior incentivo aos plantadores de algodão, realiza-se, no mês de novembro, a Festa do algodão: encontro técnico-científico sobre seu plantio.
2.1. CLIMA
Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo Bsh-quente e semi-árido, com estação chuvosa no verão.
As precipitações atingem uma média de 679mm por ano, concentrado-se cerca de 77% deste total, no período de maio a novembro, quando ocorrem apenas chuvas eventuais, prevalecendo chuvisco escassos e dispersos, em virtude da ausência de frentes e obstáculos significativos do relevo aos ventos dominantes.
O excesso e o déficit pluviométricos atingem uma média de 53% e 37% respectivamente, e a umidade relativa do ar fica em torno de 60%, índice que decai sensivelmente na época da estiagem, em conseqüência da intermitência dos cursos d’água (que apresentam regime pluvial) e ainda da vegetação bastante esparsa e seca nessa época do ano.
2.2 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
A formação geológica da área decorre de vários períodos, constituindo-se predominantemente por rochas sedimentares, quase sempre arenitos. Encontram-se várias fraturas e falhas – a maior delas na direção NE/SW, onde efetuou-se ao sul do município, um derrame basáltico.
Na sede, e abrangendo considerável área do Município, predominam os folhelhos e siltitos cinza-arroxeados com níveis de cólitos piritosos, membros da formação Devoniana Pimenteiras.
A formação Cabeças, do Devoniano Médio, aflora a norte e oeste de Picos, na direção de Oeiras. Nele predominam os arenitos de granulação média a grosseira, com estratificação cruzada.
A formação Serra Grande abrange uma larga faixa na porção leste, constituindo-se de arenito branco, grosseiro, conglomerático, com leitos de conglomerado digomítico, seixos de quartzo na base, leitos de siltito e folhelhos no topo. As estratificações são cruzadas.
As formas de relevo, características da área de Picos, são as superfícies Tabulares e os Vales, que em conseqüência da atuação dos processos de dissecação, apresentam modelados em mesas, ravinas e vales encaixados.
As chapadas representam grande parcela da superfície total do Município. São entalhadas por vales, cujo fundo geralmente corresponde a afloramentos de bancos de arenitos das formações devonianas. Estes vales apresentam-se geralmente com fundo chato e sua topografia torna-se suavemente inclinada à medida que se afasta do leito dos rios.
A cidade de Picos assenta-se no vale do Rio Guaribas, que não possui um leito fixo. A ocupação da área é intensa, principalmente nas partes mais baixas e nas encostas, onde a retirada da vegetação acelera o processo de erosão, com a instalação de ravinas, o que provoca a lixiviação do solo e o conseqüente empobrecimento.
2.3. SOLOS E VEGETAÇÃO
Distinguem-se em Picos várias unidades de solos, dentre as quais abrangem maior área os solos Litólicos e Areias Quartzas.
Estas unidades apresentam solo de textura indiscriminada e arenosa, rasos e profundos, bem e fortemente drenados, estrutura indiscriminada e com grãos simples, com fertilidade natural baixa. Sua ocorrência se faz em extensa faixa, predominando no centro e sudoeste do Município. Ocupa principalmente as depressões com relevo suave ondulado e com testemunhos esparsos.
O revestimento vegetal de quase toda a área constitui-se por caatingas, encontra-se o campo cerrado em pequena área à noroeste, revestindo o platô mais dissecado. O fato de apresentar agriculturabastante intensa ocasiona a degradação da caatinga, tornando-se difícil sua regeneração natural.
Nesta área, revestida por caatingas, encontram-se diversas fisionomias. Nos aplainamentos próximos aos rios, o juazeiro, o umbu e a carnaúba dão a fisionomia um aspecto de caatinga arbórea. Ainda nos aplainamentos, cobrindo as ondulações, predominam a aroeira e a jurema e entre essas ondulações, os vales secos e rasos são aproveitados para a agricultura.
Nos relevos residual – areníticos, de forma tubular, com contínua intervenção humana, domina a caatinga arbustiva com a favela e a jurema.
O Latossolo vermelho – amarelo, textura média, e os solos Concrecionários Lateríticos também ocorrem na área. A cobertura vegetal predominante é de caatinga arbórea.
Na sede, além dos solos litólicos, ocorre a unidade “podzólico Vermelho – Amarelo Equivalente Eutrófico e Latossolo Vermelho – Amarelo textura média”. São solos profundos e fortemente drenados, com fertilidade natural variando da alta a média. Nessa unidade, a cobertura vegetal apresenta-se idêntica a dos a dos Solos Litólicos, porém muito arrasado pelo uso agrícola, sobretudo no vale dos rios São João e Guaribas.
Picos - Piauí
Conhecida como Cidade Modelo e Capital do Mel. Cidade jovem, tem como principal característica social a mistura étnica pois sua população é formada por indivíduos das mais diversas partes do país. Geograficamente é cortada pelo rio Guaribas, que apesar de ser um rio temporário, alivia o famoso calor das tardes picoenses.
Situa-se na região centro-sul do Piauí. É a cidade mais desenvolvida economicamente dessa região. Essa característica aliada a seu posicionamento geográfico lhe conferem a condição de pólo comercial efervecente no Piauí (especialmente de combustíveis e mel). É cortada pela BR-316 ou Rodovia Transamazônica, BR 407, BR-230 e fica muito próxima a BR-020. É uma das maiores produtoras de mel do país e destaca-se também por sediar uma unidade do Exército Brasileiro (3º BEC - Batalhão de Engenharia e Construção).
Economia e serviços
O município de Picos apresenta o terceiro maior PIB do Estado (dados IBGE 2004), sendo que a região fiscal de Picos arrecada mais que as regiões fiscais de Parnaíba, Floriano e Campo Maior juntas. Perdendo apenas para a região fiscal da Capital Teresina. Na cidade de Picos encontra-se uma das maiores frotas de veículos per capita do país, haja vista que o município possui em média um automóvel para cada três pessoas. São 25.569 veículos motorizados para 71.000 habitantes, dados de 2006.
Dados:
População 73 417 hab. IBGE/2010
IDH 0,703 médio PNUD/2000 
PIB R$ 504 673,090 mil IBGE/2008
PIB per capita R$ 6 963,22 IBGE/2008
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Por: 360grauspi (Picos) 
Catedral 
picos é um município brasileiro do estado do piauí. conhecida como cidade modelo e capital do mel. cidade jovem, tem como principal característica social a mistura étnica pois sua população é formada por indivíduos das mais diversas partes do país. geograficamente é cortada pelo rio guaribas, que apesar de ser um rio temporário, alivia o famoso calor das tardes picoenses.
situa-se na região centro-sul do piauí. é a cidade mais desenvolvida economicamente dessa região. essa característica aliada ao seu posicionamento geográfico lhe conferem a condição de pólo comercial efervecente no piauí (especialmente de combustíveis e mel). é cortada pela br-316 (ou rodovia transamazônica), br-407, br-230 e fica muito próxima a br-020. é uma das maiores produtoras de mel do país e destaca-se também por sediar uma unidade do exército brasileiro (3º bec - batalhão de engenharia e construção).
	índice
  [esconder] 
· 1 história 
· 1.1 a chegada da coluna prestes
· 1.2 a seca de 32
· 1.3 a década de 40
· 1.4 a época de ouro da cidade de picos (os verdes anos 50)
· 1.5 as enchentes
· 2 geografia 
· 2.1 clima
· 2.2 localização
· 2.3 relevo e hidrografia
· 2.4 vegetação
· 2.5 demografia
· 2.6 infra-estrutura
· 2.7 agricultura e pecuária
· 3 política 
· 3.1 hino de picos
· 3.2 prefeitos de picos
· 3.3 as primeiras eleições
· 3.4 leis provinciais e estaduais
· 3.5 divisão político-administrativa 
· 3.5.1 bairros e povoados 
· 3.5.1.1 povoados de picos
· 3.5.1.2 bairros
· 4 cultura, religião, turismo e lazer 
· 4.1 cultura e arte
· 4.2 pontos turísticos
· 4.3 religião
· 4.4 maçonaria
· 4.5 arte rupestre
· 5 economia e serviços 
· 5.1 educação
· 5.2 escolas
· 5.3 faculdades e universidades
· 5.4 institutos federais de educação e aprendizagem
· 5.5 lazer 
· 5.5.1 casas de shows
· 5.5.2 clubes
· 5.6 saúde
· 5.7 justiça e segurança
· 5.8 esporte
· 5.9 picoenses ilustres
· 6 referências bibliográficas
· 7 referências
· 8 ligações externas
[editar]história
a origem do município de picos deu-se como a maioria das cidades piauienses mais conhecidas, através da atividade econômica que era a mais desenvolvida neste território, a pecuária (criação de gado). segundo fontes históricas acredita-se que ela deu origem no povoado de bocaina, ligado a capital oeiras. inicia-se com a chegada dos primeiros fazendeiros de gado vindo de portugal nos anos de 1740, trazendo alguns escravos e gado, ocupando grandes territórios.
a construção de uma capela em 1754 sob a invocação de nossa senhora da conceição pelo sertanista antônio borges leal marinho foi o marco inicial desse seu povoamento. neste período, o território de picos pertencia ao município de oeiras. a família borges leal, que à época ocupava grandes áreas de terras nos arredores do município. félix borges leal um dos descedentes, fundou nessa região uma de suas mais importantes fazendas, a fazenda curralinho ou retiro curralinho, como também era conhecido, aproveitando as terras que eram favoráveis a criação do gado solto e também do rio que fornecia água em abundância.
o processo de povoamento do futuro município deveu-se ao desdobramento dessa fazenda. recebeu o nome de picos, devido a se encontrar em uma região rodeada por montes picosos. local de terras férteis, desenvolveu-se rapidamente graças ao rio guaribas que por muito tempo abasteceu a população, oferecendo lhe água e diversas vazantes favorecendo o plantio em suas margens e várzeas. o rio guaribas é conhecido como o "pai de picos".
a região de picos por muitos anos atraiu diversas pessoas que buscavam locais para se desenvolver e negociantes vindos da bahia e pernambuco, que vinham para negociar animais (principalmente gado e cavalo) e alguns produtos. era um negócio lucrativo e muito rentável.
[editar]a chegada da coluna prestes
fato marcante na história do nordeste foi a passagem, nos anos de 1925 e 1926, da coluna revolucionária de luiz carlos prestes (os conhecidos revoltosos) e das tropas legalistas, que vinham atrás perseguindo esses revoltosos, atemorizando toda a região com as mais adversas truculências. em picos, tanto os revoltosos como as tropas federais passaram em janeiro de 1926 e não causaram maiores problemas, em virtude da habilidade do prefeito (intendente) francisco de sousa santos que, com seu espírito tranquilo e conciliador, conseguiu amenizar a situação, dando segurança à família picoense.
[editar]a seca de 32
em 1932, a cidade de picos passou por um período de estiagem, segundo conta foi uma das piores, mesmo com a presença do rio guaribas, os efeitos foram quase nulos, que por causa disso concedeu à cidade o status de abrigo seguro para os migrantes vindo de outros estados e municípios.
a década de 40
entre os anos 40 o município era apenas um aglomerado de residências de características rurais, era bastante verde devido ainda possuir mata ao redor das margens do rio guaribas, alguns trechos correspondia a propriedades particulares e eram dedicados a cultura de vazante realizadas durante o verão, dentre os produtos cultivados se destacavam o alface, o coentro, cebolinha, cebola e sobretudo o alho, produto no qual, o município passou por vários anos como grande produtor nacional. a outra atividade comum era a lavagem de roupas que era muito comuns grupos de mulheres utilizarema o rio para essa finalidade. dentre outras atividades destacavam-se, os banhos nos poços, no qual eram determinados por sexo, práticas da pesca com a utilização de anzóis, redes, tarrafas ou até mesmo com as mãos.
[editar]a época de ouro da cidade de picos (os verdes anos 50)
essa época de ouro consagrada no município foi marcante devido a grandes alterações tanto no contexto político, social e econômico. nos anos 50, segundo dados do censo do ibge a população do município era de 54.713, sendo que 50.145 (91,65%) na área urbana e 4.568 (8,35%) na área rural. no mesmo ano, cresce a economia em picos a indústria e o comércio ativo aumentando a demanda de produtos e seus consumidores, a área comercial de picos cresce, e atualmente hoje é uma das cidades do piauí que mais se desenvolve ativamente, tanto que atingiu o status de capital do centro-sul do estado.
nessa época tem relatos de vários acontecimentos marcantes como a chegada da primeira sorveteria, a chegada do candidato a presidência da república pela udn o brigadeiro eduardo gomes, melhorias na rede elétrica e no sitema de abastecimento d'água com a perfuração de vários poços. a partir desse período picos passa a perder seus territórios a partir de 1954 com a perda do seu primeiro território que passaria a formar o município de itainópolis.
[editar]as enchentes
a população de picos-pi, em sua história, já sofreu situações catastróficas, com chuvas intensas, provocando grandes enchentes do rio guaribas, com suas águas transbordando, alagando as suas margens e atormentando cruelmente as populações ribeirinhas, sobretudo a população da própria cidade, com prejuízos incalculáveis. segundo história dos povos que viveram esse período de caos, nesse ano foi um período chuvoso em toda região piauiense, o que causou as cheias em diversos rios, o guaribas por exemplo foi um deles. esse acúmulo de água que ocorreu, inundou praticamente uma grande área do município de picos, afetando diversas várzeas, e inundando diversas ruas fazendo com que a população procurasse abrigo nas encontas dos morros (principalmente no morro da mariana). há relatos que a água do rio estavava tão forte que levava tudo que encontrava pela frente, como animais e árvores que foram arracadas. inclusive a ponte (primeira ponte construída em 1949) construída pelo rio guaribas não aguentou e caiu. com o passar do tempo chegaram alimentos e roupas enviadas pelo governo fereral[carece de fontes].
a primeira grande enchente de que se tem notícia ocorreu nos dias 18 e 19 de janeiro do ano de 1861. uma segunda enchente, em menor proporção, aconteceu no ano de 1904. uma terceira grande enchente verificou-se em março de 1960, ocorrendo uma grande catástrofe, pois foram várias enchentes repetidas nos dias 9, 14, 18, 20, 23, 25, 26, 27, 28, 30 e 31 desse mês. ocorreram mortes de pessoas, de animais, perdas de lavouras, destruição de residências, deixando muitas pessoas desabrigadas. para se ter uma ideia mais precisa dos prejuízos sofridos, basta dizer que um proprietário em particular, o senhor mestre abraão, viu 111 de suas casas desabarem, ou seja, vilas inteiras.
segundo o depoimento do sr. josé manoel de almondes que presenciou a época das enchetes relatou o seguinte:
"foi um período de muitas chuvas, de chuvas intensas e torrenciais, choveu em muita região do piauí, as pessoas viviam amedrontadas pela quantidade de água que acumulou em diversas ruas em picos, muitas plantações destruídas e muitos animais mortos, me recordo muito bem da intensidade da água que foi acumulada no guaribas. a água era tão intensa que levava tudo que tinha na frente, inclusive vi muitos animais, principalmente o gado sendo levado pela correnteza, presenciei o momento em que em que a ponte caiu, a água carregava tantas árvores que elas se prenderam nos pilares da ponte, e com a força da água ela não suportou, de repente ouvi um estralo muito forte e a ponte caiu, levando todo o material no qual a ponte era constituída. depois que o período de enchente foi acabando, reconstruíram novamente a ponte, dando acesso a outra parte do município de picos."
[editar]geografia
[editar]clima
segundo os dados do inmet (instituto nacional de meteorologia), a cidade de picos no piauí tem a maior média anual de temperatura: 29,4°c.
[editar]localização
localiza-se a uma latitude 07º04'37" sul e a uma longitude 41º28'01" oeste, localizada na região centro-sul do piauí.
[editar]relevo e hidrografia
os solos deste município estão representados pelos seguintes solos com horizonte latossólico, solos pouco desenvolvidos, solos soncrecionários tropicais de característca suave, ondulada, apresentando testemunhos espaços, com predominância de solos litólicos e areias quartz e de natureza argilosa[carece de fontes]. tem como acidentes geográficos o rio guaribas, o rio itaim e a lagoa das abóboras.
o município de picos está a 206 metros acima do nível do mar e apresenta em seu relevo inúmeros picos argilosos, que se erguem nas proximidades ribeirinhas, e as serras rochosas que dão a impressão de que a cidade está localizada numa cratera, fazendo surgir os denominados baixões agrícolas piauienses. o município conta ainda, com cursos naturais de água. dentre eles podem-se citar: rio guaribas (curioso lembrar que, ao contrário dos demais rios piauienses, que cortam seu relevo no sentido sul-norte ou sudeste-noroeste, este faz o sentido oposto, ou seja, norte-sul, até suas águas encontrarem o rio itaim), riacho vermelho, riacho dos macacos, além de possuir o maior lençol freático na região.
[editar]vegetação
o município formado por um ecótono dos biomas cerrado e caatinga, caracterizando-a como uma zona peculiar, com a presença de outras manchas de vegetação como a mata de cocais (predominando a carnaúba). essa característica lhe confere particularidades, pois espécies comuns a vários biomas diferentes podem estar ali presentes. sua mata nativa predomina caatingas arbustivas, caatingas arbóreas e em alguns locais predominam os campos cerrado. as plantas da região compreendem tanto ervas, como árvores e arbustos, pertencentes às várias famílias de angiospermas (dicotiledôneas e monocotiledôneas), não tendo nenhum representante nativo conhecido de gimnosperma. as famílias de plantas predominantes na caatinga são bromeliaceae e cactaceae, dentre várias outras.
a pesquisa nessa região vai de muito tímida a inexistente, o que faz com que investimentos sejam necessários para que se possa conhecer a biodiversidade regional, sendo essa uma das premissas mais importantes no tocante à conservação dessa diversidade. até o momento, picos não possui nenhuma área exclusiva de proteção ambiental, que sirva tanto para o lazer como para preservação de espécies, tal como um jardim botânico[carece de fontes]. isso ocorre porque o brasileiro não faz noção da importância que seu país tem a nível global no quesito ambiental nem despertou para os problemas causados pela urbanização não-planejada. pode-se observar a gradual morte do rio guaribas, onde não se respeitam as margens, construindo até no leito do rio e, nem suas águas, despejando todo tipo de dejetos.
[editar]demografia
	crescimento populacional
de picos[3]
	ano
	população
	
	
	1950
	54 713
	
	
	1980
	87 500
	
	
	1991
	78 409
	
	
	1996
	75 903
	
	
	2000
	68 974
	
	
	2007
	70 450
	
	
	2010
	73 414
	
	
a população da cidade de picos atualmente é de 73.414 habitantes (censo demográfico ibge 2010), sendo que 58.307 na zona urbana e 15.107 na zona rural, caracterizando assim a terceira maior do piauí perdendo apenas para a capital teresina e parnaíba. possui uma densidade demográfica de 137.23 hab./km².
[editar]infra-estrutura
a zona urbana de picos conta com uma rede de eletrificação e abastecimento de água razoável, muitas comunidades dispõem de postos telefônicos, além de uma significativa quantidade de estradas, que normalmente estão em condições regular de tráfego. as vias de acesso ao município são boas, facilitando o intercâmbio com cidades e estados circunvizinhos, possui um terminal rodoviárioonde circulam dezenas de ônibus interestaduais diariamente. a pavimentação poliédrica e asfáltica atinge as principais ruas e bairros da cidade. no aspecto hoteleiro, picos conta com 12 (doze) hotéis, que atendem a demanda de forma satisfatória, oferecendo serviços de boa qualidade, além de dormitórios e pensões, auditórios com infra-estrutura para palestras e congressos.
[editar]agricultura e pecuária
apesar de possuir uma estrutura bastante comercial, o municípío é banhado pelo rio guaribas e itaim, possuindo um vale de mais de trinta quilômetros, o que propicia ótima produção de hortifrutigranjeiros, de alho e outras culturas temporárias. a produção extrativa de picos é bastante significativa e com relação à pecuária pode-se destacar o gado bovino, mas também é muito forte a presença de rebanhos suínos, ovinos e caprinos. o município conta com um escritório regional da emater, e a cada ano vem desenvolvendo feiras de exposição agrícola e pecuária, sendo hoje referência em todo o estado e na região nordeste. nesses eventos, picos tem se destacado pela grande produtividade da bacia leiteira. picos, cidade responsável pela grande produção de mel no piauí, ganhou destaque nacional sendo agraciada com o título de “capital do mel”, pela revista de circulação nacional globo rural (abril/94) e no programa de tv globo rural (dez/95) da rede globo. a produção de mel “in natura” em picos tem atraído diversas empresas que atuam no segmento a se instalarem na cidade, o que vem gerando de forma bastante significativa um crescimento na geração de emprego e renda. o setor está organizada em cooperativas como a campil, coapi e casa apis (central de cooperativas de apicultores do semi-árido brasileiro).
	quadro de potencialidades
	hortifrutigranjeiros
	solos férteis, sol o ano inteiro, regiões ribeirinhas, água subterrânea em abundância, mercado consumidor em grande escala devido à proximidade com centros consumidores de toda microrregião.
	apicultura
	clima favorável, flora diversificada, vegetação nativa, geração de emprego e renda, comercialização garantida, tradição na atividade, produção em larga escala.
	pó de carnaúba
	setor que mais emprega (temporário), nativa na região, 100% de aproveitamento da cultura, tradição na extração, fonte de riquezas.
	agroindústria da mandioca
	solo favorável, 100% de aproveitamento da cultura, existência de grandes plantios na região, tradição no cultivo, processamento artesanal.
	cajucultura
	solo favorável, clima propício, 100% de aproveitamento da cultura, tradição no cultivo, produção em larga escala, áreas disponíveis para ampliação do plantio.
	ovinocaprinocultura
	convivência com o semi-árido, muitos criadores na região, tradição na atividade, custo baixo, mercado consumidor, atividade rentável.
	piscicultura
	áreas e água em abundância, mercado consumidor, mão-de-obra disponível, muitos interessados em desenvolver a atividade.
	extração mineral
	grandes áreas que dispõem de pedras próprias para calçamento paralelepípedos e brito.
	cultura de subsistência
	solos férteis, clima propício, águas abundantes, cultura na atividade, farta mão-de-obra.
	artesanato
	matéria-prima em abundância e de baixo custo, existência de muitos artesãos e atividade rentável.
	fonte: prefeitura municipal de picos.
[editar]política
os dois primeiros anos da república (1989 a 1890) foi um período de caos total no piauí, o processo de transição política acontecia e a presença firme do coronelismo estavam com os dias contados, os militares tomaram o poder no país, pelo menos era o medo dos coronéis, sem contar que o município iniciava o processo de emancipação política em meio a esse caos em que se passava todo o estado, sendo que, esse período foram os mais agitados em picos, registrando-se o escapamento do juiz da comarca e a prisão do padre benedito portela lima segundo relatos históricos eram um dos simpatizantes ao processo de mudança político e democrático.
a política administrativa na cidade de picos começou ainda no período de transição de vila para a categoria de cidade no ano de 1890. a forte presença política do coronelismo marcou os primeiros anos da república em todo o estado, os primeiros representantes eram oriundos da oligarquia que controlava a política em todo o piauí, o que aconteceu até 1945 com a ascensão de getúlio vargas ao poder com a criação do estado novo. nos anos de 1920 começa a instisfação popular nos locais onde a presença política oligárquica era muito forte e presente.
os coronéis tinham bastante influência política, com o medo da política da derrubada do governo de floriano peixoto e a criação da constituição piauiense em 1981 no governo estadual de gabriel luís ferreira, a política local inicia um processo de "eleição" através da "indicação de sucessor político".
a câmara municipal teve como primeiro presidente o coronel clementino de sousa martins, filho do legendário piauiense major manoel clementino de sousa martins, herói da balaiada, exerceu, também o cargo de prefeito (intendente) por dois anos.
O ESTUDO DO PASSADO ATRAVÉS DO FENÔMENO CINEMATOGRÁFICO: A origem de Picos representada no filme Senhora dos Remédios
 
Stéfany Marquis de Barros Silva
RESUMO: Este trabalho insere-se na relação Cinema-História fazendo do seu objeto de estudo a origem de Picos – Piauí relacionando-a com a ida de tropas picoenses à Guerra dos Balaios e a chegada da imagem de Nossa Senhora dos Remédios à cidade representadas no filme Senhora dos Remédios (2011), dirigido por Flávio Guedes e com roteiro adaptado pelo mesmo. A metodologia desenvolvida para a execução do presente artigo foi a entrevista oral realizada com o diretor do filme e com integrantes das famílias tradicionais de Picos, além da análise documental e pesquisa bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: Cinema-História. Flávio Guedes. Picos. Guerra dos Balaios. Senhora dos Remédios.
1. INTRODUÇÃO
    A escolha deste tema para o artigo foi dada a partir do interesse em trabalhar com cinema e relacioná-lo com a História. Ao iniciar a pesquisa percebi que há poucos documentos históricos sobre a origem da cidade e sobre a participação de picoenses na Guerra dos Balaios, e absolutamente nenhum sobre o filme escolhido como objeto de estudo, segundo Jaison Castro Silva (2007): “O cinema é um objeto relativamente pouco explorado pelo historiador”, fatos que me estimularam a prosseguir com o trabalho.
    Este artigo objetiva fazer uma análise do filme Senhora dos Remédios (2011) trabalhando em cima da origem da cidade de Picos, e de como se deu a participação de tropas picoenses na Balaiada e da trajetória da imagem de Nossa Senhora dos Remédios à cidade e sua importância para a sociedade picoense desde o início. O filme é baseado na obra O auto da chegada de Nossa Senhora dos Remédios a Picos, de Mundica Fontes e Ozildo Albano com roteiro adaptado pelo diretor Flávio Guedes.
    Este trabalho tem base na teoria da História Cultural que, de acordo com o historiador francês Roger Chartier: “tem por principal objeto identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade cultural é construída, pensada, dada a ler” (CHARTIER, 1990, p.17). Uma das contribuições de Chartier para a História Cultural está relacionada à elaboração das noções complementares de “práticas”, “representações” e “apropriação”, a construção deste artigo foi feita em cima desses conceitos.
    A proposta deste trabalho é usar o cinema como forma de representar o passado, em sua dissertação de Mestrado em História do Brasil o historiador Jaison Castro Silva afirma:
 
Estudar o passado por meio do fenômeno cinematográfico pode, ao focar aspectos e singularidades de uma cultura e sociedade em uma articulação original, resultar em significados históricos de imenso potencial. (SILVA, 2007, p. 14).
    A parceria entre Cinema e História envolve várias possibilidades de gerar resultados positivos. O cinema como forma de expressão é uma riquíssima fonte para compreender a realidade que o produz, sendo assim promissor paraa História como área de conhecimento. E como meio de representação possibilita o historiador a apresentar novas formas de passar conhecimento histórico.
    A historiografia durante muito tempo negou a legitimidade do filme como documento histórico, apenas a partir dos anos de 1970 com a Escola dos Analles ocorre a reformulação dos conceitos e dos métodos de história e surgiu a Nova História, que deu uma nova perspectiva nos estudos históricos contribuindo para o surgimento de diferentes reflexões, trazendo novas formas de abordagem, novos objetos de estudo além da escrita, tais como pinturas, desenhos, e fotografias que antes eram desprezados pela história tradicional e desde então são considerados documentos históricos.
    O cinema também está incluído entre essas novas formas de abordagem da história. Os filmes encenam ou não o passado de um lugar, mas sempre refletem seu presente, são expostos à sensibilidade das pessoas que o assistem, e por isso são considerados documentos de época.
   O cinema permite ao historiador fazer história e a história, por sua vez, sempre fascinou cineastas. O diretor do filme explica o porquê da escolha de um longa metragem contando um pouco da história de Picos:
É interessante essa relação entre cinema e história, acho importante que as pessoas conheçam a história da origem da cidade e com o filme podemos fazer esse aprendizado ser mais divertido, mais dinâmico. (BARBOSA, 2011).
O artigo será desenvolvido a partir de dois momentos, onde no primeiro será feita a abordagem sobre o contexto histórico no qual o filme se insere, e no segundo será trabalhado o filme em cima dos aspectos históricos.
 
2. ASPECTOS HISTÓRICOS
2.1 Origem de Picos
    À semelhança de inúmeras cidades brasileiras, Picos teve o seu marco histórico resultante do pouso e comércio de gado efetuadas por tropeiros e fazendeiros oriundos em sua maioria de Pernambuco e Bahia. As boas condições do solo atraíam compradores desses estados, que ali realizavam bons negócios. Muitos deles acabaram por fixar residência no local contribuindo para o crescimento do aglomerado urbano.
    Ao longo das décadas, a partir do século XVIII, eles foram se fixando nas ricas e extensas pastagens naturais existentes na região do sudeste piauiense.
Por volta de 1712, os irmãos Borges Leal vieram de Portugal para a Bahia e tempos depois, na década de 1740, chegaram ao Piauí, trazendo escravos e gado e ocupando grandes áreas de terras, localizando-se na região que atualmente fica a Bocaina-PI, Antônio Borges Leal Marinho casando-se com Maria da Conceição Pereira de Sousa Brito. Albino Borges Leal Marinho ficou na região de Piracuruca-PI, especificamente onde hoje está Buriti dos Lopes-PI, e Francisco Borges Leal Marinho ficou na região de Inhamuns, estremo do Piauí com o Ceará.
    Em meados do século XVIII, um dos filhos de Borges Leal Marinho, de nome Félix Borges Leal, chegou à região de Picos-PI e se apossou de grandes áreas de terras, fundando ali uma de suas mais importantes fazendas, instalada às margens do rio Guaribas, região excelente para a agricultura e criação de gado, denominada Fazenda Curralinho e cercada de montanhas picosas que inspiraram a denominação da cidade.  As funções mencionadas exercidas pelos fazendeiros e vaqueiros da região centralizavam-se, preferencialmente, no espaço da fazenda Curralinho que se encontrava inserida num contexto maior de outras fazendas, entre elas Sussuapara, Samambaia, Bocaina.
Em 1828, por iniciativa dos descendentes de Borges Leal, foi edificada a primeira capela, inicialmente com o nome de São José das Botas e, mais tarde, de “Coração de Jesus”. Com adiantado estágio de desenvolvimento, foi a povoação elevada à categoria de Freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios, em 1851, e o seu território desmembrado de Oeiras. O progresso continuou, sendo a Freguesia elevada à categoria de Vila, em 1855. Cinco anos depois, ganhava categoria de Cidade.
    Entre as famílias tradicionais de Picos podemos citar a família Albano. José Albano de Macêdo, mais conhecido como Ozildo Albano, juntou utensílios domésticos, documentos, fotografias, arte sacra, livros, discos, e objetos pertencentes a sua família e fundou o Museu Ozildo Albano em Picos, posteriormente enriquecido por doações de outras famílias da região e de outras localidades. Após sua morte, a manutenção do museu ficou por conta dos seus irmãos Albano Silva e Maria da Conceição Silva Albano.
    De acordo com as informações de Maria da Conceição Silva Albano, a família Albano é natural de Picos e morou por muito tempo na localidade conhecida como Curralinho, localizada na zona rural a 6 km da cidade de Picos, segundo ela:
 
O surgimento do núcleo populacional de Picos remonta ao Brasil Colônia. A formação ocorreu lentamente, impulsionada pela criação de gado e cavalos nas fazendas situadas próximo à Rua Velha, local de solo muito fértil e bom para as atividades pastoris. Ali havia comerciantes de cavalos que vinham do Pernambuco e da Bahia para comprarem animais de boa qualidade na região. (ALBANO, 2007).
    No que se refere à chegada da família Albano a Picos, o que muito contribuiu para o desenvolvimento populacional da cidade a entrevistada informa que esta teve início com a chegada do Capitão-mor João Gomes Caminha, que passou a residir na localidade Samambaia onde deram início aos relacionamentos com outros grupos familiares da região.
    Um fator que contribuiu para o fortalecimento desses relacionamentos foi a construção da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, momento em que toda a população se unia em mutirão para dar continuidade à referida construção, que ocorreu de forma gradativa, à medida que a capelinha anterior ia sendo demolida. Isto para não prejudicar as atividades religiosas, que, segundo a entrevistada, não podiam parar em nenhuma hipótese.
 
2.2 Nossa Senhora dos Remédios – a Padroeira de Picos
    De 1838 a 1841, período em que aconteceu a Guerra dos Balaios, tendo como cenário o Maranhão, as tropas de Picos foram enviadas para essa batalha sob o comando do Capitão José Francisco Fontes. Entre eles, estavam os filhos do vaqueiro João das Dores e o do coronel Victor de Barros Silva. A história revela que o vaqueiro, que trabalhava na fazenda do coronel Victor, fez a promessa a Nossa Senhora, para que os jovens voltassem vivos da guerra.
    Como a promessa do vaqueiro foi atendida e os rapazes retornaram a suas famílias, o coronel encomendou de Portugal uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios, no valor de $40.000,00 (quarenta mil réis), o equivalente ao preço de dez vacas paridas, o que, na época, era considerada uma imensa fortuna.
    Ao ser comunicado que a imagem havia chegado a Salvador, na Bahia, o coronel designou um dos seus escravos, cujo nome se perdeu com o tempo, para ir a pé buscar a santa e traze-la até Picos. O escravo e a imagem chegaram à cidade na tarde do dia 31 de dezembro de 1847, o que valeu ao escravo a concessão da carta de alforria por este ter cumprido essa importante missão.
    A imagem foi abençoada em janeiro do ano seguinte pelo padre cearense Francisco de Paula Moura, que foi o primeiro sacerdote do povoado de Picos. Assim Nossa Senhora dos Remédios passou a ser a santa de devoção da população. Nesta época, Picos era apenas um povoado e foi escolhido em 1851 para ser sede da freguesia de Nossa Senhora dos Remédios, que, somente em 1855, passaria à condição de Vila.
    Mesmo sendo grande a devoção a Nossa Senhora dos Remédios a capela em sua homenagem só foi construída em 1871 pelo padre José Antônio Maria Pereira Ibiapina, venerado apóstolo dos sertões nordestinos. Essa construção iniciada há bastante tempo, 1848, foi efetivada em 90 dias e a imagem de Nossa Senhora foi conduzida da capela de São José das Botas para o novo templo acompanhada de uma grande multidão.
 
2.3 Guerra dos Balaios
    A Guerra dos Balaios iniciou-se em meados de 1838 no Maranhão, tendo posteriormente se espalhado pelo Piauí, impulsionada por questões políticas entre

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