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A1 ASPECTOS GERAIS ORIGENS E FONTES

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CONCURSO ATÉ PASSAR
DIREITO ADMINISTRATIVO
AULA 1
ASPECTOS GERAIS
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ASPECTOS GERAIS
O Direito Administrativo estuda o funcionamento do Estado. Num enfoque jurídico, é pessoa jurídica de direito público interno. 
O Direito Administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos de direito público que tratam da Administração Pública, suas Entidades, Órgãos e Agentes Públicos.
Quanto à sua estrutura, o Estado é constituído dos seguintes elementos: 
a) Povo: componente humano do Estado; 
b) Território: base física;
 c) Governo Soberano: elemento condutor que detém e exerce o poder de autodeterminação e auto-organização do povo.
Quanto à sua vontade, o Estado a manifesta pelos poderes do Estado, que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 2
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QUANTO À SUA ORGANIZAÇÃO, PODEMOS AFIRMAR QUE PODE SER FEITA DE DUAS MANEIRAS: 
a) PELO CONTEÚDO, A ORGANIZAÇÃO PODE SER:
 a1) POLÍTICA: é matéria constitucional e abrange a divisão do território nacional, a estruturação dos poderes, a forma de governo, o modo de investidura dos governantes e os direitos e garantias dos governados; 
a2) ADMINISTRATIVA: é matéria legislativa para execução de serviços públicos;
 b) PELA FORMA, A ORGANIZAÇÃO PODE SER: 
b1) VERTICAL: é o reconhecimento da existência de mais de um governo dentro do país, quais sejam, o federal, estadual, distrital e municipal; 
b2) HORIZONTAL: é o reconhecimento de que o Estado exerce três funções básicas e distintas: legislar, executar e julgar. 
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O Direito Administrativo brasileiro adota o sistema administrativo inglês ou judicial, pois os únicos órgãos que tomam decisões definitivas sobre assuntos de interesse da Administração Pública são os do Poder Judiciário. É importante observar que a adoção do sistema de jurisdição única não implica a vedação à existência de solução de litígios na esfera administrativa. Ao contrário, a Administração Pública tem poder para efetivar a revisão acerca dos seus atos, independentemente de provocação de qualquer interessado. Ocorre que a decisão administrativa não impede que a matéria seja levada à apreciação do Poder Judiciário. 
O ordenamento jurídico brasileiro adotou, desde a instauração da República, o sistema inglês – também denominado de sistema de jurisdição única ou sistema de controle judicial – no qual todos os litígios podem ser resolvidos pelo judiciário, ao qual é atribuída a função de dizer, com formação de coisa julgada, o direito aplicável à espécie. O texto constitucional prevê, em seu art. 5º, XXXV, o princípio da inafastabilidade da jurisdição ou da unicidade de jurisdição como garantia fundamental, ostentando qualidade de cláusula pétrea constitucional ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
Definir que o controle da atividade administrativa é realizado pelo Poder Judiciário, em caráter definitivo, não significa retirar da administração pública o poder e dever de realizar o controle sobre seus próprios atos. Ocorre que, no sistema adotado no Brasil, as decisões dos órgãos administrativos não são dotadas da definitividade que caracteriza as decisões preferidas pelo Poder Judiciário. Nesse sentido, a formação de coisa julgada administrativa não impede ou obstaculiza a decisão judicial acerca da matéria, desde que seja provocado a atuar.
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A doutrina aponta três marcos históricos no surgimento do Direito Administrativo: 
o fim do absolutismo;
 o surgimento da teoria da separação de poderes;
 o surgimento do Estado de Direito. 
A BOA COMPREENSÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO EXIGE O ENTENDIMENTO DOS SEGUINTES CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO: 
a) existência de desigualdade jurídica entre a Administração Pública e o administrado; 
b) existência da presunção de legitimidade dos atos da Administração Pública;
 c) existência dos poderes discricionários para a Administração Pública
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A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É UMA EXPRESSÃO QUE POSSUI DOIS SIGNIFICADOS: 
a) SUBJETIVO OU ORGÂNICO OU FORMAL: É um conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes que exercem a função administrativa. O conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente do poder a que pertençam – seja ao Executivo, Judiciário, Legislativo ou a qualquer outro organismo estatal. Nesse sentido, a expressão deve ser grafada com as primeiras letras maiúsculas. Ela designa os entes que exercem a atividade administrativa incumbidos de exercer a função administrativa. Aqui a Administração compreende a função política responsável pela fixação das diretrizes e a função administrativa responsável pela sua execução.
 b) OBJETIVO OU FUNCIONAL OU MATERIAL: Se confunde com a função administrativa, devendo ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado, ou seja, a defesa concreta do interesse público. Ela designa a natureza da atividade administrativa exercida pelos referidos entes, caracterizando a própria função administrativa. Ela não compreende a função politica do governo, mas somente a função administrativa. Poder executivo, legislativo e judiciário na função administrativa.
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SENTIDO SUBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em nome do princípio da separação de Poderes, podemos afirmar que os três poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) exercem função administrativa: os Poderes Legislativo e Judiciário, de forma atípica, e o Poder Executivo de forma típica.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA PELO LEGISLATIVO , DE FORMA TÍPICA.
É exercida pelo Legislativo quando organiza os seus serviços internos, por intermédio das Secretarias e da prática dos atos administrativos pelos parlamentares (leis de efeito concreto).
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FUNÇÃO ADMINISTRATIVA PELO JUDICIÁRIO
É exercida pelo Judiciário quando organiza os seus serviços internos, por meio das Secretarias e da prática dos atos administrativos pelos magistrados, como provimento de cargos na magistratura.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA PELO EXECUTIVO 
Dentro do Poder Executivo, a função administrativa é exercida pela Administração Pública, que, por sua vez, pode ser dividida de duas formas:
 A) VERTICAL: é a que divide a Administração Pública em federal, estadual, distrital e municipal; é a divisão que decorre da forma federativa do Estado Brasileiro;
 B) HORIZONTAL: é a que divide a Administração Pública em direta ou centralizada e indireta ou descentralizada (leva em conta o grau de complexidade). A divisão horizontal ingressou na ordem jurídica brasileira com o Decreto-lei n. 200/67 que sistematizou a estrutura da Administração Federal e estabeleceu as diretrizes para a reforma administrativa. A divisão horizontal está contida em cada parte da divisão vertical; noutros termos, a divisão de Administração Pública em direta e indireta existe nos quatro níveis da federação: federal, estadual, distrital e municipal. 
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ENTIDADES
No Direito, a expressão Entidade ou Ente, significa pessoa jurídica pública ou privada. Existem duas espécies de Entidades: 
a) POLÍTICA: é a que possui capacidade para legislar; no Direito Brasileiro, os arts. 1º e 18, ambos da Constituição Federal, prescrevem que são entidades políticas a União Federal, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. 
b) ADMINISTRATIVA: é a que possui capacidade para administrar ou aplicar leis. Podem ser: estatais: União, Estados, Distrito Federal e Município; autárquicas: são as autarquias e agências; fundacionais: são as fundações públicas; empresariais: são as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
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SENTIDO OBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A função administrativa é exercida pelo administrador público, que a exerce representando os interesses da coletividade, pelo cumprimento fiel dos preceitos do Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. A função administrativa é a atividade exercida no cumprimento do dever de alcançar o interesse público, mediante o uso dos poderes conferidos pela ordem jurídica.
As atividades precípuas - principais-da Administração Pública são: polícia administrativa, serviço público, fomento e intervenção.
As atividades de fomento são aquelas que incentivam as iniciativa privada que beneficie o interesse público. Logo, a alternativa encontra-se correta, embora possa haver confusão se o candidato não considerar que "atividades privadas de interesse público" estão dentro do conceito de fomento.
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A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA ABRANGE O EXERCÍCIO DAS SEGUINTES ATIVIDADES: 
FOMENTO: é a concessão de incentivos pelo Poder Público aos interessados colaboradores do interesse público;
 POLÍCIA ADMINISTRATIVA: é a limitação da liberdade e propriedade do particular em nome do interesse público; 
SERVIÇO PÚBLICO; 
 INTERVENÇÃO: é a interferência do Estado no domínio econômico.
As atividades de fomento são aquelas que incentivam as iniciativa privada que beneficie o interesse público. Se é de interesse público, é atividade precípua (essencial) da administração pública.
A doutrina moderna costuma apontar quatro tarefas precípuas da Administração Pública, quais sejam o exercício do poder de polícia, a prestação de serviços públicos, a regulação de atividades de interesse público e fomento de atividades privadas e o controle da atuação do Estado.
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ATIVIDADES PRECÍPUAS (ESSENCIAIS) DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por si ou por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou preponderantemente de Direito Público. Exemplos: saúde, educação, saneamento, transporte etc. De acordo com a CF, a referida atividade pode ser desenvolvida pela Administração Pública (direta e indireta) e pelo particular (por delegação, em uma de suas formas: concessão, permissão ou autorização).
2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex: fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de estabelecimentos etc. 
3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos orçamentários, entre outros instrumentos de estímulo. 
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4) INTERVENÇÃO:
4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento, etc.
4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- consiste na regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada e na atuação direta do Estado no domínio econômico, dentro dos permissivos constitucionais, por meio de empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias. 
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ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA E ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL 
Denomina-se administração burocrática o modelo adotado pelo constituinte brasileiro até 1998, baseado na autoridade da lei, hierarquização, remuneração de pessoal pela função exercitada, controle de legalidade e procedimentos formais de atuação. Vigora aqui o princípio da estrita legalidade. Exemplos: licitação, concursos, contrato de obra pública etc. No entanto, a reforma administrativa levada a efeito pela EC n. 19/98 pretendeu programar no Brasil a chamada administração gerencial, baseada na agilidade e eficiência, tendo por fins a remuneração de pessoal e controle dos resultados alcançados. Vigora aqui o princípio da subsidiariedade (governança compartilhada). Exemplos: contratos de gestão, agências executivas etc. 
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A reforma do Estado orientada pela expansão da administração indireta como forma de flexibilizar a administração, é fundamentalmente identificada com o Decreto-lei n.º 200/1967
Departamento Adm. do Serviço Púlico (DASP) - 1936 -> maior controle e intervenção estatal, profissionalização do serviço público, modernização administrativa, primeira ideia de concurso público, etc;
Decreto Lei 200/67 - 1967 -> Descentralização da adm. federal para administração indireta e maior racionalidade administrativa
Secretaria da Modernização (SEMOR) - 1970 -> melhoria da execução de programas governamentais, integração de atividades e reforma administrativa
Programa Nacional de Desburocratização - 1980 -> revitalização do estado, descentralização de autoridade, simplificação de processos
Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado - 1995 -> administração gerencial, eficiência estatal, controle de resultados, descentralização maior;
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• CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO:
Segundo Mazza (2013), "CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO: considera que o Direito
 Administrativo deve ser conceituado a partir da ideia de atividades que permitem ao Estado alcançar seus fins. 
CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: 
Conforme Di Pietro (2018), de acordo com O CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS, considera-se "o Direito
 Administrativo como o Conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os
 administrados". O referido critério é insuficiente, já que reduz o objeto do Direito Administrativo, "que abrange
 ainda a organização interna da Administração Pública, a atividade que ela exerce e os bens de que se utiliza". 
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TORRE FORTE (TF) - 
FONTES NO DIREITO ADMINISTRATIVO
 A doutrina aponta como :
 A LEI E AS SUMULAS VINCULANTES : como fonte principal
JURISPRUDÊNCIA : Como fonte secundaria
DOUTRINA: Como fonte secundaria
COSTUMES: como fonte indireta
O direito administrativo pode disciplinar costumes, hábitos administrativos que não são estáveis.
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O Direito Administrativo, no Brasil, não se encontra codificado, isto é, os textos administrativos não estão reunidos em um só corpo de leis, como ocorre com outros ramos como o Direito Processual, o Direito Penal e o Direito Civil. As normas administrativas estão espelhadas, tanto no texto da Constituição Federal como em diversas leis ordinárias e complementares e em outros diplomas normativos como decretos-leis, medidas provisórias, regulamentos e decretos do Poder Executivo, circunstância que dificulta um conhecimento abrangente, bem como a formação de uma visão sistemática, orgânica desse ramo do Direito.
Fontes Formais: As que constituem propriamente o direito aplicável , abrangendo a Constituição Federal, a lei, o regulamento e outros atos normativos da Administração Pública, bem como, parcialmente a Jurisprudência.
Fontes Materiais: As que promovem e dão origem ao direito aplicável, abrangendo a doutrina, a jurisprudência e os princípios gerais de direito.
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SEGUNDO DI PIETRO (2018), A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO PODE SER ENTENDIDA EM DOIS SENTIDOS: 
a) elevação ao nível constitucional, de matérias antes tratadas por legislação infraconstitucional e
 b) a irradiação dos efeitos das normas constitucionais por todo o sistema jurídico
No que se refere à elevação ao nível constitucional, de matérias de Direito Administrativo antes tratadas por legislação infraconstitucional, cabe indicar: 
Os princípios da Administração Pública e do regime jurídico dos servidores públicos (arts. 37 a 41); O regime previdenciário próprio dos servidores públicos (art. 40);
 A previsão de licitação para celebração de contratos administrativos (art.37, XXI); 
A ampliação da função social da propriedade para área urbana (art. 182), entre outros. 
Um dos aspectos da constitucionalização do direito administrativo se refere à releitura dos seus institutos a partir dos princípios constitucionais.
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São exemplos de temas administrativos que foram constitucionalizados na CF/88:
a)desapropriação (arts. 5º, XXIV, 182 e 184);
b) requisição (art. 5º, XXV);
c) processo administrativo (art. 5º, LIV, LV e LXXVIII);
d) organização administrativa (arts. 18 e ss.);
e) princípios da Administração Pública (art. 37);
f) cargos, empregos efunções (art. 37,I);
g) concurso público (art. 37, III e IV);
h) entidades descentralizadas (art. 37, XIX);
i)improbidade administrativa (art. 37, § 4º);
j) responsabilidade do Estado (art. 37, § 6º);
k) servidores públicos (art. 39), entre outros;
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Além da ideia de participação do cidadão, também contribuem para a democratização da Administração Pública:
 (a) a processualização do Direito Administrativo, com a exigência do devido processo legal (art. 5 o , LIV e LV, da Constituição) e a promulgação da Lei de Processo Administrativo federal (Lei n o 9.784, de 29-1-99), seguida de leis semelhantes em vários Estados e Municípios; 
(b) o princípio da transparência, no qual se inserem o princípio da publicidade, o direito à informação, a exigência de motivação.(DI PIETRO, 2018).
A processualização do direito administrativo, a participação do cidadão na gestão pública e o princípio da transparência são elementos que contribuem para a democratização da administração pública.
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O princípio da juridicidade é uma inovação evolutiva no direito administrativo, marca o seu nascedouro na proposta de ultrapassar a abrangência do princípio da legalidade, formando um compêndio de obrigações legais e naturais, tais como, um “bloco de legalidade”, promovendo assim um tratamento Latu Sensu a legalidade necessária ao ato administrativo praticado de formal geral.
Quanto mais juridicidade (ser mais rígido na obrigação com as leis), menos discricionariedade(menos bagunça)...
Com o princípio da juridicidade, a margem de liberdade da administração ficou mais RESTRITA.
O principio da legalidade art. 37 caput CF tem duas vertentes:
O agente público, do administrador público que esta diretamente vinculado à lei, ou seja, só pode fazer aquilo previsto em lei, que a lei permitir que ele faça ou que a lei autorize. Ao passo que, aos olhos do particular, este pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. O princípio da legalidade vincula o agente público diretamente a lei, a lei em sentido estrito.
O princípio da Juridicidade vem nos dizer que não basta que atuação do agente público esteja totalmente vinculada a lei, mas que é necessário que atuação do agente público esteja vinculada também a CF e aos seus princípios fundamentais e essenciais, ou seja se uma lei estiver em desconformidade com os princípios fundamentais e essências da CF, então o agente não deve cumpri com o que a lei prescreve.
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O denominado Estado em Rede tem como uma de suas características marcantes a viabilidade da participação do cidadão na atuação administrativa do Estado. Neste contexto, as audiências públicas e as consultas públicas podem ser apontadas como exemplos deste modelo.
A Administração Pública tem o poder de sobrepor os interesses da coletividade em detrimento dos interesses particulares, configurando uma relação vertical - interesse público acima do privado, logo a relação entre administração pública e seus administrados é caracterizado pela verticalidade. A Administração se põe em situação privilegiada em relação aos particulares, ou seja tem privilégios em relação aos particulares, possuindo prerrogativas que decorrem da supremacia do interesse público e são advindas deste principio sobre o privado. Ex.: Administração, terá prazo em quadruplo para contestar e em dobro para recorrer, em relação ao particular.
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O Direito Administrativo, vale destacar que o mesmo se baseia em um conjunto harmônico de princípios e regras que disciplinam as atividades administrativas visando à satisfação dos interesses de toda a coletividade, mesmo que isso justifique a restrição de direitos individuais – ou seja, exclui a função jurisdicional e legislativa, respeita os direitos fundamentais dos cidadãos, postos na ordem jurídica, e disciplina o conjunto de órgãos públicos e entidades que compõem sua estrutura organizacional.
Alemão => Segurança Jurídica
Francês => Serviço Público 
Italiano => Mérito, Autarquias e Paraestatais
Inglês = a submissão da administração pública ao controle jurisdicional.
A função típica do tribunal é julgar, mas se o tribunal requisitar a inclusão na lei orçamentária anual [...], portanto, exercendo função atípica=> (função administrativa). 
De acordo com o STF, as decisões dos tribunais proferidas no cumprimento dos precatórios judiciais possuem natureza administrativa.
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Entre as fontes de direito administrativo, as normas jurídicas administrativas em sentido estrito(atos normativos da Administração) são consideradas lei formal. As leis administrativas também podem interferir na esfera privada das pessoas como na esfera político- administrativa.
Fontes Formais: As que constituem propriamente o direito aplicável , abrangendo a Constituição Federal, a lei, o regulamento e outros atos normativos da Administração Pública, bem como, parcialmente a Jurisprudência.
1) DIRETAS: devem ser respeitadas e possuem força cogente.
a) PRIMÁRIAS - Lei (principal fonte normativa) + Súmulas Vinculantes
b) SECUNDÁRIAS - Doutrina + Jurisprudência
2) INDIRETAS: costumes (não são escritos)
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SUBSIDIARIEDADE diz respeito à atuação do Estado, no sentido de que este somente deve intervir ou, mais ainda, atuar diretamente, nos segmentos que não puderem ser ocupados, de maneira eficiente e harmônica, pela iniciativa privada.
O Estado subsidiário atual é caracterizado pela ausência de intervenção direta quando a sociedade for capaz de atender aos interesses sociais. Há uma relativa diminuição do aparelho estatal, como a implementação de novas parcerias com particulares para o desempenho de atividades administrativas.“
De fato, a escola da puissance publique, da qual o doutrinador francês Maurice Hauriou foi o principal nome, utilizava a distinção entre os atos de império, em que a Administração se faz presente com todas as suas prerrogativas de ordem pública, em posição de superioridade em relação aos particulares, e os atos de gestão, no âmbito dos quais o Poder Público se situa em posição de igualdade jurídica em relação aos demais indivíduos, como importante critério definidor do Direito Administrativo.
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A escola do serviço público, por sua vez, também de origem francesa, propunha que o estudo do Direito Administrativo fosse centrado na ideia de serviço público.
A escola da puissance publique distingue-se da escola do serviço público por conceituar o direito administrativo pela coerção e pelas prerrogativas inerentes aos atos de império, diferenciando-os dos atos de gestão.
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