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Comportamento de circuitos RC Parâmetros temporais Marcílio de Oliveira Silva Júnior CENTRO DE INFORMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA João Pessoa, 2019 2 3 Marcílio de Oliveira Silva Júnior Relatório 1 Relatório apresentado a disciplina Introdução à Microeletrônica do curso de Engenharia de Computação do Centro de Informática, da Universidade Federal da Paraíba. Outubro de 2019 4 RESUMO Este trabalho tem como objetivo, de forma resumida, demonstrar o comportamento temporal da resposta de componentes do circuito RC por meio de gráficos de simulações realizadas com circuito fornecido pelo docente da disciplina. Este, tem como objetivo, complementar conteúdos vistos em disciplinas passadas que estão relacionadas a esta e facilitar a compreensão de assuntos posteriores. Palavras-chave: Circuitos RC, Constante de tempo, Tempo de subida/descida, Tempo de propagação, Spice Opus. 5 Sumário 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 1.1 TEMA ........................................................................................................... 6 2 SPICE OPUS ................................................................................................ 7 2.1 FUNCIONAMENTO ..................................................................................... 8 3 MODELAGEM E SIMULAÇÃO .................................................................. 9 4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ......................................................... 16 4.1 TEMPO DE SUBIDA/DESCIDA ................................................................. 16 4.2 TEMPO DE PROPAGAÇÃO ...................................................................... 19 4.3 CONSTANTE DE TEMPO (Τ) .................................................................... 22 5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 6 1 INTRODUÇÃO De disciplinas anteriores, estudamos elementos de circuitos, suas aplicações e equações, entendemos de que são feitos e para que servem. Aprendemos a usá-los em conjunto com outros elementos e dispositivos afim de realizar atividades que nos era necessária. Dentre tantos elementos estudados, nos foi apresentado os capacitores. Estes podem realizar o armazenamento de energia potencial através de um campo elétrico. O capacitor é um elemento formado por um dielétrico que está entre duas placas paralelas, que ao ser submetidas a uma determinada tensão, acumula cargas elétricas. Nos capacitores, teremos corrente circulando enquanto houver variação de tensão, ou seja, haverá passagem de corrente durante a carga e a descarga do capacitor. A partir de integração de diferentes componentes, podemos criar circuitos mais complexos que podem fornecer determinadas funcionalidades. Através do estudo dos componentes e equações, é possível que simulações sejam realizadas afim de que se possa analisar o comportamento dos componentes. Para tal, existem diversos programas que realizam este tipo de procedimento no mercado, inclusive softwares gratuitos. Para este relatório será usado o Spice Opus, software especializado em simulações via entradas de linhas de comando. 1.1 Tema Pela forma de operação dos capacitores, se faz necessário ter um bom entendimento do seu comportamento diante das formas em que é possível utiliza-la em um circuito com outros componentes. Esta analise deve ser feita tanto individualmente, quanto em conjunto. O objetivo deste relatório é analisar a forma de operação de um circuito formado por fonte, resistores e capacitores. Circuitos dessa natureza são conhecidos como circuitos RC. 7 2 SPICE OPUS O software Spice Opus é uma poderosa ferramenta para simulações de circuitos. Por possuir uma sintaxe simples e ser muito bem documentado, essa aplicação pode se destacar dentre tantas outras opções disponíveis no mercado. Outro fator interessante, é ter sua distribuição gratuita tanto para Windows® quanto para Linux. Através da página oficial do software é possível realizar o download das últimas versões para ambos os sistemas operacionais. Existem também documentos para auxilio durante a instalação. Para este relatório foi utilizada a versão 2.33, no ambiente Windows®. Neste caso, apenas é necessário seguir os procedimentos indicados na tela de instalação e após a conclusão o sistema precisa ser reiniciado. É possível evitar que se tenha a necessidade de reinicio do sistema, estas instruções se encontram no arquivo de auxilio mencionado anteriormente. Seguindo as recomendações do professor Dr. Antônio Carlos Cavalcanti, foi utilizada a versão 32 bits do software, embora haja versões 64 bits. Figure 1: Tela inicial para instalação do Spice Opus. http://www.spiceopus.si/ http://fides.fe.uni-lj.si/spice/download/SpiceOpus_Installation.pdf http://fides.fe.uni-lj.si/spice/download/SpiceOpus_Installation.pdf 8 2.1 FUNCIONAMENTO O software de simulação de circuitos Spice Opus funciona por meio de comandos em uma janela que se assemelha a um terminal, do qual, é possível realizar chamadas a arquivos de texto. Esses arquivos são do tipo .spi e .cir. O tipo .spi carrega definições acerca de componentes elétricos que serão utilizados no circuito. Já o tipo .cir contém a descrição do modelo a ser analisado na simulação e conta com instancias dos componentes que são descritos por arquivos .spi e também a interconexão entre elementos. 9 3 MODELAGEM E SIMULAÇÃO Para que uma simulação possa ser feita no Spice Opus, precisamos da definição dos componentes que serão usados para montar o circuito que será analisado. Estes, são os arquivos .spi. Tais arquivos podem ser criados em qualquer editor de texto simples e devem ser salvos sempre como um arquivo .spi. Do contrário, não será possível a leitura do mesmo pelo Spice Opus. Vale lembrar que mesmo que se use um mesmo componente mais de uma vez no circuito, só é necessário ter um arquivo .spi com sua definição. Para criação dos arquivos .spi contendo as definições do componente, inicia-se com .subckt e termina-se com .ends. Tais comandos delimitam o escopo do arquivo, como visto na figura abaixo. Para esta, por exemplo, foi criado a definição de um resistor cujo o termo R1 é o nome designado a ele e os termos 1 e 2 os terminais e por último temos o valor do resistor como sendo 1k. Por simplificação, para o valor, indica- se apenas o múltiplo desejado da unidade. Assim, 1k significa que o resistor R1 é de 1 quiloohm. As mesmas diretrizes se aplicam para criação de outros componentes. Figura 2: Arquivos .spi para definição de componentes. 10 Depois de criado os arquivos com as definições dos componentes, podemos partir para a criação do documento que será responsável pelas instanciações desses elementos e suas interconexões. Nessa etapa também descrevemos as fontes de alimentações do circuito e onde estão conectadas. Este é o arquivo .cir. Iniciamos utilizando a função .include para que sejam importados os arquivos de cabeçalho com as definições dos componentes que serão utilizados. Estes arquivos são os .spi criados anteriormente. Após as inclusões, podemos referenciar os elementos e determinar suas conexões. Desse modo, uma instância do resistor2 seria declarada da forma x8 24 30 resistor2, onde x8 serve como identificação do elemento, 24 e 30 diz respeito aos terminais externos e resistor2 o tipo de componente, neste caso, um objeto quefoi declarado como resistor2.spi. Abaixo da declaração dos componentes, descrevemos as fontes que serão aplicadas ao circuito. Por exemplo V1 10 30 pulse(0 5 0 1ns 1ns 10ms 20ms). Para este caso, temos a função pulse tornando a fonte de tensão V1 pulsante e esta varia de 0V a 5V, conforme está descrito dentro dos parênteses. Além disso, tem-se a informação do tempo de subida e descida valendo 1ns com permanência por 10ms em 5V. Por fim, temos a duração total do pulso como sendo 20ms. A função .tran define que a simulação deve ser feita de forma transitória, com uma geração de dados a cada 0.001ms e por fim temos a informação da duração total da análise em 20ms. Dados os elementos, a modelagem do circuito é o da figura abaixo. Figura 3: Modelo do circuito. 11 Dada a liberdade de criação é possível criar algumas facilidades para medições, tais como a fonte de tensão V21, que apesar de ter valor 0V pode servir para medições de corrente. A fonte V2 serve apenas como aterramento. Figura 4: Arquivo .cir com declaração de componentes e interconexões. Após a criação dos arquivos .spi e .cir, o sistema está pronto para carrega-los e realizar as analises que forem necessárias. Para tal, o executável do Spice Opus deve ser aberto pela primeira vez. 12 Figura 5: Tela inicial do Spice Opus Afim de simplificar o acesso aos arquivos de circuito criados, recomenda-se que os mesmos estejam na mesma pasta que o Spice Opus. Seguindo esta recomendação, pode-se criar um diretório para armazenamento dos arquivos .spi e .cir. Figura 6: Diretório para armazenamento de aquivos jutamente com executável do Spice Opus. 13 Desta forma, o terminal do Spice Opus possui comandos para que seja possível a navegação entre outras pastas. O comando cd é o responsável pela navegação entre diretórios. Figura 7: Acessando diretório onde se encontram os arquivos do circuito. Estando com o programa aberto e acessando o diretório onde se encontram os arquivos .spi e .cir, podemos iniciar a simulação com uma sequência de três passos. O primeiro é chamar o arquivo .cir para que o Spice Opus o carregue, em seguida o comando run começa a simular o modelo e por fim a função display apresenta as respostas do circuito simulado. 14 Figura 8: Executando a simulação do modelo Depois de realizada a simulação, podemos plotar os gráficos das variáveis de tensão e corrente tanto de forma individual, como em grupos. Para isso, usamos o comando plot seguido da variável a qual deseja-se visualizar. A titulo de exemplo, executando o comando plot V(24) obtemos o seguinte gráfico: 15 Figura 9: Gráfico da curva da variável V(24) É possivel plotar todas as curvas utilizando o comando plot all. Para o arquivo de modelo utilizado nesse relatório, obtemos o seguinte gráfico: Figura 10: Gráfico com todas as curvas O programa permite a função de zoom no gráfico. Para isso, pressiona-se a tecla Z uma vez e em seguida seleciona-se a area a qual deseja aplicar o efeito usando o cursor so mouse. 16 4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO A analise a ser feita gira em torno do comportamento temporal da resposta a um pulso em um circuito RC. Será esboçado nesta seção definições de tempo de subida e descida das curvas, constante de tempo (τ), atraso de propagação Low-High e High- Low. 4.1 Tempo de subida/descida O tempo de subida refere-se ao tempo necessário para que o capacitor alcance 63,2% de sua carga total. Já o tempo de descida faz referência ao capacitor descarregar até 37,8%. Para os circuitos analisados, temos os seguintes valores: Curva Tempo de subida (ms) Tempo de descida (ms) V(21) Aprox.1,0142 Aprox. 0,971 V(22) Aprox. 1,988 Aprox. 1,9091 V(23) Aprox. 0,972 Aprox. 0,982 V(24) Aprox. 1,917 Aprox. 1,91 Tabela 1: Valores aproximados dos tempos de subida e descidas 17 O Spice Opus fornece a possibilidade de realizar medições utilizando a seleção de pontos no gráfico. Dessa forma, podemos ver graficamente as curvas e calcular os tempos da tabela acima. Figura 11: Gráfico de subida e descida da curva V(21) Figura 12: Gráfico de subida e descida da curva V(22) 18 Figura 13: Gráfico de subida e descida da curva V(23) Figura 14: Gráfico de subida e descida da curva V(24) 19 4.2 Tempo de Propagação Existem duas formas de observar o tempo de propagação, são elas: Low-High e High-Low. Ambos os termos se referem ao carregamento do capacitor em termos de tempo necessário para atingir determinado porcentual de carga. O Low-High descreve a análise do carregamento do capacitor partindo da descarga completa até atingir 50% da carga total. De forma semelhante, o High-Low analisa a descarga do valor máximo até os 50%. Curva Low-High (ms) High-Low (ms) V(21) Aprox. 0,7 Aprox. 0,7161 V(22) Aprox. 1,3982 Aprox. 1,3952 V(23) Aprox. 0,715 Aprox. 0,6987 V(24) Aprox. 1,39 Aprox. 1,398 Tabela 2: Valores aproximados dos tempos Low-High e High-Low De forma análoga aos gráficos contendo as informações sobre os tempos de subida e descida, podemos fazer uma análise sobre o comportamento das curvas observando agora os valores para as condições de Low-High e High-Low. 20 Figura 15: Gráfico Low-High e High-Low da curva V(21) Figura 16: Gráfico Low-High e High-Low da curva V(22) 21 Figura 17: Gráfico Low-High e High-Low da curva V(23) Figura 18: Gráfico Low-High e High-Low da curva V(24) 22 4.3 Constante de Tempo (τ) Em disciplinas anteriores, vimos que a constante de tempo de um circuito RC diz respeito ao tempo, em segundos, necessário para carregar um capacitor de sua descarga completa até aproximadamente 63% carga total ou ao tempo necessário para o decaimento de sua carga total até próximo de 37%. Quando a carga está acima dos 98%, considera-se o mesmo como carregado e isso ocorre após 4τ. A constante de tempo é representada pela letra grega τ (Tau) e é descrita como sendo o produto entre a resistência e capacitância. 𝜏 = 𝑅 𝑥 𝐶 Dados os valores dos componentes usados no circuito simulado neste relatório, temos os seguintes valores para as constantes de tempo. Curva Resistor Capacitor 𝝉 = 𝑹 𝒙 𝑪 (ms) V(21) 1 kΩ 1µF 1 V(22) 1 kΩ 2µF 2 V(23) 1 kΩ 1µF 1 V(24) 2 kΩ 1µF 2 Tabela 3: Valores de 𝝉 de acordo com seus componentes Os valores da tabela acima podem ser comparados com os valores da tabela 1. A diferença entre os valores se dá pela escolha dos pontos no gráfico gerado pelo Spice Opus e pode ser melhorado escolhendo-se pontos mais precisos com o uso da ferramenta zoom do próprio Spice Opus. 23 5 CONCLUSÃO Este relatório serviu para que como uma revisão do comportamento de circuitos RC, com relação as suas características temporais dada um estimulo. Tais conceitos são de fundamental importância para assuntos posteriores na disciplina de Introdução a Microeletrônica. 24 REFERÊNCIAS SPICEOPUS. Disponível em: <http://www.spiceopus.si>. Acesso em: 26 out. 2019 TUMA, T.; BURMEN, A. Circuit Simulation with SPICE OPUS: Theory and Practice. New York: Birkhäuser Boston, 2009.
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