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Apostila Modulo I Log Florestal

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LOGÍSTICA FLORESTAL 
 
 DISCIPLINA: MÓDULO I – Logística de Abastecimento 
 
 PROFESSOR: RENATO CESAR GONÇALVES ROBERT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renato Cesar Gonçalves 
Robert 
Organizador 
 
Logística Florestal 
Logística de Abastecimento 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
Curitiba 
Edição do Autor 
2019 
 
 
1. Introdução 
 
 
 
 
 
 
2. Operações Florestais Componentes da Cadeira de 
Suprimento da Madeira Provenientes de Florestas 
Plantadas 
 
 
 
 
 
3. Carregamento 
 
 
 
4. Caracterização de Veículos de Transporte 
 
 
 
5. Controle e Monitoramento de Operações Logísticas 
 
 
 
6. Controle e Monitoramento de Operações Logísticas 
 
7. Gestão de Operações de Pátio 
 
 
 
 
 
 
Índice 
4 
 
Agradecimentos 
 
Nossos agradecimentos são para todas as colegas do Programa de 
Educação Continuada em Ciências Agrárias (PECCA) da Universidade 
Federal do Paraná que acreditaram na nossa proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material foi desenvolvido em coordenação do Laboratório de 
Abastecimento e Mecanização Florestal da UFPR e esta edição é a versão 
preliminar para um conjunto de três edições da Logística Florestal: 
Logística de abastecimento, logística industrial e logística de distribuição. 
Esta versão preliminar tem o intuito de fomentar a utilização deste material 
de modo a criar e apresentar novas considerações ligadas as operações 
logísticas ligadas a atividade florestal. 
 
5 
 
 
6 
 
 
 
 
RENATO CESAR GONÇALVES ROBERT 
 
Qual a aplicação ideal da colheita florestal de precisão para o meu 
empreendimento? Quais a implicações da infraestrutura na logística 
florestal? Em que condições deve ser adotada uma estratégia de 
determinada logística inbound? Qual é o controle de transporte ideal? Estas 
são perguntas que envolvem as operações que compõem a logística de 
produção florestal e constantemente vem se tornando objeto de busca por 
atualidades por parte de grandes empreendimentos florestais. As principais 
características e as variáveis que influenciam a logística devem ser 
conhecidas pelos profissionais da área florestal, visto que as operações de 
colheita, transporte, carregamento, descarregamento, controle de pátio e 
medição integradas a infraestrutura de abastecimento e distribuição 
fornecem um número muito grande de informações a serem gerenciadas. 
Empresas atualmente buscam por opções de tecnologia que garantam com 
mais acuracidade os números que envolvem a colheita de madeira desde 
o corte até a entrega do produto ao cliente antes da produção e até mesmo 
na distribuição do produto após a manufatura. 
Grande parte do sucesso logístico de um empreendimento e até 
mesmo de uma nação depende em sua grande parte da infraestrutura. 
Existem três fatores que compõem o desempenho competitivo de um 
sistema: os fatores internos à empresa, os fatores estruturais e os fatores 
sistêmicos. Neste guia pretendemos abordar especificamente alguns 
fatores internos à empresa e alguns fatores sistêmicos. Os fatores 
estruturais que são relacionados ao mercado, concorrência e configuração 
da indústria não serão abordados aqui, pois suas implicações relacionadas 
a logística podem ser alteradas em razão de mudanças extremamente 
bruscas e de grande impacto a uma empresa. 
1 Introdução 
7 
 
 Os fatores internos à empresa são basicamente: estratégia e 
gestão, capacidade produtiva e tecnológica e recursos humanos. Neste 
guia abordaremos a gestão nos capítulos relacionados a baixos níveis de 
competitividade que estão atrelados a muitos fatores impeditivos ao 
sucesso e não somente a baixa qualidade da infraestrutura. Deste modo, 
várias áreas da ciência florestal são partes constituintes da logística 
inbound, também conhecida por logística de abastecimento ou suprimento 
de produtos de origem florestal, em especial a madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
RENATO CESAR GONÇALVES ROBERT 
 
 
De maneira geral, sob a ótica da logística florestal, o abastecimento 
florestal ou o suprimento florestal são o conjunto de operações integradas 
ou não que visam a formação de uma floresta e o seu aproveitamento final 
a partir dos produtos oferecidos por estas florestas. Geralmente estes 
produtos são a madeira em toras, mas também é possível a obtenção de 
outros produtos como: resinas, folhas, biomassa de galhos e ramos, dentre 
outros. 
Para a logística de abastecimento florestal também se dá o nome de 
Inbound Logistics ou quando focada em madeira Wood Supply Chain, onde 
além dos produtos e materiais que constituem a cadeia logística, também 
são consideradas as operações florestai de diferentes naturezas realizadas 
no propósito de abastecer uma fábrica ou indústria com matéria prima 
proveniente de florestas plantadas ou nativas. 
Do mesmo modo que a logística inbound abastece uma indústria, a 
logística industrial ou logística interna que é mais ligada a engenharia de 
produção e linhas de produção industriais é considerada uma das 
integrantes da logística florestal. A partir da industrialização do produto 
florestal, seja ele painéis de madeira, bobinas de celulose, papel, madeira 
serrada dentre outros; é necessário que dentro da denominada logística 
florestal seja dada a atenção ao processo de distribuição dos produtos 
industrializados com a logística de distribuição ou logística outbound. A 
integração das três logísticas compõe a tríade da cadeia produtiva que 
2 
Operações Florestais Componentes da 
Cadeira de Suprimento da Madeira 
Provenientes de Florestas Plantadas 
9 
 
compõe a logística florestal: logística inbound, logística industrial e logística 
outbound (Figura 1). 
 
Figura 1: Composição da Logística Florestal. 
 
A formação de uma floresta plantada é composta por inputs 
operacionais que contribuem para o seu desenvolvimento sendo estes 
inputs semelhantes aos encontrados nas definições encontradas por 
Jetzke, 2007 e Koether, 2011; onde para o processo logístico os inputs 
operacionais dentro do processo são substanciais para a construção e 
produção dos produtos finais da cadeia logística, no caso de florestas 
plantadas, madeira, seus subprodutos e outros produtos não madeiráveis. 
Considerando que dentre as áreas da ciência florestal, algumas 
possuam o cunho operacional, ou seja de uma ação de um poder, de uma 
faculdade, de um agente que produz um efeito. Dentro da formação de uma 
floresta plantada podemos citar algumas operações realizadas com o 
intuito de criar uma floresta sadia e com volume ideal para seu melhor 
aproveitamento, ou seja, operações de input na logística inbound ou 
logística de abastecimento (Figura 2). A seguir são apresentadas as 
principais operações de input para a formação de uma floresta plantada em 
uma tendência cronológica de ocorrência. 
10 
 
 
Figura 2: Operações realizadas na logística inbound. 
 
 
Operações de Viveiro e Produção de Mudas Florestais 
 
Nestas operações são consideradas todas as atividades relacionadas 
a produção de material reprodutivo como por exemplo sementes e mudas 
florestais. As operações de viveiro e produção de mudas florestai por si 
também possuem seus inputs internos podendo citar: substrato, tubetes, 
água, viveiristas, dentre outros. Deste modo é possível compreender a 
abrangência que a logística florestal tem dentro do seu conceito e sua 
definição. 
Considerando isto é possível afirmar que o viveiro florestal de uma 
empresa é parte integrante da logística florestal da empresa e 
especificamente está relacionado a logística inbound da empresa. Podem 
ser consideradas o primeiro passo para a produção de uma floresta 
plantada visto que podem ser incluídas as atividades de coleta de 
sementes. 
 
 
 
 
11 
 
Operações Silviculturais 
 
As operações silviculturais são as mais dinâmicase importantes para 
a formação de uma floresta plantada quando avaliadas sob o valor de 
investimento realizado nestas operações. Apesar de não serem 100% 
mecanizadas, atingir cada vez mais um maior grau de mecanização é 
considerado como um dos maiores desafios para o setor florestal brasileiro. 
Desde o plantio até a necessidade ou não de podas/ desramas e desbastes 
a influência das operações silviculturais estará atrelada diretamente a 
qualidade das árvores e da floresta. 
A silvicultura envolve um grande número de pessoal atuando 
diretamente nas operações de plantio, coroamento, coveamento, combate 
a formigas dentre outras. Por esta razão necessita de uma atenção especial 
quanto a logística de transporte de pessoal e de produção por hectare em 
razão das implicações e variáveis relacionadas a suas atividades. A 
interação entre as operações de colheita também é de fundamental 
importância, uma vez que ambas são clientes internos da empresa florestal, 
de modo que a silvicultura oferece a partir da qualidade das suas operações 
e consequentemente das árvores e da floresta, melhores condições para a 
realização da colheita florestal. Por outro lado, a colheita florestal bem 
realizada interfere diretamente na necessidade ou não de retrabalhos ou 
maior investimento na silvicultura, podendo citar como exemplo a adoção 
do sistema de colheita de toras curtas em detrimento do sistema de árvores 
inteiras. Enquanto um deixa a área colhida com um maior número de 
resíduos como galhos, ramos e folhas o outro retira boa parte destes até a 
beira da estrada, influenciando deste modo a silvicultura a ser realizada 
para a rotação seguindo após um corte raso. 
Além das operações silviculturais serem de grande movimentação de 
mão de obra e de necessidade de bom planejamento as mesmas podem 
ser consideradas como operações de colheita florestal quando são 
realizados desbastes em uma floresta. Na opção por realização de 
12 
 
desbastes sistemáticos, seletivos ou mistos estes são considerado uma 
intervenção silvicultural por intermédio de uma operação de colheita 
florestal. 
 
Operações de Dendrometria e Inventário 
 
Nestas operações podem ser consideradas as intervenções de 
cubagem e medição de parcelas amostrais nos plantios florestais. Apesar 
de ser de pouco impacto visual, podem ser consideradas operações de 
obtenção de dados dendrométricos, sendo necessárias técnicas e 
planejamento adequados para a melhor estimativa de dados referentes a 
produtividade florestal do plantio. 
 
Operações de Proteção Florestal 
 
Nas operações de proteção florestal podemos considerar que estas 
estão praticamente em combinação com alguns tratos silviculturais como 
por exemplo o combate a formigas. Entretanto o combate a pragas 
necessita de atividades de fumigação, aplicação de herbicidas, entre outras 
que inferem na entrada por parte de trabalhadores nos talhões com o 
objetivo de aplicar produtos que venham a combater pragas florestais. Por 
tratar se de uma atividade que contribui para o crescimento dos plantios 
florestais as operações de proteção florestal necessitam de planejamento, 
supervisão e controle. 
 
Operações de prevenção e controle de incêndios Florestais 
 
Como incêndios florestais ocorrem em decorrência de condições que 
venham a facilitar estes eventos como: períodos de seca, existência de 
material combustível e agentes causadores podendo ser: raios (descargas 
elétricas atmosféricas, comuns nas nuvens tipo CB); incendiários ( fogo 
13 
 
atado por vingança ou desequilíbrio mental (piromaníaco)); queimas para 
limpeza( na agricultura, nas pastagens ou em reflorestamento); 
fumantes (fósforos e pontas de cigarros acesos, atirados ao chão da 
floresta); fogos campestres ( fogueiras em acampamentos, caçadas ou 
pescarias); outras operações florestais (trabalhadores florestais em 
atividade); estradas de ferro (atividades das estradas de ferro) e outras ( 
balões de festas juninas; efeito-lente de cacos de vidro; etc). 
 
Operações de Infraestrutura Florestal 
 
 A infraestrutura e sua construção não pode estar atrelada 
cronologicamente a um projeto florestal como pré ou pós operações de 
plantio por exemplo, pois ela estará ligada ao histórico de caminhos 
anteriores pré existentes e a necessidade ou não de abertura de estrada 
para colheita por exemplo. Deste modo inserimos a infraestrutura como 
operações transversais a todas operações florestais componentes da 
logística inbounb. Definir Infraestrutura Florestal em alguns termos 
técnicos, é uma tarefa complicada. Para alguns autores, estradas florestais 
possuem caráter social representativo nas regiões onde estão alocadas. 
Segundo Malinovski et al. (2004), estradas florestais são um tipo de 
investimento que deve atender de forma 13 abrangente aos aspectos 
sociais, apresentando exequibilidade técnica, definidas através do melhor 
traçado com o menor custo de implantação e manutenção, com vistas a 
reduzir os efeitos danosos ao ambiente. Braz (1997) conceitua rede viária 
florestal como estruturas ou formas fundamentais de caminhos lançados 
sobre uma área florestal com relação a união ou ligações entre si. 
“Faixa de terreno com características geométricas especiais, 
sistematizada e com piso preparado que serve para a circulação de 
veículos automotores. ” Definição de Estrada 
Para Dietz (1983), rede viária é o conjunto de todas as vias que 
permitem acesso às áreas florestais isoladas; acesso para o transporte de 
14 
 
material e transporte dos produtos gerados. Rede viária florestal são todas 
as vias que servem para dar acesso ás áreas florestais no sentido de 
viabilizar a implantação, a exploração e o transporte de material ou produto 
florestal, Machado e Malinovski (1986). Portanto inserida a rede viária é 
possível considerar outras estruturas funcionais que apoiam as operações 
florestais como acampamentos, módulos de operação, entre outros. 
Infraestrutura florestal então pode ser o conjunto de vias de acesso a 
floresta e suas obras de arte (bueiros, caixas de contenção, camaleões, 
pontes, sarjetas e etc), incluindo edificações (acampamentos, áreas de 
módulo, guaritas, etc), que conectam áreas de atividade florestal, 
possuindo relevância socioeconômica nas regiões onde estão inseridas e 
atendendo as necessidades operacionais do setor de produção florestal. 
De acordo com o que afirma Moro, 2016, apesar da alta importância 
da infraestrutura florestal, em boa parte das empresas, estradas não 
recebem um investimento de análise e planejamento técnico como 
deveriam. A ausência de planejamento prévio implica em atropelos das 
atividades de infraestrutura, gerando má qualidade da via construída ou 
reformada. Por sua vez, não conhecer os rendimentos das operações de 
construção e manutenção de estradas culmina no descontrole do processo, 
podendo gerar custos elevados. O controle de rendimentos individuais em 
operações com estradas florestais é de grande relevância para o processo 
florestal. A ausência de ferramentas e parâmetros de apoio a áreas de 
infraestrutura florestal está atrelada à diversidade nas atividades de 
planejamento e construção de estradas florestais no Brasil, podendo-se 
destacar as diferentes condições edafoclimáticas, circunstâncias 
ambientais, cenários econômicos e conjunturas sociais, culminando em 
processos de formação de infraestrutura totalmente diferentes. 
Entretanto existem empresas que realizam investimentos na 
construção de estradas gerando obras de arte com boas condições de 
construção técnicas e funcionais como passagens a vau, por exemplo 
(Figura 3). 
15 
 
 
Figura 3: Passagem de água a vau em cruzamento de rio construída com concreto. 
 
As operações de infraestrutura são realizadas a partir de um 
planejamento prévio e necessidade de abertura ou manutenção de 
estradas florestais. Basicamente as operações são: construção deestradas, manutenção de ramais e estradas vicinais, extração e transporte 
de cascalho e serviços de apoio. Entretanto existem outras operações que 
são definidas individualmente por cada empresa e podem ser mais ou 
menos completas que as acima citadas. 
Como exemplo são apresentadas na figura 4 abaixo algumas 
máquinas e suas operações relacionadas a infraestrutura florestal. 
 
Figura 4: Operações e máquinas relacionadas a infraestrutura florestal. 
 
 
16 
 
O investimento em infraestrutura florestal e sua manutenção é parte 
fundamental e está extremamente atrelado a operações de colheita e 
transporte florestal. Deste modo é que as operações relacionadas a 
Infraestrutura Florestal podem garantir melhores índices de eficiência para 
a competitividade de uma empresa florestal. 
 
Operações de Colheita Florestal 
 
O Brasil curiosamente possui um histórico com relação ao uso do solo 
e principalmente a cultura e interação entre o homem e a floresta um tanto 
quanto curioso. Desde a descoberta do País pelos europeus e a exploração 
do Pau-Brasil e especialmente com o avanço da fronteira agrícola, que até 
hoje se expande por terras que onde ainda se evidencia a predominância 
de extensas áreas de floresta com a entrada da monocultura agrícola e 
pecuária extensivas; o uso das florestas é marginalizado e não valorizado 
como é o caso dos Estados da Amazônia Legal. 
No entanto, a realidade atual nos remete a uma inversão de papéis no 
uso e na importância dos recursos naturais, especialmente nos recursos 
florestais. Hoje a maior importância é dada aos agronegócios e seus 
produtos deixando assim o uso de florestas e até mesmo sua preservação 
na posição de um obstáculo para o avanço do agronegócio ou até mesmo 
no caso das florestas de produção em um produto agregado ao 
agronegócio. 
O Brasil se encontra em uma vertente agrária tão evidente e tão forte, 
que setores fortes e pujantes como o setor florestal é considerado como 
um segmento do setor agrário nacional. Este panorama se desenha e 
mostra uma dinâmica onde as florestas, ou de produção, como no caso das 
florestas plantadas, ou para o manejo florestal sustentável ou para a 
preservação são pouco priorizadas nas políticas públicas brasileiras. 
Desde as técnicas avançadas de derrubada de árvores tropicais e seu 
arraste, até a tecnologia da colheita mecanizada dos plantios florestais, 
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veremos detalhes desta importante etapa de um ciclo de uma floresta: suas 
operações e técnicas de uso. 
A arte de se cortar árvores com equipamentos mecanizados tem uma 
história recente no Brasil. A grande utilização de ferramentas manuais nas 
operações florestais tendo como grande auxílio a tração animal fazia da 
colheita florestal um local com grande nível de exposição a riscos de 
acidentes pelos envolvidos seja pelos materiais cortantes das ferramentas 
e seu pouco conhecimento de uso, seja pelos animais peçonhentos que 
povoavam as florestas, mas também pelo elevado cansaço provenientes 
de jornadas intensas de trabalho tendo como conseqüência, a fadiga e 
contínuos afastamentos provocando baixos rendimentos de produção. 
Mais tarde, o silêncio incondicional das florestas era notoriamente 
quebrado pelo ruído ensurdecedor das motosserras. Mas essa fase foi 
responsável por uma grande evolução nos processos de trabalho através 
dos estudos aplicados de tempos e movimentos, e na ligação mais 
intrínseca máquina/homem por meio dos estudos de ergonomia. 
Com a abertura das fronteiras comerciais no início da década de 90, o 
Brasil iniciou seu processo de colheita mecanizada com relativo atraso, em 
relação aos países escandinavos e norte-americanos que possuíam já na 
época grande domínio de técnicas e manutenção dos referidos 
equipamentos. Com a vinda dos equipamentos para o Brasil, também 
vieram os problemas, principalmente relacionados à falta de conhecimento 
de manuseio na operação e manutenção desses. Um elevado potencial 
tecnológico montado sobre rodas ou esteiras sem conhecimento prévio 
para o manuseio aqui no Brasil. Com as máquinas também vieram 
problemas de logística no fornecimento de suporte de peças e serviços, 
pois a colheita florestal brasileira é bem generosa em sua distribuição 
espacial de norte a sul do país. 
Surgiu com isso um gap tecnológico pelo distanciamento entre 
conhecimento e tecnologia, o qual dificultou intensamente ganho de 
produção imediato, pois os equipamentos ao apresentarem problemas 
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mais complexos, ficavam inoperantes aguardando assistência técnica 
especializada que em muitos casos, se encontravam em regiões distantes. 
Já a forma de como se abater e retirar grandes volumes de madeira 
de dentro das florestas para que, de certa forma, pudesse compensar o alto 
investimento feito nos equipamentos foi motivo de grandes tentativas, 
muitas vezes frustrantes. Com ausência de mão-de-obra especializada, 
não se tinha conhecimento sobre como transformar a colheita para um novo 
padrão. Florestas artificiais principalmente de pinus e eucalipto, 
previamente espaçadas e alinhadas como as encontradas no Brasil foram 
grandes laboratórios para definição de técnicas operacionais que gerassem 
conforto à operação, sustentabilidade, segurança e produtividade. 
Passados vinte anos dessa introdução da mecanização no país, o 
setor ainda apresenta resquícios de outrora, insistindo em problemas já 
levantados e definidos como prioritários, ou seja, a má formação de 
operadores de máquinas florestais. A correta formação de operadores 
desses equipamentos vem até os dias atuais sendo discutida e estudada 
em encontros, palestras e seminários, pois é um ponto relevante para 
ganhos de produtividade e de diminuição dos custos operacionais. Alguns 
aspectos podem ter influenciado a grande mudança que ocorreu na colheita 
de madeira no Brasil a partir de meados e final dos anos 90. Abaixo seguem 
alguns deles: A visão quanto a possíveis restrições no uso de 
equipamentos mecanizados foi e ainda vem sendo modificada com a 
evolução no desenvolvimento de técnicas que propiciem o aumento de 
produtividade dos maciços florestais. É a interferência cada vez maior do 
melhoramento genético que incide sobre as florestas facilitando trabalhos 
subsequentes, principalmente o corte. Os plantios anteriores eram 
estabelecidos por sementes e, portanto, ocorria uma grande variação entre 
as árvores, inclusive em seus diâmetros, o que dificultava a mecanização. 
Agora, com os plantios clonais permitiu-se a utilização de máquinas 
modernas com sucesso, pois a pequena ou quase inexistente variação 
19 
 
entre árvores, possibilitou a aplicabilidade dos sistemas garantindo 
produtividade nas operações. 
Outro fator relevante foi em relação a topografia, pois os diferentes 
equipamentos apresentam limites de declividade para trabalho. Em certas 
regiões de nosso país, vemos uma grande variação de relevo, e muitas 
vezes, encontramos regiões com topografia bastante ondulada, o que 
dificulta a operacionalidade de tais equipamentos. 
Mas a grande oferta e variedade de equipamentos oferecidos nos 
últimos anos, tornou a atividade de colheita florestal um tanto mais 
dinâmico e com possibilidades de escolha quanto aos sistemas a serem 
empregados. 
A colheita florestal ou colheita de madeira é de acordo com Machado 
(2014) o conjunto de operações realizadas no maciço florestal que tem 
como objetivo preparar e extrair a madeira até o local de transporte, 
utilizando técnicas e padrões pré-estabelecidos. Duas etapas primordiais 
compõem basicamente a colheita, sendo elas: o corte florestal e a extração 
(Figura 5). 
 
Figura 5: Etapas da Colheita de Madeira.. 
 
A principal operação que une a colheita de madeira ao transporte 
florestal é ocarregamento e sobre este tema abordaremos suas 
características no próximo capítulo. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRAZ, E. M. Otimização da rede de estradas secundárias em 
projetos de manejo sustentável de floresta tropical. EMBRAPA: 
Rio Branco, 1997. (EMBRAPA - Circular Técnica, n.15). 
DIETZ, P. Parâmetros da Rede Viária e sua Otimização. In: 
CURSO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE 
MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 4.,1983 , Curitiba. Anais... 
Curitiba : FUPEF, [1983] p. 22-35. 
JETZKE, S. Grundlagen der modernen Logistik Methoden und 
Lösungen. Carl Hanser Verlag GmbH & Co. KG. 2007 
KOETHER, R. Taschenbuch der Logistik. Carl Hanser Verlag 
GmbH & Co. KG. 2011 
MACHADO, C. C. (Ed.). Colheita florestal. 3. ed. atual. e ampl. 
Viçosa, MG: Ed. UFV, 2014. 
MACHADO, C. C.; MALINOVSKI, J. R. Rede viária florestal. 
Curitiba: FUPEF, 1986. 156p. 
MORO, H.C. Ferramentas de controle em atividades de 
infraestrutura florestal no município de coronel Domingos Soares – 
PR. Trabalho de Conclusão de Curso. UFPR, 2016 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
BRUNA CASANOVA DOS SANTOS 
ISLAINE DE OLIVEIRA NASCIMENTO 
RENATO CESAR GONÇALVES ROBERT 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A colheita florestal é composta pelas etapas de corte, extração, 
carregamento, descarregamento de madeira. Dentre estas, algumas são 
caracterizadas por serem operações de elo, como o carregamento, uma 
vez que esse é a ligação entre a extração e o transporte florestal principal 
ou secundário. Tais operações de elo devem ser bem administradas caso 
contrário pode ocorrer funis de produção, gerando filas e elevando os 
custos. 
 O carregamento florestal, consiste na operação de carregar os 
veículos que serão utilizados no transporte da madeira, a eficiência do 
carregamento influência na produtividade e no custo de transporte. A 
máquina a ser empregada no carregamento é selecionada com base em 
diversos fatores, tais fatores e as máquina empregadas no carregamento 
florestal serão abordadas detalhadamente neste capítulo. 
 
 
 
 
 
Segundo MACHADO et al. 2014, a eficiência do carregamento afeta 
na produtividade e no custo do transporte. Para se ter um carregamento 
Carregamento 
 
3 
Fatores influentes no carregamento 
 
3.1 
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florestal eficiente é necessária uma escolha de método e maquinário 
baseada em diversos fatores que influenciam nesta operação, sendo eles: 
 
a) Comprimento das toras: em sistemas mecanizados, este é um fator 
limitante para o uso de determinados métodos de carga. Se o 
comprimento do feixe se aproximar ao limite da capacidade de carga 
da grua, maior será o rendimento. Já em sistemas manuais, um maior 
comprimento, com o mesmo diâmetro e peso específico, acarreta em 
maior esforço físico por parte do trabalhador devido ao excesso de 
peso, e diminuir o trabalho contínuo, diminuindo assim o rendimento; 
 
b) Peso específico da madeira: o peso específico é correlacionado a 
potência da grua. Para uma mesma tara do veículo, quanto maior a 
potência da grua, ou seja, maior capacidade de carga, maior será o 
rendimento, o contrário também é válido. Já no sistema manual, um 
maior comprimento de tora acarreta na necessidade de diminuir seu 
comprimento uma vez que o excesso de peso reduz o rendimento do 
trabalho e exige maior esforço físico do trabalhador; 
 
c) Fator de empilhamento: o fator de empilhamento é a relação entre o 
volume sólido de uma pilha, desconsiderando espaços vazios, pelo 
volume aparente dessa (largura x altura x comprimento). Quanto mais 
próximo de 1 for o valor, mais madeira tem na pilha. Para o 
carregamento de gruas, quanto maior o fator de empilhamento maior 
será o volume de madeira carregado por ela, isso ocorre 
possivelmente pela forma mais arredondada do fuste. Já no método 
manual, este fator não é observado; 
 
d) Capacidade da grua: quanto maior a capacidade de carga da grua 
maior será o rendimento, desde que compatível com a força disponível; 
 
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e) Volume do feixe: quanto mais próximo for o volume do feixe a 
capacidade volumétrica da grua ou de múltiplos dessa capacidade, 
maior será o rendimento da operação; 
 
f) Ciclo da garra: o ciclo da garra começa antes da abertura da pinça 
até o termino do carregamento. Quanto menor for o tempo do ciclo 
maior será o rendimento; 
 
g) Grau de eficiência operacional: o rendimento da operação depende 
da experiência e treinamento do operador, da adaptação da máquina 
ao operador, por exemplo, carregadores e descarregadores com 
alavancas em posições desconfortáveis, baixo nível de manutenção, 
cursos e treinamentos muito extensos podem comprometer o 
rendimento do trabalho; 
 
h) Organização da madeira: quanto mais organizado for o 
empilhamento, maior será o rendimento das máquinas ou 
equipamentos, uma vez que a organização da madeira facilita o 
carregamento e reduz o tempo com locomoção e manobras. As figuras 
abaixo representam pilhas que facilitam na eficiência do 
carregamento, figura 1, diferentemente da figura 2. 
 
Figura 1: Pilha organizada. Figura 2: Pilha mal organizada, dificultando o carregamento. 
 
 
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i) Disponibilidade de veículos de transporte: para garantir um bom 
rendimento é necessário um planejamento eficiente e otimizado, de 
modo a não faltarem veículos para operação e que esses não fiquem 
parados por muito tempo. 
 
 
 
O carregamento é classificado quanto ao grau de mecanização, 
sendo dividido em: manual, semimecanizado e mecanizado. 
 
Carregamento manual 
 
O carregamento manual 
normalmente é empregado em regiões 
administradas por fazendeiros florestais 
que possuem pequenas áreas de 
floresta plantada; em regiões onde esta 
atividade é terceirizada e, ou em locais 
em que a madeira é destinada à geração 
de energia. Este processo é utilizado 
quando se trabalha com toras de pequeno comprimento, de diâmetro 
reduzido e de baixo peso específico, caso contrário os riscos aos quais os 
trabalhadores estariam expostos seriam maiores, além do elevado esforço 
físico e maiores riscos à segurança do trabalhador, sendo assim, nestes 
casos o carregamento manual pode se tornar inviável técnica, econômica 
e ergonomicamente. Geralmente são utilizadas equipes grandes para 
realizar as atividades da operação. Em contrapartida, a mão de obra cada 
vez mais escassas, os riscos da operação, encargos sociais e trabalhistas, 
entre outros aspectos, culminaram no aumento da mecanização da 
Figura 3: Carregamento 
manual. 
 
3.2 Métodos de carregamento 
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operação, uma vez que as máquinas são mais eficientes, têm-se a 
possibilidade de trabalhar em turnos, etc. 
 
 
 
 
 
Figura 4: Carregamento manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carregamento semimecanizado 
 
O carregamento semimecanizado é bastante diversificado e, 
normalmente, empregado em situações particulares, sendo uma delas a 
utilização em toras de espécies nativas para serraria em pontos distintos 
da trilha na floresta. 
VANTAGENS DO CARREGAMENTO MANUAL: 
 Geração de grande número de empregos; 
 
DESVANTAGENS DO CARREGAMENTO MANUAL: 
 Alto custo com encargos sociais e trabalhistas de mão de obra; 
 Produtividade relativamente baixa; 
 Grande risco de acidente; 
 Exigência de elevado número de trabalhadores (mão de obra 
escassa). 
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Este método atua com sistema de catracas tracionados por cabos de 
aço que por sua vez são acionados por trabalhadores, animais, pequenos 
tratores ou pelo próprio veículo de transporte (MACHADO et al. 2006). Para 
alcançar a superfície do veículo as toras devem ser roladas pelo solo até a 
plataforma do veículo de transporte e vice-versa. Diferentemente do 
método manual, o comprimento das toras pode ser maior no método 
semimecanizado. 
Dos aspectos positivos desse método têm-se a geração de empregos 
e aplicabilidade em espécies nativas, em contrapartida, as desvantagens 
são a baixa produtividade, comparada ao método mecanizado, elevados 
riscos de acidentes e limitação quantos as condições do terreno e tipo de 
solo. 
 
 
 
 
Figura 5: Carregamento semimecanizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANTAGENS DO CARREGAMENTO SEMIMECANIZADO: 
 Geração de grande número de empregos; 
 
DESVANTAGENS DO CARREGAMENTO SEMIMECANIZADO: 
 Produtividade baixa quando comparada ao carregamento 
mecanizado; 
 Alto risco de acidente; 
 Limitado a determinadas situações, tipo de solo, condições 
climáticas, entre outros. 
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Carregamento mecanizado 
 
Dentre os três métodos, o mecanizado é o mais empregado, devido 
à sua grande eficiência operacional, possibilidade de trabalho em turnos, 
menores risco de acidentes, entre outros. No entanto, tal método é sensível 
as condições topográficas, tipo de solo, condições climáticas, má 
qualificação profissional do operador, além do comprimento, diâmetro e 
peso específico da tora, que por sua vez podem afetar o desempenho das 
máquinas. 
O carregamento mecanizado apresenta subdivisões por tipo de 
equipamento, pois cada maquinário apresenta uma característica e faixa 
de melhor desempenho. Sendo suas subdivisões: 
 
a) Carregadores Mecânicos com Pneus: 
Essas máquinas apresentam rápido deslocamento, porém 
necessitam de boa capacidade-suporte do solo, uma vez que a 
compactação causada pelo rodado é mais prejudicial devido a sua menor 
área de contato com o solo. Apresentam, normalmente, gruas com baixa 
capacidade de carga. Quanto ao 
ciclo de trabalho, consiste em 
deslocar a grua vazia em direção a 
pilha de madeira, localizada na 
beira da estrada, nos pátios, pátios 
intermediários e de outros locais, 
para ser apanhado um feixe de 
toras, posteriormente deslocar a 
grua carregada em direção ao 
veículo de transporte e sua 
respectiva deposição sobre ele. 
Figura 6: Carregador mecânico de 
braço hidráulico com pneus.). 
Fonte: Volvo. 
 
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b) Carregadores mecânicos com esteira: 
 
De modo geral, possuem capacidade de operar em solos com maior 
declividade e com baixa capacidade-suporte. Possuem braços de 
comprimentos maiores o que 
possibilita alcançar madeira em 
maiores distâncias e suas gruas 
têm elevada capacidade 
volumétrica, em contrapartida o 
deslocamento dessas máquinas é 
mais lento. O ciclo de trabalho dos 
carregadores mecânicos com 
esteiras consiste em deslocamento 
vazio em direção a pilha 
localizadas na beira da estrada, em pátios, pátios intermediários e de outros 
locais; posteriormente deslocar-se com a grua carregada em direção ao 
veículo de transporte e depositar o feixe de madeira no veículo. 
c) Caminhão auto carregável: 
São caminhões adaptados 
com gruas, na sua porção central, 
que possuem menor capacidade 
de carga, sendo empregados no 
carregamento e descarregamento 
em curtas distâncias, devido ao 
fato de sua tara ser muito elevada 
o que provoca um maior consumo 
de combustível que encarece o 
custo operacional e torna sua aplicação mais interessante no baldeio, por 
exemplo. O caminhão auto carregável apresenta limitações de uso, devido 
à suas dimensões, com relação ao tráfego em estradas municipais, 
estaduais e federais. Quanto ao ciclo de trabalho, consiste em posicionar o 
Figura 7: Carregadeira CAT. 312C. 
Fonte: Caterpillar. 
 
Figura 8: Caminhão auto carregável. 
Fonte: TMO. 
 
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caminhão entre pilhas, leiras ou bandeiras de madeira; movimentar a grua 
vazia até os feixes de madeira e posteriormente carrega-la com a madeira; 
movimentar a grua carregada em direção ao compartimento de carga do 
caminhão e depositar o feixe de madeira no veículo; movimentar a grua 
vazia em direção a pilha e repete esse ciclo até que a carga seja 
completada. 
 
d) Carregadores Frontais: 
São máquinas utilizadas no 
carregamento/descarregamento 
de madeira de florestas plantadas 
para usos como celulose, entre 
outros. Em razão dos 
carregadores frontais não 
realizarem o movimento de 
rotação em seus próprios eixos, 
são necessárias mais manobras 
para completar seu ciclo de trabalho, sendo que esse último consiste em 
posicionar a máquina de frente para a pilha, apanhar o feixe de madeira 
com a grua, movimentar a máquina para depositar a madeira em um pátio, 
e repetir a operação até que toda madeira seja removida do veículo de 
transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Carregador frontal. 
Fonte: Volvo. 
 
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e) Carregadores Fixos: 
São máquinas adaptadas com gruas hidráulicas de maior capacidade 
de carga. Seu uso, normalmente, é mais utilizado no descarregamento por 
conta do grande volume de madeira 
que é trazido por veículos em um 
único pátio, mas também pode ser 
aplicado no carregamento em pátios 
de carga, nas proximidades dos 
talhões, que recebem grande 
quantidade de madeira em 
circulação. 
Figura 10: Carregador com base fixa. Fonte: Motocana. 
 
 
f) Guindastes: 
 
São comumente utilizados em 
portos no descarregamento de 
veículos para posterior 
carregamento de navios, pois sua 
grua de alta capacidade de carga 
é sustentada por braços 
hidráulicos fixos de elevados 
tamanhos e cabos com maiores 
diâmetros. 
Figura 11: Guindaste florestal. Fonte: Palfinger. 
 
 
 
 
 
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2.3 
 
 
 
A determinação do volume de cargas florestais muitas vezes é feita 
de forma manual, por algumas empresas, o que possibilita acometer erros, 
tanto amostrais quanto não amostrais, além da demora na obtenção de 
dados. Um outro equívoco que se comete é a utilização de médias já 
calculadas para os fatores de empilhamento, o que acarreta em erros no 
volume sólido da carga. Tal imprecisão nos valores equivale a cerca de 1 a 
5% do custo da madeira. Visto isso, foram desenvolvidos sistemas 
automatizados de medição com objetivo de tornar mais precisa a medição 
de cargas. Com esses recursos, o erro que era de 5% caiu para 0,01%, 
além das outras vantagens que serão explanadas no decorrer do capítulo. 
 
 
 
3.3 
Sistema de medição de cargas 
florestais 
VANTAGENS DO CARREGAMENTO MECANIZADO: 
 Possibilidade de trabalho em turnos; 
 Alta produtividade; 
 Maior segurança e ergonomia. 
 
DESVANTAGENS DO CARREGAMENTO MECANIZADO: 
 Elevado investimento inicial para aquisição da máquina; 
 Necessidade de boa estrutura de manutenção (alto custo 
operacional); 
 Limitado a determinadas condições. 
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Custo
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Método fotográfico 
 
Consiste em tirar fotos horizontalmente e perpendicularmente a área 
de sessão transversal das toras; sobrepor a imagem em um papel 
reticulado ou virtualmente em um software, ambos possuem pontos que 
ficaram sobre as toras, com isso, faz-se uma contagem de quantos pontos 
que nãoestão sobrepostos as toras, ou seja, pontos no ar. A partir desse 
dado é possível obter o volume sólido da pilha, desconsiderando espaços 
vazios. 
𝐹𝐶 = 1 −
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑎𝑟
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Fotográfia de pilha.. 
 
 
Chipmeter 
 
 O Chipmeter 4000 foi desenvolvido no Chile, pela WoodTech e 
essa é sua única fabricante, que o distribui em diversos países. Ele auxilia 
no dimensionamento e visão, através de um scanner 3D de raios 
infravermelhos que realiza a medição volumétrica de cargas de cavacos ou 
biomassa, realizando uma medição precisa, fazendo assim com que a 
empresa pague somente o que de fato está recebendo de carga. Além de 
poder ser feita em qualquer condição climática, diminuir os custos 
operacionais, necessitando de menos mão de obra e minimizando riscos 
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de acidente. A instalação do equipamento chega da faixa do milhão de reais 
e para segurança são realizadas duas manutenções preventivas por ano. 
O sistema possibilita a medição de volume sólido, volume estéreo, 
densidade aparente e características biométricas da madeira. 
 
Procedimento de medição 
A medição de cargas se dá em cinco etapas, sendo elas: captura, 
perfil, segmentação, cálculo e resultados; que serão detalhadas a seguir. 
 
a) Captura: dura aproximadamente 30 
segundos e é realizada com o 
caminhão em movimento, com uma 
velocidade de 5 Km/h, e se mantido tal 
padrão é possível serem medidos 600 
caminhões por dia. A foto que é 
armazenada após o caminhão passar 
vai para um banco de dados na 
central de comanda onde será usada 
para auditoria. 
 
b) Perfil: conforme o caminhão passa, 
vão sendo registrados os perfis, em 
alta definição, para uma carga com 
padrão pré-estabelecido, gerando 
cerca de 300 perfis com uma 
distância de 6 a 7 centímetros entre 
eles. 
 
 
Figura 12: Procedimento de captura da 
foto. Fonte: WoodTech. 
Figura 13: Perfil da carga. 
Fonte: WoodTech. 
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c) Segmentação: o sistema captura automaticamente a placa do veículo 
e os limites do container, suas dimensões passam por um processo de 
validação por uma base de dados anteriormente selecionadas. 
 
Figura 14: Dimensionamento da carga. Fonte: WoodTech. 
 
d) Cálculo: para se obter o volume da carga é feito um cálculo pelo 
sistema Chipmeter, de forma específica e pré-programada onde o 
“excesso” (𝑽𝑨) é somado ao volume total permitido pelo container 
(𝑽𝑩𝑫), na figura, tal valor então é subtraído da área vazia dentro da 
capacidade interna do container (𝑽𝑩). Sendo a fórmula: 
 
𝑽𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 = 𝑽𝒄ô𝒏𝒕𝒂𝒊𝒏𝒆𝒓 + 𝑽𝑨 − 𝑽𝑩 
 
 
Figura 15: Cálculo do volume. Fonte: WoodTech. 
 
e) Resultados: os resultados de todo o processo de medição são 
enviados ao Sistema de Gestão Empresarial (ERP), com fotos e 
registros 3D de scanner. Os dados são acessados através de uma 
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nuvem na internet. A cada nova medição feita, os novos dados são 
enviados para um banco de dados para auxiliar no registro de 
projeções volumétrica futuras. 
Além do Chipmeter, a empresa WoodTech lançou outros dois sistemas 
de medição de cargas, o Logmeter e Bulkmeter. Ambos sistemas possuem 
a mesma função, porém cada um mede um material específico. O 
Chipmeter geralmente é utilizado na medição de volume de cavacos e 
biomassa; o Logmeter, volume de toras de madeira; e o Bulkmeter, volume 
de brita, terra, argila e areia. A seguir serão explanadas com maiores 
detalhes as características do Logmeter e Bulkmeter. 
 
Logmeter 
Como dito anteriormente, o 
Logmeter é uma tecnologia a laser 
3D para mensuração do volume 
sólido e empilhado de toras, 
biomassa e cavaco, desenvolvida 
pela WoodTech. 
O processo de mensuração 
do volume sólido de cada feixe se 
inicia com o caminhão passando 
por um scanner, onde um feixe 
laser faz uma varredura sobre a 
carga, medindo diâmetro, 
cumprimento médio e curvatura 
das toras situadas nas extremidades da carga. Todo o processo leva em 
torno de 30 a 50 segundos. O processo de mensuração está dividido em 
captura, segmentação, volume empilhado, variáveis biométricas, volume 
sólido e resultado e auditoria. 
 
Figura 16: Sistema Logmeter. Fonte: 
WoodTech. 
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Procedimento de medição 
 
a) Captura: consiste na captura do caminhão em movimento, a medida 
que o caminhão passa é 
capturado perfis de carga e a separação entre scan é de um centímetro. 
Este processo leva de 30 a 50 minutos. A placa do caminhão é 
armazenada automaticamente para auditoria; 
Figura 17: Captura com o Logmeter. Fonte: WoodTech. 
 
b) Segmentação: nesta etapa os limites da carga são definidos 
automaticamente e elementos não desejados como rodas, cabine, 
fueiros e plataforma, são eliminados; 
 
Figura: 18: Limite de carga. Fonte: WoodTech. 
 
c) Volume empilhado: o agrupamento dos perfis gera uma imagem 3D, 
é feita a separação da madeira e do caminhão por meio de um 
algoritmo sofisticado. Para se ter uma precisão de 99% são 
necessárias 1.000.000 medições, certificado DICTUC; 
 
d) Variáveis biométricas: nesta etapa busca-se identificar as variáveis 
biométricas das extremidades. Cada tora periférica é modelada como 
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Praticidade e redução de tempo para mensuração e obtenção de dados.
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um objeto 3D individual, isto permite o calculo de variáveis biométricas, 
como: comprimento, diâmetro, curvatura e ordenamento. 
 
Figura 19: Objetos 3D para obtenção dass variáveis biométricas. Fonte: WoodTech. 
 
e) Volume sólido: é estimado com um modelo com base nas variáveis 
citadas anteriormente. Um modelo individual é calibrado para cada 
espécie em cada planta para garantir a precisão dos dados. Os 
modelos podem se retroalimentar periodicamente; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20: Determinação do volume sólido. Fonte: WoodTech. 
 
f) Resultado e auditoria: os resultados de todo o processo de medição 
são enviados ao Sistema de Gestão Empresarial (ERP), incluindo fotos 
e imagem 3D. Todos os dados são acessíveis por internet. O sistema 
Largura 
Comprimento 
Altura 
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de auditoria permite aos usuários filtrar os eventos com base em 
determinados critérios e até medir eletronicamente um caminhão. 
 
Figura 21: Processamento dos dados. Fonte: WoodTech. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bulkmeter 
 
É um sistema de 
mensuração automatizada com 
capacidade de obter volume, 
altura de cargas florestais, de 
mineração, entre outros, com alta 
precisão e confiabilidade 
utilizando tecnologia laser. Além 
destas duas variáveis, o 
Bulkmeter fornece informações, 
que são enviadas por e-mail para 
o cliente, quanto a velocidade 
excessiva do veículo, alertas de carga insegura, imagem de vistasuperior 
da carga, etc. Como se pode observar na imagem abaixo. 
 
 
Figura 23: Sistema de informação fornecido pelo Bulkmeter. Fonte: WoodTech. 
Figura 22: Bulkmeter. Fonte: WoodTech. 
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Novamente uma grande praticidade.
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Como vantagens têm: informações de entrada e saída de veículos em 
tempo real; registro de todos os dados desde a inicialização do sistema; a 
medição automática reduz o tempo associado ao controle da carga; 
redução de número de mão de obra envolvida; menores riscos de acidente, 
além da possibilidade de gerenciamento do transporte. 
Dentro do próprio software tem a opção workbench, uma ferramenta 
que permite ao usuário inserir novos dados da operação, iniciar uma 
captura, dentre outras ações; Lavitoo Lite, visualização das capturas 3D e 
verificar as medições com uma régua digital; sistema de auditoria que 
permite ao cliente rever informações e evidências durante o processo de 
medição, além de gerar relatórios, dados históricos e filtrar informações por 
critérios comerciais. 
 
Procedimento de medição 
 
a) Captura: é realizada com o 
caminhão em movimento. A captura 
é acionada automaticamente quando 
o caminhão é detectado, por 
sensores a laser, na zona de 
medição, gerando cerca de 300.000 
medições por caminhão. Conforme o 
caminhão passa vão sendo 
registrados perfis, o conjunto destes 
perfis são usados para construir um 
modelo tridimensional do caminhão; 
 
b) Importação de dados (opcional): o Bulkmeter permite importar 
informações de outras fontes compatíveis, como: placa de 
identificação, ID do fornecedor, espécie, etc.; 
Figura 24: Captura com o 
Bulkmeter. Fonte: WoodTech. 
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c) Segmentação: os limites da carga são definidos e elementos que 
não fazem parte da medição são removidos como a roda, a cabine, 
a plataforma, etc.; 
 
Figura 25: Segmentação da carga. Fonte: WoodTech. 
 
d) Volume empilhado: o volume da carga é obtido com base no 
volume aparente, considerando espaços vazios, e superfície 
capturada pelo sistema. Para se obter o volume da carga é feito 
um cálculo pelo sistema de forma específica e pré-programada 
onde o “excesso” de carga (𝑽𝑨) é somado ao volume do container 
(𝑽𝑩𝑫) , tal valor então é subtraído da área vazia dentro da 
capacidade interna do container (𝑽𝑩). Sendo a fórmula: 
 
𝑽𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 = 𝑽𝒄ô𝒏𝒕𝒂𝒊𝒏𝒆𝒓 + 𝑽𝑨 − 𝑽𝑩 
 
 
 
Figura 26: Obtenção do volume por carga. Fonte: WoodTech. 
 
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e) Integração: permite a integração de dados da medição com as 
informações do Sistema de Gestão Empresarial (ERP); 
 
f) Sistema de auditoria: permite rever os dados das medições e 
resultados, e exportar relatórios em formato Excel e PDF. 
 
Timbeter 
 
O Timbeter foi de desenvolvido a partir de um evento de tecnologia 
chamado Garage48 em que um participante, Visnapuu, teve a ideia de que 
se os smartphones são capazes de reconhecer rostos humanos, então 
poderia reconhecer toras através de uma foto. Com o auxílio de Anna-Greta 
Tsahkna e Martin Kambia, lançaram um protótipo que venceu a 
competição. 
É uma ferramenta de medição precisa de toras por meio da utilização 
de imagens fotográficas e algoritmos de detecção de toras, sendo esse 
último baseado em aprendizagem automática, inteligência artificial 
“treinado” com mais de 200.000 imagens. Possui um erro de 0,5 – 1,5% e 
é certificado pela Metrosert, órgão certificador de medições na Estônia. 
Como vantagens desta ferramenta, têm-se o uso multifuncional de 
dados, precisão nos volumes das toras, transparência na origem da 
madeira, controle digital, rastreabilidade, eficiência, agilidade na medição, 
redução de erro humano, possibilidade de remedição e boa estruturação 
dos dados de medição, de número do container, conhecimento de 
embarque, entre outros. 
 
 
 
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Figura 27: Imagem fotográfica, algoritmos de detecção de toras para a obtenção do 
volume pelo Timbeter. Fonte: Timbeter. 
 
Todas as medições de diferentes dispositivos são armazenadas em 
apenas uma conta na nuvem, na internet. Se tem uma visão em tempo real 
de todas essas medições, sendo elas: volume, contagem de toras, diâmetro, 
localização geográfica das pilhas, entre outras, além da possibilidade de 
corrigi-las pelo computador. Todas as informações personalizadas da 
empresa estão disponíveis aos usuários, no módulo armazenamento 
(estoques, espécies, tipo, descartes, etc.) e são facilmente controladas, 
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ajudando assim, os gerentes e contadores a permanecerem informados e 
atualizados. 
 
Alltec Sistemas 
 
 A WoodTech é a única fabricante dos sistemas de medição por 
scanner e raios infravermelhos, Chipmeter, 
Logmeter e Bulkmeter, mas estão surgindo 
concorrentes da marca. Em 2011, a AllTec 
desenvolveu um sistema de sensoriamento 
2D e 3D de processamento de dados com 
capacidade de calcular volume de container, 
altura, densidade média e medições de 
cargas florestais, de produtos químicos e 
minérios. É possível também, por meio de 
câmera, fazer uma inspeção visual do 
veículo e da carga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANTAGENS DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃOD E CARGAS FLORESTAIS: 
 100% das cargas medidas; 
 Grande capacidade de medição; 
 Rapidez no processo de medição; 
 Redução em custos de mão de obra; 
 Possibilidade de medição independente da condição climática. 
 
DESVANTAGENS DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃOD E CARGAS FLORESTAIS: 
 Substituição da mão de obra por máquinas; 
 Necessidade de manutenção, sendo empregado profissional 
especialista 
(Logmeter, Chipmeter e Bulkmeter). 
Figura 27: Sistema de 
sensoriamento AllTec. 
Fonte: AllTec. 
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REFERÊNCIAS 
 
Bulkmeter. Documento disponível <http://www.woodtechms.com/> 
Acesso em 25/02/2019. 
 
MACHADO, C. C. (Ed.). Colheita florestal. 3. ed. atual. e ampl. Viçosa, 
MG: Ed. UFV, 2014. 
 
Logmeter. Disponível em: < http://www.woodtechms.com/> Acesso em: 25 
fev. 2019. 
 
BLOG TIMBETER. Timbeter. Disponível em: <http://www.timbeter.com/pt-
br/> Acesso em: 27 fev. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.woodtechms.com/
http://www.timbeter.com/pt-br/
http://www.timbeter.com/pt-br/
46 
 
 
 
 
 
 
RENATO CESAR GONÇALVES ROBERT 
 
INTRODUÇÃO 
 
O transporte florestal consiste na movimentação de madeira dos 
pátios ou das margens das estradas nos talhões até o local de consumo ou 
pátios das empresas. No Brasil pode ser realizado por diversos meios, 
sendo eles: ferroviário, duto viário, rodoviário; sendo que este último 
representa 85% de toda a madeiro que é transportada (CFA, 2018). Em 
razão da produção do setor florestal, com um número expressivo de 
árvores sendo cortadas e transportadas são necessários meios adequados 
e eficientes de transporte para facilitar o escoamento dessa matéria prima. 
A escolha da composição veicular mais adequada deve levar em conta 
alguns fatores como o volume de madeira a ser transportada, as condições 
locais da região, a capacidade de carga do veículo e os tipos de 
equipamentos de carregamentoe descarregamento, entre outros. Esse 
capítulo trata da caracterização dos tipos de composições veiculares, 
normas de trânsito e normas de segurança, além de novas tecnologias. 
 
Conceitos 
 
 Veículo: é qualquer meio utilizado para transportar cargas de um 
lugar para outro; 
4 
Caracterização de veículos de 
transporte 
 
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 Cavalo mecânico: unidade tratora 
destinada e tracionar um ou mais 
semirreboques. 
 
 Quinta roda: é um sistema de 
acoplamento rápido de 
semirreboque, localizado sobre o 
eixo trator da unidade tratora. 
 
 
 Semirreboque: veículo de dois ou 
mais eixos traseiros, que se move 
articulado e acoplado na unidade 
tratora, cavalo mecânico. 
 
 
 
 Reboque: veículo de dois ou mais 
eixos, que se move tracionado por 
um veículo automotor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Cavalo mecânico. 
Figura 2: Quinta roda 
Figura 3: Semirreboque. 
Figura 4: Reboque Florestal. 
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A escolha das carrocerias que serão utilizadas para o transporte 
florestal, é feita com base no tipo de modal a ser utilizado, o sortimento da 
madeira a ser transportada, e também os métodos de carregamento e 
descarregamento. As carrocerias de veículos de transporte florestal devem 
atender alguns requisitos de modo a assegurar o transporte das toras e de 
madeira bruta, sendo eles: material resistente como aço e o aço carbono, 
madeira e ferro fundido, porém esses dois últimos não proporcionam a 
mesma resistência que os dois primeiros. Normalmente carrocerias de aço 
são utilizadas no transporte de madeira de florestas plantadas, 
diferentemente de carrocerias de madeira que são mais empregadas em 
transporte de madeira de espécies nativas. 
As carrocerias de madeira foram utilizadas por muitos anos, até que 
entrou em desuso devido a questões ambientais bom como alguns 
aspectos negativos do material como biodegradação, flamabilidade, 
degradação por radiação ultravioleta, ácido e bases, além das variações 
dimensionais em função da absorção e perda de umidade. Atualmente a 
madeira é mais utilizada em assoalhos de carroceria, no entanto não é 
recomendado em painéis e fueiros. 
O aço por sua vez, tem sido cada vez mais utilizado em estruturas da 
carroceria, como painéis, fueiros e outros. Seu elevado peso deixou de ser 
um aspecto negativo já que por meio da tecnologia e utilização de ligas, o 
peso foi reduzido consideravelmente. Apesar disso, o aço está sendo 
substituído por outros produtos, sendo eles o alumínio e o metal, o primeiro 
garantindo uma maior durabilidade e menor peso, o que permite maior 
segurança no transporte, sua única desvantagem é seu elevado preço, já 
4.1 
Carrocerias utilizadas no transporte 
florestal 
 
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o metal possui uma maior resistência mecânica, menor deformação em 
conjunto, menor peso, maior valor de revenda e menor impacto ambiental. 
No Brasil, as principais empresas fabricadoras de carrocerias são: Facchini 
S.A., Librelato S. A. Implementos Rodoviários, Manos Implementos 
Rodoviários, Metalesp Implementos, Noma do Brasil S/A, Rondon 
Implementos, Sergomel e Rodovale Implementos Rodoviários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O transporte florestal é classificado em transporte rodoviário, fluvial e 
ferroviário, sendo o rodoviário o mais utilizado para transporte de toras e 
madeira bruta, pois atende os requisitos quanto à alta demanda de carga, 
volume transportado, acessibilidade aos locais de plantio, custo em relação 
ao volume de carga transportado e a distância percorrida. Abaixo estão 
descritos os modelos de composições veiculares empregadas no 
transporte florestal. 
 
a) Carroceria Florestal: Veículo 
comercializado com o cavalo 
mecânico e semirreboque sem 
possíveis mudanças, além de 
colocar reboques. Unidade tratora 
com tração 4x4, 6x2 ou 6x4. 
Figura 5: Carroceria florestal.. 
4.2 Combinações veiculares de carga 
 
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b) Caminhão: veículo automotor 
destinado ao transporte de carga 
superior a 1.500 Kg, limitado a 
uma carga máxima por eixo. 
Constitui-se de uma única 
unidade tratora e transportadora, 
com tração de tipo 4x2, 4x4, 6x2 
ou 6x4. 
 
 
c) Biminhão (Romeu e Julieta): 
combinação de um caminhão e 
um reboque. 
 
 
 
 
d) Treminhão: combinação de um 
caminhão com dois reboques. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Caminhão. 
Figura 8: Treminhão. 
Figura 7: Biminhão. 
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e) Bitrem: combinação de um 
cavalo mecânico e dois 
semirreboques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
f) Tritrem: combinação de um 
cavalo mecânico e três 
semirreboques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Bitrem. 
Figura 10: Tritrem. 
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g) Rodotrem: combinação de um 
cavalo mecânico, um 
semirreboque e um reboque. 
 
 
 
 
 
 
h) Pentatrem: combinação de um veículo articulado e cinco 
semirreboques (cavalo mecânico + semirreboque + semirreboque + 
semirreboque + semirreboque 
+ semirreboque). Utilizado 
atualmente em Três Lagoas – 
MS. O pentatrem possui 
capacidade de carregar 100 m³ 
de madeira, 50% a mais que a 
capacidade de um caminhão 
com três composições veiculares. Além disso, apresenta outras 
vantagens como a redução de impactos nas rodovias, pois transitam 
apenas nas estradas florestais da empresa e estas foram planejadas 
especificamente para esta composição veicular. Cabe ressaltar que 
devido ao pentatrem não atender os requisitos de trafego, não é 
passível de Autorização Especial de Trânsito. Com isso, são 
necessários investimentos em semirreboques e infraestrutura viária 
particular. 
 
 
Figura 11: Rodotrem 
Figura 12: Pentatrem 
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Em 2016, uma empresa florestal implementou uma nova tecnologia 
em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que 
tratava da redução do peso de carrocerias, possibilitando transportar 10% 
a mais de madeira, além de reduzir o impacto causado pelo tráfego nas 
comunidades nas proximidades da empresa, uma vez que seria necessária 
uma menor frota para a operação, gerando assim uma economia de 
3.862.094 litros de diesel e evita emissões de 9.514 tCO2e. O que 
possibilitou tais ganhos foi a nova estrutura de aço, que teve a redução de 
seis toneladas em sua composição e ganhou mais resistência. Houveram 
também alteração de cunho técnico, houve o rebaixamento da altura do 
pescoço e foram utilizados materiais metálicos mais leves na construção 
da carroceria. Afim de comparação, o peso padrão de um conjunto 
completo de tritem (cavalo mecânico + semirreboque + semirreboque + 
semirreboque) é de aproximadamente 29 toneladas, com esta nova 
tecnologia, a tara da combinação veicular reduz para cerca de 23 
toneladas. 
 
 
Figura 13: Projeto da carroceria florestal elaborado pela empresa em parceria com a 
Universidade Federal de São Carlos. 
4.3 Novas tecnologias para carrocerias 
 
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Novas tecnologias para carroceria para transporte de cavacos 
com piso móvel 
 
No transporte florestal 
existem diversas modalidades de 
carga, como o cavaco, por exemplo, 
que é utilizado na produção de 
celulose e biomassa. A carroceria 
com piso móvel otimiza o tempo de 
carregamento e descarregamento, 
até mesmo em terrenos declivosos, 
aumenta a produtividade,garante maior segurança nas operações, além 
de proporcionar a descarga horizontal sem necessidade de equipamento 
auxiliar. 
 
 
 
 
A produção brasileira de pneus se deu em 1934, quando foi 
implantado o Plano Geral de Viação Nacional. A concretização desse plano 
ocorreu em 1936 com a instalação da Companhia Brasileira de Artefatos 
de Borracha, no Rio de Janeiro, em que foram fabricados mais de 29 mil 
pneus. 
 
 
 
 
Figura 15: Fábrica de Pneus da Ford no Brasil. Fonte: Ford. 
Figura 14: Carroceria para transporte de 
cavacos com piso móvel. 
Fonte: MATALESP Implementos (2018). 
4.4 Pneus 
 
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Em termos econômicos, o setor de fabricação de pneumáticos e 
câmaras de ar gera compõe 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano 
de 2016, foi responsável pela venda de 70,7 milhões de unidades de pneus 
e geração de 24,2 mil empregos diretos, 115 mil empregos indiretos e 38 
mil pontos de venda ANIP (2016). A FIGURA 16, representa o número de 
fábricas de pneu no Brasil, e a TABELA 1, o nº de fábricas e empregados 
no brasil gerados pela mesma. 
 
Figura 16: Número de fábricas de pneus no Brasil. Fonte: ANIP (2014). 
 
TABELA 1: Nº DE FÁBRICAS E EMPREGADOS NO BRASIL GERADO PELO SETOR DE 
PNEUMÁTICOS E CÂMARAS (2014). 
 
FONTE: ANIP (2014). 
 
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No Brasil a normatização de pneus e aros é feita pela Associação 
Brasileira de Pneus e Aros (ABPA), mas também existem as normas da 
Associação Latina Americana de Pneus e Aros (Alapa). Dentre os custos 
operacionais, os pneus são o terceiro maior custo das frotas, podendo ser 
o segundo dependendo do planejamento e da gestão, perdendo somente 
para lubrificantes e combustíveis, respectivamente. 
O modelo de pneus a ser utilizado pela composição veicular, esta 
correlacionada as condições das estradas, sendo que essas podem estar 
em bom ou mau estado de conservação, neste último caso acarretando em 
um maior desgasto do pneu, riscos de acidentes ou complicações na hora 
do transporte. Visto isso, durante o processo de escolha do pneu deve ser 
analisado as condições da estrada, tipo de substrato, tipos de carga, 
composição veicular, tipo de válvula, protetores, câmaras de ar, aros e 
pressão de inflação. 
 
 
 
 
 
O pneu é composto pela carcaça, talões, parede lateral ou flanco, 
cintas, banda de rodagem, ombro e nervura central. A seguir serão 
explanadas com mais detalhe. 
a) Carcaça: diz respeito a parte resistente do pneu. Deve resistir à 
pressão, peso e choques. Podem ser feitas de nylon, aço ou lonas. A 
carcaça retém o ar sob pressão que suporta o peso total do veículo; 
b) Talões: tem por objetivo manter o pneu fixado ao aro da roda. É 
composto internamente de arames de aço de grande resistência; 
c) Parede lateral (flanco): são as laterais da carcaça. São revestidos por 
uma mistura de borracha com alto grau de flexibilidade e resistência à 
fadiga; 
4.4.1 Estrutura do pneu 
 
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d) Cintas (lonas): diz respeito ao feixe de cintas que são dimensionadas 
para suportar cargas em movimento. Tem por objetivo garantir a área 
de contato necessária entre o pneu e o solo; 
e) Banda de rodagem: seus desenhos possuem partes cheias, 
chamadas de bloco, e partes vazias, conhecidas como sulcos. Visa 
garantir aderência, tração, estabilidade e segurança ao veículo; 
f) Ombro: é o apoio do pneu em curvas e manobras; 
g) Nervura central: proporciona um contato “circunferencial” do pneu 
com o solo. 
 
 
 
Figura 17: Estruturas do pneu. Fonte: GF Pneus (2015). 
 
 
Pneu radial 
 
Sua carcaça é composta por uma única lona de corpo disposta no 
sentido radial de um talão ao outro, passando pela lateral do pneu, onde 
fica disposto o pacote de cintas que se sobrepõe e ficam apenas na área 
da banda de rodagem. Assim, as laterais ficam independentes da banda de 
rodagem, conferindo ampla superfície de contato com o solo, gerando 
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melhor distribuição de carga, o que garante uma melhor aderência, 
capacidade de tração, frenagem, menor aquecimento e desgaste do pneu, 
além da redução de compactação uma vez que a área de contato é maior. 
Outra vantagem dos pneus radiais foi comprovada por testes de consumo 
de combustível que mostraram uma redução de 10% no consumo de diesel 
e rendimento quilométrico de 50%. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18: Estruturas de um pneu radial. Fonte: BRUMA Pneus, p. 20. 
Pneu diagonal 
 
O pneu de construção 
diagonal/convencional, possui uma carcaça 
composta por uma sobreposição de lonas 
têxteis, que saem de um talão e vão até o outro, 
passando pelas laterais e banda de rodagem. 
A orientação dessas lonas é no sentido 
diagonal ao plano de rolamento do pneu, 
formando um só bloco, o que causa maior 
robustez do pneu e maior atrito com o solo e, 
consequentemente, maior aquecimento. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 19: Construção de um pneu 
diagonal.Fonte: CR Motors. 
 
4.4.2 Tipos de trajetos e bandas indicadas 
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Os trajetos podem ser classificados em trajeto urbano, rodoviário, 
regional e misto, sendo fatores importantes na hora de se escolher o 
modelo de pneu e o desenho do sulco mais indicado, além de outros fatores 
importantes como a velocidade média trafegada, a carga transportada e 
posição de montagem. 
 
a) Trajeto urbano – pneu de alta 
severidade: mais indicado para o tráfego 
de cidade que exige manobras, aceleração 
e frenagem variadas. Ex. ônibus, 
caminhões de entrega, que possuem 
trajetos com diversos pontos de parada; 
 
b) Trajeto rodoviário – pneu de baixa severidade: mais indicado para 
viagens longas em rodovias bem asfaltadas. Apresentam como 
vantagem a velocidade e economia de combustível; 
 
c) Trajeto regional – pneu de média 
severidade: é uma média entre o 
pneu de alta severidade e de baixa 
severidade. Mais indicado para 
trajetos com aclives e declives, em 
razão disso muitas frotas optam por 
esse tipo de categoria. 
Figura 20: Pneu trajeto 
urbano. Fonte: GF Pneus. 
Figura 21: Pneu trajeto regional. 
Fonte: GF Pneus. 
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d) Trajeto misto - pneu misto: mais 
indicado para rotas compostas por 
locais com asfalto, rodovias e vias 
urbanas, e trechos com terra. Ex. 
caminhão de lixo, pois enfrentam 
trechos asfaltados e de terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 Diferentes marcas de pneus vêm buscando novas tecnologias na 
fabricação de pneus visando melhor rendimento, segurança e 
adaptabilidade a diferentes condições de trafegabilidade. 
 
a) Bridgestone: pneus da linha Ecopia M792 e R268 são fabricados com 
materiais que reduzem a resistência ao rolamento, o que auxilia na 
redução de consumo de combustível e reduz o desgaste do pneu 
prologando assim sua durabilidade; 
 
b) Dunlop: pneu SP571 na medida 275/80R22.5 que promove 
resistência a picotamentos, cortes e proteção da banda para melhor 
recapagem. O outro modelo é o SP925 nas medidas 275/80R22.5 e 
295/80R22.5. Ele possui sulcos profundos que proporcionam um 
melhor aproveitamento da banda de rodagem original. O design é com 
blocos largos e abertos, que garantem autolimpeza e melhor tração em 
estradas de terra; 
 
Figura 22: Pneu trajeto misto. 
Fonte: GF Pneus. 
4.4.3 Novas tecnologias para pneus 
 
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c) Goodyear: pneu CitymaxPlus e a banda pré-curada Regional Light. 
O pneu Citymax Plus foi desenvolvido para uso urbano tanto em 
caminhões como em ônibus. Possui sulcos com raias centrais largas e 
é composto por materiais que mantêm baixa a temperatura do pneu, e 
o que acaba proporcionando 8% mais quilometragem na banda 
original. Além disso o pneu é composto de quatro cintas 
estabilizadoras de aço que garantem maior proteção para a carcaça e 
melhora o índice de recapabilidade. Outra característica são as bordas 
serrilhadas que aumentar o poder de tração, reduzindo a exigência de 
força do motor, consequentemente reduzindo o consumo de 
combustível. Já a banda pré-curada Regional Light conta com ombros 
arredondados que diminuem o atrito com o solo e minimizam os efeitos 
de arraste lateral, o que também ajuda na preservação da carcaça; 
 
d) Michelin: novo modelo X Incity Z na medida 275/80 R22.5. de uso 
urbano para ônibus e caminhões com rendimento de 10% em 
durabilidade a mais que o modelo Michelin X Incity XZU3. Quando 
novo, possui três sulcos e a partir da meia-vida surgem mais dois 
sulcos. Esta tecnologia, conhecida como Regenion, permite um 
desgaste mais lento e uniforme da banda de rodagem. Outra novidade 
é o tipo de escultura da banda (batizada de Escultura Blocante 3D), 
feita para reduzir a deformação nas acelerações e frenagens. 
 
 
 
 
 
 
 É muito importante conhecer as características dos pneus através 
da leitura da etiqueta que vem junto ao mesmo no momento de aquisição. 
Algumas características do pneu podem ser observadas nestas etiquetas e 
4.4.4 Leitura da etiqueta de pneus 
 
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auxiliam na tomada de decisões, uma vez que os pneus correspondem a 
uma parte considerável no custo do transporte florestal. 
 
A seguir são apresentadas algumas características: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De muita importância a resistência ao rolamento está incluída em uma das 
características notórias para estudos de engenharia de transportes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sob a ótica de segurança da operação de transporte este critério de aderência 
ao molhado se mostra importante para a tomada de decisão em conjunto com as 
características locais e de estradas da região onde ocorre o transporte florestal. 
Fonte: Goodyear. 
RESISTÊNCIA AO ROLAMENTO 
A resistência ao rolamento é a força que se opões 
à rotação do pneu, tendo relação com o consumo 
de combustível, ou seja, quanto menor for a 
resistência ao rolamento, menor o consumo de 
combustível, o contrário também é válido. A 
graduação de resistência ao rolamento vai de “A” 
até “G”, onde “A” é o mais eficiente e “G” é o menos 
eficiente na classe de consumo de combustível. 
 
ADERÊNCIA NO MOLHADO 
A etiqueta mostra neste critério a capacidade de 
aderência de um pneu a uma superfície molhada. 
Dentre os comportamentos têm-se: 
 Distância de frenagem mais curtas; 
 Melhor dirigibilidade em retas; 
 Melhor estabilidade em curvas. 
Fonte: Goodyear. 
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O detalhe da etiqueta no pneu é apresentado na figura 23. 
 
 
Figura 23: Pneu classificado com resistência ao rolamento, d; aderência no molhado, c; e para 
ruído externo, duas ondas. 
 
 
 
 
 
 
 
A etiqueta mostra neste critério uma graduação 
onde uma onde representa o pneu mais silencioso e 
três ondas, o pneu mais sorono e menos eficiente. 
O nível sonoro é medido em decibéis. 
Uma onda: veículos de passeio, comerciais leves, 
caminhões e ônibus (≤69 dB) 
Duas ondas: veículos de passeio, comerciais leves, 
caminhões e ônibus (69 dB < nível de ruído ≤ 72 dB) 
Três ondas: Veículos de passeio (72dB < nível de 
ruído ≤ 78dB). 
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Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) 
existem algumas medidas a serem tomadas para evitar desgaste dos 
pneus sendo elas: 
 
a) Balanceamento de roda: o desbalanceamento de rodas gera 
desconforto ao dirigir, perda de tração, perda de estabilidade, 
desgastes acentuados em componentes mecânicos, além de 
prejudicar o pneu em si; 
b) Pressão dos pneus (calibração): uma baixa pressão nos pneus 
provoca: aceleração do desgaste, pois o material aquece mais; 
maior consumo de combustível devido a maior resistência ao 
rolamento; perda de estabilidade em curvas, pois se tem diferença 
na área de contato com o solo, entre outros. Já um excesso de 
pressão provoca problemas menores quando comparados aos 
causados por uma baixa pressão, sendo eles: perda de 
estabilidade em curvas e desgaste acentuado no centro de 
rodagem, devido ao maior apoio sobre esta área; 
c) Mecânica: a manutenção de amortecedores, molas, freios, 
rolamentos, eixos e rodas garantem a durabilidade dos pneus, caso 
não seja feita, podem afetar a durabilidade dos pneus, acarretando 
em maiores desgastes e redução da segurança; 
d) Rodizio de pneus: é necessário para compensar a diferença de 
desgaste dos pneus, garantindo maior durabilidade e estabilidade 
na direção; 
4.4.5 Manutenção 
 
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e) Alinhamento de direção: desvios mecânicos podem gerar 
desgastes prematuros nos pneus e desalinhamento de direção, 
aumentando os riscos a acidente e deixando o veículo instável. 
Danos causados por irregularidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O transporte de produtos madeireiros desde a floresta até a indústria 
envolve todo um planejamento logístico que visa atender a todos os 
aspectos pertinentes a esse processo. Buscando eficiência e otimização, é 
necessário que as etapas de carregamento, transporte e descarregamento 
sigam boas práticas, além de atender as normas de segurança do trabalho 
e normas do transporte rodoviário de cargas. 
A normatização das carrocerias do transporte florestal ocorreu no ano 
de 2006, com a Resolução 188 do Conselho Nacional de Trânsito 
(CONTRAN), a qual foi revogada para Resolução nº 196 de 25 de julho de 
2006, sendo esta última alterada posteriormente para Resolução nº 246 de 
Causas: 
 Rodas com pressão baixa para a 
carga transportada; 
 Uso de sobrecarga; 
 Rodar vazio devido avarias na 
câmara de ar. 
Causas: 
 Superaquecimento doa talões 
devido: uso excessivo dos freios; 
falta de ventilação entre duplos; 
freios desregulados; 
 Montagem irregular ou aro 
malconservado. 
4.5 
Regulamentação do transporte 
rodoviário 
 
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27 de julho de 2007. Tal Resolução fixa os requisitos técnicos de segurança 
do transporte de toras e de madeira bruta, mesmo que descascadas, por 
veículo rodoviário de carga. 
Dentre as definições previstas na lei, tora são as madeiras brutas com 
comprimento superior a 2,50 metros e essas devem ser transportadas no 
sentido longitudinal do veículo, com disposição vertical ou piramidal, sendo 
esta última empregada em madeiras de espécies nativas, FIGURA 1. Em 
relação a distribuição da madeira na carroçaria, a camada superior deve 
ser simétrica a largura da carroceria; as toras com diâmetros maiores 
devem estar nas camadas inferiores e cada uma das toras deve estar 
encaixada entre duas toras da camada imediatamente inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24: Croqui da disposição piramidal das toras no sentido longitudinal. Fonte: 
Apostila da disciplina de Gestão do Abastecimento florestal – UFPR. 
 
Para o transporte de toras dispostas verticalmente, deve-se utilizar: 
 
a) Painéis dianteiro e traseiro na carroceria do veículo, com exceção de 
veículos extensíveis, com toras acima de oito metros de comprimento. 
No caso de espécies nativas é necessário apenas o painel dianteiro. 
Vale frisar que o painel dianteiro deve possuir largura igual à da 
carroceria do veículo e que a altura máxima da carga deve ser limitada

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