Buscar

Defesa no Processo Judicial

Prévia do material em texto

Defesa 
A defesa ou exceção lato sensu, responde pela bilateralidade do conflito. O autor ataca e o réu se defende. O réu, tanto quanto o autor, vai desenvolver no processo a sua posição contraposta. A posição do réu é tão eminente quanto à do autor, então o instituto da ação é equivalente ao instituto da defesa, pelo próprio reflexo da bilateralidade e, evidentemente, por questão de isonomia, tendo igual direito à prestação jurisdicional.
Em princípio, o réu não pode contra-atacar, mas o direito pode permitir que o réu pratique atos de contra-ataque ao invés de se defender, extrapolando os limites da defesa. O réu, na defesa, enquanto defesa, está limitado a praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, objetive a rejeição ou prejuízo ao pedido do autor.
- Limitação ontológica: prende-se, unicamente, aos atos de rejeição - todo ato do réu que, direta ou indiretamente, busca a rejeição ou o prejuízo do pedido do autor – resistência em juízo.
- Limitações específicas: dentro da própria cognição; exemplo: na ação de desapropriação; embargos à execução; exceção de pré-executividade.
Classificação
→ Quanto a natureza da questão suscitada
● Exceção processual: é contra a admissibilidade do processo, ou seja, sua existência. Diz respeito à idoneidade do processo, se referindo aos pressupostos processuais e às condições da ação. Quando o réu, portanto levanta o não atendimento dos pressupostos e das condições da ação, está se defendendo com relação ao processo em si.
● Exceção substancial: diz respeito ao mérito. 
- Defesa direta: por meio da contestação, atacando a própria pretensão do autor. 
- Defesa indireta estabelecendo uma preliminar de mérito, pois significa levantar uma questão que, embora não apreciando o fundo meritório propriamente dito, se devolve uma questão que é de mérito, mas é uma questão prejudicial à apreciação de qualquer outra questão. Exemplo: decadência (o réu alega decadência do direito, o direito caducou); prescrição (o tempo faz caducar a pretensão); compensação (quando alguém é credor e devedor ao mesmo tempo, os créditos se compensam) e novação.
→ Quanto aos efeitos
● Dilatória: suspende o processo, provocando apenas mera procrastinação, ou seja, demora no tempo do processo. Tem efeito procrastinatório. Como exemplo, exceção de suspeição, impedimento e incompetência.
● Peremptória: é capaz de extinguir o processo caso acatada. Como exemplo exceção de litispendência (quando a mesma ação já está em curso no processo anterior), de coisa julgada (quando a ação já foi julgada em outro processo) e de convenção arbitral.
→ Quanto ao modo de conhecimento, pelo juiz, da matéria tratada
● Objeção: é quando o juiz pode conhecer a questão de ofício, não necessitando de provocação da parte, se tratando de questões de ordem pública. Qualquer questão que o juiz conhecer de ofício, poderá também conhecer por meio de provocação. Aqui não há ônus absoluto da parte suscitada, e sim relativo. Exemplo: incompetência absoluta, coisa julgada e pagamento.
● Exceção: questão que o juiz só pode conhecer se provocado pela parte, visto que não se trata de questão de ordem pública, é voltada para o interesse privado. Exemplo: incompetência relativa. 
→ Extrapolação dos limites (ontológicos) da defesa
Segundo Pontes de Miranda, é uma ação embutida na outra, o réu formula pedido próprio contra o autor. Pode ser feita através de:
● Reconvenção: desde que haja conexão com a ação ou com o fundamento da defesa, devendo, portanto, ter afinidade de questão. Assim, leva igual destino da ação: se um processo for extinto, o outro também será. Exemplo: nulidade e cumprimento do contrato; separação judicial por injúria grave e separação judicial por adultério.
● Pedido contraposto: é baseado nos mesmo fatos da ação do autor, no caso, mesma causa de pedir, é hipótese particularizada de reconvenção. Exemplo: responsabilidade na colisão de veículos.

Continue navegando