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CIVIL - Contestação

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1 
 
MATERIAL DE 2018 
 
Sumário: Resposta do réu, na modalidade “contestação”. 
 
Introdução 
Após a citação válida tem-se estabelecida a relação jurídica processual, que se iniciou com o 
pedido do autor, formulado na petição inicial. 
O réu, regularmente citado, poderá oferecer contestação, sendo as demais respostas previstas 
na legislação anterior (reconvenção e exceção) arguíveis na própria contestação. 
A resposta do réu não é obrigatória, pois poderá o réu reconhecer o pedido que o autor 
formulou ou ainda poderá não oferecer contestação, porém a ausência da contestação 
ocasionará os efeitos da revelia. 
 
Contestação 
1. Conceito 
É uma das modalidades de resposta do réu. 
É uma oportunidade que o réu possui para se defender. É, portanto, um ato de defesa do réu, 
onde o réu deve alegar toda a matéria de defesa, expondo os fatos e o direito que o leva a 
resistir, a impugnar o pedido formulado pelo autor na petição inicial. 
2. Prazos 
Em relação aos prazos, seu termo inicial será (Art. 335): 
 Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
 Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu (quando todas as partes declinarem o interesse pela audiência de 
conciliação); 
 Prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. 
 No caso de litisconsórcio passivo, se todos declinarem interesse pela audiência de 
conciliação o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de 
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. 
 Em causas que não admitam autocomposição, havendo litisconsórcio passivo e o autor 
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da 
data de intimação da decisão que homologar a desistência. 
3. Defesas 
São duas as espécies de defesa que compete ao réu alegar na contestação: processual e de 
mérito. 
Isto porque já vimos que o juiz, ao receber a petição inicial, examina se estão presentes os 
pressupostos processuais e estando presentes passará ao exame do mérito. Deverá o réu na 
contestação especificar as provas que irá demonstrar suas alegações. 
 2 
As defesas processuais (ou formais) devem ser alegadas antes da defesa de mérito e 
classificam-se em dilatórias e peremptórias. 
A defesa processual peremptória nos leva sempre a requerer a extinção do processo sem 
resolução do mérito. O ato que a caracteriza não pode ser refeito. 
A defesa processual dilatória nos leva a protelar o andamento do processo, pois o ato pode ser 
corrigido. 
Para tais correções há prazos e se não regularizados dentro do lapso temporal estabelecido os 
vícios dessa defesa passarão a ser peremptórios. 
Defesas processuais 
Prevê o artigo 337 do CPC que antes de discutir o mérito deverá o réu alegar: 
 Nulidade ou inexistência de citação: trata-se de defesa dilatória porque pode o autor 
requerer nova citação regularizando o ato e também porque o comparecimento 
espontâneo do réu para argüir nulidade supre a falta da citação; 
 Incompetência absoluta e relativa: trata-se de defesa dilatória visando a remessa dos 
autos a quem deve julgar o processo e não extingui-lo. Havendo alegação de 
incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de 
domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. A contestação será submetida a livre distribuição 
ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa 
carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. Reconhecida a 
competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação 
ou a carta precatória será considerado prevento. Alegada a incompetência nos termos 
do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se 
tiver sido designada. Definida a competência, o juízo competente designará nova data 
para a audiência de conciliação ou de mediação. 
o Competência absoluta: a competência é absoluta quando fixada pelos critérios 
material, pessoal ou funcional. Prevalece o interesse público e não pode ser 
modificada pela vontade das partes em foro de eleição, ou pelos fatos 
processuais denominados conexão e continência. O não cumprimento da norma 
gera nulidade absoluta. Quando declarada a incompetência absoluta os atos 
decisórios são nulos e os autos são remetidos ao juízo competente. 
o Competência relativa: a competência é relativa quando fixada pelos critérios 
territorial ou econômico. Prevalece o interesse privado. O juiz não pode declarar 
de ofício a incompetência relativa. Ela depende de argüição da parte contrária em 
preliminar de contestação. 
 
 Incorreção do valor da causa: trata-se de defesa dilatória pois visa apenas ajustar o 
valor da causa e não fulminar o processo de imediato; 
 3 
 Inépcia da petição inicial: trata-se de defesa peremptória porque se a petição é inepta 
o juiz irá indeferi-la e ao indeferir a petição inicial tem-se a extinção do processo sem 
resolução do mérito; 
 Perempção: trata-se de defesa peremptória, pois é uma das causas de extinção do 
processo sem resolução do mérito; Cabe lembrar que perempção é a perda do direito de 
ação, ocorrendo sempre que o autor abandona a causa por três vezes (O abandono da 
causa se dá quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias sem promover 
atos de diligência). 
 Litispendência: trata-se de defesa peremptória. É também uma das causas de extinção 
do processo sem resolução do mérito, lembrando que se tem litispendência quando duas 
ações têm a mesma causa de pedir, o mesmo pedido e as mesmas partes. 
 Coisa julgada: trata-se de defesa peremptória e ocorre quando duas ações são 
propostas com os mesmos elementos, mas o primeiro processo já se encerrou com a 
resolução do mérito transitada em julgado. Quando isto ocorre impede a propositura de 
nova ação, pois existe outra já decidida. Também é causa de extinção do processo sem 
resolução do mérito. 
 Conexão: trata-se de defesa dilatória. Nesta situação o que se deseja é a reunião de 
ações que contenham causas de pedir ou pedidos iguais, objetivando a inexistência de 
sentenças conflitantes. O juiz pode de ofício ou a requerimento das partes determinarem 
a reunião das causas conexas para que a decisão seja simultânea. Se alegada na 
contestação, a conexão conduz ao retardamento do andamento do processo e por isso é 
defesa dilatória. 
 Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: trata-se de 
defesa dilatória porque a ausência de um desses pressupostos processuais pode ser 
suprida, não extinguindo dessa forma o processo. Depois de decorrido o prazo para que 
tais irregularidades sejam sanadas essa defesa passa a ser peremptória. 
 Convenção de arbitragem: trata-se de defesa peremptória, pois é um acordo que as 
partes fazem por escrito que o conflito será resolvido por um árbitro (cláusula 
compromissória) ou que o conflito será resolvido por meio de arbitragem (compromisso 
arbitral). Desta forma não há porque o juiz analisar o mérito, sendo, portanto, defesa 
peremptória. 
 Ausência de legitimidade ou de interesse processual: trata-se de defesa 
peremptória. Ausentes as condições da ação (interesse processual ou legitimidade de 
parte) o processo é extinto sem resolução do mérito. 
 Falta de caução ou prestação que a lei exija como preliminar: trata-se de defesa 
dilatória. Se a lei determinar a caução ou alguma prestação caberá a parte cumprir a 
determinação, mas se não realizado tal ato dentro do prazo especificado a defesa passa 
a ser peremptória. 
 4 
 Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça: trata-se de defesa 
dilatória pois não acarretaa extinção do processo (ao menos imediatamente), mas sim 
que a parte beneficiária passe a arcar com os ônus financeiros do processo. 
Todas as defesas processuais previstas no artigo 337 do CPC poderão ser conhecidas de 
ofício pelo juiz, exceção feita à convenção de arbitragem e à incompetência relativa (§5º). 
Observem, por fim que nos termos do Artigo 317, antes de proferir decisão sem resolução de 
mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
Defesas de mérito 
As defesas de mérito referem-se ao direito material alegado pelo autor no pedido inicial. Na 
defesa de mérito o réu irá impugnar todos os fatos aduzidos pelo autor, alegando (e provando) 
a existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. 
Classificam-se em diretas e indiretas e nos levam a requerer a improcedência da ação. 
Direta: tem-se a defesa de mérito direta quando o réu contrapõe os fatos constitutivos da 
pretensão do autor, alegados na petição inicial. 
Nesta situação o réu nega todos os fatos articulados pelo autor, não trazendo nenhum fato 
novo que possa extinguir ou modificar o direito do autor, sendo que nesta circunstância o ônus 
da prova compete ao autor, devendo provar por todos os meios admitidos, os fatos por ele 
alegados. 
Indireta: tem-se a defesa de mérito indireta quando o réu apresentar em sua contestação a 
existência de fatos que impeçam, modifiquem ou extingam o direito do autor. Nesta 
circunstância há a inversão do ônus da prova, devendo o réu provar tais fatos. 
 
4. Princípios 
As defesas de mérito orientam-se pelos princípios da eventualidade e impugnação específica. 
 Princípio da impugnação específica 
Por esse princípio deverá o réu na contestação contestar todos os fatos deduzidos pelo autor 
na petição inicial. Conforme artigo 341, CPC, os fatos não impugnados são tidos como 
verdadeiros, salvo se a respeito deles não for admissível a confissão (inc. I), se a petição inicial 
não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato (inc. 
II) ou se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto (inc. 
III). 
 Princípio da eventualidade 
Por este princípio deve o réu suscitar na contestação (no prazo de resposta) sua defesa, sob 
pena de preclusão. 
O CPC prevê em seu artigo 342 que depois de apresentada a contestação o réu somente 
poderá incluir novas alegações quando estas forem relativas a direito ou fato superveniente 
(inc. I), quando competir ao juiz conhecer delas de ofício (inc. II), ou quando por autorização 
legal puderem ser formuladas a qualquer tempo e grau de jurisdição (inc. III). 
 5 
5. Revelia (art. 344 a 346, CPC) 
A revelia é a ausência de contestação. 
Se o réu, após ser regularmente citado, não oferecer sua contestação no prazo adequado, será 
considerado revel. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de 
publicação do ato decisório no órgão oficial. 
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, mas receberá o processo no estado em 
que se encontrar. 
A revelia gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, mas o artigo 345 do 
CPC traz algumas hipóteses em que a revelia não gera tal presunção: 
 Havendo litisconsórcio passivo (pluralidade de réus) um deles contestar a ação (inc. I); 
 Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (inc. II); 
 Se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere 
indispensável à prova do ato (inc. III). 
 
 
Reconvenção (art. 343, CPC) 
1. Conceito 
Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa 
com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Permite ao réu “contra-atacar” o autor no 
mesmo processo já instaurado, sempre que esta for conexa com a ação principal ou com os 
fundamentos da defesa. Na reconvenção o réu formula o seu pedido contra o autor. 
A reconvenção decorre do princípio da economia processual, mas não é um dever do réu e sim 
uma faculdade, pois caso o réu não apresente a reconvenção, não estará impedido de 
promover uma ação independente contra o autor posteriormente. 
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito 
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
As partes são chamadas de reconvinte (réu reconvinte) e reconvindo (autor reconvindo). 
2. Características 
Inovação interessante e pertinente do novo CPC é a possibilidade de a reconvenção ser 
proposta contra o autor e terceiro e/ou pelo réu em litisconsórcio com terceiro. Ademais, o réu 
pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. Proposta a 
reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Exceções 
Notem que as exceções, que “antes” eram uma das modalidades de resposta do réu (alegando 
incompetência, suspeição ou impedimento do juízo) foram transformada pelo NCPC. A 
incompetência continua sendo matéria de contestação (conforme já tratamos acima – relativa e 
absoluta), mas a suspeição e impedimento deixam de ser modalidades de resposta do réu para 
 6 
serem deduzíveis em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade 
em que lhe couber falar nos autos nos termos dos Artigos 144 a 148 do NCPC. 
 
 
 
PEÇA PRÁTICA 
 
Júlio, Rubens e Marco Aurélio envolveram-se em acidente de trânsito da espécie comumente 
conhecida como "engavetamento", no qual Marco Aurélio abalroou o veículo conduzido por 
Rubens, que por sua vez colidiu com o dirigido por Júlio, utilizado para transporte autônomo de 
passageiros ("lotação"). Marco Aurélio encontrava-se, na ocasião, em velocidade acima da 
permitida para o local do acidente e seu veículo, conforme atestado em vistoria levada a cabo 
pelo órgão competente, não estava com o sistema de freios em ordem. Rubens, por sua vez, 
observava regularmente as leis de trânsito e seu veículo estava em perfeitas condições, mas 
ainda assim atingiu Júlio. Por causa dos danos causados a seu veículo, Júlio moveu ação, pelo 
rito próprio, contra Rubens, objetivando o recebimento da indenização correspondente. 
QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Rubens, atue em seu favor oportunamente. 
Considere que a ação tramita perante a 2a Vara Cível da Comarca de Santos, local do acidente. 
 
EXERCÍCIO DE MEMORIZAÇÃO 
01- Qual a Justiça, Foro e Juízo competentes? 
02- Quem é o autor? 
03- Quem é a ré? 
04- Que peça deve ser “aparelhada” pela ré? Qual o dispositivo legal? 
05- Quais as formas e momento da resposta? 
06- Há preliminares? Quais? 
07- O que a ré deve requerer nas preliminares? 
08- O que deve alegar no mérito? 
09- O que deve pedir e requerer quanto ao mérito? 
10- Quais os principais documentos que devem comprovar a resposta? 
11- No procedimento sumário quando o juiz decide sobre as preliminares? 
12- Caso o Juiz denegue as preliminares, há recurso? Qual? Em que momento? 
13- Justifique e fundamente a medida adotada.

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