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HISTÓRICO DO PENSAMENTO POLÍTICO_Texto 2

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1 
 
PROCESSO HISTÓRICO DO PENSAMENTO POLÍTICO. 
Quadro 1. 
 
GRÉCIA 
ANTIGA 
IDADE 
MÉDIA 
SÉCULO 
XVI 
SÉCULO 
XVII 
SÉCULO 
 XVIII 
SÉCULO 
XIX 
SÉCULO 
 XX 
 
- PLATÃO 
(427-347 a.C.) 
(Idealismo) 
“A república, o 
político e as 
leis”. 
Alma; 
Classes; 
Virtudes; 
Funções. 
 
- 
ARISTÓTELES 
(384 – 322 a.C.) 
“A política” 
“A constituição 
de Atenas” 
Ética e vida 
digna ao ser 
humano. 
 
 
 
- Queda do 
Império 
Romano 
Ocidental 
(476). 
 
- Época 
caracterizad
a pelo 
parcelament
o do poder. 
- Poder da 
Igreja. 
 
- Santo 
Agostinho 
(354 – 430). 
 
- São 
Tomás de 
Aquino. 
(1225 – 
1274). 
 
- Início do 
Feudalismo. 
 
- Concepção 
Medieval 
- Fim do 
Império 
Romano 
oriental. 
(1453) 
 
- Itália (1330 a 
1530). 
- 
Renascimento 
culto à 
antiguidade. 
 
 
- Inicio das 
grandes 
descobertas. 
 
 
 
-Nicolau 
MAQUIAVEL. 
(1469 – 1527) 
“O Príncipe”. 
 
 
 
 
 
- Jean Bodin 
(1529 – 1596). 
“Res publica” 
 
- François 
Rabelais. 
(1493 – 1553) 
 
- Erasmo 
 
 
- Michelangelo 
 
 
-Revolução 
Gloriosa 
(1688) 
Inglaterra. 
 
 
 
- Thomas 
HOBBES – 
(1588 – 
1679) 
“O Leviatã” 
O empirismo 
como única 
fonte da 
verdade. 
 
 
 
- John 
LOCKE 
(1632 – 
1704) 
“Segundo 
tratado 
sobre 
governo 
civil” 
Lei civil 
deriva da lei 
natural, 
segundo a 
qual todos 
os homens 
são iguais, 
com direito a 
vida, a 
liberdade e 
propriedade. 
 
- Iluminismo. 
 
Charles-Louis 
MONTESQUIEU 
(1689-1755). 
“Espírito das 
Leis” (1748). 
 
 
 
- Jean-Jacques 
ROUSSEAU 
(1712 – 1778). 
“O Contrato 
Social” 
 
 
 
 
 
- VOLTAIRE 
(1694-1778) 
 
- François 
QUESNAY. 
(1694-1774). 
 
- Revolução 
Francesa (1789). 
- ADAM SMITH 
(1723-1790). 
“Riqueza das 
Nações” 
 
- KARL MARX 
(1818 – 1883) 
Frederich 
ENGELS (1820 
– 1895). 
“O Manifesto 
Comunista” 
 
-Immanuel 
KANT 
1724 – 1804 
Criticismo. 
Aproximação 
do ideal. 
 
-AUGUSTO 
COMTE. 
(1798 – 1857) 
Positivismo. 
 
-ALEXIS 
TOCQUEVILL
E. 
(1805 – 1859) 
A democracia 
Na América. 
 
GAETANO 
MOSCA 
publicou a 
primeira edição 
dos Elementi 
de scienza 
política. 
 
-Duas 
grandes 
Guerras 
Mundiais. 
 
-Revolução 
Bolchevique. 
- Socialismo 
Edoard 
Bernstein 
(1850-1952) 
 
-Lenin (1870-
1924). 
Stalin (1879-
1953). 
Socialismo. 
 
-Mussolini 
(1883-1945) 
Fascismo. 
- Hitler 
(1889 – 1945) 
Nazismo. 
- Max Weber 
(1864-1920) 
- Durkheim 
(1858-1917). 
 
-
Globalização 
 
A) “Chama-se Ciência Política o estudo de teorias e casos práticos da política, bem como a análise e a 
descrição dos sistemas políticos e seu comportamento. Consiste, portanto, no estudo do Governo do 
2 
 
Estado no aspecto teórico ou doutrinário, buscando analisar a realidade social e histórica, bem como o 
seu funcionamento.” (De Cicco, 2008, p.151) 
b) “É a Ciência aplicada, que considera os fenômenos da vida do Estado do ponto de vista teleológico*” 
(Jellineck, 1954, p. 15). 
*Teleológico, que relaciona um fato com sua causa final (diz-se de argumento, explicação ou 
conhecimento 
 
O Estado na Antiguidade Oriental 
O que caracterizou o Estado no antigo oriente, apesar de uma ou outra peculiaridade, foi o caráter sacro 
e religioso do poder, sendo o soberano considerado divino e filho dos deuses. 
Outra característica marcante era a identificação total entre poder político religioso, patriotismo e 
religião. 
Havia total concentração de poder. Era o absolutismo ou despotismo absoluto. 
Instituições e pensamento político na Antiguidade 
“Antiguidade – época que se estende desde o aparecimento da escrita até o ano 476 da Era Cristã, data 
do fim do Império Romano do Ocidente – mostra, do ponto de vista político, diferentes aspectos 
conforme se tratar do Oriente e do Ocidente. ” (De Cicco, 2008, p.156) 
 
GRÉCIA ANTIGA Política: 
Derivado do adjetivo originado de polis – politikós, que significa tudo o que se refere à cidade e, 
consequentemente, o que é urbano, civil, público; 
Termo política se expandiu graças à obra de Aristóteles intitulada A Política; 
No início o termo era empregado para designar obras dedicadas à esfera de atividade humana ligadas às 
coisas do Estado (sua natureza, funções e divisão: formas de governo). Na Idade Moderna o termo perdeu 
o significado sendo substituído aos poucos por Ciência do Estado, doutrina do Estado, Ciência Política, 
etc... 
 
Grécia 
Na Grécia, não havia um só governo, mas várias Cidades-estados ou em grego, Polis. Na sua maior parte, 
por volta do século VI a.C. já eram todas repúblicas, mas havia distinções a se fazer. 
 
 
3 
 
Limitando aos autores ocidentais, mencione-se as obras de Ciência Política de Platão e 
Aristóteles, na Grécia. 
Platão – (429 – 347 a. C.) 
Aristócles de Atenas, mais conhecido como Platão de Atenas (429-347 a.C.),3 escreveu o livro Politéia, 
cujo título mais familiar deriva de sua tradução latina, A República ou da Justiça. Nesta obra, o mais 
brilhante discípulo de Sócrates apresenta o que seria a cidade (ou Estado) ideal e, consequentemente, 
justa. 
Os diálogos platônicos são divididos em três fases: jovens, médios e da maturidade. Tais diálogos 
demonstram uma transição evolutiva no pensamento de Platão. Em sua obra A República, da fase dos 
diálogos médios, o pensador apresenta a justiça ideal na cidade. Na obra As Leis, um diálogo da 
maturidade, o pensador em comento apresenta um sistema coercitivo que visa a organizar a polis. 
Segundo sua filosofia idealista, o Estado deve ser, em ponto maior, o que é o homem em ponto menor.4 
Assim, como o homem é governado pela razão, deveria o Estado ser governado pelos sábios filósofos. Tal 
como o corpo com suas paixões e instintos segue o que é determinado pela inteligência, assim os 
trabalhadores devem obedecer aos sábios governantes que possuem os conhecimentos verdadeiros. 
Finalmente, do mesmo modo que o ser humano segue os ditames da razão, mas quem decide é a vontade, 
haveria no Estado uma classe encarregada de defender a Polis contra a subversão dos trabalhadores, para 
se cumprir os mandamentos dos sábios, ou para repelir ameaças externas, e seriam os guerreiros ou 
guardiões. 
Para que essa cidade tenha em seu corpo a justiça, cada ator, os produtores, os guardiões e os sábios, 
deverão agir conforme seus papéis sociais. Entretanto, caso algum indivíduo queira, por qualquer motivo, 
exercer função diversa daquela para qual é apto, haverá então elementos para uma cidade injusta. 
A título de exemplo, um produtor não deve querer ser um guardião, pois não tem capacidade para sê-lo, 
e caso isso aconteça essa cidade será injusta. Por outro lado, um guardião ou um sábio tem condições de 
serem produtores, mas não devem ser, pois se isso acontecer estes não exerceram na plenitude suas 
capacidades e, consequentemente, serão injustos. 
Alguns aspectos interessantes devem ser destacados sobre esta obra, tais como o papel da mulher e a 
organização da família na cidade ideal platônica. No início do Livro V, há uma discussão sobre o papel da 
mulher, que não seria vista como alguém que não mereça espaço nesta sociedade justa. 
Platão não leva em consideração a questão do gênero humano, mas sim a natureza e, bem por isso, a 
mulher poderia exercer qualquer função na cidade platônica, seja produtora, guardiã ou sábia (433d-e). 
Este aspecto é relevante, pois todos deveriam participar da vida pública, tanto na esfera política como 
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4 
 
militar, motivo inclusive pelo qual Platão admirava Esparta.5 A participação feminina nas classes 
superiores proporcionaria uma integração plena e uma perspectiva de unificação da cidade, superando 
as oposições entre homens e mulheres.6 
Outro aspecto interessante seria a licitude de mentir conferida aos dirigentes da cidade, seja para enganar 
os inimigosou os próprios cidadãos, desde que essa medida traga vantagem à comunidade. Vale frisar 
que somente aos governantes seria possibilitada a mentira. Aos demais habitantes é proibido mentir, 
tendo em vista que não têm a sabedoria sobre seus atos. 
Após propor a cidade ideal em A República, Platão repensa alguns aspectos quanto à necessidade de leis 
coercitivas. A partir dessa indagação, propõe sua última obra organizada em doze livros, as leis, que 
consistem em um diálogo entre anciãos que visam tratar da função educativa das leis para os futuros 
governantes. Podemos dizer que nessa obra Platão propõe leis que visam a garantir o bem comum e a 
paz social. (DE CICCO, Claudio, 2018) 
 
Aristóteles (384-322) 
O grande tratadista, filósofo, astrônomo e matemático Aristóteles de Estágira dedicou sua vida a diversas 
obras. No campo político, sua grande e célebre obra foi A Política (A Politéia – Πολιτει′α). 
Ao contrário do que propôs Platão na idealista obra supracitada, seu discípulo, Aristóteles, apresentou 
uma visão realista do Estado, uma visão que buscasse tratar dos sistemas políticos daquela época em A 
Política 
A Política divide-se em oito livros, que tratam da composição da cidade, da escravidão, da família, das 
riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa também as constituições de outras 
cidades, num exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. 
Em seus dois primeiros capítulos, Aristóteles estabelece os fundamentos de sua filosofia política. Assim 
como em sua Ética Nicomaqueia afirma que “o bem é aquilo que todas as coisas visam”,7 em A Política, 
Aristóteles assevera, em 1252 a 3-5, que o “bem próprio visado por essa comunidade soberana é o bem 
soberano”. 
Sobre as formas de Governo, conforme exposto no Capítulo 9, o grande pensador constata que três são 
as formas de governo: a monarquia, a aristocracia e a democracia, sendo que todas devem buscar o bem 
comum da Polis, sob pena de se tornarem formas corruptas ou desvirtuadas, degenerando-se então sob 
a forma de: tirania, oligarquia e demagogia, respectivamente. 
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5 
 
Embora não tenha dedicado toda a obra a fim de construir uma cidade ideal, apresenta inclinação pela 
monarquia, considerando esta a melhor forma de governo e a tirania como a pior. Por conta disso, 
Aristóteles, defende a necessidade da autoridade na pessoa de um rei. 
Quanto à questão da sociabilidade do homem, Aristóteles defende sua sociabilidade natural, afirmando 
que este é um animal social ou zoon politikon. 
Aristóteles dedicou grande parte de sua vida a seu pupilo, Alexandre de Macedônia, para fazer dele um 
monarca justo, amante da cultura grega, o que em parte se verificou no curto reinado do famoso 
Alexandre Magno. 
Instituições políticas romanas 
Roma, originariamente, também foi uma monarquia. Depois, a partir de 509 a.C., tornou-se uma 
república aristocrática, governada por dois cônsules anuais, assistido por magistrados, e mais um Senado 
em que se assentavam os chefes ou patres das famílias patrícias, descendentes dos fundadores da Civitas 
ou Cidade, com direito de veto sobre as assembleias de cidadãos ou comícios. 
O império do Ocidente durou até 476 da nossa era. O império Bizantino se estendeu até 1453, 
quando Constantinopla foi tomada pelos turcos. Foi o imperador bizantino Justiniano que, em 529, 
realizou a compilação do direito romano conhecida como corpus juris civilis, de enorme importância para 
a história do direito. 
 
IDADE MÉDIA 
1. Instituições Políticas medievais 
Queda do Império Romano (476 d.C); 
Época caracterizado pelo parcelamento do poder; 
Poder da Igreja; 
Feudalismo; 
Fim do Império Romano Oriental (1453 d.C.); 
 
2.1Santo Tomas de Aquino (1226 – 1274) d. C.) 
 Afirmava que o homem é, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que 
todos os outros animais. 
Agostinho de Hipona (354 – 430 d. C.) 
Conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos dos 
primeiros anos do cristianismo cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e 
filosofia ocidental. 
 
6 
 
A idade ou Era Medieval se estende da queda do Império Romano do Ocidente, invadido pelos bárbaros, 
em 476 d.C. até a queda do Império Romano do Oriente, quando Constantinopla é tomada pelos turcos, 
em 1453. Esse longo período de mil anos pode ser subdividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. 
A Alta Idade Média vai do séc. V ao sec. XII e a Baixa Idade Média, do séc. XIII a XV. 
Outros Pensadores Medievais 
Outro autor importante foi o inglês John de Salisbury que inspirou a Magna Carta da Inglaterra em 1215. 
Dante Alighieri, autor de Divina Comédia, em sua Monarchia, defendeu o fim das guerras feudais e 
nacionais. 
Marsilio de Pádua, Defensor Pacis, pregava a restauração dos Césares, negando qualquer autoridade além 
da estatal. 
A Magna Carta 
O rei João da Inglaterra sancionou a Magna Carta em 15 de junho de 1215. O documento limitava o poder 
da monarquia inglesa e garantia os direitos dos vassalos. Muitas tradições jurídicas da Inglaterra, incluindo 
o direito a julgamento por um júri e acesso igual à corte de justiça para todos os cidadãos, tiveram suas 
origens na Magna Carta 
 
O pensamento político romano 
Cicero (106-42 a.C.). 
Marco Túlio Cicero, jurisconsulto romano do final de governo republicano. Grande orador, é autor de 
diversos tratados filosóficos sobre o Estado. Sua grande obra a República retirou algumas ideias gregas, 
asseverando a melhor forma de governo é a mista, unindo a monarquia com a aristocracia e a democracia. 
A era seguinte à Idade Média, o renascimento, arrogantemente, considera esse período como era 
obscura. O próprio “médio” já tem em si uma carga de desprezo indicando que o período que se estendeu 
por quase mil anos não passa de um grande intervalo entre o esplendor greco-romano e seu 
Renascimento com a idade Moderna Renascentista 
 
RENASCIMENTO. 
 
O Renascimento foi o período de retorno ao ideal humano dos gregos e romanos na Europa do século 
XVI. “Iniciado, em parte, no século XIV, manifesta-se no século XV e prossegue no século XVI. A 
Renascença representa essencialmente a libertação do espírito crítico”. 
 Na realidade, era a substituição de uma visão teocêntrica, que colocava Deus no centro da filosofia, da 
política, da arte etc., por uma visão antropocêntrica, que colocava o homem no centro de todas as ideias 
filosóficas, políticas e, no séc. XV, principalmente artísticas, visão esta conhecida pela designação muito 
apropriada de “humanismo”. 
 
Mesmo sendo uma Ciência nova, a Ciência política sempre procurou oferecer novos rumos aos homens 
que lidam com o exercício do poder. A Visão Filosófica na Ciência Política registra três versões de 
Filosofia política que teve início no Renascimento com as seguintes obras: 
 Thomas Morus com “Utopia”, Maquiavel com “O Príncipe” e Thomas Hobbes com “O Leviatã”. 
Passagem dos valores medievais teocêntricos para valores humanísticos do Renascimento 
7 
 
A vinda de sábios gregos para as cidades italianas, fugindo dos turcos de Constantinopla, no século XV; 
A perda do senso religioso de unidade com a Igreja devido a inúmeras heresias nos séculos XIV e XV; 
O contato com culturas não cristãs como a islâmica, por ocasião das Cruzadas, a chinesa com as viagens 
de comerciantes genoveses como Marco Polo, as indígenas por ocasião dos descobrimentos marítimos; 
Gosto pelo luxo e requinte com as riquezas do oriente e depois da América., 
 
PENSAMENTO POLÍTICO DO RENASCIMENTO 
 
Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), florentino, escreveu duas obras que marcaram a Ciência Política 
moderna: O discurso sobre as décadas de Tito Lívio (1531), e O Príncipe (1532). 
Por qual motivo Maquiavel continua sendo um autor estudado com grande interesse? 
 
Pela sua análisecentrada na prática política a partir de uma lógica de articulação política, tendo em vista, 
coerência com o projeto, e a análise concreta das relações de força existentes; 
 
No primeiro, elogia o governo dos romanos, propondo-o modelo para os soberanos de tempo e, no 
segundo, propõe uma prática política visando ao êxito a qualquer custo. 
O termo Estado para designar o que antes era república; 
 Não descreve um governante ideal, mas sim, um governante real (bastidores do poder); 
 Manual prático de manutenção do poder; 
Utilização de boas armas (conquistas); 
 Ser temido e amado, caso seja impossível, opte por ser temido; 
Outro ensinamento a ser destacado refere-se aos conceitos de Virtu e Fortuna. 
Virtu consiste em características subjetivas, personalíssimas, singulares, próprias dos governantes e, mais 
do que isso, consiste na capacidade pessoal de dominar os eventos de uma adversidade. O príncipe 
dotado de Virtu amenizará uma situação de caos e maximizará uma situação boa. 
Fortuna consiste no fluxo de acontecimentos que não dependem da vontade humana. 
Constitui exemplo que abriga tanto a Virtu como a Fortuna, um levante popular que independe do 
príncipe (Fortuna), mas este levante é contornado por ele (Virtu). Outro exemplo seria um rio impetuoso 
que tudo arraste (Fortuna), mas é contido por um ato do príncipe (Virtu). 
Quanto à célebre frase atribuída ao pensador em comento: “O fim justifica os meios”, é possível explicá-
la como o fim colimado justificaria então qualquer meio e o bem do Estado ou razão de Estado estaria 
acima de qualquer instância moral. Afastando a ideia de bem comum, faz o bem do Estado se confundir 
com bem do governante. Embora se deva esperar que o príncipe utilize boas armas a fim de atingir a paz 
social. 
A partir desses ensinamentos, denota-se que O Príncipe foi a cartilha de todos os reis absolutos da época 
do autor e, provavelmente, o livro de cabeceira dos ditadores contemporâneos. 
 
 
8 
 
Pensamentos Contratualistas 
 
Entre os séculos XVI e XVII uma das principais questões que ocuparam os debates filosóficos foi em torno 
do surgimento da sociedade civil, ou seja, o que levou os homens a formarem Estados e qual a origem 
legítima de seus governos. É nesse contexto que surgem as teorias contratualistas que postulam um 
estado de relações humanas livre de qualquer ordem social estruturada, chamada de “estado de 
natureza”, anterior ao surgimento da sociedade civil. 
No estado de natureza não havia leis ou normas sociais, governos ou obrigações políticas entre 
governantes e governados. Em um determinado momento os homens sentem a necessidade de criar um 
acordo, um pacto social (contrato social), através do qual reconhecem uma autoridade (governante) um 
conjunto de regras e um regime político dando origem assim, a sociedade. 
 
A Formação originária busca a explicação a partir de uma transformação de uma estrutura anterior. As 
teorias sobre a formação do Estado, desse tipo, dividem-se em Contratualistas e Não-Contratualistas. As 
concepções Contratualistas surgiram entre os séculos XVI e XVIII, a partir da reflexão racional de teóricos 
europeus que, abrindo mão das explicações teológicas para os fatos sociais, optaram por explicações 
baseadas na razão. 
O Contratualismo prega que os homens, antes do surgimento da vida organizada em sociedade, viviam 
em um Estado Natural. Tal Estado é explicado de maneiras diferentes entre os diversos teóricos, que 
buscavam entender como se deu a passagem dos homens do Estado Natural para o Estado Social. É nesse 
momento que surge o "jus Naturalismo", segundo o qual, o homem no Estado Natural tinha direitos 
naturais, que independiam das relações entre os homens. É também esse o momento da contraposição 
ao Absolutismo Monárquico, que era explicado a partir da vontade de Deus. 
 
As teorias Contratualistas do Estado partem do pressuposto que há um consenso hipotético sobre o qual 
repousa a legitimidade do Estado. A legitimidade também estaria assentada na busca do bem comum 
pelo Estado. Na medida em que houvesse um desvio dessa busca, caberia aos indivíduos o direito de 
resistência. 
 
Hobbes, Thomas (1588-1679) 
 
O mais reputado de entre os escritores do séc. XVIII foi o primeiro sistematizador do contratualismo e 
defensor do pacto social como teoria justificativa do Estado. É tido também como teórico do absolutismo, 
embora não o tenha pregado à maneira de Filmer e Bossuet, com fundamento no direito divino. 
“Já nos estágios primitivos, segundo Hobbes em o Leviathan, há situação de desordem, constatada 
quando os homens não têm ações reprimidas pela voz da razão ou por instituições públicas eficientes. O 
homem em estado de natureza é ameaça à sociedade, sempre que a paixão silenciar a razão ou autoridade 
fracassar”. 
9 
 
Para Hobbes, na natureza humana encontram-se três causas principais da discórdia: A competição, a 
desconfiança e a glória (SOARES, 2008, p. 54). 
Para Thomas Hobbes (1588-1679), com sua visão empirista que consistia em afirmar a experiência como 
única fonte verdadeira de que o homem era mau, egoísta e só fizeram um pacto por medo, foi o que deu 
ensejo à organização da sociedade e do Estado. Mostra o autor em O Leviatã, entre outras ações, para 
que o homem abrisse mão de sua liberdade para ter mais liberdade. 
Assim essa sociedade começou logo a pensar em algo que os regulassem: daí um passo, segundo o autor, 
para o surgimento de uma sociedade estável com o advento da criação do Estado (O Leviatã) como um 
instrumento eficaz para combater a violência do homem contra o homem que vivia até então, no seu 
estado de natureza. 
Hobbes distinguiu o Leviatã, duas categorias de Estado: 
O Estado real, formado historicamente e baseado sobre as relações da força, e o Estado racional deduzido 
pela razão. Esse título foi escolhido para mostrar a omnipotência que o governo devia possuir. “O Leviatã” 
é aquele peixe monstruoso de que fala a Bíblia, o qual, sendo o maior de todos os peixes, impedia os mais 
fortes de engolirem os menores. O Estado (Leviatã) é o deus omnipotente e mortal. 
Seu absolutismo é racional e a sua concepção do Estado tende a conformar-se com a natureza humana. 
Para justificar o poder absoluto, Hobbes parte da descrição do estado de natureza: o homem não é 
naturalmente sociável como pretende a doutrina aristotélica. 
No estado de natureza o homem era inimigo feroz dos seus semelhantes. Cada um devia defender - se 
contra a violência dos outros. Cada homem era um lobo para os outros homens. 
Por todos os lados havia a guerra mútua, a luta de cada um contra todos. Cada homem alimenta em si a 
ambição do poder, a tendência para o domínio sobre os outros homens, que só cessa com a morte. Só 
triunfam a força e a astúcia. E para saírem desse estado caótico, todos indivíduos teriam cedido os seus 
direitos a um homem ou a uma assembleia de homens, que personifica a coletividade e que assume o 
encargo de conter o estado de guerra mútua. 
 
JOHN LOCK (1632 – 1704) 
 
Em sua obra, Ensaio sobre o Governo Civil, (1690), em que faz a justificação doutrinária da revolução 
Inglesa de 1688, desenvolve os seguintes princípios: o homem não delegou ao Estado senão poderes de 
regulamentação das relações externas na vida social, pois reservou para si uma parte de direitos que são 
indelegáveis. 
Em seus dois Tratados sobre o governo civil (1690), John Locke criticou a teoria do direito divino dos reis 
e afirmou que a soberania não reside no estado, mas no povo. Também escreveu Pensamentos sobre a 
educação (1693) e Racionalidade do cristianismo (1695). 
 
Julgava que o homem, antes do estabelecimento do governo, vivia num estado natural, sem lutas e 
anarquias. Portanto Locke considerava fundamental a ideia da lei natural, uma norma objetiva, emanada 
de Deus, que a razão humana adaptava. Assim, antes de os governos existirem, os homens possuíam 
10 
 
direitos iguais, entreos quais a liberdade, a vida e a propriedade. Cabia ao governo proteger esses direitos 
(o que limitava seu poder) baseado no consentimento. 
 
Locke é o filósofo político que mais claramente descreveu as democracias liberais do Ocidente. Tanto a 
Declaração de Independência quanto a Constituição americanas trazem a sua marca, por sua ênfase nos 
direitos individuais; pela presença de um sistema de restrições e de divisão de poderes criado para impedir 
a concentração de poder em qualquer corpo de governo; pela ênfase dada ao papel do governo na defesa 
da propriedade privada. 
 
John Locke (1632 - 1704), considerado por muitos o teórico da Revolução Inglesa de 1688, John Locke foi 
também considerado a principal fonte de ideias que orientaram a luta de independência norte-americana 
em 1776. 
 
Fundador da escola do empirismo, filósofo inglês, precursor do Iluminismo. Estuda medicina, ciências 
naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Participa da Revolução 
Inglesa, em 1688. Passa vários anos na França e na Holanda. Representante do individualismo liberal, em 
sua principal obra, Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690, propõe que a experiência propõe é a 
fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão. 
 
Em seus dois Tratados sobre o governo civil (1690), John Locke criticou a teoria do direito divino dos reis 
e afirmou que a soberania não reside no estado, mas no povo. Também escreveu Pensamentos sobre a 
educação (1693) e Racionalidade do cristianismo (1695). 
John Locke (Ensaio sobre o governo civil) e Rousseau (Du contrat social) tiveram seus estudos naquilo que 
Montesquieu chamou de Teoria da Divisão de poderes s também contribuíram para a construção da 
"separação de uma teoria universal. 
 
Suas obras políticas dirigem-se especialmente contra a linha de argumentação absolutista. Julgava que o 
homem, antes do estabelecimento do governo, vivia num estado natural, sem lutas e anarquias. Portanto 
Locke considerava fundamental a ideia da lei natural, uma norma objetiva, emanada de Deus, que a razão 
humana adaptava. Assim, antes de os governos existirem, os homens possuíam direitos iguais, entre os 
quais a liberdade, a vida e a propriedade. Cabia ao governo proteger esses direitos (o que limitava seu 
poder) baseado no consentimento. 
 
Locke encara o governo como troca de serviços: os súbditos obedecem e são protegidos, a autoridade 
dirige e promove justiça, o contrato é utilitário e a sua moral é o bem comum. No tocante à propriedade 
privada, Locke afirma que ela tem a sua base no direito natural: 
 
11 
 
O Estado não cria a propriedade, mas reconhece - a e protege-a. Locke pregou a liberdade religiosa, sem 
dependência do Estado, embora tivesse recusado a tolerância para com os ateus e combatido os católicos, 
porque estes não toleravam outras religiões. 
 
As liberdades fundamentais, os direitos à vida, como todos os direitos inerentes à personalidade humana, 
são anteriores e superiores ao Estado. 
 
Está ligado à separação de poderes e à abertura para o Estado Liberal oitocentista. Desenvolveu o 
contratualista com bases liberais, opondo-se ao absolutismo de Hobbes. Locke foi o vanguardista do 
liberalismo na Inglaterra. 
Locke foi ainda o precursor da teoria dos três poderes fundamentais, desenvolvida posteriormente por 
Montesquieu. 
 
“Na estrutura clássica do binômio estado de natureza e estado civil e político, John Locke (1632-1704) 
começa por reinvestir o estado de natureza de direitos fundamentais; à liberdade, ao trabalho, à 
propriedade privada, que não outra coisa senão uma extensão da propriedade que tem cada um de seu 
corpo e fruto do trabalho de seu corpo. O contrato lockiano tem então, um objetivo fundamental de 
preservação. Trata-se de garantir estes direitos naturais no direito positivo. (BILLIER, 2005, p. 146). 
 
JEAN JACQUES ROUSSEAU (1712 – 1778) 
Foi a figura mais proeminente da corrente Contratualista e podemos ainda dizer que é ele o pai do 
nacionalismo moderno. Dentre todos os teóricos do voluntarismo, destacou-se pela amplitude da 
formação dos Estados - Discurso sobre as causas da desigualdade entre os homens e contrato social –. A 
sua teoria teve grande divulgação em todos os tempos, e foi recebida como evangelhos revolucionários 
da Europa e da América, no séc. XVIII. 
 
Rousseau estudou diversos campos da filosofia social. O Jean-Jacques contrato social é uma defesa 
clássica da forma democrática de governo. Para adotar decisões importantes, Rousseau confiava na 
"vontade geral" de um povo, expressado no voto da maioria. Esta confiança contrasta com as ideias dos 
filósofos que defendiam os direitos individuais e minoritários. 
 
Do Contrato Social, Jean-Jacques Rousseau, afirmava que o homem no seu estado primitivo, era bondoso, 
e a sociedade surge pela sua vontade de viver harmoniosamente. O povo como soberano foi o que ele 
defendeu, suas ideias deram ensejo a Revolução francesa. 
No seu ponto de partida, a filosofia de Rousseau é diametralmente oposta à de Hobbes e Spinoza. 
Segundo a concepção destes, o estado natural primitivo era de guerra mútua. Para Rousseau o estado de 
natureza era de felicidade perfeita: o homem, em estado de natureza, é sadio, ágil e robusto, encontra 
facilmente o pouco que precisa. 
12 
 
 
Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social) - Defendia que a passagem do Estado Natural para o Estado 
Social é a garantia do exercício da liberdade de todos. O contrato social seria a garantia que as liberdades 
individuais não entrassem em choque entre si. O Estado criado por esse contrato seria a garantia do 
princípio de igualdade dos pactuantes. O Estado seria a representação da vontade de todos, da vontade 
coletiva, da soberania popular. 
 
Entretanto, para sua felicidade, a princípio, e para a sua desgraça, mas tarde, o homem adquiriu duas 
virtudes que o afastam dos outros animais: a faculdade de resistir e a faculdade de aperfeiçoar-se. Sem 
essas capacidades a humanidade teria ficado eternamente na sua condição primitiva, e assim, 
desenvolveram a inteligência, a linguagem e todas as outras faculdades em potencial. 
Os que acumulavam maiores posses passaram a dominar e submeter os mais pobres. A prosperidade 
individual tornou os homens avaros, licenciosos e perversos. 
 
"Discurso sobre as Ciências e as Artes", Rousseau sustentou que o homem, naturalmente bom, foi 
corrompido pela sociedade e pela civilização. Através da leitura de suas obras podemos ver que 
Rousseau tentou inocentar os homens ao encontrar na depravação social um estado de inocência e 
pureza. Ao escrever "Contrato Social, ou "Princípios do Direito Político"(1762), encontrou uma forma que 
conservaria nos indivíduos a igualdade e a liberdade que a natureza lhes dera. No Estado de 
natureza o homem tem a liberdade natural não a verdadeira liberdade (convencional), não obedece a lei 
mais aos próprios instintos. 
 
13 
 
 
o estado de natureza não havia leis ou normas sociais, governos ou obrigações políticas entre 
governantes e governados. Em um determinado momento os homens sentem a necessidade de 
criar um acordo, um pacto social (contrato social), através do qual reconhecem uma autoridade 
(governante) um conjunto de regras e um regime político dando origem assim, a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE AS DOUTRINAS JUSNATURALISTAS 
 
 
 
 
 
 
 HOBBES LOCKE ROUSSEAU 
Perfil do 
homem 
natural 
Dominado por 
desejos, paixões, 
egoísta e 
autocentrado, livre e 
igual, insociável. 
Livre e igual, racional. O homem é bom por natureza, 
é a sociedade que o corrompe. 
Razão Conceito de razão 
cálculo; é obtida, 
não nasce conosco 
nem é adquirida. 
(crianças e loucos 
estão fora do 
contrato por 
incapacidade de 
entender o Estado) 
Liberdade é dada pela lei 
natural; a razão é quem 
dá a lei natural. A razão é 
regra comume medida 
que Deus deu a todos os 
homens. A razão é o modo 
de cooperação entre os 
homens. 
O homem é livre somente 
quando obedece a lei que ele 
mesmo se deu. A lei deve se 
justificar diante da razão (é 
racional para o homem 
“emancipado” ser livre e 
igual) 
Estado 
de 
natureza 
Estado de natureza 
como Estado de 
guerra (fruto do 
confronto dos 
desejos). 
Todos tem o poder 
executivo da lei de 
natureza (doutrina da 
virtude natural). 
Devido a este fato surgem 
vários fatos 
inconvenientes no Estado 
de natureza. 
Estado de natureza é 
diferente do Estado de 
guerra. 
No Estado de natureza o 
homem tem a liberdade 
natural não a verdadeira 
liberdade (convencional), 
não obedece a lei mais aos 
próprios instintos. 
14 
 
- SÉCULO XVIII – MONTESQUIEU (1689 – 1755) 
 
 
 
• O Espírito das Leis, publicado em 1748, é o livro no qual Montesquieu elabora 
conceitos sobre formas de governo e exercícios da autoridade política que se 
tornaram pontos doutrinários básicos da ciência política. 
 
• Montesquieu e a teoria da tripartição dos poderes (1689-1755) (Executivo, Legislativo e 
Judiciário; 
Para Montesquieu, em qualquer Estado devem existir três tipos de Poder: o Executivo, o 
Legislativo e o Judiciário. Esses poderes, que correspondem às funções do Estado, podem ser 
articulados de várias maneiras. Entende-se, então, que tal articulação favorece tanto o equilíbrio 
do poder do Estado em relação à liberdade dos indivíduos, evitando o poder absoluto, quanto 
ao de manter o controle interno das instituições estatais, no sentido de observância das ações 
seguirem a legislação estabelecida. Tal articulação integrou não só as modernas teorias do 
Estado, como também a prática política dos Estados Modernos. 
Cada poder não deve agir por sua própria conta, caso assim fosse, as arbitrariedades seriam 
inúmeras. Deste modo, Montesquieu não trata da separação e independência dos três poderes, 
mas sim de uma combinação entre eles, de modo a se limitarem mutuamente, formando um 
equilíbrio. Modernamente essa ideia é nomeada de freios e contrapesos (checks and balances). 
 
15 
 
 
No campo político, um grande autor iluminista foi Charles Secondat de la Brède, barão de 
Montesquieu (1689-1755). O iluminismo de Montesquieu é particularmente acentuado pela 
importância da racionalidade em sua exposição do significado do Estado como instituição não 
só política, mas também social e jurídica. Tal concepção de Estado integra a ideia de Estado 
moderno, como garantia para os cidadãos contra a vontade individual do soberano. 
Entusiasmado pela República de Roma, na Antiguidade, e pela Inglaterra nos tempos modernos. 
Desse modo as obras de Montesquieu podem, então, ser consideradas do ponto de vista 
metodológico como resultantes do método comparativo da História. 
• Diversas foram suas obras, mas sem dúvida a mais lembrada até hoje é O Espírito das Leis, 
que pretende buscar a origem do sistema legislativo nas características climáticas, étnicas e 
culturais de um povo. 
 
KARL MARX (1818 – 1883). 
 
Histórico: 
 Acontecimentos significativos do período - O capitalismo consolidado e suas contradições: 
- Progresso tecnológico; 
- Produtividade nas fábricas; 
- Comuna de Paris (1871); 
- Sindicatos – Greves; 
 
Obras: O Capital, Manifesto Comunista, Ideologia Alemã etc. 
 
-Infraestrutura: 
Conjunto de forças produtivas e das relações sociais de produção. É a base sobre a qual se 
constituem as demais instituições socais. 
 
- Superestrutura: 
 Na produção da vida social os homens geram também outra espécie de produtos que não têm 
forma material e que vêm a ser as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e 
estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, 
representações coletivas, etc. Este conjunto é chamado de superestrutura. 
16 
 
 
- Classes Sociais: 
Marx não deixou uma teoria sistematizada sobre as classes sociais, a qual acabou por ser 
constituída a partir dos elementos contidos em seus distintos trabalhos. 
Outro conceito fundamental do marxismo é o de classe social. Para Marx, liberdade e justiça, 
direitos inalienáveis e considerados naturais pelo liberalismo, não resistem as evidências das 
desigualdades sociais promovidas pelas “relações de produção”, que dividem os homens em 
proprietários e não proprietários dos meios de produção. 
Dessa divisão se originam as classes sociais: os” proletários” trabalhadores despossuídos dos 
“meios de produção”, que vendem sua força de trabalho em troca de salário – e os “burgueses” 
– que, possuindo meios de produção sob a forma legal da propriedade privada, apropriam-se do 
produto do trabalho de seus operários em troca de salário do qual eles dependem para 
sobreviver. 
Para Marx, a história da humanidade é a história da disputa constante por interesses que se 
opõem. As divergências e os antagonismos entre grupos estão subjacentes a toda relação social, 
nos mais diversos níveis da sociedade, em todos os tempos, desde o surgimento da sociedade. 
 
- Luta de Classes; 
Para Marx e Engels, a história das sociedades pode ser descrita como a história das lutas de 
classes. 
A relação entre classes caracteriza-se pelo antagonismo de interesses e sustenta-se na 
exploração e em diversas formas de opressão social, política, intelectual, religiosa, etc. A 
relação entre classes não pode ser outro senão conflitiva, ainda que apenas potencialmente. 
A luta de classes relaciona-se diretamente à noção de mudança social. É por meio da luta de 
classes que as principais transformações estruturais são impulsionadas, por isto ela é 
considerada o “motor da história”. A classe explorada constitui-se no mais potente agente da 
mudança. 
 
- Sociedade Capitalista: 
 
Marx considerava a sociedade capitalista a forma de organização mais desenvolvida e mais 
variada de todas já existentes. O estudo desta sociedade permitiria a compreensão de outras 
formações socioeconômicas anteriores e desaparecidas, como as sociedades primitivas, as 
escravistas, as asiáticas e as feudais, “sob cujas ruínas e elementos ela se edificou, de que certos 
17 
 
vestígios ainda não apagados, que continuam a existir nela, se enriqueceram de toda a sua 
significação. 
Para Marx o ponto de partida para o entendimento da história da humanidade “são os indivíduos 
reais, a sua ação e as suas condições materiais de existência, quer se trate daquelas que 
encontrou já elaboradas quando do seu aparecimento, quer das que ele próprio criou.” 
O método de abordagem marxiano foi chamado posteriormente de materialismo histórico. 
De acordo com tal concepção, as relações materiais que os homens estabelecem, o modo como 
produzem seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações. 
 
Acresce que a Revolução Francesa suprimira, por intermédio da Lei Chapelier de 1792, as 
corporações de trabalhadores vigentes na Idade Média e no Antigo Regime, sob a acusação de 
que eram contra a liberdade individual. Com isso os trabalhadores ficaram desamparados diante 
das crises que se avizinharam, pois a Revolução Industrial ameaçava substituir o operariado 
pelas máquinas. 
Os operários perderam posição quando chegaram as máquinas a vapor e os teares mecânicos. 
A lei da oferta e da procura levou o proletariado a aceitar condições péssimas de trabalho, com 
baixíssimos salários para sobreviver, situação quase análoga à escravidão. 
Na França, desde 1848, os socialistas realizaram várias manifestações que culminaram com a 
proclamação da Segunda República Francesa. 
Um dos líderes da época foi Proudhon, que definia: “A propriedade é um roubo”. 
A Constituição de 12 de novembro de 1848, suprimiu a propriedade industrial e estabeleceu a 
participação obrigatória dos operários nos lucros das empresas, com a criação de oficinas 
nacionais. O Presidente da República deveria ser eleito pelo sufrágiouniversal. 
A Revolução de 1848 repercutiu em toda a Europa, dando origem aos movimentos socialistas da 
Alemanha e da Itália, cujo maior doutrinador foi Karl Marx (1818-1883), autor de O Capital 
(1867), em que denunciava a injustiça social. 
O marxismo não é só o materialismo, é uma filosofia do processo histórico de luta de classes: a 
grande explicação que se contrapõe à sociedade de classes como algo “natural” do século do 
18 
 
Iluminismo. A verdadeira luta que se trava é pela posse dos meios de produção. Assim como a 
burguesia venceu os aristocratas com a Revolução Francesa, será por sua vez vencida pela classe 
dos trabalhadores caso estes se unam. A infraestrutura econômica é quem decide, o mais se 
caracteriza como superestrutura: religião, arte, filosofia, direito, moral, política. 
Diz o filósofo italiano Gioele Solari analisando o pensamento de Marx “O caráter científico do 
socialismo marxista não lhe advém de sua dependência das ciências físicas e naturais. O 
marxismo tem origem filosófica, não científica, e suas lutas são de fato independentes do 
movimento materialista que se desenvolvia contemporaneamente na Alemanha, sob a 
influência dos estudos físicos e biológicos. O mundo físico e natural estava fora da especulação 
marxista como ele estava fora da especulação de Hegel”.11 
E mais: “Marx estuda, materialisticamente, a história e, com isto, entende encontrar a base nova 
e positiva do movimento socialista”12 (…) “Marx não pretende considerar a história 
prolongamento da natureza e de suas leis, antes admite como vimos o voluntarismo nos fatos 
históricos e com isto exclui o determinismo físico materialista”.13 
E explica: “Compreender a História significava compreender a ‘fatalidade histórica’ do 
socialismo, a necessidade própria das coisas, a necessidade imanente na história, sem o caráter 
de determinismo e fatalismo. É preciso não esquecer que para Marx são os homens mesmos 
que fazem a História”.14 Conclui então: (…) “Não esqueçamos que Marx mais do que na escola 
dos fatos tinha se formado intelectualmente na escola de Hegel: ele procura na História a prova 
renovada da dialética hegeliana”.15 
O que Jorge Frederico Guilherme Hegel (1770-1831) colocava no mundo das ideias: toda tese 
gera uma antítese e do choque entre elas surge uma síntese, que se tornará nova tese quando 
surgir nova antítese, e assim indefinidamente. Marx aplicará ao desenvolvimento histórico 
material: o materialismo histórico dialético. 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
 
 
SUGESTÕES PARA LEITURAS de CIÊNCIA POLÍTICA E FILOSOFIA POLÍTICA 
 
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