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B.F. Skinner e o Comportamentalismo

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I ~ 362 PARTE 8 A Abordagem Comportarnental CIUATORZE 0. E Skinner 363 
Ratos, Pombos e urn Organismo Vazio 
B.F. Skinner nlo apresentou uma teoria de personalidade que possa ser facilmen- 
te contrastada e co~nparada corn outras teo~ias discutidas neste livro. Na verdade, 
ele defi~iitiva~nente n lo apresentou tima teoria da personalidade, nem sua pesqui- 
sa tratou especificamente de personalidade. 0 seu trabalho tentou darconta de to- 
do comportamento, nlo apenas da personalidade, em termos concretos e descri- 
tivos. "Nlo se pode chegar a resultados. ficando sentados e teorizando sobre o 
rnundo interior. Quero dizer aquelas pessoas: atenham-se aos fatos" (Skinner ci- 
tad0 em Hall, 1967. p. 70). Skinnet. argumentou que os psic6logos devem limitar 
suas investigaqdes aos fatos, ao que eles podem observar, manipular e medir no 
laborat6rio. lsso significa uma &nfase exclusiva nas respostas observiveis que 
unia pessoa avaliada fornece e nada mais. A alegaqlo de Skinner era que a psico- 
logia e a ci&ncia do comportamento, do que um organismo faz. 
J i dissenios que essa abordagem foi popularizada por John B. Watson. 0 es- 
pirito da revoluflo comportamentalista de Watson na psicologia, que influenciou 
o jove~n Skinner, continua a existir no trabalho de Skinner, ainda que numa ver- 
s l o mais sofisticada e madura. 0 estudo de Skinner sobre o comportamento C a 
antitese das abordagens psicanalitica, de traqos, desenvolvimentista, cognitiva e 
hu~nanista, dife~indo delas nlo apenas quanto ao objeto de estudo, mas tambem 
em relaqlo B metodologia e aos objetivos. 
Ao explicar a personalidade, a maioria dos outros te61icos busca pistas den- 
tro da pessoa. As razdes, motivos e irnpulsos - as forfas que direcionam nosso 
desenvolvi~nento e comportalnento - originam-se dentro de cada um de n6s. 
]]Skinner, ao contririo, nZo fez refersncia a estados subjetivos internos para expli- 
/]car o comportamento. InfluEncias inconscientes, mecanismos de defesa, traqos e 
outras forfas ~notrizes nlo podem ser observados e, portanto, nlo t&m lugar nu- 
ma psicologia cientifica. Nlo tern mais valor para a ci&ncia que o antigo concei- 
II to teol6gico de a h a . Skinner nlo negava a existCncia de forqas internas, mas ape- nas sua utiildade cientifica. Skinner aplicou raciocinio analog0 aos processos 
fisiol6gicos que nlo s lo observiveis nem relevantes para a ci&ncia. Disse ele: "0 
interior do organismo C irrelevante seja como o sitio dos processos fisiol6gicos, 
seja como o local das arividades mentais" (citado em Evans, 1968, p. 22). 
De fato, ele 1180 via necessidade de buscar, dentro do organismo, alguma 
forma de atividade interna. Para Skinner, os seres humanos s l o "organismos va- 
zios", termo com o qua1 sugeria qile nlo ha nada dentro de n6s que possa ser in- 
vocado para explicar o comportamento em termos cientificos. Assim, no debate 
pessoa-situaqlo, Skinner estava clara e exclusiva~nente do lado do ambiente ou 
situaqlo. 
Outra maneira pela qua1 Skinner se diferenciava de outros te6ricos era na 
sua escolha das pessoas submetidas a experimentos. Alguns te6ricos da perso- 
nalidade concentram-se em pessoas e~nocionalmente perturbadas e outros foca- 
lizam individuos normais ou medianos. Pelo menos um deles baseou sua teoria 
nas pessoas melhores e mais brilhantes. Embora as idCias de Skinner sobre com- 
I / portamento tenham sido aplicadas a pessoas, as pesquisas de sua abordagem comporta~nental utilizaram ratos e pombos. 0 que podemos aprender sobre a 
personalidade h ~ ~ m a n a a partir de pombos? Lembre-se de que o interesse de 
Skinner era por respostas comportamentais aos estimulos, e n lo por experisn- 
cias de inflncia ou sentimentos de adulto. Responder a estimulos C algo que os 
animais fazem bem, algumas vezes melhor do que as pessoas. Ele ad~nitia que o 
;i comportamento humano t mais complexo que o comportamento animal, mas su- 
lgeriu que as diferenqas estlo na intensidade, e nlo no tipo. Ele acreditava que os 
processos fundamentais s l o similares. Assim como uma ciPncia deve dirigir-se 
 do simples ao complexo, os processos mais elementares t&m de ser estt~daclos 
,lprimeiro. Dessa maneira, ele escolheu o comportalnento animal por ser n~ais 
simples que o comportamento humano. 
0 trabalho de Skinner foi de importlncia monumental na psicologia not-te- 
americana. A American Psychological Foundation outorgou-lhe sua medalha de 
ouro e a American Psychological Association concedeu-lhe o Pr&mio de Con~ri- 
buiqlo Cientifica Relevante (1958). Diz a menqlo honrosa: "Poucos psic6logos 
norte-americanos tiveram um impacto t lo profundo sobre o desenvolvi~nento cla 
psicologia e sobre os jovens psic6logos promissores". 0 primeiro livro de Skin- 
ner sobre comportamentalismo. The brknvior- of oi-gor7isins: An experimental 
analysis (Skinner, 1938), foi descrito como urn dos poucos a ~ n u d a ~ . verdadeira- 
mente a natureza desse campo do conhecimento (Thompson. 1988). Skinner tam- 
bem recebeu a Medalha Nacional de Ci&ncia dos EUA e apareceu na capa da Ti- 
ine, definido na manchete como o mais famoso psic6logo norte-americano. Seu 
controverticlo livro de 197 1, Beyond f,Pedorn cii~d digi~ity, tornou-se urn besi .sellrr. 
e fez dele ilma celebridade. 
"Skinner foi, duvante uni curto periodo, o item mais qoelite nos programas de entre- 
vista nacionais e das gl.antles cidades (...) Num m&s, niilh8es de norte-aniericanos ti- 
nhani lido ou ouvido falar dele e de Be,vorldfiee(/or~l nrrd cligrlit~. Ele hi 'complela- 
menle inundado' por coll.espond@ncia, cha~lladas teleF6nicas e visitas (...) Estlanhos 
iam cunipriment&-lo em restaurantes. Tinha, como mencionou unl escritor. 'adquiri- 
do a celebridade de L I I ~ astro de cinema ou da TV' " (Bjork, 1993, p. 192). 
0 trabalho de Skinner teve alnplas aplica~des pllticas. Inventou Llln apare- 
Iho automitico para cuidar de beb&s e foi responsive1 por promover o LISO de mi - 
quinas de ensinar. Publicou um romance bem-sucedido que oferece urn progra- 
ma para o controle co~nportamental da sociedade humana. Tecnicas teraphticas 
originadas apartir desuas pesquisas t&m sido aplicadas em ambientes clinicos pa- 
ra tratar uma variedade de distlirbios que incluem psicose, retardamento ~nental 
e autismo. Suas ttcnicas de modificaqlo do comportamento s l o empregadas eln 
escolas, neg6cios, instituiqijes correcionais e hospitais. 
A Vida de Skinner (1904-1990) 
B. F. Skinner, o mais velho de dois innlos, nasceu eln Susquehanna, na Pensil- 
v8nia; o irnilo morreu aos 16 anos. 0 s seus pais eram pessoas trabalhadoras qlle 
incutiram em seus filhos regras claras de comportalnento adequado. "Fui educa- 
do para temer a Deus, a policia e o que as pessoas vlo pensar" (Skinner. 1967. p. 
407). A sua mle nunca se desviou de seus rigidos padrdes. 0 seu metodo de con- 
trole era dizer "tsc tsc". A av6 certificava-se de que eIe entendera as pl~niqdes do 
inferno, apontando as brasas do aquecedor da sala de visitas. 0 pai contribui~~ pa- 
ra a educaqlo moral do filho, ensinando-lhe a sina que recai sobre os criniinosos. 
Mostrou-lhe a cadeia pliblica e levou-o a uma aula sobre a vida numa notbria pri- 
s lo estatal de Nova York. 
A autobiografia de Skinner contern muitas refer&ncias ao i~iipacto dessas ad- 
vertsncias na infsncia sobre o seu comportamento adulto. Ele escreveu sobre ter 
visitado uma catedral e tomado cuidado para evitar pisar nas Izlpides do piso; 
quando crianqa, fora instruido de que tal comportamento nlo era adequado. Es- 
ses e outros exe~nplos tomaram-lhe claro que os seus co~nportamentos adultos ha- 
364 PARTE 8 A Abordaqem Comportamental 
via~n sido determinados pelas recompensas e puniqdes (0s "refor~amento":) qLle 
recebera qualldo cr ian~a. Portanto, o seu sistema de psicologia e sua visso das 
pessoas como "sistemas comportamentais complexes de acordo corn a lei." refle- 
riam as suss pr6prias experiEncias na inf2ncia (Skinner, 1971, p. 202). 
Tambtm proftticas sobre as suas opinides deque as pessoas funciona~n coma 
miquinas que operam de mod0 previsivel foram as muitas horas que passou cons- 
truindo dispositivos mecsnicos como vagdes, gangomas, carrosstis, catapultas, ae. 
romodelos e urn canhio a vapor que atirava peda~os de batata e de cenoura naca. 
sa dos vizinhos. Skinner tambtm trabalhou numa miquina de moto-perpCtuo, que 
fracassou perpetualnente. Seu interesse pel0 comportamento animal e tambem 
proveniente da inflncia. Tinha tartarugas, cobras, sapos, lagartos e esquilos como 
animais de estitnaqlo. Um conjunto de pombos adestrados numa feira municipal 
deixou-o fascinado. 0 s pombos encenavam uma corrida. empurravaln um cam0 
de bombeiros art um edificio em chamas e encostavam uma escada nele. Um pom- 
bo treinado, vestindo um chap& vermelho de bombeiro, subia at6 a janela de um 
andar superior para resgatar um pombo em perigo. Posteriorrnente, Skinner trei- 
l~aria pombos para jogarpingue-pong~te e para conduzir um missil at6 um alvo. 
Encontrando uma identidade 
Skinner graduou-se em inglEs no Hamilton College e esperava tornar-se roman- 
cista ap6s a graduaqio. Encorajado pelos comentkios favoriveis sobre o seu tra- 
balho feitos pelo eminente poeta Robert Frost, Skinner constritiu um estddio no 
sot80 da casa de seus pais em Scranton, Pensilvlnia, e tentou escrever. 0 s resul- 
tados foram desastrosos. Lia, ouvia rldio, tocava piano e construia rnodelos de 
navios enquanto esperava por inspiraqio. Pensou em cons~~ltar urn psiquiatra, 
mas para o seu pai seria um desperdicio de dinheiro. Skinner tinha 22 anos e era, 
aparentemente, um fracasso na linica coisa que desejava fazer. 
Mais tarde, referiu-se iquela tpocacomo o seu ano sombrio, o que Erik Erik- 
son chamaria de crise de identidade. A identidade ocupacional de escritor, qile 
construiu cuidadosamente durante os seus anos de universidade e que Robert 
Frost refor~ou, desmoronou e levou consigo o senso de respeito pr6prio. Saiu de 
Scranto para Greenwich Village, em Nova York, mas descobriu que I6 tambtm 
nZo conseguia escrever. Pior. sob o seu ponto de vista, foi que virias mulheres 
desprezaram o seu amor declarado a elas, deixando-o tiio perturbado que marcou 
a fel-ro quente as iniciais de ulna mulher em seu braqo, que permaneceu durante 
anos (Skinner, 1983a). 
Quando ja perdera toda a esperanGa, descobriu uma identidade que Ihe caia 
bem e i qua1 iria se apegar pelo resto da vida. JB que escrever niio havia funcio- 
nado com ele, decidiu estudar o cornportamento humano pelos mCtodos da ci&n- 
cia e nlo da f i c ~ i o . Leu livros de Ivan Pavlov e John B. Watson e resolveu tor- 
nar-se co~nportamentalista. Dessa forma. sua auto-imagem e identidade ficaratn 
seguras. 
Skinner ingressou na Universidade de Harvard em 1928 para estudar psico- 
logia. Nunca fizera nenhum curso na area, mas obteve seu Ph.D. em trEs anos. Sua 
op@o pel0 comportamentalismo levou-o a rejeitar 0s sentimentos e as emo~des 
que tentara retratar como escritor. Urn histonador de psicologia observou que: 
"[Ha] diferengas essenciais entre uma carreira devotada a escrever poesia e ficqio e 
uma outra devotada a promover a causa do comporramentalismo. A primeira reqiier 
2. Em ingl@s. wi!rfo,r e ~ ~ ~ n i r . tarnbdlll traduzido para o portuguPs como "refol-so" (N T.) 
envolvi~nento com processos intrapsiquicos, tais como intuiqio, livre associaqlo, flu- 
xo de consci@ncia e participaqio do inconscienle, bem como a consideraqlo de fan- 
tasias e sentimentos como sendo partes importailtes do ser. A illtima nega isso tudo 
- faz com que as fantasias, os sentimentos e todo o dominio intrapsiquico retluam 
a tima condiqzo de nogbes 'prt-cientificas' (para usar 0 tel-nio favorito de Skinner), 
enquanto se di atenqio ao comportamento observivel e as operaqBes necessirias pa- 
ra registri-lo, predize-lo e controli-lo eficientemente" (Mindess, 1988, p. 105). 
Processos psiquicos apareceln no trabalho de Skinner apenas como objetos 
de escirnio. 
Ele ficou em Harvard at6 1936 com bolsa de estudos de p6s-doutorado. Le- 
cionou, em seguida, na Universidade de Minnesota e na Universidade de India- 
na, retornando a Harvard em 1947. Por volta de seus 40 anos, expehenciou um 
period0 de depress20, que resolveu voltando i sua fracassada identidade como es- 
critor. Ele projetou o seu descontentamento emocional e intelectual no protago- 
nista de um romance, Wulder~ trvo, dando vazio, por meio do personagem, a suas 
frustra~6es pessoais e profissionais (Skinner, 1948). 0 livro, que continua sendo 
editado, j i vendeu mais de 2 milhdes de c6pias e descreve uma sociedade na q~tal 
todos os aspectos da vida sZo controlados por refor~amento positivo, que 6 o prin- 
cipio bisico do sistema da psicologia de Skinner. 
Aos 80 anos, continuava a trabalhar com entusiasmo e dedicasio. Regnlava 
os seus hibitos, registrando a sua produqio dilria e o tempo mtdio gasto por pa- 
lavra publ~cada (dois minutos). Assim, virou um exemplo vivo de sua definiqgo 
dos humanos como sistemas comportamentais que se comportam de acordo corn 
as leis. Construiu em sua casa uma caixa pessoal de Skinner, um ambiente contro- 
lado que fornecia refor~o positivo. Donnia num tanque dc plistico amarelo gran- 
de o suficiente para conter um colchio, estantes e um pequeno aparelho de televi- 
sio. Ia para a cama toda noite hs 22 horas, donnia por trEs horas, trabalhava em 
sua escrivaninha durante uma hora, dormia mais trEs e se levantava Bs 5, para mais 
trEs horas de trabalho antes de caminhar um quil8metro e meio de seu escritorio 
at6 Harvard. Administrava reforqo positivo toda tarde ao ouvir milsica. Certa vez, 
comentou com ttm amigo que fora citado mais vezes na literatura de psicologia 
que Freud. Quando Ihe foi perguntado se esse tinha sido o seu objetivo, respon- 
deu: "ELI pensava que isso era possivel" (citado em Bjork. 1993, p. 214). 
Reforgamento: A Base do Comportamento 
A abordagem skinneriana do comportamento, conceitualmente simples, 6 f ~ ~ n d a - 
mentada em milhares de horas de pesquisa bem controlada. Sua ideia fundamen- 
tal C que 2 comportamento pode ser controlado por suas conseqiiEncias, ou seja, 
pelo que o acompan_h& Skinner acreditava que urn animal ou um ser human0 po- 
deria ser treinado para desempenhar praticamente qualquer aqio e que o tipo de 
reforqamento que se seguisse ao comportalnento seria o respons8vel por determi- 
n8-lo. Assim, quem quer que controle os refor~amento teln o poder de controlar 
o comportamento humano, da mesma forma que um experimentador controla o 
comportalnento de um rat0 de laborat6rio. 
Comportamento 
respondente. Respostas Comportamento respondente 
proiuzidas ou 
a pmir de //Skinner diferencio~t dois tipos de comportamento: respondente e operante. 0 rer- 
estimulos ambien[ais po~ldente envolve uma resposta produzida ou originada a partir de um estimulo 
especificos. especifico. Um comportamento reflexo, tal como a contraq20 ou reflex0 do joe- 
PARTE 8 A Abordagem Comportamental QUATORZE 6. F. Skinner 367 
Animals podem 5er 
condrsronados ao serem 
reforgad05 com comida 
quando exrbem 
comportamentos 
deseja'veis. 
Iho. C uln exemplo. Aplica-se Llln estimulo (ulna batida no joelho) e ocorre a res- 
posta (a perna tli um solavanco). Esse co~nportalnento nlo C adquirido. Ocorre 
automitica e involuntariamente. N l o precisalnos ser treinados ou condicionados 
para produzir a resposta adequada. 
N u ~ n nivel mais alto est i esse tipo de comportamento, que C adquirido. Esse 
aprendizado, chalnado condicionamento, compreende a substituiflo de um esti- 
mulo por outro. 0 conceit0 originou-se no trabalho do fisiologista russo Ivan Pa- 
vlov pot. volta de 1900. Mais tarde, as idCias de Pavlov sobre condiciona~nento 
foram adotadas por John B. Watson como o metodo de pesquisa bisico do com- 
portamentalismo. 
Trabalhando com ciies, Pavlov descobriu que eles salivavam em resposta a 
estimulos neutros, tal como o som dos passos do tratador. Antes disso, a respos- 
ta salivaqiio tinha sido originadapor apeilas urn estimulo: a visZo de comida. In- 
trigado coln essa observaclo, Pavlov e s t u d o ~ ~ o f e n h e n o de f o m a sistemitica. 
Ele fazia soar um sino uln po~ico antes de alimentar um clo. No inicio, o c l0 sa- 
livava apenas em resposta A comida, e nlo ao sino, pois o sino era desprovido de 
significado. No entanto, ap6s ulna s i n e de badaladas duplas seguidas pela co~ni- 
da. o ciio comefou a salivar ao som do sino. Logo, o c8o havia sido condiciona- 
Reforqamento. 0 ato de 
fortalecer unia resposta 
con1 a adiq8o de ulna 
trconipensa. 
aumentando, assi~n, a 
probabilidade de que n 
resposta seja repetida. 
Extinqio. 0 processo 
de elinlinaqlo de uni 
colnporta~llento pela 
retenq80 de 
refol.qaniento. 
clo. OLI treinado. a responder ao sino. Aresposta do c lo deslocou-se da comida pa- 
ra o que, no inicio. havia sido urn esti~nulo neutro. 
0 experiment0 clissico de Pavlov demonstrou a iniportbncia do refor- 
~arnerrto. 0 s cles nl0 aprenderia~n a responder aos sinos. a menos que fosse~n re- 
compensados por proceder assi~n. Neste exemplo, a recompensa foi comida. Pa- 
vlov, entlo, form~ilou ulna lei fundamental para o aprendizado: nZo se pode 
1 estabelecer ulna resposta condicionada na aussncia de reforqo. 0 ato de reforfar 11 uma resposta fortalece-a e aumenta a probabilidade de que a resposta se repita. 
No entanto, uma resposta condicionada estabelecida nlo se sustentari na au- 
ssncia de reforfo. Imagine urn c l o condicionado a responder ao som de um sino. 
Toda vez que o sino toca. o ciio saliva. Ai o experimentador intel~ompe o forneci- 
lnento de co~nida apos tocClo. 0 d o ouve o sino e nada ocorre - nlo hi mais co- 
mida, nem reforso ou recornpensa. Com os toques sucessivos do sino a resposta 
salivaflo do clo diminui em intensidade e freqiizncia. ate niio ocorrer mais nenhu- 
1 ma resposta. Esse processo C chamado extirzp50. A resposta foi removida. OLI ex- itinta, porque os reforfos OLI recompensas a ela nio fora~n mais fornecidos. 
F I G U R A 1 4 . 1 Um aparelho simples de condicionamento operante 
Comportamento operante 
Cornportamento 0 comportamento respondente depende do reforfamento e estd diretamente rela- 
operante. cionado a Llln estimulo fisico. Toda resposra C originada por L I ~ e s t i m ~ ~ l o especi- 
Comportamento fico. Para Skinner, esse colnportalnento era menos importante que o operarrte. 
espontlnea 011 
voluntarialllente que S O ~ O S coodicionados a responder diretamente a muilos esti~nulos em nosso 
atua no alllbienle pa1.a rneio, mas neln todos os comportamentos pode~n ser explicados assim. Muito do 
modifici-lo. cornportamento human0 parece ser espontbneo e nlo pode ser diretamente re- 
montado a uln esti~nulo especifico. Tal comportamento C emitido e n lo origina- 
do por um estimulo. I~nplica agir de unia forma que parece voluntdria. e 1120 rea- 
gir involuntariamente a um esti~nulo ao qua1 tenhamos sido condicionados. 
A natureza e a freqii&ncia do comportamento operante seriio deter~ninadas ou 
~nodificadas pelo I-eforfamento que o acompanha o comportamento. 0 compor- 
tamento respondente nlo t e~n efeito sobre o ambiente. No experiment0 de Pavlov. 
a resposta salivaflo do c lo ao toque do sin0 nada fez para ~ n ~ ~ d a r o sino ou o re- 
~(foqador (a co~nida) que veio a seguir. Eln contraposiflo, o comportamento ope- 
Ijrante atua sobre o arnbiente e, como resultado, modifica-o. 
A caixa de Skinner e o proceeeo de condicionamento operante 
Condicionamento 
operante. 
0 procedimento por 
meio do q ~ ~ a l ulna 
rnuclanqa nas 
conseqiiencias de ulna 
resposta afetar5 a taxn 
na qua1 a resposta 
OCOITe. 
Para ilustrar~nos o processo de condiciorzarnento operante, acompanhenlos o 
curso de urn rato no aparelho tle condicionamento operante de Skinner, ta~nbCm 
conhecido como caixa de Skinner (ver Figura 14.1 ). Ao colocar urn rato sem co- 
mida na caixa. no inicio o seu comportamento C espontbneo e aleatbrio. Ele fica 
ativo. f~~ngando, cutucando e explol-ando o seu ambiente. Esses comportamentos 
siio emitidos, nlo originados: em outras palavras. o rato nZo estd respondendo a 
nenhuln estimulo de seu ambiente. 
Eln a l g ~ ~ m molnento durante essa atividade, o rato presslonard ulna alavan- 
ca OLI barra localizada numa parede da caixa de Skinner. causando a queda de 
uma bolinha de raclo numa vasilha. 0 comportamento do rato (pressionar a ala- 
vanca) atuou sobre o a~nbiente e. como conseqiihcia. modificou-o. Como? 0 
ainbiente agora possui uma bolinha de raqZo. A raf lo C uln reforcador devido ao 
comportamento de pressionar a barra. 0 rato comefa a pressionar a barra coln 
~naior freqiiCncia. 0 que ocorre'? Ele recebe mais colnida - mais reforfo - e, 
368 PARTE 8 A Abordagem Compottarnental 
dessa forma, pressiona a bama ainda mais freqiientemente. 0 comportamento do 
rato esti agora sob o controle dos reforcadores. Suas atividades na caixa s lo me- 
nos aleat6rias e espontbneas, pois passa a maior parte do tempo pressionanclo a 
barra e comendo. 
Se o colocarmos de volta na caixa no dia seguinte, poderemos predizer o seu 
comportamento e controlar suas q 6 e s de pressionar a b a l ~ a ao fornecer-lhe ou re- 
tirar-lhe os reforcadores ou ao fornecC-10s nulna quantidade diferente. Ao retirar- 
Ihe a raqlo, o comportamento operante extingue-se da mesma forma que o res- 
pondente. Se o comportamento n8o reforcado nlo funcionar mais, por n8o trazer 
m a s recompensas, cessari brevemente. Assim, a pessoa que controla os reforca- \ 
'dares tambC1n controla o comportalnento dos avaliados. 
Skinner acreditava que a maior parte do comportamento humano e animal 6 
adquirida por meio de condicionamento operante. Considere a forma como os be- 
b&s aprendem; no inicio, demonstram comportalnentos aleat6rios e espont??neos, 
dos quais apenas alguns s8o reforcados (recompensas com comida. abracos ou 
brinqueclos, por exemplo) pelos pais, irmlos oil por quem cuida deles. A medida 
que forem crescendo, os comportamentos reforcados positivamente, aqueles que 
os pais aprovam, persistirlo, ao passo que os desaprovados pelos pais serlo ex- 
tintos ou descontinuados. 0 conceit0 t o meslno que o do rat0 na caixa de Skin- 
ner. Comportamentos que filnciona~n (pressionar a barra para obter raclo) s8o 
exibidos frequentemente e os que nlo funcionam nlo se repetem. Portanto, o 
comportamento do organismo atua sobre o ambiente, o qua1 atua sobre o compor- 
tamento do organismo sob a forma de reforco. 
VocC pode ver quzo poderoso pode ser o reforyo ein determinar e controlar 
o comportamento. Skinner escreveu que: "0 condicionamento operante molda o 
comportamento como um escultor molda um pedaco de argila" (1953, p. 91). Se 
esse pedaeo cle argila necessitar demais desse reforcador, nlo haveri limite em 
como moldar o seu comportamento - por um experimentador com ulna bolinha 
de rac80, pelo dono de um cachorrinho com um biscoito canino, por ulna mle 
com um somiso, por um chefe com um tapinha nas costas ou pela promessa feita 
por uln governante. 
A partir da infbncia, exibimos diversos comportamentos e aqueles que s8o 
ilreforfados irSo se fortalecer e formar padrdes. Era assim que Skinner concebia a 
'Ipgson~a!i$@,como um padr8o ou_um.c~n~u~o~de~omportamentos operantes. -- 
i 0 que outros psic6logos fiamariam de comportamento neur6tico ou anomalp:- 
I ra Skinner nlo continha mais mistCrios do que o desempenho continuo de com- 
I portamentos indesejaveis que haviam sido reforcados. 
Tendo demonstrado como o comportamento poderia ser modificado por 
meio de reforcamento continuo - ou seja, oferecendo reforqamento depois de 
cada resposta -: Skinner decidiu examinar como o comportamento poderia ser 
modificado se ele variasse a raz8o em que era reforcado. 0 que o levou a essa 
questio foi uma preocupaclo pritica, mais uma quest30 de utilidade do que uma 
curiosidade intelectual. Comecou com as bolinhas de raclo usadas para reforcar 
os ratos em sua pesquisa. Hoje em dia, poclem-se comprar muitos sacos cleboli- 
nhas de rq8o produzidas industrialmente, mas. na dCcada de 1930, os pesquisa- 
dores e os seus azarados estudantes de graduaclo passavam muitas e tediosas ho- 
ras fazendo ~nanualmente essas bolinhas de rape. 0 laboratbrio de Skinner 
precisava de, no minimo, 800 bolinhas por dia para manter os experimentos. Num 
sibado ?i tarde, descobriu que a n8o ser que ele passasse a noite fazendo bolinhas, 
o suprimento estaria esgotado na segunda-feira. Mesmo para um pesquisador de- 
dicado, passar um fim de selnana com a ~niquina de bolinhas de ra@o nlo era 
uma perspectiva atraente. Ocorreu-lhe uma alternativa: por que ele teria de refor- 
far o rato num esquelna de reforqamento continuo, ou seja. toda vez que ele rcs 
pondesse? 0 que aconteceria se recolnpensasse o rato apenas ulna vez por minu- 
to, independentemente cla freqiiCncia coln que ele pressionasse a alavanca em 
busca de comida? 0 resultado surpreendente desse raciocinio foi que Skinner e 
os seus estudantes gastaram menos tempo fazendo bolinhas tle rac8o. Iniciou um 
programa de pesquisas que o levou B sua contribuic80 mais significativa: esque- 
mas de reforcamento. 
, Esquemas de Refor~amento 
Skinner apontou que na vida coticliana fora do laborat6110 de psicologia sZo im- 
proviveis os esquemas de reforca~nento continuos. Nosso comportamento 6 ra- 
ramente reforcado toda vez que ocorre. Um beb& n8o C colocado no colo e acari- 
ciado sempre que chora. 0 s astros cle beisebol n8o consegueln a pontuacBo 
mixima todas as vezes que usam o taco. 0 empacotador do superinercado nlo re- 
cebe uma gorjeta por saco empacotado e o seu grupo musical favot-ito nlo ganha 
um Grammy para todo ilbum que grava. Voc& pocle pensar eln mi~itos outros 
I exemplos de comportamentos que persistem lneslno que sejam reforqados ape- 
nas eventualmente. 
Depois de observar que os seus ratos continuavam a pressionar a barra a uma 
Esquemas de razlo relativamente constante, mesmo q ~ ~ a n d o n60 estavam sendo refor~ados por 
I 
reforSamento. ou razbes de Padrbes resposta, Skinner decidiu investigar diferentes esquentns de reforgarnento para 
fornecimento retirada deter~ninar a sua efetividade em controlar o comportalnento. Elitre as raz6es de 
de reforqadores. reforcamento que ele testou encontram-se as seguintes: 
Intervalo fixo. 
Razlo fixa. 
Intervalo variivel. 
Razlo variivel. 
Urn esquema de reforcamento a intervalos tixos significa que o reforqaclor 
6 fornecido a partir da primeira resposta que ocorre depois cle ter passado um in- 
t e rva l~ f i x ~ de tempo, que pode ser um minuto, tr&s minutos OLI qualquer outro 
period0 fixo. AsincronizacBo do reforco n8o tem nada a ver coln o nhnero cle res- 
postas. Se o rato responde 3 OLI 20 vezes por minuto durante o intervalo fixo, o 
reforcador continua achegar somente depois da passagem de um dado perioclo de 
tempo e da emiss8o da resposta correta. 
-,c H i muitas situacties que ocolvetn segundo o esquerna cle reforcamento a in- 
.i 
,,,~. 
tervalos fixos. Se o seu professor der urn exame no meio do semestre e outro no 
: final, estar6 usando uln esquema de intervalo fixo. Urn emprego no qua1 o seu sa- 
,, , Iirio C pago ulna vez por semana OLI uma vez por m@s funciona nuln esquema de 
intervalo fixo. Voc& nlo C pago de acordo com o nu~nero de itens que produz OLI 
, ;, , que vende (o numero de respostas), mas pelo nilmero transcorrido de horas. dias 
, . . , ' ?-' ou semanas. 
.C' ' ' 
, . 1 As pesquisas de Skinner lnostraram que quanto mais curto o intervalo entre . ' ... 
I + (' . . " ' :as apresentaqties do reforfador, maior a freqiiencia de respostas, cuja razlo de- 
.,,! - + , .: caiu com o aumento do intervalo entre os refol.camentos. A freqiiencia de apare- 
, ,- cimento dos reforcadores tambiln afetou a rapidez de extinqZo da resposta. a qua1 
cessava mais rapidamente se o rato tivesse sido reforcado continua~nente e depois 
o reforqamento fosse interro~npiclo clo que se o rato tivesse recebido reforcamento 
de modo intermitente. 
PARTE 8 A Abordagem Comportamental QUATORZE 6. F Skinner 371 
Um sorr~so de 
aprovagZo do5 pais 
pode reforgar o 
comportamento de 
uma crianga. 
N o esquema de reforlamento de raz5o fixa, os reforfadores s io forneci- 
dos so~nente ap6s o organlsolo realizar urn nirmero determinado de respostas. Por 
exemplo, o experinlentador I-eforfaria ap6s toda d6cima ou vigCsima resposta. 
Nesse esquema, diferenle~nente do esquelna de intervalo fixo, a apresentafio dos 
reforfadores dependc dc quiio rreqiien~emente o avaliado responde. 0 rat0 n i o 
receberi uma bolinha de raf io enquanto n i o elnitir o nhmero exigido de respos- 
'[as. Esse esquema de refor$a~nen~o produz uma taxa mais ripida de respostas que 
jb esquema de intervalo Fixo. 
A taxa mais alta de respostas para o ~rerorqa~nento de razio f ixa tambCln se 
aplica aos seres hurnanos. Num trabalho no qua1 o seu pagamento C determinado 
coin base nulna razio por pep. o quanto voce ganha depcnde do quanto produz. 
Quanto mais itens produzir. maiot- serii o pagalnento. A reconipensa esti direta- 
mente baseada na taxa dc rcsposlas. 0 niesmo C vBlido para um vendedorque tra- 
balha por co~nissiio. 0 pagamento depencle do nilmero de produtos venditlos: 
q ~ ~ a n t o onais vender, niais ganha. E m contraposifiio, uln ve~ldeclor que recebe um 
salArio setnanal gallha a mesma coisa toda semana, indepcndentelnente do nume- 
ro de itens vendidos. 
Mas nem sempre a vida cotidiana pelmite uln esquelna de reforfalnento de in- 
terval~ fixo ou de razio fixa. 0 s reforfadores sio, Bs vezes, apresentados numa base 
variivel. N o esquema de reforfamento a intervalos variaveis. o reforfador pode 
aparecer ap6s duas horas na p~imeira vez, ulna hora e ~neia na segunda e ap6s duas 
horas e quinze minutos na lelreira. Uma pessoa que passa o dia pescando deve ser 
recompensada, quantlo muilo, com base em intervalos variaveis. 0 esquelna de re- 
forfo & determinado pelo apal-ecimenro aleal61io de mordiscadas de peixe na isca. 
U m esquema de refor~amento de razCo variBvel6 baseado num ndmero 
mCdio de resposlas entre rel'orfadores, porCln coln grande variafio em torno da 
\ 1n6dia. Skinnet- verificotl quc o e4quema de reforfa~nenlo de razio variiivel e efi- 
Aproxirna~ijes 
sucessivas. ExplicacZo 
para a aquisigHo de 
comportamento 
complexo. Um 
cornportamento, t a l 
como aprender a hlar, 
soniente seri reforcado 
quando convergir 011 se 
aproximar do 
cornportamento final 
desejado. 
ciente em produzir taxas de resposta altas e estiveis, cotno pode ser alegremente 
co~ihnnado por quem faz apostas em cassinos. Cap-niqueis, roletas, corridas de II - 
cavalo e loteria federal pagam segundo um esquema de reforfamento de razio va- 
ocorre colno resultado de esquemas de reforfamento a intervalos variiveis OLI de 
razBes variiveis. 
As pesquisas de Skinner sobre esquelnas de reforfamento forneceln Lima 
tCcnica efetiva para controlar, modificar e moldar o colnportanienlo. Se voc& for 
responsive1 por ratos. vendedores OLI operirios de uma linha de lnolirageln OLI se 
estiver tentando treinar seu animalzinho de estimafio ou seu filho, essas tCcni- 
cas de condicionamento operantes podem ser dteis para produzir o comporta- 
mento que voc$ deseja 
m5h5: A Modelagem do Comportamento 
N o experiment0 original de Skinner sobre condicionanlento operante, o compor- 
talnenlo operante (pressionar a alavanca) C um comportamento simples: que es- 
pera-se que um rat0 de laborat6rio exiba ao final do percurso de explorafZo de 
seu ambiente. Assim, h6 ulna grandc probabilidade de que tal comportamento ve- 
nha a ocorrer, desde que o experimentador tenha pacisncia suficiente. E bbvio. 
entretanto, que animais e seres humanos demonstl-am muitos comportamenlos 
operantes ~nais co~nplexos que t&m probabilidades de ocorrEncia muito mais bai- 
xas no curso normal dos eventos. Como esses comportamentos complexes s8o 
adquiridos'? Como um experimentador ou um progenitor podem reforfar e con- 
dicionar urn pombo ouuma c r ian~a a desempenhar comportamentos que n5o s io 
passiveis de ocorrer espontaneamente? 
Skinner respondeu a essas questdes com o metodo de aproxirnag8es srrces- 
sivas, OLI modelagem (Skinner. 1953). Em pouco tempo, treinou um pombo a bi- 
car ulna mancha especifica em sua gaiola. A probabilidade de que o pombo bi- 
casse, por si mesmo, precisamente a q ~ ~ e l a mancha era baixa. N o principio, ele era 
reforfado corn co~nida quando simplesmente se virasse em diref io B mancha. De- 
pois, suspendia-se o refoqamento at6 que o pombo fizesse algum movi~nento, por 
menor que fosse, ell1 direfio i mancha. A seguir, era fornecido reforfamento ape- 
nas para ~moviinentos que o levassem para mais perto da mancha. Depois disso, 
o pombo era reforfado somente quando mexesse a cabefa na diref io da mancha. 
Finalmente, ele era reforfado apenas quando o seu bico tocasse a rnancha. Em- 
bora possa parecer um processo demorado, Skinner condicionou pombos em me- 
nos de trts minutos. 
0 procedimento experimental explica. por si mesmo, o termo aproximalRes 
Isucessivas 0 organism0 C reforfado conforme o seu comportamenfo for re apro- 
I ximando, em esthgios sucessivos ou consecutivos, do comportamento final deseja- do. Skinner sugeriu que C de~sa maneira que as crianfas aprendem o comportamen- 
to complexo da fala. 0 s beb$s emitem sons espontdneos e desprovidos de sentido, 
que os pais reforlam ao sorrir. l i r e conversar. Depois de um certo tempo, os pais 
reforfam esse balbucio de formas distintas, fomecendo reforpdores maiores para 
sons que se aproximam de palavras. Com a continuafiio do processo. o refor- 
fainento dos pais toma-se ~nais restrito, fornecido apenas quando do LISO e da pro- 
I nlincia adequados. Portanto, o comportamento complexo de aquisifiio do dominio 
Rda linguagem 6 modelado p o meio de reforfamento dife~ercial em esthgios. 
Skinner fo i responsiivel, urna vez, por modelar o comportamento do psica- 
nalista E ~ i c h Fromm, cujos comentirios durante uma aula o incomodaram. 
372 PARTE 8 A Abordaqem Comportamental 
05 pa15 ensinam 
comportamen tos 
aceita'veis aos seus 
Filhos reforqando 
aquelas atividades que 
se aproximam do5 
comportamentos finais 
desejados. 
"Erich Fromm julyava ter algo a clizer sobre quase todo, porirn corn pouca profundi- 
docle. Quando ele colneqou a argumentar que nAo tramos pombos, decidi que tinha 
de fazer algunia coisa. Escrevi [a urn colega] num pedaqo de papel: 'Olhe a m8o es- 
querda de Fromm. Vou fazer coin que ela fique entrecortando o ar' (...) [Fromm] ges- 
ticulava bastante ao falar e, toda vez que levanlava a mlo esquerda, eLI olhava dire- 
tamente para ele. Se baixasse a mio, eu rneneava a cabeqa e sorria. Em cinco minutos, 
ele estava polpealido o ar [Po vipol-osamente que o sell rel6gio ficava escorregando 
do braqo para a mBo" (Skinnel; 1983a. pp. 150.15 1). 
Comportamento Supersticioso 
Sabemos que a vida n30 6 sernpre tlo ordenada ou bem controlada como os even- 
tos num laboratdrio de psicologia. Somos, ?is vezes, refor~ados acidentalmente ap6s 1, 1te1 . rnos ex~bldo . algu~n comportamento. Como conseqiiencia, esse comportamento, 
que n3o recebeu ou causou reforqo, pode se repetir em s i t c ~ a ~ l o semelhante. 
Considere um exemplo do futebol. Um jogador dos Tampa Bay (FL) Bucca- 
neers estava numa @ssima te~nporada no inicio de sua carreira. Pediu ao seu com- 
panheiro de quarto para trocar de cama con1 ele para que pudesse dormir mais 
pldxi~no clo banheiro. Seu jogo imediatamente depois melhorou. Pelo resto de sua 
carreira, ins is ti^^ em dormir na cama mais prdxima da porta do banheiro em todo 
hotel no qua1 a e q ~ ~ i p e ficava. E o jogador do NFL que abrapva as traves antes 
Comportamento cle cada jogo'? Ele as havia abracado antes de uma jogada bem-sucedida e, por ha- 
supersticioso. ver dado certo, continuou a pritica. Conto~l a uln jornalista que queria que as tra- 
Co~nportamento ves soubessem que ele as amava e que ficassem imdveis quando ele chutasse. 
persistente que ten1 uma 
coincidencia, e nio ilma Skinner chamou esse fen8meno de co~~~porta-tarr~erzto supersticioso e o de- 
I-eloG,io filncional. mo~istrou no laboratdrio. Um pombo faminto foi colocado no aparelho de condi- 
reforqamento recebido. ciona~nento operante e refor~ado a cada 15 segundos num esquema de intervalos 
fixos. E provivel que o pombo estivesse fazendo alguma coisa, exibindo algum 
tipo de comportalnento ou atividade quando a bolinha de r a p 0 refor~adora fos- 
se apresentada. Ele podia estar dando uma volta, levantando a cabep , emperti- 
gando-se, saltitando ou estar im6vel. Qualquer que fosse o comportamento emi- 
tido no Inomento da reco~npensa seria refor~ado. 
Skinner descobriu que om linico reforco era poderoso o bastante para levar 
o pombo a repetir corn maior freqiiencia o colnportamento reforpdo acidental- 
mente, o que aumentava a probabilidade de que aparecesse outra bolinha de ra- 
C H O enquanto aquele comportamento era efetuado. E. com intervalos curtos entre 
os refor~adores, os comportamentos supersticiosos stio adquiridos rapidamente. 
( Assim como os jogadores de futebol dos exemplos anteriores, os comportamen- 
tos supersticiosos oferecidos pelo pombo n lo possuem rela~3o funcional com os 
refor~adores. A conex30 C involuntaria. Nos seres humanos, eles podem persistir 
por toda a vida e requerer apenas refor~os ocasionais para sustenti-10s. 
0 Autocontrole do Comportamento 
0 comportamento C controlado e modificado por variiveis externas ao organis- 
mo. NBo h i coisa alguma dentro de 116s - nenhum processo, impulso ou qual- 
quer atividade interna - que o determine. Entretanto, embora esses estimulos e 
reforgadores externos sejam responsiveis por moldar e controlaro comportamen- 
I Autocontrole. ( to, temos a capacidade de usar o que Skinner chamou de autocontrole, que des- 
A capacidade de exercer 1' 1 creveu como o agir para alterar o impact0 de eventos externos. Skinner n3o esta- 
controle sobre as 
variiveis que va falando de agir sob o controle de algum srlfmisterioso. Ele sugeriu que 
detern~inam nosso podemos, at6 certo ponto, controlar as variiveis externas que determinam nosso 
co~nportamento. comportamento. 
I Skinner prop6s diversas tCcnicas de autocontrole. Na evitaqlo d o estimulo, 
- -~ - 
por exemplo, se a mlisica do aparelho de som do seu colega de quarto o incomo- 
da e interfere nos seus estudos, vocC pode abandonar o quarto e ir A biblioteca, re- 
tirando-se de uma variivel externaque afeta o seu comportamento. Ao evitar uma 
I pessoa ou uma situaqlo que o deixa in-itado, vocC reduz o controle que a pessoa 
ou a situasHo tem sobre o seu comportamento. De maneira semelhante, os alco6- 
latras podem agir para evitar um estimulo que controla o seu comportamento ao 
nlo permitir que se guarde bebida alcodlica em sua casa. 
$ 
Por meio da tecnica de saciedade auto-administrada, exercemos controle 
para nos curarmos de maus hibitos ao exagerarmos o comportamento. Aqueles 
que quiserem parar de fumar podem fumar um cigarro atras do outro por um pe- 
riodo de tempo, tragando sempre, at6 se tornarem t3o enojados e desconfortiveis 
ou t lo doentes que acaba~n largando o vicio. Essa tCcnica tem sido bem-sucedi- 
! 
da em programas de terapia formal planejados para eliminar o hibito de fumar. A 
t6cnica de autocontrole por estimulaqlo aversiva envolve conseqiiEncias desa- 
gradiveis ou repugnantes. Pessoas obesas que queiram perder peso declaram sua 
i n t e n ~ l o aos seus amigos. Se elas n3o mantiverem a sua resolu$3o, enfrentam as 
desagraddveis conseqiiencias de fracasso pessoal, embara~os e critica. No auto- 
reforqo, 116s nos recompensamos por exibirmos comportamentos bons ou dese- 
jiveis. Pode ser que um adolescente que concorde em esforpr-se por uma deter- 
minada nota ou em cuidar de um irmBo ou irml menor recompense a si mesmo 
comprando entradas para um concerto ou roupas novas. 
Para Skinner, entlo, o ponto crucial C que variiveis externas moldam e con-trolam o comportamento. Mas, As vezes, por meio de nossas prdprias a$Bes po- 
demos modificar os efeitos dessas f o r ~ a s externas. 
se '~auu!yS ap ogs!~ uu 'anb Juaju! soluapod .so3!i?ua8 sa~olej ~od anb seu~alxal 
S!aApVA selad s!ulu sepelapom 'lua8ez!pua~de ep soinpo~d ogs seossad sv .(Z.Plii 
e.1n81d J~A) oe5~!.13-eza.1nieu og~saub g og5ela~ mo3 v~e13 a Jauu!yS ap o@!sod v 
-S!SUOs 9 oA!l!~od 0 anb 0s~ud oe 'eUO!3UIIj a~dtuas luau OAIIE~~U O~JOJ~J 0 'OSSIp 
lu?l~ .o~!l!sod 05.1oja.1 o mo3 ow03 s!~A!s!A~J~ og lueJa oeu se!3uanbasuos se 
anb opuaz!p 'olualue1~odmo3 o Je3g!polu e~ed so~!3ou solnlu!lsa ap osn oe as-equ 
-ndo .la,uu!yS .(o!J~I!J~s~ ou no use3 lua OJJV~!~ lun Japuaae oeu) opeiuasa~de JOJ 
la~ylasap 01uau1el~odluo3 o opuenb Jessa3 ahap u!3up!ldlu! v ~aiue~!~dm! e8alo3 
lun no esodsa elun ap oA!sJaAe o[nu~!]sa o .~e]!~a wed .lemlij ap .le~ed apod uossad 
elun .seue!ppo3 sao5sni1s seu o~!le8au o5~oja.1 ap soldmaxa .laA soluapod 
.y~asa~edesap o~pou o~nlupsa o '0s 
-u3 assau :oiualuei~od~o~ op e!~uanbasuo3 lua as-u3g!pom alua!qlue o 'o~!l!sod 
O~JOJ~J 0 om03 m!ssv .epe[asap eisodsa~ u el!lua opepnisa o anb ale yJenu!luo3 
(o3!~1?[a anboq3 lun no ai~oj op!nJ tun omos [el) la~ype~8esap o~nlu~lsa o lenb 'oA!slaAe 
eu a~ue~ado oiua~uuo~~!puo~ ap og3en]!s elun splsalaqelsa~as apod selne ap e[es Oln".'lsa sp o!am lun ~od ap 0e50ma1 slsodsa~ 
eu no o!~o~e~oqe~ ON .e~opesuadmo3a~ og5olua~ ern3 'OA!~OU no oA!sJaAe 01nluji emn ap o~uarn~~a~uilod 
-sa mn o~!le8au ~ope5~oja~ lun 'og5lund anb olusalu o oeu onyu2au oLoJag .oa!leZau o5~ojaa 
'(L861 'UeUJal 
-03 ma opel!3) ,,sa~5!und mesn as apuo JEBII~ ~anb[enb ma no seloxa seu 'sa~sud seu 
malqo as anb sopellnsa~ snem so oes sassg .esom!al erlede sun no Jexle-e.lluo3 ap 
'.~!i?nj ap oladm! o no oes o&nd se~sodsa~ sv ,oze~d oBuo[ ap sopellnsaJ wa3autoj 
o~u suiu 'a~uame~e!paiu! meuo!3unj sela anb sa~5!und se tuo~ opeua ylsa anb 0,. 
'(6861 'u!pzex) o3!is?luop aiua!qtua ou wanu!iuo3 og5!1i]!]su! ep 
seqxj ap eyouosa ap oe5enl!s eu sopauo!3!puo3 so1ualue1~odtuo3 so anb IaAyA 
-o~d s!ulu a oyua .oiaje ap s!eu!s soJino a so5e~qe 'so!o"ola 'sos!.l~os ou103 sa.rop 
-e5.10ja.l u1o3 s!a~yrasap soiuau1e1.1odmo3 ~esuadluo3a~ e sopeu!a~i ulaJoj saluap 
-uaie so as 'saw '(~~61 'SJapuneS a !wndax :ZL~I 'u!zioog a u~pzu~) luu!8!.10; 
opeisa nas oe iua1.1a~a.1 aiua~u~uu~lou sope5.1oja.1 so~ualuei.~odluo~ so 'seq~!j sep 
-13auJoj s!elu ous oeu opuenb ,sepe[asap 01uatuel~odtuo3 ap se5uepnu1 se tue~s!s 
-.lad anb e.wd oiualue5~oja~ ou apep!nu!luoJ JaheL[ aAaa .o~5!1ii!isu! up eJoj ep!A 
? mais!saJ ogu sopexj!polu soiuatuel~odiuos so '[u~aZ lua 'sepeiualualdu~! u1u.1 i 
-04 sula ~enb ou oi!qlug ou seuad~ salua!s!ja oes ssqsg ap w!tuouosa anb ope~yu )I 
-342 as-ulai :sopei[nsa~ sa~uuuo!ssa~dlu! sassa u oe5u[a~ ma u!3ua1.1a~pe etun /i 
'sa~uapuadap souau~ n1e.1 
-eu.loi as sela a e~!iexj!u8!s e.loqlalu aAa1 slu!lsa-olne v .sa]ua!3ed sep opupln3 
olad apup!l!qesuodsa.~ elun81e luu!tunssa a ad!nba u luo3 a1uatule!3os ule!8u~a] 
-UI 'sejaJel seyp ap me~udn3o as luaqtue~ ou~os 'se!uexa3 sup a !s ap uleAup!n3 
seuadu oeu saiua!3ed sv .aiualuap!pualdsa nouo!3unj olLlaLueuo!xpuo3 0 
'omnJ was a sazedwu! sepe.[ap!suo3 meJa saiua!3sd sessa 'o!~!u! assah!] saqxj ap 
.. u!mouo3a ap etu~~80~d o anb saiua 'sew 'sou e.rud saldtu!s .1a3a~ed u~apod seja.1 
-4 sv 'Jequ!mas e~ed salua!3ed se.llno JeAal no so?~!~.las souanbad .laze3 'ele e ~ud 
I 
-m![ e ~upn$ .~od no lel!dsoq op e!JapueAel eu no equ!zo3 eu oq1equ.11 ap opo!.~ad 
~od seqq 01 ale lus!.laqa3ax .apep!~!~e ~od e43g Run tue!JaqaJal 'epe!.~do.tde el 
-!auuu ap ulassllsah as a solaqe3 so ii~asseaiuad 'sulue3 se iuassuuln.lJe 'saiuap so 
massuAo3sa 'epuuZ!sap uJoq eu tuassequeq as ose3 jseq3!j luassaqa3a.l a supe5 
-JojaJ luassoj anb e~ed J!]!UI~ ap ule!~ai saiua!xd se so]uau1e]~odu103 s!enb 
'seqxj oz suuada B!I~A 0801 
-o3!sd tun tuo3 .1eln3!1.1ed o~iuo3ua lun .la!3os aiuais!sse ulun wo3 ~u[n3!i~ud OJ] 
-uo3ua lun a opai[o3sa apspp elad o!assed lun lueJa 'seq31lnOI iuut81xa anb 's0.1 
.og5!und ap osn o anb op s!a~g[asap 'UU030 elsodsa~ I 
soiualusl~odu~os e~ed o~!i!sod O~JOJ~J ap osn o aiua!xja s!ew oi!nlu g .lewou eJ , anb ap apep!I!qeqo~d e 
-ed IEULIOUI! ap no la~yjasap e~ed [a~y[asapu! ap o~ua~e~~od~o~ o ~epnlu e~ed a] ~!nu!rn~p opues!~ 
-ua!xjau! eJa oe_5!und e anb ass!p Jauu!yS .a]ualuepenbape .1e]~odmo3 as lua luaJ 'elsodsa~ emn sods 
-ussux.y ~od sep!und luum oau seqxj ap e!ulouo3a ep saiua!3ed sv .oyJ!undap 
Ol'lrn!lsa mll 
ap os5e3!ldy oe5!und 
zaA ma o5~oja~ aAloAua alue~ado oiualueuo!~!puo~ ap sao5eyde sep e!Jolem v 
.oluamei~odmo3 o Jexj!p , 
-om u~ud 0~.5uluasa~de ap epelibapu s!uw ogzw ens opueu!uua~ap a sopenbapc sa.1 
-0pe5~0ja~ sop eza~nleu e opu!u!jap 'la~y~~asqo oi~~acuei.~odtuo:, o Jexj!pom lua 
yisa 0303 0 .saiua!~suo~u! se~ope~!iolu se3.10~ no soptlu!~daJ semne~i 'sapepals 
-uu seisodns .~eq[eqe~~ ap u~!~e]ua~ elunquau zej as OeN .leossad o1ualu!3sa~3 ap 
apep!un~.~odo e a usa~dma ep o~luap sniels a sao5e3!3!uoq 'S~JOS!AJ~~I~S sop ai.led 
.~od 01uau1!3aquo3a~ 'oqleqe~i ou u5ue~nBas 'oiuatue8ed luanlau! so!3gBau tua sop i 
-esn sa~ope5~oja.1 so .oqleqe~] ap saldlu!s soiuam!pa3o~d Jeulsua s~ed sepesn Jas 
iuapod lu?qme] se3!u3?i sv .oq[eqe~i op t35ueJn8as eu a oquadmasap ou se.loq[am 
e maJeAal ap wale 'apnes-se5uaxl ap sosnqe a SOSeJie 'sou~s!aiuasqe tuaz 
-npaJ S!V~U~UIUUJ~AO~ sepuaZu a seJ!a3ueu!j sao51ni!isu1 'se3!~qyj sapue~8 lua 01 
-ualu~i.iodmo~ ap oa5e3y!polu ap SVUVJ~OJ~ anb as-noq!JaA .u!nsnpu! su a o!:, 
-.l?mo3 ou setualqo~d e aiue~ado oiualueuo!3!puo3 ap se3!u3?1 sepexlde op!s luaL 
.. 
-a3 s!uW SO!~?~!A!J~ so 'Joqlalu oi~enb tun e~ed .lepnul no lu~!dsoq op se!uexa3 
salad .leqi1!tue3 'alulg u111 e .1!1s!ssa ms!pod 'ssq~g luo~ opua8ed .S!ULIJO[ a SUAIII 
'suoiuq .so.1.1~8!3 'seleq J~ldtu03 uwpod 'seq~y ap olauIFu oi.la:, uln mo3 .up 
-!A ap apap!~enb e .leJoqlalu e~ud so!8?l!~!~d a ss!Jopes.laLiI ~u.1dluo3 lue!pod tuaq 
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I -.lni.lad ai~~au~leiuau~ ss ~10s a s!a~yp~ies ai~~atu~eii~atu seossad u103 .soilnpu a sa5 .leuo!sEso @.led 0~104a.l 
-LIV!.IJ UIOJ ep!pa3ns-u1aq op!s iuai o~trauru~~od~rro3 op o_aJu3!Jpotu v .S!Ell0!3L?3 ap s0!d!3u1.1d e3!1de 
anb e!de.lai ap eiu~od 
-npa saiua!qtuu a so!3o%au i~e3!~!13 lua OUUUIII~ oiuau1~1.10dtuo3 o .!e3!j!pou1 e~ed 'o]uame].lodu~o~ 
~auu!y~ ap aiue~ado oiuau~uuo!s!p~~o~ ap su3!i13?1 sa opexlde ulai soZo[p!sd so ap O~~CJIJ!~OW 
376 PARTE 8 A Abordagem Comportamental QUATOKZE 0. F. Skinner ;j// 
Livre-arbitrio 
Natureza 
I 
Experiencias 
presentes 
I 
Universalidade 
Crescimento 
Pessirnismo 
F I G U R A 1 4 . 2 Vie20 de Skinner d a natureza humana 
expericncias infantis s lo mais importantes que as experiEncias mais recentes, pois 
nossos comportalnentos bisicos s lo for~nados na infincia. Isso nio significa que 
o comportamento nlo possa se modificar na vida adulta. 0 que 6 adquiiido na in- 
fsncia pode ser modificado. podendo-se adquirir novos comportamentos em qual- 
queridade. 0 sucesso dos programas de modificaqlo de comportamento confi~ma 
essa af i rma~io. A c r e n p de Skinner de que o comportamento C moldado pelo 
tambCm nos leva a concluir que cada pessoa C dnica. Por sermos mol- 
dados pela experihcia - e todos n6s possuimos experiencias diferentes, particu- 
larmente na infincia - nlo haverri duas pessoas que se comportem exatalnente da 
mesma maneira. 
Skinner nlo se preocupou com a questio de nm objetivo fundamental e ne- 
cessririo neln fez nenhuma referencia a supera~ lo da inferioridade, 2 r e d u ~ i o da 
ansiedade ou ao es fo r~o pela auto-realizaqio. Tais motivos implicam estados in- 
ternos e subjetivos que Skinner nlo aceitava. Qualquer indicaflo de um objetivo 
de vida no trabalho de Skinner parece ser social e nlo individual. Em seu roman- 
ce Wolden Dvo e em outros escritos, discutiu sua noqHo da sociedade humana ide- 
al. Declarou que o colnportamento individual deve ser direcionado ao tip0 de so- 
ciedade que tem a maior possibilidade de sobrevivEncia. 
Quanto a questlo do livre-arbitrio ver-sus determinismo, as pessoas funcio- 
llnam como miquinas, de acordo cam leis. de forma ordenada e predeterminada. 
Skinner rejeitava qualquer sugestlo de um ser interior ou um selfaut8nomo que 
determine urn curso de a ~ i o ou escolha agir livre e espontaneamente. 
Dos escritos acad&micos de Skinner ao seu romance popular sobre uma so- 
ciedade utbpica baseada em condicionamento operante, sua mensagem C a mes- 
controlado por,refor$~~ofe_s,De certo modo, isso signi- 
ou punir as pissoas por suas atitudes. Um ditador que 
ordena o exterminio em massa de milhares de pessoas ou um ser i r i l kiNei-nio po- 
dem ser mais responsabilizados por suas a ~ d e s . do mesmo modo que urn autom6- 
;\vel sem niotorista que se precipita mono abaixo. Ambos agem segundo leis, de 
\\mode previsivel, controlados por varidveis externas. 
Resta-nos uma concepqHo pessimists das pessoas como sendo robes desam- 
parados e passives, incapazes de desempenhar um papel ativo na determinafHo 
de seus comportamentos? Essa nHo C a visHo completa de Skinner. Apesar de sua 
crenGa de que o comportamento C controlado por estimulos e reforpclores exter- 
I'nos, certamente nlo somos vitimas. Ainda que sejamos controlados pelo nosso 
1 ambiente, somos ~.esponsiveis por projetar esse ambiente. Nossos edificios, cida- 
des, bens de consumo. fibricas e instituiqdes governamentais s io o resultado da 
cons t ra~ lo humana. Assim ta1nb6m s lo nossos sistemas sociais, linguas, costu- 
mes e recreaqdes. Mt~damos cont in~~a~nente nosso arnbiente, na maioria das ve- 
. zes, para nosso beneficio. Ao proceclermos assim. agimos tanto como controla- 
' dores quanto como controlados. Projetamos a cultura controladora e solnos 
?' produtos dela. . 4 
. .. 
1 / 1 
C' "Podemos n8o ser agentes livres, mas podemos fazer algurnacoisa con1 relaC8o 2 nos- 
. J ," 
sa vida, apenas se rearranjannos os controles que influenciam nosso compot.tanlento 
, , :> ; ( . . j n80 estou tentando rnudal- as pessoas. Tudo o qtle eu q11el.o fazer 6 mudal- o mun- 
--, ,,L' . , do em que elas vivem" (Skinner citado em Bjork. 1993. pp. 16. 233). 
? 
6' I ' 
I . - . , . 0 mundo pode impor limites i nossa liberdade de mudar. Ao fazer muclanfas. 
f i . . seremos dirigidos e, as vezes, restringidos por situa~des que nos tenham forneci- 
: ' - ~. : do re for~o positivo no passado. Ao agirmos~para ~nudar nosso ambiente, prosura: 
,-' i \ remos maiores oportunidades de re fo r~o positivo e, durante o processp, tnodifica, 
, _ . - remos nosso prdprio comportamento. skinner deixou-nos com um paradoxo, uma 
imagem de homem-mriquina capaz de alterar as condifbes ambientais que deter- 
minam o comporta~nento da mdquina. 
A AvaliagZo na Teoria de Skinner 
Skinner nl0 usou as tecnicas tipicas de ava l i a~ io preferidas por outros tebricos. 
Em seu trabalho 1120 havia espaGo para livre associaflo, interpreta~go de sonhos 
ou tCcnicas projetivas. Por nlo estar lidando diretamente coln a personalidade. 
nlo tinha realmente interesse em avalii-la. No entanto, ava l io~~ o comportarnen- 
to. Note que, na ap l i ca~ io de suas ttcnicas de moclificqHo de comportamento, C 
necessftrio primeiro avaliar comportarnentos especificos, tanto desejiveis como 
indesejiveis. TambCm C precis0 avaliar os fatores ambientais que atuam como re- 
forpdores e que podem ser manipulados para alterar o comportame1ito. N e n h ~ ~ m 
colnportamento pode ser modificado de rnaneira adequada sem ava l ia~ io ante- 
rior. A abordagem skinneriana de ava l i a~ lo do comportamento C cha~nada de 
Anslise Euncional. analise firrrcior~al e envolve tr&s aspectos do comportalnento. 
Abordagem do estudo 
do cOmpOrtamel'to que A freqiiencia do comportamento. 
envolve avaliar a 
freqiiEncia de urn A s i t u a ~ l o na qua1 ele ocorre. 
comportamento, 0 reforso associado a ele. 
a situa~lo na qua1 ele 
ocorre e os reforqadores A menos que esses fatores tenham sido avaliados. n lo C possivel planejar e 
associados a ele. iinplementar um programa de ~nodi f i ca~ io do comportamento. 
Considere uma anilise funcional para fumantes que queiram i ~ i t e ~ ~ o m p e r o 
hibito de fumar. Pede-se a eles que registrem precisamente o nil~nero de c i g a ~ ~ o s 
que furnam a cada dia e as situa~bes nas quais o fazem. 0 ato de fumar ocol-re

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