Buscar

TRABALHO DE MATERIAIS ODONTOLOGICOS (1) (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

30
EDUARDA CANDIÁ SAAD
GUILHERME LOPES DA SILVEIRA
ISTEFANI SOUZA SILVA
LAVÍNIA MONISA
LUARA DA SILVEIRA ROBERTO ALMEIDA
MAYSA GAUDERETO LAURINDO
YASMIN ALVES GOMES
RESINA COMPOSTA
Trabalho apresentado à Disciplina de Materiais Odontológicos da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para aprovação da disciplina.
Professores: Profa. Dra. Ivone de Oliveira Salgado e Prof Dr. Renato Cilli 
Juiz de Fora
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................3
2 BENEFÍCIOS DAS CARGAS.................................................................................4
3 SISTEMA ATIVADOR-INICIADOR E SEUS COMPONENTES.............................5
4 POLIMERIZAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS.................................................7
5 CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS.................................................13
6 USO DAS RESINAS COMPOSTAS PARA FACETAS..........................................24
7 ACABAMENTO DAS RESINAS COMPOSTAS.....................................................25
8 BIOCOMPATIBILIDADE DAS RESINAS COMPOSTAS.......................................26
9 REPARO DAS RESINAS COMPOSTAS...............................................................27
10 CONCLUSÃO.......................................................................................................28
REFERÊNCIAS..........................................................................................................30
1 INTRODUÇÃO
 Atualmente, a resina composta é o material mais utilizado em restaurações estéticas diretas. Seu surgimento ocorreu em 1962 como uma alternativa ao cimento de silicato e à resina acrílica, os quais eram os únicos materiais utilizados em restaurações estéticas na época. A grande aceitação da resina composta como material restaurador, em virtude das suas vantagens sobre os materiais anteriormente citados, incentivou seu desenvolvimento. Estes materiais são versáteis que podem ser utilizados em todos os tipos de cavidade, mas como todos os materiais ainda apresentam algumas desvantagens e contraindicações que serão abordadas ao longo do desenvolvimento do trabalho.
 As resinas compostas são materiais poliméricos repletos de ligações cruzadas, reforçados por vidro, cristais, partículas de carga orgânica de resina e/ou pequenas fibras unidas à matriz por agentes silanos (ANUSAVICE, 1996).
 Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo justificar a importância da utilização da Resina Composta no âmbito odontológico a partir da descrição de sua composição, classificação, técnicas de polimerização e possíveis intercorrências prejudiciais
 
2 BENEFÍCIOS DAS CARGAS
 Durante a primeira metade o século XX, o silicato era o único material restaurador estético disponível para restaurações dentárias. No final da década de 1940 e início da década de 1950, os silicatos foram substituídos por resinas acrílicas e em 1953, misturou-se resina acrílica mais carga de quartzo formando pseudo resina composta. A mistura de resina epóxica, em 1960, mais resina acrílica, levou a formação de BisGMA (bisfenol glicidil metacrilato), resultando em melhoria das propriedades do material e só em 1964 que foi feita a primeira resina composta de BisGMA.
 Desde o início da década de 1970, os compósitos a base de resina e resina de dimetacrilato são indicados para restaurações estéticas de dentes anteriores, além de ganharem aceitação dos profissionais para restaurações de áreas oclusais de dentes posteriores e áreas de grandes tensões. São também utilizados como selantes de sulcos e fissuras, cimentação de facetas de cerâmica e de outros tipos de próteses fixas. Contudo, a longevidade das resinas compostas em dentes posteriores - que é de 7 anos -, tem se aproximado do amálgama - 10 anos.
 
3 SISTEMA ATIVADOR – INICIADOR E SEUS COMPONENTES
 Os monômeros de metacrilato de metila e os dimetacrilato de metila tem sua polimerização iniciada por meio de radicais livres em uma reação de adição. Por sua vez, estes radicais livres podem ser gerados por ativação química ou por agente externo, como calor, luz e microondas. Os materiais quimicamente ativados constituem-se de duas pastas, uma contendo iniciador de peróxido de benzoíla, enquanto a outra, amina terciária (ativadora), cuja mistura é capaz de formar os radicais livres e assim desencadear a reação. Já a resina composta fotoativa, se apresenta em apenas uma pasta, inserida em uma seringa resistente a luz, contendo um fotoiniciador, em geral canforoquinona (CQ) ou lucirim, e uma amina terciária alifática. A luz azul (comprimento de onda de~ 468 nm) gera um estado de excitação do fotoiniciador, o qual interage com a amina e com isso, a formação de radicais livres que iniciam a polimerização por adição.
 A fotoativação permite a não formação de bolhas de ar durante a mistura, já que não necessita de mistura, e consequente formação de porosidades que enfraquecem a resina, problema que é observado na resina quimicamente ativada, além de permitir um tempo de trabalho controlado pelo próprio dentista. Entretanto, a fotoativação também apresenta desvantagens como: Utilização máxima de 2mm de camada devido a limitação de profundidade, acessibilidade diminuída a regiões posteriores e interproximais, tempos de exposição variáveis dependendo da cor (matiz, luminosidade e croma), sensibilidade à luz do ambiente, podendo formar crostas quando guardados de forma inadequada.
 Também são encontrados na composição da resina os inibidores, como o hidroxitolueno butilado (0,01% em peso), os quais são capazes de impedir a polimerização espontânea do material, aumentando o tempo de vida útil durante o armazenamento da resina, bem como o tempo de trabalho, o tornando mais adequado. Eles apresentam grande potencial de reatividade com os radicais livres que podem ser formados, por uma breve exposição à luz, por exemplo, e com isso impedem a reação em cadeia que seria iniciada. Além disso, para que se tenha uma resina com correspondência de cor e translucidez, são adicionados pigmentos e opacificadores na composição do material, são denominados modificadores ópticos. Para a se definir a cor são utilizados pigmentos, em pequenas quantidades, os quais são em geral óxidos metálicos. A opacidade se mostra fundamental para que se obtenha a naturalidade almejada. Em exemplo disso, tem-se a adequação de áreas incisais classe IV, as quais não permitem uma translucidez ou uma opacidade exacerbada, já que se encontra em local de grande visibilidade.
4 POLIMERIZAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS
 Quando um monômero diacrilato contendo um sistema fotoiniciador é irradiado por luz azul, uma resina com ligações cruzadas é produzida. As vantagens de se utilizar resinas compostas fotoativadas em vez dos produtos com ativação química incluem, não ser necessário misturar, o que resulta em menor porosidade, menor manchamento e maior resistência; uma amina alifática pode ser utilizada no lugar das aminas aromáticas necessárias na polimerização química, permitindo maior estabilidade de cor; a polimerização só se iniciar quando há exposição a uma luz azul, permitindo maior controle do tempo de trabalho. 
 Apesar das muitas vantagens das resinas fotoativadas, ainda existe a necessidade de resinas compostas quimicamente ativadas em determinadas situações, como por exemplo, apenas materiais quimicamente ativados podem ser utilizados com segurança como agentes cimentantes sob restaurações metálicas. E ainda apresenta algumas outras desvantagens como, possuir a profundidade de polimerização limitada, obrigando a utilização de camadas de 2 mm ou menos; a acessibilidade ser relativamente inferior em certas regiões posteriores ou interproximais; os tempos de exposição variáveis por diferenças de cor (matiz, luminosidade e croma), em que as cores mais escuras e/ou mais opacas requerem maior tempo de exposiçãoe a sensibilidade à luz do ambiente, o que pode levar a formação de cascas ou crostas quando um tubo aberto fica muito tempo exposto à luz do ambiente. 
 Atualmente, a fonte de luz mais amplamente utilizada é uma lâmpada de quartzo com um filamento de tungstênio, em um ambiente halógeno, similar aos utilizados nos faróis dos automóveis e nos projetores de slide. Polimerizadores de arco de plasma e o laser, são outros tipos mais recentemente introduzidos, caracterizados como fontes de luz mais intensas, que necessitam de muito mais energia e permitem menores tempos de exposição para a polimerização, já a lâmpada de LED necessita de muito menos energia que as outras fontes, não produz calor nem necessita de filtros, são mais leves e podem ser operadas por baterias.
 Quatro tipos de lâmpadas podem ser utilizadas para a fotoativação do processo de polimerização e listadas em ordem crescente de potência, que são as lâmpadas de LED, lâmpadas halógenas, lâmpadas de arco de plasma e lâmpadas de laser de argônio. As lâmpadas de LED utilizam um processo eletrônico de estado sólido, sendo uma fonte de energia que emite radiação apenas no comprimento de onda azul do aspectro de luz visível entre 440 e 480 nm e não necessita de filtros. Requerem baixa voltagem, podem ser operados por baterias, não geram calor e são silenciosos, não sendo necessário um ventilador para resfriamento. As lâmpadas halógenas de quartzo-tungstênio têm um bulbo de quartzo com um filamento de tungstênio que irradia tanto luz UV quanto luz branca e que deve ser filtrada para remover o calor e todos os comprimentos de onda, exceto aqueles na faixa do violeta-azul. As lâmpadas de arco de plasma usam um gás xenônio, que é ionizado para produzir um plasma. A luz branca de alta intensidade é filtrada para remover o calor e permitir que a luz azul seja emitida. Já as lâmpadas de laser de argônio possuem a maior intensidade e emitem um comprimento de onda único.
 A polimerização é iniciada quando uma concentração crítica de radicais livres é formada. Para isso, é necessário que um número particular de fótons seja absorvidos pelo sistema iniciador, o que é diretamente relacionado com o comprimento de onda, intensidade e o tempo de exposição. 
 Considera-se que para uma polimerização máxima, o que significa aproximadamente 50% a 60% de conversão de monômeros, uma quantidade de energia radiante de aproximadamente 16.000 milijoules/cm² seja necessária para uma camada de 2 mm de resina, e ainda que esta energia pode ser fornecida por 40s de exposição a uma fonte de luz.
 Uma diminuição da intensidade de luz pode variar consideravelmente de um tipo de resina composta para outra, dependendo da opacidade, do tamanho e concentração das partículas e da cor do pigmento, como no caso das resinas de cores mais escuras e/ou mais opacas que necessitam de tempos de exposição mais longos. Por estas razões, os fabricantes normalmente recomendam tempos de exposição baseados em um determinado padrão de polimerização para cada cor e tipo de resina.
 A luz também é absorvida e dispersada à medida que passa pelas estruturas dentais, especialmente a dentina, causando, com isso, polimerização incompleta em áreas críticas como caixas proximais. Quando o objetivo é polimerizar uma resina através da estrutura dentária, o tempo de exposição à luz deveria ser aumentado em um fator de duas ou três vezes para compensar a redução na intensidade da luz.
 Para as lâmpadas halógenas, a intensidade da luz pode diminuir dependendo da qualidade e do tempo de uso da fonte de luz, orientação da ponteira de luz, distância entre a ponteira de luz e a restauração, e a presença de contaminantes, como resíduos de resina composta na ponteira. 
 Consequentemente, a intensidade da luz na saída da ponteira deveria ser checada regularmente, e o operador deveria sempre colocar a ponteira o mais próximo possível do material restaurador. 
 Uma forma de resolver os limites de profundidade de polimerização e outros problemas associados à fotoativação é combinar componentes de polimerização química com componentes de polimerização por luz visível na mesma resina.
 Estas resinas são conhecidas como resinas de dupla ativação e consistem em duas pastas fotoativadas, uma contendo peróxido de benzoíla (PB) e a outra contendo uma amina terciária aromática. Quando as duas pastas são misturadas e depois expostas à luz, a fotoativação é promovida pela interação amina/carforoquinona (CQ), e a ativação química é promovida pela interação amina/peróxido de benzoíla (PB). 
 Os materiais de dupla ativação são indicados para qualquer situação na qual não se consegue uma ideal penetração da luz para se alcançar uma conversão de monômeros adequada, como por exemplo, cimentação de inlays de cerâmica. A inibição pelo ar e a porosidade são problemas nas resinas de ativação dupla, assim como nas resinas quimicamente ativadas.
 O grau de conversão (GC) é uma medida do percentual de duplas ligações de carbono que foram convertidas em ligações simples de carbono para formar uma resina polimérica. Quanto maior o GC, melhores as propriedades mecânicas, a resistência ao desgaste e muitas outras propriedades essenciais para a performance da resina. 
 A conversão do monômero em polímero depende de vários fatores, como a composição da resina, a transmissão de luz através do material e a concentração de fotoiniciador, iniciador e inibidor. A transmissão de luz através do material é um fator que pode ser controlado por intensidade da lâmpada, absorção e dispersão de luz pelas partículas de carga e opacificadores, como também qualquer estrutura do dente interposta entre a fonte de luz e a resina composta.
 O grau de conversão total das resinas não difere entre resinas compostas quimicamente ativadas ou fotoativadas que contenham a mesma formulação de monômeros, desde que adequada fotoativa-ção seja empregada. Valores de conversão de 50% a 70% são atingidos em temperatura ambiente para os dois tipos de sistema. Da mesma forma, a contração de polimerização de resinas quimicamente ativadas ou fotoativadas semelhantes não é significativamente diferente.
 No entanto, nos materiais fotoativados, a contração de polimerização que resulta na redução do volume devido a aproximação das moléculas que se unem na reação, induz ao desenvolvimento de tensões muito maiores e infiltrações nas margens da resina, permitindo manchas, sensibilidade e cáries secundárias.
 As resinas fotoativadas podem superar uma série de limitações das resinas quimicamente ativadas, incluindo falta de controle sobre o tempo de trabalho, amarelamento e porosidade. No entanto, os poros internos nas resinas quimicamente ativadas amenizam as tensões residuais que se desenvolvem durante a polimerização, os poros dilatam-se durante o endurecimento e reduzem a concentração de tensões nas margens. Além disso, a polimerização mais lenta da ativação química permite que uma ampla porção da contração seja compensada pelo escoamento interno das cadeias poliméricas em formação, antes da extensa formação de ligações cruzadas, isto é, antes da geleificação. Após o ponto gel, as tensões não podem mais ser aliviadas; ao contrário, continuam a aumentar e se concentram dentro da resina e na estrutura dental adjacente às interfaces aderidas.
 Duas abordagens genéricas têm sido abordadas para superar o problema da concentração de tensões e falhas marginais observadas nas resinas fotoativadas: redução na contração volumétrica, ao alterar a química e/ou a composição do sistema de resina, e técnicas clínicas desenvolvidas para driblar os efeitos da contração de polimerização. A primeira é a solução mais desejada, e pesquisas intensas e grandes esforços estão sendo atualmente realizados para desenvolver resinas com baixa contração e pequena expansão térmica. Elas são associadas à inserção incremental e ao controle da velocidade de polimerização.
 A técnica de inserção de incrementos tenta diminuir o fator C (fator de configuração),que é representado pelas áreas de superfície aderidas e não aderidas. A tensão residual de polimerização aumenta diretamente com essa relação. Durante a polimerização a contração deixa a superfície da cavidade aderida em um estado de tensão, e as superfícies aderidas e livres aliviam parte da tensão pela contração direcionada para o interior do material. Nessa técnica a restauração é construída por incrementos polimerizando uma camada por vez, reduzindo efetivamente a tensão de polimerização pela diminuição do fator C associado.
 A polimerização de ativação com início lento se inicia com intensidade de luz pequena e termina com uma intensidade alta, permitindo um menor grau de polimerização Inicial e um alto nível de relaxamento inicial da tensão durante os estágios precoces, e termina com uma intensidade máxima, quando o ponto gel já tiver sido atingido. Isso faz com que grande parte da tensão de polimerização atinja um grau máximo de conversão possível somente após grande parte da tensão já ter sido aliviada. Um grande número de estudos tem mostrado que níveis variados de diminuição do grau de tensão nas paredes da cavidade podem ser alcançados com esta técnica, sem aumentar o tempo total de exposição ou sacrificar tanto o GC quanto a profundidade de polimerização.
 Variações nessa técnica incluem ativação progressiva e pulso tardio. Na primeira a intensidade da luz é gradualmente aumentada durante a exposição. Esse aumento pode ser passo a passo, linear ou exponencial. No pulso tardio, a restauração é inicialmente polimerizada de forma incompleta, com intensidades baixas. O clínico então esculpe a resina na oclusão correta e depois aplica uma segunda exposição para a polimerização final. O atraso permite um relaxamento substancial na tensão quanto maior o período de tempo disponível para relaxamento, menor a tensão residual. O pulso tardio e o aumento exponencial parecem promover as maiores reduções na tensão de polimerização.
 Lâmpadas com maior intensidade permitem menores tempos de exposição para uma determinada profundidade de polimerização, em uma cor particular e um tipo de resina. Profundidades de polimerização equivalentes ao alcançado com uma lâmpada halógena de quartzo-tungstênio com 500 mW/cm2 (2 mm em 40 s) têm sido demonstradas com um tempo de exposição de 10s com certas lâmpadas de arco de plasma e 5s com o laser de argônio. Logo, essas fontes luminosas poderiam promover uma economia substancial no tempo de cadeira porém, tempos curtos de exposição, com altas intensidades, promovem aumento da velocidade de polimerização, e muitas tensões residuais são desenvolvidas, já que não há tempo suficiente para que haja relaxamento dessas tensões, mesmo quando se utiliza a técnica de incrementos e a técnica com início lento. Até o presente, este aspecto ainda não foi bem-investigado. Nesse meio tempo, o clínico deve considerar de forma cuidadosa a relação custo-benefício e as limitações dos aparelhos antes de realizar os altos investimentos necessários para a aquisição dessas tecnologias.
 A luz emitida pelos aparelhos de fotopolimerização pode causar danos na retina se uma pessoa olhar diretamente no feixe por um longo período, ou mesmo por curtos períodos, no caso do laser. Para evitá-los, nunca olhe diretamente para a ponteira de luz e reduza a observação da luz refletida por longos períodos. Óculos de proteção e vários tipos de barreiras que filtram a luz estão disponíveis para maior proteção tanto para o clínico quanto para o paciente.
5 CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS
 Um sistema de classificação muito empregado para as resinas compostas baseia-se no tamanho médio das partículas de carga e na sua distribuição por tamanho (mostrado na tabela abaixo). Subgrupos ou sobreposições podem existir, particularmente na categoria das resinas compostas híbridas. A resina composta híbrida combina partículas de carga de tamanho pequeno ou da categoria tradicional com micropartículas (partículas de carga coloidais, submicrométricas). 
 A princípio, considera-se híbrida qualquer resina com partículas de carga de dois ou mais tamanhos. Uma classificação simples das resinas híbridas não é muito significativa, pois as resinas compostas mais modernas que empregam partículas de carga micrométricas (|J.m) também contêm pequenas quantidades de micropartículas (<5% em peso) para ajustar a pasta à viscosidade desejada. As resinas compostas mais comumente utilizadas no início dos anos 2000normalmente contêm cargas com um tamanho médio de partículas de ~0,5 a 1,0 um, em combinação com 10% a 15% em peso de micropartículas. Duas categorias de resinas compostas híbridas que destoam um pouco dessa definição também são descritas: resinas compostas de baixa viscosidade e resinas compostas compactáveis.
 (ANUSAVICE, k.J. & PHILLIPS – 2005)
RESINAS COMPOSTAS TRADICIONAIS
 As resinas compostas tradicionais apresentam partículas de carga maiores em comparação com as demais categorias. Essa categoria foi desenvolvida durante a década de 1970 e sofreu modificações ao longo dos anos. Essas resinas compostas são denominadas também convencionais ou resinas compostas macroparticuladas. Como tais materiais não são mais empregados com tanta frequência, o termo tradicional é mais significativo que convencional. Os tipos de carga mais comumente utilizados nesses materiais são a sílica amorfa finamente moída e o quartzo. Existe uma distribuição ampla no tamanho das partículas, apesar de o tamanho das partículas nas resinas compostas tradicionais variar de 8 a 12 um, podem estar presentes partículas de até 50 um. As partículas de carga geralmente ocupam de 70% a 80% em peso ou 60% a 70% em volume do total do material. Partículas de carga expostas, algumas grandes, são circundadas por quantidades apreciáveis de matriz resinosa. 
PROPRIEDADES DAS RESINAS COMPOSTAS TRADICIONAIS
 Comparando as propriedades das resinas compostas tradicionais com as das resinas acrílicas (mostrado na tabela abaixo) sem carga, melhoras significativas foram obtidas pela estrutura dos compósitos. Em relação à resina acrílica sem carga, a resistência à compressão dos seis grupos de resinas compostas, teve um aumento de 300% a 500% graças à transferência das tensões da matriz para as partículas de carga. Da mesma forma, o módulo de elasticidade (isto é, rigidez) é quatro a seis vezes maior, e a resistência à tração é mais que o dobro. Da mesma forma, a sorção de água, a contração de polimerização e a expansão térmica são significativamente reduzidas quando comparadas à resina acrílica sem carga. Contudo, esses valores continuam sendo maiores que aqueles da estrutura dentária. A diferença contribui para o acúmulo de tensões na interface resina-dente, resultante dos processos de expansão e contração que ocorrem na resina. Tais tensões devem ser reduzidas com o objetivo de se realizarem restaurações com maior durabilidade. A dureza é consideravelmente maior nas resinas compostas do que nas resinas acrílicas sem carga (número de dureza Knoop de aproximadamente 55 contra 15, respectivamente). O aumento está relacionado com o reforço produzido pelas partículas de carga e as ligações cruzadas existentes na estrutura da resina. Geralmente, estas resinas compostas são mais resistentes à abrasão que as resinas acrílicas sem carga. No entanto, exceto a categoria das microparticuladas, elas apresentam maior rugosidade superficial resultante da abrasão seletiva da matriz de resina, mais macia, que circunda as partículas de carga, mais duras. As resinas compostas que empregam quartzo ou sílica amorfa como partículas de carga são radiolúcidas. Uma radiopacidade igual ou maior que a do esmalte é necessária para promover um contraste radiográfico suficiente o bastante para se detectar a formação de fenda marginal e/ou cárie secundária em um filme radiográfico.
(ANUSAVICE, k.J. & PHILLIPS – 2005)
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DAS RESINAS COMPOSTAS TRADICIONAIS
 A principal desvantagem clínica das resinas compostas tradicionais é arugosidade superficial proveniente do desgaste abrasivo da matriz macia de resina, que deixa expostas as partículas de carga, mais resistentes, de modo que estas se projetem para fora da superfície. O acabamento da restauração produz uma superfície áspera, assim como a escovação e o desgaste mastigatório, com o decorrer do tempo. As restaurações tendem à descoloração, causada em parte, pela suscetibilidade as superfícies rugosas para reter pigmentos.
 A fratura de restaurações de resina composta não é comum, mesmo quando empregadas em restaurações sujeitas a grandes tensões mastigatórias, como nas cavidades Classes IV e II. Contudo, a baixa resistência dessas resinas ao desgaste oclusal é um problema clínico. Sob esse ponto de vista, as resinas compostas tradicionais são inferiores aos materiais especificamente designados como "resinas compostas para dentes posteriores".
RESINAS COMPOSTAS DE PARTÍCULAS PEQUENAS
 Com o objetivo de aumentar a lisura e manter ou aumentar as propriedades físicas e químicas das resinas compostas tradicionais, partículas inorgânicas foram moídas até um tamanho de 0,5 a 3 um. Esse tipo de distribuição facilita a inclusão de uma grande fração volumétrica de partículas, e as resinas compostas de partículas de tamanho pequeno (PTP) - ou simplesmente resinas compostas de partículas - pequenas geralmente contêm mais matriz inorgânica (80% a 90% em peso e 65% a 77% em volume) que as resinas compostas tradicionais.
 Algumas resinas compostas de partículas pequenas utilizam sílica amorfa como carga, mas a maioria incorpora vidros que contêm metais pesados, para fornecer radiopacidade ao material. A matriz de resina destes materiais é semelhante à das resinas compostas tradicionais e de micropartículas. A carga principal consiste em partículas moídas revestidas de silano. A sílica coloidal é normalmente acrescentada em quantidade aproximada de 5% em peso para ajustar a viscosidade da pasta, a fim de permitir sua compactação na cavidade. Essa categoria de resinas compostas geralmente apresenta propriedades físicas e mecânicas superiores. Com o conteúdo aumentado de carga, existe um aumento em praticamente todas as propriedades relevantes. A resistência à compressão e o módulo de elasticidade dessa resina são superiores aos das resinas compostas tradicionais e de micropartículas. A resistência à tração é o dobro daquela de micropartículas e uma vez e meia maior que as tradicionais. O coeficiente de expansão térmica é menor que a das outras resinas, apesar de ainda ser aproximadamente duas vezes superior ao da estrutura dental. 
 O emprego de partículas menores e mais compactadas permite uma superfície cuja lisura se aproxima daquela das resinas compostas de micropartículas. Essas propriedades superiores resultam em maior resistência ao desgaste e em menor contração de polimerização.
 Os materiais cujas partículas de carga são vidros contendo metal pesado são radiopacos. A radiopacidade é uma propriedade muito importante para as resinas compostas utilizadas em restaurações posteriores, pois facilita o diagnóstico de cáries secundárias e outros problemas. As partículas de carga de vidro com metal pesado são mais macias e mais propensas a sofrer hidrólise e lixiviação em água, quando comparadas com as cargas de sílica amorfa e quartzo. Assim sendo, tais resinas compostas são mais propensas ao desgaste e deteriorização, o que reduz a durabilidade da restauração.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DAS RESINAS COMPOSTAS DE PARTÍCULAS PEQUENAS
 Em virtude do aumentado conteúdo de partículas de carga e, consequentemente, da elevada resistência e de outras propriedades físicas, as resinas compostas de partículas pequenas são indicadas para aplicações onde há maiores tensões mastigatórias e maior tendência ao desgaste, como por exemplo as restaurações Classe IV. Os tamanhos das partículas de algumas resinas compostas de partículas pequenas permite a obtenção de superfícies razoavelmente lisas para uso em dentes anteriores, porém não alcançam a lisura e o polimento das superfícies das resinas compostas de micropartículas.
RESINAS COMPOSTAS DE MICROPARTÍCULAS
 Os problemas de rugosidade superficial e baixa translucidez associadas às resinas compostas tradicionais e de partículas pequenas podem ser superados pela utilização de partículas de sílica coloidal como carga inorgânica. As partículas de sílica têm aproximadamente 0,04 um (40nm) de tamanho. Este valor corresponde a um décimo do comprimento de onda da luz visível e é 200 a 300 vezes menor que o tamanho das partículas de carga das resinas compostas tradicionais. O conceito de resinas compostas de micropartículas vincula o reforço da resina por meio de partículas de carga; porém, estas resinas exibem uma superfície lisa equivalente àquela das resinas acrílicas sem carga para restaurações diretas.
 O ideal seria que grandes quantidades de sílica coloidal fossem adicionadas diretamente à matriz de resina. No entanto, isso não é tão fácil, por causa da grande área de superfície que deve ser "molhada" pelo monômero e especialmente pela formação de cadeia de polímeros entre as partículas coloidais. Este fenômeno aumenta significativamente a viscosidade e produz um aumento de viscosidade indevido mesmo com mínimas adições de micropartículas.
 A resina composta tradicional ou de partículas de tamanho pequeno, não se contrai tanto quanto seria esperado tendo como base o volume total de resina. O principal inconveniente desses materiais está na união relativamente fraca existente entre as partículas de resina pré-polimerizadas e a matriz clinicamente polimerizada, o que facilita o desgaste em lascas da restauração.
PROPRIEDADES DAS RESINAS COMPOSTAS DE MICROPARTÍCULAS
 As resinas compostas de micropartículas têm propriedades físicas e mecânicas geralmente inferiores àquelas das resinas compostas tradicionais. Isso é esperado porque 40% a 80% em volume do material restaurador é feito de resina. A grande quantidade de resina comparada à carga inorgânica resulta em grande sorção de água, um elevado coeficiente de expansão térmica e redução no módulo de elasticidade. Além disso, a fraca união entre as partículas pré-polimerizadas e a matriz de resina produz uma redução na resistência à tração similar a das resinas compostas com partículas de carga não-silanizadas. No entanto, as resinas compostas de micropartículas mantêm-se marcadamente resistentes ao desgaste por vários anos, com valores comparáveis aos das resinas compostas com alto porcentual de carga, indicados para superfícies oclusais de restaurações posteriores. No entanto, quando as resinas compostas de micropartículas são utilizadas por longo período, em áreas propensas ao desgaste, elas começam a se quebrar e desgastar em uma velocidade inadequada a uma performance clínica aceitável. Se utilizadas em áreas de contato proximal, pode ocorrer "migração" anterior do dente. O processo de desgaste tem sido relacionado com a propagação de fraturas ao redor da fraca união entre as partículas de carga pré-polimerizadas e a matriz de resina.
 Comparadas com as resinas acrílicas sem carga, as resinas compostas de micropartículas apresentam propriedades melhoradas e fornecem a superfície final mais lisa dentre as restaurações estéticas de resina composta. Assim, estas são preferíveis para restaurar dentes com lesões cariosas em superfícies lisas (Classes III e V). Suas partículas inorgânicas são menores que as partículas abrasivas usadas para dar acabamento na restauração. Desse modo, durante o polimento, a partícula de sílica é removida juntamente com a resina na qual está embebida, deixando uma superfície muito lisa e polida que se mantém ao longo do tempo.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DAS RESINAS COMPOSTAS DE MICROPARTÍCULAS.
 Normalmente as baixas propriedades físicas encontradas nas resinas compostas não se apresentam como problemas consideráveis. Entretanto, algumas fraturas em restaurações são atribuídas ao fato destas características não serem fortes o bastante.Em casos de fraturas, recomenda-se o uso de pontas diamantadas para ser realizado o desgaste do material. Apesar das suas limitações a resina de micropartículas tem seu uso consolidado, uma vez que são utilizadas amplamente em restaurações estéticas em dentes anteriores.
RESINAS COMPOSTAS HÍBRIDAS
 O objetivo principal da formulação deste tipo de resina é proporcionar uma superfície ainda mais lisa do que aquela das resinas compostas de micropartículas, oferecendo resistência ao desgaste mais satisfatória.
 As resinas híbridas possuem uma dualidade de materiais em que empregam sílica coloidal e partículas de vidro contendo metais pesados, perfazendo um conteúdo de carga de aproximadamente 75% a 80% em peso. Os vidros têm partículas de tamanho médio de cerca de 0,4 a 1,0 µm e uma distribuição de tamanho típica em que 75% das partículas são inferiores a 1,0 µm. A sílica coloidal representa 10% a 20% em peso do conteúdo total de carga. As micropartículas aumentam a área superficial em razão do seu tamanho reduzido e da sua maior concentração.
 A presença das partículas de carga com metais pesados leva a uma radiopacidade suficiente para detecção radiográfica de cáries secundárias e demais necessidades de diagnóstico.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DAS RESINAS COMPOSTAS HÍBRIDAS
 Sua principal utilização está relacionada em restaurações anteriores, principalmente as de Classe lV, dada as suas características estéticas. Também são utilizadas em restaurações nos dentes posteriores, mesmo apresentando uma resistência menor do que aquela apresentada pelas resinas compostas de micropartículas.
RESINAS COMPOSTAS MICROHÍBRIDAS
 Nessa formulação as partículas são pequenas (0,04 a 1µm) e com partículas de sílica microfina (0,01 a 0,4µm). Entre as vantagens apresentadas por essa resina encontra-se a lisura superficial satisfatória e uma resistência ao desgaste melhorada. 
 São indicadas para restaurações estéticas em dentes anteriores, restaurações pequenas classe lll e V, camada externa de restauração maior e áreas próximas ao periodonto.
RESINA COMPOSTA DE NANOPARTÍCULAS / NANOHÍBRIDAS
 Formulada em 2005 é composta de partículas de sílica morfina e zircônia (1 a 100 nm), apresentando como característica a alta translucidez ,alta lisura superficial e a resistência ao desgaste satisfatória.
RESINA COMPOSTAS DE BAIXA VISCOSIDADE (FLOW)
 Esse tipo de resina tem um nível de partículas reduzido, para se obter uma consistência que permita que o material escoe facilmente, espalhe-se uniformemente e adapte-se intimamente à cavidade para formar uma anatomia dental desejada. O menor percentual de carga as torna mais suscetíveis ao desgaste, porém melhora a habilidade do clínico para realizar uma base ou um forro cavitário bem adaptado, especialmente em cavidades Classe II e outras situações nas quais o acesso é difícil. Graças à sua grande facilidade de adaptação e maior flexibilidade após polimerizadas, as resinas de baixa viscosidade são úteis em restaurações Classe I em áreas gengivais.
 Outra aplicação é a utilização em restaurações Classe I mínimas para prevenir cáries, quando utilizadas de forma similar aos selantes de fissuras. As resinas compostas de baixa viscosidade são indicadas ainda em situações nas quais há um acesso ruim e pequena ou nenhuma exposição ao desgaste, e nas situações nas quais se necessita de uma adaptação excelente.
RESINAS COMPOSTAS PARA RESTAURAÇÕES EM DENTES POSTERIORES 
 O amálgama apresenta características restauradoras viáveis, como a resistência e suas propriedades mecânicas, porém em razão da preocupação da contaminação por mercúrio e o aumento da busca por uma odontologia estética este material vem diminuindo sua presença no âmbito odontológico concomitantemente ao aumento da procura por resinas compostas.
RESINAS COMPACTÁVEIS 
 As chamadas resinas compostas compactáveis formam duas categorias especiais de resinas compostas híbridas. Esses materiais foram introduzidos no final da década de 1990 para fornecer aos clínicos resinas dentais que pudessem ser utilizadas com técnicas similares àquelas utilizadas para restaurações de amálgama.
 A composição das resinas faz com que elas tenham a necessidade de serem escoadas lateralmente e verticalmente para garantir contato íntimo com as paredes da cavidade, entretanto em contatos proximais a manipulação da resina se mostra um processo trabalhoso, que em alguns casos não adquire sucesso.
 Nesse sentido, surge as resinas compactáveis, com manipulação semelhante ao amálgama, em razão da inclusão de alguns componentes, como partículas de carga alongada, fibrosas ou partículas com resistência ao escoamento. o que a torna mais rígida e modelável perante de instrumentais de condensação de amálgama e as partículas fibrosas dão a resina uma consistência compactável melhorando a performance clínica.
 Porém as limitações persistem e os procedimentos que utilizam esse tipo de resina continuam demandando mais tempo do que aqueles que utilizam amálgama. Sendo assim, as resinas compactáveis não se mostram vantajosas quando comparadas às resinas híbridas ou a utilização de amálgama em dentes posteriores. As resinas compactáveis não demonstraram ser a solução para a necessidade geral de resinas para dentes posteriores altamente resistentes ao desgaste
INFILTRAÇÃO MARGINAL 
 Margens gengivais de preparos cavitários em dentina e cemento e com a resina aderida em esmalte ,favorece o material no sentido de soltar da margem gengival durante a polimerização ,o que favorece a formação de fendas e consequente infiltração marginal ,que pode levar ao manchamento marginal e cáries secundárias (risco aumentado em restaurações classe ll e classe V).
RADIOPACIDADE
 A radiopacidade é essencial para a visualização de cáries secundárias, desgastes proximais em radiografias. Sendo assim, é importante que materiais restauradores tenham características radiopacas, embora nem todas as resinas apresentem essas características. A radiopacidade é conseguida por partículas de vidro que contém átomos de metais pesados. Algumas resinas de baixa viscosidade apresentam-se radiolúcidas e sua utilização pode dificultar alguns diagnósticos, uma vez que esmalte e dentina apresentam radiopacidade elevada. Dessa forma também é importante que o material restaurador não ultrapasse a radiopacidade do esmalte, pois também pode prejudicar o diagnóstico.
DESGASTE
 O desgaste oclusal das resinas compostas é um problema clínico frequente e ocorre de forma complexa. É uma alteração difícil de ser estudada pois a resistência à abrasão e ao desgaste só podem ser medidos em testes laboratoriais que simulam condições experimentais mais simples. Com base nesses estudos, a melhor resina composta desenvolvida para restaurações posteriores ainda desgasta mais que o esmalte natural sob condições idênticas. Existem 2 tipos de desgaste:
I. Desgaste de “dois corpos”: é baseado no contato direto da restauração com uma cúspide antagonista ou com superfícies proximais adjacentes, de forma a ocorrerem altas tensões em uma pequena área de contato;
II. Desgaste de “três corpos”: perda de material em áreas sem contato causada pelo contato com o bolo alimentar, à medida que ele é forçado contra a superfície oclusal. 
 A perda de material causada por desgaste direto em áreas de contato dente-dente parece maior que a perda associada à abrasão por alimentos em áreas sem contato e fatores como tamanho da restauração. Além disso, variações entre os pacientes, como diferenças nos hábitos de mastigação, nível de força oclusal e variações do ambiente oral desempenham também um papel importante no processo de desgaste. 
 CRITÉRIO DE SELEÇÃO
 A primeira indicação para colocação de uma resina composta posterior no lugar do amálgama é a estética. A não ser que a demanda por estética do paciente seja grande, existem poucas vantagens em se utilizar restaurações de resina em dentes posteriores. Outras indicações podem incluir a necessidade de preparos maisconservadores com a conservação da estrutura dentária e a diminuição da condução térmica. Em virtude das propriedades físicas inferiores, o uso da resina composta deve ser evitado na cobertura de cúspides, em restaurações extensas (que ultrapassem um terço do comprimento vestibulolingual do dente) e em pacientes com hábitos oclusais parafuncionais. Se possível, os contatos oclusais devem ser sempre deixados sobre estrutura dentária sadia e nunca sobre resina.
RESINAS COMPOSTAS INDIRETAS PARA DENTES POSTERIORES
 As resinas compostas indiretas para confecção de onlays são polimerizadas fora da boca e cimentadas no dente com um cimento resinoso compatível. Inlays ou onlays indiretas de resinas compostas reduzem o desgaste e a infiltração, e superam algumas limitações das resinas compostas. A principal vantagem desses materiais é a obtenção de um maior grau de conversão dos monômeros, o que melhora as propriedades físicas e a resistência ao desgaste. Além disso, como a contração de polimerização não ocorre no dente preparado, o risco de infiltrações secundárias é reduzido pois vão acontecer menos falhas de união.
6 USO DAS RESINAS COMPOSTAS PARA FACETAS
 Facetas de resina composta têm várias vantagens e desvantagens quando comparados às cerâmicas. A possibilidade de reparo intra-oral, o menor desgaste do dente e a facilidade de fabricação são algumas vantagens do uso desse material. Porém, as facetas podem apresentar distorção sob cargas oclusais devido a sua deformação plástica pronunciada e o seu baixo limite de proporcionalidade. Logo, as regiões oclusais devem ser protegidas com superfícies metálicas sempre que possível. 
 Devido a fatores como aquecimento, resfriamento e sorção de água, podem ocorrer infiltrações de fluidos orais e surgimento de manchas. É necessária a orientação do paciente relacionada a procedimentos de limpeza, pois a resina composta é susceptível a desgaste durante a escovação. As resinas compostas podem ser utilizadas ainda como alternativa conservadora para restaurações protéticas convencionais, como facetas para mascarar manchas nos dentes ou má formação.
 
7 ACABAMENTO DAS RESINAS COMPOSTAS
 Um acabamento e um polimento excelente das resinas compostas é um passo clínico muito importante na complementação da restauração. A rugosidade superficial residual pode facilitar o acúmulo de bactérias, o que pode levar a vários problemas, como cáries secundárias, inflamação gengival e manchas superficiais. Para o acabamento e polimento de uma restauração de resina composta, vários sistemas podem ser utilizados como:
· O uso de uma lâmina de bisturi ou qualquer instrumento cortante fino para remover excessos nas áreas proximais é indicado (pode causar descolamento e infiltração localizados pois é um procedimento muito arriscado);
· Discos de óxido de alumínio (granulação grossa a ultrafina) para áreas de difícil acesso, próximos às superfícies proximais ou em algumas ameias;
· Brocas de carbeto de tungstênio ou pontas diamantadas de granulação fina para ajustar superfícies oclusais e ajustar a anatomia das resinas compostas com as superfícies do dente;
· Dispositivos de acabamento de resinas com uso de pastas de polimento finas ou extrafinas, sistemas siliconizados e pontas de escovas de polimento siliconizadas pré-impregnadas. 
 Talvez o passo mais importante no acabamento e polimento seja a aplicação agente adesivo ou selante de superfície. Já foi amplamente documentado que o acabamento (e possivelmente o polimento) é prejudicial para a superfície da resina composta, por causar microrrachaduras e remover a área de resina mais polimerizada da restauração. A aplicação de um selante de superfície ou de uma resina de baixa viscosidade com pouca ou nenhuma carga garante que as porosidades superficiais sejam preenchidas e as microtrincas sejam seladas.
8 BIOCOMPATIBILIDADE DAS RESINAS COMPOSTA
 A biocompatibilidade das resinas compostas possui relação com os efeitos sobre a polpa, devido à toxidade química do material e a infiltração marginal. O dano químico pode ocorrer se os componentes liberados pelo material atingirem a polpa, logo, quando há uma polimerização adequada as resinas compostas são relativamente biocompatíveis, porque elas possuem solubilidade mínima e a porção não reagida é liberada em pouca quantidade, a qual é muito pequena para causar reações tóxicas, mas pode gerar respostas alérgicas.
 Por outro lado, nas situações em que a polimerização é incorreta, como ao tentar polimerizar uma porção muito espessa ou o tempo de exposição não for adequado, podem ser liberados componentes que difundem e causam reações inflamatórias na polpa.
 Além disso, a outra questão que possui relação com a biocompatibilidade é a infiltração marginal. A preocupação com ela acontece devido ao fato da resina composta contrair durante a polimerização, sendo que essa redução do volume permite a infiltração de bactérias, o que pode ter como consequência reações pulpares e cárie secundária.
 O bisfenol A, que é um precursor do bisGMA presente na matriz orgânica, apresenta afinidade pelos receptores do estrogênio, imitando os efeitos deste. O bisfenol A e o bisfenol A dimetacrilato têm capacidade de provocarem anomalias reprodutivas, terem atividades antiandrogênicas, prejudicando o desenvolvimento do organismo e serem cancerígenos. Porém, ainda existe controvérsia sobre esse assunto, já que não sabe o quanto de bisfenol A ou bisfenol A dimetacrilato é liberado na cavidade bucal nem qual é a dose prejudicial para saúde. Portanto, segundo estudos, o efeito do bisfenol A presente na resina composta é insignificante, já o bisfenol A dimetacrilato possui potente efeito estrogênico.
9 REPARO DE RESINAS COMPOSTAS
 O reparo das resinas compostas pode ocorrer colocando um material novo sobre o antigo, sendo que os procedimentos dependem se a restauração é recém-realizada ou mais antiga.
 Assim, nas restaurações que acabaram de ser colocadas e polimerizadas ainda existe uma camada de inibição por oxigênio na superfície, representando um bom substrato para adesão, o que possibilita que novos incrementos de resina composta sejam feitos sobre essa camada. A restauração que acabou de ser polimerizada e polida têm, aproximadamente, 50% de grupamentos metacrilatos não reagidos para copolimerizar com o material incrementado.
 À medida que a restauração envelhece menos grupamentos metacrilatos não reagidos existem e aumenta as ligações cruzadas mais longas, as quais reduzem a penetração do novo monômero na matriz. Dessa maneira, a resistência de união entre o material da restauração inicial e a nova resina diminui. Ainda, as superfícies expostas têm superfícies de partículas livres de silano, que não reagem quimicamente com a nova resina composta e mesmo se for utilizado um agente de união silanizado antes de colocar o incremento, a resistência da resina reparada é menor que a do material original.
 As resinas compostas apresentam níveis menos consistentes de durabilidade que as restaurações de amálgama, além de um custo mais elevado. Em contrapartida, durante os últimos anos a performance das resinas compostas vem melhorando, o preço diminuindo, além delas serem mais estéticas que o amálgama.
10 CONCLUSÃO
 A partir do estudo realizado foi possível perceber que a Resina Composta se consolidou como um dos materiais restauradores mais viáveis dada as suas características. A sua viabilidade estética é relevante haja vista a sua ampla utilização em restaurações em dentes anteriores, onde a necessidade de se manter o aspecto natural do dente é imprescindível. 
 Além disso, foi possível destacar que a sua fácil manipulação também a torna passível de escolha entre os profissionais, já que dispensa retenções adicionais nas cavidades como ocorre nas restaurações com outros materiais, como o amálgama, por exemplo. Embora este material apresente certas desvantagens, como a infiltração marginal e o possível dano químico a polpa quandoesta é aplicada em cavidades profundas, estas intercorrências podem ser contornadas com a polimerização realizada da forma correta e com o selamento adequado das cavidades.
 Sendo assim, a utilização de Resinas Compostas pelos Cirurgiões-Dentistas mostra-se prevalente dado as vantagens que o material oferece tanto para o profissional como para os pacientes.
QUESTÕES
1)Quais fatores podem afetar a polimerização da resina composta?​
· Cor do pigmento: resinas de cores mais escuras e/ou mais opacas -  necessitam de tempos de exposição mais longos;​
· Estruturas dentais:  redução na intensidade da luz - polimerização incompleta;​
· Qualidade e do tempo de uso da fonte de luz;​
· Distância entre a ponteira de luz e a restauração - perda gradativa de energia;​
· Perda de energia em função da espessura da resina;​
· Presença de contaminantes, como resíduos de resina composta na ponteira.
2)Quando é indicado a resina composta do tipo Flow?​
São indicadas em situações em que há um acesso ruim e pequena ou nenhuma exposição ao desgaste.
3) Diferencie a polimerização química da polimerização física.​
·  Ativação química: ​
  - Duas pastas, ​
  - Iniciador de peróxido de benzoíla + amina terciária (ativadora). 
·  Ativação física (agente externo, como calor, luz e micoondas): ​
  - Uma pasta, inserida em uma seringa resistente á luz, ​
  - Fotoiniciador  (canforoquinona (CQ) ou lucirim) + uma amina terciária alifática. ​
  - Estado de excitação do fotoiniciador - interação com a amina = formação de radicais livres que iniciam a polimerização por adição.
REFERÊNCIAS
ANUSAVICE, KJ. Phillips – Materiais Dentários, Ed. Guanabara Koogan, 10ª edição, 1996, Rio de Janeiro, RJ.

Continue navegando