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DIREITO CIVIL IV- CONTRATOS

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FACULDADES UNIFICADAS DE FOZ DO IGUAÇU – UNIFOZ
CURSO DE DIREITO
DIEGO HENRIQUE ANDRETTO DE SOUZA
TRABALHO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
FOZ DO IGUAÇU/PR
2019
DIEGO HENRIQUE ANDRETTO DE SOUZA
TRABALHO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
Trabalho apresentado à disciplina de Direito Civil IV, orientado pelo professor MS. Guilherme Martins Hoffmann, como requisito parcial de avaliação do Curso de Graduação de Direito das Faculdades Unificadas de Foz do Iguaçu – UNIFOZ.
FOZ DO IGUAÇU/PR
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	1
1. AULA 01 – CONTRATOS	2
1.1.	Conceito de Contrato	2
1.2.	A função social do contrato	2
1.3.	A função econômica do contrato	3
1.4.	Síntese e considerações	4
2. AULA 02 - PRINCÍPIOS	4
2.1. Questionário	4
2.2. Síntese e considerações	7
3. AULA 03 – ELEMENTOS E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS	8
3.1. Agente	8
3.2. Consentimento	9
3.3. Forma	9
3.4. Objeto	10
3.5. Síntese e considerações	10
4. AULA 04 – PROPOSTA E ACEITAÇÃO	10
4.1. Questionário	10
4.2. Síntese e considerações	13
5. AULA 05 - CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS	13
5.1. Questionário	13
5.2. Síntese e considerações	18
6. AULA 07 - EXTINÇÃO DOS CONTRATOS	19
6.1. Questionário	19
6.2. Síntese e considerações	22
7. AULA 08 – ARRAS, VICIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO	24
7.1. Questionário	24
7.2. Síntese e considerações	28
8. AULA 09 – TERCEIROS	31
8.1. Questionário	31
8.2. Síntese e considerações	34
9. AULA REVISÃO: TEORIA GERAL A TROCA/DOAÇÃO	38
9.1. Questionário	38
9.2. Síntese e considerações	41
CONCLUSÃO	44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	45
INTRODUÇÃO
	A presente atividade complementar busca produzir no leitor a capacidade de se apropriar dos conteúdos que norteiam os contratos, ao tempo que conduz um “olhar” quanto a sua importância na economia e na sociedade.
 	A atividade abordará sobre o conceito de contrato e suas funções, princípios, elementos e formação. Na segunda parte, será abordado, quanto a proposta e aceite, a classificação e modalidades de extinção dos contratos. Em sua última parte, trará a importância da compreensão para utilização das arras, quanto aos vícios redibitórios e evicção, além de terceiros que possam fazer parte indireta do contrato. 
Com isso, o objetivo é criar uma visão crítica sobre determinadas situações contratuais de modo que desperte no leitor uma relação entre a teoria e a prática jurídica. 
	
1. AULA 01 – CONTRATOS
1.1. Conceito de Contrato
É uma convenção, um acordo feito entre as partes interessadas sob determinadas condições. Os acordos feitos pelos contratos de caráter judicial são sempre escritos para que possam ter validade. 
O objeto do contrato pode ser um conjunto direitos ou obrigações, qualquer coisa ou serviço, desde que amparado por lei, ou que não agrida a moral e nem os bons costumes. 
O contrato, portanto, é um acontecimento que existe a partir da manifestação da vontade humana entre dois ou mais indivíduos de modo formal e dentro da legalidade. A partir disso, forma-se o negócio jurídico, com o objetivo de criar, modificar, conservar, resguardar, extinguir, ou simplesmente transferir direitos.
“[...] contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades”.[footnoteRef:1] [1: Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo Curso de Direito Civil – Contratos, 2ª edição, São Paulo: Saraiva, 2019, p. 47.] 
	
1.2. A função social do contrato
As primeiras manifestações em torno do contrato foram no sentido de consagrar a liberdade negocial, em que a autonomia da vontade reinava de maneira absoluta. Posteriormente, surgiram os movimentos sociais, os quais passaram a exigir dos contratantes um comportamento baseado no Princípio da Boa-fé e da Lealdade.
Com base nos interesses e valores que criamos aprendemos que devemos ter alguns cuidados e que tais cuidados devem ser aplicados nos negócios jurídicos. Para suprir de modo mais equilibrado algumas relações contratuais foram criadas órgãos regulamentadores, a exemplo dos planos de saúde, serviços de energia, bancos, telefonia e etc.
Todo contrato deve observar sua função social, sob essa ótica, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, trazem em seu livro o interessante raciocínio feito por Clóvis Beviláqua: 
“Pode-se, portanto, considerar o contrato como um conciliador dos interesses colidentes, como um pacificador dos egoísmos em luta. É certamente está a primeira e mais elevada função social do contrato. E para avaliar-se de sua importância, basta dizer que, debaixo deste ponto de vista, o contrato correspondente ao direito, substitui a lei no campo restrito do negócio por ele regulado. Ninguém dirá que seja o contrato o único fator da pacificação dos interesses, sendo o direito mesmo o principal deles, o mais geral e o mais forte, mas impossível será desconhecer que também lhe cabe essa nobre função socializadora. Vede uma criança em tenra idade. Apetece um objeto, com que outra se diverte; seu primeiro impulso é arrebata-lo, num ímpeto de insofrido egoísmo, das mãos frágeis, que o detém. A experiência, porém, pouco e pouco, lhe ensina que encontrará resistência, sempre que assim proceder. Seu proceder vai emoldando-se às circunstâncias e, em vez de apoderar-se à força, pede, solicita, propõe trocas, seduz com promessas capitosas, e esgotados os meios brandos, passará, então, à violência, ou aos gritos, último recurso dos fracos. Assim foi o homem primitivo, assim seria o homem civilizado, se não o contivessem os freios do direito, da religião, da opinião pública, de todas as disciplinas sociais emprenhadas na tarefa de trazer a bem enjaulada a fera, que cada homem traz dentro de si”[footnoteRef:2]. [2: Clóvis Beviláqua, Direito das Obrigações, Campinas: RED Livros, 2000, p. 211 (apud. Stolze e Pamplona, 2019, p. 49).] 
1.3. A função econômica do contrato
O contrato está vinculado ao desenvolvimento econômico da sociedade, pois, é um meio de circular riquezas, seja pela aquisição, transferência de bens, valores e etc. Em resumo, sempre que o bem ou serviço corresponder a um interesse e for passível de avaliação econômica, estará diante de um contrato. A própria economia não existe sem contrato, portanto, a ideia de contrato está sempre vinculada à ideia de operação econômica. 
As primeiras manifestações da ordem jurídica em torno do contrato foram no sentido de consagrar a liberdade negocial, em que a autonomia da vontade reinava de maneira absoluta. Posteriormente surgiram os movimentos sociais, os quais passaram a exigir dos contratantes um comportamento baseado nos Princípios da Boa-fé e da Lealdade. Atribui-se ao contrato, ainda, a submissão a uma função social.
Logo, a função social nada mais é do que um adendo à função econômica, na qual, uma não ocupa o lugar da outra, uma vez que não existe contrato sem função econômica. A respeito disso, leciona Humberto Theodoro Júnior:
“A função social que se atribui ao contrato não pode ignorar sua função primária e natural, que é a econômica. Não pode esta ser anulada, a pretexto de cumprir-se, por exemplo, uma atividade assistencial ou caritativa. Ao contrato cabe uma função social, mas não uma função de ‘assistência social. [...] por mais que o indivíduo mereça assistência social, não será no contrato que se encontrará remédio para tal carência. O instituto é econômico e tem fins econômicos a realizar, que não podem ser ignorados pela lei e muito menos pelo aplicador da lei”[footnoteRef:3]. [3: Theodoro Júnior. Humberto. Op. cit. p. 102.] 
1.4. Síntese e considerações 
Num Estado democrático de direito, o contrato deve ser realizado sem prejuízo ao livre exercício da autonomia privada, ou seja, respeitando a dignidade da pessoa humana, a igualdade das partes contratantes, a boa-fé objetiva, o meio ambiente, entre outros, para que possa cumprir com sua função social, como visto no art. 421 CC “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da funçãosocial do contrato”, vejamos o saber de Nelson Ney JR.:
“ A função Social do contrato não se contrapõe à autonomia privada, mas com ela se coaduna e se compatibiliza. À conclusão semelhante se chegou na ‘Jornada de Direito Civil’, como se pode verificar: Jornada 23: ‘A função social do contrato, prevista no art. 421 do Novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana’”.[footnoteRef:4] [4: Nelson Nery Jr., Contratos no Código Civil, in Estudo em Homenagem ao Prof. Mguel Reale, coordenadores: Domingos Franciulli Netto, Gilmar Ferreira Mendes, Ives Gandra da Silva Martins Filho, São Paulo: LTr, 2003, p. 421 (apud Stolze e Pamplona, 2019, p. 50).] 
Por fim, a função social que é atribuída ao contrato não pode ignorar a sua função econômica, a qual, conforme anteriormente exposto, é a função primária do contrato. Assim, deve-se reconhecer primeiramente a função natural e específica do contrato, para, posteriormente, levar-se em conta os limites dessa função.
2. AULA 02 - PRINCÍPIOS 
2.1. Questionário
Avalie as situações fáticas abaixo e aponte o eventual princípio contratual (ou princípios) que deve ser observado, justificando-o:
A) Pedro, através do Plano de Equivalência Salarial, contratou a aquisição da casa própria pelo SFH em 20 (vinte) anos. A prestação, que inicialmente lhe consumia 10% de sua renda mensal, em três anos passou a consumir 60%, diante de que a financeira corrigiu a prestação da casa própria por índices distintos dos que foram aplicados ao salário de Pedro, valendo-se da variação inflacionária.
Justificativa: há um contrato de valor alto, em com longo prazo. É possível perceber que há uma incerteza, por isso do plano de equivalência salarial. Com isso, a prestação estaria sempre acompanhando a evolução de seu salário. 
A inflação é um fato previsível e o saldo devedor é corrigido, mas houve um descumprimento do contrato, afinal, o salário não é corrigido pela inflação. A financeira não cumpriu o contratado. Por isso, deve ser levado a uma imposição da “Pacta Sunt Servanda”. A financeira não está cumprindo o princípio da obrigatoriedade e também está quebrando o princípio da lealdade, ou seja, da Boa-fé.
B) Alberto, atraído pela proposta de venda de uma padaria, compareceu no local em horário marcado pelo vendedor. Empolgado pelo alto movimento do estabelecimento no momento de sua visita, Alberto fechou o negócio investindo todas as suas economias em uma compra e venda à vista. Na primeira semana, frente ao seu novo negócio, descobriu que a padaria somente tinha movimento 15 (quinze) min. por dia, exatamente no horário em que havia sido chamado para a possível compra. Em dois meses estava quebrado.
Justificativa: a análise pode levar a duas linhas, o da boa-fé objetiva e o da autonomia. Em primeiro, o que se percebe é indução de esconder a real situação do estabelecimento, e neste caso estaria faltando com a lealdade, por isso responsabilizar pela falta do princípio da boa-fé.
Em segundo, há um dever de diligência, por isso, poderia pensar que deveria ter mais cautela, sobre a contabilidade, a potencial realidade econômica do estabelecimento, ou seja, princípio da autonomia. 
C) A construtora Entrega Certa vendeu, na planta, uma unidade do Edifício Torre Velha ao Sr. Boaventura, que pagou R$ 130.000,00 à vista. Após dois anos de construção, a unidade que está preste a ser entregue ao comprador no prazo, devido ao grande desenvolvimento da região, está valendo R$ 300.000,00. Por esse fato, a construtora não pretende entregar a unidade sem rever o contrato.
Justificativa: observa-se o princípio da obrigatoriedade “Pacta Sunt Servanda”, pois está ligada à lealdade por parte de ambos, e também da relatividade, afinal, o contrato faz lei entre as partes, portanto, deve ser cumprido, uma vez que o desenvolvimento da região não é argumento legal neste caso, para o descumprimento da obrigação por parte da construtora. 
D) A Foz Leasing, captando dinheiro no exterior, repassou, adquirindo bem nacional que foi arrendado ao Sr. Joaquim, o qual, na qualidade de arrendatário, obrigou-se a uma prestação mensal, em reais, vinculada a variação do câmbio. Devido a uma maxi-desvalorização da moeda nacional, o Sr Joaquim teve sua prestação, em apenas um dia, duplicada, bem como o valor de seu contrato, levando-o ao inadimplemento.
Justificativa: está ligado ao princípio da teoria da imprevisão, porque a maxidesvalorização não era previsível, tratava-se de um futuro incerto, o contrato estava em andamento e trouxe um grande prejuízo para uma parte e lucro para a outra.
É previsto eventuais renegociações baseado na teoria da imprevisão, desde que as causas sejam bem claras e evidentes, ocorre quando o equilíbrio dos contratantes deixa de existir, com o surgimento de um fato imprevisto.
E) Helena vendeu a casa que estava financiada na CEF e solicitou a transferência da dívida para o novo proprietário. O banco não aceita transferir.
Justificativa: utiliza-se o princípio da relatividade uma vez que prevalece o contrato entre a Helena e o Banco. A Helena fez um contrato de “gaveta” sem a anuência da CEF, portanto o Banco não é obrigado a aceitar um novo devedor.
F) Manoel reside em um apartamento, através de um contrato de locação por 30 meses. Após um ano o proprietário lhe oferece o imóvel para compra, que não é aceito. Mário então compra o apartamento e solicita a imediata desocupação. Manoel afirma que não sai, pois ainda tem direito sobre o imóvel por um ano e meio.
Justificativa: observa-se o princípio da relatividade, pela exceção, pois o terceiro, comprador de boa-fé, cumpriu os requisitos previstos legalmente. 
O contrato é feito entre Manoel e o proprietário do imóvel. Ao dar a preferência da compra ao locatário, e este não tendo interesse poderá o proprietário vender seu imóvel. Ao notificar o locatário deverá sair em 90 dias. Este terceiro, Mário não tem negócio com o Manoel, portanto, poderia exigir a saída. O Manoel deveria registrar junto a matrícula do imóvel no cartório, a preferência de compra, tornando-se um ato público e, portanto, possibilitando que um possível comprador tivesse conhecimento.
G) Marcos firmou o seguro de seu veículo no importe de R$ 50.000,00 e, diante do sinistro que impôs a perda total do bem, três meses após, procura a seguradora que lhe informa que a indenização será de R$ 40.000,00, conforme tabela de mercado. Marcos não aceita.
Justificativa: verifica-se que o contrato foi feito em valor fixo, ou por tabela de preços de mercado para o dia do sinistro. Se foi por valor fixo, estabelece o princípio da relatividade, ou seja, o contrato faz lei entre as partes, devendo manter o que já contratou com Marcos. Observa-se também o princípio da obrigatoriedade, curvando-se diante do pacto.
H) Na renovação do contrato de seguro do veículo, a seguradora recusou a renovação face a penhora do bem. O segurado entende que tem direito a renovação.
Justificativa: baseada no princípio do consensualismo, a seguradora negou o seguro, por que se ocorrer um sinistro o segurado não tem o bem a disposição para entregar. Ou seja, contrato real, não se aperfeiçoa sem a entrega da coisa.
2.2. Síntese e considerações 
	Por meio da aula presencial podemos contextualizar alguns conceitos: 
AUTONOMIA: é a possibilidade de escolher e se autodeterminar, ou seja, de contratar, quando deixar de contratar ou com quem contratar. 
PRINCÍPIO DE ORDEM PÚBLICA: são normas cogentes que definem um padrão, um modo. Se quer contratar, a forma de contratar é “x”, se fugir não tem validade jurídica. 
DIRIGISMO ESTATAL: é o resultado da direção das funções do Estado, sobre um povo que recebe sua organização. 
LEIS COGENTES: significam indisponíveis, de aplicação obrigatória ou seja, não podem ser afastadas por vontade das partes. Normas que regem o setor trabalhista, seguro obrigatório, Código de Defesa do Consumidor eetc.
OBRIGATORIEDADE: “pacta surt servanda”, curva-se diante do pacto, ou seja, somos livres para contratar, mas se contratar é escravo do contratado. É a segurança na qual a sociedade poderá contar de que contratante irá fazer conforme contratar, pois a partir do momento que não o fizer, terá uma avalanche de ordem jurídica por seu inadimplemento, como: cláusula penais, de compensação e correção monetária, execução que irá expropriar, poderá ser compelido, forçado a cumprir com seus bens, lucros cessantes, dano emergente, etc. 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA: impõe aos contraentes uma lealdade, uma transparência. Se houver dúvida se está sendo respeitado a boa-fé objetiva é necessário se colocar do outro lado e avaliar. 
RELATIVIDADE: regra geral: o contrato é lei entre as partes e a exceção: terceiro beneficiário.
	
3. AULA 03 – ELEMENTOS E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
3.1. Agente 
É uma condição fundamental, pois os contratos são ao menos bilaterais seja físico ou jurídico, e deve conter agente capaz no qual deve gozar de vontade jurídica, para que possa produzir seus efeitos. Capacidade de fato e não apenas de direito. 
Diferencie capacidade genérica e especifica: 
Genérica ou geral é a aptidão para exercer, por si, os atos da vida civil, ou seja, possuir a capacidade de fato. Entendida como a capacidade de auto regência, auto governar no âmbito de suas necessidades, de gestão, de dar vazão aos seus interesses na ordem jurídica. Não podendo, deve ter um tutor, curador para representá-los, por não atingir suas faculdades para auto regência. Diferentemente da capacidade genérica a de direito pode ser entendido pelo simples fato de poder existir.
A específica é quando requer uma capacidade especial para atuar, gerir ou estabelecer, deliberar sob o indivíduo, pois só poderá promover dentro do seu horizonte patrimonial para legitimar. Ex.: consentimento do cônjuge para venda de imóvel, doação que exige a capacidade ou poder de disposição das coisas ou direitos, entre outros. Determina quem deve ou tem direito de participar do negócio jurídico, pertinência subjetiva, pois somente “fulano” ou “beltrano” terá legitimidade para determinado negócio jurídico.
A capacidade genérica diz respeito a capacidade que goza as partes para se comprometerem em um contrato. Ocorre que em alguns casos uma das partes por ser menor de idade não se encontra plenamente capaz de entender o negócio que realiza, ou o relativamente incapaz, dentre outros.
Com relação a aptidão específica para contratar, esse elemento traz consigo mais uma carga de legalidade, assim podemos ter pessoas com capacidade genérica, porém não legal, é o caso do filho que vende a herança de seu pai ainda com vida. [footnoteRef:5] [5: Disponível em: https://estudandojus.blogspot.com/2014/09/direito-civil-iii-teoria-geral-dos.html Acessado em 28/02/2019 às 23h30min.] 
3.2. Consentimento
Expresso é algo que deve ser inequívoco. No contrato devem ter sua conformação de obrigações e por isso não deve gerar dúvidas, em virtude de a segurança jurídica. Em regra, é absoluta, podendo ser verbal, escrito ou gestual. Ex.: comprar algo no mercado e fazer a compra sem cumprimento, ainda assim, deixou claro o que queria levar e efetuou o pagamento. Ou ainda, levantar o braço em lances de leilão, mesmo que não escrita ainda assim é clara a manifestação de vontade. 
Tácito pode gerar dúvidas, o comportamento pode levar a uma relação contratual, mas por sua incerteza pode colocar estreita sua expressão de vontade. No caso de doação, pode ser um consentimento tácito. Ex.: prorrogação tácita em contrato de locação vencido, mas seguiu normalmente. 
3.3. Forma
Sem forma não há efeito jurídico para adquirir, transferir, modificar, conservar, resguardar ou extinguir direitos. Para gerar garantia exige ser instrumentalizado de forma escrita por exemplo, logo não há conformação legal.
Os solenes só têm efeito se de forma escrita em lei, são exceções uma vez que é imposto a exigência de um caráter formal para produzir efeitos jurídicos. Já os não solenes são livres na forma, possibilitando as partes externalizar suas vontades, com ou sem o uso de um instrumento.
São solenes os contratos que exigem formato previsto em lei (fiança ou seguro), ou seja, contrato solene é o pacto que exige na sua constituição, sob pena de nulidade forma prescrita em lei, como a realização do ato por meio de instrumento público.
Não solenes (compra e venda de bem móvel) são livres na forma, independem de qualquer formalidade para que tenha validade. 
3.4. Objeto
O objeto do contrato é o conjunto das relações que envolvem as partes contratantes, e determina a exata dimensão do alcance e dos efeitos contratuais. 
O objeto da obrigação é a conduta, o agir ou não, que pode ser dar, fazer ou não fazer. Sendo assim o objeto do contrato é um conjunto de obrigações enquanto que o objeto da obrigação é a prestação. Contrato surge sob consentimento, e gera obrigações, podendo ser também para eliminar obrigações, por isso não pode ser confundido. 
3.5. Síntese e considerações
NEGOCIAÇÃO PRELIMINAR: este momento pré-contratual, não gera obrigações, ou seja, não gera vínculo.
CONTRATOS PRELIMINARES: diferentemente da negociação preliminar, o compromisso de compra e venda, que firma uma obrigação para num prazo “x” definir a data da escritura. 
RETRATAÇÃO: art. 433 CC, não se retrata contrato e sim a proposta. A tentativa de retração não deverá chegar depois do aceite. Posso retratar o aceite? Não é em tempo real, quando tem ausentes (e-mail), o proponente enviou o e-mail e ao voltar com a resposta dizendo que irá comprar. Só pode se retratar se não tiver anuência da outra parte. Se tiver fechado e não tiver como voltar o contrato segue. 
EXPEDIÇÃO: art. 434 CC, momento em que se forma o contrato entre ausentes (whatsapp, e-mail). O contrato fecha quando aceitando manda o seu e-mail, contudo, ele poderá retratar. A exceção se faz quando ambos podem se retratarem.
4. AULA 04 – PROPOSTA E ACEITAÇÃO
4.1. Questionário
PROPOSTA E ACEITAÇÃO – aponte o artigo e justifique:
203313 – CONTRATO – FORMAÇÃO – PROPOSTA – ACEITAÇÃO – Em regra, a proposta de contrato tem a natureza de vinculante, apresentando-se como unilateralmente irrevogável. Entretanto, se a proposta já nasce precária, por ocorrer um dos motivos ressalvados no art.427 2ª parte do CC, ela deixa de ser vinculativa, não obrigando o proponente. A proposta de oferta pública por agente financeiro de imóvel a ser objeto de financiamento imobiliário pelo SFH, embora já contenha os elementos essenciais à formação do contrato, sempre dependerá, por sua natureza, do exame das condições da aceitação de terceiro, não significando, por isso, proposta vinculante. Não basta à aceitação que o oblato concorde com os termos da proposta. A aceitação deve se adequada plenamente aos seus termos, visto que não se aceita discordando por menor que seja o dissenso art.431 do CC. Qualquer alteração, mesmo acessória, passa a qualificar a aceitação como nova proposta, se reiniciando etapa para o consentimento e a formação do contrato. Proposta não obrigatória a que adira aceitação com alterações não significa jamais formação de contrato. Apelação improvida. (TJRS – AC 589. 077.106 – 1ª C. – Rel. Des. Tupinambá Miguel Castro do Nascimento) (RJ 153/56).
Justificativa: termo, natureza e circunstâncias.
 	Art. 427 2ª parte CC - Na proposta entre os presentes, ausentes e retratação. O artigo que faz da natureza vinculante da proposta e as circunstâncias que flexibilizam é encontrada no final do artigo. Pelo fato de existir ou não o contrato que foi negado e vai a juízo para que o agente da financeira respeite. Mas, deixa de ser vinculativa não obrigando o proponente. 
Art. 431 CC - Quando o indivíduo busca um financiamento está atrás de uma proposta do banco, em tais condições, mas que possa alcançar o financiamento o banco exige algumas condições, e isso que envolve a natureza para acercar as garantias, faz com que a última palavra aqui preconiza que a aceitação deve ser levada ao crivodo banco na condição de mutuário para que possa receber a cobertura. A recusa se deu por não atender as condições e ao insistir caracterizou contraproposta e o banco não é obrigado a aceitar. 
203316 – LOCAÇÃO – Alienação do imóvel locado. Direito de preferência do locatário à sua aquisição 01. Violação inexistente. Proposta de venda do imóvel por preço à vista realizada pelo locador ao inquilino 02. Aceitação deste não correspondente aos termos da oferta 03. Hipótese em que houve evidente contraproposta por parte do locatário, não sendo o ofertante obrigado a aceitá-la. Indenização não devida. Aplicação do art. 431 do CC 04. (2º TACSP – Ap. 247.628-1 – 3ª C. – Rel. Juiz Costa e Trigueiros – ) (RT 651/118)
Justificativa: art. 431 do CC. O proprietário respeitou à preferência do inquilino, mas não fica obrigado a aceitar sua contraproposta, portanto, o locatário perde o direito de preferência.
1001765 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA. PROPOSTA. RECUSA. COMISSÃO DE CORRETAGEM. INEXIGIBILIDADE. – Comissão de corretagem o contrato de corretagem, sendo um contrato acessório, vincula-se ao contrato principal 01. Não aperfeiçoado o contrato principal, não subsiste o acessório. A simples assinatura de uma opção preliminar de compra e venda de imóvel art. 427, segunda parte do CC, não obriga o policitante 02, enquanto não aceita pelo oblato 03. O negócio subjacente, pois, só se Aperfeiçoa com a aceitação 04. Não concretizado o negócio de compra e venda, se faz indevida a comissão de corretagem. Em consequência, a nota promissória emitida e representativa da aludida comissão resta sem o suporte fático de sua origem 05. Decisão negado provimento. Unânime. (TARS – AC 183.046.077 – 1ª CCiv. – Rel. Juiz Lio Cézar Schmitt – )
Justificativa: art. 427, segunda parte do CC. Como o próprio texto traz, o contrato para pagamento de honorários de intermediação são acessórios e vincula-se ao principal, que por não se aperfeiçoou, portanto não conclui.
203309 – JCCB. ……. COMPRA E VENDA – CONTRATO NÃO APERFEIÇOADO 01– Ação declaratória da existência de venda e compra de móvel 02, em leilão 03. Contrato que não chegou a existir, faltando a integração de vontades 04. Lanço não aceito pelo leiloeiro, que recebeu os valores condicionalmente 05, por estarem abaixo do preço estipulado pelo comitente. Mera proposta, dependente de aceitação que não houve 06. Ação improcedente. Decisão mantida. (1º TACSP – Ap. 570.708-2 – 1ª C. – Rel. Des. Elliot Akel – J.) (JTACSP 147/59)
Justificativa: art. 431 do CC, não houve consenso nas vontades, pois o leiloeiro não aceitou a proposta por estar abaixo do preço estipulado pelo comitente.
203308 – JCCB……….. CIVIL – DESCUMPRIMENTO DE PROPOSTA – DEVER DE REPARAR OS PREJUÍZOS DAÍ EMERGENTES 01– I – Nos termos do art. 427, 1ª parte, do CC, a proposta vincula o policitante 02. O seu descumprimento injustificado determina-lhe o dever de indenizar ao oblato pelos prejuízos daí advindos 03. II – Escusando-se a CEF, injustificadamente, de conceder financiamento para aquisição de "táxi", nas condições que propôs 04, há de reparar ao "taxista" pelo prejuízo que esse experimentou, ao ter que obter financiamento comum, mais oneroso, para cumprir o contrato de compra do veículo, confiado na subsistência da referida proposta 05. (TRF 2ª R. – AC 90.02.10638-6 – RJ – 3ª T. – Rel. Des. Fed. Arnaldo Lima – DJU)
Justificativa: art. 427, 1ª parte do CC - O seu descumprimento injustificado cabe perdas e danos ao oblato pelos prejuízos daí advindos, sendo base para ação indenizatória. A injusta retirada do negócio gera juros.
4.2. Síntese e considerações
PROPOSTA: art. 427 CC, nasce da proposta que encontra a aceitação (proposta + aceitação = contrato).
As propostas seguem uma série de peculiaridades, pois não pode ficar aberta se não pode enfrenta-la, como por exemplo a proposta válida para este fim de semana, ou seja, válida por tempo determinado. Quando é feito a proposta do serviço se fechou no momento, consolida o contrato, posterior a isso, a pessoa pode mudar de ideia. O sinal de negócio busca dar uma comprovação do negócio. 
O cliente poderá pedir as comprovações de que vendeu as últimas unidades, afim de garantir à oferta, só afastando sua pretensão se provarem que foram vendidas às últimas unidades. 
CONTRAPROPOSTA: art. 431 CC, a contraproposta não é contrato e sim oferta, não sendo obrigado a aceitar, podendo vender para outro, agora se o vendedor fechar mesmo que verbal cabe perdas e danos.
5. AULA 05 - CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
5.1. Questionário 
B - CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Marque "V" para verdadeira e "F" para falsa, justificando em folha a parte:
1. (V) - Todo contrato é um negócio jurídico, mas nem todo negócio jurídico é contrato;
Justificativa: os contratos jurídicos são bilaterais ou plurilaterais, porém existem outros atos, outras manifestações que estão nessa categoria, mas, não são contratos. Figuras como: títulos de crédito, pois se perfaz com vontade única do criador (unilaterais). 
2. (V) - Os contratos podem ser tanto bilaterais, quanto unilaterais, em relação aos seus efeitos;
Justificativa: neste caso, é verdadeira pois está sendo falado quanto a extensão dos negócios jurídicos, que produzem efeitos unilaterais ou bilaterais. Por exemplo, quando a obrigação se perfaz na entrega, não há contraprestação, exemplo empréstimos bancários. Ou ainda, sinalagmáticos que nada mais é do que a prestação e contraprestação (compra e venda). 
3. (V) - Os contratos bilaterais, quanto a sua formação, denominam-se sinalagmáticos;
Justificativa: os contratos sinalagmáticos da palavra grega sinalagma, que significa reciprocidade de prestações para as partes contratantes, por está razão está correto a afirmativa. 
4. (F) - Não seria possível juridicamente existir um contrato, ao mesmo tempo, oneroso e unilateral quanto aos seus efeitos;
Justificativa: falsa pois, é possível sim. Fiança não tem fins lucrativos, o fiador não tem o intuito de obter ágil, por isso, é um contrato dito oneroso, e no caso de dizer que no gratuito não tem fim especulativo. Pode ter um contrato oneroso, unilateral, o que deve ser avaliado é o fim especulativo. Ex. mútuo é unilateral, ou seja, o banco empresta mil reais e espera mil e quinhentos, buscando por via especulativa obter lucro. 
5. (F) - Os contratos que não envolvem o patrimônio dos contraentes são denominados de gratuitos, como regra;
Justificativa: possui patrimônio mesmo sem fins lucrativos. Ex. o caso de doação, uma cesta básica, ao doar ele ficou mais pobre e quem recebeu ficou melhor, a cesta é um patrimônio, pois é inerente de todo contrato, pela sua função econômica, mesmo que não tenha fim especulativo.
6. (F) - Os contratos comutativos obrigam os contraentes apenas diante da tradição do objeto;
Justificativa: falsa, pois são somente os reais. Contratos reais, só se perfazem com a entrega da coisa (mútuo), assim como não é obrigado a devolver o livro se não pegá-los. São conhecidos desde o primeiro momento, ou seja, no contrato de locação, sabemos o quanto será o que terá por meio do aluguel. No caso do contrato aleatório, eu sei o que tenho em uma prestação, mas, não sei o que tenho na próxima prestação, típico caso do seguro, ou seja, tem uma contraprestação de que não terá que pagar a franquia se não ocorrer um fato futuro, acidente. 
7. (F) - Não são válidos os contratos que deixem de apresentar prestações devidamente delimitadas desde a sua formação;
Justificativa: falsa, pois os contratos podem não impor prestações limitadas, estabelecidas. 
8. (V) - Entende-se por contrato aleatório, aquele em que a prestação ou a contraprestação dependerá de um fato futuro e incerto, alheio a vontade das partes, e que impõe riscos ao contrato;
Justificativa: a exemplo do contrato de seguro, uma vez que não sabe a data e nem o local de onde poderá acontecer o sinistro.
9. (F) - Os contratos típicos são aqueles peculiares a determinada região e, assim, regidos basicamente pelos costumes;
Justificativa: típicos (nominados) tem legislaçãoespecífica regulando, são tratados na legislação (locação – lei do inquilinato, código civil). O Uber era atípico, eis que surgiu uma lei regulando, passando a ser contrato típico. 
10. (F) - Os contratos inominados, assim se denominam por possuírem princípios contratuais próprios, distintos dos contratos nominados;
Justificativa: atípicos (inominados) são contratos de hospedagem, contratos de apps para lazer, pesquisas, Whatsapp, pois não possui nenhuma referência no ordenamento sobre como ela deva operar. 
Os cinco princípios passam a ter muita importância e tomam seu como formas gerais de contratar. 
11. (F) - Por consensuais entendem-se os contratos que, em regra, são unilaterais e gratuitos;
Justificativa: esta é uma das peculiaridades dos contratos reais é a gratuidade da obrigação e não dos consensuais. 
12. (F) - Os contratos solenes, para sua formação, exigem apenas a obediência da forma não sendo necessária a fusão da vontade das partes;
Justificativa: falsa, pois não há contrato sem fusão de vontades.
13. (V) - A tradição da coisa é um requisito para a formação dos contratos reais;
Justificativa: forma livre, para autorreger os interesses, para atender os nossos propósitos e vontades em comum. Com isso, deve haver a possibilidade de contratar com fusão de consensual e a com a entrega a coisa para aperfeiçoar os contratos reais. 
14. (F) - A forma substancial é exigida como regra para todos os contratos, somente se dispensando excepcionalmente;
Justificativa: solene tem se tornado exceção, a regra é a forma livre. A exemplo, temos o andar num ônibus, não se faz um contrato por escrito, presta-se um serviço ao entrar e descer. 
15. (F) - O contrato acessório subsiste diante da nulidade do contrato principal, pois se trata de uma garantia deste;
Justificativa: o contrato acessório como a própria palavra remete, não é autônomo, ele acompanha o principal, se o contrato é nulo, obviamente o acessório também será. 
16. (V) - Os contratos de trato sucessivo não se exaurem pelo cumprimento das obrigações, mas, normalmente, por termo ou condição;
Justificativa: ao comprar um lanche se exaure no consumo, quase instantaneamente. Existem outros que se prorrogam no tempo, a exemplo da locação que é sucessivo, ele não se encerra pelo cumprimento da obrigação.
17. (V) - Os contratos mercantis diferenciam-se dos civis por apresentarem causas e objetos distintos;
Justificativa: quando vai comprar um veículo para atender uma determinada necessidade familiar é causa civil, mas, o dono da garagem compra para vender o seu objeto econômico, ou seja, as causas que motivam as compras são diferentes, embora ambos sejam compra e venda. Uma está no âmbito civil e a segunda no campo mercantil.
18. (F) - Os contratos individuais diferenciam-se dos coletivos por apresentarem apenas um integrante em cada polo;
Justificativa: os contratos são no mínimo bilaterais, podendo ser plurilateral, como as de consórcio. O que difere é a possibilidade do indivíduo gerir sua participação (consórcio), os consorciado pode antecipar sua cota, vender para outro dentro do plano, assim sendo tem autonomia individual, não pelo número de integrantes mas, por sua autonomia no coletivo.
19. (V) - Presente um monopólio de direito ou de fato, que causa a preponderância de um dos contraentes, pode-se classificar o contrato como de adesão;
Justificativa: monopólio, possui um domínio (medicamentos, que possuem controle de fato, até que a patente caia). Monopólio de direito, empresas de transporte coletivo e são as únicas que fazem o serviço, pois possuem o monopólio. Transporte coletivo, saneamento, telefonia, energia, possuem monopólio, é um contrato de adesão, pois não tem escolha, por isso muito cuidado pelo regramento estatal. 
20. (F) - Nos contratos paritários observa-se excluída a possibilidade da livre convenção das cláusulas contratuais.
Justificativa: contratos paritários tem livre negociação, ou seja, estão em nível de igualdade contratual. 
5.2. Síntese e considerações 
Quanto a classificação dos contratos temos:
· Bilaterais/unilaterais;
· Oneroso/gratuito;
· Comulativo/aleatório;
· Principal/acessório;
· Consensuais/reais;
· Típicos/atípicos;
· Civis/mercantis; 
· Instantâneos/duração; 
· Paritários/adesão;
· Solenes (formais)/não solenes. 
Podemos destacar alguns deles vistos em aula:
SINALAGMÁTICOS OU BILATERAIS: envolvem uma prestação e uma contraprestação.
A propriedade só prospera na medida em que as pessoas cumpram com suas obrigações. Uma relação obrigacional somente se impõe se ela se encontra em consonância com o ordenamento. A obrigatoriedade se impõe, mas existem possibilidade de revisão contratual, eis que surgem a figura “rebus sic stantibus”, que significa que situações ou obrigações terão validade enquanto a situação que deu origem a elas se mantiver, isso ocorre em financiamentos prolongados, construções prolongadas, enfim, contratos que se prorrogam no tempo. 
CONTRATO CONSENSUAL: circunstância na qual os indivíduos são chamados a contratar por uma fusão de vontades. É a livre formação dos vínculos, a partir dos mecanismos jurídicos, para atender as necessidades. 
CONTRATOS REAIS: exigem ou impõem uma situação pela qual é necessário a entrega da coisa para sua existência. Só tem efeitos (se aperfeiçoa) com a entrega da coisa.
CONTRATOS SOLENES: há uma formalidade para que o indivíduo possa decidir se é o que ele quer, ou seja, cria-se uma formalidade para demonstrar a vontade do indivíduo. Exemplo: fiador é o garante do contrato, este contrato só existe se apresentar o termo de fiança, ou seja, para ser fiador, verbalmente não serve, é necessário firmar um contrato de fiança, “pacta surt servanda”.
6. AULA 07 - EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
6.1. Questionário 
EXTINÇÕES e EXCEPTIOS CONTRATUAIS - Opte nos negritos e justifique a redação final.
203342 – AÇÃO PENAL POSSESSÓRIA - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – INADIMPLÊNCIA – EXCEPTIO NON (RITE) ADIMPLETI CONTRACTUS – ESBULHO NÃO CONFIGURADO – Se, em contrato de compromisso de compra e venda de imóvel fica condicionado que o restante do pagamento será feito após providenciada toda a documentação para o financiamento do bem, o promissário comprador NÃO estará na obrigação de efetivar o pagamento enquanto o promitente vendedor não cumprir totalmente sua parte. É a exceptio non RITE adimpleti contractus, garantida para os contratos sinalagmáticos. NÃO HÁ pois, falar, nestes casos, em inadimplência do comprador. De outro lado, se a posse de uma das partes resulta de contrato, enquanto não rescindido este e durante o tempo em que conservá-la por este titulo, NÃO há esbulho. El improvidos ( TJGO – El 514-5-GO-CCR-REL. DES. Castro Filho – J.04.09.1991) (RJ 172/81)
Justificativa: neste caso cabe a aplicação do art.476 cc. “Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento do outro”.
Se uma das partes não cumpre sua obrigação então não pode exigir a prestação da outra parte, é a exceptio non rite, pois não houve um descumprimento total da obrigação e sim parcialmente. Aqui o comprador não está inadimplente, pois ele retém o preço da coisa como forma de garantia da entrega da documentação, é um caso típico da exceptio non rite. Não cabe esbulho, pois não pode exigir o imóvel uma vez que o vendedor é que não providenciou a documentação. 
205715 – PROMESSA DE COMPRA E VENDA – INADIMPLEMENTO – RESCISÃO CONTRATUAL – CONTRATO DE ADESÃO – ART 1.092 DO CÓDIGO CIVIL (476 NCC) – A promessa de compra e venda, não obstante tratar-se de contrato cujas cláusulas foram pré-elaboradas pelo promissário-vendedor, NÃO se enquadra na categoria dos contratos de adesão, pois estes só se caracterizam quando existe um monopólio de fato, ou de direito, de uma das partes que elimina e concorrência para realizar o negócio jurídico. Se a situação NÃO se configura desse modo, poderá haver contrato por adesão, jamais de adesão. A inadimplência do promissário-vendedor NÃO autoriza a rescisão do negócio jurídico quandoo promissário-comprador, deixando de cumprir sua obrigação – o pagamento do preço – NÃO se utiliza dos meios de fazer valer o seu direito, como, por exemplo, demanda consignatória, esbarrando, pois, na PROIBIÇÃO prevista no art. 1.092 do CC (476 NCC), tenho em vista que a ninguém é dado beneficiar-se da própria torpeza. Assim, inadmissível a resilição do contrato, com fulcro na culpa bilateral. (TAMG –AC 245.730-9 – 7C- Rel. Juiz Quintino do Prado – J 06.11.1997) (06 – 69/350)
Justificativa: inadimplemento gera resolução e não rescisão. Não se enquadra em contrato de adesão, porque contrato de adesão é o monopólio de fato (domínio de algum bem) ou de direito (quando a lei estabelece), sua principal característica é que ela elimina a concorrência. No caso acima fica claro que não se configura o modo de monopólio, ou seja, o contrato é por adesão e não de adesão, pois o contratante aceita, este tem a autonomia de vontade podendo contratar quem bem quiser, porém concordou com aquele contrato, aderindo as suas clausulas. Ocorrendo também uma proibição pelo artigo 476 do código civil,”...uma das partes não pode exigir da outra, se ela ainda não cumpriu a sua obrigação no contrato.”
205588 – PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL NA PLANTA – INADIMPLEMENTO CONTRATUAL – RESCISÃO DA AVENÇA COM INDENIZAÇÃO – Havendo data certa para entrega do bem prometido à venda, é DESNECESSÁRIA a prévia interpelação para a rescisão contratual, posto que, descumprindo o prazo contratual, prevalece o principio dies interpellat pro homine. Uma vez feita a prova de que não houve a entrega do bem prometido à venda no prazo previsto no contrato, resta caracterizado o prejuízo decorrente da falta dos frutos civis que esse bem proporcionaria ao promitente comprador. A lei faculta à parte lesada, porque a obrigação NÃO foi cumprida no tempo devido, requerer a rescisão do contrato com perdas e danos. É a inteligência haurida dos arts. 1.056 e 1.092, parágrafo único, do Codigo Civil (474 e 475 do NCC) ( TJDF- AC 48 112/98 – (110.826) – 5 T. – Rel. Des. Romão C. Oliveira – DJU 16.12.1998 – p. 51)
Justificativa: se o contrato tem data certa para a realização das obrigações, não há necessidade de interpelação, esta se dá de forma automática. O princípio da interpelat pro hominie se relaciona com a mora ex-re, pois o dia interpela pelo homem, ou seja, se o pagamento ou a entrega deve ser feita no dia convencionado, podendo incorrer em mora e juros. 
Havendo provas que não houve a entrega do imóvel no prazo pré estabelecido, ea obrigação como não foi cumprida, faculta a parte lesada perdas e danos proveniente do descumprimento da obrigação.
1008518 – LOCAÇÃO. DESPEJO. FALTA DE PAGAMENTO. EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO – Agravo de instrumento. Despejo por falta de pagamento. Exceptio non RITE adimpleti contractus arguida pela RÉ. Em principio, NÃO pode eximir-se o locatário do pagamento dos alugueis e demais encargos. Todavia, quando o estado do imóvel é de tal sorte lastimável, sem que o locador, apesar de já ter sido alvo de inúmeras ações, adote medidas adequadas, se constitui em direito seu a retenção do pagamento do aluguel, até que providências efetivas sejam tomadas, se caso VERDADEIRAS as críticas da ré. Inteligência dos artigos 1092 e 1189, I, do CC (476 e 566, I NCC). Perícia deferida. Descisão mantida. Agravo improvido. ( TARS – AGI 188.106.256- 5Cciv. – Rel. Juiz Ramon Georg Von Berg – J 28.03.1989)
Justificativa: no caso acima o inquilino foi acionado pelo dono, por não estar efetuando os pagamentos dos alugueis, este por sua vez vem a se defender alegando que não realizou os pagamentos, pois as condições da casa são precárias. O proprietário tem por obrigação de entregar o imóvel em perfeitas condições para a habitação, dignas de moradia, mesmo o inquilino não podendo se eximir de pagar os alugueis, este pode reter o pagamento até que a situação seja regularizada.
6.2. Síntese e considerações 
O cumprimento ou não cumprimento são causa de extinção dos contratos, vejamos, portanto, alguns dos assuntos abordados em aula: 
Execução é o adimplemento e a resolução é o inadimplemento.
RESOLUÇÃO: imposição do rompimento do contrato, impondo sempre a questão de perdas e danos, ao credor, dano emergente, lucros cessantes, correções no impacto inflacionário, ou ainda inadimplemento absoluto. 
Purgar a mora (não se fala em extinção do contrato), o compromissário paga suas dívidas, se não houver, não puder pagar, é resolução impositiva. Inadimplemento é considerado culposo, portanto, cabe o pagamento de danos causados. 
Se perdesse o sinal de 30%, o comprador poderá entrar com ação para exigir algo mais justo, como 10%. Por isso, poderia colocar no contrato em multa de até 50%, e não sinal de negócio. Isso está relacionado proporcional ao impacto causado a ambos (não caracterizando o locupletamento ilícito). 
RESILIÇÃO (deliberam sobre o prejuízo), podendo ser:
· Bilateral (distrato) art. 472 CC. A resilição pode acontecer no meio do transcurso da obrigação. Resolução tem um prejuízo enorme, que ensejam por conta do inadimplemento.
	Quando tem a possibilidade de desfazer o contrato (previsto expressamente nele), ou seja, se tem autonomia para criar as obrigações do contrato, tem-se a liberdade para definir, entre a partes estabelecer o distrato, promovendo o ajuste de vontades, com a finalidade de extinguir o contrato. Resilição é um caminho que traz sensatez. 	 
· Unilateral, art. 473 CC. Se coloca na possibilidade de romper o contrato, simplesmente por um ato único. Surge apenas nos contratos indeterminados e um dos contratantes decide encerrar, como por ex. pagar as verbas rescisórias aos trabalhadores pois está fechando a empresa, ou ainda, denuncia pois, não irá continuar como contador de “x” empresa. Essa denúncia é injusta, porque causa um impacto enorme, e aquele que se sentir lesado poderá solicitar extensão do prazo. 
 Revogação e Renuncia (Contrato de mandato)
	Neste contrato, o mandante pode revogar os poderes concedidos ao mandatário. O mandatário por sua vez, pode renunciar ao cargo por exemplo.
RESCISÃO (termo utilizado genericamente por quebra de contrato). É uma figura extintiva dos contratos no sentido, que só ocorre por via judicial, ou seja, por uma sentença que interrompa o contrato, a exemplo dos vícios que impõem uma ação rescisória.
“EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRATUS”: é a exceção do não cumprimento do contrato. O art. 476 CDC, traz que será necessário cumprir com a obrigação antes de exigir da outra parte.
“EXCEPTIO NON (RITE)”: é uma segunda versão, quando há o descobrimento parcial. Ex. veio a fatura da cozinha total, mas só foi entregue parte da cozinha, como querem receber a totalidade se não entregaram tudo? Existe um entrelaçamento entre a prestação e a contraprestação, e cada um na sua exata contenta quanto a cumprimento da obrigação. 
	RISCO: Artigo 477 CC, correr risco no cumprimento da obrigação, há uma hipótese de extinção do contrato. Vou cumprir, mas, sabe lá se irei receber, logo, por essa lei, notifica-se informando que diante das situações subjetivas existe um risco que pode ser antecipado, com uma garantia, ou pagamento antecipado. A notificação é um mecanismo de saída da contratação por via de risco.
	ESBULHO: significa posse injusta, sem título. Ex. negociou uma locação, há um justo título, uma vez que invadiu, ou está de forma está em esbulho.
7. AULA 08 – ARRAS, VICIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO
7.1. Questionário 
Caso para exame
André adquire da Pecuária Escolha Certa 2.000 (duas mil) frangas poedeiras, aves com cinco dias. A empresa lhe envia 2.000 animais com cinco dias, no entanto, frangos. Sendo imperceptível a diferença entre frangas e frangos, nos primeiros dois meses de vida do animal, André recebeu-os, deu quitação, pagando o preço ajustado na entrega e, assim, iniciou a criação, esperançoso quanto à produção de ovos.
Questões frente ao texto - Justifique legalmente as respostas
A - Passados dois meses e, André, verificando a real situação dos animais, haveria algumvício para com o contrato?
Justificativa: animais não são objetos defeituosos, o que houve foi uma declaração de falsa percepção da realidade a qual comprometeu toda a finalidade para qual foi destinada a coisa. 
Não pode ser confundido com vício redibitório que é o defeito da coisa, pois neste caso é vício de consentimento que nada mais é que a percepção viciada, comprando uma coisa, acreditando ser outra, conforme art. 158 CC. 
B – Reconhecido algum vício contratual em resposta a letra A, qual a medida jurídica possível e em que prazo?
Justificativa: reconhecendo se tratar de vício do consentimento o adquirente haverá a possibilidade de propor uma ação anulatória da quitação, num prazo máximo de 4 anos a contar do momento em que se realizou o negócio jurídico conforme disposto no art. 178, II CC.
C – Caso a Empresa comunicasse o fato da troca dos animais e André aceitasse ficar com esses, qual a figura jurídica presente?
Justificativa: estaríamos diante da figura jurídica de dação em pagamento, ocorrendo quando é recebido pelo credor prestação ou coisa diversa daquela que foi contratada, conforme art. 356 do CC.
D – Na hipótese da Empresa ter entregado as 2.000 frangas, e estas, após 04 meses, confirmarem-se inaptas a produção de ovos, seria inadimplemento?
Justificativa: não é inadimplemento, mas sim vicio redibitório, pois o defeito oculto se encontrava no objeto, no qual levou a um desdobramento do tempo e que por este motivo inviabilizou todo a finalidade que se destinava a coisa.
E – Apontado algum vício jurídico na letra D, qual a pretensão cabível e o seu prazo?
Justificativa: por intermédio do vício redibitório constatado, a parte prejudicada tem o direito de propor uma ação redibitória que consiste na devolução da coisa e recebimento do que foi pago ou abatimento, e ainda se ficar demonstrado que houve culpa do devedor poderá este responder por perdas e danos. 
Por outro lado, o credor poderá propor a “quanti minores” que consiste na devolução da coisa e recebimento de outra com o abatimento do que foi pago. Trata-se de uma relação jurídica prevista no código civil, em que o prazo para a propositura da ação encontrada no art. 445, §2º que remete ao §1º CC é de 180 dias a partir do conhecimento, se não houver lei especial que especifique outro prazo.
Caso para exame
 José adquire de Marcelo, após contrato oneroso, uma área de terra rural. Firmam a escritura de compra e venda e José, devidamente, transcreve-a no Registro de Imóveis.
 Quando da compra, José ao vistoriar a área notou a presença de plantações, que imaginou serem da lavra de Marcelo.
 10 meses após a compra, José é citado para responder uma ação fundada na usucapião, que lhe move Antônio, que se diz proprietário, por ter exercido a posse da área por mais de quinze anos. Posse essa, que se completou há dois meses, o que é a pura realidade.
Questões frente ao texto - Justifique legalmente as respostas
A - Sendo acionado por Antônio, existe algum direito de José frente a Marcelo?
Justificativa: não há a figura da evicção que é a “perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato”, com isso, o fato gerador da perda do direito possessório ocorreu posterior à compra, sendo assim, ao evicto não lhe assiste o direito de ação “in reverso” em face do alienante para reclamação dos prejuízos, pois ele em tempo por meios que lhe conferia não ilidiu a pretensão de usucapião do evictor, tanto é que para doutrina o instante de se averiguar a evicção “é no momento da transferência da posse ou da propriedade, a data, enfim, da formalização do negócio jurídico” fato este que não ocorreu. 
B – Existindo algum direito qual a medida legal cabível e como exercê-la?
Justificativa: caso fosse assistido o direito de demanda ao adquirente para reparação dos prejuízos frente ao alienante, isso após ação do terceiro, poderia ele o fazer por meio de uma figura processual chamada de denunciação da lide (CPC, art. 125, I) que consiste no chamamento ao processo todos os envolvidos na negociação que no caso em análise se materializa na pessoa de Marcelo.
C – Caso o prazo da usucapião já estivesse completo no momento da venda, como ficaria a situação jurídica de José, Marcelo e Antônio?
Justificativa: segundo a doutrina um dos requisitos da evicção é a anterioridade do evictor, onde consiste que alienante só responda pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da alienação (art. 457, CC, contrário senso) e no caso da usucapião se daria se o fato ocorresse em data tão próxima da alienação que se tornasse impossível ao evicto impedi-la, e tudo indica foi o que ocorreu. Sendo assim, a José assiste-lhe a garantia da evicção, uma vez que o interesse do comprador é se tornar proprietário da coisa. 
Para Marcelo recairá a devolução dos valores pagos por José, pois na condição de alienante responde diante do adquirente pelos riscos da evicção, porque qualquer um que vende algo deve fazer de boa e valiosa a venda de modo a resguardar o adquirente quanto a qualquer vício que possa embargar a transferência da propriedade, porque se assim não o fizer surgindo a evicção responderá na extensão dos prejuízos que venha causar. Antônio poderá prosseguir na ação de usucapião em face de Marcelo, proprietário evictor.
Caso para exame
 José contrata uma assessoria jurídica para orientá-lo no contrato preliminar de compra de um imóvel pertencente a Pedro, onde pretende instalar um posto de combustíveis. O valor do imóvel é R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). O escritório formaliza o contrato e faz constar o sinal de R$ 10.000,00 (dez mil reais) como arras penitenciais, sendo que o saldo será pago na escritura definitiva em trinta dias.
 Com o compromisso em mãos, José investe mais R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em estruturas para o estabelecimento.
 Tomando conhecimento do negócio, um concorrente de José, procura Pedro, o dono do imóvel, e lhe paga R$ 250.000,00 à vista pelo imóvel, firmando a devida escritura.
Questões frente ao texto - Justifique legalmente as respostas
A – O negócio firmado pelo concorrente é válido? Justifique.
Justificativa: sim, visto que o alienante aceitou receber a quantia da proposta, na qual foi paga pelo novo adquirente. O negócio jurídico firmado anteriormente entre José e Pedro pela presença de um pacto assessório, de função indenizatória chamado de arras penitenciais, ou sinal de arrependimento, que confere aos contraentes o direito de se arrependerem unilateralmente do que foi contraído, conforme prescreve o art. 420 do Código Civil. 
 
B – Qual o efeito do contrato de José? Justifique.
Justificativa: como foi Pedro quem recebeu e rompeu unilateralmente o cumprimento total do contrato, porque assim acordaram mediante sinal de arrependimento, caberá a José requerer a devolução em dobro dos valores por ele pago.
Concernente aos prejuízos sofridos por José decorrente aos investimentos feitos no terreno e que é malgrado superior ao sinal não lhe restará mais nada se fazer em relação a Pedro conforme Proclama a Súmula 412 do Supremo Tribunal Federal: “No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo”. 
No entanto como José contratou uma assessoria jurídica para lhe auxilia na defesa dos seus interesses, que nos parece feita de forma errada uma que o pacto assessório mais adequado para este fim seria o de arras confirmatórias e não penitenciais poderá ele pleitear reparação dos prejuízos decorrente da má assessoria que foi lhe prestada. Possivelmente o escritório de assessoria jurídica agiu com culpa, por imperícia art. 186, CC.
7.2. Síntese e considerações 
Podemos dizer então que a arras é um pacto contratual, pois é um contrato acessório, ela é a sinalização, afim de dar segurança, e por ser um contrato real,é necessário a entrega do sinal de negócio, não necessariamente precisará ser em dinheiro. Após o sinal é possível impor a parte de cumprir o contrato, e cuja função é consolidar o negócio. 
O sinal confirmatório, é o que garante a existência do contrato, ou seja, arras confirmatórias. Na hipótese penitencial fala sobre o direito de arrependimento, que toma um caráter de equilíbrio entre as partes, para fuga, cobrindo o que poderia tomar como eventuais prejuízos, mensurando o custo para se desfazer. Parecido com resilição unilateral contida no art. 413 CC, por exemplo: o vendedor desiste e paga a mesma quantia do sinal ao comprador à título de eventuais prejuízos. 
Para se tornar uma porta de fuga, é necessário configurar expressamente “sinal com arras penitencial” ou ainda, no recibo ou no instrumento contratual, constar a mecânica a respeito das arras penitenciais do art. 420 CC, perderá o sinal, ou ainda o sinal mais a mesma importância. 
Pode exercer o arrependimento até o contrato estar pendente, em consolidação ainda. Mas, a negociação consolidada não se discute mais o arrependimento. Não é comum, mas, pode ocorrer também no caso de prestação de serviço.
O vício redibitório são garantias legais que recaem sobre qualquer contrato sinalagmático ou contratos onerosos. Buscando encontrar o equilíbrio dos negócios jurídicos, afim de após selar o contrato em casos onde aparecer algum vício na mecânica por exemplo, e que independe do uso normal pelo comprador, por apresentar um grave problema gerou um alto prejuízo ao comprador, a procura portanto de um equilíbrio, por não ter sido percebido na compra e que deprecia o objeto consideravelmente. 
O vício oculto, contido no art. 441 CC, pode se dar pelo desfazimento (redibir) ou abater no valor (reembolso) se houver interesse em permanecer com a coisa. Ou seja, assegura também o simples abatimento. 
O prazo dessa garantia o de maior duração, as vezes consta no contrato, 30 dias ou 90 dias, mas, ela é uma garantia que encontra uma extensão conforme, CDC art. 26, diante de sua peculiaridade, o prazo conta-se a partir do defeito. No âmbito do código civil a garantia é disponível, podendo criar um termo dizendo que não se dá garantia de nada, diferentemente do CDC que assegura a garantia do vício redibitório sem nenhuma disposição de exclusão, afim de garantir as relações de entre consumidor e fornecedor. 
Ao dizermos que o produto tem 5 anos de garantia é apenas para dar a ideia de maior qualidade, porque mesmo depois do prazo de garantia, se provado que o vício já se apresentava e não era esperado a garantia legal por vício redibitório se estende indiferente do acordo expressamente previsto, logo a garantia estendida não tem nem sentido. 
Ao analisarmos a Boa-fé objetiva em caso de vício oculto, deverá ser respondido a seguinte pergunta:	sabia ou não sabia do problema? Em princípio se a pessoa sabia ou não, é indiferente, uma vez que não implica na isenção da garantia, porém, se existir má-fé o vendedor irá responder pelos prejuízos na sua máxima extensão. 
A prova da má-fé garante ao comprador, agregar os prejuízos causados que envolveu a negociação, agregando toda a extensão dos prejuízos. Ação redibitória e “quanti minoris”, e o prazo é sempre decadencial, ao se deparar com o vício tem 180 dias no Código Civil e 90 dias no CDC para bens duráveis, para imóvel tem 1 ano. 
 Ações edilícias são oriundas de vícios redibitórios. O Código Civil estabelece duas hipóteses de ações edilícias em favor do adquirente, hipóteses que são distintas e que não se acumulam, a primeira ação redibitória e a segunda ação estimatória ou “quanti minoris”.
Ação redibitória é a ação na qual o adquirente dispensa o recebimento da coisa diante da existência de um vício (defeito) redibitório e exige a devolução do valor das prestações que já foram pagas referentes ao objeto do contrato, gerando assim o desfazimento do contrato.
Ação estimatória ou quanti minoris é a ação na qual o adquirente percebe a existência de um defeito no objeto do contrato e reivindica a diminuição ou abatimento no valor do objeto.
Ao adquirente é conferido o direito de optar por qual ação ajuizar, tendo em vista que a escolha por ele feita é irrevogável. Os prazos para ajuizar as ações edilícias são decadenciais, trinta dias para bens móveis e um ano para bens imóveis, e começam a ser contados a partir da entrega efetiva do objeto. Quando o adquirente já está em posse do objeto, logo, o prazo será reduzido pela metade:
Bens móveis: quinze dias;
Bens imóveis: seis meses.
Refletindo a leitura do art. 445, § 1º do CC, entende-se que nos casos em que os vícios só podem ser conhecidos mais tarde, o prazo para bens móveis é de cento e oitenta dias que começam a fluir a partir do momento em que o adquirente toma ciência da existência do vício. Uma observação se dá no prazo para bens imóveis mantem-se igual, seis meses.
Se no contrato houver uma previsão expressa de cláusula de garantia convencional onde as partes vão estabelecer os prazos de garantia pelos vícios redibitórios, ou seja, os prazos constantes no código civil não serão aplicados. A garantia contratual também é prazo decadencial.
Situações em que não são cabíveis:
Se o defeito não é oculto do adquirente, primordialmente, ou de ambos;
Se o defeito não for grave;
Se o defeito se der por causa posterior à tradição, ou seja, posterior ao momento da celebração do contrato. Exceção: art. 445, § 1º.
Quando o defeito não consistir em perda ou deterioração do bem;
Quando o contrato não for comutativo e for unilateral (uma vez unilateral, o doador não responde pelo vício, pois não há preço que se devolva ou que se reduza; exceção: doação onerosa);
Não é qualquer defeito do objeto que caracteriza vício redibitório. Se o vício não atingir a funcionalidade (prestabilidade/estado, aptidão, utilidade) do objeto não caberá ação edilícia;
Não serão cabíveis ações edilícias ajuizadas fora do prazo previsto em lei.
A evicção é uma garantia legal, logo, decorre de lei, tal qual, o vício redibitório cabendo responsabilidade parcial ou total. 
O evicto quando é o acionado pode se valer do instituto processual (lide), no qual chama o alienante para que possa fazer prova de que a venda que efetuou é correta, por exemplo: procuração fraudada para transferir um bem para vários compradores, mas, o dono ao chegar no imóvel percebe que tinha uma pessoa construindo e ao verificar no cartório de registro de imóveis, viu que haviam registrado, então, viu que teve que indenizar até chegar na fraude. 
A cláusula da exclusão pode ocorrer quando existe um risco e o adquirente está disposto a enfrentar um problema e não ter a coisa, exemplo: comprar um terreno no Conjunto Bubas em Foz do Iguaçu ou em uma área de invasão. 
A denunciação da lide tem-se como exemplo quando na compra de um imóvel, construir uma casa na boa-fé e descobrir que o terreno é de outro dono que surgiu depois. Aquele que tomar o terreno deve lhe pagar a casa, ou o dono da casa, pagar o terreno, desde que provado que não havia má-fé.
8. AULA 09 – TERCEIROS
8.1. Questionário 
Marque "V" para verdadeira e "F" para falsa, justificando em folha a parte:
1. ( F ) - O contrato de compra e venda gera apenas direito real;
Justificativa: direito obrigacional pessoal que vincula comprador e vendedor.
2. ( V ) - O compra e venda é um contrato sinalagmático, oneroso, em regra comutativo e não solene;
Justificativa: em regra apresenta aferir prestações, não solene porque temos em regra a livre forma, mas admite solene, por exemplo registro de imóveis.
3. ( F ) - Pode ser objeto da compra e venda, tanto coisas quanto serviços;
Justificativa: compra e venda é preço e coisa, e serviços não são coisas pois paga-se a hora de serviço, sob seu interesse.
4. ( V ) - A partir da compra e venda o comprador assume os riscos sobre a coisa somente com a tradição;
Justificativa: os riscos vêm por meio da tradição da coisa, por isso o cuidado na entrega. Ou seja, sem a entrega não se assume os riscos.
5. ( F ) - Na venda à vista,em regra, o vendedor deve entregar a coisa para poder exigir o preço;
Justificativa: o art. 491 CC esclarece que rotineiramente deve passar no caixa e efetuar o pagamento, para depois passar no pacote para receber, ou seja, é o inverso do texto, pois, em regra o vendedor deve primeiro receber, depois entregar a coisa. 
Nos casos de reserva de domínio, embarga a tradição, pois continua dono da coisa, mesma não estando mais sob posse, e para isso, é preciso estar registrado. 
Como exemplo temos o termo contratual que especifica que se o agente não pagar o vendedor vai atrás da máquina agrícola, pois não é dono em face do pagamento. Exceção é a venda a crédito que é o inverso.
6. ( F ) - O ascendente não pode doar ao descendente sem consentimento dos demais descendentes, no entanto, pode vender sem esta formalidade;
Justificativa: não pode vender, mas pode doar sim, sem qualquer satisfação conforme art. 496 CC. Ou seja, é o inverso. Para o pai vender ao filho deve chamar os filhos para mostrar que não é uma simulação. 
7. ( F ) - Na venda de coisa indivisível, o condômino terá direito de preferência desde que convencionado tal direito;
Justificativa: um exemplo que explica é a situação do pai que deixa um imóvel para 4 filhos, que são coproprietários, ou seja, não dá pra dividir o imóvel, e o direito assegura aos demais o direito de preferência, sendo uma cláusula legal, logo, só poderá vender a terceiro depois de decidir entre os irmãos, art. 504 CC.
8. ( F ) - Na venda "ad corpus", a falta da medida esperada implica na possibilidade de se exigir o complemento da área, resolução contratual ou abatimento no preço;
Justificativa: art. 500 traz que geralmente se aplica em caso de imóveis. Se compro um determinado imóvel que tem uma medida, mas, o valor é definido pelo conjunto. Pago 1milhão que possui toda uma infraestrutura, agora se comprei 10 alqueires e paguei 100 mil o alqueire. O caso “ad corpus”, o valor que paguei ou é pelo conjunto de benfeitorias, para que não haja discussões. 
9. ( V ) - Presume-se a venda "ad mensuram" se a diferença de área for superior a 5% (1/20);
Justificativa: por presumir ser grande a diferença, ou seja, a diferença for superior de 5% acima é “ad mensuram” se for abaixo de meio alqueire, menor de 5% “ad corpus”, por ser uma diferença pequena. Venda “ad mensuram” é quando está vinculado à medida.
10. ( F ) - A retrovenda permite a resolução do contrato pelo vendedor, e somente se aplica para móveis;
Justificativa: retrovender (pode recuperar a venda feita, desfazer, sendo usada apenas para imóveis no prazo máximo de 3 anos. Ex. O banco pega com cláusula de retrovenda, para recuperar bens imóveis.
11. ( V ) - A venda a contento impõe uma condição suspensiva ou resolutiva à compra e venda;
Justificativa: venda que depende de experimentação (a contento), se não gostar devolve. Suspende porque enquanto está sendo testado não transfere a propriedade, apenas suspende para testes do produto. Pode ser resolutiva, ou seja, é do agente mas, pode devolver, se desfazer, a exemplo de compras pela internet podendo exercer o direito de arrependimento em até 7 dias. 
12. ( V ) - A cláusula de preempção se aplica para móveis e imóveis, e não gera o direito de sequela;
Justificativa: preempção significa preferência. O condômino tem direito de preferência legal. O direito de sequela, cláusula de preferência legal, mas, neste caso é convencional. Aplicando sobre móveis e imóveis. 
13. ( F ) - A cláusula de reserva de domínio cria uma propriedade resolúvel e que, para ter validade "erga omnes", basta que seja firmada por escrito;
Justificativa: falsa, pois é necessário ser registrado no cartório de títulos e documentos. Ex. CRLV.
14. ( V ) - Na venda sobre documentos, há uma substituição da tradição real pela ficta e, por sua natureza, se aplica apenas para móveis.
Justificativa: tradição real seria a entrega da coisa, mas a ficta, fica em um local a exemplo de guardar os grãos da colheita em silos, não dá pra pôr na mão e levar, devendo ser retirado no local do depósito, portanto, na entrega do comprovante gera fictamente a entrega da coisa. 
8.2. Síntese e considerações 
Terceiros é qualquer pessoa fora do contrato, se A e B contrataram, C em diante estão fora do contrato. 
No caso de terceiro beneficiário, o mesmo não tendo participado pode impor a sua vontade, a exemplo do seguro de carro quando o terceiro sofre um dano ou ainda, estipular em favor de terceiro, um número significativo de convênios, a exemplo dos convênios ligados a ônibus de transporte público. 
É possível revogar, por exemplo, no caso de seguro, não quer mais, nada há de se fazer; ou inovar, ou seja, pode aumentar a cobertura do seguro. Em ambos não há ingerência nessas mudanças, salvo, se revogar um direito alheio, que era expectativa de direito que ao utilizar, se faz firmado enquanto utiliza (princípio da relatividade).
No fato de terceiro, quanto a responsabilidade prevista no art. 439 CC, diz respeito as prestações geradas no contrato, onde há uma referência a uma terceira pessoa, que não participa, mas é citada e por ser envolvida deverá ser alcançada. Ex. no fim do curso de Direito os alunos decidem escolher uma promotora que administre os interesses da turma, e este escolhe todos os proprietários do salão, a cozinha, os músicos, quando contratamos alguém que se propõe a gerir estes interesses são fatos de terceiros, que vinculam a adesão de terceiros, outro exemplo: se não for possível, marcar ou agendar o salão de festas, mas, coloca um pátio da igreja, ou ainda, se também não foi possível a presença do buffet, então a empresa contrata pizza, e pior, não terá música, e pega um pendrive do Paraguai e resolve desta forma, resumindo, desastre total. 
Não é mais um desejo, responde pelos desastres, por inadimplemento absoluto, na impossibilidade de purgar a mora que cabe perdas e danos. Mas, essa condição não se impõe a terceiros, pois se trata de futuras contratações porque a empresa não agendou antecipadamente, ou seja, os músicos e demais integrantes futuros não se responsabilizaram. Mas, se assegurar dentro da adesão estes terceiros (contratados), passarão a responder diretamente, porque estão vinculados, consolidados. Não pode vincular os terceiros simplesmente pela menção, neste caso responde a empresa contratada (promotora) para tal fim. 
A	ausência da vênia conjugal, tem hipótese de que não haverá responsabilização, a não ser que haja anuência de ambos. 
No que tange a “pessoa a declarar”, conforme art 467 CC, terá a faculdade de apontamento de terceiro, vejamos o seguinte exemplo:
	Contrato firmado entre A e B, assume na compra e venda de imóveis. O compromissário vendedor com comprador, onde o comprador pode estabelecer a declaração de terceiros que decidirá quem comprará, assumindo a função de comprador, se isso não ocorrer dentro do prazo, consolida sobre o comprador bem, não mais o terceiro, mas se indicar o C, adquire o direito. Observemos que não é cessão de contrato, pois só aponta o preenchimento e não criando um novo contrato. 
Outro exemplo é quando encontra-se um imóvel peculiar de venda e ao fechar e vai atrás de quem tem interesse, porque é de giro rápido e coloca-se o terceiro para que assuma a compra, ou ainda nas hipóteses de que o comprador não quer aparecer na negociação, e determina um corretor para correr atrás e o indicar quando encontrar algo muito bom. 
O compromissário vendedor não pode embargar, salvo se na pendência de algum pagamento, causando prejuízo, o terceiro não tem condições, mas, é raro, porque em regra já estará quitado. Obs: não precisa constar o nome do terceiro, pode mencionar somente no fim, porque o comprador poderá está na procura deste interessado, como o vendedor já terá recebido o valor não poderá recusar a este terceiro. 
Os contratos aleatórios, oposto de contrato comutativo, pois, o comutativo apresenta equilíbrio (vício redibitório) e contrato vinculado com um fato futuro e incerto, depende de sorte, pois foge do alcance das vontades.As duas figuras abaixo apresentam aleatoriedade, vejamos as diferenças:
Artigo 458 CC “EMPTIO SPEI” - VENDA DE ESPERANÇA
Os “contratos aleatórios”, por sua vez, estão previstos na Seção VII, a partir do artigo 458 do Código Civil. Coloca o autor MARTINS:
“Aleatório é o contrato em que uma prestação pode deixar de existir em virtude de um acontecimento incerto e futuro. É o caso, no mesmo contrato de compra e venda, quando se compra coisa incerta ou futura (compro a colheita de um campo de trigo, que pode existir se o campo produzir o trigo, ou deixar de existir, caso não produza) ou o contrato de seguro, em que a contraprestação do segurador só é devida se ocorrer um evento futuro (no seguro contra incêndio, a indenização só será devida se a coisa se incendiar).” (1990:109).[footnoteRef:6] [6: MARTINS, Fran. Contratos e Obrigações Comerciais. 11 ed., Forense: Rio de Janeiro, 1990.] 
Existem duas modalidades de contratos aleatórios então, aqueles que se referem a coisas futuras e aqueles que versam sobre coisas já existentes mas que estão sujeitas a riscos futuros, como colocado por ROPPO (1988).
O artigo 458 do Novo Código Civil trata do risco sobre a “existência” da coisa, retratando, desta forma a “emptio spei”, ou seja, a venda da “esperança”, a “probabilidade da coisa existir”, caso em que o alienante terá direito a todo o preço da coisa que venha a não existir. 
No art. 458 CC, quando houver atividade pesqueira, que ao vir paga ao barco ao peixe que ainda nem pescou, corre o risco de não pescar nada, mas paga para que possa sempre lhe atender quando aparecer. O barco entrega todo o porão pesqueiro, ou seja, deve trabalhar com um média, pois tem dias que dá um lucro grande, para compensar pelos dias que não vir peixe algum. É o risco da existência. 
Artigo 459 “EMPTIO REI SPERATAE” - VENDA DE COISA ESPERADA
O artigo 459, por sua vez, trata dos casos de coisas futuras, quando o adquirente assume o risco de virem a existir em qualquer quantidade. Expõe VENOSA: “O preço será devido ao alienante, ainda que a quantidade seja inferior à esperada. Trata-se da “emptio rei speratae.” (2003:405). 
Ou seja, conclui-se daí que enquanto o artigo 458 se refere ao risco da coisa em si, à própria existência da coisa objeto do negócio jurídico; o seu seguinte, 459 refere-se à quantidade menor ou mínima que venha a existir da coisa. 
Salienta-se que em ambos os casos o vendedor deve empregar toda a sua diligência para que a esperança, total ou parcial, como apontado por VENOSA (2003), tenha sucesso.
Como citado em sala de aula, temos que observar que as duas situações, estão vendendo o que não tem, desde que tenha a possibilidade de ter aquilo que se esperar obter. O comprador está disposto a correr o risco, ou existir, esse risco deve valer a pena, ou seja, se assim obter a coisa terá uma vantagem significativa. 
Compra e venda (coisa, preço e consenso)
 	Artigo 481 CC, DIREITO REAL/PESSOAL
Contratos em espécie. Que se dão sob necessidades supérfluas, 
Coisa – tudo aquilo que tem valor econômico e há um fundamento útil)
Preço (importância pecuniária é quantidade de moeda-padrão universal de troca).
	Os animais foram o primeiro padrão universal de troca. A vida começou no mar, por isso, temos o sal no corpo, portanto, salário. 
	Essa troca preço x coisa (compra e venda), não se confunde preço x serviço, pois paga-se a hora de serviço, sob seu interesse e não coisa.
	As coisas podem ser corpóreas e incorpóreas, por isso, são tangíveis ou intangíveis, comprei o conjunto de estoque, comprei também o no hall, a marca, ações, direitos autorais, ou seja, bens imateriais. Ex. comprei um relógio e pedi para embrulhar um presente, terminado o pacote quando me distraia a saco está no balcão, um menino rouba a sacola, quem deve correr atrás do menino? Loja, polícia. Por isso, precisamos entender, a loja tem que cumprir a parte dela, fazendo a entrega da coisa (tradição) a coisa ainda pertence a loja (res peri dorminus – quem é o dono sofre a perda). Compra e venda gera “Direito pessoal = direito obrigacional”.
9. AULA REVISÃO: TEORIA GERAL A TROCA/DOAÇÃO
9.1. Questionário 
01-( F ) Denomina-se doação inoficiosa aquela feita de descendente para ascendente;
Justificativa: conforme art. 549 CC, nada mais é do que uma espécie de doação nula. Em resumo, a doação inoficiosa ocorre quando a vontade do doador atinge a legítima dos herdeiros necessários, e dispor como objeto da doação aquesto em valor maior do que poderia dispor. Esta disposição não pode exceder o limite estabelecido pelo legislador, pois, havendo excessos, a doação deve ser reduzida à parte disponível existente à data da liberdade. Se houver herdeiros necessários se aplica às doações. 
02-( F ) Afirmar que a proposta não gera o contrato, mas vincula o proponente, é Incorreto, pois, o vínculo decorre do contrato que ainda não está gerado;
Justificativa: segundo o art. 427 CC a proposta é vinculativa sim. Vejamos" a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso". Inclusive o CDC (Código de Defesa do Consumidor), em seu art. 30 diz que " toda informação ou publicidade, com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado". 
03-( V ) Como um dos pressupostos do contrato, o consentimento, de modo genérico, poderá ser expresso ou tácito;
Justificativa: verdadeiro, pois como visto neste trabalho é possível ambos os modos, expresso ou tácito. 
04-( F ) Se as partes nada convencionarem, as arras serão penitenciais;
Justificativa: falsa, pois, segundo o art. 417 e 420 do CC, se nada convencionarem, serão arras confirmatórias. 
05-( F ) Os vícios redibitórios propiciam a devolução da coisa ou o abatimento no preço, quando existir convenção expressa das partes;
Justificativa: art. 441, são garantias legais. Tem a possibilidade de exclusão é preciso prever expressamente.
06-( F ) A evicção trata-se de uma regra cogente e que resulta sempre de decisão judicial;
Justificativa: evicção é perda por sentença judicial, que reconheça o direito de terceiro. Cogente – significa indisponível. Como pode excluir no contrato, que assume os riscos de uma eventual evicção, portanto é uma regra dispositiva e não cogente. 
07-( F ) Para a formação dos contratos basta o consenso puro e simples – tendo como única exceção os contratos reais;
Justificativa: falsa pois, existem duas exceções: contratos reais que exigem entrega da coisa e os solenes que são aqueles que não produzem efeito sem a devida forma, ou seja, só a vontade não vale.
08-( F ) A teoria da imprevisão poderá ser levantada perante uma obrigação pura e
simples;
Justificativa: na teria da imprevisão o contrato será rígido e deverá ser respeitado enquanto as condições assim permanecerem, mas, se surgir um fato que não se sabia pode ser revisto sim. Pura e simples não traz nenhum contrato acessório, ela se exaure sem condição no prorrogar no tempo, pois se exaure na contratação a exemplo da compra e venda à vista. 
09-( F ) Para a formação do vínculo, no contrato de estipulação em favor de terceiro, se exige capacidade do proponente, do beneficiário e do estipulante;
Justificativa: falsa, pois, o terceiro, neste caso beneficiário, não exige participação.
10-( F ) A aquisição de um bem móvel mediante a entrega de um cheque trata-se, em verdade, de um contrato de troca do bem por um título de crédito;
Justificativa: troca é coisa por coisa e não coisa por título de crédito. Título de crédito é apenas um instrumento para entrega do preço, logo é compra e venda.
11-( F ) A cláusula resolutiva, não figurando expressamente, estará sempre implícita nos contratos bilaterais e unilaterais.
Justificativa: art. 474-475-476, bilaterais (sinalagma) unilaterais bnão há clausula resolutiva. 
12-( V ) O direito de preferência, nos contratos bilaterais, pode decorrer de lei ou de convenção dos contraentes;

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